2019_1 Teor Soc Jurid I - Carmen Felgueiras.pdf

  • Uploaded by: Anna Pinheiro
  • 0
  • 0
  • April 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View 2019_1 Teor Soc Jurid I - Carmen Felgueiras.pdf as PDF for free.

More details

  • Words: 897
  • Pages: 3
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA E DIREITO – PPGSD TEORIA SOCIOJURÍDICA I: Pensamento Social Professora: Carmen Lucia Tavares Felgueiras no Brasil ([email protected]) Código da disciplina: ESD 00.046 Dia e horário: Terças-feiras, das 17h às 20h Carga Horária: 45hs, 3 créditos

EMENTA: A questão da constituição de uma ordem social moderna no Brasil começa a se generalizar no início do século XX e ganha maior impulso a partir da década de 20 com os autores do grupo modernista e com a denominada geração modernista. Em rápida síntese, poderíamos dizer que estava em questão, tanto nas artes como nas ciências sociais e no ensaísmo nacional, pensar os elementos (anárquicos e caóticos, ou apenas retrógrados) de nossa tradição, presentes no nascimento dessa ordem moderna. Tais elementos deveriam ser ou expurgados do pensamento e da vida social, ou afirmados e transformados na fundação de uma ordem harmônica ou ainda, pelo contrário, ser equilibrados com outros elementos emergentes, em permanente antagonismo. Lidar com o modo como se daria a articulação entre o novo e o velho, entre a tradição e a invenção na construção do moderno era central para os nossos principais intérpretes. Neste curso, trataremos de, fundamentalmente, colocar em diálogo algumas das obras de Paulo Prado (1869-1943), Mário de Andrade (1893-1945), Gilberto Freyre (1900-1987), Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) e Francisco Campos (1891-1968) em suas considerações sobre o quão positivos e/ou negativos podem se constituir os elementos da cultura brasileira, e, nesse sentido, vistos em grande medida como excessos contra os quais as modernas relações idealmente pautadas por exigências de normalidade burocrática e regra impessoais poderiam vir a se chocar. Desde o ponto de vista do contexto político, estes autores mantiveram relações complexas com o Estado Novo e o Ministério Capanema, o que chama a atenção para o vínculo nem sempre bem enfatizado do nosso modernismo com o Estado autoritário. Neste sentido, por exemplo, as soluções pensadas por Sérgio Buarque para a excessiva cordialidade do brasileiro não estariam tão distantes daquelas de Chico Campos e sua visão do Estado forte como fautor de uma sociedade moderna. Outros, como Mário de Andrade, à frente do Departamento de Cultura do governo de São Paulo, também são cooptados pelo Estado neste momento; destoa do conjunto a oposição de Gilberto Freyre ao Estado Novo, embora sua adesão ao regime militar de 64, viesse a lançar sobre ele o estigma do esquecimento e da sobrepolitização de sua obra, há muito pouco rompido. Por fim, este curso pretende, sobretudo, fornecer aos estudantes paradigmas de análise interdisciplinar e de interpretação da sociedade brasileira que possam lhes servir de orientação em seus próprios trabalhos.

PROGRAMA PAULO PRADO : EXCESSO E VÍCIO NA FORMAÇÃO DO CARÁTER NACIONAL

Bibliografia: PRADO, Paulo. Retrato do Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 2004. Bibliografia Complementar: BERRIEL, Carlos Eduardo Ornelas. Tietê, Tejo, Sena: a obra de Paulo Prado. Campinas, (SP), Papirus, 2000. CALIL, Carlos Augusto. “Paulo Prado, entre tradição e modernismo”. In: BOTELHO, André e SCHWARCZ, Lilia Moritz. Um enigma Chamado Brasil. 29 Intérpretes e um País. São Paulo, Companhia das Letras, 2009. NOVAIS, Adauto. Vida, vícios, virtudes. São Paulo, SENAC, 2009.

MÁRIO DE ANDRADE: A BRANDURA DA ALMA NACIONAL Bibliografia: ANDRADE, Mário de. Ensaio sobre a música brasileira. 3ª ed. São Paulo: Vila Rica; Brasília: INL, 1972. Bibliografia Complementar: BOTELHO, André. De olho em Mario de Andrade. São Paulo: Claro Enigma, 2012. COSTA LIMA, Luis. Lira e antilira (Mário, Drummond, Cabral). Rio de janeiro, Civilização Brasileira, 1968. JARDIM , E. Limites do Moderno: O Pensamento Estético de Mario de Andrade. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999. WISNIK, José Miguel. O coro dos contrários. São Paulo, Duas Cidades, 1977.

GILBERTO FREYRE: A POSITIVIDADE E A NEGATIVIDADE NÃO EXCLUDENTES DO EXCESSO Bibliografia: Freyre, Gilberto. Casa Grande e Senzala. Rio de Janeiro, Global, 2006. Bibliografia complementar: ARAÚJO, Ricardo Benzaquen de. Guerra e Paz. Casa Grande e Senzala e a obra de Gilberto Freyre nos anos 30. São Paulo, Editora 34, 2005. LIRA, José Tavares Correia de. “Naufrágio e galanteio: viagem, cultura e cidades em Mário de Andrade e Gilberto Freyre”. IN: RBCS, vol. 20, nº57 fev/2005. PEIXOTO, F. A. . A cidade e seus duplos: os guias de Gilberto Freyre. Tempo Social. Revista de Sociologia da USP, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 159-174, 2005. SERGIO BUARQUE DE HOLANDA: O EXCESSO DA CORDIALIDADE BRASILEIRA E A SUPERAÇÃO PELA CIVILIDADE Bibliografia: BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Raízes de Brasil. Organização Ricardo Benzaquen de Araújo e Lilia Moritz Swarcz. Edição Revista. São Paulo, companhia das Letras, 2006. Bibliografia complementar: MONTEIRO, Pedro Meira & EUGÊNIO, João Kennedy (orgs.) Sergio Buarque de Holanda: perspectivas. Campinas (SP/Rio de Janeiro, Ed. Unicamp/Ed. UERJ, 2008. WEGNER, Robert. A Conquista do Oeste: a fronteira na obra de Sérgio Buarque de Holanda. 1. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2000.

FRANCISCO CAMPOS: MODERNISMO E AUTORITARISMO

2

Bibliografia: CAMPOS, Francisco. O Estado nacional: sua estrutura, seu conteúdo ideológico. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940. Bibliografia complementar: JASMIN, M. G. . O autoritarismo moderno: Francisco Campos e Azevedo Amaral. In: XXII Simpósio Nacional de História, 2003, João Pessoa. Caderno de Programação e Resumos. João Pessoa : ANPUH, 2003. p. 77-77. SCHWARTZMAN, Simon; BOMENY, Helena Maria Bousquet; COSTA, Vanda Maria Ribeiro. Tempos de Capanema. Rio de Janeiro, FGV, 2000. OBSERVAÇÕES: 1. A BIBLIOGRAFIA DO CURSO PODERÁ SER ALTERADA OU ACRESCIDA EM COMUM ACORDO COM A TURMA. 2. A AVALIAÇÃO RESULTARÁ DE TRABALHO ESCRITO

3

Related Documents

Jurid Gtl.pdf
May 2020 23
Temario Soc I
May 2020 7
C. Nat. I Soc.
June 2020 15
Du Teor
November 2019 7

More Documents from ""