Desdobramentos da Crise Coreana A crise atual é um novo round da disputa bifásica que condiciona interna e externamente o regime de Pyongyang. No front externo, o governo norte-coreano aproveita o "timing" ainda inicial da administração Obama para colocar a Casa Branca diante de fatos consumados e certo de que, pelo menos neste momento, seria improvável e impossível que os norte-americanos abrissem outra frente militar, afinal os compromissos no Iraque e Afeganistão já são por demais desgastantes. Internamente, ela representa uma etapa na luta pelo poder que se trava nos bastidores do governo comunista. Comparando-se fotos recentes do ditador Kim Jong-Il, vê-se claramente sinais de uma debilitação, que segundo especulações decorreriam de um derrame recente. Assim, esta crise seria uma oportunidade de Kim reafirmar seu poder sobre s setores mais duros do governo norte-coreano num momento de possível transição. Negociar a partir de uma posição de força, inclusive, serve para o plano externo. É evidente que uma Coreia do Norte nuclearizada é mais perigosa do que se não o fosse. E seu arsenal atômico calculado entre 7 a 12 armas de pequena potência é um poderoso e eficaz instrumento de barganha: pergunte a um sul-coreano ou japonês se ele está disposto a arriscar-se a receber uma bomba atômica no seu quintal? Ora, classificar um artefato atômico como de pequeno porte é um pequeno consolo quando a destruição pode ter SUA casa como epicentro. Em abril passado o governo norte-coreano testou um foguete denominado de Taepodong-2, contrariando a pressão internacional e ameaças militares sul-coreanas, japonesas e norteamericanas. Segundo Pyongyang tratava-se um lançamento pacífico de satélite. Para os seus opositores tudo não passou de um teste camuflado para um vetor balístico de armas nucleares. ***Para ler o texto na íntegra http://claudiouff.blogspot.com/