1989-colombomadeira

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VIEIRA, Alberto (1989) "Colombo e a Madeira, tradição e História", in Islenha, nº 5, Funchal, pp.35-45,

COMO REFERENCIAR ESTE TEXTO: VIEIRA, Alberto (1989): "Colombo e a Madeira, tradição e História", in Islenha, nº 5, Funchal, pp.35-45, Funchal, CEHA-Biblioteca Digital, disponível em: http://www.madeiraedu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/avieira/1989-colombomadeira.pdf, data da visita: / /

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1. As ilhas da Madeira e Porto Santo emergem na alvorada do século XV como os principais pilares da nova sociedade atlântica, aberta à Europa pelos portugueses. Aqui se deram os primeiros passos na construção do Novo Mundo e daqui sairam as emanações econômico-institucionais que materializaram essa nova realidade. O arquipélago encontra-se assim inegavelmente ligado aos iniciais eventos da gesta descobridora e expansionista dos europeus durante os séculos XV e XVI. Esse activo protagonismo dos madeirenses e da sua ilha não se resume apenas à intervenção portuguesa pois alarga-se à gesta colombiana de 1492, uma vez que foi aqui que esse sonho se tornou realidade. A Madeira apresentava-se, em meados do século XV, como a principal encruzilhada do Atlântico, cobiçada por mercadores, marinheiros e aventureiros. Dessa posição charneira resultou o activo intervencionismo dos madeirenses nas campanhas bélicas de Marrocos, nas viagens de exploração e descoberta ao longo da costa africana ou para ocidente. Esta última vertente, de iniciativa marcadamente particular, emerge a partir da década de trinta mercê do reconhecimento de algumas ilhas do arquipélago açoriano. A partir da Terceira ou mesmo do Funchal, organizaram-se expedições à procura das terras ocidentais, tão insistentemente lembradas nas lendas e cartografia; parte de importantes fortunas madeirenses, acumuladas com a cultura e comércio do açúcar, foram investidas nessa aventura ocidental. Da área da Calheta, onde existiam grandes extensões de canaviais, surgiram os mais destacados marinheiros e empresários dessa gesta, como João Afonso do Estreito e Fernão Domingues do Arco (1). A estes se juntaram Oiogo de Teive, Antônio Leme e Rui Gonçalves da Câmara. Todavia dessa aventura pouco lucraram os madeirenses, pois. apenas se sabe que Oiogo de Teive no regresso de uma dessas expedições teria descoberto em 1452 as Ilhas de Flores e Corvo (2). A par dessa azáfama descobridora, que inflamava os espíritos dos nossos avoengos, o Funchal, ainda vila, ganhava um movimento desusado com o comércio do açúcar. Aí, junto do calhau, entrecruzavam-se mercadores e marinheiros, sob o olhar atento do íncola; enquanto aos primeiros interessava a troca favorável das suas manufacturas pelo tão cobiçado ouro branco, para os segundos o seu real interesse era divulgar e testemunhar a nova realidade que emergia nas plagas africanas e ocidentais. Perante este evidente progresso o acanhado burgo que se estendia entre Santa Maria de Cima e Santa Maria de Baixo tem necessidade de se alargar, dando a um novo espaço para estas gentes. Deste modo a par do tradicional burgo aristocrático e oficinal erguese outro para albergar os mercadores e forasteiros, que se estende entre as ribeiras que recortam o vale. A partir da década de sessenta surge a Rua dos Mercadore~, que compreende parte da actual Rua da Alfândega, como o principal arruamento de comércio da vila e de fixação dos estrangeiros, nomeadamente genoveses, que começam a aparecer na ilha. É o início da transmutação do Funchal que terá a sua afirmação plena em 1485 com a definição manuelina do plano urbanístico, assente na Sé, Alfândega e Paços do Concelho, que dará corpo à futura cidade.

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1. The islands of Madeira and Porto Santo come out in the dawning of the XV century as the main pillars of the new atlantic society, opened to Europe by the portuguese. Here the steps on the construction of the New World were given and hence came out the economic-institutional emanations that materialized this new reality. The archipelago is, therefore, undeniably linked to the incipient events of the european discover and expansionist gest during the XV and XVI centuries. This active protagonism by madeirans is not restricted only to the portuguese intervention as it spreads to the 1492 colombian gest, for it was here that this dream came true. Madeira was, in the middle XV century, the main crossroads in the Atlantic, coveted by merchants, sailors and adventurers. From this joint position, derived the active madeiran interventionism on the Morocco war campaigns, explorative voyages of discovery along the african coast or towards the occident. This last aspect, of a definitely private standing, emerges after the third decade thanks to the recognition of some islands on the Azores archipelago. Starting from Terceira and even Funchal, expeditions were organized searching for the western lands so constantly present both in legends as on cartography; on this western adventure was invested part of important madeiran fortunes, put together through the culture and commerce of sugar. From the Calheta area, where great extensions of sugar cane existed, came forth the most outstanding sailors and entrepreneurs of this gest, such as João Afonso do Estreito and Fernão Oomingues do Arco (1). To these were associated Diogo de Teive, Antônio Leme and Rui Gonçalves da Câmara. However, madeirans took littie profit from this adventure, as we only know that Diogo de Teive, on his return from one of these expeditions, supposedly discovered the Flores and Corvo islands in 1452 (2). Besides this bustle of discovery that inflamed our forebearers' hearts, Funchal, still a small town, was gaining an unaccostumed movement with the sugar trade. There, on the beach, merchants came across sailors under the inhabitants' attentive eyes; while the first were interested on the favourable trade of their products for the coveted white gold, for the second, their real interest lay in divulging and testifying the new reality emerging from african and western regions. Before this obvious progress, the close borough extending between Santa Maria de Cima and Santa Maria de Baixo, must grow, offering a new space to these people. This way, besides the traditional aristocratic and officinal town, is raised another one to shelter merchants and outsiders, spreading amongst the brookes that outline the valley. From the sixties decade onward, we have the Rua dos Mercadores, that includes part of the actual Rua da Alfândega, as the main business street in the town as well as settlement for foreigners, namely genoese, that are showing up in the island. This is the beginning of the transformation of Funchal that will reach its peak in 1485 with the manuelin definition of urbanistic planning, based on the Sé, Alfândega and Paços do Concelho that will structure the future town. It is in this environment that Columbus will first make contact with the island, where he arrived in 1479, lured by the sugar trade (3). The dazzling beauties of this country, the socializing with its

Em cima: A desaparecida casa do iiarnengo João Esmeralda, tradicionalmente conhecida por Casa de Colombo. À esquerda:Porta gótica que se abria para o pátio interior. Em baixo: interior da casa de João Esmeraido.

É nesta ambiência que Colombo irá encontrar-se pela primeira vez com a ilha, quando aí aportou em 1479, atraído pelo comercio do açúcar (3). O deslumbramento pelas belezas deste rincAo, o convívio com as suas gentes impelem-no para um relacionamento mais estreito através do enlace matrimonial com uma donzela de uma importante família do Porto Santo e Machico. Esta foi aliás a estratégia comum a todos os italianos que cá se fixaram. Do seu convivio na ilha com as suas gentes, da sua demorada estância na mesma e no Porto Santo, após o casamento e mesmo da sua apoteotica recepção em 1498 pouco se sabe, pois dos presentes apenas o seu protagonista guardou a saudosa recordação desses momentos, dando dela notícia aos seus biografos; na documentação, madeirense não ficou rastro dessa empolgante presença, apenas a memória da tradição oral acolheu e perpetuou esse feito (4). 2. A penúria documental aliada as controversas versões, insistentemente afirmadas pela tradição, abriram caminho a fértil imaginação dos eruditos oitocentistas, que inflamados pelas comemorações de 1892 se lançaram ao assalto da sua biografia, recuperando a pouca informação disponivel e recheando-a de novos factos resultantes da sua imaginação criadora (5). Assim ao Cristóvão Colombo genoves vêm juntar-se outros de nacionalidade portuguesa ou castelhana. Essa moda da historiografia colombiana prolongou-se até a presente centuria e teima regressar ao convívio dos eruditos e opinião pública, em face da proximidade do quinto centenário. Aí também havia lugar para um Colombo madeirense, relacionado com a família de João Gonçalves Zarco, um dos principais obreiros do reconhecimento e ocupaçáo da Madeira (6). De acordo com a opinião de Pestana Júnior, expressa em 1928 (71,o verdadeiro nome de Colornbo era Simam Palha, filho ilegítimo do Infante D. Fernando e de uma neta de João Gonçalves Zarco; posiçáo reafirmada recentemente em livro publicado por Mascarenhas Barreto (8), onde o mesmo surge com o nome de Salvador Fernandes Zarco. Esse apeio insistente a imaginação dos eruditos resulta do facto de se saber pouco ou quase nada sobre a vida deste almirante ate ao início da primeira viagem em 1492. 0 s seus principais cronistas, Frei Bartolome de Las Casas (9) e o filho Fernando Colombo (10), pouco nos dizem a esse respeito e por vezes esse pouco contribui para confundir o leitor atento. Deste modo S. Eliot Morison (1 1) exclamava em 1945 que tudo B assim conjectura1 nestes corneços da vida do grande navegador. Também a sua ligação ao nosso arquipblago não está totalmente esclarecida e não será possível avançar-se mais devido à penúria de documentaçao madeirense para o século XV. Aqui impera de igual modo a tradiçao e a pouco infomaç&o respigada pelos seus cronistas a que se poderá juntar as rnúltiplas interpretaçbes remanescentes do sbculo passado e presente. Foram os ingleses os primeiros a divulgar, na sua literatura turística (12), a vinculaçao da Madeira à fase inicial da vida de Colombo, afirmando-se em alguns desses textos que o mesmo navegador teria vindo a ilha tambdm a prwura dos efeitos teraphuticos dos seus ares (13). Todavia na

people, lead him towrds a ctoser mnection thraugh rnarriago to a maiden, issued from an important Porto Santo and Machico family. This was, moreover, the cornrnan strategy to all Italian sttlers. There is little we know from his socializing with the lacãls, his tenghy stay in lhe island and in Porto Santo afisr his marriage, and evan h i apotheotic recepfion in 1498, for these facts were only rernernbered by Colurnbus himself and from his memory did he give nofice ta his biographers; in madeiran archives Zhere is no trace af this exciting presente, only the rnemofy pf oral tradition kept and perpetualed that fact (4).

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2. The dwumentay scarcity together with antaganistical verçions, repeatedty affirmed by tradition, lefi ara open road to XVIII century scholar's fertite imaginations who, excited with the 1892 commemorations, seized his biography, retrieving the little available infomiation and cramming it with new facts out of their own creative invention (5).And soj to the genaese Christophw Columbus, are added others of pcrituguese or castillian iririiin. This fashion on Cotumbian historiography lasted until this century and stubbornly returns to live together with both scholars and public apinion on the proximities of the 5th centennary, Then there was also place for a rnadeiran Columbus, related fo Jogo Gonçalves Zarco's family, one of the main responsibles for the exploration and ocupation of Madeira (6J.According ta Pestana Jú. nior's opinion, expressed in 1928 (71, Columbus' trub name would be 8man Palha, the illegitirnate son of the Infante D. Fernando and João GPnçalwes Zarcu's grand-daughtar; this opinion was recently reaffirmed in a book by Mascarenhas Barneto (8) where the same Calumbus appears with the name Salvador Fernandeç Zarco. The constant cal1 upon sehalarly irnaginatmns de, . rives from the fact that we know so little, practicaily nothing of this admiral's life up to the beglnníng of his first voyage in 1492. His main chroniclers, Frei Bartol0m4 de Las Casas (9) and hls own son Fernando Colombo (10).tell us littls on that subject and what they say contributes sometimes to confuse the atrentive reader. In 1945, S. Eliot Morison (11) said that, this way a11 is pure conjecture in these first s t q s bf fhe great nacrigator's life. Also, hiç wnnection to our archipelago Ís not completely clarmed and it will not be possible to search any further due to lack of XV century madei. ran documentation. Here too, tradition is foremost ; and the little inf0rmation gleanecl by his chroniclers to which we may add lhe mmifold remaining interpretations fram the XIX and XX centuries. The english . were the fint ta ever rnention the connectiorr , : ktween Madeira and Cdumbus' early years in their . tourist literature (12), saying in some of those texts , . that the same navigator had also come to the isIand,_. to loak for tha therapeutic effects of its climate (13). However, this fact, from the rnadeiran point of view, had no real significanm as the dernolition, on 5th February 1877 (14) of Joao Esmeraldo'ç house, where . supposwJly Columbuç slept, testifies, and the lime interest in face of the 1892 cornmemofati0ns. Just one year afkr the destruction of tha said buildina known as Columbus' h~use,Alvaro RcKlrigues de .. Azevedo (151, m e af the responsibles for madeiiam , '

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Caseque, segundo a tradicao, serviu'de moradia a Colombo, Parto Santo. Perestreltos tographos, anos 60.

vivência do rnadeirense esse era um facto sem qualquer significado, como o atestam a demolição a 5 de Fevereiro de 1877 (14) da casa de João Esrneraldo, onde segundo a tradição teria pernoitado Colombo, e o pouco ou nenhum interesse manifestado em face das comemorações de 1892. Apenas um ano ap6s a destruição do refe!ido edifício, conhecido como a casa de Colornbo, Alvaro Rodrigues de Azevedo (151, um dos principais obreiros da historiografia madeirense, publicava um breve estudo a abonar a favor da vinculaçáo da referida casa com o referido Almirante, posição essa reforçada em 1892 por Agostinho de Ornetas (16). Entretanto para o Porto Santo a primeira afirmação vinculativa daquela ilha ao ilustre navegador é apresentada no epílogo dos Anais do Município, redactados em 1850 pela comissáo para o efeito nomeada. A i se refere o seguinte: Foi também nesta iiha que residiu por alguns anos o grande Cristbvão Colombo, genovêz o qual na dita ilha, contrahindo matrimónio com D. Filipa filha do mencionado Bartholomeu Perestrello primeiro donatário e herdando de seu mesmo sogro os seus manuscriptos e de outros navegadores portuguezes deiies tirou Colombo os princípios para a grande descobefla do novo Mundo que tanto imortalizou seu nome nos pastos da História moderna ( f 7). As comemorações oficiais de 1892, realizadas em Chicago e em Sevilha reafirmaram a posição das ilhas da Madeira e Porto Santo na gesta de Colombo e tornaram irrefutáveis os locais onde pernoitou o navegador em arnbas as ilhas, inscrevendo-as em letras douradas nos anais colombianos. Na ilha esse acontecimento ficou esquecido, resumindo-se o em-

historiography, published a brief study in favour of the connection between that house and the Admiral, this position being reinforced in 1892 by Agostinho de Ornelas (16). However, where it regards Porto Santo, the first connection of this island to the ilustrious navigator iç presented on the epilogue of the Municipal Annals, edited in 1850 by a commission appointed to this effect. There the following is registered: Alço in this island resided for a few years the great Christopher Colurnbus, genoese, who in the same isiand, fhrough marriage to D. Filipa daughter of the refered Bartolomeu Perestrelo first donatory and inheriting his father-in-law's and other portuguese navígator's manuscripts from where Colurnbus took the fundamental~for the great discovery of the new world that rendered- his name imrnortal to the sources of modern History { 17). The official 1892 commemorations in Chicago and Seville reafirmed the positions of both Madeira and Porto Santo in Colurnbus' gest and made irrefutable the places where Columbus slept in both islands, inscribing them with gold letters on the Columbian annals. This event was neglected in the island, the only interest shown by lhe authorities being the traditional congratulatory telegrams (I 8). The main local morning-paper - Diário de Notícias became aware of this event only on 16th October (19) devoting then its first page to the navigator, making however no reference to his stay in Madeira. Nevertheless, the impact of this fact on the rnadeiran cultural panorama was quite positive, motivating a greater diligente from scholars and historiographers for the following decades. In this way the connection

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Casa Cristovio Colombo, Porto Santo A p t o 1 989.

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penho aas autoridaaes aos tradicionais telegramas de felicitaçóes (18). O principal matutino local - o Diário de Noticias - so se apercebeu do ac'ontecimento no dia 16 de Outubro (19),tendo dedicado a sua primeira página ao navegador, sem qualquer refergncia a sua estadia na Madeira. Todavia o impacto desta efembride no panorama cultural madeirense foi positivo, motivando nas decadas seguintes um maior empenhamento dos eruditos e historiadores. Deste m d o a vinculação da gesta colombiana às ilhas da Madeira e Porto Santo tornou-se uma realidade no arquipélago. Como coroIário de tudo isso temos a abertura das páginas do Heraido da Madeira (20) a essa ternática. J. Reis Gomes reuniu os factos e informaçóes disponíveis e deu corpo a um romance histórico - A filha de Tristão das Damas (21) -, donde extraiu uma peça teatral - Guiomar Teixeira - representada em 1913. Foi precisamente na altura da referida representaçao que o Visconde de Meireles (22),então de visita a Madeira, defendeu a necessidade de reedificaçao da casa de João Esrneraldo, apontada pela tradição como a moradia de Colombo na Madeira. As décadas seguintes foram marcadas por uma forte produção literária colombiana; primeiro pela defesa da nacionalidade portuguesa do navegador, iniciada em 1927 com os estudos de Patrocínio Ribeiro e Santos Ferreira (23) e, depois o devotado empenho de eruditos e historiadores como Fernando Augusto da Silva (24), Manuel C. Zagalo (25),Eduardo C.N. Pereira (26) que aciararam essa questão em trabalhos publicados. Essa insistente valorização da Madeira e Porto Santo na gesta de Colombo cativou a atenção de muitos madeirenses, sendo de destacar a iniciativa do bibliófilo Mário Barbeito de Vasconcelos, que reuniu uma importante colecçao de livros e ilustrações alusivos a essa temática (27). 3. A presença de Colombo na Madeira foi assim resultado do seu empenho no comércio do açiicar e depois do seu relacionamento matrimonial com Filipa de Moniz Perestrelo. E no Verão de 1478 ou 1479 que este surge no Funchal como enviado de Paolo di Negro, representante do mercador genovês Ludovico Centurione, para comprar 2400 arrobas de açúcar e entregá-las em Gbnova. Nessa data a vila do

between the columbian gest and the islands of Madeira and Porto Santo became a reality in the archipelago. As a corollary to all this we have the opening of the Heraldo da Madeira to this thematic (20).J. Reis Gomes brought together facts and available informations so as to write a historical novel - A Filha de Tristão das Damas (21) whence he extracted a piay - Guiomar Teixeira - played in 1913. It was at this time precisely that the visiting Visconde Meireles (22)-sustained the necessity of rebuilding Joao Esmeraldo's house, traditionally rnarked as Columbus' residence in Madeira. The following decades were distinctive for a strong Colombian literary production; Patrocínio Ribeiro and Santos Ferreira (23) in 1927, defending the navigator's alleged portuguese nationality and then the earnestness of severa1 scholars and historiographers, such as Fernando Augusto da Silva (24) Manuel C. Zagalo (25) Eduardo C.N. Pereira (26) who clarified this question in their published work. The persistent increase in value of Madeira and Porto Santo in the colombian gest held the attention of many madeirans and we rnust enhance the bibliophilist Mário Barbeito de Vasconcelos' initialive in assembling an important collection of bwks and illustrations under this thernatic (27). 3. Columbus' presence in Madeira was then due to his interest on the sugar trade and afier, to his marriage to Filipa Moniz Perestrelo. In the summer of 1478 or 1479, Columbus arrives in Funchal as an envoyee of Paolo di Negro, representing the genoese merchant Ludovico Centurione, to buy 2.400 uarm basa of sugar and deliver them to Genoa. At the time, Funchal was an important commercial port, visited by countless merchants that lodged in the many available planked houses on the Rua dos Mercadores. There his fetlow countrymen, Baptiçta Lomelini, Francisco Calvo and Micer Leão were staying, all of them devoted to lhe sugar trade. A detay in the remiitance, by Paolo di Negro, of the f 290 ducats necessary to the purchase of the sugar was the reason for his prolonged stay in the island and, at last, he was forced to leave with only the correspondent to 103 ducats of sugar which was the only money he had received. As a result of this, once in Genoa, he had to testify before an official the

um importante ancoradouro de comérpor inúmeros mercadores, que se alojaX :&versas casas sobradas disponiveis na ?Mwcadores.A i estavam os seus compatrl$sta Lornelini, Francisoo Calvo e Micer @-Todos eles empenhados no comércio do açú0 atraso na entrega por parte de Paolo di Negro -i290 ducados necessáirios à compra do açúcar 5 ' b u ao prolongamento da sua estância na ilha, :: vendo-se por fim obrigado a partir apenas com o aqúcar equivalente aos 103 ducados que recebera. Daí resuitou que A sua chegada a GBnova teve que depor junto do notgrio sobre a razão do nao cumprimento do contrato. E e desse depoimento que sabemos da sua presença na Madeira nessa data (28). Nessa época o mercado e os mercadores itatianos afirmavam-se como os principais interessados no combrcio do açúcar madeirense, recebendo as cidades de Génova, Porto Liorne, Roma e Venera mais de cinquenta por cento do açúcar saido do Funchal, enquanto os mercadores da mesma nacionalidade controlavam mais de setenta e oito por cento das transacções desse produto (29). Ter6 sido após o seu regresso a Lisboa, em Agosto de 1479 que, segundo Frei Bartolomé de ias Casas (30),Colombo se consorciou com Fitipa Moniz, recolhida num convento em Santos. Todavia os cronistas Francisco Lopez de Gomara (1552) e Frei Juan de La Vitória dão conta da realizaçao desse acto na Madeira, o que levou alguns eruditos madeirenses a apontar Machico como sitio mais provável da sua realização, uma vez que esta residia aí com a sua mãe em casa de seus pais (31 ). Para o seu principal bihrafo, Frei Bartolomé de

reasons for not fulfilling the terms of his contract. And it is through this testimony that we know of his presente in Madeira at the time (28). The italian market and merchants asserted thernselves as the rnost interested parties in the madeiran sugar trade as the towns of Genoa,Porto Liorne, Rome and Venice irnported over fifty per cent of the sugar leaving Funchal, while their merchants controlled more than seventy eigh per cent of the transactions on that produci (29). According to Frei Bartolomé de Las Casas (30) it was only after his return to Lisbon that Columbus married Filipa Moniz, retired at a convent in Santos. However, the chroniclers Francisco Lopez de Gomara (1552) and Frei Juan de La Vitória say this rnarriage occured in Madeira, some madeiran scholars going as far as to p i n t Machico as the likeliest place for its occurence, as the Iady resided there with her mother, in her parent's house (31). In his main biographer's opinion, Frei Bartolome de Las Casas, it was only after his marriage in Lisbon that he carne to live in Porto Santo, where the only son, out of this union, Diogo (32) was born in 1480. But Porto Santo did not hold his interest for very long, for the climate together with the constant threat of pirate attacks leâ him to seitle in Madeira, either in Funchal or in Machico, where he stayed until his return to Lisbon in 1484. There, both in Funchal or in Machim he could meet with his oountrymen and closely watch the portuguese maritime bustle. It is precisely in 1480 that the madeiran History annals report Joáo Esmeraido's presence in the island, who according to tradition was part of Columbus' circle of friends in Funchal, thus enabling him to

Janela geminada da desaparewa casa do flarnengo João Esmeralda. Na cartela modsiada docapite1 do mlunelo central ha m a iegenda incisa: -JHS 1494 Maria.. Quinta da Palmeira. FuncRal. 6 Junho 1933.

Las Casas, só após o seu casamento em Lisboa veio, primeiro a residir no Porto Santo onde teria nascido em 1480 Diogo, o único filho deste enlace (32). Mas o Porto Santo não cativou por muito tempo a sua atenção, pois as condições climáticas associadas à insegurança resultante dos assaltos dos corsários levaram-no a fixar morada na Madeira, no Funchal ou em Machico, onde permaneceu até ao seu regresso a Lisboa em 1484. Aí, quer no Funchal, quer em Machico podia conviver com os seus compatrícios e acompanhar de perto a azáfama marítima dos portugueses. É precisamente em 1480 que os anais da História madeirense dão conta da presença na ilha de João Esmeraldo, que segundo a tradição pertenceu ao convívio de Colombo no Funchal, pelo que teria pernoitado na sua casa à Rua que teve o nome deste ilustre mercador e proprietário. Todavia estudos recentes (33) apontam que a referida casa só ficou concluída em 1495 pelo que o almirante só deveria ter estado nessa casa apenas em 1498, aquando da sua terceira viagem. Mas a presença de outros mercadores italianos como ele, deverá ter propiciado a estância em diversas localidades do Funchal e Machico, onde estes residiam. Daí talvez haver quem aponte a casa de Colombo no Socorro ou na actual Rua do Carmo (34). Mas o importante desta curta estadia de Colombo no Funchal não são as moradias que frequentou e pernoitou mas antes o convívio diário com as gentes do mar no calhau de Machico ou Funchal, aí teve oportunidade de recolher múltiplas informações sobre novas descobertas no oceano que o ajudaram na preparação do seu ambicioso plano de traçar o caminho marítimo para a índia pelo Ocidente. Bartolomé de Ias Casas refere que foi vontade de Deus levar-lhe a mulher, porque convinha ao seu projecto (35). E realmente assim sucedeu, pois daí resultou o convívio directo com as gentes do mar, a possibilidade de a partir do Funchal participar numa das expedições realizadas à costa da Guiné e acima de tudo o acesso ao arquivo pessoal de Bartolomeu Perestrelo, que no entender do cronista estava recheado de mapas e relatos de viagens, não obstante este não ser apontado com um dos marinheiros dessa aventura portuguesa no Atlântico. A ilha e as suas gentes abriram-lhe as portas do novo continente e deram-lhe o necessário alento para levar avante esse projecto. Os madeirenses, como João Afonso do Estreito, António Leme, que se embrenharam nessa aventura descobridora do Ocidente transmitiram-lhe os necessários conhecimentos e alento para essa empresa. Também o cunhado Pedro Correia, então capitão do donatário na ilha Graciosa, lhe trouxe novas dessas terras. Estas e mais informações recolhidas de pilotos anónimos, aliadas à tradição cartográfica, à lendária medieval e afirmação categórica das cartas de Toscanelli enformaram o seu plano. E só assim aquilo que se apresentava como uma miragem se tornou realidade, confirmada pela viagem de 1492. Daí que Colombo tivesse uma dívida com o arquipélago, saldada em 1498, aquando da sua terceira viagem; fez escala no Porto Santo e na Madeira, tendo-se demorado alguns dias nesta última ilha para poder agradecer aos amigos e informadores, contando-lhes novas das terras ora descobertas. Para o Funchal essa

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lodge at the house on the street that bore the name 01 the illustrious merchant and proprietary. Nevertheless, recent studies (33) refer that the said house was not finished before 1495 and so the Admiral could only have stayed there in 1498 at the time of his third voyage. But the presence of other italian merchants like himself, must have favoured the dwelling in several places both in Funchal and in Machico, where these resided. This being probably the reason why some hint at his house being in Socorro or in the actual Rua do Carmo (34). But the most important in Columbus' short stay in Funchal are not his several dwellings but his daily socializing with the sea people in Machico or Funchal's beaches, where he had the opportunity to gather numerous informations on oceanic findings that helped him to prepare his ambitious plan of tracing the western maritime route to India. Bartolomé de Las Casas refers that it was God's will to take his wife away, as this was convenient to his project (35). And so it happened, lor this was the reason 01 his getting together with the sea people, the possibility of, Irom Funchal, participating in one of the expeditions to the Guinea coast and, above ali, gaining access to Bartolomeu Perestrelo's personal archive that, in the chronicler's opinion, was rich in maps and travei accounts, even il he was never pointed out as one 01 the sailors in that portuguese Atlantic adventure. The island and its people opened the gates to the new continent and encouraged him to go forward with his project. Madeirans like João Afonso do Estreito, António Leme, that delved in the western adventure 01 discovery, conveyed to him the requisite knowledge and encouragement for this enterprise. Also the brother-in-Iaw, Pedro Correia, at the time Captain Donatory on the Graciosa island, brought him news 01 those lands. These and more informations Irom anonymous pilots, together with cartographic tradition, medieval legendary and the categorical alirmation on Toscanelli's charts, developed his plan. And only then, what seemed to be a mirage became reality, conlirmed by the 1492 voyage. That is why Columbus was in debt to the archipelago, this debt being settled in 1498 at the time 01 his third voyage; he touched at Porto Santo and Madeira and he stayed lor a lew . days in this island to thank his Iriends and inlormers, relating to them the news on those newly lound lands. In Funchal, the Admiral's arrival on 10th June was motive lor leasting as Bartolomé de Las Casas relers: Le fué hecho muy buen recibimiento y mucha fiesta por ser alli muy conocido, que fué vecino de ella en algún tiempo (36). (He was given very good welcome and much leasting as he was well known there, who there resided lor some time). .

4. This leastive atmosphere that marked Columbus' passage at the time of his third voyage to the Antilles will be repeated in the next few years with the coming 01 the 1992 ephemeride, so as to remind the madeirans and the world the madeiran historical past liliation to that gest. On the other hand, this will be the best way to reciprocate the navigator and to erase our ancestors' lorgetfulness at the time 01 the lourth centennary. The initiatives under way and the opening to the public of a museum at the site where,

do Almirante a 10 de Junho foi motivo de f$Mhcomo nos refere Bartolom4 de Ias Casas: /e fuB jpgtw rnuy buen recibimiento y m u d a fiesta por ser &&hÚy conocido, que fue vecino úe ella en aigún i3em3po (36). 4. Esse ambiente festivo que marcou a passagem de Colornbo aquando da sua terceira viagem àç Antilhas deverA repetir-se nos próximos anos com o aproximar da efembride de 1992, de moda a recordar aos rnadeirense e ao mundo a filiação do passado histórico rnadeirense a essa gesta. Por outro lado esta será a forma mais adequada de retribuir o navegador e de apagar o injusto esquecimento dos nossos avbs aquando do quarto centenário. As iniciativas em curso, a abertura ao público de um museu na casa que segundo a tradição o acolheu no Porto Santo e, de uma praça evocativa do mesmo no sítio onde outrora se ergueu a casa de João Esmeraldo afiguram-se-nos a mais justa homenagem da nossa geração ao Almirante dos Mares Ocidentais.

according to tradition, he I d g e d during his stay in Porto Santo and an evocative square at the place where Joáo Esmeraldo's house once stood, seem to us the most just hommage our generation could pay the western seas Admíral.

NOTES i

We must emphasize that. beyond the usual reference to some madeirans who to& part on lhe westerc expeditions in the second haif o! the XV century. we alsu find registerd in Madeira. al the lime. two inhabitants. Anrque and Girarte whose sumarne - Terra Nova (Mew Land) - muld easily be assoeiated to those madeiran expediions.

2

Manuel Monteiro. Colecção áe Oocumentos Relativos ao Deswbrimenlo dos Açores. Pmla Delgada. 1977; 147-210; C.M. de Faria e Maia. Prioridade dos Portugueses no Descobrimento da Amêrica do Nofte. CenIraI e Am&a do sul. Coimbra 1946: Damiao Peres. Hisloria dos Descobrimsntrw Portugueses. Porto. 1982. 68-72, 1 15-124: E. Moriscin. Pomguese voyages ta America in the íifteenth century. Carnbridge, 1940. Oo Diogo de Teive's private initiative two studies exist: Ernesto de Teive~.in DAHM {Das Artes e Hstbria Gonçalves da Madeira) nq 3. 1951: Jose Agosiinho. Orogo de Teive. Novas luzes sobre a data da sua viagem aos mares do ocidente. in DAHM. Vol II. nV0. 1952.i&m. D q w Teive. povoadorúa Terceira. descobridor das i / b s das Flores e C m . . .in DAHM. Vol. III.nC15. 1953.

3

Christophe Colomb. doEuments pmuvant son origine pnoise. ed. Giovanni Mwilaow. Bergamo. 1932.173.

4

The main chroniclers on the History ot Madeira - Jeronimo Dias Leite and Gaspar Frutuoso - nearly ignwe his presanos tn Madeira and his connection to Bartolomeu Perestreio's family: both authors a h v e mentioned. only reler as the most important fact in the Captain Donatory ol Porto Santo's sewnd mrnage. the birth of a male childe - Bartolomeu - who marned Guiomar Teixeira. daughter of Triçtão Vaz Te~xeira. Captain Donatory of Machico (confront Jerbnrmo Dias Leite. Descobrrmento da Iiha da Maderra.... Coimbra. 1957. 111-115 . Gaspar Frutuoso. Saudadss da Terra. Livro S s g u d . Ponta Delgada. i971.65-66). Strangely enough. Gaspar Fruluoso. in the first book of Ssudades da Terra. when rnentioning t b Antilles. relers the importance of his presence in Madeira towards lhe acfiievement of the projecl for t b discovery of America: there he says that Columbus carne írom his own countty to Madeira. where he married. Cving Irom ihe drawing oí maritime dia&... (Ed. 1966. p. 185). Further on he relers aiat lhe same Colurnbus sheltered in his house. in 7486. a shipwrecked piiot. coming back from a diswvery trip to the islands. receiving from him the charts acid trave1 accounts. In face ot this wncise reference to Columbus' association to Madeira. ignwed in the sewnd book. we have that the most irnportant testimony on his stay in Madeira and Porto Santo is given by his two oíficial chroniders: only the oral tradition rernains. as IS desurbed by the Visconde do Porto da Cruz # # ALenda & Colombo~.in Das Aries e da Hrstorra da Madeira (Abrev. DAHM). 31st October 1948 pp. 20121.

5

Note that untti the XIX century. Columbus was only refered m as the genoese. For a belter ewplsnation on this problem see Ramon Ezquera Abadia -Médio stglo de Estudios Colombinos-. in Anuafio de Esludios Amerrcanos. XXXViii. 1981. 124. Enrique de Gandia. Hisloriea de Cristobal Cdón. Buenos Aires. 1942: Armando Cortesão. Cartografia e Carfógrafos Portugueses dos s&uios XV e XVI (Conmbur@o para um eçtudo con@elo). Vol I. Ltsboa 1935. 187-237: Christophs Colornb. Docurnenis Pmuvant son Orrgioe Genoise. ed. de Giovanni Monline. Bergamo. 1932: Henry Vignaud. Le vrai Chris-

NOTAS 1

É de destacar que. para alem da usuai referência a alguns

madeirenses que participaram em e x p d i w s para Ocidente. na w u n d a metade do século XV. temos ainda regrstados na Madeira nessa época dois moradores Anrique e Girarte. cujo apelido - Terra Nova - poderia andar associado a essas e x p dipiies rnade~renses 2

Veja-se Manuel Monteiro Velho Arruda, Colecçâo de Documentos Relativos ao Descobrimento dos Açores. Ponta üelgada. 197i. 147-210. C.M. de Faria e Maia. Priaridade das Portugueses no Descobr~mntoda A M r h & Norte. Central e Amerrca do Sul. Coimbra. 1946: Damião Peres. História dos D e s ~ r i m e n l o sforiugueses. Porto. 1982. 68-72, 115-124: E. Morimn. Portilguese vpyages to America in the t i k t h mntury. Carnbridge. 1940. Sobre a iniciativa pariicular de Diogo de Teive existem dois estudos: Ernesto Gonçalves. mDiogo de Teive". in DAHM. nv 3. 1951 - Jo?& Agostinho. Uiogo de Terve. Novas luzes sobe a data da sua vragem aos mares do midente, in DAHM. Vol. II. nG10. 1952: idem. O r g o de Terve. povoador da Tercerra. descobridor das ilhas das Flores e Corvo ... in DAHM. Vol. III.

n'-15. 1953. 3

Christophe Cobmb documents provant son orgine genoiçe ed. de Giovanni Monleone. Bergamo. 1932. 173.

4

0 s principais cronrstas da Historia da Madeira - Jeronimo Dias

Leite e Gaspar Frutuoso - quase que ignoram a sua presança na Madeira e a sua Iigaçao a lamilia de Bartdomeu Pereshe10: ambos os autores supracitados referem apenas como facto mais significativo do segundo casamento. do capitáo do donatàrio do Porto Santo. o nascimento de um filho Varão - 6artobmeu - que casou com Guomar Teixeira. filha de Tnstao Vaz Teixeira. capitão do donatario em Machim (wnfronte-se Jeronimo Dias Leite. Descobrtmento da itha da Madelta.... Coimbra. t 957. 11 1-1 15: Gaspar Frutlwso. Saudades da Terra. Livro segundo. Ponta Delgada. 1971.654ô). Estranhamente Gaspar Frutuoso no livro primeiro das Saudah s da Terra. ao falar das Antilhas refere a imponancia da sua permanencja na Madeira para a concratizgáo do projecto da descobria da América: ai diz que Colomim wnda da sua ierra B ilha da Madeira. se casou nela. vivendo ali da fazer cartas de marear (Ed 1966 p. 185). Mais adiante refere que o mesmo a m l b u em 1486 em sua casa um piloto nhufrago que regressava da descoberta das ilhas. de* recebendo as cartas de marear e apontamenios da viagem. Em faca desta lacdnica referência da vinculaçào de Colornba à Madeira. ignorada no livro segundo. teremos que o testemunho mais importante sob e a sua permanência na Madeira e Porto Santo e dado pelos

tophe Colomb. Histoir8 de /a we e1 úe ses voyages. Paris. 1859.

6

See Patricio Ribeiro. A Nacionalidade Portuguese de Cristovam Colombo, Lisboa. 1927. Pestana Junior. D. Criçiobal Cok n ou Syman Palha. Lisboa. 1928. Antdnio Ferreira Serpa e

seus dois cronistas oficiais: o seu filho Fernando Colombo e Frei Bartolomé de Las Casas. Para o Porto Santo permanece apenas a tradição oral conforme descreve o Visconde do Porto da Cruz A Lenda de Colombo. in Das Artes e da História da Madeira (Abrev. DAHM). 31 Outubro 1948. pp. 20/21. 5

6

Note-se que até ao século XIX Colombo era referendado apenas como o genovês. Para uma maior explanação desta problemática veja-se Ramon Ezquera Abadia" Médio siglo de Estudios Colombinos». in Anuario de Estudios Americanos. XXXVIII. 1981. 1-24: Enrique de Gandia, Historiea de Cristóbal Colón. Buenos Alres. 1942; Armando Cortesão. Cartografia e Cartógrafos Portugueses dos séculos XV e XVI (Contribuição para um estudo completo). VaI. I. Lisboa. 1935. 187-237: Chrlstophe Colomb. Documents Prouvant Son Origine Genoise. ed. de Giovanni Monleone. Bergamo. 1932: Henry Vignaud. Le vré Christophe Colomb. Historie de Ia vie et de ses voyages. Paris. 1859. Veja-se Patrocínio Ribeiro. A Nacionalidade Portuguesa de Cristovam Colombo. Lisboa. 1927; Pestana Júnior. D. Cristobal Colon ou Syman Palha. Lisboa, 1928; António Ferreira Serpa e G.L Santos Ferreira. Salvador Zarco (Cristobal Colón). Os livros de Don TIVISCO.Confirmação Histórica. Lisboa. 1930: Artur Lobo D'Ávila e Salvador Ferreira. Cnstóbal Colón.

7

Op. cit..

8

Op. clt.

9

Historia de Ias Indias. Voll. México. 1951.

10

Historia deI Almirante de Ias Indias Don Cristobal Colon, 2 vols.. Madrid. 1892.

11

Cnstóvão Colombo 1962. 36.

12

J.M. Mason. Treatise on the climate of Madeira. London. 1850. 296: EV. Harcourt. Sketch of Madeira, London. 1851.31-32; Lady Emmeline Stuart Wortley. A Visit to Portugal and Madelfa. London. 1854. 298: (Anonymous Author). Wanderings in WestAfrica. Londons. 1863.59.298.

Salvador Gonçalvez Zarco Infante de Portugal. Lisboa. 1939: Alexandre Gaspar de Nala. Colombo e Colón. Mentiras transitórias e verdades eternas. Lisboa. 1956: Mascarenhas Barre-

13

to. O Português Cristovao João 11.Lisboa. 1988.

14

Colombo

Agente

Secreto

Ob. cit

8

Ob. clt.

9

Histona de Ias Indias

10

Historia dei almirante vols.. Madrid. 1892.

11

Cnstovão 1962. 36

Colombo

Vol. I. México. 1951 de tas Indias

Almirante

do

Don Cristobal

mar

oceano.

Colon. 2

Wanderings

14

A Cãmara

do Funchal

19

20

44

1876. the Townhall

decided to demolish

the

16

Memóna sobre a residência de Christovam Colombo na Madeira - Comemoração da Descoberta da América. Lisboa 1892

17

"Annaes do Municipio do Porto Santo». in Heraldo deira n' 420-524. 14 a 26 de Maio de 1906.

18

Only the town-council of Funchal sent the traditional congralulalory lelegram ARM. CMF - Vereação (town-council) n' 1384. pp. 129 v' 120 - Vereação de 13 de Outubro: The autnonties Ignored this event as no reference eXlsts on the towncounClI acl closer to that date (ARM. C.M Porto Santo - Vereação n- 6 fI. 169 v' - Vereação de 15 de Outubro) Of the cables sent through the Brazitian Submarine Te/egraph Company Limited we refer those from the Liga Maçónica (Masonrc League) and Partido Republicano (Republican Party) Confront A Lucta. n' 236. 15th October 1892. Diário do ComércIo. n' 307. 13th October 1892. Diário de Noticias. n 4707-4709. 12th and 14th October 1892.

decidiu a 9 de Novembro

19

N' 4711 where. on the flrst page. an excert of the book by W. Irvlng edlted m 1827 IS transcribed

20

See n's 299 (20th August 1908). 717 (20th January 1907), 1454 (11th Agust 1909). 2531-2 (9th and 10th ApriI1913).

21

1st Edltlon. Funchal. 1909.

22

Heraldo da Madeira. 27th March and 9th-10th Apri11913. This idea was resumed in 1988 by Rufino Teixeira (Diário de Notícias. 15th March 1987) and RUI Santos (Jornal da Madeira, 11th and 18th September).

23

Ouoted on note 6.

24

Confront the annotations on this theme under the guard of the ARM (Madeira Regional Archíve) wíth the article "Cristovão Colombo» in the Elucidário Madeirense, Voll. pp. 286-290.

25

Cnstovão C%mbo e a ilha da Madeira. A Casa de João Esmeralda. Funchal1945 (Conference that took place in Funchal on 9th May 1945).

26

"Cristovão Colombo no Porto Santo e Madeira». in Das Artes e da História da Madeira. Vol. IV. n' 22, 23 and 25, 1956; "Uma Casa de Colombo no Porto Santo», ibidem, Vol. VI, n'

de 1876 de-

ao da demolição"

Casa onde resI-

Revista IlIustrada. ri" 55 (1892). sobre a residência

deira - Comemoração 1892.

18

On 9th November

Revista !Ilustrada. n' 55 (1892).

in West Afnca. London. 1863.59

va o InicIo no dia segumte diu Cnstovão Colombo»

17

in West Afnca. London. 1863. 59.

15

molir o refendo prédio para abnr uma rua com o nome de Cnstóvão Colombo. O Dlãno de Noticias de 4 de Fevereiro noticia-

Memória

oceano, Lisboa,

Lisboa.

JM. Mason. Trealise on the clima te of Madeira. London. 1850. 296: E.V. Harcourt. Sketch of Madeira. London. 1851 62-63:

13

16

do mar

Rei Dom

Robert Whlte. Madeira Its Cllmate and Scenery. London. 1851. 31-32 Lady Emmelme Stuart Wortley. A Vislt to Portugal and Madeira. London. 1854. 298: (Autor Anónimo). Wandenngs In West Afnca. London. 1863.59.298

15

Wandenngs

A/mirante

sald buildmg morder to open a street named after Christopher Columbus. On 4th February. the Dláno de Noticias announced its beginning on the day after the demolition took place «Casa onde residiu Cristóvão C%mbo.».

7

12

G.L. Santos Ferreira. Salvador Zarco (Cristobal Colon). Os livros de Don Tivisco. Confirmação Histórica, Lisboa, 1930; Artur Lobo D'Avila e Salvador Ferreira. Cristóbal Colón. Salvador Gonçalves Zarco Infante de Portugal, Lisboa, 1939; Alexandre Gaspar de Naia. Colombo e Colón. Mentiras transitórias e verdades eternas. Lisboa, 1956; Mascarenhas Barreto. O Português Cristovão Colombo Agente Secreto do Rei D. João 11.Lisboa. 1928

da

de Christovam Descoberta

Colombo

da América.

na MaLisboa.

"Annaes do Municlplo do Porto Santo». in Hera/do da Madeira. n" 420-524. 14 a 26 de Maio de 1906.

Apenas a Vereação do Funchal envIou o tradicional telegrama de felicitações (ARM. CMF - Vereação n' 1384. pp 129 v' 120 - Vereação de 13 de Outubro): para as autoridades essa efeménde fOI Ignorada. não surgmdo qualquer referência na acta da vereação mais próxima da data (ARM. C.M. Porto Santo Vereação n' 6 fI. 169 v' - Vereação de 15 de Outubro). Dos telegramas remetidos pela Brazilian Submarine Telegraph Company Limited merecem referência os da Liga Maçónica Liberdade e do Partido Republicano; confronte-se A Lucta. n' 236. 15 de Outubro 1892: Diário do Comércio. n' 307.13 de Outubro de 1892. Diário de Notícias. n' 4707-4709.12 e 14 de Outubro de 1892. N' 4711 em que se transcreve na primeira página um excerto do livro de W. Irving editado em 1827. Veja-se n's 299 (20 Agosto 1908). 717 (20 Janeiro 1907):

da Ma-

1454 ( 1 1 gosto 3 ~ : 2 5 3 1 - 2 ( 9 eto Abril 1913).

kakb

m. ã Março e 9 e 10 Abril 1913. Esta ideia

ioi retoma@ em +-&r Rufmo Teáteim (Mnade Notíciaç. 15 M m g f!W) C Fbiii Sanbs ( h m d da Madeira 11 e 18 de

35. 1965, Coiombo no Porio Santo e na Maderta, in Ilhas de Zarm. I , 19%. 123-1 54. Conlront Drárro de Notícias of Funchal. on 12th October 1984 and 30th May 1987. Chtistophe Golornb.. . Bergamo 1932. p. 173.

Setembro). Conhnt Alberto Vieira, O Comércro Inler-lnsular nos sdcubs XVandXVI. Madeira. A p r e s e Canárias, Funchal 1987.

GonWWese oç aporsamerm sobre este tema à guarda do ARNI o arligo ~QisdwãoColonmbo-, publicado no Elucr-

v

dára5k&iwm€.ipd. I.pp. -290. C & m b e a üha da Mad?ua. A Casa de João Esfunchai i945 (Conferêi~ciaproferida no Funchal a 9 d a k d e 1945).

Nicolau Florentino. A Mulher de Colombo. Lisboa, 1802; Armando Cortesão. rbidem. Vol. I. p 195.

. e

See note 30.

C&b&a

n'Waf&.

--

Crisdovãa Cokmabo no Peito Santo e &&ira-, in Das Arkes ds H w i da Madeira. Vol. tV. nP22. 23 e 25,i956: ##Urna Csa Coibmbo no Porto Santo.. ibj&. Vol. VI. nu 35. 1965: no Pwfo Santo e na Madeira-. in /lhas de ZBIEO. 1-1956.123- -145.

Antbnio Aragao. Para a Histbria do Funchal, Pequenos Passos da sua Memória. Funchal. 1 979. 113-11 6: João de Sousa. O Palácio da Rua dos Esmeralda nunca foi Palíicio dos Esmera& dos>,. in Diário de Noilcias. 1 I t h October 1 985.

GMifrmb+se Diiirio de Noticias de 12 de Outubro de 1484 e 30de Maiode 1987.

-Lendas e TradrcBes-. in Arquivo Histórico da Madeira. V . 1937. 157-158 Emmelina Stuart Wortiey. ibidem. p. 298.

Ch&qhe

Cdomb.... Bergamo. 1932, p. 173.

b n i r o m e z Alberto Vierra. O C d r c i a lnter-insular nos s.4nrlos X V e X V l M i r a . Aça-es e Canárias. Funchat, 1987.

a.

ot..V@. f. p 36.498-97: confronte-se com o que diz Fernanda Cdornbo. Mioire &I Aúnirante de Las Indias. Don CrrsiobarCoMn. I. Madrrd 1982. 18-19.24. N~daauFlore&. A M d w de C o b m h , L i h . 1802: ArmamM CafIeW. ob. &.Vd. I. p 195.

Arrtómo Aragão. Para a Hislótia do Funchal, Pequenos Passos da sua Memór1í1. Funchal. t 979. 113-1 16: Juão de Swsa. -0

PaiAcio da Rua Esmwakio numa foi Pai& dos EmeraMosm. m Diário de Abticias. 11 ck Oulubm & 1985.

,

Op. cit.. Vol. I. p. 36.498-97: confront with Femando Colombo. Historia de1 Ahkante de Las Indias Don Cristobal Colón, I, Madrid 1982. 18-19.24.

Cantm & Estudos de M o r i a do Atlàntim (R. dos Fmqb&t66 - 9(WO FUNCHAL) e Assiçtente da Unniersidade dos Auwr de váiiinos estudos sobre a hrstba da Madeira s4cu16$ h ! ~ W . s em IMos e revrstas da especialida&.

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