Agr Conflito Netx

  • May 2020
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Formação Profissional Co-financiada pelo Fundo Social Europeu e pelo Estado Português

AGR ENSAIO

Conflito Israelo-Palestiniano

Janete Rodrigues 19 de Junho de 2009

Curso: Técnico/a de Controlo de Qualidade Alimentar Página 1 de 14

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Introdução

Os acontecimentos que se desenrolam no Médio Oriente podem ser melhor compreendidos, se for passada em revista a história desta região. Registam-se aqui alguns factos importantes que conduziram ao actual estado do país.

◊ 1917: Durante a Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha divulga a Declaração Balfour, prometendo aos judeus que a sua nação será a Palestina, mas garantindo o respeito pelos direitos dos palestinianos não judeus.

◊ 1948: Termina o Mandato britânico sobre a Palestina. Os israelitas declaram-se nação independente, os exércitos árabes atacam, mas é Israel quem triunfa. ◊ 1964: Guerra dos Seis Dias – Israel lança ataques contra o Egipto, Síria, Iraque e Jordânia, ocupando também os montes Golã, Gaza, Sinai, Margem Ocidental e Jerusalém. ◊ 1987: Inicia-se a intifada (revolta) palestiniana, Israel responde à violência com represálias chocantes.

◊ 1994: É estabelecida a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP).

◊ 2002: Acções bombistas suicidas provocam reacções violentas por parte dos israelitas. Israel começa a construir um muro de separação na Margem Ocidental.

Curso: Técnico/a de Controlo de Qualidade Alimentar Página 2 de 14

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◊ 2004: Morre Yasser Arafat.

◊ 2005: Mahmud Abbas é eleito presidente da ANP.

◊ 2006: Ariel Sharon é vitimado por um ataque cardíaco. Israel e os Estados Unidos isolam a Palestina, cortando os auxílios económicos.

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Os Protagonistas

Os Palestinianos

Para compreender as actuais circunstâncias do Médio Oriente é necessário ter uma perspectiva mais aproximada dos palestinianos e dos israelitas. O que é a Palestina e quem são os palestinianos? A fronteira desta área conflituosa, também chamada de Terra Santa nunca foi concludentemente definida. O nome é antigo, com origem nos filistinos, que viveram ao longo da costa do Mediterrâneo. A Bíblia não fornece um retrato atraente desta gente, porque eles não adoram Deus, no entanto eram formidáveis guerreiros, foram os primeiros a usar armamento feito de ferro, triunfando habitualmente sobre os seus inimigos. No ano 135, dedicavam os seus esforços a destruir a presença histórica dos judeus, trocaram o nome de Jerusalém para Palestina. Quando o cristianismo se tornou a religião do Império Romano, o nome de Jerusalém foi recuperado. Os turcos, curdos e os cruzados europeus governaram a Palestina, até os turcos otomanos a incorporarem no seu império, em 1516. Na Primeira Guerra Mundial, os turcos otomanos ficaram do lado dos derrotados, de inicio a França e a Grã-Bretanha assumiram a autoridade sobre várias partes do Médio Oriente. A sociedade das Nações atribui à Grã-Bretanha a supervisão a supervisão do Mandato para a Palestina, que conhecemos agora como as terras de Israel. Os Cristãos e os árabes muçulmanos viveram na mesma terra desde o tempo dos romanos, não existia entre os dois povos nenhum compromisso no sentido de estabelecerem uma nação independente, preocupavam-se mais com a família e com a tribo, só quando começou a aumentar o número de sionistas que estavam a emigrar para a Palestina, comprando porções de terra para estabelecer habitações permanentes, com o objectivo de criar a sua própria nação, é que as ideias nacionalistas principiaram a tomar gradualmente forma entre os árabes. Curso: Técnico/a de Controlo de Qualidade Alimentar Página 4 de 14

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Em 1947, as Nações Unidas aprovaram um plano de partilha para a Palestina, os líderes árabes opuseram-se de forma unânime. Quando os judeus se declararam independentes como nação, os árabes atacaram-nos militarmente, mas foram derrotados. Aos palestinianos foram deixadas duas áreas separadas, que vieram a ficar conhecidas como Margem Ocidental e Gaza, os judeus que permaneceram no interior da sua nova nação adoptaram o nome de israelitas, enquanto os cristãos e os árabes muçulmanos que habitavam na Terra Santa, fora de Israel, preferiram ser conhecidos como palestinianos. Estes, e os líderes árabes mantiveram as suas objecções à usurpação continuada das suas terras e dos seus direitos, pelos israelitas. Em 5 de Junho de 1967, Israel lançou ataques militares, avançando primeiro contra o Egipto, Síria e posteriormente sobre a Jordânia: Nos seis dias que se seguiram, as forças militares israelitas ocuparam os montes Golã, Gaza, Sinai, Jerusalém e Margem Ocidental. Em resultado deste conflito, mais de 320 mil árabes foram forçados a deixar as novas zonas à Síria, ao Egipto, à Jordânia e à Palestina, que Israel ocupou nessa altura.

A ONU adoptou uma série de resoluções que salientavam a inadmissibilidade da obtenção de terra pela força, pedindo a Israel a retirada dos territórios ocupados. Curso: Técnico/a de Controlo de Qualidade Alimentar Página 5 de 14

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Após a guerra de 1967 a OLP (Organização de Libertação da Palestina) passa a representar os palestinianos, em 1969 a OLP encontrou um líder forte, Yasser Arafat, um palestiniano instruído, considerado dirigente máximo da organização guerrilheira al-Fatah. No entanto, a OLP persistiu nos seus ataques a Israel, tanto no interior dos territórios ocupados, como lançados a partir das vizinhas nações árabes. O êxodo seguinte dos palestinianos, em 1970 fê-los sair da Jordânia, em resultado de uma guerra civil, deslocou-os em direcção ao Líbano, país anfitrião para os palestinianos que não gozavam de força suficiente para os rejeitar, assim a OLP pôde formar uma organização governamental e consequentemente uma milícia o Hezbollah. A OLP actualmente é reconhecida como representante do povo palestiniano.

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Os Israelitas

Os judeus foram sujeitos durante séculos, a perseguições tenazes em quase todos os países em que se estabeleceram. Apesar dos notáveis contributos que deram a todos os aspectos da sociedade, muitos judeus foram mortos e outros expulsos, de terra em terra pelos seus governantes cristãos. Os líderes muçulmanos favoreciam os judeus, relativamente aos cristãos, isto porque os viam como concorrentes menos fortes, quando se tratava de alargar a sua influência política e religiosa. Os árabes que viviam na Palestina lutaram, política e militarmente contra estes novos colonos. Os Ingleses na primeira Guerra Mundial sucederam aos turcos otomanos, como senhores da Palestina, tentaram conter as disputas sangrentas que estavam a eclodir, através da imposição de restrições à emigração dos judeus para a Terra Santa. Foi depois disso, que o mundo tomou consciência dos horrores do Holocausto, e da necessidade de reconhecer o movimento sionista e o Estado de Israel.

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A guerra que veio condicionar todas as decisões detonou em 1967. Israel triunfou, após seis dias de combate, ocupou terras pertencentes ao Egipto, à Síria e a zonas da Palestina que eram administradas pela Jordânia. Israel conseguiu ter, por razões de necessidade, uma das forças militares mais poderosas de todo o mundo, conseguindo sempre dominar os seus adversários, mas o certo é, que nenhuma das guerras que travou resolveu as causas básicas do conflito. Porem, grande número de árabes cristãos e muçulmanos são impelidos para o exílio ou sujeitos a jurisdição militar, à medida que Israel vai conquistando mais território árabe que, depois mantém sob o seu domínio. Tudo isto ajudou a tornar mais forte o medo, o ódio e a sensação de afastamento entre as duas partes, acabando sempre por dificultar uma reconciliação definitiva, que deve preceder o triunfo da paz, da justiça e da segurança nesta região.

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O Muro como Prisão

Perante o crescente controlo de Jerusalém Oriental, sob a segurança relativa do muro que rodeia o que resta da Margem Ocidental e os milhares de colonos que se mantém do lado Oriental do muro, alguns israelitas tendem a evitar novos esforços para procurar um acordo de paz. Utilizando a sua capacidade de domínio político e militar, estão a impor um sistema de retirada parcial, de encapsulação aos cidadãos muçulmanos e cristãos dos territórios ocupados. Especialmente perturbador é o enorme muro de separação erguido nas áreas populacionais que se transforma numa vedação que não deixa passar ninguém, quando chega às zonas rurais. A ideia inicial de um obstáculo físico foi promovida por israelitas moderados, como meio de prevenir ataques invasores, após a retirada das forças de ocupação de Israel. Além dos materiais eléctricos e de cimento, utilizados para a construção da vedação a barreira inclui, fossos com dois metros de fundo, estradas para veículos de patrulha, sensores electrónicos para a própria vedação e solo, captação de imagens por medição de temperaturas e câmaras de vídeo, torres para atiradores especiais e arame farpado, tudo em terra palestiniana. Resumindo, seja qual for o território que Israel decida confiscar, situar-se-á sempre no seu lado do muro, mas os israelitas continuarão ainda, a manter o controlo dos palestinianos que estejam no outro lado desta barreira, encurralados entre ela e as forças de Israel.

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Estrutura do Muro

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Imagem Exterior do Muro

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Síntese

Há dois obstáculos que têm sido colocados à paz permanente no Médio Oriente, que estão interligados.

1º Alguns israelitas acreditam que têm o direito de confiscarem e colonizarem a terra pertencente aos árabes, tentando justificar a opressão e a perseguição dos palestinianos, que se sentem crescentemente desesperados e ofendidos.

2º Alguns palestinianos respondem com elogios e honras aos bombistas suicidas, vendo-os como mártires, que devem ser recompensados no céu, e considerando como vitórias as mortes de israelitas.

Por seu turno, Israel usa a vingança e a repressão como resposta, enquanto os palestinianos militantes recusam-se a reconhecer a legitimidade de Israel, jurando destruir esse país. Essencialmente só poderá haver paz para Israel e Médio Oriente, quando o governo israelita estiver disposto a aceitar as leis internacionais, e a honrar os compromissos já assumidos, através da aceitação das fronteiras legais de Israel. Sendo estas as condições, todos os vizinhos árabes de Israel devem comprometerse a honrar, por sua vez, o direito de Israel viver em paz. Será uma tragédia para os israelitas, palestinianos e para o mundo, se a paz for rejeitada e se, se permitir que prevaleça um sistema de opressão e violência continuada.

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Índice

Introdução---------------------------------------------------------------------2 Os Protagonistas--------------------------------------------------------------3 Os Israelitas-------------------------------------------------------------------6 O Muro como Prisão-----------------------------------------------------------8 Estrutura do Muro-------------------------------------------------------------9 Imagem Exterior do Muro----------------------------------------------------10 Síntese-------------------------------------------------------------------------11

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Bibliografia

Livro da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto Carter Jimmy, (2007), Paz, Sim. Apartheid, Não, Quidnovi, (pp 17-169).

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