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VIEIRA, Alberto (1993), A Madeira e os Descobrimentos, in Saudade, Revista Luso-Venezuelana, nº24, (11 paginas, não numerado),
COMO REFERENCIAR ESTE TEXTO: VIEIRA, Alberto (1993), A Madeira e os Descobrimentos, in Saudade, Revista Luso-Venezuelana, nº24, (11 paginas, não numerado), Funchal, CEHA-Biblioteca Digital, disponível em: http://www.madeira-edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/avieira/1993-colombo.pdf, data da visita: / /
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A MADEIRA E OS DESCOBRIMENTOS PROF. DR.ALBERTO VIEIRA A VaIorizaçbda Madeirano coniexto da expansão europeia tem sido muito diversa. A b i s t m i ~ a n a c i o a acml sidera-a um simples episbdio de todo este processo. E, em face da sua posição geogrática, hesita no seu
enquadrarnento, sendo levada, por vezes ao esquecimento. A historiogmbeumpia, ao invés, 1150dúvida em realçar a singularidade do seu prccem nesse contexto. Desde F. Braudel (i949), passando por Piem Chawiu(1955), Fdderic M m (1 %O) e Charles Ver1Xnden (19601, que se firmou esta nova realidade, que s6 na actudidade começa a ter plena aceitaçiro entre nos. Para isso contribuíram a criação do C.E.H.A. 0985) e os t r ê s col6quios internacionais de Histhria da Madeira, j i rea-
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DE PRIMEIRA PEDRA A CENTRO DOS DESCOBRIMENTOS A Madeira, arquipélagoe Ilha,
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afirma-se no processo da expansão empeia pela singularidade do seu protagonimo. Vários são os factores que o propiciaram, no momento de abertura do oceano atlântico, e que fizeram com que ela fosse. no século XV, uma das peçwchave para a afirmação da hegemonia portuguesa no Novo Mundo. A Iiha foi uma encruzilhada de opçdese meiosque iam ao encontroda E m p a em expansão. Além disso ela é cokideradaa primeira pedra do projecto, que lançou Portugal para os anais da História do oceano que abraça o seu l i t d abrupto. A fundamentação de tudo isto estino real protagonismo da Madeira e das suas gentes. A fun- de porta+staodarte do AtlBntico, a Madeira asmiou outras, como 'Lfarol" Atlantico, o guia orientador e apoio para as delongas inçurs6es oeeâoicas. Por -
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navegação lusíada ao longo da cosia ocidentalafricana. Aqui os madeirenses participavam activamente nas viagens ao longo da costa africana, sendoocasomaisevidente a expedição de 1446. Todavia os avanços náuticos e navais, associados a um melhor conhecimento do mano, conduziram, ainda que paulatinamente, a Madeira para uma posição secundária notraçadodasgmndesrotasMcas.
iwlameatodefinidope10oceanofosse quebrado e se mantivesse um permanente contacto com o veiho continente europeu e o Novo Mundo. JA rws alvores do século XV a coroa definira, segundo opinião de Zwara, o Funchal como principal entreposto de escala e apoio h
isso nos dculos que nos antecederam, ela foi um espaçoprivilegiado de comunicaçdes, tendo a seu favor as vias t r a m no oceano que a circunda e as condições económicis internas, propiciadas peIas dims da cana sacarina e vinha. Uma e outra mdições contribuíram para que o
Ao longo dos séculos XVI e XVII as novas e contactos deste rincão com a Europa são resultado da frequência de navegadores, expedicioriistas e mercadores,que escalavam periodicamente o Fwchal, h procura dos seuspreciososprodutos.A chegada de uma embarcação era sempre alvo da curiosidade dos funchalenses:redobrava o movimento no calhau e aafiuência h$ torres altaneiras de algumas casas, conhecidas como avisia-navios.
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a Confenncia do Pmf. Dr. Alberto V i e h
Como corolário desta ambiência a Madeira afirmou uma posição & relevo nas navegações e descobrimentos no Atlântico. O rhpido desenvolvimento da economia, em uníssono com o empenhameato dos principais povoadores em dar continuidade 9. gesta de reconhecimento do Atlantico, reforçaram a posiçb da lihae fizeram avolumaros servi- prestados pelos madeirenses. Aqui surgiu uma nova aristocracia dos &scobrimentos, cumulada & títulos e bememesses pelos serviços prestadosno reconhecimentoda cosia africana, defesa das praças m o quinas, ou nas campanh brasileiras e indicas. No Brasil foi o caso das iniciativas de Francisco de Figueiroa e Jogo Fernandes Vieira na likrtacãodePernambumãojugoholandês, acontecidanabatalhade Guararapesa 19deAbrilde lM8.No fndicoficm célebres Ant6nk Abreu e Jordão de
Frtitas: o priineiro, que passou i Iiidia coin Afoiiso de Alhuquerque, foi capit50 de Malaca (1522). setido tairnbkm dado corno o priineiro ocidental que aportou h costa australiatia; o seguiido foi capitio de Maluco (1533).
A participação madeirense nas possessões portuguesas no norte de hricoi não se resumiu apenas ao apoio humano nas diversas campanhas de defesa das praças - de 1506 a 154 I dos 14 pedidos de sucomo, onze foram feitos a partir da Madeira, -
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O Pmf.Dr. Alberlo Vbira exam no Livro de Ouro uma menmgem significativa
com o bispo D. Marti90 de Portugal e por influência dos Câmaras aque não deveriserdheiaaembaixada de Simão Gonçalves da Câmara a Leão X em 1508 - o Funchai ficou como se& do primeiro arcebispado dos descobrimentos, que se manteve apenas de 1533 a 1539.
AS RIQUEZAS
mas também no provimentode cereais e materiaisde construa para as ãsversas fortificações ai implantadas. Em 1513 Simão Gonçalves socorreu a praça de Azamor com 800 homens, em 20 naviose 1caravela. Marrocos era o l d de e l e i m para os varões e filhos-segundosda aristocracia darem mostras da sua destrezaMlica. Além dissoasdespesas inerentesao m r r o
destas praças foram custeadas com as
receitas dos direitos do açúcar. Foi tambim com os proventos do açúcar madeirense que a coroa assegurou a presença de um bispado nas ilhas de Cabo Verde. O protagonismo madeirense alargou-se também ao religioso. A criaçso em 1514 do bispado do Funchal, o primeiro do espaço atlhtico,
A Madeira,mercê do pioneirismo das formas de povoamento e valorização sbci~conómica,firmou um lugar de relevo no mundo atlântico e galvanizou o empenho das gentes penins u l m e rnediterrânicas.A novidade, aliada ao elevado nível de rendimento dos investimentos produtivos, eis a principal razão do sucesso. Daqui resultou o desvio forçado das rotasmaritimasde modo aque os marinheiros e colonos europeus, espaMospelos quatro cantosdo oceano, pudessem desfrutar dos seus cereais. açúcar e vinho. Os primeiros grãos de trigo lançados i terra produziram em abundância, dando para suprir as carências fnimentárias de Lisboa e das praças africanas. O açúcarcontribuiu para um maior requinte culidrio da aristocracia, além de ter lugar asseguradonas mezinhas.O vinho. por último, foi companheirodos navegadores europeus no périplo oceânico. Tudo isto gerou riquezautilizada, &pois, no melliorainento da3 condições de vida dos madeirenses e no embelezainento da cidade e vilas,
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O Sr. Humbelto Ferreim, Presidente do Comité ~ u t i v o , d4 leitura imensagem do ProE Dr. Albelto Vieira
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com amplas.casas apalaçadas e uma autêntica pdusáo & igrejase capelas. O dinheiro da venda do a~úcar propiciou, ainda, a a f m ç 5 o do fausto de alguns grupos sociais, manifesto no uso & ricas sedas e brocados das melhores oficinas de Bruges, Londres ou Rochela Nos meses de Agosto e Setembro Mos, ou quase todm, vestiam fatos novos, com tecidos recém-chegados h ilha, parair 8 festadoMonte, ao Bom Jesus de PontaDelgada e a Nossa Senhora do Loreto. Entretanto no Funchal ou em Machicooscapitães,com assiduidade, davam mostras da sua opulência atravesdemaniksta~s ludicas-jogos de canas, touradas e saraus musicais - com a presença de muito povo de toda a ilha. Parte sigmficativadesta riqueza acumuladacom a agricultura de mer-
cado estava reservada à coroa: Para isso existiamas instituiçõesrigias que
arrecadavam os direitos e depois faziam a sua distribuição. O capitão, além da fruição directa das suas terras, recebia a décima parte do produto arrecadado. Os restantes
9n0 dos direitos eram gastos peIa coroa de fonna diversa: custearnento daestrutur a institucional e religiosa na ilha, sendo a fatia mais elevada para os caprichos do rei. Esta importância da ilha foi reconhecida desde muito cedo pela
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üeâoma de M a m (Final Arda. Fw. Miranda)
AGOSTO-SETEMBRO- 1993-SAUDADEIIS
coroa m o se pode comprovar pia cartarégiade 27 de Abril de 1497. D. Manueljustifica s p a g e m da situa @o de senboriopma aposss da coroa "porquanto a nossa ilha da Madeira he hua das prineipaes e proveitezas c o ~ q u e m se, resl moadenossas Reynos temos para ajuda, e soportamente do estado real, eencargos de nossos Reytioa.." O açúcar foi nos dados XV e XVI,omotordetudoisso. Primeiroo senhorio e, depois, o &reservavam para si uma poirte significativa do açúcar pmbido. A maior M a era vendida aos mercdom e o -te distribuído como esmolaaosconveritos, misericórdias, príncipe p i a cesns. Assim se toma compreensível a excessiva bondade de D.Manuel, que gastou parte dos réditosdo açúcar nacomhuçkdeigrejasptdaailha (caso mais significativo a Sé) ou em ofertas diversas (a c ~ c e s s i o n a l oferecidahcatedral,6 exemplo disso).
Por muito tempo o açúcar foi a priucipai garantia da sobrevivência do madeireuse,mas também a hesgotável fonte do fausto e opulência. Esta ambiênciacontagioutdm. sem excepção,umavez que t o b beneficiaram, ainda que de forma indirecta. Gaspar Fnituoso em finais do
&culo dezasseis esclamava " a ilha de Madeira. que Deus põe no mar - - oceano ocidental por escala, refúgio, colheitaeremédio dos aavegantes". Nada melhor para definir a real situação da iIha
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O Prof. Dr.Albedo Viera na wmpmhii dos Srs. Huripberh F m i m e João M a 4 Lino Pereim durante a pidicipação na Missa de Acção de Graças na Catedral de Caracas
OS DESCOBRIMENTOS DOS INSULARES: AS TERRAS OCIDENTAIS
Com o reconhecimentodos Açores, nad&cadade trinta, o Ocidente entrou em definitivo na rotina dos navegadores solitáriosque encontraramaí campo livre A sua iniciativa. Madeirenses e açorianos, na segunda metade do &culo XV,deram muito do seu entusiasmo e pecúlio A m a de ilhas miticas, representadas na cartografia ou motivo de diversas lendas. Foi o madeireme Diogo de Teive, quem deu o mote. Ele partiu em 145 1 do Faia1 h busca da ilha das sete Cidades, mas s6encontrou, no regresso, as ilhas de Flores e Corvo. Desde entãosucederam-seouirasexpedi-. Aqui relevam-se osnomesdos madeirenses João Feraandes do Arco (1484), Antdnio Leme (i484), João Afonso do Estreito(I48q) e oprópno filho do capitão do Funchal, Rui GonçaIves da Cimara. A garantia do sucesso da empresa era assegurada pelos testemunhos cadavezmais evidentes da existência de terras a Ocidente e da legitimação ou reconhecimento antecipado do governo das terras a descobrir. CoIombo foi, entre 1477e 1485, um convivahabitual dos madeirenses e, por certo, não ficou alheio a esta entusiástica adesão dos indares h descoberta do mar ocidental. A sua permanênciano Porto Santoe depois na madeira possibilitou-ihe um conhecimento das técnicas de navegação usadas pelosprhgueses e abriu-lhe asportas aos segredos, guardados na mem6ria dos marinheiros, sobre a existência das terras ocidentais. A presença do navegador está defrnida em dois momentos. Primeiro como mercador & açúcar a satisfazer a encomenda de 2000 arrobas de açúcar para Ludovico Centurione em Génova. Depois, no regresso de% ta missão comercial, jh casado com Filipa de Moniz, f i h de Bartolomeu Perestre10,também ele de ascendência italiana, @tão do Porto Santo. De
acordo com Frei Bartolomé de Las com as gentes das illias. Referem Casas, depois do casamento foram mesmo que ele teria recebido da viver na Madeira e Porto Santo,onde sogra "escritos e cartas de manasceu o fi1huDiogo. Gaspw Fnitu~so, rear". Não sabemosonde elateria ido em finais do século XVI, refere, ao buscar tãopreciososdwwnios, una contrário, que casou na Madeira e lá vez que não est8 documentado que viveu de fazer cartas de marear. O o falecido marido tenha sido navegatestemunho mais evidente desta fador. miliaridade esta patente na fonna como Bartolomé de Las Casas, refere a sua passagem pelo Funchal em 10 de Junho de 1498. LAS MADERAS MAS FINAS Todo o acolhimento é dado PARA TODO GENERO como resultado DE TRABAJOS de "ser aPí muy
ASERRADERO TUMORONAY c.a.
conocido, que fue vecino de ella
ESPECMLATENCION PARA LA COMUNIDAD PORTUGUESA
en aigiro tiempoY'. Frei Bartolomé de Las Casas e Femando Colomh exaltam o casamento com Filipa de Moniz. filha do capitão do d o d o do Porto Santo, por lhe ter facilitado o acesso a importantes inforrnações e o convívio
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O h f . Dr. Aiberlo Vieira cumprimenta o Revdo. Pe. Alexnndre Mendonça, na presença do Revdo. Pe. A m l i m de Swsa
MODELO
DA EXPANSÃO
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Colombo, aquando da sua perm ê n c i a na Madeira e Porto Santo, ouviu hist6rias e relatos dos marinheiros e aventureiros do mar, teve acessoaprovas matenaisdaexistGncia das terras midentais legadas pelas correntes marítimas. U m destes vestígios foi a castanha do mar, mais popularmente conhecida como "fava de Colombo".
O navegador saiu do arquipélago com plano da sua viagem jl estabeIecido e com a fume certeza de que algo de novo -ria encontrar a Ocidente, capaz de ajustificar.Por isso a Madeira está indissociavelmente, ligada m projecto que Colombo apresentou em 1485 aomonarca português e, depois, aos reis cat6licos.
Licoreria
A par disso a Madeira surge, nos dvores do século XV, como a primeira experiênciade ocupação em que se ensaiaram p d u t o s , técnicase estruturas institucionais. Tudo isto foi depois, utilizado, em larga escaia, noutras ilhas e no litoral africano e americano. O arquipélago foi, assim, o centro de divergência dos suportes da nova sociedade e economia do mundo atrântico: primeiro os Açores, depois os demais arquipélagos e regibes costeiras onde os portugueses apartaram. O sistema institucional madeirense apresentava uma estrutura peculiar, definidapelas capitanias.Foi a 8 de Maio de 1440 que o Infante D. Henrique lançou a base da nova estrutura ao conceder a Tristãlo Vaz a carta de capitão de Machico.Ele ficou a representar o Infante na parte da ilha que lhe fora atribuída, governand+a de acordo com as atribuições exaradas na carta. A partir daqui ficou definido o sistema institucional que deu corpo ao governo português no Atlântico insular e brasileiro. Sem diivida o facto mais significativo desta estrutura institucional deriva de a Madeirater servido de modelo referencial para o seu delineameiito no espaço atiântico. O monarca insiste, nas cartas de doação & capitanias posteriores,na fidelidade ao sistema traçado para a Madeira. Assim o comprovam identicas cartas concedidas aos novos capitães das
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ilhas dos Awres e Cabo Verde. Estatranspwição institucional foi tamurn extensiva h estruturamunicipal e da Fazenda Real: nos Açores vingaramos regimentos municipais, do almoxarifado e da pmvecb ria da fazenda, enquanto no Brasil hh noticia da cópia do Úitimo. Aliás o monarca, para além da recomenda& do treslado de respectivo regimento, ordenara& autoridadesbrasileiras que, nos casos omissos, se guiassem pelo exemplomadeirense.Por issoaMadeira firmou-se, nos séculos XV e XVI, como o principal fundamento do corpus legislativo da nova estrutura institucionaique legitimouarealidade atlântica. TamMmos castelhanosvieram allhabeber alguns ensinamentos para a sua acção instituciod no Atiântico, como se depreende do desejo manifestado em 15 18 pelas autoridades antilhanas em resolver a dificil situação das ilhas de Curaçau, Aruba e La Margarita com o recurso ao m d e 10 madeirense de povoamento. Isto prova, mais uma vez, a presença rn* delar da ilha no contexto da expansão ewopeia e demonstra o interesse que ela assumiu para a Europa. João de Me10 da Carnara, irmão do capitão daulha de S. Miguel, resumia em 1532 de uma f o m perspicaz esse protagonisrno madeirerise no espaço atlântico. Segundoele a sua família era portadora de uma longa e vasta experiência "porque a ilha da Madeira meu bisav8 a povoou, e meu av8 a de SHo Miguel, e meu tio a de São Tomé, e com muito trabalho, e todas do feito que ve...". Isso dava-lhe o alento necessário e abriaihe perspectivas para a sua iniciativa no Brasil. Ele reclamava o seu ancestral Rui Gonçaives da Câmara que em 1474 comprara a ilha de S. Miguel, dando inicio ao seu verdadeiro povoamento. A S. Tomt,refere-nos o piloto anónimo em 1554 que &varo Caminha conduziugentes habilitadas para o aproveitamento econdmicodo espaço que acabara de recehr. A
mesma percepção surge em Gilberto
Freire que em 1952 não hesita em afumar o seguinte: - A irmã mais velha do Brasil é o que foi verdadeiramenter Madeira. E irmã que se estremou em termos de mãe para com a terra b8rbara que as artes doa seus homens... concorreram para transformar rápida e solidamente em nova lusitania". Na verdade tudo o concretizado
em termos do mundo atlântico português teve por matriz o sucedido na Madeira. A Madeira foi ao nivel social, politico e económico, o ponto de partida para o "mundo que o portuguSs criou. nos trópicos. Neste contexto é sumamente importante o conlieciinento do sucedido na Madeira quando pretendeinos estudar e compren'der essas outras situações.
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Por tudo isto é legitimo concluirque aMadeira foi a mola propulsora da nova realidade remanescente da aventura marítima quatrocentista dos portugueses, que hoje se recorda com a adequada pompa e circunsiância. A referência ao arquipélago madeirense é assim indis pensável nesta Última década do s6cul0, marco importante das comemorações dos descobrimentos e expansão europeia. Mas não e isso que tem sido feito quer pela historiografm,quer pelas entidadesnacionais que superintendem ss comemorações dos descobrimentos.
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Comunidades Madeirenses começaram precisamente com a celebração &Eucaristia em acção de graças por todos os benefícios recebidos do Criador. Foi presidida pelo Revdo. Pe. Alexandre Mendonça, Paroco da Missão Católica Portuguesa, e coadjuvado pelo Revdo. Pe. Armelim de Sousa Andrade, dois filhos da Madeira que, na Venezuela se consagaram ao sacerdócio. Foram usados os mesmo textos que há 574 anos cantaram os frades franciscanos que, na baiade Machico entoaram a mesma Acção de Graças, no dia 2 de Julho, festa litúrgica da Visitação de
Nossa Senhora a sua prima, Santa Isabel. O Coro esteve a cargo do Orfeão Lusiada, di ' rigido pelo Prof. Manuel da Gama, também nosso ilustre Director, que cantou as partituras próprias da liturgia, executou os Hinos da Madeira, de Portugal e da Venezuela, e ainda o Hino a Nossa Senhora do Monte, Padroeira da Madeira, uma melodia antiqui ssima, adaptada a circunstancia. OsmembrosdaComissão e aindamuitos amigos da Madeira fizeram-se presentes na Catedral de Caracas, para participaremnesta Eucaristia de Acção de Graças.