Goiânia, 15 de fevereiro de 2009
HOME ÚLTIMAS NOTÍCIAS EDITORIAS Capa Opinião Cidades Política Economia Mundo Esporte Magazine
COLUNAS Giro Direito e Justiça Coluna social Memorandum Crônicas e outras histórias
SERVIÇOS E-mail Cartas dos leitores Assinatura Acontece Na telinha Cinema Horóscopo Guia do Assinante Central do Assinante Efetuar Logout
CHARGE
ESPECIAIS Goiânia 75 anos Retrospectiva 2008
SITES Vrum Lugar Certo OJC Jornal do Tocantins Tv Anhanguera Goiasnet Fundação J. Câmara Rede Anhanguera Executiva FM
CONTATOS ASSINATURAS: 3250-5353 CLASSIFICADOS: 3250-5323
Será mesmo a voz de Deus? Rodrigo Hirose
A Operação Legalidade completa um mês ainda sob a sombra de um paradoxo – como já disseram a Ordem dos Advogados do Brasil, o Ministério Público e operadores do Direito, a ação é ilegal. O que assusta é que essas mesmas instituições se omitem e manifestam apoio ao fechamento indiscriminado de bares e similares que não possuem alvará de funcionamento, quando o Código de Posturas determina que esta é uma atribuição da Prefeitura. OAB e MP se curvam diante de um fator aparentemente irrefutável: a suposta aprovação popular à operação. Às vezes é preciso coragem para contestar. Não são raras as ocasiões em que a opinião pública erra. Foi assim em 1964. O temor de uma guinada rumo ao comunismo, manipulado e ampliado, foi combustível para incendiar a “revolução” militar, numa data que, se fosse escolhida, não poderia ter sido melhor, 1º de abril. “(...) a classe média do Rio de Janeiro enfeitava com papel picado a forte chuva que caía na cidade”, diz Elio Gaspari em A Ditadura Envergonhada, ao relatar a Marcha da Vitória dos golpistas. Era a população avalizando a ação que mergulhou o País na ditadura. Joachim Fest cita, na biografia de Hitler, uma frase de Mussolini, sobre os países europeus pós-Primeira Guerra: “Os povos hoje em dia aspiram mais do que nunca à autoridade, ao comando e à ordem”. Ele falava da burguesia, ameaçada pelo desemprego, a fome e humilhada pela derrota. Era a década de 1930 e o resultado, todos conhecem. São dois exemplos extremos, em momentos históricos muito diferentes do atual, mas há situações em que a ponderação é camuflagem da falta de opinião. Acuado pela criminalidade, o cidadão está abrindo mão de seus direitos mais básicos. O medo não é dos melhores conselheiros, e ele está por trás da atual apatia frente a um flagrante desrespeito aos direitos civis. A criminalidade vira justificativa para a arbitrariedade. O que se questiona é a despreocupação de quem concebeu a operação da PM de legitimá-la. Bastava uma parceria com a Prefeitura, que notificaria os irregulares e fecharia os estabelecimentos que não se adequassem. Nada disso foi feito. A voz do povo pode até ser a voz de Deus, mas também é verdade que de boas intenções o inferno está cheio. Rodrigo Hirose é editor de Cidades ÍNDICE
COMERCIAL DE INTERNET: 3250-1323 ATENDIMENTO AO ASSINANTE: 3250-1220
EXPEDIENTE