Trabalho realizado por Sara Cruz e Sara Duarte, L6.
Doença Isquémica Cardíaca Doença Isquémica Cardíaca
Doença coronária crónica (angina estável)
Síndromas coronários agudos
Enfarte do miocárdio
Angina instável
Morte súbita cardíaca
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Doença Coronária Crónica e Angina estável Desequilíbrio pode ser produzido por:
Necessidades de O2
↑ das necessidades de O2 do miocárdio;
↓ do fornecimento de O2 ao miocárdio;
ou, às vezes, por ambos.
Suprimento de O2
Isquémia miocárdica
Oclusão > 50 %
Angina de peito (principal sintoma da DCC)
DCC: Doença Coronária Crónica
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Como se manifesta Pressão pré-cordial devida a isquémia do miocárdio: Dor/desconforto que frequentemente se irradia para o ombro
esquerdo, para a face flexora do braço esquerdo, para o maxilar ou para o epigástrio. Tipicamente o episódio de angina dura alguns minutos (1-5 min) Outras características clínicas apresentadas pelo paciente: Imobilidade O paciente permanece encurvado com a mão sobre o peito Ansiedade e alguma dispneia (particularmente se se tratar do 1º
ataque de angina) Pulso rápido, taquicardia e pressão arterial elevada Alteração dos sons cardíacos Transpiração 4
Epidemiologia Estima-se que na Europa 20.000-40.000 indivíduos por milhão sofrem de angina de
peito. A prevalência de angina aumenta com a idade em ambos os sexos: • ♀: 0,1-1% (45-54 anos) ⇒ 10-15% (65-74 anos) • ♂: 2-5% (45-54 anos) ⇒ 10-20% (65-74 anos) A incidência anual de angina na população ocidental com idade > 40 anos ≅ 0,5 %. A angina limita as actividades normais do dia-a-dia, tendo um impacto negativo na
qualidade de vida. Cerca de 50% dos pacientes com EAM apresentam angina previamente. A média anual de mortalidade nos pacientes com angina estável crónica é de 2-3%.
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Classificação da Angina de peito
Angina estável
Angina instável
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Angina de peito Do ponto de vista clínico são conhecidos três tipos de angina:
Angina estável: Caracteriza-se por dor previsível com o esforço, sendo causada por estreitamento fixo dos vasos coronários, quase sempre devido à presença de placas de ateroma.
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Angina de peito Angina instável Caracteriza-se por dor que ocorre com um esforço cada vez menor, culminando com o aparecimento de dor em repouso.
Angina variante Tipo incomum de angina . Ocorre em repouso e é causada por espasmo da artéria coronária, geralmente em associação com doença ateromatosa. 8
Angina estável vs Angina instável Placas de ateroma diferentes:
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Etiologia e Fisiopatologia Presença de placas de ateroma na subíntima das artérias epicárdicas com cápsula fibrosa e
resistente à ruptura.
Oclusão > 50 %
Revestimento fibroso de tecido conjuntivo que recobre um cerne de resíduos lipídicos e necróticos 10
Factores de risco Factores de risco modificáveis
•
Tabagismo
•
Vida sedentária e dieta inadequada
•
Hipertensão
•
Hiperuricémia
•
Obesidade
•
Factores psicossociais (stress)
•
Dislipidémias
•
Uso de certos fármacos (ciclosporina, corticosteróides)
•
Diabetes mellitus (um bom controlo glicémico reduz as complicações microvasculares)
Factores de risco não modificáveis
•
Género
•
Idade
•
Influências ambientais (clima, poluição atmosférica, composição em metais da água potável)
•
Factores familiares ou composição genética 11
Diagnóstico Avaliação clínica dos pacientes: a.
b.
História clínica, caracterização adequada da dor torácica em termos de: •
qualidade
•
localização
•
irradiação
•
duração (não mais que 10 min na > parte dos casos)
•
factores desencadeantes
•
factores de alívio
•
sintomas associados
Pesquisa de factores de risco: tabagismo, hiperlipidemia, diabetes mellitus, hipertensão arterial, história familiar de DAC precoce e antecedentes pessoais de DAC ou doença cérebro-vascular.
c.
Exame físico: usualmente normal nos doentes com angina estável, mas durante o episódio de angina pode fornecer indícios importantes a respeito da existência ou não de DAC. DAC: Doença Arterial Coronária
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Diagnóstico Testes laboratoriais: visam a identificação de condições associadas e que podem directa ou indirectamente agravar o quadro clínico.
Necessidades de O2
Suprimento de O2
Isquémia
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Diagnóstico Testes não invasivos:
Electrocardiograma (ECG)
Radiografia de tórax
Teste ergométrico (TE) = Teste de esforço
Angiografia coronária
Ecocardiografia
Radioisótopos
Ressonância nuclear magnética
Tomografia computadorizada de alta resolução
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Tratamento Objectivos:
Aliviar os sintomas;
Diminuir a frequência e severidade dos episódios de isquémia miocárdica;
Aumentar a tolerância ao exercício e a capacidade funcional;
Prevenir síndromas coronários agudos (angina instável, EAM e morte súbita cardíaca);
Reduzir a mortalidade;
Inibir ou abrandar a progressão da doença;
Permitir uma melhoria progressiva, prolongando a vida, com qualidade, dos pacientes.
EAM: Enfarte Agudo do Miocárdio
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Tratamento não farmacológico Em todos os pacientes, deve proceder-se a modificações do estilo de vida e dos factores de
risco: •
Combate a condições que agravam a isquémia: insuficiência cardíaca, anemia, hipóxia
•
Diabético: manutenção de um bom controlo glicémico
•
Actividade física moderada (exercícios aeróbios graduais)
•
Orientação dietética e redução de peso (se aplicável)
•
Controlo da pressão arterial
•
Cessação tabágica
•
Redução dos triglicerídeos e LDL e aumento das HDL
•
Diminuição do stress
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Tratamento não farmacológico Em todos os pacientes, deve proceder-se a modificações do estilo de vida:
Objectivos da modificação dos factores de risco Factor de risco
Objectivo
• Dislipidemia •LDL↑ •c/ DAC
LDL < 100 mg/dl
•s/ DAC, c/ ≥ 2 FRC
LDL < 130 mg/dl
•s/ DAC, c/ < 2 FRC
LDL < 160 mg/dl
• Triglicerídeos ↑
Triglicerídeos < 200 mg/dl
• HDL↓
HDL > 40 mg/dl
• Hipertensão
PAS < 130 mm Hg PAD < 80 mm Hg
• Tabagismo
Abandono completo
• Obesidade
• < 120% do peso corporal ideal para a altura
• Estilo de vida sedentário
• 30-60 min de actividade de intensidade moderada (caminhadas, ciclismo), três a quatro vezes por semana
DAC: Doença Arterial Coronária; FRC: Factor de Risco Cardiovascular; PAS (D): Pressão Arterial Sistólica e Diastólica
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Tratamento farmacológico Todos os agentes antianginosos aprovados melhoram o equilíbrio entre o suprimento e as
necessidades de oxigénio do miocárdio: Fármacos:
Fármacos: •
BB e alguns BCC ⇒ ↓ FC e contractibilidade
•
Nitratos ⇒ ↓ pré-carga
•
BCC ⇒ ↓ pós-carga
Necessidades de O2
BB = bloqueadores β; BCC = Bloqueadores dos canais de Ca2+
Suprimento de O2
•
Vasodilatadores (especialmente BCC)
•
Estatinas
•
Antitrombóticos
↑ Fluxo sanguíneo coronário e miocárdico regional
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Tratamento farmacológico Tratamento para reduzir os sintomas e a isquémia miocárdica
•
Antagonistas β-adrenérgicos
•
Nitratos
•
Antagonistas dos canais de cálcio
•
Trimetazidina
Tratamento para prevenção do enfarte e redução da mortalidade cardiovascular
•
Antiagregantes plaquetários
•
Agentes antidislipidémicos
•
Antagonistas β-adrenérgicos
•
IECA 19
Tratamento farmacológico sintomático Nitratos
•
Acção curta e rápida: 1ª opção nas crises (alívio dos sintomas em 1-3min) ⇒ via sublingual
•
Acção prolongada (uso contínuo induz tolerância medicamentosa) ⇒ via oral (reservados para pacientes que continuam sintomáticos a despeito do uso de BB e/ou BCC.)
Antagonistas β- adrenérgicos
• Fármacos de 1ª escolha • Previenem a recorrência de EAM e ↑ a sobrevivência • Preferm-se os agentes cardiosselectivos e de longa acção
•Monoterapia ou em associação com nitratos e/ou diidropiridinas
Antagonistas dos canais de cálcio
• • •
Grupo heterogéneo (diidropirímidinicos , benzotiazepínicos e fenilalquilaminas) Bloqueio dos canais de cálcio tipo L Em associação com os BB ou como seus susbtitutos quando estes estão contra-inicados ou devido aos seus efeitos secundários
Trimetazidina
• Modulador metabólico: induz a utilização de glucose pelo miocárdio = ↑[ATP]i
• Em associação ou substituindo os nitratos de acção prolongada, em pacientes ainda sintomáticos após terapia ou em monoterapia ou associação aos nitratos na intolerância aos BB e BCC 20
Tratamento farmacológico sintomático Fármacos para o tratamento da angina estável Fármacos
•Nitratos orgânicos
Exemplos
Efeito antianginoso fisiológicos
Efeitos Colaterais
C0mentários
Sublingual, tópica, ↓ Pré-carga > Pós-carga
Cefaleia, rubor,
Tolerância
IV e oral
Vasodilatação coronária
ortostase
continuo
↓ Frequência cardíaca
Bradicardia
Pode piorar a insuficiência
•Bloqueadores β-adrenérgicos Metoprolol
↓ Pressão arterial
hipotensão
↓ Contractilidade
broncoespasmo
com
o
uso
cardíaca e condução AV
depressão •Bloqueadores dos canais de Ca2+
Ambas as classes:
Bradicardia
• Fenilalquilaminas
Verapamil
↓ Frequência cardíaca
hipotensão
•Benzotiazepinas
Diltiazem
↓ Pressão arterial
broncoespasmo
↓ Contractilidade
depressão
Podem piorar a insuficiência cardíaca e condução AV
Vasodilatação coronária •Diidropiridinas
Nifedipina
↓ Pressão arterial
Hipotensão,
Formulações de acção curta
Vasodilatação coronária
taquicardia reflexa
podem agravar a angina
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Tratamento farmacológico profilático Adjuvantes no tratamento de pacientes com angina crónica: Antiagregantes plaquetários
• Aspirina • Derivados tienopiridínicos (ticlopidina e clopidrogel)
• Dipiridamol • Anticoagulantes
IECA
• Benefício em indivíduos com maior risco, especialmente na presença de diabetes mellitus.
• Melhoria do perfil hemodinâmico, perfusão subendocárdica
• Estabilização das placas ateroscleróticas
Antidislipidémicos
• Estatinas • Fibratos • sequestradores dos ácidos biliares • Niacina • Ezetimiba Antagonistas β-adrenérgicos
• Fármacos de 1ª escolha no tratamento da DAC • ↓ mortalidade cardiovascular (após-EAM) • •
↓ isquémia miocárdica ↓ angina de peito 22
Tratamento farmacológico
Abreviaturas: CABG: coronary artery bypass grafting
PICAB: percutaneous in situ coronary artery bypass
EECP: enhanced external counter pulsation
PICVA: percutaneous in situ coronary venous arterialisation
PCI: percutaneous coronary intervention
TMR: transmyocardial laser revascularisation 23
Tratamento clínico Tratamento não farmacológico com medidas invasivas para pacientes com angina refractária: Revascularização:
Cirurgia de revascularização directa
Intervenção coronária percutânea (ICP):
Stent
Placa de ateroma Balão insuflado 24
Tratamento clínico Tratamento não farmacológico com medidas invasivas para pacientes com angina
refractária:
Pacientes não candidatos à revascularização (5-10%):
Enhanced external balloon countpulsation (EECP)
Estimulação da espinal medula (SCS, Spinal cord stimulation)
Revascularização por laser:
Cirúrgica (TMR - transmyocardial laser revascularisation)
Percutânea (PMR -percutaneous laser revascularisation)
Percutaneous in situ coronary venous arterialisation (PICVA)
Percutaneous in situ coronary artery bypass (PICAB).
Angiogénese miocárdica com factores de crescimento (VEGF e FGF) - terapia génica
Terapia celular 25
Tratamento clínico
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Tratamento Stable angina for medical management
Immediate short-term
Short-acting sublingual or buccal nitrate, pnr
relief Aspirin 75-150 mg od Clopidrogel 75 mg od
Contraindication (e.g. aspirin allergic)
Treatment aimed at
Statin ± Titrate dose ⇑ to get target cholesterol
improving prognosis
ACE- Inhibitor in proven CVD
Intolerant or contraindication
Interchange statins or ezetimibe with lower dose statin or replace with alternative lipid – lowering agent
Beta-blocker post-MI Beta-blocker no prior MI Intolerant (e.g. fatigue) or contraindication Symptoms not controlled after dose optmization Ca2+ antagonist or long-acting nitrate or K-channel opener of If inhibitor Add Ca2+ antagonist or long-acting nitrate
Treatment Intolerant
aimed at relief
Symptoms not controlled after dose optmization
Symptoms not controlled after dose optmization Either substitute alternative subclass of Ca2+ antagonist or long-acting nitrate
symptoms
Consider suitability for revascularisation
Combination of nitrate and Ca2+ antagonist or K-channel opener
Symptoms not controlled after dose optmization
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Tratamento da angina estável
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Bibliografia
Brunton, L. L., Lazo, J. S. e Parker, K. L. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11ª Edição (2005), Mc Graw-Hill, 735-753.
DiPiro, J. T., Yee, T. G. C., Matzke, G. R., Wells, B. G. e Posey, L. M. Pharmacotherapy: A Pathophysiological approach. 5ª Edição (2002), McGraw-Hill/Appleton & Lange, 261-284.
European Society of Cardiology. Guidelines on the management of stable angina pectoris. Europen Heart Journal (2006), 1-63.
Jawad, E. e Arora, R. Chronic Stable Angina Pectoris. DM (2008), 671-689.
Ben-Dor, I. e Battler, A. Treatment of stable angina. Heart (2007), Vo 93, 868-874 - www.heartjnl.com (23- 032009).
Parker, J. O. Angina Pectoris: A review of current and emerging therapies. The American Journal of Managed Care (2004), Vo 10, No 11, 332-338.
César, L. A. M. et al (Sociedade Brasileira de Cardiologia). Diretrizes de doença coronariana crónica: Angina estável. Arquivos Brasileiros de Cardiologia (2004), Vo 83, Suplemento II, 1-42.
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