20090204 - Cinema 3d

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_>>> Jornal Valor Econômico - CAD B - EMPRESAS - 4/2/2009 (20:10) - Página 2- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW Enxerto

B2

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Valor

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Quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Empresas | Tecnologia&Comunicações Entretenimento Número de salas adaptadas pode triplicar no Brasil

O impacto

3D é aposta do cinema para recobrar o glamour Manuela Rahal e Gustavo Brigatto De São Paulo Celso Carvalho vai pouco ao cinema por causa da falta de tempo, mas o que ele viu na semana passada, numa sala de exibição em São Paulo, pode fazer com que abra mais espaço para os filmes em tela grande no futuro. Acompanhado do neto, Carvalho, de 56 anos de idade, assistiu à animação “Bolt - Supercão”, numa versão em 3D. Foi sua primeira experiência com a tecnologia e a recepção não poderia ser melhor. “A impressão é de que você está dentro do filme, participando da ação. Sempre que tiver oportunidade, vou assistir a um filme em 3D”, diz ele. É exatamente esse tipo de efeito que a indústria do cinema — incluindo estúdios, distribuidoras e exibidores — quer obter com o novo 3D, uma evolução da técnica rudimentar dos anos 50 e a principal aposta do setor para reativar a venda de ingressos. A previsão é de que, até o fim do ano, o número de salas preparadas para os filmes em 3D cresça mais de três vezes, das atuais 25 para cerca de 80. O combustível para acelerar esse movimento está a caminho: Hollywood promete entregar pelo menos 12 produções em terceira dimensão nos próximos meses e há 50 longas na fila para os próximos anos. E ao contrário do que ocorreu há cinco décadas, quando as telas 3D eram ocupadas por porcarias divertidas e baratas, desta vez o arsenal conta com produções de grosso calibre. A produção mais esperada — “Avatar”, do diretor do “Titanic” James Cameron — tem orçamento estimado em US$ 200 milhões. O custo da produção não é o único desafio. Montar uma sala 3D também não é barato porque requer equipamentos específicos. Um projetor 3D sai por US$ 70 mil, em média, mais que o dobro de um aparelho convencional. Somando isso aos custos com óculos e licenças de software, todo o sistema pode custar até R$ 600 mil. Para efeito de comparação, a montagem de uma sala tradicional completa, com 300 lugares e o espaço para vender pipoca e doces, custa R$ 1,2 milhão. Se o exibidor quiser instalar uma tela gigante Imax, a conta sobe à estratosfera. O Espaço Unibanco Pompeia, em São Paulo, investiu R$ 6 milhões em uma sala desse tipo, inaugurada recentemente. Com esse dinheiro, é possível montar seis salas tradicionais. A expectativa da indústria, no entanto, é de que o retorno vai compensar os gastos mais pesados. É o que mostram algumas experiências feitas até agora. Na rede Cinemark, as salas 3D que exibiram o filme “A Família do Futuro”, lançado em 2007, atraíram duas vezes mais público que as convencionais. Isso apesar de

as sessões 3D custarem, em média, R$ 3 a mais que as comuns. “Em três semanas a receita [das salas 3D] foi quatro vezes maior”, compara Luciano Silva, gerente de tecnologia do Cinemark. A empresa, que inaugurou a primeira sala 3D do Brasil em 2006, hoje opera nove salas com a tecnologia e pretende inaugurar mais nove este ano. “O ingresso é mais caro e a frequência é maior porque o filme pode ficar em cartaz mais tempo [devido à curiosidade do público]”, diz Luiz Gonzaga de Luca, diretor de relações institucionais do grupo Severiano Ribeiro, ao qual pertence a rede de cinemas Kinoplex. Com duas salas 3D — uma no Rio de Janeiro e outra em Goiânia — o Kinoplex cobra R$ 4 a mais nas sessões em terceira dimensão. Neste ano, a previsão é de que 8 a 10 salas do grupo sejam adaptadas à nova tecnologia, afirma De Luca. Para muita gente, a volta do 3D é vista como um movimento inevitável de sobrevivência. Durante décadas, as salas de exibição atraíram o público com a promessa de oferecer imagem de qualidade e sistemas de som capazes de envolver o espectador. Mais recentemente, porém, os fabricantes de produtos eletrônicos se encarregaram de levar parte desses atrativos para a sala de estar, com os aparelhos de home theater e telas de cristal líquido. Com tanta inovação em casa, por que o espectador abandonaria o sofá para ir ao cinema? A bilheteria tem refletido o desânimo do público. No Brasil, o número de espectadores caiu de 117,4 milhões em 2004 para 89,5

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milhões no ano passado. Nos mesmos cinco anos, a bilheteria diminuiu de R$ 784,5 milhões para R$ 727, 8 milhões, segundo dados do site Filme B, especializado em cinema. Como a base não aumenta, o faturamento do setor vem dependendo dos reajustes de ingressos para se manter. Nesse cenário, que se repete em vários países, o 3D é visto como estratégico porque voltaria a dar ao cinema uma vantagem de cerca de 10 anos até que a tecnologia migrasse para o entretenimento doméstico. Isso é ainda mais importante quando se considera que com a popularização dos filmes via internet, a tendência é de que mais gente fique em casa. “O 3D é o ingrediente que faltava para aumentar o número de espectadores”, afirma Ademar Oliveira, diretor de programação do grupo Espaço Unibanco Arteplex, que conta com duas salas 3D. A DAVILYM DOURADO/VALOR

Luciano Silva, gerente de tecnologia do Cinemark: duas vezes mais público

companhia foi a primeira a trazer para o Brasil uma sala de projeção Imax, que tem tela bem maior que as comuns e pode exibir tanto conteúdo convencional como em 3D. Na PlayArte, que atua como distribuidora e exibidora de filmes, os executivos se surpreenderam com o interesse que a tecnologia despertou no público. No ano passado, a empresa lançou o “remake” de “Viagem ao Centro da Terra” nas opções 2D e 3D. “Tivemos um milhão de espectadores nas salas convencionais e 310 mil nas digitais”, diz Otelo Bettin Coltro, vice-presidente executivo do grupo. Parece um resultado ruim para a nova tecnologia, mas trata-se de uma grande vitória quando se considera que o filme foi exibido em 9 salas 3D versus 207 convencionais. A diferença do valor do ingresso na PlayArte é de R$ 4 adicionais, em média, nas salas com terceira dimensão. Apesar do entusiasmo do setor, no entanto, o 3D não chega a ser considerado uma tábua de salvação ou uma transição radical, como foi a passagem do cinema mudo para o sonoro ou o advento da cor. Em parte, por causa do próprio conteúdo. Ver dinossauros e vilões saltando da tela pode ser bem divertido, mas não se sabe como a experiência do 3D aumentaria o poder de atração de um drama denso, por exemplo. Uma boa parte do público sabe disso. “Para criança, o 3D é muito interessante, mas eu não veria um filme só por contar com a tecnologia”, diz Laura Campos, de 50 anos, que já viu um filme em 3D nos EUA e na semana passada acompanhava os filhos numa sessão do filme “Bolt”. “Teria que ter um tema interessante.”

Personagem do filme Bolt - Supercão, da Walt Disney Pictures

Novo sistema evita sensação de mal-estar De São Paulo “Um milagre de nossa era: um leão no seu colo, um amante em seus braços”: foi com essa campanha que os publicitários de Hollywood decidiram chamar a atenção do público para “Bwana Devil”, considerado o primeiro filme em 3D colorido do cinema americano. Lançado em 1952 — e batizado no Brasil de “Bwana, o demônio” —, o filme despertou o interesse do espectador com sua história de leões devoradores de gente na África e abriu espaço para outros títulos com apelo juvenil, também exibidos em 3D, como “A Casa de Cera” e “O Monstro da Lagoa Negra”. “Bwana” não figura em nenhuma retrospectiva importante do cinema mundial, mas inaugurou o ciclo dos filmes 3D, que fez barulho nos Estados Unidos até 1952. O problema é que o público entrava nas salas de exibição disposto a tomar sustos em terceira dimensão, mas saia reclamando dos óculos que tinham de ser usados para o efeito dar certo. A sensação, para muita gente, era de enjoo e mal-estar. Agora, para não repetir os erros do passado, um novo método de captação de imagens em 3D foi adotado pelos estúdios e produtoras de Hollywood. Câmeras, óculos e projetores evoluíram tecnologicamente para garantir que ninguém passe mal depois da sessão de cinema. Há cinquenta anos, a produção de um filme em 3D era feita de seguinte forma: filmava-se a

mesma cena duas vezes, na primeira com uma coloração mais para o azul e a segunda puxando para o vermelho. Depois disso, as imagens eram sobrepostas em um trabalho de edição. A tecnologia usada atualmente nos filmes 3D é chamada de estereoscópica. Nesse modelo, uma câmera faz a dupla captação de imagens, simultaneamente. Na verdade, são duas câmeras dentro de uma. “Cada uma delas representa um olho. Elas ficam posicionadas lado a lado, representando a distância entre o olho esquerdo e o direito. A ideia é filmar como se fosse uma pessoa observando aquela cena”, explica Luciano Silva, gerente de tecnologia da rede Cinemark. Depois da captação, o processo é o mesmo — uma imagem deve ser sobreposta à outra. Os óculos usados pelo público fazem o trabalho de despolarização, ou seja, identificam qual imagem deve ser vista por cada olho e garantem que o espectador só enxergue uma de cada vez. Para arrematar, o segredo está na projeção digital, que impede a duplicidade de imagens, eliminando a antiga sensação de malestar. Um projetor tradicional exibe o filme a uma velocidade de 24 quadros por segundo, já o digital alcança 144 quadros por segundo. De acordo com Silva, a velocidade resulta em uma qualidade muito superior. “A sequência de quadros é tão rápida que engana o cérebro humano, que acaba interpretando aquilo como se fosse apenas uma imagem”, diz. (MR)

Imax acelera implantação de telas gigantes no mundo Andrew Edgecliffe-Johnson Financial Times, de Davos A Imax vai acelerar o lançamento de cinemas capazes de exibir filmes em terceira dimensão (3D), num esforço para tirar vantagem do fato de que outros proprietários de salas de cinema estão reduzindo seus investimentos em resposta à recessão. A companhia americana, que está modernizando suas telas grandes com a implementação de projetores digitais capazes de exibir filmes tradicionais em 3D,

pretende implantar 100 novas telas no mundo em 2009 e aumentar o número de salas equipadas com suas telas de 350 para 600 em três a quatro anos, informou Rich Gelfond, executivochefe da empresa. A adoção em massa das telas em 3D vem sendo adiada pelas negociações entre os estúdios e os proprietários de cinemas, que ainda não decidiram como dividir os custos dos projetores digitais. Um acordo firmado prevê que os estúdios paguem aos cinemas uma “taxa por cópia virtual” para

cada filme que eles distribuírem. Os recursos são usados para cobrir os custos dos novos equipamentos digitais. Quando isso foi acertado, porém, temores em relação aos gastos do consumidor afetaram a capacidade dos cinemas de levantar recursos. Analistas acreditam que haverá apenas 1,5 mil telas em 3D nos Estados Unidos em março, quando a DreamWorks Animation lançar o filme “Monsters vs. Aliens” em 2D e 3D, em vez das 5 mil previstas anteriormente. “Nos EUA, a conversão digital

está praticamente paralisada”, disse Gelfond, acrescentando que vai exibir o filme em 200 telas Imax. A Imax abriu 46 novos cinemas no mundo no segundo semestre de 2008, uma aceleração em relação aos 30 que ela costumava abrir anualmente, depois de captar US$ 20 milhões em maio do ano passado e garantir outra linha de crédito de US$ 30 milhões. Os estúdios estão concentrando os orçamentos de marketing em uma lista de lançamentos em 3D previstos para este ano, começando com os comerciais em ter-

ceira dimensão do filme “Monsters vs Aliens”, exibidos durante o Super Bowl — a final do campeonato de futebol americano, ocorrida no fim de semana. A Imax está mais tranquila em relação à disposição dos consumidores de pagarem um ingresso 30% mais caro, disse o executivo. Ele observou que a companhia ficou com 14% das bilheterias de “O Dia em que A Terra Parou” nos EUA, com apenas 1% das telas, e cerca de 10% da bilheteria de “Batman — o Cavaleiro das Trevas”, da Warner Bros.

Gelfond afirmou que as perspectivas econômicas “extremamente fracas” vêm levando muitas pessoas a “jogarem a toalha em 2009 e começarem a pensar em 2010”, mas disse que não está preocupado com o corte que os estúdios estão fazendo no números de filme programados. “Os blockbusters ainda estão sendo produzidos e nós nos concentramos nos blockbusters”, disse. Os lucros da Imax “têm muito mais a ver com os filmes do que com a economia”.

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