CIIK~'AS:!W I\'EItSOS JORNAES
FL'NCWAL TYPUC hAP1lIA FUNCHALENSL c -
1883.
UM PRIVILEGIO INDUSTRIAL
Ill."@S~nr. Redaclor do Direito (*).
V. S a que se presta sempre a advogar contra mim as causas maiS 'injustas, especialmente ar goe podem perjmdicar os meus interesses particulares, substituindo a raz-o que náo tcrn pelos termos mais grosseiros, i sombra da sua irresponsabilidade, vem, no na0 1:371 do Direito, de 7 de março corrente, num artigo que iem por epigaphe-#A industria fabril do snr. Visconde do Cnnnavial~,-arvorar-se
em pa-
trono de quem se quizer apoderar de uma propiedade mie nlia, e aconselha que se apoderem d'ella os que não pensam
em tal. Quem for contra factor dos processos iiidastriaes
inr6ntados por mim, e de que tenho privilegio, ssá levado aos tribunaes, que, estou certo, me farão justiça. E' lá que a questão tem de agitar-se. Trazel-a para a imprensa nos termos em que ellagapparece no Direito i: demonstrar, evidentemente, a nenhuma confiança na justiça da sua causa. =Z====
(*) Esta carta
de 1883.
foi publicada no Drnaio POPULARde O do março
pela il~inlia paite nada tcniio q!ie n c ~ i a i da . iti~prcnsa: i.i-iicbs iiicxaanks atimoter ocrasiso da piiiveri;ar as [ l " ~ p ~ ~ o aji~icrcisatlrs. s ou np:\ixunaJa.i i ~ i q ~ a l e tsi,n bi.c o ~ssumpto. fiQulros esrriptoç e nniitro prriorlica rcfiilasei tiido o do falso o Jc m 3 l p v o l ~n o primeiro ar ligo ~iubliçado
Tendo ésia resposin sido trriismilida ao anr. Hinton elo snr. Visconde do Ribeiro Real, a quem o mesmo sor. fiinion foi possoalmenis procurar tio rlitl aeyiiiiite para a saber, disse este seobor que, ein vista d'isso, me procurarir para tracbr 6
siir. Ili~iioii P F ~ C U I * ~ ~ cscrevi-ll~~ ~O, dizebclo-lile
que, toodo.
rnc coiniaiii~ic;i~io o snr. Visconde do Ribeiro Real que ellc cll~(:ria lrlael:ii~ contigo ácerca do meu privílcgio, Iiie pedia q 1 1 0 me tlisscsse se cjucri:l que eu o procurasse para esse fim; no (["C mc i.espiiridcu que riáo tinli« u8zdu tido kinpo de peno sccr ,,o assrr~ripto. Tendo eii, porbiii, sabido, com toda a certeza, que o Iiieymo r i 1 rios nnrios dc 1880, 1881 e 1852, iiiilia feito iiso iin 5ii:i Iil~iica do invcrito de rjue lenho privilegio, sciii n r n i ~liri r iiiiciorisa~ão, tornei a escrever-lhe no (lia 19 de f t : i.,liro ~ 1)ni.a llie perguntar se estava disposto a &i*-iiic n iiitli:irirrisncio a que eu ~inlia dii*cito; ao que me i*cspou{leu q u w , r i i o tiiilia o~~pi*cgado, neni (lie concirhn ern~ / t . o ! j w,
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perante os {ri-
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0 snr. 1). hl;inucI (13 Gama, dono da Fabrica ATiciotial (niiiiga I2nbticr dc S. JOGO), fez-me umn proposta sbbre o rncsirio ol~jilcio:e o :!ir. Ciiilh~rme Wilbrlinrn, um dos dooos dt: iiinn i tlc assucar na Poota do Sol, ficou comigo tlc ir coiisuliar os seus socioe, para depois nr traclar do :kj oste. (Ira, scnila esiijs os principacs fabricantes de assucer d'esic Jisii i(-to, j i V. S.' vc qiianio a suli asserc%» B infundada. Coiii 1 ~ r l n ~ 33 ocslc poiilo s6 accrescenlarei que já toem I i .h i~l o I i vI coiniao pessoas tão importantes, roillo o snr. l'iscot~ilo do Ribeiro Real, edminisirndor da rasa (10 snr. (:oi~ile ilo Casv;illirl proprictario tlc uma fibricr nguni.ilciite i:u 1 5 . i [ i l do !liir, o snr. José l'inlo cori*ija Iuul~rict nisici Ili: ~:iiia grande fibrica de aguardente em S. Ilririiiilio, r o snr. Aluizio Cear do Detiencouri, IamLcrri I , i * i ~ ( i i i e t a r i i de , iinia fabrica de aguardente cm S. Pedro. Eailn tcrilia corli os inilustiiaes que, nHo querendo fazcil iiso dos Ilrocessos tlc que sou inventor e de que tenho Iu.iFilibi;io, si? ii,'to q i ~ i z ~ s e msproveiiar da disposiíáo em cluc estou de iifinci3rcoin elles a esse respeito; 1113s as ~ U O fizci.cin uso []'esses pi.ocils.;os seiii niirilia auclori~açáo1150 di! ri~spoiideicivil u ciilii iiia intnte; c as perdas e dimnos y i e tcirlio tlircito a palirAliius,930 o qua eu tiraria pelo proe 1,
cesso contrafeito, se fbsse por mim applicado ao mesmo a quo elles o applicarem.
Espero que V. S." publicará no primeiro nomero do Di-
reito ésta carta, de qiic envio cópia a outros jornaes. De V. S.a attmOvenerador
Funchal, 8 de rnaitço de 1883. Vasco?zcle do Cnnnavial,
Ex."O Snr. Redactor (+).
Desde que o Direito, pile se presta a tudo o que lhe dá interesse, sc apresenta a dcfcnder, com asscrçTies insxaetas e insinuações rnnlevolas. os contrafactores cle iim invento meu de q uc ha j i muitos anoos tenlio privilegio ninda existente, e até lioje incontest:ido, a (1tgnitl:ide do meu caraeter e os meus interesses, injiis~amciite feridos, euigcm que eu venha á imprensa restabelecer â verdade que íie pretende deturpar. Todos os que conliecem a hisiorin da Coinpantiia Fabril de Assucar hiadeirensc ç ; i b c i ~cpie o iriceritivo que me levou a promover, em 1866, a fuoilnçáo cj'csia coii, panliia, foi um sentimeiito patrioiico; foi, me!l~orar n il~iluslria fabril de assucar ainda tiio atrazada então entre o6s; foi, fazer prosperar a Madeira, estal~elecendo, sdlire bases segiiras e estaveis, a cultiira d:i cnrina, ci~izo esriiorecida; foi o desejo de proporcionar aos Ira titni~ies d'esic disiriclo, por preço commodo, sem porjuizo da a g r i ~ ~ u l ~ i ium i ~ i , genero de
primeir a oeeessidiide. Um discurso que pronunciei numa grande reunião pú-
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---c.
(*) Carta dirigida ao tle '1883.
Di.inro
POPGLAR e ~iublirada om 10 de março
blicn. no edificio da escola Luncasleiiana d'esta cidade, no dia 25 de niarco de 1870, e qcio foi logo publicado, prova bem q u a i era a iiiira dos meus esforços. Nesse iliscuiso encontram.se as seguiotos palavras: ((0meio, uriico a meu ver, cle estabelecer na Jfadcira a cultura (Ia carina s6t)re bases solidas a cstavcis; o meio de liaver compi~adoros qiic paguem a caiina por preço que ariirne 3 agricultura, e quo, ao rnesmo tciupo, possam vender o assuear por preço tal qiic em ncnliiiuias circumstancias possamos receiar a eoneoirencia c10 assiicar cstrniigiilro em ponto algum do reino, é a fiinda(;io de Cibricas com os apparelhos modernos e aperfei~o;~dos. a 0 E~l)iico do assucar na Madeira é ainda suscepti~el de muitos niclliúranl(~nt~cs,110s qilncs t i Z o dc neccssariamei~tc re. siillar çi.anilas vaiit3çeiis para a agricultora e para o commarcio d'esta t ~ r r a . a . 4 ~f&bi~iwsque existem são de pequena laboraçáo. D'aqui resulta que a caiiiir, antes tlc sor reduzida a çonrapa, osti, muites vezcs, dias a fermentar. 110s arrn:izens das fibrieris; o que dh logrr a uina grandc p8i.cla cll! iissttcar, torria laborioso o fabrico e iníluo para a n~iiqualidade do pr.octucto. « Os tnuinlios enipregall:)~ para a sxfraeç3o da gusrapa, qrialquer que seja a sua Fbrça, ilcixarn sempre no baga@ uma quantidaila de assiicai, qric pbde ser 40 ou 5 0 7 , da totalidade do assiiçar da carina: e es ta assuear, yzle fica assim perdido, pbde ser aprovei tado. «Nãs fabi-icas que todos conheceis, a gtiarapa é evaporada ao a r livre: quer dizer que é preciso eleval-a a temperatura de l,OQe C. para ohier a sua eoncentracáo. Ors, nos apparelhos no vaeiio. isto é, onrle a c v a p r a f 3 o n5o cncoaira o ol!stxii\o (1:) pressáo atmospherica, faz-se ri cu:icùr.trac2o ti temperatura de 50°, a 60" C,, e poüpn-s;i, port:iiito, todo O ~uinliuslivcl que seria riecessario cmpregar para elevar desde essa tempernlura at6 100' o liqiiido que se evaporasse ao a r livre. ((,S. erapurai;iio a iima temperatura assim baixa dá ainda a vnntagem de se não clueiritar assucai*, conio acontece na cvaporaccío ao a r livre.: donde resulta qiie. com 3 masma cluantidado tlc giiarapa, se obtem maior quantidade de assucar. R A isto iccresee cpie o assucar fabricado com os upparcllius modernos tcin muito mais valor i10 comrnei.cio pcl;i sua 1;cif;i e i ~ - s tailisa~áoc maiiii. (ji~aiitid:tr!l: p2i litciihs sncli;ii.iii;is. r153
uOs apy:ircll~ui nio~lcroos c iipcrfcicf~utlus piiriiiitlciii, ljciia,
an f.ii~i*icnntc~ - ~ t i i . , com ~r,
nicnor despesa de Iabora~.ão,de ama
njilsniu cliin~iiida~lc de mateiaia prima, maior quantidade de produ~ 1 ~ C) . [ ) ~ . ~ l l l l ide l ~ nnior raior coiomercicil.. 6 \ I,iIiricni d'esta iiatiii7cza $50 as que podcm hoje trazer i 1i:i.i~~i i o unia g ~ ~ ~ : , i pi'ospei-idndc; lli sáo as que podem rssogurar a
c.slnI~ili~lnc!ccln ciil~ur.n cin licr:cf;si~j par;i iclllos. 9
cariiia
c trazer urii bcrn geral, trazer
$ias ;'sias pnl.~rrns, que bcrn revelam o que me moveu 110s eslor~o': q i i c cmprrgiici ciii lSGli para :i fondaoão da o i tlc ,\isocar hl:itlcit*erisc, mostram tambem , ~ U C q, ~ a l i ( l oIi:ivin j i mais dc rliialro nrinos que eu m o occuY o estudo da iiiciustria I:il)i*ildo assucnr na Madcirr E (IDS I I I C I I I O ~ ~ ~ ~ C I I ~de C S I ~ I I Cella era suscep~ivel,e qiiando nem mo Iinssnva riirida pclã idcin, c o p o proi~arci, que hnviã tlc v i r a iriroii:ii i i i i ~ iiicio ellienz c do fiicil npplieaçiio paraa p s o r c i ~ ~ i n ~ do n i osssiicni* qric o larninador deixa no bagaço das caiinns que esprernc; -iiiosliSain tn:nbl!ni que, em 25 de marco de i870, deixei publicameriie esitbeleeido o facto de que na Blaclciir F c n w ell[fio perdida r20 bagaço a grande ,i~mtii
nu extrbacc,íor!$ yurirnpa. Ctiamo hoje a ntieny5o tlc V. Kx." esperinim~nte para es. te Iacio, que lia de appareeer ceda vez mais evidente na serie de eorrespondeiicins que sdbrc o aseumpto me proponlio d escrerer; nas quaes prociirarcii sempre iião ser muitosxtensa, para niio abusar da benevoleiicia dc V. Exeae da dos Icilores do seu jornal.
De V. Ex." muito at teo venerador e ~ b . ~ ' Funclial, 9 de março de 1883.
Visconde do Cannavial.
E X . *Snr. ~ Redactor (+).
A carta que tive a honra de enviar hontern a V. Er." teve por fim dcrnor~slrasqiie náo foi a especulação, como pretende o Direito, inas um pensamento patrioiico, o que me levou a promover, em iâ66, a fundação da Companhia Fabril de Assucar hladeiicnse; e bem assim fazor ver quc, em 25 de inarço de 1870, - quando eu náo linha ainda a menor ideia de que tiarin de vir a inveiiinr 0s processos indusirines de que tenho privilegio; qiioodo havia já annos que esiava fundada a i.eferid;c cornpsiiliin, e que eu iiie occupavn do esiiido da industria f;ibi.il do assiicsr na Madeira e dos mellioramentos de que elln ora susrcpti~o~.-deixei eslat~elecido,sem cone testnção, numa grande reuni50 pública,-qrre t i a Illadeirn ficava entao perdititi n grnnde quantidade de aasiiccir que o iamr9zndor deixrivn ~ i obrigoço. liojc, proscguiiido no inou camiiiho, apliello para (i relaiorio qiio, cri] nome da diiceção da Compriiliir Fabril de Assucas Madeireosc, foi por mim qreseotado 5 n~scmhloiageral da mcstna cornpaiiliia, ein 12 de ju~hode 1870, c quo foi imrnctiia~amc~iieimpi*esso. Nesse relatorio cu dizia o seguinte: «Em 1866, reconhecendo eu de quáo graude iriiporiai~çiasáo para a !ladeira u culluio da eunna e o fabrico do assucar; c tondo-mc! demonstrallo o cstudo tlos traballios mais i ~ ~ ~ r ~ ~ r i i m c r i i l ; i v e i ç sobre csto assuinl~lo(liii: riiii; acli:'!rncts airttla, cfcliai~o tl'estc pur~to de vista, não sb cin ni:is cii-c~rmstaiiciasagricolas, ser150 tambcm, tt sobi~e~u~lo, em 9ilds circ~i~~istat~ce'as tnclllsiricrt?s;. teado uinifo no cùntiecimento do quo náo s6 ncio al)roveitdrnos da carilio d e iissrtcur todo o prodeicto al~toaeitcsvei d'clla, s e n h tarnlicin nlo proilueiiiios ainda assucar íie primcira cliinlitlaifc; tcndo odqiiirido n certern ila que ba fibricas sssucnr iniiito mais ~icrí'eilnsilo que :ls quepor ora temos na Madeira, f'ibricas cjiic oil'crecem muito niiiioi8ci \n;itngens debaixo (10 ponto do vista do rendimonto e iI,i il\i.diil;itlu (10 3z1--=z=--
(.) Carta dii+igida ao DIARIOF O PLAR, ~
no
iss:1.
B
~ i ~ ~ l i l rlln i ~ ~ li id IIC ~
III;II+~:!,
~'rnililclo: coiircnzi-ma de cjiie o rnellior meio de fazer prosperar a hlad(3ii.a estaliclcccn~loa cultura de canna sôbre bases seguras e 6siarcis, o meio uiiico (?e podeicm .os cultivadores ter a certeza de v c ~ i ~ p sc~i~pi.c i. \!"i. bom preço esle nosso tão importante producto agricilid, o in:io de podermos, todos (lue somos consumidores de assucar, ter p!-,ilpr.eCi, corninodo, sem perjuizo da agricultura, um grncio que i: Iioje tle primeira ncccssidade e que so esta vendendo cai,issiiiio, i: o cstai)i:Iecimcirto iicsta ilha de uma OU mais fabricas crim os aplinicllios modernos e aperfci-O~~OSD.
..,....,..**.......*. '
I
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.Os ~ p p a ~ c l i i otlcs que se servem a s fhbricas de assucar
que
>ladeira, e em geral todas a3 fabricas de a& sucnr, para estraliircm o succo da canna, sáo altamente perjodieiaes :I i ~ i l l l ~ ~ t l ~como i a , o tcem mostrado, theorica e practiumeote, honiciis crim~ietentissirnosno assumpto: guer dizer que, depois de t i l * sido n coloia csj~~.ejnida pelos cgli~adros,/ica ainda nella unu, grantle , ~ r t ~ t ~ : i i d ~dct l cflSs?!Cor, a Pondo nosmo dc paiaic a consideraçao da fbrça dos cyliadros e do s c ~ i diamelro, o que teia uma grando imporiancia sbbre a quantidade dc assucar que estcs opparelbos extrahem da canna, pergunta-se:-coiiiii-nos-lia coolinuar a empregar, para 8 extracção da guarapa. 05 ini3sinos npl>nrellios qtio esláo sendo geralmente em. pregados, perdendo a qnai~ti~?nde consideracel d e ossucnr qrcc &ca tia palha? .Homens eomiietentes promcttem fazer apparelhos que, $04 guindo systeina clivcrso, deveni retirar da canna maior rendimento; Nas, serão esses apparslhos manufactureiras, isto 6, ds uío facil applzcnrcío prácticg como os niol)llros de espremer canias, de modo que tenham sdbre elles rrma un?ztagon real? #Se for aproceztaccl para a,qi
a c t i i ; ~ i m ~ i i ilia c
Ve-se, pois, que, no dia 12 de junlio de 1870, eu dava, perante a assembleia gcral da Companhia Fabi*il de Assucar hladeirense, corno facto averiguado (que por ninguem foi na dicta assernblcia contestado) que o larninador deixava no bagaço urna grande qiianiidnde de assiicsr, que ficava arsim perdido. E, commuiiicando então á mosma asscmbleia que havia quem prometiia maior rendimenio da canna por meio de apparelhos de systema diverso, eu apreseritava as seguintes qucslões:
Corrsspondcr~o esses spparelhos 6s promessas dos soas auctorcs? Teráo nr práciica vantngei~srcaes sbbre o lamioador? Se for ayrovcitarel para aguardente o assucar que o laminador dcira no bagaço, será mais rantajoso adoptar o laminador? Quando esse assoear niio seja oproveilarel, será, ainda assim, preferirei o lamioador'? Ninguem nnquella asscmbleia se julgou habilitado para resolver tncs rliies\ões; nem revelou o eoobecimento .de nenlium prci*eLso cflicaz e dc facil applicação pari o aproveítamento d:, rssucar do baga~o. E, não tendo a companhia elemeiilos para resolver estes o ouiros ~~roblernas importantes, quando desejava montar a sua fibrica lias melhores condiçóes indusiriaes, encarregou-me de ir a França cootraetar os apparelhos que eu, depois do necessario estudo o exanic, reconlieeesse serem os mais convenientes. Foi uma cornmissáo ardua, espinhosa, de gravissima responsabilidade, quo cu tive, todavia, o arr6jo de acceitar. Paro hoje aqui, snr. redactor; mas náo lecbo és& carta sem pedir a V Ex."que noie a nova -gentileza do redactor do Direito, que, tendo-me aggredido injustamente no peoultimo numero do seu jornal, se recusou a publicar a minha defeza,, apezar de ser isso um dcter que impóe a lei. +
De V. E%.* muito a 1 t . O venerador obr.dO
Punchal, 10 de inarço do 1883. Visconde do Cannavial.
Izs.- rel="nofollow"> Snr. Rerl~clor( e ) .
No clesempcnho difil:il comrniKío de que fui encarrepela assemblpia gei*al da (:ornl)anliia Bs bril de 3ssui:ar irenso, na
em mjin
çcçsiio tlc 12 tle jiinho de 1870, fiz qiinnIisrn q u e o fál)rica iie S. João fosse monta-
çiln
ciju[le
da com os app:liscllios modcrrios iiinis perfeitos.
V. Ex.*para o extrac~ão tia giiar;ipa, e apioveitameiilo do iespei(o qaa fimiva perdido no Lagiiço da eanna. Apenas elieguei a Paris occiipei-me immediatamenlc do sdudo dc ~ a s i appnrelhos ~s c processos propostx para substi*em o lamiriadnr; mas, apesar i13 convicçào eni q u e i a de oe acharia prclerivel ao moinho o apllni*ellio do engenheiro !-r, goiodo o n8o fosse o do engeiilicira A. Piiilifipe, com quem, desde 1866, eu esiara eiir correspondencia sobre o assumpfu. f:icil riic fui sccurili:ccr que iiciiliiim dos i i o ~ o sapparclfios, que, dc tllais, C S I ~ ? F~~i l[i :( l); ic111 ~ n ~ i i devia i ~ , ser adoylado por unia empiaeza q u e precisava dc caminliar desde o prio~piocom u masirna seguraiisa. Reconheci qoc o moinho, ap6z;ir dos seus defeito$, náo tiiilia ainda acliado eornpeticlor na indosiria do assurar de cannn; porque, d'esses novos appnrelhos cujas vniitagens tanto sc n lii.cgonvaiii, nenliurn era de disposigso iáo biii~pics,dù trnbnllio 130 facil, dc i30 diffiril desarrabjo, k do ião gtandc expedimie. Decidi-nje, pois, pelo iiininl~o,ou iamiriador. R'áo RIC cariicijiri? poi.í.ii,, com uin moinho composto de cyliodros de diaiiicbiiù o i coriio o dos clliridroç tios moinlioe das fibrieas j i cxis~eiiiesiia bi~idcira,e cjuc es[bi.emiam ~ ichainnrei , aqui, iodarin, a aitcnráo do
apenas a G03/,. Nem quiz irii~bcino nioinlio de Pâveii de cinco cgliodi.os, o qmal, apesar de hzcr I:;bssai. n taiin:; por qliaiso p i e s s õ e ~ euceessiras e de ser esia auioilccidii o amaciada pela injecção i = =
(:) Grta dirigida
ctc 1&'55.
ao Di~nroI l ~ r o , ~ nc~ pulilieada , eni 16 de iiinrco
de vapor c de piiigos ci'agiia (goutfelettes d7ea21), o30 offerecia rnnlngcns quc corresponiicssem no seu grande custo, grande despesa de v;ipor, c ililliçil repai%açáo. E, para provar que fiz bcni em não adoptar este appareIlio iào cooiplicrdo, bnsiari ilizer que, num livro importante s6bre o fabrico de assucar p~il~licndo cinco annos depois por N. Bassci, aitiifa se Icem as seguintes palavras com relaqão a r malgrC toiit I'arnntaçc: Iliéoi~ii~iic qiie présentcrait celte rnaciiiiic, elle est pisesque restEt? ti I ' Ç l i r t de prujet B. Adopici otn tnoiiilio de Ires cglindros; mas um moinho que dcvia ~sprcn:cP a 70 o!] 72 C que, portanto, devia tirar da canna mais 10 ou 12'1, dc guarapa do q o o então tiravam os niointios das fríbricus da Madeira. i\Ins, apernr (I'isso, eu cnieiidia que seria de toda a eonreiiicncin npi*o~eitnro ussucar que ainda ficaria perdido no bagaço. Ti>;iciei,pois, de ror por que apparelhos e por que processos isso so poderia conseguir. As noções ~Iicoricas que eu possuia sol>i*eo assumpto Icvarani-me n procurar a soluç5o do problexa nos meios já c00 nliecidos de niaceraflo e de Icvigaçiío. Náo pude, porém, achar, entre os apparelhos e processus inventados, nenlium. qo8 me parecesse applicarcl, eoni vantagem, a uma fábrica de Iiiboraçáo imporiaiite. Pareceu-nic e i i l i i ~aproveitase1 um processo de Biigoulin, dcscripto no Journal des Ft~bt*icantsde sucre de 3 de novembro ile 1864, que consistia em fazer fcrmetifar o baguço que sae do moinho, em grandes eyliodros de metal ou de madeira fechados, e dcslocnr depois o nlcool fortnado por tinia corrente de vapor. Isto ve-sc da carta que, crn 9 de agosto de ISTO, esereri dc S. Quinliiio (França) i direcçgo da Companhia Fabril de A ssiica r bladei rcnse, dando-lhe conta dos processos adoptados, e das macbinas e apparelhos escoltiidos por mim. Nessa carta, que se acha trai~scriptaa pag. 5 do relatorio que a direcção da mesrns compnniiia apresentou á assembleia geral cm 22 dc jiinlio de 1871, c que foi imrnediatamentc
publicado, le-se: aLi ai
fabrica comprelieiidc, em resumo, o seguinte:
."EYTRACCAO DA (il:~n~~i~~.-Emprcjaremos o moinho; mas
moinho 3.
rim
qiie
tira mais dsz oii doze por cento de guarapa i10 que
os moinhos que temos na Madoiia. ti polhn i?ii d ~ l ~ o ni s f e r r i i y , , / n r para se aproveitar o assucnr qice ctilada podcrci cotiter, para clyttardente. « 2 . O DEFECA~AO E CL~IRIIIICACÁO.-TCT~~O 3 Scal-hosatoccio ,Tobrado, operação muiiissirno vaiiinjosu, porque aiigrnenla o rendimento do assocar e diminue a despeza tlo c a r ~ á o aniinal, para o que temos um forno de acido carbonico e cal. 3." FILTRA~ÃO.-Aguarapa etc». Eram, todavia, ainda táo problematicas para mini as vautagens d'esle processo, em razão do custo da insta!lacáo e cio espaço necessnrio, que não ousei me~tel-odesde logo tio proje* cto da fábrica. Entendi que era qriesiáo para sei a i i d a csiiiti:ida e meditada, tanto mais quaiiio oada sal~íasbbi*c os rcsultados praclicos d'este appa relho. Já ve, pois, V. Ex.", stir. redactor, qnr! e112 9 de agosto de 1870, apesar do estudo tlieorico e pilictico q i ~ ctitilia feito da industria do assiicar, na Madeira i! lói*a tla Ei!ladeii~i,eii qiuo conhecia ainda jienhilm meio melhor de uproueittrv o ussucnr que o lamit~adordeixa no bagaço da coma, do que fuzer f ~ r mentor e m reeipierite fechado esse nsstccnr no nmmo Iintpiri. Peço a V.13x.' qiic sc digne rie toinar iiota d'estc Facto; e por hoje não cansarei mais a srin nlicnção.
De V. Ex." mt.' att.' venerador o l x d O
Functial! 12 de março de 1883. Visconde do CanlzaviaE,
Premitta-me V. 1Sr.Qqiic Ilie f a ~ niiotni. cjlic as fil)ricns que se acham em boas coiicli~iJcs de Iaboi.;rção !ecr» riiiiilo (*) Carta dirigida ao DURIOPUPUI~AR, C ~,i~l)lieaclâ rtu
dc 1883.
lii dc ninr(u
mais vantagens em obkr o assucar da cnana debaixo da forira de assucar crystnllisado, do que em Lnnrformlil-oem aguardcotc; Se assim r~ãofosse os industriaes não montariam fábricas de assucar, qiie erigcni o emprego de capitaes muito maiores do que as fiibiicãs de aguardente. 01-a, n j o tcndo eu confiança no systema dc Iliigoiiliri; ci~jos rcsulilidos prac~icosri50 conhecia; tendo adquirido a ccrteza dc quc a ii~dusiria i130 possuir aiiidr irieio algum efficaz c sufficieiiternenta i~einuiicrador, para o nproreitamenio do assucar que o larninadoi dcíxn no bagaço dá cannr; e, pensando t l u a n " ~ seri;i vuiiisjoso que se achasse esse nicio, e especial1iieiite q11e o assiie,ir do bagaço.podesse ser obiido debaixo da fóivrna de nssc:cnr cryst:~llisado;-puz-mc a cogitar para ver se poiiciin i*c.iolver o p;oblci~in Vi 1050 qrie a agiia era o agente por meio do qual se 1;~dcrianitiis I'acilnitiiiic o h e r o resultado que cu desejava; mas que não era por meio de lavagem, qiialqiicr que clla ~OSSP, que se potleria eorisegoir rcsuliatlo vaii!ajoso. Uina lur(rgcm s6 poderir exiraliir do I i : i j a ~ oo assuc,ilr isolado das cellulas rompidas pelo iaminador; rii:is e7'tu o 3ssucar das ecllulas intactas, ainda qoando fosse einpregada a ngun quente, como o tccm maairado os resultados pouco &iisfatorios de iotlos os processos de levigaçáo. 11 inneernqáo tioli:>-se apresentado nãluralrnen~oao espirito dc todds os qiic tioliam inventado appaiellios para,. pai: nieio ll'cila, exiraliii.ein o assuear das suhsiancias saellarinas. %!as, i~áo sondo nenhum d'esses apparcl hos vantajosamenlc applicavcis ao Lavaço de uma fibrica dc nssiicni. ou ag!lni.dei~tc de caniia, a tlifiolldntle estcici~e?,l trcl~a~a uiim nickc l i i ~ t n ,I ~ I I«pl~(wdlko, ~ tini ~ n c i oqualquer eficaz, oconoinico, dg
facil exec~tçiiu, que ~*esoluesseo probleraa, cegos d~tloscrntn con!~ecidos. i3 ri prova de que a sohiç%o d'esie pi~olleiuaera co~isidt?rada t$o itiiporlarilo como (lifficil, 6 qiio N. Basset, iiiirnn obra de rncrcçimento, j6 eni5o poiiliçada, s6bi.c 2 iiidusii.i:i tlo assiicar, dizia a este reapcito: crTi':rn-s? tentado muitos enslios com CSL;;: íiiri, c t! Iii'oVaVi I que !,i,ta\.eiii:>cii~ 3 iod;istrin s:ja dl.~ta!l:i ile iiili qqi'w:~!!!!~i ~ ~ ~ ~ l i i ~ t l ~ 2s q.ia;idailzs dos I t u ~ ~ isiiib i ciiiaiailos, c d ~ ~ ~ i i i l ~ ~ i t t(JUS ti~tJu
scus tlefcilos. Srrin ?rtii pnsso isi?)ie??.w pora o progresso; porque o trabalho das pi*ensasmais pcifcilas d ~ i x aainda muito a desejar debaixo de vaiios pontos dc \ista».
P c ~ oa niietiçso do V. Er .", snr. rediitor, para os priiicipios que deixo estabelecidos, c que scrrii>aiii de base para o invento do rppnrell~o e dos pitoccssos industriaes de que lenlio privilegio, coiiio terei r Iionrn de expor na p r o x i n i a corres~:oniicnci;i.
Dc V. Ex." muito a 1 t . O venerador obradQ
I < x . " 9 n r . Redactor (*).
Traetando, em agosto dc i 870, de resolver o problema do apioveiiamento, industrialmeiitc rsntajoso, do assucar que íieava perdido no bagaço da canna, pareceu-RH que a primeira cousa u fazer era pbr o bn,oaço errl contacto com agua, fria oii quente, por modo qut! &ta o humcdeeesse - bem, d~ssolvesseo assucar das eeilulas esmagadas pelo Iaminador;é-náo dissolvido pela seiva da canoa, e pcricirassc a16 o inierior das ceHulas qiie tiriliam ficado intactas, para se apoderar, pela osmose, do assucar d'ellas; devendo Segiiir-se a erlracção econornicn do liquido assucarado, com densidade sufficiente para ser vantajosamente utilisado para agliardetite ou para assucar, sem sc perder o bagaço como combusiivcl. -
4
(*) Carta dirigida
do 4883.
ao Drraio DE NOTICIAS, e publicada
em 46 de marco
Por dois meios me pareceu deado logo poder-se obter tc resultado; como revelei mais tardo num certificado de addiç%o ao rneit primeiro privilegio: I .O- u Estal~eleccruma circulação constante d'agoa no bae gwo aaiO ésia adqiiiiir urna doiisidadc suffieientc; sendo o liagaço, dcoois de berii Invado, posto a seccar para servir de coms busiivi:l; 2.O-gPbr o bagaço em contacto com unia quantidade do 'agiia apenas siificionte para o liumedecer c penetrar ai6 o iniciaior das cellulas ainda intactas, passando-o depois ao lamioador, ou esprcineodo-o ouma preiisa qualquer de f6rça suflicienlc. r Para o facil, cfficrz c vantajoso crnprhgo c10 priineiro meio, mas p~(lciitlolambcrii servir fiara o segundo, iniaginei um ap~w~cllio coinpostc, de uma bomba de disposição especial, c dc dois poços. No primeiiv processo o bagaço, depois cle estar ein maccray5o crn n;;iin coiis!>iikme~ikdcslocada por um movimeiiio eirculaioi.io esinbelccitlo por meio da bomba, devir ser traciado por nosas agcins o posto r sceear. No segundo processo o bagsco devia ser disposto em mrd:is drlgadas n o satiir do moinho, o orvalbodo com agur aporias suficieiitc p;irr ficar bem molhado, e depois ser passado opporiunaamentc ao lant inador. Eiii uml,os esics processas o liqoido assucarado exlraliido podia ser utilistido i,& s6 para aguardetito, cano nb processo de Hiigooli~i,senso iamljcin para asscicni; o tliic ern mais v:iniajoso, eslicci:iltrictiic para n f3l1ricn da S. JO~IO,(1110 sc prop i i t ~ l t ; i e i i i p (3g;1~*u cn~+liuiiat:i@o tlobrada, que exigia que r gunrapa liisse clilui tln, paibn clarificar bem. Logo quc, depois de inoitos dias de cstudo e de ieltcsiío, ebeguoi a uni rcsultcido qiie nio pareceu scguro c impcriaiiie, imioetliatatnciite dei parte ílo ineu aeliado á dircecáo da Comi l i dc Assiiçar hli~ditirense,como se-va da cnrin qtie Ilie e s r i c ~ itle Paris, 6111data de 21 de agosto dc 1870, c qiia sc nelia piil)iic.ad;i a png. 7 do rel:itoi.io já ciindo, nl~icseiltlitlod assenil.dci;~gciinl i1:i siic!snin coinp;i~iliinciii "L tiIc jiiidio tln $871. Nessa c;iiia cii tli~ia u :~~guiiite:
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do ~ ~ O C C S S do O privilllgio qiie cnliio solicitei, 0 me foi conc%&do por i 5 aniios por dccrcbio de 10 do novembro de 1870, p u ~ blicado no Dirrrio do G ' o c c ~ ~ i on.9250, , de 17 do mesmo mec. Tendo en\Go muito ein visia dar principalmente vaotageng 6 Compnnliia ITabril de ~ i s s u c a r\la(lcirense, do que era fundador c uiii dos maiores accioiiisias, pareceu-me que ósia comp~dliin,dcvcndo moril;ir na su:i fabrica a cnrbonalaçjio dobra(Ia, icrin grande conveiiiriicir cm podiir diluir a guarapa eom agiia que já tivesse crii dissoluç~oo assuear que o Iaminador tivesse dcixado no b:iyço; c este, indo depois a seccar 8th o ponto ncccssario para servir do eombus~ivel,deveria chegar á I'ornrilia em boas coiid i y ~ c s . As razões qiic, o prioll, mc faziam crer que o segundo processo sciiii melios vali tajoso tlo que o priineiro, eram:-! tci. O 1)ngaço ile IinssJi. pcli, laiiiiiiador, o que exigia maior desp t ? x a ( \ l i vapor; 2.0r tiilticuldade para as fábricas de grande IaI~ornyT~oq:ie iiressem utii moinlio sú, coino a I'5biiea de S. Jocio, cm passar nelle caniin c bagaço; 3.0o receio de quo o bngnço, passando no hminliilor. e fieaodo mais diridido, não pcrdcsse iniiiio corno coinl)u.ciivel. Erarn probleiiins aiiiilri a rcsolvcr; eram qoestües r elucidar, (IUC cu Lciii elaraincnic nprcscnlci na minlici primeira descrip~iiaddi:posiiatl.r no rnirii:~eiio das obras públicas, commercio e iiitlusti*ia, coin dai:i tle 19 ile oulul~rode 1870; na qual não julgiici oppoi0tunodar iiciiliuiiir ii~dicaçãoprecisa do meu segti niio processo, mas onde o deixei, todavia, visitlelme~~te, deriiirici:hiio, coiii as dúvidas que ainda me offereeia, nos seguintes lcrrtios: nSc se ynssnssd de 1ini.o este bagaço pelo moinho, OU se sê Mprcinussc por iiicio dc uiiia prtinsa qualquer, obter-sehia pelo menos a m;iioi. liarte d'ozte lirliii(li~. all:is, seiido o moinho de grinfla flrça, nZo licaria o bagaçu ncssc caso tão dividido qiic náo podesse depois servir de com.O
bustivcl ? aN
3 0 demoraria isso o traballlo do moinho? augnisntai*ia considuravelmente a mlo d'obra ?u
.--Nrio
Nfio tronsercvo aqui ii~tegraltnenic, sns. rednclor, a descripção de que faz par10 csto crcerplo, náo sti pela sua exleas50, soci5o letnbem porclu': ella diz, l ~ r i ~ ~ c i p a l ~ ~ ercipeib i)tc, a :t
um processo que nãio está actualmente em questão, e porqur um periodico d'esta cidade a está transcrevendo. Em compensação farei outras tran-cripçóes que o mesmo periodico se não dará, de certo, ao incommodo de fazer. Reclamo de novo, snr. redactor, a benevolencia de V Ex?; pois preciso de escrever ainda ~nuitas cartas para esclarecw bem ésia guesião.
De V. EK.&
iiluito att .O venerador obr,%O
Funeiial, 15 du março de 1883.
Eram0Snr. Redactor (*).
Queira V. Ex."ermiitii.me que transcreva aqui uma carm t a que dirigi á direcçáo da Çampanbia Fabril de Assucar Ma: deirense, em 12 de dezembro de 1870, publicada a pag. 29 do citado relatorio de 22 de junho de 1871. E' do ilieor seguinte: ~ E X .AemW ~ ~ 'e Snr.'-Esti hojo incontcstavclmente demoaetrado que o rnoinlio de espremer eannas, ou larninador, deixa cau
bagaço uma quantidade noiavel de assuear. ainda qtie variavel segundo o moinho empregado. aTemqse procurado remediar este incoiivenitnte aquecei~do-seo interior dos cg~indrospor meio do vapor, arigrni3nt~indo-seo num* ro dos cylindros, ou construinclo-se moinbos de um preço elevadis~ simo, cem .eylindros de mais de um melro de diametro. Todavia, essas michinas immensas, que sO eskáo ao alcance das einprezan
quo podem dispor de grandes capilaes, com quanto augmeotem a e tarelmente o rendimento da canoa, não resolveram ainda, nem podem resolver saiisiactoriamcnt e o problema. aDiversos processos de maceraçio e de lavagdm tesm Sido ensaiados em paizes estrangeiros, com o fim, j i de entrahir o asSoear q u e o moinlio deisa no bagaço, já de substituir ao moinho novos apparelhos. .)das é para notar que, com quanto todos estejam de accOrdo em admiitir que por iaes meios o rendimento da canoa 6 maior do que pelo empi$go do moinho sij, ainda ninguom propx. todavia, rctn nredo de facil apt~licapáo, que permitia de se aproveitar o grande quanti
com vantagem, como combiistivel nas F&ricas de assumr. aE' porque no bagaço da canoa que se d a j i . privada de todo o assucar que continha, ha ainda um dea .per ceoto de sob-. stancia linliosa, e, pelo menos, a agua que sempre encerram o$ te* cidos vegetaes, por mais seecos que pareçam. uEstas substancias são as que produzem o calor qus se desenvolve no bagaço s6cco que é quciinado. #Mas admittindo ,mesmo que o assucar que o moinho deixa no bagaço da canna fbsse o que Ilie d l o vdor q u + 0 9 tem como combustivel, e que sem elle não podessa rer iitilisado para tal fim;-não seria melhor, ainda assim, queimar aotes carvso ou hnha do qae queimar assuear?-Não seria melhor. mesmo em tal caso, aproveitar o assuear que fica no bagaço, ainda que este 86. devesse depois ser utilisado como adubo? .Julgo que ninguem com bom senso e boa fé poderá dar a 6sta pergunta uma resposta negativa. « A dificuldade está, pois, urticarnei~te em aclsar um meia de facil aliplicaçno, capaz de ser caniajosun~enteemprsgado em parade escala, e pelo qual se possa aproveitar a notavel quantidade de 3,
assuear que, no systoma de e ~ t r a c ~ f inctualniente o empregado, /ica perdido no Bagop. rt>rocurei, em váo, avidamente este meio em todas as obras que pude haver & mio subre o fabrico do assucar; fiz quanto cm
mim coube, qurnilo estive ultimamente em França. para descobrir, entre os apparelhos recenteinento propostos ou em ensaio, algiim que offerecesse reconhecida vaiitagem com relação a este ponto; c 08 meus esforgos /oram baldados. Por isso é que, dando de máo, por em quanto, 4 ideia da retirar, debaixo da fòrma do assuear, rt assricar cluc o moinho deixa no bagaço, tire a honra de vos parti. cipar, na carta que vos escrevi de Fiança eni data de 6 de agosto iiltirno, que adoptariamos o moinho, ou laminador, para a extrae. ~ á oda goarapa, e que se faria depois fernieiitam bagaço para se tirar d'elie aguardente. d a s , tanto O corto que este meio me parecia offeroccr poucas vantagens, em razão do custo da installaç30, do espuqo necessa. rio, o d 3 m5o cl'obra indispensavel para o realizar, que ma nqo atUevi a .mettel-o desde logo defiiiitivaino~iteno projecto da fibrica, entendesdo que o emprego .de tal meio devia fazer o objecto de maior @tudo e da mais reflec\ido examo. , .. rEis a rax%oporque, no referido projeob da fibrica que vos enviei de Franca, s6 vinha riccessoriamente apontado o cspaço que s'e poderia desiinar para a fermentaiào do bágaço.
albdavia, este objocto prcoccupava-me muito; e, 4 f b r ~ ade nelle reflectir, oecorreu-mo posteriormeiite uma ideia que ine [iarsceu feliz, por mo descobrir um meio facil de resolvor o protjlema; o que vos communiqnei do Paris, em data de &I do agosto. ~(Aincla que baseado em principias exactos, o meu iiivcnto precisava de i ~ m ucoofirmaçáo p&ctici: .por isso, logo que cheguei 9 Bsta ilha, estudei experirneiitalmeiite, ainda qiic cm mis condiqóes, o resullado cjue elle offereeia: e, achando-o s;itisfactorio, pedi logo, e em breve ohtive de Sua Magestade privilegio de quirize annos, o qual me foi concedido por decreto do 10 de nmeero iilkimo. uE',pois, em vii3tudc d'csto dacreto; que me garante a yrupriedade cl'esie invcnto e a sria apljiica~Go, náo sO d extrac~ijocio assucar q u o~ moinho deixa no bagaço da carina, sonáo lanibcm h srtraeçáo do assuear que contenha qualquer substancia susce~~tirel de se deixar penetrar pela agua, que vcnlio propor h Conipanhia Fabril $0 Asycar Madairense r adopção d'este processo, qiio ter1110 por muito vaniajoso, o que exige apenas, psra 9 siia egeciicão, uma bomba e bis poços. apara qiie a cornpanliia tenha o direito de utilizar-sé d'este iavenlo,. náo peço rebihui~30eni t1iiiliciro:-so rlueio que a coui-
dd a torça parto do prodiiclo qiio tirar pelo meu proccs; d o I~agaroda canna, oii da clii;il(jrier outra subsianei;~. ~Est6eneornmondada uma boiriba para este fim. Sc ii eompanhia se n5o quizer aproveitar d'esto meu invento, fico com este aj)parcltio para mini e responsabiliio-me pelo seu ciisio. .Se a diiccçá~)náo qoizer eonfraclar comigo sem ourii. a 2sscmbleia geral, espctlo que se dari pressa em pedir 3 siia corirocayÁo, para esse effcito; e terei então a I~oiirade expor á rntl.srnr assembleia este assumpto da uma inaneiia maij desoiivo1vida.-$ou de V. Ifx.", com a maior considt.sn~~o-inuib afltttlto VCIIC~+;LIIOI'e amigo muito olirigadci -Funclial, !d de dezembro do 1870.-Lir. João tln Caninrn Lerrie, io ~ ' n i i l i i n me
RO,
Er.', snr. rcdnetor, iomar-ltie Iiojc ienio V. Ex."~ciii vi: que nS.1 coiivirili'~ di\ idir csic do-
~ c s c t i l ~ ) c - t n cV. '
espoyo; iiins cunicr~lo.
ntsv. E S . ~
E%.@" Srir. Ile!lacior
(e).
12$io11 con~ciieitlode q ~ i cV. l $ ~ , dcpoi~ '~ do IJUO W ~ Otenho cxposio. fica14 sorprehendido sabendo qiic, cni nssernhleir gcr.11 da (:ornpnnliia Fabril do Asstienr IIailcircnse, tle "1de tlazeriiliro do 1870, a direcçso (l'cçta conipanhir emitriu o pnrecer de que a proposla por iiiirii fcib na carta qrtc Ilie dirigira cio data de 12 do lnesmo mc2 d~ dezembro, c do que a I'. Ex.' dci coiiliccimen~ona minha iiltima correspantleiiriii, - f i f s -- ---- -
--.,
_ I -
(*) (:ni-la diiigiJit de itit$:I.
l]j,4~[" l ' t j p c ~ , \ ~ { , P ~i~iblit*,itlii ('li\
?{)
~ 1 3 ! ' ~ ~ ~ ~
se ,<~jci(:tdn;adol~fondo-seO p t . o c e ~ t (I« ~ ft*rnie ~ ~ l a ç i do l o bagaço, co,?io cst(icn projectado. As priiieip:ies razõcs em cjue a rcferida dirceçao baseou siia opiniáo foram:-que 1150s a l ~ í ase seiia realmente vantajosa n es11*:icy8o do assurar do bagaço; que cnirava em ciúvida
sbbro sc eu tiiilia direito para iinpor coiidic0es i comparihia e111 relrçzo 6 adopçáo do invento da que iintia privilegio 'por 15 anrios; c que, tendo ea ido a F r n i i ~ a ,por coiiis da companhia,. tractnr da acquisiçáo dos apparelhos paib:\ r fábrica, tu(10 cluniito eti fizesse coiii rclacáo a este objccio devia periencer 5 compai~iii:i. Nãio é meu proposito, snr. red~cior,reproduzir 3 Iiistoria das Qccoi.rencias que se acliani narradas 3 pag. 24 e seguintes do c i l ~ d oi.elaiorio de 22 de junlio 4871. Mas 1-150 posso deixar dc riic referir, cm abono da justiça dn minlia cnrisa, aos factos qu6 a podem escl~icccr. Náo posso dcixai* clc faacr sciitir quc, sc fdsse ejitcío co,~liccidoria iliodeira rttn ineio y ~ i c l l q u c ~ccl~dtrjoso * de aproveitar o assiicar íluc o larninador deixa no Lingn~oda canna, a direc: çáo da rcferidn cornf)anliin i130 poria, de cerio, em ditvida a conrenienci:i d'csse upi*o~citniiicri!o; c, q r r uin injustificavel despeito por eu iiáo dai. i çoriij~ariiiin;i pi*oprietlatle tlo meu invento, ri rnesnia dirccciio era tf:i opiniso que a minlia proposta deveria ser rejeitada, leria siilo csic tncio jh conliecido que ella proporia em substituiç5o do meu procc~so;e n5o o processo de Hugoulin, cujos graiiilcs iiiconreniei~los eu tinlia já demonstrado. Nesse tempo niiig'ueni nic coniesiava n origiiialidade do iii~elilo;o iliic se me contestara era que elle potlcssc ser propriedade miiilia, tendo ru ido a Fsnnya, por co~riada eoinpanlria, coniraciar 3s mieliinas e npparellior para n Fabrica do S. João. A discussão d'este assumpto, snr. re(l;icior, occiipou uinn longa e agitada sessáo de assernlleia geral da Compaiitiia Fabril de Assuear Madeirense. Argumenlos lia dos que nessa sessão produzi que teem importaocia na quesiáo que actualmeiiie se debate; e por isso peço liceiiç3 3 V. Es.' para os reproditzir nesteascoi~respondeiitias. Mas ha uma circuiuisiancia que eu doscjo que f i desde ~ ~
~
~
~
ji bem conhecida:-é a quc eu nunca peai á Gompaiihil Fabril de Assucnr Madeirensc, nem e113 me deu, remunera(;iic, alguma pelos serviços 4110 llie prestei; e, se ou tinha direi10 a pedir qtialqiicr remiineração, renunciei i esse direito, no teinyo em que o podia fazer valer, como V. Exeaveri lia mirilta proxima correspondciicia.
De V. Exea
muito att." vetierador 0bi.r'" Punclial, i9 do niaqo de 1883.
Ex."* Snr. lied~ctor(+).
Desde quc fui levado a dar canhecimenfo a V. Er."do qoe uma direcção da Companliia Fabril de Assuear Madeircnre miitiu em asscmbleia geival a opiniao de que a propricdndo $o meu invento devir pertencer i comprnhia pela circurn~ian~ cia de cu ter ido a Prnnça por cooia da sociedade coniractar or apparellios para a fibrica, desejo que V,.En.' tenha tanibern cooheeimeoto da seguinte declaraçgo, por mim leiia na sessão da assembleia geral da rnesrnr compaohia, clc 10 do j:incii.o de i87 1, exliarada na acta rcspcetirs, c ~iiiliiieridaa pag. YS 22 dc junlio de 187i: e 29 do citado relatorio Declaro qao, desde que, em 1866, se iandoa a omprnliia fabril do assucar madeireos, a10 qoe, em julho do 1870, arlii da Madeira; de& o dia em qiie, em septembro 'último. regressei a &ta ilha, até o presente, tenho a eonscioncia do ter feito 6 eonlpanhia serviços, todos gratuitos, q u sommarn ~ annos inteiros de inesforços; .Que tendo-me a assembleia geral encarregado, crn 12 de ju-
caslsaseis
(e)
de i883,
Cartz dirigida ao DI,~RIO POPULAR, O publicada oin 31 dc inarçn
ni;3 (!o nnno fiii,io, tlc ~ ~ mcommiss3o a clificil, ardua, espinliosa, d~ granilissiiiia ics~~oiiscrbili~ladc, aeccitei-a, bzendo nisso, sú cu o sci, uin grni:Ji? saei*ificio; urceitei-a por dedicaçáo a ésta empreza ilue coniitleio táo iiti!, pelo amor que Ilie tenlio, pelo desejo quo iiiiii*o i!e a ver sealisada; acceiteia-a, cotn toda ri franqueza o digo, ~~on~i~mOll:antlo cm ro:la ile mim, iiáo via ninguem em circiiiiistançias de n dcscrnpe!iliar mcll!or; ~ ~ i pai,ti, i c tlci:,nrit!o n mirilia iamilia, e a miiiha clínica, sem
ulliar, nem para os porjuizos que soffridm os meus iiit~resses, nem ~~u~imsiiiicoinmo~los e riscos da \.ilig-em; .Que ;í Diya tlo mais aclivo e zeloso traballio, consegiii para u riocco cstal~elccirncr~to, coin economia de muitos contos de reis, as mnrimas raii!agcns coinpaii~eiscom o capital da companliia, o c ~ i mo cstatlo actual (13 ir~di~st~-ia; consegui tornar já uma rculida(?c o que, pnrS3 (luasi todos, 1190 passaria de uma ideia, d e uma ilI , 1 unr i)liantaimn cjiie nao podoriamos nunca attingir; d ~ i i ca tlerlai-açao q i i o u dii-ercGo fez i assembleia geral na iiliiifia sessão, do que f u i :i i:i8;in~:~ por canta cla companhia, p r o u bem que ii;i» csicse nui:ca nu inente dos que ino eiicarregaram de to1 comrnissiio qiic dcvesscm ser gratuitos estes serviços, que podern ses a\:ilic:ilos, náo s0 pelos sncrificit~sque fiz, pelos incommodos que sofiri, c iiilos cslor~os cjuc cni~iicguci, sen9o lambem ~ic!osi ~ ~ u i i u i lciiic o ~ c o n s v ~ u iI'nr J 3 cnrnpanliia; «Qiie i!, tudavia, ccisto, qiie, atS o presente, não recebi da companl~iuremiiiieraç5o alguma por taes serviç~s; ((Que, terido reccl~ido da direcçSo, na occasião da minlia partida, dirilieiro psi.a as dcspezas da viagem, fiz por conta da companhia unicamenle as qLie foram indispensavcis, c, i minl~a chegada, entreguei o que ficou; a Q o e , anlcs de partir, declarei 4 tlircc1;3o q i i ~ so ? ésla empreza se 1120 realisasse, t ~ á oqueria qt1e a eo~iipanhia me desse reit.iliiii~%it algliiii:~ pelo rnm tiabcillio e perjuizos;-mas .hoje, qiie. corisidero 3 e r x ~ p w n j3 i.c:ilisada, pr*escindo lota1me;t)te do dzrcito que possa ter d~ pedir (i coijipn?~liioqlc~ilqiterre~iilrtlcraçáoque me seja devida pelos scrcicos que atú o yi,essute Ilrr iotlhu prestado nega ia zlhn, oii /dra d'ella, os quaes lodos llre ofiercco.~
Em srgiiida a ésta declnraeáo encontra-se, na acta da mesma sessão, o srgiiinle: «Pediu eniáo a palavra o snr. Dr. Manoel José Vieira, e propoz que a assembleia, agradeezndt ao snr, Dr. Camara os importantes serviços cluc elle ha prestado s esta compaiiliia que a elle deve
to
Func.l,nl, 20 de março de iS8:I.
D3 acfa da sesstio da assombleia g c r d da Compaiiliia Pabril de Assucar Madeirense dl? 28 de dezctnbro cfc i870 con-
sta que, nessa scssão, respondelido ao parecer da direçcáo SOO bre a minha proposta, eu apresentei, enire outros argumentos, as ~eguinles; u Qua não podia comprehcnder como a direeç80, sendo cornposta da homens i\lostrados, podia siistei~tari 1 t i ( ? , pelo farto d c t ~ r ido Franca por conta da coinpanliia encarreg~do de eseollier os a[)parelhos para a fAbrica, e de trazer oti enviar o projecto d0 cortiracto para a compra d'elles. devia pertencer á companhia o seu inrento, quando 6 doutrina tão trivial e cerrente que o invento pertence sempre ao seu auctor, e 6 propriedatle táo sagrada, respcifsda, o protegida das leis, corno o 6 a propriedade irnmovel, e qna iiiriguem tom direito de o privar do gdzo oii exploraç80 do tal vi-opriedade, sobre q~ialquerpretexto, por maia arpeeiose que seja, (Ia indemnisa@o ou de recompensa.
~ Q i i eri50 podia coniprcbenller como 6 i j r ~ ca mesma ilireeqão duvirla tfo clirci\o que assiste ao i i i ~ c i i t c rcle propor :is condi(8es de qcialilurr eontracto sôbre o seu i i , v ~ r i t o , q u n i ~ ( l o6 tambeni
certo t' douirini~corrcrita em direito ciiic sc iião ptjtlc conteslar. ao inventor o uscfructo do seu trabalho, c que mesmo niriguem Ilie p6de impor o modo de exploiaçáo ou de gijzo, que elle deva seguir a respeito (I'essa sua propriedade. D
Da mcsma acta consta tambern quc, em seguida á apreseiita~áod'estes argiirnenies, eu leia, crn apoio d'clles, cscriptos de ruciores irnporlantcs sbhrc o assumpio. Ora, snr. redactor, sendo de prcsuinii iliie rnuiios cios Icitores do seii joriial náo conlieç:ini bem douti iiias que pniecisni 1120ser bcm conliecidns de algrins dos accioiiisias mais illustiados da Companliia Fabril de Ass~icni. hlndeircnse, julgo qiic iiáo srri Idra do proposilo rcprodiizic aqiii algiii~sdos pcriodos 11or miin lidos nrquella asseniltl(1in siil)ie os cfi~cilosdo ijiuentor, e s p ~ c i d ~ t ~ equando nlc esics ~ ~ c i i o t l ocSo s liiados dc uma obra iinjiorlank sobre o fabrico do assucar. Qucni Enlla é
N. Dassct, iiivoeantlo a auctoridade de
CIi.
Laboulayc:
n o direito do incentor 6 gei-alniente rceonheeido; porcli~anlo, ittilidado ila inven~áosendo incontesta~cl,i: adiiii\tido uni~crsaliiionto ~ I I " éecessario animal-a. blas qlie se deve para isso fazer? Na0 ba outra recompensa hoje admissivei si:iiáo a propriedade conquistada prlo trabalho, pela sopciioridade si, do iriventor sem proiceçáo nern binevolencia de niiigucn~; propriedade que lhe assegura a indcpendeneia o a liberdade. ~ E s i edireito a, de mais, til0 incoiitestnvc! cliianta 6 cei.io que rlle pbde i*oiisi?rvara sur'dascoberta secreta c explural-a iridefinidnincnte, sem que ninguern pense eni diipular-lli'a. O iii\lentor tcm direito a tirar pi.oveito da siia descoberta; por isso é da maior injustiça que a sacicdadc se apodrre do sc« privilegio, e a garantia (10 seu direito ser4 a certeza adquirida da teiideiicia rio progresso por todas as irltelligencia8 B todas as energias. <(Sendoo invento uma propriedaile, nao so podem impor ao inventor contlições alguma? alEoi das Icis e regulamenlos sôbrc a propii~laiie.» 3
Mas, SDP. rednctor, n5o desejando tornar muilo exlciisn ésia coi~rccpoiidencia, paro bojo aqui, poJirido l i c e i ~ ppara, i!a
minlia primeira esrla, transcrever mais alguns periodos d~ mcsI110 auctol',
De V. Es." muito ntt." ~encrador Fiinclinl,
2 2 de marco de 1883. Viscoride tlo C(~~~iii,iar:itd.
Descidpe-me V. Es." se canso a stia nítcnçzo; mas, clcsedeisar ésia qucs!So bem esclarecida, pnrecc-me o[lportuiio 11-nnscrc~csaqui mais os seguiiites periodos do ciiado livro de Bassct, por mim lidos na referida assenibleia geral da *Corri-
j:iiido
paiiliiu
Fabril de Assucar bladeirenso:
.E' iiccessario comprelicndcr bem o direito cle propriedade é~idrl.s!í.inl. a Q i ~ a l6 a raiz (10 direito de propriedade immo\~clldiz G snr. Ell. Lnboiilnjw-i: o trabalho que cria, que constituo um valor, :i custa dus secis esfori;os applicados a um terreno qae o tr;iballintlor comprou d soçiedatle. Debaixo da influencia da siia iiitcllige:icia i? do seu labor, esçc terreno h r n d'clle porque ella o comprou pala que valia, nilrjuirz iini valur rniiltiplo.. A quem pbde purtenc~r ésta pri~l~ricdacle,sciiáu áquelle que a creou? Os risinlios, qiie nada fizeram, não teem nells nenhum direito, assim como o ntio tcm a
.
socie~laileque recelicu o preço do que vendeu, e que ainda beiieadquirido, Ircicto csfii:ia pitlo iinposto $16 iiin exectlontc de clusiro do trnbali~o. O solo pertence iqiielle qtie o fccundoii; r
I,ci.tei~ec-lliepara sempre. Aqiielie que fecundou o solo, creou, irislitiliti, para ?i e para os seus, 6 custa do seu trabalho u das huas priva-
pxistiriarii sem e l l ~ ;ningcicm tem direito a quem traballjoll. ry31 c a foiilp d;i 11ropi.icdade c da hrança; a jusliça quer ~,,ip 3 socicdii
y 3 1 i , , s ~ ~que
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(4.3 essericin tlo diicito de propriedade 8, pois, uma creaçáo sob a fórnin mais sensivel, a propriedade é um valor crea-
corpo cet to, iini funilo que nao se ù ~ s t r o equando se Ilie desfi.11~10~. 0 s taesmos caracteres se encontram na pioprieJallr movcl; ~,crrqi~e o fi~rido do clireito E; o mesmo e a prolecçáo i1:i Ini pbtle esellccr-se do mesmo modo que com respeito P proIII ieilntli? iminorel. a.Issim, quaiirlo o legislndor interiliz a contrafacção, é sempre J pi~opi.irilade qiie rlle protege e eeleiide; 6 iim genero parlicular 11,. ,,r>ctlo ~IIP persrçue e piiiic tle unia moneiiva particular; o fun(10 clo tlit.cito 1150 \31'i;l. .h lei tcimn uc111i sob siia guarda a intlustria, a invençzo, a ideia; i? sssiiri com rcla@o ;i toda a propriedade. E' o heniern que a lei defriride c nzo a cousa. Na invençáo b a um corpo corto qiie ronstitue ;i propi.icdade, e a coiitrafacç30 reprcsenis talvez um deIieto mais grave do qiie certos atleniados contra a propriedado irnmove1 rcpi.imidos pela lei. .E' c~idcnieque o direito de propriedade se appliea e m todos os pontos ao iiivento indrislrial; pois que 1i.i tambem ha o que constitue a cssencia do direito, 3 creação dc um 'valor. Quaesquer que sejam os soccorros tirados pelo inuciitor das descobertas d'ouiro o que elle accrescenioti nem por isso tcm n i e n ~ smorecimento; e 6 uma poryáo da sua iniliriilualidade, da sua actividade, da sua intelligencia, da originalidade, que se Lixou i10 seu invento, no valor novo ou no ausniento de ~ a l o rque creou. a.4 lii-opricdade de l;m inrcnto industrial n8o 4 mais contcstavcl ao seu auctor, (10 qiie a pi*opricdadc immovel, litleraria ou artistiea; o direito e o mesmo, 6 um direito de creação, de collocaçáo de valor; e O direito social deve-lhe a mesma garantia. aNáo se p6de contestar que o inventor tenlia direito ao fructo do seu trabalho, e qiie d e ~ aser protegido contra os contrafaciores* O titulo que sociedade deve fazer respeitar 6 a patente de in~eni;ão. aDepennen(l0 a propriedade induslrial de um direito eslriCto como a propriedade irnnio~el,a patente náo 6 s e ~ ua g ~ titulo de propriedade. u
(Iri.
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tai:3,1i OS
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O que fica Ir a ~ wIcipti), S O ~ .r e J tor, ~ psrccc-nic suficicn~c para fazer w r os fu!ld;im~nlosJa propriedade inJusirial.
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."" L;iiiu. Ilcilac~oi-
(e).
Se bem qiic (icnsst.in iIc pe os argiimcbnlosconi que, na rsGo da asçcmbleia geral tln Con~panliia 1:aI~ril dc Assucar bladeirenw, de 98 de dezembro do 1870, combati o pareccr da dirccyso da mesma companliin, a qual, pelos motivos já deelados, queria qiie a miiilia yroposta fdssc rejeitada; o se bem que me parecesse disposta r meti favor u inaiorir da assembleia, espori&?,lncnmenieuiodifiquei ;ipropoeia nos scgaiates tesinos coiisianies da acta respectiva: .Que, visto que a direcyio r120 esla~aconvencida * outro p r w s o gr4e lhe pureetsse rnttinjoso; e qtre se, so fim dc todas aa iRdogugdes, o scci iniye,ito fiísae cotisirierodo preferite1 a quulqaw oulro meio. cnlúo se eslaí~eieceriii~rr as condi~8cs do cotirruao; e se. depois da crperiencir. JC corihcccsse que o seu processo n5o offcrccia vantaFelis, elle C S ~ : I V ~1)tSori1ptoa satisfazer as tlespczas (lua a compa!iliia iiicsse com issu Seiio. R =====
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iiultiii.aAi rin 28 do r n i i t o
Parece que, cm visia d'csia moilificnç'io da minlin pitoposta, dcrcriam cessar lodas as opposições;. era de esperar q iie ninguem se insurgisse conira o que, em caso nentium, podia Lrazer perjuizo á conipantiiii. Nio succedeu, porém, assim; porquanko iiiio Iiouse embaraços que não poressem, não tiouve rlocslócs cjuc o50 levriiiiassem os mcmbros da clireccao, que ilunca sc satisfariam c o m cousa nenIiurna.
E ianto içlo 6. exacto, que o relriorio dc 22 Je junlio de 1871, referindo-se a este fucto, exprime-sc assim: ~ D C V C scm ~ S , d i i ~ i d a ,lembrar- os que os mcmbros da direcçáo prolongaram por tal moda a scss80, o cansaram tanto a assemblcia, gim vaiios accionistas se rcliraram de cnladados quando viram que ir ji adiantada a noite, sem quo se tivesse podido conscguir votar esta mateiia, »ztlito tempo depois de ella ter sido jtilgada discztiickr pela assenibicia e poslu ti cotiicõo!))
Tendo eu, em vista de tzo estrai~hoprocedirnento, reiirado a rninbr preposta, mciitos accionistas instaram e conseguiram que eu consen~issc em que ella fosse votada na asseinl~leia geiul do 10 do jaiieiro di: 187 i, sendo approvada por unanif~zidadc. Na mesma assqrnbleia cu fui eleito director por ctnanimidude, niio sc contundo os meus rotos. Resolveu, pois, a Companbiri Fabril do Assuear Madeirense, por proposta minha, em 10 de janeiro de 1871, tornar iodos os esclai*ecirnentos qiie julgasse necessarios s6bre o apro~eitameiitodo assuear do I~agaçoda eanna; experimentar, além do processo de que eu lirilia privilegio, qualyiier ou~!*oqiiu Ilie parecesse vaniajose; c, no fim de todas as indagaçaos, aeeeitar ou rejeitar o meu processo, segundo que elle offereccsse, ou não, mais vantagens do q u o qualquer oulro. E, não s6 nessa assemhleia ilinguern rcrcloo conliociíiieii~ to de oerihum processo que podesse ser ensaiado, senão iambem, rnezes depois, nas assembleias gei8acs ile 22 de junlio e 22 de jueo de 187 1, quando foi apresentado e discutido um relatorio da direeçso da companliia, em que este assurnplo foi longarncntc tractado, ninguein linlia ainda acliado ncnhum processo que pudesse propor cm subs~itui~.ão ao meu, a
que, em tacs cireurns!ancias, dcvia Iinvcr qiieni iivcsse desejos de fazer tal acliado. Parece-me, eni. redactor, qcc ningiiciii podcri drixar de vcr nestes íiic~osunia clarissiiiia tlcriionstra~50de que tido ertc eritiio conliecido na ili«dei~*trfioil~rr112 1)teio anatojoso de aproveitar o assucar que o iiioiiilio dcisa i10 bagaço da cannn.
ser evideiile
Para eonfirmaçáo das minlirs palavras, c cspccialmcnte de que, quando obtive o privilegio em qiiesião, i~ãosó náo era do dominio ptiblico, ser150 ,ia0 Era aqict ~ i ~ t p ~ * e gsem a d o cot~hecide nenhttm pi*ocesso varctícjoso parcr o aproccitomoito do assucar que perdiclo no Dícgn~oda cama, permilta-mo V. Ex.' que eu Ilic apresente um cxiracio do citado relatorio tlo 22 de junlio de i87!, dr direcção da Con~panliin Fabril de Assiicar Madeirense, no qual V. Ex.' rer:t repciiilos pula iiicsnia direcqáo f;ictos de cliie j5 (lei conlicciiiiciiio a V. Ex.' N i o dcvo occril~ara V. 15x." quo eu mesmo fazia parte d'essa dirccçáo, junctun~entccom os snrs. Dr. Joaquim Ricardo da Trindade e Vasconcelios (o maior accionis~asda companliia) e o snr. Vicenle Gomes da Silva; mas julgo convcnien~edizer iambem a V. Ex." que o referido relaiorio foi distribuido impresso aos accionistis d'aquella companliia no mesmo dia 32 de junlio dc 1871, e que, passado um mez, isto 0, no dia 22 ficnca
- - -
v f i -
(*) Carta dirigida
cic ,1883.
ao
D i ~ n l u Pc~rri.in, e
publicatln i.m 49 tio
111;try
de jultio de iS71, depois do coi\seIlio fiscal, composio dos snrs. Joio de Sant'Annn da Vaseoncellos Lfonir Bciteneou r I, Canditlo Haoriques de Freilas e Francisco Antonio de Iireilas e A breu, [ar dado parecer façot*uvel, iambem disiril~uidoiinprcsso, foi npprovado por todos os accionistas presentes na mesina assemlileia; teodo-se apenas abstido de votar o snr. Silvano de Freitas Branco, que deçlai*ou, todavia, como consta dn acta respectiva, que nada tinha que olscrvíir a resprito do relato~io,scnão com relaçáo á qiiestáo fin~neeirr. Nesse imporiarite documenio n (lii*ccç%o,depois de ter exposto as excellentcs coiidi~fics iirtlus~iiacsque rcuníia a f i -
brim de S. Joáo, diz a pag. 20:
uMas, sldm de tamanlias vantagens que o Dr. Camare sabia que eram realisaveis, o seu estudo s0bre o assump!~.lhe tintia leito eociliecor que o larninador, ou moinho de espremer cannas, quaesquer que sejam a siia força e diametro, dcixa ainda n o bagaço da caooa orna nolave1 qoanii(lat1e de assucar que depressa so transforma em aiçooi e acido carbonico, corpos volateis que nem sequer chegam a ser aproveitados como carnbustivel: e por isso comprehendia quanto seria iitil acliar-se uin m e i ~de aproveitar com vantagem o essucâr que assim fica pcrilido. aElle sabia que do lamiriatlor nada se podia esperar al8m de tertos limi{es; sabia que diccrsos processos de lacagem e maceração ensaiados para esse Fni ?jüo tinham dado resi
dos iadot 9s elementos do problerra, de um momcnio para outro, podia este ser resolvido, e acliir-sc iim prtxesso suseey~ivelda ser empregado com vantagem em grande escala. a h r isso, tendo visto recentern~nteannunciacfo no Jornnl dos f M c a n t e s de assijcar um a p p r o l l i n para u qiial aeabarla (li! obter patente do iovençáo um engenheiro chimico du [%ris, o sni*. Possoa, que promoitia-uexiracçdo e c o ~ ~ c m i cdoa sriee da Belerraba e da tama de assucar por meio de mnceracdo meclinnica com pouca d q e ~ 4o u ~ g t ) a e ~ ~del o rendimento de assuenr, »--concebeu esperafie de encontrar para a companhia um meio de Ille tl.azer mais uma vantagem, pieferivel a oulro qiio lhe tinha sido proj)ospor O I J ~ ! 'engenheiro, ~ o snr. A. Pliilippe, e CIUP, pela deçcripção do apparelho, feita dicio engenheiro, lhe inspii~ayripouca cocfiança,
niiins, Iciido fallado coiri o proprio cngciiliciro Ib;ij.;oz, t. yjsto fiinecionrir u m spacimrn r10 npparcllio, dc q 1 1 ~trouxe at; o t i c s c ~ ~ h ~ , convenceu-se tlc que tcil pioccsso i i i d pci,!in pic!iziicl~cr o fim sc tinha eni \.is13; C, (jua:~IIo in?si:ic) ~)oilessi:lei. aigunln yaotagem s eOo ( I 6 , I I C I , q > C Z 3 1 ' d o i SCIIS (lefcitos, um apparcllio de t i r b a l l i ~ kicil, da (lifticil dcsnrr:ii~jo, o cio grande erpediciite). seria tanto iiiaior iinpruclou r i3 ndniil til-o, cluaiito era certo qiic cstava npcnas fin c n s i o , c ncnliumri libi.ic;l o tinha ainda adoptado, c qiic n iiiiss;i ~ii'ccisnsa i:?caniirilur dcsdc o principio com toda a aepraiiqa. aFoi nestas circiimstaiicins cjubo Dr. C3mni:a cc dcciliiu pelo inoinho; mcs um moiiilio í l i i o iicvc tirar (12 caniia 7 0 a 72 por 100 tle guarapa, c, portanto, mais 10 ou 1% por cciito d l qiia tiram os moinlios das fcíbricas acluars da Ji:iilcira. a v i a bem o ih-. Cainaia que, as>iiii, ficaiaia ninda no baçn~o unia quantidade ii~)t;ivcl tli: assiicnr, piisto cpio iiiciior: o, qiicrendo evitar clc algum mudo cslc lwr,jiiizo, pensou, ri rniliglitr de tina meio renlrnn~íc canfajoso, ciii se aproveitar o que so poilessc d'csso assuear, fuzeado fcrr~ioirrtro Goqoco; npczar dc s3LIi:r, C (10s mosmos conslructores llie ti!rcm ol>sor~ntlo,qtic ejjc 1i1.cci.sso exigiria grande espaço e enil~i-('$0de viciitos brotos, c sc, ia, portn,ito, niidito d ispendioso rPorbm, tendi, o Dr. Camara adqiiiritlo a ce~.leaBde que a industria não possciin ninda tim tn:io dc iilrlisar, com s u f i c i e ~ ~ conte tagem. o assuccar qcte fica 11crdiilg I ~ UGngogo da cnuna, poz-se a. meditar sbbri, o nssumpto, liitsea?2do-se sr;bre os co~rlir~cime?ltos que possuiu das sciencins q i t c liuciii cslridado; c, dthpois da luoga reflexão, aecudiu-lho uma ideia que Ilie pareceu resolver um problema, crrja solu~doera eonsideradn pelos Iiotne~rs teçh 11 icos corno una pus80 i»imsnso para o progresso ~l'rsrcr n i l i n clc i,jd~cst,ict,por isso a'n cri»rln que rodos os ~~rocessos e o l ~ p~-cllim (~ p i ' q ~ c u i v i.
.
guem.
."
pCiiegatJo i Jladeirn, o Dr, Cnmnin fez
5
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ii:~ll?~'GQ
saiu do se11 processo; e, tendo-sc con~encido por este eiisaio, Apezar das cireumstancias desfarorarcis em que era [cita a cxpericncia, de que o meio era bom, tractou de obter (10 Governo de Sua Maagestade privilegio exclusivo por 15 annos, clue Il~c foi concedi
De V. Ex." ln1.O rr1t.O
~vcnerador01)r.~"
Funchal, 28 de março de 1883.
E X . ~Snr. . Rcdacior (+).
Creio ter posta em toda a 1iiz da evidencia que, até 22 de j h d i ~do 187 i, não só niio en do domiiiio público, scnão não -mr~aewnhecido, . na Madeira, nenhum meio, além d'aquelfe i% @ qde ti-linho privilegio, para se aproveitar rantajosamente o assucar que o moinlio deixa no bagaço, e que ei3táo se perdia. Agora posso dar conliecimcnto a V. Ex.", em vista das obras que tenho na minha bibliotlleca, de qual era li FOrr, ai6 essa data,-o estado da industria fabril do assucar de canna, com relaçáo ao ponto de que ma oeciipo. &ir+ V. Er." remontar eoiiiigo aiti ha pouco mais do
vinte annos.
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(q) Curta dirigida ao de 1883,
D i ~ n i oPOPULAR, e \~nl~lirndnrm
30 de niaiv$o
Tcnlio diante dc niim a 1.9pnrle clo Guia prtictico do. [abricniitc dc nssuc(lt*por N. Brissct (Gcticle p~ntiqctcd z ~'fnbricant de strc?-e), obra i r n ~ ) o i l ~ r i l[~iibiicadr e cni Paris em 1864.
A pag. 4 17, e segiiinics, occup3.s~da csiracçèo da guan p a . Falia dos l i i ~ ~ t i i ~ n d o ~ou , e sí~ioiillios, , certicoes c horisoliiaes; desci-cve OS iuoinlios de ires cyliiidros; indica o mellioramcnto introduzido por I'ayeii, consisiindo cin nqitecer, pelo vapov, o i~iteriortlos cyliiicl~-is;e termina rnciicioiianilo o moinlio tlo cinco rolos proposio pelo mesino Pnyen, no qual as cannas seriam osprcmitlns quatro rezes na sua passagein por entre os ciiico rolos, e seria a pressGo auxiliada pela injccçso sijbre as cannas, duraiiic essa pnssagcm, tlc vapor misturado com pitigiri~iliosd'ngirn jgoit tlelettes (I'eozc). Accrcsccnia, todavia, quc 6s'las disposições, riiçaiadas por Nillus e depois por Deiosne e Cail, niio podernm ser adoptadas tias coioni3s francezts, em razáo da sua complica~iio,c da diflicuidade de reparnçso: de tiiodo que cstc nioiiilio quasi que iiàb passara do estado de p~.ojecto. Em todo o caso, condemna os laminadorcs como um pessimo meio de ontrahir a giiarapn, por deixarem no bagaço não menos dc rnciadc do assucnr da caoiia. Cliaina-llies .maus apptwellios, e s s ~ n c i c ~ l ~ s i e ei i tdiunleli-al~neiite e oppostos ao qtre coj2vcilh d ircrltírczn d l c ctoatio . Na sua opinião seria rnuiio nicllior que a canoa fhse dividida por um corttc-palha (Iinclic-p;iillc), c qiie, em vez da ser espremida pelo moinlio, f6sçc sul~inctiidaa uni hom systema do mecerayiio. Ja ve, pois, ir.Eu." ssiir. rcil~cior,riiic cni 1861, um CScrip~or,ta0 illusirado, urn s d i o iiio distincio como N. Basset, náo só não coiibccia nci-jllurn processo sariiajoso para O nproveilamento do assucar qiie o nioii~liodcirn perdido iio bagaço, sciiáo condemnava todo o moinl~o,cjualrl~icrqiie elle fdsse, coiiio um pessimo nppn rellio industr id, porcliie deixava no l~agaço ums grantlc i111aiiiit1;idctle ;issiicar ~ I I " C U ~ ~)crtlido. [Sst:í ailili um Ili*cict(cilo tLrs nlti~iiij~os 11mb[1 o /hl)/-iu~ do t(SS?[(y()*, ~0l,l[,l.~l,cnil~1Id0 OS s ;it1;.<1 (>.LIr(í Idi1. e t e p l l U?' O ~ S S ~ ~ L drl L I ) ciímiu, . pelo C ~ I ; C I I ~ ~ C ~ I 3. . ~ ) 1). 11~1r;\1, p t ~ l j l i ~ a t l ~ cin LonJrcs ciij i 8(i3 (..l ' i O i ~ ~ i n c k i i i9c /ilr c-ficC 1).
-d% tlie proccrs of producing stignr from tlre i a l t e r e f i ~ t i t c ~ mmf and loaf szcgar home and cololiicll). No capitulo primeiro, fullando dos pr6cessos coloniaes, diz que o apparellro ,usado nas colonias para a extracçáo da gunrapa 6 o moinho, e que o de tres cyli~lc?~os é o eiclhor (tkc threc rolled stiga~-niillhaving bee~zproved to be the best). Não se referc ao assuear que fiei no bagaço, nem a nenhum processo para o seu rproveilamenlo. Em i865 N. Basset publicou a 2."parte do seu Guia pructico do fubriculite ds aosucar, na qual estuda a quesiáo da grande quantidade de assueir que o iiioinlio deixa no bagaço da canna; e, combaicndo os argumenios dos que diziam que, ainda quando se podesse enirahir esse assucar, se n5o devia tal fazer, porque isso tiraria ao bagaço uma pari0 do seu valor eomo combosiirel, sustenta que haveria grande conreniencia para o fabricante em pracuwr uni processo mais van~ajosopai a a extrreçãio da goarapa, o qual, llic parccia, devia ter por base a maeeri-@o; mas que, se, por falta de material, ou de meios d'acçáo, se não podesse evitar que ficasse ao bagaço uma qum"iidadc de assocar imporiante, lirircria sempre meio de a aproveilar, fuzendo-n fernientnr no a~csliiobagaço, c oblendoa debaixo di f6rrna de aguardeiile (tnfin). Foi ésia opioiao de Basset que, quando em 1870, m o resolvi a adoptar o larninador para r fibrica de S. João, me fez propor, á falia de melhor meio, o processo de IIugoulin, de que já dei conliecirnento a V. Exea Mas, snr. redactor, vejo ainda deniita da mim viirias obras o qne desejo referi?-me: e ~ ã oo podaria fazer hojc sem eansar a attenção de V. E&."Amanhã continuarei.
Acabo de pweorrer
uiii
livro
iliio tetil
por t i ~ u i o - ~ i /[is-
torta do nssticnr e das pla~itcisqite pro8il;ein ossit&,, C01]23)1'(?hcndendo u),i rcsrlnio de todos os processos fiotnccis de cst,-nrão manufact irrn do nsstrcnr dcsclr. os t s ~ ~ y ~nlnis o s reiriolus at8 o presejrte (The histor,~/of suyni* arid sugar yieiding pbz~ils, together tuitlt ali E ~ ) ~ ~ O I )ofZ C e ~ e r y notable p,-bccsc of srcgcl* extrntioa, alid t12nr~ic/actui*e, from tlic cilrliest ti,ricls to the presofit), por U'illiani lc., piiblicado eiii Lonlli-ci cm 1S(iG.
Diz e ô l c livro qiic o i i i o i i i l i ù dc ssprcrncr cnniias, cin iiina ou outra das muitas ~aiicJnJcs,O o meio usado por toda a part e para extraliir a guarnpe; nlns que esic systcmn d i um graotlc perjuizo porque nZo extr3lic, provarclincotc, niais tlc 507,,, tle 90 1, de sumo que tcm a cnniin. (Tlrc trnsle depe~l?,"? 6 1,s ~ { r l ~ iiC'O - c dc caiinns. E C~1âobra (anhem rico Cnlla em iiicio nciilium eonliaciù~ do aproveitamento do assticar do bagaço. Aqui esli o-Novo ~ ~ l n i ~ i coi,iplet[~ cril tio [(iõricmte dc nssrtctrr e do refinador, da 12iiei-clopiidia I:orc\, i)ublica~locrn 1858. Falia esicnsainciitc do.; divi!i*sor nioiiiiios (li: csprcrncr eannai, desde o de (;oiiza!cç dc \.'elosa 316 O tlc Cai! t!k C..' ires cylindrog dc i nlclro de diaiiieiro c 'L, 10 iiiciros do com(*) Calta dirigida ao
tb! 1883.
L I i . i ~ u i'oipc~.i~,c
~ju1,iit,i,l&
ciii
31 de
HI,LII;U
piiniento; podendo produzir atS 400.000 liiioç dc guarnpa por dia e exigindo iima força de 00 carallos. Dá, pelas proprias palavras dc Payan, nolícia (?o moinliu do cinco rolos rnendado construir por Nilliis e por Dcrosiic c Cail;segu~do as indic~cfies dadas- pelo nicsmo - Payen no seu curso, em 1861; recebendo a cnriiia mais duas pressões do
~noinliodo Ires cglindros, e sendo nmollecida por injeeçõcs de vapor misinrado com pingztútl~os tl'oysia (goiittelet~es d'oru) andes de eheiior ao illtimo par de íyli~tdros.E cita Iam-
(pc
bcni 3s ~ a l a r r u sdo" rncerno Payen'condcmnando estc riioiiilio o dizendo 'cjue cllc devia scr a bhdonado. bs,não 86 não menciona nenhum proccsso empregado oii aeonselliado para o, aprovei1:imento. do assucar do bagaço; n50 96 diz que, o bagaço, ao sair do inoinlio, é levado para cnrrs proprias onde sécca e se conserva para servir tle comboslivel;-scn5o ve,'no erigmciiio dos iiioinlios npcr fciçondos, iiina deprecia@ mal compensada, do valoi* do b i l g a ~ o como com-
bustiwl.
Na primoira eorrespondencir, snr. redactor, cliamarci n ailcnçiio dc V. Ex.' parri-iiiais algumas obras a que rne desrjo rcfcrir. De V. Ex." muito a1t.O venerador obr?~ Poneiial, 30 de março dc 1883. Visconde do Cuiz~a~viaE,
N& faliarei do Trnct(lilu tia fabric(i~iioe re/inaic?o do assitcar, por L. Waikhoff, de que possiio a edicção franccza,
-----
--_.v-
(*) Carta dirigidn
de 1883.
ao
D i ~ n i oPOPULAR, c pub1ie;ida eiii
3 de abril
publicada cm Paris em 1870 c 1871; pois qiic u b c i o de ri30 rnencioiisr ésia obra ncirliurii proccsso para o aprovciiariieiiio do assucar do bagaço, náo prova q u o o scu auctor iião potlcsse eooheeer algum processo vantajoso para esse liin, porclum to occuprndo-se oxclusiv~mcniedo assucar da I~etcibraba(i't*ni(é complet de fabricatioti et rafinagc dih S U F I * de ~ be~lcrnrcs)iinda di; com relação i extracçáo do assuear da cnrinn. Não est.i no mesmo caso o-Tractndo co111-plcto,theor*ico e prúctico de fabricnçiio do nssricar -Cii ia do fnbt-icn~ite(Trni16 eompler tIiCoriclue et praiique do Ia labricrtion du sucrcCuide do fabrieanl) por Cliarles Siaiiiiiier; pois quc, se bcrn que cllc tracir especialmen~e do assucar da beierriibn, occiipn-se, com tudo, da enniia dc assucnr nuin suppleniciiio relaiivo aos annos dc i870 o 1871. Faltando da extracçáo da guarapn, descreve, com as pnlavras de Payen, os aperfcicoainentos do moinlio dc trcs cylindros, augmeoiando o rcndimeiito dc 49 a 70 ou 73'/,,, nias dimiiiuido o calor do baqaço t,orilo co~~ihitst ire!. hlciicioiia trmbem o moinlio dc ciiic~c~liridroscniistruido por Nillus c por Derosne c Cail, e cuja acçáo deveria ser auxiliada por iojccç6es de vapor e de phgui~liosde agita (goutielclteç d'eau) sb bre a raaaonas, antes de e1~egal*emao i i l t i ~ ~ par i o íle cy!i~idros; moinbo ao qual, todavia, a indusíria colonial deveria renunciar. Depois accroscentâ : aSc 8 vaniajoso para o fabricante coloniill cxtraliir tla cacna 3 quasi toialidade do sumo que ella tem, n i o se deve, comtutli), luvur % exiraeçáo ai6 o íiltimo limiic; porque as caiiiins csl~i~crriiilns (ou o baga~o), unieo combustircl dc que se iIisp;iri iin i i i : i~ i ~ rp:ii*iu tl:is eolonias, seriam por vcros insullicic.iitt:s i1,:b:iiro d'cste p o i i t o ile vista, se náo contiveasem urna *ria cluatitidaile de asnucar. E' noecs~no,,at4aid'isso, ovitar do partir muito as cantias na presszo, porque depois diaoil eisregar as fornalhas com fragiiienlos iliuito miudos,~ De modo que, em 187 1, Siammer iião s6 niio coriliecia, porque náo mencionou, ncnliurn processo vanliijoso para o aproveitamento do assucar que o moinlio deixa 110 hagsr;o da eannr, seii,'io cr3 de opiniáo quo csso assucar [ião devia ser rctirado do bagaço para Ilie iizo diniinuir o valor coiiio coiii-
bustivet,
Mas vejamos o que, r eslc respei!~,diz um dos homens mais illustrados de Portugal, um saiiio distiricto, o snr. conçeIlieiro Jogo Ignacio Ferreira Lapa, ria 3.aparte da ~ua-TecI~nologia riiral ou Artes chimicns agrico/as e florestoes,-obra de subido mereciinenio. poblicada em Lisboa ein 1871. O snr. Lapa, tractaiido neste lirro dos novos sperfeic;oamentos na extrncçiio do assuear de canna, diz, fallando do novo syçttma de moagem da canna: = O bagaço f~*acamenteespremido ficava com 75 a 80 dos $60 a i90 do assucar contido em 1000 kiiogrammas de canila, isto 6 , ficava por extrahir mais. de metade do assuear. Era preciso augmentar a i6rça de pressão dos moinhos, e dar á cama o amoliccinrento -coriomiciat~para se deixar csnlaga'ar e espaloiar bem gnlre os cylindros. novo modelo de moinho, fig. 4. que realisa estas duas ran-
byeos, ú composto de trcs c) lintlros- armados em posiqáo tiorisonial A, que Ihes d;i maior f6rça de resisiciicia: sáo o c ~ s ,e mcilidos dentro do uma m i r a oodc çirct11a O vapor. A canna sitlfve, pois, duas espremeduras e durante estc tempo 6 an~ollocida pelo capor. Em voz de tres cylindros podcm ser cinco, e nesta euso s canna soffre quatro espremeduras, sendo além d'isso amaciada por riiais lcmpo
pelo oopor. aO fabricante do assucar que não tem outro combustivel, além do bagaço da propria eanna, lucta com a gravo alternativa de, ou não poder concentrar todo o xarope, se espremcr bem a canna ou de lhe ficar metade do assucar por extratiir, se quizer ter combuslivel sufflcienle para as operayões ~ilterioresda extracção. Com cffeiio, nas espremedurns aperfeiçoadas o fabricante tom' 0,4 de guarapa r mais para evaporar; e 0,3 dc comliustivei a menos para o fazer. P
f1are~c-nicque o facin de iiaodallar o snr. Lapa da existeneia de nenlium proccsso vaniajoso para o aproveitamento do rssucar do baga~oda canna, e dizer que o maior rendimento que C canna d6 nos moinhos novos, sendo mais fortemente cspremida e amaciada pelo vapor, tem contra si ficar o bagaço com mewr fbrga calorifica,-prova bem que nem era do durniiiio p&$lico, nem estava deseiipto nos auctores, neoliu tn processo vantajoso para tal aproreiiamento. Tenlio ainda aqui uma obra moderna, snr. redseior, qric merece scr consultada. Tem por tiiulo-As mntnvillias da in-
dtistria, cii detcripçdo das pvi~icipnesindrr strios t ~ i tletarias o (Lcs merveilles de I'industrio ou discription des principalcs industries modernes). E' seu auctor Louis Iiigniei*, auctor das Maravilhas da scieticin, do A~ii,iinrioscie~iii/icoc i~idiisti-inl,e do militas ou~rasobras imporianies que teetii dado Iniila celebridade ao sabio illustre qiie as teni produzido. A industria do assucar í! o que abre o 2.' ~oiuma; e estii iractada com baslanie dcscnvol v iinenio. Depois de ier falhdo dos moinl~os de trcs c ~ l i n d ~ * o s mais aperfeiçoados consiruidos por Cai1 6 C.', Louis Figuier diz: .A canna, depois de ter sido espremida pelos tres cglindros, sao numa massa esmagada, a que sc (14 o nomc de bngnp. Ao sair dos cylindros do moinho o b o g « p ú Icvntlo por rncio clc uma cadeia sem fim siinilhante 5 que scive para trazer as eannas para o moinho. .Serve para alimentação dos aiiimses, ou para preparar o rhum, em virtude da pequena quantidade de suiiio ~ssucriraJoPile retem.
E, mais abeixo,
acerescenta: cDos 18 a e0 por 100 de assacar que a ennna encerra, a sueraria eolooial extrahe somente 7 a 8 por 100. Gsta perda 4 ocasionada pela impossibilidade de estrahir por espremedura todo o sumo do bagaço, e pela imperfeição dos processos de defeeaçáo e escumagem, em fim pela formaçao de molaço, ou assucar na
crystallisac7io. .No bagaço @com6 por 400 de assucar; pela defecaçao o escumagem, perdem-se 2; fiam no melaço 3; [ião sc oliteem, pois, sengo 7 no e,ctâdo do absucar bruto.» &sias palavras demonstram cloramenlti, snr. redactor, que Louk Figuier tanibem não eonlieeir em 1871, quando foi ~ubliesdaaqnella obra, wohum nleio vantajoso para o aproveitamento do assnear q u ~o larninador deixa no bagaço da eanna; pois qae o dá por perdido. Tendo voliado ao ponto de partida, isto i., ri data da assembleia geral da Companliir Fabril do Assuear Madeirenso de 22 de julho de 187 i , parecesme, snr. redactor, que deixo bem demonstrado que, nessa data, niio era executado ncni corihccido, quer na Medeira, quer f6ra, nenhum processo vaotajoso para 6
aproveitamento do assoear do bagnpo, senão o de qiie eu jB tinha privilegio. De V. Ex." inuito atteO venerador O L ~ . ~ ~ Funehal, 30 de março de 4883. Vsconcle do Camaavial.
Ex.""Snr. Redactor I*).
Tenlio demonslrado exliuherantemenle que em 187 i não Era, por modo algum, conliecido do público, nem na Madeira, iiem fóra Ir Madeira, nerihum processo industrialmente vantajoso para o aproveitarneiilo do assucar que o lamindor deixe no bagaço da eanne, além do invento de que já então eu tinlia privilegio, e que puz em práctica na antiga fábrica de S.1050, d9es&acidade, no anoo de 1878, primeiro anno em qiie a mese ma fábrica laborou: e edrca de dezeseis rnezes depois do dia em que. cr =mm privile?io f6ra rssignado. Se bem que bouressernuiio mais de um anno que a Companhia Fabril de Assucar Madcirenso tiaba por proposls minha, resolvido ensaiar, eomparaiivamenie com o meu processo, qualquer outro que podesse parecer vaniajoso, afim de ser adopiado o processo qoe .désse mellior rcsiiliado, nrrit~umde t a n ~ a O taiitos ioieressados, nem mesmo dos qiie tinham rnanifest-d ta vontade de me fazer opposiçáo, indicara direçla, ou indircciameeie, a&-o mornenio em que a fábrica começou r laborir, outro processo a ensaiar: o que bem demonstra que não era =
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ainda entso conliccido lia hladeirn nenhum processo ~aniajoso o de fâcil cxecuc8o para o aproveitaincnto do assucar do bagaço. O meu processo foi, pois, o unico poslo crn exeeiiç~o. Se V. Ex." considarri, snr. redactor, que fora por caiisa da fábrica dc S. Joáo, c pcria a fibiicn de S. Joáo qcic eu desejava p6r nas melhores rundi(óes indusliines possivcis, que o meu processo privilegiado tiiilia sido por mim procurado, Ira de V. Ex.' comprctic~~dorqiie eu tractasse de o apropriar ás eondiçaes especiaes tla mesina Iibrica. E' isto o que, desde logo, bem revelou a primeira notícia que de França dei á compaiiliia do meli acliado, na qual dizia, como V. Ex.', de certo, se recordari,--que jiilgava ter achado um meio de facil execução, pelo qual se aproveitaria poro assucar o assucar do bagaço, c que estava convencido de q u e el!e daria excellente rcsultatlo, e fncilllu~'ioo fabrico, isto é, a defecaçíío. Ha de V . Ex."irmbem recordar-se de que, na minha carir escriyta de S. Quiiiiino, ein 9 dc agosto de 1870, eu dizia que, para a defecaçáo e clarificaçáo da guriiapa, tcria a fábrica de S. Joáo u cat~bonntaccio dobrudn, opcraçso muitissimo vantajosa, pela qual sería auginenlado o reiidimeiito do aseucar e diminuida a despeza do carráo uniiiiai, e para u qual haveria um forno de ncitlo cnrbonicu e cal. A facilidade que traria á defeca~ãoda guarapa o processo por mim imaginado foi objccto de rcparo para quem me não podia comprehender. Vou explicar o enigma. Sabondo que o emprego do acido carbonieo para saturar a cal no clarificação linlia sido um rne1lioi~;irncn~ocle grandis simo alcance na fabricu~fio do ~ S S U Cdc~ lielci*raba, ~ eu, quando estudara os processos que mais conviria adoplar na fibrica da S. João, afim de a montar com os aypnrellios apropriados, tractei de investigar porque era que tal niellio~amentonao estava ainda adoptado rias fibricas de assocar de eaiins, sendo certo que a guarapa, tendo meiior quantidade de materias mioeraes e organicas estrlirilias ao assucar do cjuc n beterraba, parecia dever prosiar-se mcllior ao erripisi.gode tal incio. Sube que os primeiros erisaios fecios riào tinliarn dado tão bons resultados coiiio se esperaram; nias IIW, (lcpois, so 'reeoiiheedra que isso era devido i mjior delisidado da guaila-
pa;*porquanio ou iros ensaios feitos com guarapa tornada menos densa por meio da agua, tinbain dado resultados saiisfa torios. Entendi, pois, que con~iiiliaque a fá'brica de S. Joáo fdsse montada com apparelbos apropriados no emprego do ncido carbonico na clai~iticaçá~ da giiarapa; sem, todavia, deixarem de ser ianibem proprios para os processos oidinarios de defecagão. E a prova de cjue nso enlendi mal é que, tiuma obra pue blicada cinco annos depois, N. B w e t clizir que-o ernpt*&go do ncido ca~*bo~iico para e!iminnção da cal na fribricuçito do asstpzr da cailitu era o unico aperfeiçoamento i~tcontestnvelzdt h a q e n t e introdiiaido nesta f«hricoção, e que se tiao comprehendia qiie ainda Iiouuesse fabiicaittes que niío empregassem a saburcição. Tendo, pois, miiifo ein vista, desde o princípio, no meu primeiro processo, realisar o aproveitamcnio do assucar do bag a nas ~ ~condicões mais favoraueis i fhbrica de S. João, peosei 'logo em diluir a giiarnpa que tinha de ser iractada pelo acido carboiiico eoni a agua que tivesse j i em dissolução aquelle assuear, fiiciliiaiido assim a defeeaçâo, e ol~tetidoo mcsmo riasucrr debaixo da fórma de sssucar crgstallisado, o clue em muito mais vniitajoso do que reduzil-o a aguardenle. Poí por isso que tractoi de por as cellulas intactas do bagaço nas condiç~esmais favoraveis a uma rapida ertraoçáo do assqcar pela úw)tose, realisando no liquido macerador um constáde movimenta cii*culalorio por meio de tima poderosa bombi'db k p o s i ~ á oespecia\ por mim inventada para rsso fiin, e que, com dois poços. constituo o apparelho neeessario para o erecu~iiodo incu primeiro processo, podendo tambem, corno fiz Dotar r V. Ex." servir para O segundo, sem ser indispeioavel. A eonveniencin que havia em qiie o liquido macerador se niio demorasse milito cin cot~tacto com o bagaço, era porque, $e'\Ua dcmora fdssc além de um certo tempo, desorivolvor-som bia n fibeniafio, e já niio poderia esse liquido misturar-se com a giiarapa desiinada á 'fabricação do assiicar. Peço a V. Exba,snr. redactor, que se digne de tomar no, i 3 dos ose~arec~montos que nesta carta ficam consignados, e
Te s%o neccssarios paro
a intolligencia do que na xirna correspondeiicia ino proponlio r dizer.
miiiba
proe
De V. Il:xea muito attS0veenerados Funchal, 3 de abril de 1983. l'isrotide)
tlo C ( i n ? i ( ~ ~ ' i ~ i l .
Ex."" Siiiw.Redactor
( b ) .
Quem passa pela margem da ribeira dc S. Josn ue, ao
lado oeste da clinniioi? da fabrica construidr pela
Cotiipniiliia
Fabril do Assucar iladeircnsc, os muros ous de uma casa sem teclo.
Era no eeiitro d'csis casa í p c se prujeeiava coiisiruir o foroo de acido carhoriico c cnl p3r3 a clariticaçáo dn guwapa pelo carborzainçao; for i10 que niiiiça se cliegou a eoiiçtr uir. No muro da ctiamini? que tfá para o interior (!:i inesiilã iasa, nota-se orna gianilc janella tuliada por uiiia eliapa de ferro. E' porque aquellc lugar cr3 des!inndo par:, uinn csiiiki, qne devia ser aqtieciila o c o f ~ i * n dc o c31 u : ~ : i < lÇ~ ;~I.bonico e pclo fiiiiio d n ~ I i n ~ i i i n G . &ta estufa projuiaíla era cspccialcttenle dcsiiiiada a scccgf o bagaço que Idsse iractacto pelo meu prirneii*~jiisocc;so, '&o ir molliado para as fornal lias. J& V. En.' ve, snr. rcdactoi*, qiic, em 1873, n í o se tcnilo podido concluir a iristnll;iç~oiieccssnria para ser posta cm excc ~ ã ao C O ~ - ~ O ~ ~ R ~ C I Çdobradri; &~ o50 havendo guv:,pa (/!ir I3 isc aekeqgario diluir, nem estiiía qiic scccasw o l~ag:~ço, o meii s;ZP-===
yoceaso privilcgirdo foi posto em esecuçiio crn coiidiçóss dilTe-
rcnBs d'iqtiellas para que IOra crendo. O npyarciho iunccionou com b o n ~resultndo; obiendo do bagaço, eni duas iioi*asdc niacera~iio,uma grantlo quantidade de liquido inareniido 3", e 3O,5 ao areometro de Baumé. E, se bern que niio convinlia, sem a cai bonaiação, misturar r agiia do bagaço com guaiapa, porque seria aiigm$t:tr, sem vanisgens sofficientements cornpe~isadoras,o liquido a cinrificar, a fillrar, e a oraporar, podia, todavia, faeilniente aproveiiar-se em aguardenie o assiicar do bagayo, -ou iracianílo bagaço novo com o liquido que já tiliha 3"ou 3",5Baunió (riso havendo neste caso grande mal cm que a ieiineniaçáo se corncgosse a desenvolver), ou misturando com esse liquido algiirn melaço, para o p6r em- 5. Baurné, sfiiii de obter uma boa ferrsenlaçiio e uina distillnção mais vaniajosa. . M a s apresentou-sc iiin grande iiicoiireiiiente que obsiou a que BB seguisse qoalquor tl'esies camiir tios. . O bupw que saía da mnceração ciisopado em agiia, não podia ser queimado sem ser posto a seccnr. Náo tiarendo s estufa propria, foi esfendido sobre o leclo dn fáb~~ien.A ernporação era demorada, e a fiilia d';iquelle combiisiivcl nas fiirnaI l ~ a snugrneniara coasideravclmenic n despezn do earyáo. Além d'isso, uma grande cliura que nessa occasião caiti sobre o bagaço ~ U Bestria a seccar, augmer~íouconsideratclnienle o pêzo que este fazia sbbro o lecio, que deu logo manifestos signnes de que o não podia supportur; e não havia rio esiabeleciineiito outro logar onde o b:ig-aço podesse ser posto r seccai. Foi, pais, ~ecessarioinierrompci o apioveiiarnenio do assuear do bagaço nestas condiçúss. Apeznr de serem iáo d~sfavoraveis as eireurnstancias em que, pela primeira vez, linha sido posto índusli*ialmenieem exeeuç3o o meu processo, os resiilindos obtidos provaram que elle satisfazia beni o fim para que era destinado. A laboraçáo de 1872, com quanto fbsse para n fábrica de S. João apenas uma laboraçáo de eiisaio, e demonstrasse bern U. e&ce%aeia*Hae apparelhos com quc estava montada ésia fábilica, trouxe, comiudo, 6 Companhia Fabril de Assuear Mlideireosè, por diversas razaes que não é necessario referir aqui, difficuldPdas com que muito lho cust+ouenlzo a luciar.
Em coosequencia ct'isso o plano dr fibricr não pctdo es* tar ainda completo na laboraçáo de 1873; náo havia ainda forno de cal e aeido carbonico; não havia ainda esiufa para seccar o Bagaço. Mas a companhia tinlia adquirido, nas proximidntles da fábrica, um terreno onde se podia pbr o bagaço a secear:- eu puz de novo o meu processo em execuçáo. Tive, porém, ainda assim, de o interromper; porque, náo tendo o terreno sufficien~esupei*fieie, o bagaço ficava em eanindas muito espessas que riso perrnittinm que seceasse com a necessaria rapidez; scndo, a1Cm d'isso, certo que, neste caso, o iransporte do bagaço dava iim excesso de despezn, c os que me faziam opposiçao náo clcixavam dc o fazer sentir, com-lanto riiaior rffeiio nos inlcrossados, quanto maior era ainda a incretiulidatlo de que, no bagaço da caoila bem espremida pelo moinlio, ficasse quantidade de assucar que valesse o traballio de o cztraliiis. Obtive, todavia, como no anno anterior, liquidos coin detisidade sufficienie para poderem ser vantajosamente uiilisados para aguardente ou para assuear; e até conservei, por meio de cal, duraiiie semanas, sem fermentar, uma grande quaniidade #esses liquidos de qiic depois se fez assucar. Tendo-se tornado cada vez mais com plicsdas as ci~*cumeta-neias da companliia, o forno de acido qarbonico e cal e a estufa não poderarn estar ainda feitos para a Iaboraçáo de 1874; o eii, em visia d'cssas ciiciimstuncias, nr
nesse aiii:o, iIc r.ciil:um n:otlo, aprurciiado nesir Fi1)iica O assiic:iiq que o la~niiiadcti*cleisii rio bai;uço, riao é evidenle que, se fosse cniao c~iilicci
De V. Ex."
Ex."@§nr. Redactor
(e).
A fábrica de S. João foi montada com uin moinho s6 de espremcr cnnnris; mas um moirilio qiie, eiii ~ i ~ a i ) n lconiinuo l~o durantc 2' l~iorns, pilotloz mais giiaralja do que os outros appaicllios iln dicta fibrica podcni, no inestno tempo, reduzir a assucar. De inodo que, por m:iis nrtivo e regular que seja o trabalho d'estn fábrica na sua Iiiboraçko de asscicar, náo póde o moinlio deixar dc inierrornl~ci a mo:i,nem das enniiaç.. Nas laboraçõcs de 1872, I873 e 1874, logo que os ela* rificadores estavam clieios, o moinho parava alé que um cla-e===
(*) Carta dirigida ao Dianio POWLAR, e publicada em 6 de abril
de i883.
rificador ficasse m i o , para criizo torilar a moer; e assim nunca estava muito iempo andando, nem rnuilo tempo parado. Porém, na laboraçáo de 1874, n5o taiido empregado o meu primeiro processo pelas razões que j i erpendi, tractei de esiudar o meio de p6r rnntajosamente em práctíea o segundo processo que eu tinha imagii~ndo. Verifiquei que o moinho, depois do ter trabalhado 12 horas seguidas, podia estar 8 lioras parado, sem cluc a laboração f6sse interrompida. Calculei que, nas 8 lioras, o moinho devia podêr espremer, senãg iodo o bagaço da canna espremida nas 12 horas, pelo menos a niaior parte. Depois, uma noite, puz de lado uma pequena quantidade di? bagaço e orvalhei-o com u m aguador, de modo que ficasse todo niolliado. Passadas tscs horas, quando n moinlio, depois de ter parado, ia recomeçar a andar, mandei passar, antes das caniins, o bagaço qiie estava impregnado d'agua; e verifiquei que elle não ficava dividido dc modo que nAo podesse servir de combustivel, e que o liquido espremido do bagaço marcava h0,5 a o areometro de Baumó. Náo pude entáo calciilar, nem que quanlidade de liquido a 40,5BaumZ daria uma certa quantidade de bagaço, nem que dcspeza faria a moageni d'estc bagaço. Nem, por isso, dcixci de ficar mais Brme na ideia de que o meu scguiido processo devia dar bom resultado industrial. Estando convencido de que o emprêgo da carbonata~iio dobrada traria 6 fibrica de S. João grandes vantagens; e náo tendo perdido ainda a esperança de que, no anno de 1875 ella podcsse ser posia em execução; fiz alguns esiudos para o emprbgo do meu segundo processo, de modo que passassem, quanto possivel, desappereebidos; porque, no caso em que ellc se náo pozesse em práetica, não queria que outros se apropriassem do meu trabalho. Mas, acliando-se a fábrica de S. João, quando conieçou a laborn$io de 1875, nas mesnias condições em que csiavn na laboraçáo do anno anterior, eu fiz enião o primeiro ensaio industrial do referido psoce2o. E esse ensaio foi coroado de ião feliz rcsullndo, que immediatamente pedi yrivilcgio d'elle, por meio de uma addição
ao meu primeiro privilegio, eiiviando para o minisierio tlns obras póblieas a seguinte descripção, qiie foi aultienticada pela direc~âogeral do conimercio e indusii*ia em i 6 de jiinlio de 1875 : uAddicçSo ao invento para o aproreitamon!~ ~antajosoe applicave1 em grande escala do assiicar que fica tio bagaço da canna de assucar que saa do inoiiilio do esprcnicr cannas; invento de qiie tem privilegio por qtiinze annos o Dr. Ju3o da ,Camara Leme Homem do Vasconccllos, por alva4 reçio da dez de dezembro de mil oilocenlos c scpteii ta. aPur alvarfi regio do mil oitoce~itose septonta foi concedido ao Dr. João da Camara Leme Hometn de Vascorrceltos, doutor cnl medicina sobdito portugtiez, com domici!io na cidade do Funcbal, privilegio por quinze annos como inventor de um appareliio destinado a entrabir o assoear que fica no bagaço da canna doce depois de espremida pelo moinho, ou larninador, geralmente empregado para esse fim, bem como da applicaçáo dos principias sôbre que o nesrno spparelho se baseia a extracçin do asscicar que conteuha qualquer substat~cia'siusceptivel de se deixar penetrar pela agua. @Aprimeira operação, no systoma do Dr. Camara, consiste em pOr o baga60 em contacto com agua, por modo qiie 6sta humedeça bem o bagaço e penetre no iiitcrior das cellulas que ainda o moinho tenha dei'sado ii~taetas. A agua p6de ser queriie, se o procliicto B destinado para aguardente; -deve ier a temperatura normal, se se quer fabricar assucar. &?pois de ter u agun penetrado no bagago e dissolvido o assucar qus este ainda continlia, scguerse ertraliil-a economicamenk, e com sufficiento densidade para ser vantajosamente utilisada para z g d e a r e s~ para asruwr, sem se perder o bagaço como combustivet. a Dois processos pareceram ao Dr. Camara applicavcis com bom resultado: I l.O-Eçlabel~cer uma circulaç~o constante d'agcia no baga-. ço até esta adquirir uma densidade suflieiente; scndo o baga~o,depois de bem lavado, posto a seecar para servir de combustivel; u2.O-Pbr o b a g a ~ oem contacto com tima quantidade de agiia ~ P B N A SSUFFICISNTE para o humedeeer e penetrar ai6 o interior t1:is cellulas ri& intactas, passando-o depois no Iaminador oil esliremeado-o nnma prensa qualquer de f$~a sufficiecte, e 0 receio de que o bagac~,passindo por um moinho de grande @rga, ficasse tão dividido que r190 podesoe ser titilisado coigo
r 0 bagaço que sae da moinho é disposto por camadas delgadas num dos piiços qtie J'azcii~ pai.ie tio apparellio de que o Dr. Camarn tem pa\ciiie. Sijhre csic !:*;syo $c i.;!cair cocsiantementr: por meio cla lioml>;i (:i; i!it:io 1:];.urcii:i~ agiia cm ci~ii\a tina ern quantidade sufficiente para bcni o iiun~edecer. Quaotio seja lançada sbbrc o hagaço mais agua do qiie elle pórle ahsorver e ésta se accumulp; rio fundo do poço, esgbtada pela bomba que com pste cornnauniicn 8 lançada sobre as nosas camadas de bagaço.x
comhustivcl; a inlcrrupc5o que poderia causar ua Isb0:~aç5oo tempo einpregado nesta operaçáo; ou o augmeiito de casto de instalIacão que traria a acqiiioáo de apparellios cspeciaes para espremer o hagqo;-fizeram com qrie o Dr. Camara considerasse a priori mais vantajoso o primeiro processo; e foi este o que elle poz em prictica ern mil oitocentos e septerita e dois e mil oitocentos e septeiita I? Ires. a0bteve assim uma quantidade de liquido relativamente çraode com a rlensidade de 3" a 3',5 do a~~cometro de BaumB; o que ji permiltia o seu vantajoso aproveiianieiito. Como, porém, náo havia, rio estabelocimento onde o Dr. Camara operava accomii~odacões sufiicienles para fazer seecar o baga.0, e este náo podia, molhado como se acliara, servir de ccmhiistivel, o que trazia notavel augmeiito de despem, náo pôde olle empregar este processo em grando escala; e ilesde logo pensoii em emprcgar o segundo processo. ~Circ~imstanciasiridepeiidentes da sua vontade impediram-o ilo levar a efleito o sei1 projecto em mil oitocentos e septenta e quatio; mas acaba de o pôr em priclica coni o mais briiliante resul' lado e vâe conliniiar a emprepl-o. =? (é, dá 14..500 litros do liquido a 5* Baumé, correspondendo a 7:250 litros a 10"aumé, isto é, u m quinto approaimadamcnto. O moinho espreme em nove horas o bagaeo correspondente. a 0 liquido do baga-o póde ser utilisado immeiliatamente para aguardente ou para assucar, ou conservado, por meio de cal, para sar traballiado mais tarde. Na j i dias que se conserva por este meio o liquido que se tem cihtido da bagaço, para f a ~ e rassncar em. separado: e elle não tem alteração. .O pessoal empregado a o syslema do Dr. Camara coiisiste em
9.
qustro~liomensem quanto é Bsprenlida a canna, e em yualorzo homens em qun;ito é espremido o baçaço. Este pcssoal será dimin~iido quando o Dr. Camara estabelecer, como projecta, um conduclor de bagaço para o moiriiio. CA despeza em carvão para fazer trabalhar o moinho nove -horas, queiroando-se tambeni begaço, é do seis a scpte mil reis. «De modo que, para se obter do bagaço, pelo systema do Dr. Cainara, uma quauiidade de liqnido qiie valc: diizentos mil reis, as despczas náo váo alCm dc dez a doze mii reis. aSendo este resultado Ião vantajoso quan~loa canna i: ospremida eni laniinador de alla presszo, não é iiccessario demonstrar de quanta vanlagcm deve ser a eslracçáo do assucar do bagaço da eanna nos paizcs onde os noinlios só tiram 55, 50, e luesmo A5 por cento do assuear que Bsta encerra. « O Dr. Caniara espera fazer seiilir 6st3. verdade e conseguir que so aproveito em breve lambem fhra da i&Zndcirao assucar do bagaço da canna, que náo li18 consta seja ainda hoje exlrabido vantajosamente em parte alguma. «Funchal 24 dc março do 1875. Dr. J01í3 da Camavcb Leme Honaena de ,F'a'asco7zcellos.a Foi r?cçte mesmo anno de 1875, e depois de repetidas, muiias vazes, na fibrica de S. Joio, sempre com bom rcsultado, as experiencias co~s!antcsda precedente descripçáo, que a asçcmlileii; gcrril d a Companbis Fabril do Assi:car M;l;ideirense resolven, por zi,iza~~iinidade, adoptas o meu processo para o apsoceitamen!o d o assnsar do b a p ç o , d a n d o m e a terça paiie do produeto bruto que por 121 nicio d'elle obiivesse. Note-se que liavia já mais d e ciceo aniios que, por propasta miolia, n assernhlcia geral da mesma c c m ~ ~ ã n l ~linha ia ~ o l a d o ,por unanimidade, que se ensaiasse, compzraiiramenic com o nieii processo, q u a l q i ~ e rou!ro que parecesse vantajoso; e n8o só durante os eiiico a m o s ningoem appaieeeu a indicar á adminisiraç$o um processo qiia!qoer que podesre ser cnçaiado, çetiáo tainburn, tendo sido feitas pziblicanzente, na fábrica de S. Joso, as experienciaç a q u e ha pouco m e referi, e t c n d o sido concorridas e notorins essas crperiencias, nii:g?er?, todavia, entáo recl$mou, para si ou pura otitro, a prioriijado do processo; ninguect disse entáo, por palavra ou pela iniprensa, quo i a r processo ji fbsse coiihec,ido; oinguel?~enino cxciarnou: -nssi~?$já c i j se fizzic~f
Wio sería essa a occasiZo projriii para reclamar conlra o meu privilegio quem para isso tivesse iaiidaii~enlo? O que muitos então nianifesiaiam, snr. redactor, foi urna grande admiracáo por verem que, do bagaço que saia scqtiissimo do iiioinbo, se tirava uma dissoluç&o c!o assucar marcari. do 5" e mcsmo 6'. a o aereomeiro de Baumé, e prodoziiido uma grande quantidade de aguaideiitc. E era isto cousa qiio parecia 1x0 exlraordinsiia, que rnrjltos ouiras coniinuaritm a ficar convencidos, conio lia quem tine da Iiojc eaiejn, de quc iaes res!:ltados se náo poderiam obier seiláo sendo a caniia mal espreniida. Qiicira V. Eu." deseolpar-me, snr. redactor, sc i~oju foi tão longa a minli:. corrcspondencia. muito ali.' vcneratlor ol~i..~" Puncbal, 5 de abril de 1883. Yiscoiau'e clo C:in?iitüitr!.
Em novembro do 1877 o rcdackor do fiiccr.%o do Eliltzc?icziF tornou a peito demonstrar q u e eu n8o era o irivcolor dos processos de que tinha privilegio para a uproveiiainenla do assucar do b a g a ~ oda canna, e que, em iodo o caso, essas procossos dava121 um resnllado ?auElo e negnlivo, TJisiiilio e amigo íntimo do doiio d a f i ù ~ i c ada Foiiie Nuva, que, além de me n.50 dever e s h r agiadccido par !!?c gticrrear a elciçao de camarisla, jh mesmo mo n%aqueria bcrn por --(*) Caita cliriçids ao Drrnio POI~UL).P~ e [iublieada em 10 da abri: n'a 4883.
eti tsr sido o princip:il fundador da fibric: 14c S. doso, ninguem estaua em mcilior circrimsiancias clo q i ~ eac113eiie r~:daclor para podEi. prodiiuir, eni apoio da sua tlicsc, iotios os argiimeiiios c prosas que a nr>imosirlads e os conliccimenios espcciaes d o iiitiustrial oniigo q n c o inspiravn podessem descobrir. Pois ouca V. Ex." é élle qucrn fai!â : «Tcr;í, realmente, o snr. Dr. Camara privilegio para lazer agnardeiile do bagaru da cama de assuear? aParecc-nos que i~áo. aE' promsso gerelmenie corihcc.itlo e ji n:riilas vezes ensaiado na blndcira, o d:i laoagctn ern agiia, do bagaço da canile logo depois cle csprciiiiil;~. Levando-se novamente a csl)rt:n>cr nos cylindros, lira% urn Iiqiiido ~iouco denso ou guarapa f r a ~ a ,que depois do fermentada. se reduz a aguardciitc. "Este precc~so tem sido e n ~ ~ i a r l~m o qunsi todnç as fábricas de ;issucar ila Rladcira, e a pi'inieii.;~[icssoa qiio o ensaiou, lia muitos annos, f i ~ io snr. Ilenriijiie !Jrili-~raham, na fábi.ica !lu snr. Hioton. Náo fez, 6 certo, ;rguartlenli? do liqi~i~lii rcsiiilunle da lncflgcm do bagaço; mas fez vinagre duraiile alguns anrlos. <Em 1872, nu Mbrica de Ferraa Irrnái~s, fez-se a saçliinte e~p~rieileia: e 2 0 ceslos (dos cle ~inilirna)ci~eiosde bagaço de canna lacado ein 25 alniudes de a g u a , e passado novaineiilk aos cglindros, produziu 21 alainrles dc caIí!a ou liquido ern h- graus e maio, que depois de fermciitado e disti!l!xlo prudwiu 5 ga!õcs de aguardente em 23 graus. a J i se r&, pois, qiie náo s6 é contlecido, mas que até j i teem sido feitas eaperiencias e ensaios da reiicic~;io a agiiardcnte do liquido resultanle da lavagem em açcia do I~agarn da eanna. n$!as prrgunta~rios-1\20,pori;ue não fazc!m as outras idbricns o mesmo qiic o snr. Dr. Camara e s i i lazenclo 1x1 fabrica de S. João, deduzindo da palha assucar uu aguardente? $Por uma razáo miiilo simples, re~goiideremos,porque Ihes náo faz conta.
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aE o pcrjuizo que soffro o bagaç.0, perdendo os rnelbores elementos cooibusti\.eis7 Por isso todas as fAbricas abandonaram essc iiicio de oxplcraclo de a~uzrifente do bagaço, que, além de exigir mais complicada ItibricaçZo, graiides a diçpendiosos dcposilos, dava uni rt:siillado nuilo e ?iegciri~:o. .Mas o snr. [!r. Camara tira interesses fabiilosos d'essn esplora~áo? «Est6 nisso o seti segredo. n A esse se,nre:!o chama o snr. Ibr. Gamcira-seu g?riaa'leyio,
....-......~,~...........*...~...........,..
«3lostrámos comi, B tririalissiino r já ensaia?^ na iilacicira, lia mliitos annos, o processo de lauar. o b;~gaço da canria, e icc!uzir a agua d'cssa lavogetta a aguardente. ~Demonstraiiloszte e i q ~exemplo príiciico qiie cra i 6 0 d i o f ~ ? ! i dioso o procesro e exige laiilo malcriai, que o producta d a agiiarderitè que se tira do I?as~o3 1 . 4 ~CHEGA PAIIA F.~ZI;I~FACE A DESPCZA com todo esse trabaliio. uNein pbde Iiarer si?ui~~oos para fazar qrie o bagaço shcco (16 mais siicca do (jus a canna I ePe!o menos sAo o coxr-rsc~% AS ~doícrcas
POOn AL1iODE.D
Aqui tem V. Ex.", snr. rcdnctoi, tuci:is as expcripncias a iodos os aiçornentos que, em 1877, rioderam dcscohrir o reiinir o s cluc iiriliarn o m:;ior en;periiio cin poddr de:iionslrar qirc mo n5o pei.!cncc a pinpricclade do invenio,
De V. Xx.' ~ n u i l oRLL." veize?âdor o!ir.?'
Fu!ictlal, 7 do abril de 1883.
Visc.oi:tJo do
vou apreciar a s allegações d o Dinrio do If'tincRab transrriptas iia miiilia ú i i i n ~ acorrespondeiieia; e espero dcmonsirar o nenlium valor qiic ellas teern. Mas, arties d'isso, permittam s V. Eu." que eii Irnnsereva aqui os sognintes excirptos de escripios piitiiicado~ em novembro de 1877, no Disti.icto do Fzinchal, refutando a s asserçõcç infundadas d'aqnelle jornal : ~ Q u e r c i sprovar que o snr. Dr. Camara náo fez descoberta iienhuina, achando um meio industrial, de fncil np11licnçno, de fazer ca?itnjosamentc aguardente ou assiicar do baqu~oda cannn; e trpresentaes, corno unicos argumentos, que o s n i WTilbra!iam fizera, ha annos, vinagre de bagaço, e que 'os srirs. Fcrraz, ern 1872 (qi~andoo Governo já l i n h cnncedido privilegio ao siir. Dr. Cama*, e este senlior já tinha feito ensaios puhlicos na fibrica do S. Joáo), fizeram 6 çalóes de aguardente ern 23 graus (c(iie graus?) de 20 cestos de r8iiidima de ba~aeo, e que o prodiicto náo [leu para a despeza ! ! l aNáo vedes, vindo confessar que, antes do pritiiegio do snr. Br. Camara, niiinuem aqui fizera d i baçaço scilãi oinag~.e,industria que, ainda assim. foi abandonada (de certo porque náo offerecia srandes vantagens),-que náo fazeis c o a isso: senáo provar que o siir. Dr. Camaia foi realmente o inventor do processo dt: que tem privilegio? «Não redes, dando conliecimento ao piiblico de que fizesacs um peqricno ensaio de aguardente de bagaço quaiido já o snr. Dr. Camara tirilia o sei] privilegio,-que náo fazeis senao provar que o sur. Dr. Camara foi rcnlmettfe o incentor do seu processo; por cpanbo fica claro que, a16 alli, nenz suspeitav~is que do bagaço se podesse tirar aguardente com vantagem. «Não vBdes, vindo declarar ao público que, ainda hoje, estaes convencidos cle que o prodlicto qiie se póile retirar do baga~o,em assucar ou aguardente, não conipensa as dcspezns da laboragão, -que não fazeis, com isso, senáo provar que o snr. Dr. Camara roi ~,eciln~ente o iilventor do processo dc que tem privilegio, e por Eii
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(*) Carta dirigida
de 1653.
ao Di~nroPOPULAB, C publicada eni 11 cle
abril
meio do q i i ü l reiii'a do bogaco q!ie sae do moinbo scçuissiiito, descontadas tcclas as dispezas de iaboração, um grande lucro?.
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nsahei yae, apezar de lo!los os esforços q ~ tem c empregado a industiia, ni!iguen~,ai;tcç do inr. IIr. Jo30 da Camara Lonie Romom de Vasconcclloç, consegi~iu aproveitar vantajosaalente o a s ~ ~ car quo todos os homens coiapcteiitcs sabem que Bca, e náo pódo deisar d e ficar, no bagaço da cani:a, depois cio passada psios cylindros ou Iamioadores, por ma& Eorle q:e seja a pressùo. nSabei, qw, aii:Ga Iioje, eni parto ceniin!r,a do nioado é apsoveitado com iaalegem o assi:car cio b a g a ~ oua canna. nO snr. Dr. Caiiiara, clepois de rni!j:os annoç de estudos sonro a ciiliura da caniia o o fabrico d o assocar, tendo-se cunrencido cjuo ncriliom dos meios propostos para utilisar o açsucar (10 bagaco podia ofEer~,cervantagens práclicas 5 iridostria, deceobiio, pela applieaçáo da sua inlelligencia c caiiIieciii:eijtos ao :sitido que tio!],? do assampto, um processo de h.cii ex*cu$io rjue llle pareceu dever dar boni resultado; fez isperienciâs e essas foi.ü:ri a;;irnedoras. Convenceu-se de que tinha feito Unia grande dc&cober?u! resolvido am gra:;de problema l e requereu a,: GovcrnO do Siaa i!Iagas/ade patente por $5 annos do sei1 iuuenlo. « A patente fci coiicedida; e o direito do iniwtor á sua propriedade ficou gnranlido perante a l o i . ~
............*e...... . . . . . . . . s . . . . < . . I I P . . . . . . .
«Quando a fdbrica de S. doso tiabaliia as poria'. Irem estado sempre abeiias e todas as p3rles do eslu?~eIecimeiitoaccessireis ao público l todos que Ia toem eiiirado teem podido verificar que o Sagaro sae do moinho seqtiissimo. 10 bagaço, depois cio eicprhgo do processo do snr. Dr. Can a r a , contintia a servir de combiisiiv~l, como antes do omprêgo $este processo, apenas com insigi:ificaote diKereiiça.» s ã o longos, snr. redactor, os aiiigilç q'ie o Bis!r.icforlo Funchul então piibiicou 86bre o a s s ~ n ~ i > apresentando ta, argumentos que náo foram combaiidos; mas n%o uie parece necejsario transcrever aqui mais nada d'eiies ' ~ 0 b r ceste ponto.
De V. Ex." muito
a!t.O
iiencrador o b ~ . ~
Fonchal, 60 de abril de 1883.
lri'as~o~de do C~xrancsoiaí. 8
.
P a r a se podêr bem apreciar o valor, com relaçáo ao meu piivilcgio, das !av«gens de bagaço feitas pelos snrs. \Vilbrabana e ITerraz Irmãos, é iiecessario conticcer as seguintes disposições do art." 632.' do Codigo civil psrtugnes: aSáo nullos os privilegias coiiceilidos nos casos seguintes: a l . ' S e os invenlos ou descobrimeiitos forem conhecidos d o . ptrblico, práctica ou llieoricamenle, por alguma descripçáo tochnica, d i ~ ~ i l g a dem a escriptos nacionaes ou estrangeiros, oia por qualquos outro modo; ~ 9 . " IIarcndo carta anleriorments concedida sobre o mcsmn projecto; etc.)] Convindo ter egiialmente bem presenie a disposi'ç~o,d o art."3'5." do mesmo codigo, q u e diz qiie # a acção de nullidade, no caso do n . 9 20 ort.' 63?."pl~>screve pelo lapso de um anno sem .ol)posiçno dos interossados~ E', pois cvidciike que, ainda qciando o meu invento privilegiado não [&se senáo a mesma lavagem de bagaço anteriormente executada polo snr. Wilbrnharn, isso não podia lasermo perder a propriedade do meu invento, se~iáoquando se traetasse de um processo industrial ja contiecido d o pz'cblico, ja, por qtralqirer moilo, diut~lgado. Disse o Biario do h't~~zchal que o snr. Wilb~:aham n5.o fizera da agu:i da lavagem do bagaço senso vi~~agr6;-eu quero admitir que fizesse tan3be:n agtiurdent~.. Disse o mesmo jornal q u e essa lavagem tiplii. sido feita havia ja miiitos annos, senz precisar o an~zo;-em guero aámit. tir que fbsse onlerior á data do meri privilegio. Vejamos agora se era conhecirlo do pz'cblico, se estava d s qualquer modo d~valgadona Madeira, nessa data, algum processo vaniajoso para o aproveitamsnlo do assucar que o Iaiiiinador deixa no bagaço das cannas,
.
C====-
(.) Carta dirigida
do 188:.
ao
Dianro P ~ P ~ Ac Bpuhlirad, em 4% de abril
Etilre laiilos argumentos prod:rsidos nus minlias anteriores correspondencias, que p e m este ponto fóra de dúvida, basiari lembrar uril só, para $e seja evidente que a lnvcgei~a do baga50 operada pelo sol:. ivilbi~aliam não tinha dado crigem a nenhum processo iridosiricit vaniajoso, qrie fosse conhecido do público, que esiiuesse diaillyado em 1870. Bastará Icmbrar que n direccâo da Con?pnniiia Fabril de Assucar Madcirense, no seu relat-rio npressntado á assembleia geral d a mzsina companhia, cm 22 de jor!i!o dc 3$7$. (que E0.i nessc rneçino dia disLrihnitJo impresso aos accionistas, e, depois de examinado p i o respectivo conseifig iiscai, approva. do iinaniinemente n s asseab!eia geral de 22 cPc julho de 1872, e distribuido profusamente nesin cidade), disse, a pag. 24, sem contestaçào de niiiguem, qiie, em $870, eu asubia que nenhzima fabrica de ussiicni de cannas ulilisava airida o nssucar do bagaço, por szüo tcr meio de o uprousitar que valesse a pena B. E, se o. snr. tVilbrslian: tirilia descoberto, para o apioveitameuto de assucar do bagaço, um meio qriâlquer rantajoso, cjue, em 1870, não era conhecido do público, porcjue 6 que, tendo elle fundado a sua fabrica de assucar na Ponla do Sol antes da fábrica de S. João, nzo aproveitoil dcsde logo, o assuear do bagaço por esse meio, e 36 uliirnamente, segundo agora me coiiçia, tem feito agcrardente do bagaço, contrafazerido uin processo do que lenho privilegio; pelo que mo verei na necessidade de Ilic pedir a respoiisal~ilidade legal? E u tive, snr. redactor, a curiosidade do indagar (parido foi que o snr. V{. Wiibraliarn Tez tal laangem, do bagaço; e, scgurido o que me disso o proprio snr. Williraiiam, e outro antigo empregado do estrhelecirnento do snr. Hinton, foi iia &rca de 15 para I 6 annos, isto é, em 1867 oi: iMF8. I l a perto de dois mezes, o snr. \Irilhraliam, em dia em que parecia tão disposto a traciar comigo sobre o meu privilegio que ficou dc ir fallar com os setis socios a e&e respeito e mandar-me resposta, conlou-me que, uma noite, na fábrica do snr. Hinton, estando o inoinlio de moer cannas parado, eile mandára deitar agua s6bro uma porção de b a g a ~ oe passai.o depois ao moinho; pondo eu] vasos separados o liquido que obiivora. E).
O snr. Binion, y n n d o chegou, foi informado do que sc tinha fk,io; e promeltei~ dar ao snr. Vv'iibratiain uma parte do que acji~eileliqiiiciii produzisse; mas n n n c a i h e deu iiada, segijndo me disse o tr;esri:o snr. 'lTCilbr:iiixm. De modo que a $:ir. Wiibiali:irn fez urna descorberla táo impor2aotz; acl~ouum processo vaiilajnso para o aproceitamen. EO da grande quin?,idade de asçiieai qiis o snr. Hiu%on perdia ilo b a g q o da canoa; e o silr, Eioicn n2o deu, seqrier, unia po quena rernünerag8o ao snr. Wiibrai;am! Foi p a g ~bem mal i;io impuriaiiie servigof &Ias, o qiie 6 ? x i s noir.ro1, é que, tlepois de %ao preciosa. descoberta, ainda duracre n~iliiobae~ioi;,u !cagaço das canoas moidas na iibriea do snr. Bioron, coiltinuoii â ir, ccmo provasei, para os foriiallias, sem passar For iicohnin proce,cso para se I!ie exliai!ir o assoear? aeri!io ainda muito c;oe dizer, snr. rcdacior, sobre a ta? Iavagem de E~agaçoiiiveil!ada pelo snr. Wllbraiian~; mas Eea para a proxime corre~pondsncia, dJu r.Ex." m k . h t ~ ,v~e ~ e r ~ d obs.PO or Fonciial, j k de sSrii de i883. "7
Quando, em 27 de juniio de I8C6, foi fuodnda, ~ o t ' iniciaiiva minha, a Compauliia Fabril de kssucar i%laciciier!se, havia ja muito que eu nie cccupala do estudo da fabricação do
--------($1Carta dirigida ao DIAPIOPOPULAR~ C p:iblicad~ em da dc $883.
de abnl
assucar, e, especiaimenlc, d o est;tSo em que sc aciizva na Madeira este ramo dc inu'ciçtria, e dos mel!roi.amen!os do que cEle e l a suseepkivel, $3. eriláo eu liniin eonbecido, pela iciiura de o b r a nspecitieç, e principalmente pelo Guiiz Práctico 630 fnbi::tc!ige dp assehcnr de N. Masset, publicado eni i861 c kSíi3, qw d a n i n a d o r Ueixâ no bngaco das canoas uma aratide qunlliidada da assueai.. J a via então procurara appaieilios e processas iiidusiriaes que e~viiaçsctnc : dini~iiiissein ~ esxa porda, !C, twido risto no mes1210 Iivro de Bassct qne ens::ios foilos por iim processo de lcuigugüo de k f o ~ ~ c i l a - D u rtitlbani ii~ dado resu!iadns vanlajo~os, escrevi a engenheiros E 3 C O ~ S ~ ~ I U C ~c!o~~~~Cl pÇe i c t i ies, [)ddiiiilo-ihes,ea!:c octros erciar~.cimeriios,iiifoimafi0es sdbie o ~slor.práctico d a j)i.ocesso de h I o r ~ n l ~ - B a r l ~ ~ . TeíiRa á n:áo uma carta de 3 de waaio tie $866, eoi iiiio Nillus %s iTilhos, importa:ites constri1ctoi.i.ç d o Iiivrc, ma ?tisporidiam, s6bre esse ponto o çrgnlri-íe: aNXo con!ieccmns o apperuiho 23 M o r e ~ u ; não o tendo visto e m idbrica nontloma, náa nos proi:iioçi.iremos sdíoro a sua i;tiii
sercão de que o bagaço, por mais sècco qao saisse tlo moinlio, encerrava nii~damuiio asquear. Uiii accioiiista com quem eg mais conversava a este respeito era aniigo pariicular dos snrs. Wilbraham. Nso será, pois, proravel que a lnvngeln do bagaço qiic o snr. W. kVilbraliam fez por esse tempo (1867 ou 1 8 M j fosse suscitada pelo quo cn espnliiava enláo a esse iespeiiu? Mas, quer fbsse, ou não, isso pouco importa para a questão. O que é cerko, é que, depois tla espcriencia do siir. Williraham, e, em qeaiiio correu o processo da licença para a fábrica de S. João, em quanto ésta fibrica se nâo installoii, o assucar do bagaço coiiiinuoii a náo ter quem o aproveiiasse: -o q u e é mais uma pr0t.a de que a tal experiencia não deu resuliado que parecesse vantajoso. Chegou, ~ioi'éiii,o atino de 1 8 7 2 . A fábrica de S. João comecoli a laborar; o eii puz em execução o meu priinciro processo, pelo cjriiil veiifiqiici que, eiri curlo espaço de tempo, se podia 'faci!i;iciite. dar, a urin ccrta qiizntidade d'agoa, por riicio de Invsgem e niacliraçZo, bem ordenadas, do bagaço, Lima densidade de 3",5 Baumé. T e u d o e diviilgado esle resi~llndo,os snrs. Ferraz Irmãos quixerain veriíical.~. Fizeram eriiao a tal lavagem de 20 cestos de uindiiiza do bagaço em 25 odmzides d':r,viia. E que concluiram d'essa experiencia? Elles mesriios o declararam ein iX77, pela bocca do seu oigam, o &.a,.oi do Funchal, sem que iiinguen~ corilestasse tal declaração: n O prodzicto náo datia p a r a ns despez~s. Por isso todas us . fdbricas abaizdonnram esse meio de exploração dt. ogiiurd e i ~ t erlo b a y a ~ o ,que a l i ~ nde exigir mais co?npliçada fabricação, grandes e dzsper~diososdepositas, drcva itn resultado NU& L0 E BEGATIVO.
D
De modo que, depois dn lavagem do bagaço feita em 1872 pelos snrs. Ferraz Irrriãos, como depois da que fizera o snr. Wilbrxham em 1867 ou 1868, como depois do umti expe-. riencia similhante que, segiiiido uitimamcnto mo corisiou, Iam. hem.fizera, lia eêrca do 2 7 annos, o pae do snr. Aluizio Cesar Beliencourt, o bagaço das cannas que não eram moidas ria fábrica de S. Joiío, eoniinuou, ainda por muitos anaos, a
gtlerdar o se0 assuear para o'eniregiir i atinosphera, sob a Ç6rma de vapor d'alcool e do acido ca~.iioiiico. Vejo, snr. redactor, que ainda hoje não posso terminar a analyse da tal lctvnyenz do bagaço. Amaniia prosegoirei.
Dc V. E%." muito 111." venerador ~ b r . ~ " hulizal, 11 de abril de 1883. Viscontle do @%ntaaoinl.
Es.""Sur. Redactor (+).
A unz'ca expel-ieucia que os snrs. Ferra2 frmios poderain apioseniar eni 1877, contra a originalidade dos pFoccssos do que tenlio privilegio, foi a que elics tioltrirn feito ern $872, lavalido em 25 alinudes d'agua o bagaço contido eni 20 cestos da vindiiiia, e pnssagdo-o denois no lamiii:iilor. Eni primeiro lognr é preciso notar que a ideia de passar o bagaço ao Iaminador depois de Iractado pela agaa csiá claramerite indicadana minha desciipção do 1870; e a ciict~nisbncia de ter a experieocia dos snrs. Ferras Irmzos sido feila em 1872, quando eu piix em execiiçjio o mcii p;iinclro Iiroeesso logo no principio d a laboração, :r,ostra bem o que foi que a provocou. E, com relação ao resiiltacio, ainda mcsmo qiiaiido os snrs. Ferraz Irmãos não tivessem deciafado que tinlia sido az~llue negativo, basiaria, para o demonstrar, o' facto de não terem os mesmos fabricantes m a i s pensado, dura1110 cinco nnnos, em aproveitar o assucar do bagaço. E qrier V. Ex." sabor, snr. redackor, porqiic 6 que o
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de 1883.
Carta dirigida ao DXARIO POPULAR, e puúlreada em ik de abri4
' h a g s ~ atnqado e csprsrnido pelos' snrs. Fe:.raz Ii.mãos n30 ara iesiiitndo rrtniiijoso, s ~ r :qon:>to que o daria, senm davida, o bngnço que íds" tracltido pelo meu p r i ~ e i r oprocesso e pasçzdo :?o ini~liriador~conio irjdiquei'? & p i na er;perier,cia dos sars. Ferrsa Ii:mãos sS haove kiiuagem d o bagayo, em q u a i i t o que nnijuciie nieii processo' tia tn!n!)em niacerc~ylfo,podcrosiimin:e favorecida pela circiiEa~nod o licjaido rnaicr:idoi. E o i::l-i é eirio, srli.. iedac:oi, í! (;ri(? iiáo p6de Iijver i i ~ = iihiiil~ f;i.mmsa i11dti%:ri31que* por m i o cla lauayeoa $6, seja capaz d'csirâilir 5 3ssi:cnr das eeilulas d o L a g a ~ oqire o moi. iiiio (leixorm i!~!:x!as. E s ~ efacto é sfGinado por PiT. Basset 110s segiiintes termos: «Sabemos, com rclaç%o á c s t r u c ~ 5 odo 3si;i~ar.qiic os diversos pi.uci.ss~s de lot;i:s;em 2 0 i 1 1 tirar serião O assucai. lisrc, jnG~ e..-posto i ecti'c as [;aiticc!as i;;m?iilus dos teuidus: ' s2riclo abioiiilamerite impossivci estialiir por m i o d't:ll?s o ;!ssiicar ericer:.at;o tias colluias iiit;ic!~s. Tom-SI?, pois, j!-ocr!ra:!o obuiui. Y este i!icnii\.enieiile peia ?i>:rci?cc@o; isto i:, peia acç9.c da agua sul?icicnteiiic:ii~ prolorigada p.a:; ilissoirer o açsi~tai.no interior das cei!~!las e Eorn;l-o livi-D.D Os e&itol- cln macei-nç~csáo tinuitlos á trndencia qiic trem a a ee z d:ts inu::i~:~riasos lfi~idos da de:,siIar!e diífcrcnte, scsuc:jitiveis dr mistiira, eslabc ecendo.se correiites do exterior paia o interior, e i:ice-s~rsa,qiic es designsrn na sciencia pclns dei;omii!rções cle endosu~osce cxosnzose. Dizer que os plieooaie!i~se!i~losnio~icosfoi:!m ohseivados pela primeira vcz, em i826, por Diitrnclit:!, 6 dizer qiio eri não posso te;. 3 prel:.tigáo de os lei. dessorberto, e do ter inventado a ril;?ceiaçCo. hlas eu lirili:; a raningem de os coohi:cer; e pnr isso vi qllB n5o podia, por uma siinples li~viccjent, exiiahir o asçucni das ee!lolas iiitacias do h:~g:iço. Além d'isso, o coni!ecin;eiiio qne eu tirilia da iadi~striado asslicar fez-me ver faciliri~ijieqtio um processo de aproveitanjetiio, pela agua, clo assiicar do bagacc, n5o podia s r r pso~eitoso, senso seiido simples, d e faeil eseci~çZo,e produzindo li. quidos em cnncliçócs convenientes para serem trai~sformadoç e m prodilc@s inciiiskriacs, sem grand: deçpeza, T7
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Poiam Bstas a s prioeipacs eonsiíieraçocç cjos riar guiaram na descripg5o do processo coixlanie da adiliç8,o que ern i875 fia ao meu invcnlo de 887'0, ciiian!i0 iaiiic;iici como devia ser disposto o bagaço qirc saia do moiiii;~, F; q!ao devia sei orvaIhaiio com a quai,tidaiJe i l ' a ~apz~arçsufilcietile para o hamedceer e penetrzr até o irilerior das ceiiialas irataelas. E u bioe tanto em visia e~~iiiir que se dcilasso sdbre o bagaço agua em quantidod., dernilsirdd que reeon~mcnclciquo, sso, isso succedesse, agua EOsçe re.cebida.yeia bam'ii3 c deitada sobre o bagaço novo. M o dei-e, lodâr:ia, o ha-aço ir para o moioiio táo pouco molhado que o liquido nXo seja sufiicianle para operar a doslocaçao; por isso iia fibrica de $. .Toá0 era o bagas0 dd novo orvalhado na occasião de ser espremido, senlpre que isso se entendia iiecesçario. Estas disposicócs sao 130 importanlrs rjiie, scm a ohservancia d'ellas, o processo deixa de se? proveitoso. E', pois,, fóra do diarida, snr. redactu?, qoc na daia em que os meus processos foram privilegiatlcs, uso era coshecido do pziblico nonliuni processo vunrajoço para o aproveilamento do assucar do bagaço. E essas duas o11 ires ex;ierie~~cias,sem valor legal, com quc os conlrafaciorcs do men invcnto pretmdern encobrir-se, e que sso, eridc:iien?intc, !iiiias dos moo5 irahailios, só provam que os que as execiltaiaiu riso tiniiam oç conhccirnentos necessarios para coiriproiiendereni as condi~óes indis[~ensaveispara o bom resiliiaio que náo poderarn obter. De mais, çnr. redactor, quem iitvenla náo 6 qiiern experimenta; é quem dcscobre, quem i ) i o d ~ z ,qoèm realisa um melhoramento proveitoso. E u não descobri os principio5 em quc o meu invento se baseia; mas realissi um melltoramento qiie ailles de mim ninguem tiiiha consegniclo realiçar:-consegui aproveita? vantajosamente, por meio do processos simples, de Eacil execuç20, O assocar que ficava perdido no bagas0 das cannas.
Do
V. E x . ~
multo alLo venerador obr.'" Filflclial, 13 dc abril de M83.
'Viseonde ido CannclviaE. 9
Ex.-. Snr. Redactor (+).
Os 0."' 1 e 2 do art." 632." e art." 6 3 5 . q o Codigo civil portiigiles esrnbe?cuem ijiae sao r;t~ilt~.sos inrentos que ja forem conhecidos do pulrlicq, qiic j:i e s i i r c i ~ mdivi~lg-dos; ou que fizcrena o oiijpetii de cnrlcl ts~!te:ioi~nlazj~leconcedida, se os in. ~ereseados pi.o[)oa6Licilia iirção tia 1)iiiiiddíl~deirtro de um u9zno coijiai;:o destie o d i a ila :~ssigijatiii:~ilo plii!i'gio. Ora, sendo iricoi;iesiart~l cjr?:: os m e u i;i.ciiesins privilcgiadoç naO erum conliecidus L!O ptihiico na datu drt asíigitntura do pvivilegio, e que deiltro (Íe eitn ( r ! r i i o t1cpo:s ri'esiii d a t a niizgitem se apreseiitois cünt curta rrilteiiorinmtc co:ztedtda s6: bre o mesnzo objecto, 6 claro q:ie, aitida qi~:iri:&~ o snr. \Vilbraliam, ou os snrs. Fcrraz Irm3os, ou i;riali[uvi. outro podesse agora ailegar, e provar, que tiniia ~iosloern osecoção um processo, náo só sinzilliante, mas idoilico ao rneui, n5o só urna vez, mas cem não scí dcpois, rnas cciltes do meti privilegio, isso não podoria, de modo alguf~i,tirar-me o direito a o gbzo exclusivo da ~ninliaproprietiacie. Desde qiie o meu iiiveirlu n50 era i111 tiomi~iio público, e ninguern rin:in patenic anterior sbbre o objecto d9e!la, i~inguena tem direito a reclamar prioriilade. A l~ropricdade de c ~ n i dcaeoF~.imenio qurtlqtier pertence áquelle que primeiro se inscreveir como dcsr:obri~liir na repartição competente, quer f i t ~ s c dle, qiier nùo, quer:~o de$* cobrisse* Nem podia deixar rlo ussim ser; porqrie, de oiilro modo, ninguern podia ter garatilida a piopriedadc do seu iiivento. Eu obiiiilia hajo pnlenie de insençlit? por iima descoberta qiialqucr, ùciiois do ter dcposiiadu, aa eonfüroiidade da !ei, a descripçáo comlieieriie. Amanhz outro itidiriduo, iendo podido ler conliecimcnlo -E===
(a)
de 1883.
Carta dirigida ao DIARIO~ O P C L A R , e puhlicad~ em $5 de abril
dos termos ds minha descripf,áo, ou, mais tarde, tcndo podido saber como eu punlia cm c x e c o ~ 5 o o meu invento, arranjava tcstiniunbas qiie dcpoacssem q a e elic tir:tia feito, muito antes de mim, a niesma dcscobcrta; e extorquia-me a minha piopriedade I Niio podia a lei coiiier disposições que auctoiisassem uma lal expolia$ão. Mas, sni. redactor, lia oiiko disposição do Codigo Civil Portuguez, pela (11131os coii:iafaclores do meu invento jiiigam, segundo me eyisla, poderem escspnr á responsabilidade d a contrafacção. E o artigo 633.", que diz assiin: aQuern nào (ler a' e;cecucüo o seu invento dentro do dois an nos, coiilados d ~ s d eo dia da assiçnztrira do privilegio, ou cessur de se nproceitar d'este por dois annos coiiseeiitiros, excepo jusii/icando l e g i ~ i , ~ aimpedimento, o perderi o dito lirivi:e,nio.o
E' preciso não esqnccer que o q i ~ oa lei tem principalmcnle em visla é animar, 6 proirger ailiielle qiie i)encficioil a sociedade com i ~ mine!lic~sairien~oq u ~ l e eoin , iari1 iiivcnto proveitoso; e, quaiitlo liaiiiou :a uiii certo niirnero de annos o direito de prcpiiedade d o iriventoi., ri30 ~ C F C , (Ir! eerlo, o pcnçamenio rescrrado d e lhe aririar ciladas p a i s I!ie extorclu'ir o usofriiio d o se0 irab;illio. Quando a lei fixa dois annos para ser dado Q oxccni.áo o invento, é porque enicode que este espaço d c tempo i, em geral, snfficiente p:ira qiie aquelle que Fez uma di:scoberta' uril, possa po1.a em exccncáo; e quer foiçnl-o a não d~,ixar perder, por indolencia, um mellioramento do qual podem proia; grandes beneficias á sociedade. E a prova que tal é o pensamento d a lei, e não o de expoliaçáo, é que lá es:i a propriedade do inveritor protegida pela ercepçâo de haver legititxo inspedintento. E seria iniusta a lei nile assim náo urovidencinssc:. nor, que, como diz Labo~ilnye, r 0 inrcntor ri50 perjirtlica a eocio. dnde em não f:,zer uso. d'ailiiillo qiie riso existiria sc;n t'lle. E' necessario considerar q11t3, se o iiireritor i t j o ~ i õ ac i i ~exeeu. $30 a sua descoberra, rrso é 110rq1ien2o querpéporqrie ti,%opdde.8 &Ias eu vejo, snr. redactor, qiie siso posso concluir hoje o que tenho a dizcs sobre este ponto, sem esquecer as pe9.
quenas dinieos5cs do jornal oade tem de s ~ pubiicada r esta corresponiiencia, Na ininlia proxirna carta conlinuaroi o assumpto. De V. Er," miiilo ait." venerador obrado Funcha!, I h do abril de t583. Kscofzde ($0 CunnaeiaB.
Queir:, V. Ex.Qnolar qoe o art." 633.O da nosso C o d i g ~ Civil diz que perde o seu privilegio aqcclie que, sem legitimo impcrlitaento, não der euect;cão ao s e i ] ini,eii!o deillro do dois atinas, ou eessc:r de SI apioceilur d'd!!: por dois annos coo: sccu1ia.o~. Ko priri~ciroe m diz--qzter)~ ?ião der (b b;~ectjçZ~;--e, no segunilo caso,--qucrja cessar tie se cprot:eitar,-e não-guens deixar de czeczrlar. Ora, cono as leis não vali2:ii os tnimos unicamente pa" ra fazer csiylii; coiiio náo s:aci.ificain á i~arrno~iinda phrase, a sua clareza, o seir pc:nsnhento: paroco-me fOia de dúvicla qiie a capree~sáo-!zGo tirr ú arecziçrlo--n5o icgi exactameiilc o n:osmo scnliclo jtie-ccsar de -se oproueltnr. Quaildo orn .in:iustriai: depois i3e ter posto em execoção um inveoto privilrgiatlo, deixa de o crniiri.gac ' .~ na siia indi~siria por dois annos coirseeu\iros, çein i:npetl:rnrnlo legitimo, nbnndonand0.0, sirbçliluindo-o por Oiiiro meio; e n l e ~ d ea lei que, neste caso, deve esse ir:des[rial perder n propriedâtic de um invento c!e q u e cessou di! se o ~ r o ~ e i t uel ; de yiie outro poderá querer aproveitar-se. -v----
(8)
de 1883.
Farta dirigida ao DIARIOPOPULAB, e p'rlhlieada em %'i de abril
Parece-me cjye é assim que dcue ser iriterpretads a ex. press2o-cessar de rrp,.o:.eiiur-se-do cilado ar.t.qêr3.O du, eodigo civil. O que 6 , porém, fdra de diivida, Q que o inieníor só pcrcle o seu invento por cessar de S. aproveitar rl'elie, quaíido não tiver para isso i~?ipedij)zentoFegii»io. Quanto a mim, six. redactor, de qiinlquer inodo que geja interpretada a disposiçáa do relirido artigo do codigo civil, em caso neiihuw ele é applicarel a pena qilo elie cstabciicco. Tendo siiio assigziado o alvar:~ do privilegio ern noi.cmbia de l870, cii puz em eiecoçZo o meu ii:venlo i?:\ f $ i ~ ~ i de c i S. 3050 ein $872, dssescis Rezes depois d'aqiiella data. Logo não posso ter. perditio o priuiiepio [,:ir não Icr Gado exeeii@o a o objecto d'ciie dentro dc dois annbs coniados da daia (i:! assigaatura d o alrarà. Etnp:egtici na mesma fibvica o meu invcnlo erii 12373. Háo o ernpregiiei em 1874. Em 1875 pox em cxecuç%o o ohjecto da adtlic,no que então fiz ao iiiilento; e, dosdo enijo ai6 1879, foi elle erripregado, setn inierrupçáo, ria fibrieã do S. João. Em 1879, tendù sido leciiada &!a Mbi.icr, em viriinflo do processo jtidicial, foi neila iii\errompida, por Bnpedlm~nlokegétlino, a exeeu$io do meli invento. Quando é ccrio que cu estava iiiaiido loci.os do uso do mcil privilegio, 6 euitier!ie q!ie não foi porqiie eu itdo q i i i z , ni:às siin i)wq~~'"e eia 7 ~ 8 apude, qiie n8o canti~iueia auferir os mcsMOS J U C ~ O S ~ Ilm 8880 e 1884 servi-me, como pi~dc,do mc!l invcnio, irauianào por meia da agan, e cspiemendo, com :irlxf!io (!c mácliiilns cjue mandei vir de Fiyinça,.cannas e bekci.raba. p m $880 veio epicrjder-se comigo urn fabricarite de nguardeale, para c e m p r ê g d o ornei3 invento; r, d'aiii para ca tem-se iiiiiisxdo sempre d'clle. No correple ano:, en~eaderam-secomigo diversos ouiros fabricantes. V e m , pois, qile, qilando mesmo n%o houvesse O impedimento legítimo tle tcr a iibiicn de S. João sitio obrigada a feeiinr as snss porias; ainda assim, c iridependen!emenle da uso e . oZo a~cioaisailoque os eoniraf;i;iu!or~s teail1,íeiio do piec ira~?en.
to, 080 me po~lia, tom jusiiça, ser appiicada a pena de perda d o privilegio por interrup~áoda ~ x e c u ~ ãdoo invento. Mas, sor. redactor, o ari.' Bih," do Codigo civildiz assiiii: cDn propiicdade do invento deriva o direilo exelicsico de proSnzir, ou de frrbricar os ohjeeius, c p o conslituem o dito invento, ou em qae este se manifesla,~ Se, pois, d u r a n h a cxiskocia do meli pririiegio, alguem piodt~ziuou fabricoi~ o q u e eii tiaiia o direito exei~isiuo de prodiizir ou de Fabricar, 6 evidente cíiie isso o50 póde deixar de SE^ coosiilrrado, para tcidos os effeiios, como se tivesse sido feito por mim. : Ora eii esiou bem informado do eeFuinle: Ein 1878, anno ein q o ainda ~ laboiiiu n iibrica cle S. Jojo, o snr. Visconde da C:iIç:id:i r:oniralea, pela lirinirira vibz, o rneu invento na siia fi!ii.ica da C;iliiciia, c tem coiitiiiuado a faze1.o cm Lndos os annos d'alii p n r a e;i. No atino seguiiite, serião no rnesino nnno, começou Iambem o meu inveiito a ser ohjixto dc ronir:if;ieçáo mima fibrica de Santa Criiz de um fiilio do srir. Visenndr da Calçada. EID 1880 conicco~ia coiitrafaceão na fábrica do snr. Rin. lon d'esia eiilndo. E n i 1881 elia eornccou na IiDrica do srir. Wilbrriliam na Bonia tfo Sol. Por este 1150 q ~ i ccertos I:rbricnnit.ç teem feito de i ~ mobjccio de qiie eti ienbo o direi10 csi:liisiro de usar, voo pedir a -todos prrdas e
E~.°"nr. Redactor
C.)
S a t ~ eV. Ex.' q u e o meu invento para o apeoveitamcnio do assoear que o moinho deixa no liagaco das eaiinas nasceu do desejo q u e eu tinha do p6r em boas coni!i~ões irid:isirises a fibrica da Gompanliia Fabril de Assiicar M:ideirense, do que eu fui o prlncip:il fuiiciotloi. F o i pela Eibiica de S. Joáo, c para a Iibrica d e S. Joáo, que cii deseolrri uni meio ftacil o puiico ciispc~ridiosode obier uig prcldvcio importante qoc ficava i ~ e ~ d i d a . Deve, pois, V. Ex." comprzlieia~lcrpor qric razno, em f 875 e anoos seguin!es, cliiirido o meii inyeriio estava en, ezecilção oaquella liiiricn com ião boiis ~.esultados,eu 1150 propuz nos outros f:thi.icanics a adopçáo do mesmo inuenlo, nem prociirei convcnccl-os das vantagens Ù'elle qcinrido, ainda enião, riáo acreditaram, pela maior parte, riessas vantagens., Para que a Compani~ia Fabril de iissiicar Madeirense po. desse prceriçlier o iim que tinha em vista, prrcisiiva q u e a siia fibrica podesse laborar em condições de podbr pap:ir o produ. CIO ag!.ico.la por bom preço a o cullirndoi, As difliculdaiies com que ésta cornpniihin linlia iiictado, o os emb;irncos qiie todos os dias lhe levaiitararn os que queriam eiiibarg:sr~llieo passo, nào l11o periniiiiain sustentas aiiiilrn com vaoiagcm a gijoira qun lhe fariam algumas [ibricas. N a i a s cireurnsiancias enitendi que, embora fd'6sso pcrj~iilicado, nào deria dar armas aos outro3 Snbriraai\cs para combaiereni uma emprcza (pie eu tiniia crcndo, e que eonsiilerara da rnurima importancia para a açriculiiíira d'osta terra. Ninguern ine agradeceu ésta d ~ ~ d i e t a ~ cá oa16 , muitils ncgavam a vantagem prihlica d a fái~rica tle S. Jriáo. Quan*, porérri, ha pouco iernpo, se espalhou riesta ciilndc .a nolfcia do qiie o machiiiismo doesta fibrica ia ser vci~diilopara @noarias, todos lameiiiavain que tal suecedesse, e diziam qite isso seda urna desgraça! ==i-==
(e) Carta ùirigida ao Dii~rro P a ~ u b a ~u, pub!icada em i 8 do abri!. de 4883.
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Em rjuatitu rorico a processo da cnecilí:ão contra a Com. p"n\iia Fabril de Assuear M ü ó e i r e ~ ç oeu n5o pensei em i i i ~ e s ligar se, cm aigorna GU algumas iiibiicas, se cciií.raf:izia o objecto cio mcu prir~icgio; ja porque 8x9 cuidava que os fabricantes f&sern capabes de usar d o mcu inrento sem minba ailctorisaçZo; ja porque s:ihín gim, em geral, eram de opi~)iáo q u e se n2o potiia apr.o:ciinr \~arii:ijosameriic o assucar do bagaço; ja porqile, por esse tempo, eu tiniia a allençáo muiio preza aos negocios [-jalilicos, especialii~enle e!n quanto tive a ineii cargo a admirrisirsçxu supcrior G'esie districlo.~ Qiiando, poréin, tendo a fábrica i"; S. JoZo deisnilo de pertencer A íhniparil:ia l'nbril de irssiicar Madeirense, tioha desaiiparericlo a razão pelaaqi~aleu ífio tinha cjiierido qiie o mcu infento f&se uliiiaado por ouii.os rabrieanies; e devendo laiiorer no corrcnlc aiiiio a.ji~eI!a &\?rica, 2 que o meu piiiil9gio linha cs;ado ligado;-eriir:idi.que n5o liavia ja n~otivoque deressn impedir-me dc procurar generalisar o eiiípi.i.yo dos ~ c u sprocesso3 privilegiados. Fiz ca!iio tias jo~,:!aes o S P ~ ! I ~ I I I @3ni)úiicio: nO '17iscoi!ile (1'3 Cannaiinl ~irevinc,a ti:dos os fabricaiiles de. assiicar, ou uguardeiilc, de can:;as tl'este distric:n, da que tem, ainda por Ires annos, privilegio exc!usiro do uiiroveilamcnto do assucar que fica rio bagaço das cannas, cspreniitlas no moinlio, ou Ianinado?, segirr~doos processos descriptos pelo inventor e pubiicasnente postos pw etle e m pr.dciicrc ear grande escala n a [abriccs de S. JoZo. apura esclar~.ci:nento dos qiie Icem inleressc neste assuropto, julga que basta transcre\.er, rlas descripefies exisiei,les na reparti~ â ocoiilpctente do minisierio das obras pirbiicas, o seguinle pcriodo:--. " P d r o liagiiço em contarto conz cima quaniiilnde d'agtia apenas suficieale porra o l~urned~ccr c Iienetrar ai8 o interior das celliilas a i ~ ~ di?itccctas, a pnssa?ido-o depois ou larninador ou esprcwendo-o numa prensa qualquer de f61.ea s u f i c i e n l e . ~ aQueni quizer conhseer qiiaes sáo no nosso pãiz os direitos do inventor, c qual é a respcnsabilidads eni. q11e inçorrprn os contrakctores, veja a parln 2.; /livro i.", ittaio 5." caprtulo 3." do Codigo Civil Porltrgeiez. o 0 Visconde do Cannavial convida a traetsrom com clle as pessoas que quieercm u~ilisar-so do seu invento durunle a esistencin do $eu p i i v i l ~ g i o . ~
E pouco depois, dirigi aos fabricanles de assucar e de aguardenle d o districto a circular seguinte: nlll."" Snr.-Com
quanlo eu convidasse pela imprensa, como Ih0 remeiter, a tractarem comip;o todos os iodnslriaes que quizerem aproveiiar o assucar que o moinho deixa no bagaço das cannas, segundo os processos t s que tenlio ainda s privilegio p o r tres annos, e que foram postos em pràctica coin o melhor resirliado na Eihrica de S. Joáo, dirijo-me direclaaente a V. S." para liie assesusar que podcri, por esse meio, tornar muito mais vantajosa a siia iniliisiria. #Tendo j6 contraclado com alguns induslriaes em receber cinco reis por cada quinze kilogrammas cle canoas entradas no eslabelecimento onde fbr utilisado o meu invento, estou disposto a Iractar com \'. S." nas mesmas coodições; ou fazer sobre a mesma base uma avcnça, f u i ~ d a d ana média da lahoracáo nos ullinios ties aniios, segiindo a escripturaçáo do eslabelecimeiito. aApezar'de serem os meus prmessos muito simples, e terem sido execo~ados publicamente, ha neiles algtcnz~sparticu!aridades. que podem fazer variar o rendimento, de que V. S." seri devidameiiti! irifirrmado. Sou de V. s." com muita consideração, etc.Tisconde do Ca~znavial.D
V. S." poder4 ver no jornal qae ten!~o a honra de
De V. E X . ~ mt: a1t.O veiierador ~ b r . ~ " Fnnichal, t6 de abril de 1883. %conde do CnnnauiaE.
E X . "Snr. ~ Redactor (+).
h,pela miriba correspondencia publicada no Diario POpular de 9 do março úllitno, tem V. E x . ~conliecimento de =i=i=S-
(*) Carta dirigida ao DIARIOPOOULAB, B publicaia em 80 de abril
de 1W.
que, quando, no priucípio d e ferereiro, o snr. Hinton, om visia do meu anriúncio, procurava arcnçar-se comigo para usar d o meu invento na soa fibrica, oo correntc anno, o snr. D. Maniiel Teiles da &ma, dono da Fabrica Naciotaal (anliga fábrica d e S. Joao) fazia-me cima ~rroposiasôbre o mesmo objecto, e o snr. 6. \Yilliraharn, dooo de uirn iábiica dc assucar na Porita do Sol, ficava cornigo de ir consultar os seus soeioç para depois vir traciar do ajilsle. Da niesrna corresp~ndeneia eor,sla que o snr. flintnn [azia cniáo sentir que mc cori~iiilia unta arenca com elle em eoiidiçõcç mais raz~aíois;porque esiava convencido d e que, desde que os outrus ioiiustrinps souh~sssinque elle tinha feito eoniiacio comigo, nenhum faria qnesráo. O que é certo é que, coastnndo-me que o çnr. Kintun ja ti,i?lia tcilo uso 110 objzcto do mcii privilegio, sein minha auc i o i ~ s a ~ Z onos , arinos de i880, 181i e i883; e nBo tendo querido elle dar me a indemnisaçào que me é por isso dcvida, re~pon~lcndo-rne que nüo tmhn cinprcyado, nem lhe convinha emprrgnr o proccsso a que ou aE'~~dra;-i>iio só não fz,rnos aecôrdo algum, senáo frii para jiiito fazer valer o meu direilo, Dopois d'istu, o sni. D. hlanitel Lelleç dri Gama desligouse d o nccôrdo cin que comigo ficara; e o çni.. Wilbratiam náo veio traetar do ajusle. E m 7 de fevereiro último o snr. D. Manuel dirigiu-me a seguilite carta: aFonehal "de Fevereiro di, 1889.-, . . Snr. Visconde do Çannavia1.--Eçtimaria.,ter com V. . unia entrevista, se V. . quizesse Eer a bontliicle de me fixar a hora a qiio devo pi.ocural-o. -Se a V. . . conviesse !nais passar gelo esci.iptorio da fibrica onde estou ali: 5s 4 lioras teria goslo em a q u i o receber.-Çoi~com a maior estima, De i'.. , muito allenlo ~eneradorobri. gado-bl. Maizuel Telies. da .Ga1an.u Procurei riesse mesmo dia o snr. D. Manuel na Fábrica Hi~acio~al;e adiei-o dirposto a traciar eorr!ipo i a i a se ufilisnr do m a u , l)ri,+~gio; como, poréni, en pedia 5 reis por cada 1% kii. de c a m a s qi,é'entrassem no esfsbrleciinetito, e S. Essadizia que só.ibe convirilia dar uma parkedo producta iiqiiidoque retirasse do bagaro. não pociémos en%o ficar d'accôrdo.
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Comtudo, passados poucos dias, tendo ou proe!irado o snr. D. Manuel ria sua fábrica, ficou accordado erii1.o nSs que ae faria uma elperiencia, dirigidu por niirn, c:ijo resuiiado sarviria de base a nrn coriiraclo definitivo; d~veiiijopertencer-me u m ierFo do pioducto liquido da experiencin, e depois um (parto do prodii~toliquidn que se ol~iivesse.do bagaço, se o cons. tracto definitivo se realisasse. E om seguida fornos ainbos ao Iogas onde se tinha de fazer o trabailio; e estive ilaitdo iiidieações sbbre o modo porq u e a s eousas se deviam dispor para eiie. Tendo eu, nossi? mesmo dia, pedido ao snr. F). Manoel uma declaraçno escripta do que c-iitre nós Gcára convencionado, S. Ex." disse que me faria essa dcclara$io numa çaria q u e ma escreveiin. E! com effciro, no dia 14. do mosmo mez de fevereiro, escreveu-me o snr. D. hfanuel a seguinte carla:
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. «Fuuchal tk. d e fevereiro de 1833.-.'. Snr. Viscondu do Cannarial.-Em virtude do aviso de V. . a'im de que ninâuem possa usar da inlprognagão do bagaco por agoa, e passal-o posteriormente ao moinho ou laminacior, e da conversa qnc a esse respeito iivemos tenho n ciieer a V. E x . o~ segtlinte: «Farei experiericia do mencionado processo sbbre o bagaço da fabricação de ires dias na mesma fibiica, e feita ésta, direi o que rne parecer a V. . « § c ii rninliz resposta entáo ibr no sentido do n2o querer continuar no provisorio accbrdo ein que honlem eiilrei com V. , darei a V. . a ierça parte do prodrieto liquido que eu tiver tirado d a experiencia: se do contrario cjuizer entrar em transacçjo defiiiitiva, fico scientc de qiio V. . . quer ficar recebendo %"/, do producto liquido de lodo o bagaço submettido ao processo de que se tracta, devondo da data da experiencia por diante obter-se o producto liquido, por meio de uma percentagem que a LiLiilo de despezas, se deduzirá do producto bruto. Se não chegarmos a accbr(lo na importaneia em que (leveri sei' fixada essa perecntasom, ficâmos inteiramente desligados, e livres para proceder como eiitender:nos com relação ao assuinpto.-Sou de V. , muito atlerilo creado -D. Manuel T~llesda Gama. o
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Niio me parecendo ésta carta bem precisa em ponlos impor:aut~s, nem em porfelia I~arinoniacoiri as ideias com que eíp 90,
fieira sdbre o aecdrdo feito, escrevi ao snr. D. Manod, no dia inarnediato, nos seguintes termos: ~ F u n c h a l15 do fevoreii.~de 1883.-111."" e E X . ~ Snr. " D. 8lanuel.-Accusando a recepção da caha de V. Ea." de 14 do cor.. rente, permilla-me 8: Ex.?jiie resuma e precise bem os pontos em que e indispensavei que fiquemos bem do aecbrdo: ri.'--V. Ex.' farn uma experiencia de tres dias, dirigida por mim, para servir de base a iim conlracio definitivo para a lalioraçso do corrente anno, dando-me V. Ex.", em genero, a terça parle do produclo ci'essa experieiicia, descontadas ao despezas rsspecli~as; a9.'-Por despezas respectivas entendem-se as d q e r a s quo V. Ex." fizer com o aproveitaniento do assucar do bagaço, a maia do que as que raria se o não aproseitasse; ~3."-Se V. Ex." reconliecer que essas despezsi: sáo, approximadamente, as que constam do cálculo do direchr da laboravão e macliinista Foulon relativo ao aimo da 1 8 7 8 (iiltiino da laboração da fabrica de S. João), quando eu me achai,a e m França, e quando a mesma iibrica trabaliion debaixo cla inspeci.áo dos snrs. Viuva Abndariiam & Filhos, cálciilo de que V. Ex." se acha d e posse, de certo, por lhe ter sido ministrado pela referida casa commercial, e que me parece offerecer totias as garantias de exaetidá3;-comprometto-me a fazer eriláo com V. Ex.Qm coniracto defini1ii.o para a laboraçso ??a sua fabrica no corrente anno de 4883, recebendo 25"/, do produclo iiquicio que V. Ex.Veiirar do baga. ço em trabalho regular feito segurrdo as minlias indicações, ou d e pessoa qae eu encarregar de velar por esse trabalho; ficantlo erilão deterrilinadas as despezas para ioda a iakoraçao, por meio 4% uma percentagem do produeto bruto, 4 quêlmais approxiroadamenfe correspondirem; uh."Para o c8lciilo alas cleepezas dar-se-lia a cada Ires litros e meio da aguardente rcelilicada ,?rn '30TC., o valor de 950 rkisy a5."-Se, depois dos t1.e~dias de espciiencia, e em quanto n30 8 conhecido o resultado deiin(iivo d'esia, V. Es." qiiizer conlinuar o aproveitamento do assucar do liasaco, as condiCões seráo, pelo que respeita á parle que me Ira de ser dada, as mesmas que as da referida 1.Qeliperiencia; e6."-Se náo viermos a ac,cbrdo para o contraclo definitivo, e estando salisfeitas as condições do coiilraclo [iro!.isorio, ficaremos desligados; não 6c;iiiilo V. Ex." ariclorisado a continiiar a aprcreitar o assucar do bagaço pelos processos de que tcnbo privilegio. ~ E s g e r omerecer a V. &."a fineza de @e &eçlarar 80 sso bem ~
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dstas as suas ideias.-Sou de V. Ex.; nmuito atlonlo venerador o. Brigado- Visconde do Cunt~itve'ala.
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Passados 25 dias o snr. D. %anue1 mandou.iile a segi~inresposta:
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tiPunchal 12 de mai'ço de 1883.--. . Snr Visconde do Cannavia!.--Quiz evitar quanto possirel enirsr em qocstõee com V. . . chegando esse meu desejo a ponto de propor a V. . . u m accbrdo provisorio pelo qual, com qilun!o V. . . usi:friiisse de certo ber.eRcio, eu náo reconliecia o direito que V. julçu ter acerca [!o aproveitamento do assuear do bagaço. V. . , poróm, 1180 se contentou corii isso, e por carta de $ 5 de fi?vereiro irnpne-me (mesmo para o provisorio accardo) taes coiidições que, s e f6sse:n por mim acceilas, ficaria iiliplicitamente reeorihcciilo o ja ciiado direito. «Entendi, pois;qoe não devia [jioseguir nessa transacça~scrn consultar advogados, e a esp6i.a de resposta cl'cstes (lcu logar a qiie s6 agora podesse tsmbcni responder o V. . . , pe!o que peço desculpa, nos advogados consi~itatlosForam dc opinião, qiia não p6do ler cffeito o privilegio de V. . . e por isso sinto diz1.r a V. . que não podemos entrar em accbrdo alçitiii sAbre esse assiirnplo.-Sou com muita corisideraçáo, de V. muito attenlo venerador obriga- ' do-E). iIfo?itrel ;irlles da Gnf>aa.s
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No dia i 3 do riicsano mez de março escrevi ao 801.. o$. Manuel o que segue: B G x . ~Snr. ' ~ D. Xanuel da ama.--~end&rnc V. Ex." escripto, no dia 9 de forereiro úilimo, pediililo-me iima entrevisis, OU tire a hoiira do o procurar na sua ELiLsica. o i'.E.i.Vinostron.se dis. .. posto a tractar comigo para se utilisar do nieu pri\.!reyio; rilus di3se-me que lhe nZo corivin!~a seiiGo dgr-me uma parte do pcoducto liquido q ~ l etirasse do bagaço. uNssse dia n%o podhmos ficar de açcbrdo. «Alguns dias depois torilei a procurar V. Es." na saa fabrica; a Ecoii aceordado entre nós que se Faria uma osperlencia, diiiçida por mim, para servir de base a urn coiitracto dcfiriitivo; devciid» eu ter um terço do prociucio liqiiirlo da exl~ericncia,e depois iim quarto do prodocto liquido, so o con!raçto detinitiro se rcalisasse. R E taiito B certo que isso assiiri iiciiu accordatlo ciitre n6s, qirs Fornos ambos ao logar onde se linha de fazer o traballlo; o es:iro darido indica@es a V. 'Ex." s$i>se o modo porcpe as cuiisas se doi riai8 dispor para elle.
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aV, Es.' ficou de me escrever uma carta declarando-me o que eoniigo havia traclado. *E,com efldito, no dia 88 do mesmo me; de fevereiro V. Ex.' p.ccrereii-me sblire o assumpto; mas o que V. E x . b e dizia parecendo-me nalguns poutoç tio pouco claro que poderia dar legar a dúvidas, euteuùi dever eserevcr-!he rio dia immediato especiíican. do bem os pon!os eni que nOs tinhamos ficado da accbrdo, e pedindo a V. Ex." â fineza de mo diaer se eram bem acjueilas as suas ideias. «Agorz, depois do viiike e siiica [lias ele silancio, V. Ex." escreve-me clizendo-me que, tendo cor;sullado a:?vogados sbbre o assumpto, elies são de opinizo que riáo pódti ter eiyeilo o meu privilegio; e qun, por isso, náo póde entrar em accbrdo alsum c o m i ~ o a esso respeito. aConfesso a V. Ex."que Bsla commuoicaç5o mo surprebendeu. ((E'para mim fóra dc clhiida qoe os advogados que doram tal parecer a V. Ex.Qi,ãa co;iliecem a qucsi3o; pois a mim, lodos aquelles a quem tenho coiisiiltüilo, me teein ciicto eaactaiiiente o contrario. iEo lambem náo deseja'a Ler cjoesiões com V. Ex."; E por = isso sinto ler d3 declarar-lhe que, se 1'. %x."zer uso,sem a mirilia arietorisaç3o, dos proeossos indiislriaes de qoc tenlio pri~rileçio, me verei forçado a pedir-ihe a rcponsa'uiiidatla perante os tribunaes.-Di: V. Ex," moito a1tont.o obrigado. Fanchal, 23 de março de 1883.-V'isooside do Cavnacinl.~ Finalmente, o snr. 19. bínnuel, em i4 de março, escreveu* me uma carta a qrie não jrilguei necessaiio rssponder. E do theor seguintc :
. . Snr. Viseando
do Cannavial.-Acciiss recebido o favor e i rista c10 seu coniheudo, direi a V. que vou aproveilar a parta sachariiia do S a s a ~ o usaiido , do processo descripio em livros estrarigeiros lia m:iito tcrnpo. rSe por este facto V. entender cjoo me deve pedir responsabilidatle perante os lribunaes, que reinedio lerei eu senão defender-mo!-18 de março clc 8883.-De V. . . , m u i h altonlo venerador,-U. Maauel Telles da Gama.n ai.
de V.
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. . com clala d'iionten,
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Ora, constando me que n a Fábrica Nacional se está fazens do uso, sem a minha auctosisação, do objecto do meti priviiegio, exactamente como e u jazi6 mesma ftibrica, ver-me.
hei na necessidade da pedir a responsabilirlatie legal aos coaIrafactoros. De V. Ea." MU~IO att.Vvenerador obr,b9 Funchal, i 9 de abril de 4883.
Ex."" Snr. Redactor í s j .
O SIN. Guillierme FYilbraham, qoe táo 'disposto parecia a eracfar eoniigo para ser auetorisado a fazer uso do meti inventa na sua fábrica da Ponta do Sol, avliou depois que devia tamhem seguir o exemplo do siir. Biiiton; respondendo-mo, etn caria eni que p e n ~ o u muitos dias antes de a escrever,--que so náo avcnçava comigo para o einpybgo do meu prociçso, por- . qlie, @,To aclinitiinilo a sua fabnca os. apparelhos para ella aecesâarios, continilava a adoptar, para o upi.ouei!aniaiito do assucar do baçago das carinas, inetl~odoha nlttih adopintlo rio seu eâlabclecimento, no do s : ~ Bi%inton, . e ?$o dos sn7.s. E'ei?,na Irmáos; pelo qual apenas se procura aprooriiiar do.; residzdos 6?a hminu6ão da caizna o assucw que ttze bccc; ilpezai de Ihc eu ter dicto qne havia tos meus proi:essos, conz quanlo simples, algi~masparticularidades que podiam fazer variar o rendimerlto. Essa carta, em q u e o snr. Vilbraham acliou eonvenienlo não pôr data, é , d o tbenr seguinte: me fez do seu eSnr.-Em vista da srposiçáo giic V. invento de aproveitar o assucar do bagaço das cannas, seguodo o8
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-==ri=
(*) Carta dirigida
da zi883.
ao Dianio P o i ~ ~ ~ ke npublfc3d;a , em 25 de abri:
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processos qiie tem piiTilegio, os quaes foram posios ein práctica ná fabrica de S. Joáo, como V. . me disse com o mellior resnltado, inanifestando-me assim por essa ovcasião o desejo do eu adoptar em minha fábrica sçse processo, tenho a Iionra de dizer a V. . . ciüe não o posso adoptar, por opphr-e e issso a capaciilade do eçtubeiecirnenlo. iio qual iino 6 l~ossirel adnziitir os appareliros necessarios, nas co?:diçòes dos a1litc:idns processos, por ~ u j omolifio participo a V, . . qrrs cotz!;~~uo col~i o niesi;io melirodo adoprado ha anfios fio meu esiobelrciinenro e jci tainb(,m cadoplodn acs tios snrs. Guiil~erisnPIi??!on e Ferra2 Irtnão.~,niethodo desde hu muilo conhecido, pelo qual apenas se pri~r:trn api.oi*ei~ardos residuos da lnaainaçdo d a canrra, o assucar que /fie fica. a E ' quanto posso dizer a V. . . em respo~ta ao seu convite para contractar sbbi-e a base na areriça de ijue ine fallou, visto não pnilèr utilisar.me do seu invenlo, apeznr de Ií. . me ler dicto rue os seus processos eram inui sin~plese hncer nclles algnnaris parsiculrtridades que podem fazer uaricr o rr~~di~iie~~lo.-Soii de V. . . com muita consideraçZo, altento veiieradur oliriçado,-0 Gerente -G. lVil5rahanl.o
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N o modo porque esti redigida éstn carta ve-se bem um contrafactor qiie procura escapiwse á re'ponssbiiidade da contrafracç-io, cobrindo-se eorii um marito curto: transparente, e roto! Na circular q u e dirigi em fevereiro fillirno aos diversos fabiieanies rle assucar e de agiinrd"ti!e il'esle dislriclo, diziaIhes, como V. Ex." viu,-qite, apezar de seretil os meus proccssos nzibito simples e de trreni sido eseccltridos publicamente, h a nelles algumus partzculurad'zdes que podein fazer variar o
rendimeato. Ora o siir. Wilbrnlinm e o snr. Plinion rem, ncsta minha commiiriicaç~o,uriin grande arr!iaconirâ mim; e por isso foram encaixadao, tanto á l o r ~ n , i i acait:i do FIII.. \Yilhrabarn, aqucilas paIla\,ras Bn:ies. E jir!gam que, á soitrl~ra d'ellaç, pcaerão apoderar-se irnpiiiiemente ilo meii p i i ~ i l ~ p i o ! E' c~.rloq u e o n." 5." tio ait."32." do Codigo Civil Portugtiez diz q u e é niillo o inveiito-esc 3 "d'desciii~çãoapresentada não indicar lo,lo o qiie 6 neccssniio parca c exocuçáo do incento oci os verdrideiros mcios do nuctor. r A lei tem em vista m i a disposição iiripedir qiie o inventor,-quer seja com o pensamento de evitar á contrafracção,
quer s?ja para a j o ter que reseiar a concorrci~eiaqiiando, findo o prazo do privilegio, o invento for do dominio do pú:ilico,oeculle ardilosamente, na siia dosciipçSo, cousa iiecessaria para; a execuçáo do invento, ou c150 dcclare os verdadeiros meios que pae em prictiea para obter o objecto da descoberta, o u para realisar o melhoromento privilegiado. Mas, snr. redaelor, se, GOC!O a mesma cireo!ar diz, os meus processos são simples; se foram crecukados pzkbl:'camente fica fbbrica de S. Jazo, durtsnte aiz~ios; como posso cii ser accusado de ter lido o pensamento reservado de occultar alguma parte essencial, ou os vordadciros meios d'esses processos? l Os processos por mim descriptos são os meus verciadoiros processos; e R ~ Oleniio ootros. As taes particularidades, como bem e1,aramenio o diz essa circular, náo siío de natureza a impedir a e x e ~ u p ã odo objecto 110 meu invento; podendo s i i fazer varzar o rendimento. São sirnp!es esclarecimentos de práciica, q u e p0iIe dar aqrrelle que ja [em exercido qualquer indnstria. Tal 6 a demora que a prá. ctica tem demonstrado ser mais con\enisnte enlre o momenlo em que foi liumedecido o bagaço e aqueile em que deve ser espremido. E' lamentavel, snr. redactor, que os contraiactores do meu invento procurem, com taes fundamentos, apoderar-se d a minlia propriedade I e é ridieulo qiie allegilem que eu occulto par. ticularidades necessarias para a execução de um processo industrial que elles estão executando, e com grande proveito, sem que eu Ihes communicasse essas parlicrilaridades I Oe V. Ex.l muito att." venerador obrad"
Funchal, 22 de abril de 1883. Viscoride do Co:tiovissl.
E X . ~Snr. O Redactor
(e).
Pelo mesmo tempo em que recebi a carta do snr. C. Wilbraliam tanscripta na minlta última correspondencia, procurourne em minha casa o snr. Visconde da Calçada, governador eivil subsliluto d'este disiricto. Vinha siia ex.", como proprietario de uma fibrica de assucar e aguardente ila Callieta, responder, de viva voz, ao convite quc ou lhe dirigíra para se avençar coniigo, para poder usar, na sua fabrica, do invento de que eu tenho privilegio. Um criado trazia um saco; e deotro do saco vinliarn dois livros impressos, e um manuscriplo. Um dos livros era francez; e o snr. Visconde d a Calçada mostrou.me nelle uni desenho representando o rnoinho de cinco cylindros de Payen. O outro livro era inglez, e, se me não engano, uma obra de Leonard Wra-j, publicada em 2888, que o snr. Iiinton acaha de juiicrni ao processo da acção que lhe poe como contrafactor do meu invenlo. O ixanuscripko continha a traducçáo de uma passagem do mesmo livro inglez, qae descreve um moiiiho de cinco rolos, muito similhante ao de Puyen; e cujo valor industrial é bem indicado pela eireumstancia do não rir descripto nas obras rnodei.nas especiacs mais importantes, pelo menos nas que eu coriheço. Na leitura rapida que então fiz da mesma traducção não fiquei coni~eoendobem o apparolho em todos os seus detalhes; mas compvehendi bem que se tractara de un; moinho, no qual, como no de Payen, a s caiiiias eram molhadas com agua e vapor, antes de chegarem ao último par de cyiindros; ficando estes no moinl~odescripio no livro inglcz um po:ico maia affastados dos ires primeiros cyiindros do que no moinliode Pageo; dando isso em resiillado soffrerem a s caniias uma espremedura de menos. ----(*) Carta, diriçida ao DZAPIOPOPOLAB, e publicsda cm 27 de abril e
de 1883.
Não me recordo como é que na traducç'io que me aprêsentou o snr. Visconde da Calçada estão traduzidas as palavras -ex?)ressed cones,-ezpressed canes-stalks. O que, porém, sei é que, na traducç5o da mesma passagem juncta pelo snr. Hinton ao referido processo, só uma vez foram traduzidas essas palavras por cannas espremidas; em todas as outras vezes forsm traduzidas, iizexactumente, por buyaçol Eu não quero suppor que o facto de não estar a traducção neste ponto tão fel como a considera o consul de Sua Magcstade Britannica, f6sse devido ao proposito de fazer crer que aquelle moinlio molhava e espremia bagaço, quando tal não fazia; porque isso nãg seria boa f6. O que devo pensar é que o traductor não sabe que o que se chama bagaço de cannas é o residuo das cannas espremidas que sae de um moinlio qualquer; quer esse moinho seja o moinho primitivo de Gonzales de Velosa, de tres cylindros verticaez, ou o grande moinho de tres cylindros horisontaes de Cail & Ca,ou o moinho de Payen, ou outro sitnilbarite ou mais complicado; quer esprema a 40Y1,a 6O0/,, o11 a 80"/1,. Payen diz, fallando do seu moinho de cinco cy1indros:einjectando vapor misturado com golinlias d'agua subre as cannas, ariles de chegarem ao Último par de cylindros~.Não diz bagasse; diz car,nes.-~en injectant de Ia vapeur mélée de goiittelettes d'eau sur les cannes, avatit qu'elles p-vinssent a 1a dernière paire de cylindres. B Ora no moinho de Payen a canna á espremida quatro vezes; e no moinho do livro inglez, só tres! O snr. Visconde da Calçada vinha com todo aqnelle apparato para me persuadir de que, muito untes de eic ter obtido patcizte de invenção, elie j a cosl~ecia,e executava na sua fábrica na Caltieta, pelas descripçóes d'aquelles auctores, os processos de que eo tenho privilegio. Tentei fazer ver ao mesmo snr. Visconde que o meu invento era cousa inteiramente differente do moinho de Payen, do moinho deseiipto no livro inglez, ou de qualquer outro moinho. Mas não me foi possirel conseguir que S. Ex." se désse por conren~ido. Disse-me que me informasse eu de um caldeireiro cliamado João José da Cruz, que tinha esiado iiã sua fábrica mni-
tos anrios; que elle me diria se era, on não, vordade, que 15 se aproveitava o assiicar do bagaço pelo mesmo processo que eu empregava, muito antes de ser executado na Fihrica de S. João. nespontli ao snr. Viscondc que Ir;ivia nelie, de certo, en. g a n o mas que eu conhecia o tai caidcii.eiro, c o inierrogaria a esse respeito. O esludo que eu linlia feito da indiistria do assucar na Madeira quando, em 1866, fuildára a Goiiipanliia Fabril de Asçucar Madeirense, dera-me a certeza de qiie, a esse tempo, náo era empregado nem conlieciiio, nas fibricas de assucar e aguardente d'este diçiririo, processo algiirn raiitajoso para o apro~eitaaienio do assucnr do l~agaço. Sod:i~ia,s maneira táo poçiiira porque o snr. I'iscoiide me fal!ou fez-me ir procuras iuin~ediaiarnenteo rzl caideireira, Ora quer V. Ex.h:iber, sai.. reilaclor, o que este mo declarou? Que, eni virtude d o seu offício, tinha entrado em quasi tadas, senão em todas as fábricas de assiicai- O ~ Iaguard~riteda Madeira; mas qne em rieiiiiuma ctra rzrsizccl firzcr, nern lhe cotzstann que se fizesse, aguardente do bagaço d a anles de o Eazcr'a fibrica de S. Jo5o; Qae o snr. Luis Beitencourt, pae do snr. Aluizio Bettencouri, fbra o uaico que Ií~cdissera qiie tiniia feito uitia exrieriencia d'isso havia ja muitos mas qne não lhe fez conta; Que estivera dirigindo a Gb!.ica cio 5nr. Visconde da Calçada durante aimos, ierido saiilo de 12 quando jn iam rnuito a dianiados os irahallios da fabrica de S. $030 (isto é, q ~ i a n d oeu ja tinha pateste do n c u inve~io); nlas que niiixa atB cotão se fizera aguardeiiie dc bagaço naquelia fábrica; Que, tendo entrado no trabalho da fabrica de S. João, d r a li, pela primeira vez, lazcr aguariicnie do b:igaço; e que s6 milito depois, talrez annos dcpois, de se espremer 'nesta fibrica o bagaço no moinho, I! r!!ie, indo unia vez 5 Eibiiea d a snr. Visconde da Galgada, via que ja 15. se fazia o mesmo traballio; Qrie se leinbrava de que no tempo em que dirigia a fábrica do sar. Visconde da Calçada, ellc lhe dissera que liavia um moinlio de cinco eyliiidros. De modo que, por estas c oulr8i: infowa@es que posis-
armo.
ríorn~enletenho colhido, mesmo de individilos ornl)regados na fábrica do snr. Visconde da Caicada ha muitos anrios, vejo que foi S. E x . ~quem primeiro se utiliçoli do meu invento sem a minha auctorisaçâo; tendo começado a faze1.o em 1878, quando havia ja aniios que elle eslava em erecu&io na fibrica dc S. João. Vcr-me-hei, pois, forçado a debandar lambem o snr. Vis. conde da Cal~ada,como conirafactor do objecto do men privilegio. Eu não pensava, snr. redactor, que pessoas, como o snr. Grisconde da Calçada, que occiipam posição elerada na eociedadc, se quizcsçom apoderar de uma propriedade rniniin; mas o que, sobretudo, me surprel~endcé que pretendam livr.ai.-sc da responsabilidade do seu delielo, dizendo que não é do meii inreilto que usam, mas sim de nm processo qiie esli ligado a um moinho de cinco egiinds,os, que êlles náo teem! isto náo B serio.' h descripção da addiçxo que Bz cm 1873 so meu invento começa pelas segclirrtes palavras: uioddi~zoao inrento para o al)risc-itamento v~nirijoso,appiicsvel ern grande escialu, do açsucas qoe fica no bagaço dia eanna de asçocar que saa du tnoinho de espremer c~!E?LII~.:, Ora éstas palavras bastam para denlonsii.ar que O mcu inreiito é um sr~p~riernenlo ao moinho; apio~eitao que moinho. não aprovdila; coineca ande as caniins acabaram do ser csprcmidas e appareccii o bngaço, que s6 era ialilisado como coiribusiivei o u como adubo. O meu ins~eato6 applicavcl ao baçnço qrre çae de cfiin!. cqoer minlio, antigo ou moderoo, de i,de 3, de 5 cyliiidros, pa de mais, se bouvcr, e (jüaescjiier cjae sejam os apeileiçosmentos nelle introduzidos para fa~oreeerema espiemedura das cannas. E nessa mesma applica~ão geral es55i nula das siias grarides vantagens. O producto obtido pejo meu invento pçidc variar segundo o n~oinl:og mas lia de ser sempie rantajoso, quniques que seja Q moiiiho, porque náo ha nenliiirn quo não deixe as caiinas uma grande quantidade dc assucar. Se qualquer dos indrislriaes d'este disiricto qirizer rlesenserrar e pbr a girar na saa Iridrifi!ri:, 0 moinho ilc cinco cy-
linciros de Payen, ou a variante de TVoods & 6.0, nada tcnPio corri isso, corn tanto que não aproveite, pelos meus procesÊos pririlegiados, sem a minlia auctorisação, o assucar do bagaço que sair de qiialquer d'esses moiiilios; que estjo, todavia, fbra do nso, e que ningueni tem na Madeira, porque são maus apparcihos. Quando me foi dada patenio para o aproveitamen[o do. assucar qiie o moinlio deixa no baçago das caiinas, não era conhecido na Madeira, nem fóra da Madeira, nenhum processo vantajoso para esse aproveiiamenlo. E eu piiz em execu~ãoo meu processo entre sorrisos dc mofa; c luoiei com a incredulidade, e com a maldade, e com a inveja; e; quando, no fim de muitos annos e de muitos esforços, consegui tornar evidenle o benefício,-náo falta quem ja queira aproveitar se do objecto do rneu invento. Mas, desde que é bom, ja não é meu; e, se é nicu, i130 rale, porque nos moinlios, de Pagen e cle J. \.7;00ds & C.Qe deilavam jactos de vapor e d'agua sdbre as eannas antes de cbeyarern ao úliimo par de cylindros f Quando mesmo os principias em que se baseia o meu invenlo não fhssem inteiiarncnle dii'fereníes d'aquelles em qric se ftindarn os que acanseliiararn jactos d'agua ou de vapor shbre as eannas em quanto passam entre os rolos de um moi.nho, isso mesmo n i o era motivo de nuliidade p a r a u m priviIegio que realisa um nielharamento utél; pois que não ba i ~ v e n to que se não baseie em dados anteriores. Num diccionario encyclopedico riniversal, publicado em Paris, em 1867, sob a direccão de 5. Dupioey do Votepierre, e redigido por urna sociedade de sabios e de litteratos, le-se o seguinte, num longo artigo sobre os inven1os:-gNiàáo i ~ ainrento que não seja composto de elementos empres~adosem gran. de parte, muitas vezes mesmo na toialidade, ao fundo commnm, ac,cummulado pelos seculos, e que ccnstiue o dominio piiblico. Com effuito, uni invento não é nunca obra de um so homem; e, com um pouco de boa voiitade, é sempre possivel achar o germen d'elle iioma m~iltidáode ensaios anteriores, muitas vezes muito futeis, que, por qualquer motivo, náo poderam dar resullados apreciaveis. a N. Basset, na 2."parte da i." edição do seu Guia Pra-
ciico L ~ c Fabricante dc Assucar. diz: cNZo comprehendemos q w se invoque contra um privilegiado os conhecimonios que elle pôde colb8r em obras publicadas anteriormente á sua patente, mesmo quando essas obras sejam do proprio reciamanre, a não ser que a obra da paiente seja uma c6pia servil. Sc lia trabalho novo, esforços novos, resultados novos, numa palavra, creação nova, uma tal causa de nlal!idade oioln o direrto e a eqiczd«de.s-~Nous no comprenons pas que j'on invoque con!ro um breveté les renseignements qu'il a pu puiser dans des 0uvi.a. ges puOliés antérierirenlent i sou brevei, inbme iors que ces oiivrages sont les siens, i moins que I'auvre du breve1 ni. soit qu'une copie á peu près servile. §'i1 y a noziveau travail, izozbveaux eforts, nouveaeiui risultafs, ~zouucllecrécition enlii), nnc ielle cause de nullilé azole le droit et I'eqsiitt?. Rlaç, snr. redactor, uni dos fins da agua quente lancada sôbre as cannaç, untes chegar a o último par de eylindros no nioinho de J. Woods & C.", era obter aqualquer materia saccharina ainda nellas existenten; ora C l~oje facto provado, e incontestavel, que o contaclo d a agoa imniediaiamente seguido de pressão n5o póde obter scnão o assucar livre das cellulas rompidas, e náo o assucar, em maior quantidade, das cellulas inlaclas; e, portanto, é evidente que tal pro. cesso iiáo reaiisa, senão eni muito peqricna parte, o fim quo tem em vista. l'c-ço licenca para transcrever ainda aqui a s seguintes palavras de N. Baçset:-~Subemos, com relaçáo i extracção do assuear pelos melhodos de deslocamento, que os diversos p1.ocessos de dealocainenlo ou de lauagem não podcm tirar sor!Tio o assucar livre interposto entro as particulas rompidas dos tecidos, mas que é absolutamente irnpossivei extrahir por tars meios a materia saccharina encerrada nas cel!ulas que estão intactas.. ~ N o u ssavons, I'égard de I'exlraclion das sucres par ies méthodes de dhplacemerit qiie les divers procédés de déplacetne~itou de laouge ne peuvent enlever que Ie sucre libre, inlerposé entre les particules dticliir6es des iissus, mais qil'sl est absolutnzent impossible d'extraire par leur moyen Ia matihre sucrbe renfermée dans les cellules rcstées intactes n. E', todaria, para notar que iio moinho Woods, a agun, tendo lambem por fim iliinpar c conservar io\eira:iieraie Iirra
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d'acidos a cadeia sem fim (Iravellor band) I , 6, necessariameneiii qualliidade náo só sufficientc para humedrcer a s caii~iaç,senão para as saturar d'asua e lavar a cadeia que a s transporta; sendo a agua que escorre d'esta lavagem recebida iiijrna tina pata ser iizutilisndu ou' etzviada paro o alambique, era qilailiu qoe o piodueto aquoso da espremedura do rillinio par de cylindroç se mistura com a guarilpn. D'iqili iesultaam grandes inconvenienies. E m primeiro logar, a agna da lavageiil recebida na tina, e que cont&n, necessai.ianieo!e, urna certa quantidade d e assucar, quer seja deitada fóia, qoer seja enviada para o alambiqne~ em grau baixo Tire torea dificil e dispendioso o seu aproveitameuio, representa uma pcrila. Em segundo logar a mistura eotn a guarapa do prodrieto aquoso que sac do úliimo par de cylindroç augmenta o volume e dirni~iiea densidade da gilaraps, tornando. eonsideravelmcnte niaiores as despezaç d a Iabora$io. Além d'isso, 6 Pambeiti para considerar, com relação A industria da Madeira, q u e os labric:intes do aguardente, qiie trabalham em geral por conia do dono d ~ i scannas e querem aproveitar o assucar da bagaço (qw, segundo a práctica geralmente seguida, fica para o dono da Fábrica) não o podem fazer. Note V. Ex.* bem, snr. redactor, que, da descripçâo do Leonard Wray, claramente se r e que a agua lançada sobre a s cannas no moinlio de Flroods tinha a soa fonte num êrro de prinoipios, que era a sitpposiçso do que bás!aria nioltiar a s cannas antes de cliegarenl ao último par de c ~ l i n d r o spara que uma espremedura imrnediata extraiiisse o assuear que eslá eracerrado nas cellulas. Ora o meu invento baszia-se, pelo contrário., no conliecimen!o que eu tiniia dc que, aprzar da ser a canna de assuear maravilliosameiite disposln para f;icilitar a penetração dos liq u i d o ~ uma , lavagem seguida de uma pressáo irirmediaia, quen. do os pkienonierios da osmose não podem ter limpo de exercerse, uáo arrasta senão o assucar livre, o assucar qcre já se acha fóra das ce~llulas. Por isso, no meu processo privilegiado em 1870, o bagaço é mergelliado orii agua, opportunanieute renovada, na qual se estabelece um rnovimsnto circulatorio para facilitara maceraçzo.
te lançada
No meu segundo processo, sendo diversas as circumstmeias a que tinha do aitender, vi que, para tornlr vantajoso, nessas eircumstancias, o aproveitamento do assucar do bagaço, era necessario obte1.0, economica e industrialmente, em soluy.ão bastante densa para poder ser transformado, facilmente e sem grande despeza, em agiiardente. Vi que não podia tractar o bagaço ser180 por uma s6 agua, e essa em quantidade apenas suficiente, como expressartiente diz a rcspecliva descripção, para o huniedecer, e peneirar nas cellulas intacias. De modo que é fóra de dúvida que a agua dc que, neste meti processo, é impregnado o bagaço, não s6 arrasta, quando este e passado ao larninador, o assucar que encontra livre (o que unicamente faz a lavagem), senão tambem, pelo menos em grnrade pai te, o assiacar encerrado nas celltilas intactas. Já se vo, pois, qual é o fim util, que tive em vista na disposiçáo por camadas delgadas do bagaco que sae do moinho, afim de ser todo suficientemente liumedecido com a agua apenas necessdria; bem como no tempo que deixo passar entre o momento em que o mesmo bagaço é molhado com a a y a em cliuva fina, até aquelle em que é espremido pelo iam~nador. Aquelles que consideram estes preceitos apcnas mudanças do forma prejudiciaes á industria, mostram bem que nem compreliendem ainda o proprio processo ds que são conlrafadores, nem os bous principias sbbre que elles assentam. E B para notar qiie, iiesie segundo processo, não ha, como no primeiro, verdadeiramente maceração, pelo menos como esta se entende, applicada á canoa de assucar; mas simples impregnuçno, o que é um meio especial. tApplicada á canna de assncar, diz Basset, a rnaceraçEo eorisiste essciicialmen~eno contacto scfficientemente prolongado (I:,eannu, dividida em pequenas parcellas, com iiquidos extracioles de densidade decrescente até qzre os tractamentos successiws lenhnsn esgotodo n materia d a totalidade dos seus elemerrios.-Al~plicl~iée B Ia canne, Ia macérrrtion consiste essenc i t ~ l l ~ m edaiis n ~ ie coulact suffisamment prolongi des coseises de c:iiliie avec Ies liquides exiraeieiars, de densitd dècroissants, j~l~qu'à ce qlid 1e.c traitmenls successafs aient $zlis& ZQ niati8rs de Ia totalite de scs èidk'me~tssolubles.3 12
Mas, snr. rcllac!or, ha outra c o n ç i i f e ~ a g ~ o ~ i n ~ p o 1sbbre ta1~~0 desejo cliamar a a'i!eo@u' de V. En." ' 'Leonard Wray diz.,(p;'299) qiie, no passo quo os moi~ h O sentão geralmi:n\e en~preg:idas , . 113s Wesl-In~liasrsrissirnas .i-eses exirnikiarn das cn:inas mais de 60 por eefito de sueco, o tal rnninho de J . Woods tiraxa 70, e. podia c!iegar o reiidiinento a 75 por CCDIO,sendo 03 eyiindros bem aperindcç. Ora, nao sG é certo quc este rcr:dirncnto r120 excede em quantidade a guarapa obtida [:eli:s moi~iiosde f6rç.a o diametro iguaes ao da at~tiga f:ibi.ica de 6. 3020, que espreme a 70 ou 73 por 8011, senso b evidente que, sendo esse rendimcnio derido, cm parte, i acç5o d:~ngua sBbre a canna em iavagem ranida. não &de o sucço obtido deixar de ser merios densa do que a guaraps. De moilo quc, se o meu processo Mssr: emprrga20 no bagayo saido do moi~iho tle \troo'ootis, aiiids iiraria d'esse bagaço, como iiia do bagaco que sae da moioiio d a mesnta fabrica do, 9. Juão, uma qriariti, -com o nioi'in~eiiio uoifo~meque iire é impsiu~idonu$ ãpparelho &jiisspastis s i 'molem iodàa ii~neiameoie; $ ($a1
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em que se baseia, e os resultados que obtem, o appareito de woods &C." e os do meu processo são tamanhas, e de tal ordem,que não é possivel, de modo algum, confundil-os, nem sequer achar-lhes simiibança; porque não lia confusão; nem similhança possivel, entre um mero desusado e abandonado por inutil, e um meio tão proveitoso como é o meu invento. O que é tambem muito notavel é que os que pretendem &ar usando de um processo que esiá, inseparavelmente, ligado aos moinhos de Payen ou de J. Woods, que não teem, allegam que não podem estar contrafazeiido o objecto da addição ao meu invento de 1870, porque não possuem nas suas fábrisas o apparellio especialmente inveriiado para a execução do meu primeiro processo, appareltio que não é indispeusavel para a a execução do processo que contrafazem ! De mais, snr. redactor, para que haja eon[rafracçZo, nZo & neceçsario que ésta somprehenda lodo o objecto de um privilegio; basta que haja imitaçào. F. Coré, engenheiro civil, antigo constructor, e peiito do tribunal do primeira instancia, em Paris, publioou, em 4867, a edicção de um livro que tem por titulo-C Guidc conimercial des constructeurs mecaniciens, des fabricants de sucre et des chefs d'itadustrie,t--no qual (pag. 195) diz o seguinte:aA conti.afacção póde comprehender a lotalidade do privilegio, ou dimmitar-se a uma ou nzais partes especiaes.-A conirafac@o, de qualquer modo que ella se opere, por imitacão ou por reproducçiio, é considerada um delioto; pois isso, alfm das p e ~ das e darnnas e penhora dos objectos contrafeitos em benefi. cio do invenlor que tem pat~ute,ella dá logar a u m mulcla, á afiixação do julgamento, e mesmo a prisão no caso de reincidencia. .-ala contrefar,on,-peut-embrasser i'ençembie du bra. vet ou cz'en concerner qu'uns ou plusiems parties spêciaEes.La contrefagon, de quelque manibre qu'elle soit opésée, pap imitation, ou par feprodsction, esk considirée eomiile un ddit; à ce tilre, outi!es les dommages-intérêls, et Ia confiscation des objects contrefaits, au prolit de I'inveuteur brevete, ellk entrâino une amende, I'afficbe du jugement, et meme I'eaiprisonne' ment en cas de récidive.~ Snr. redactor, eu tinha ainda diversas coniideraçaas cjiie fazer com relação ao assiimpto de que me tonl~o oecug)ada pâ4 c.
correspondcncias que tenlio tido a Etanra de dirigir a V. EX.~; mas, parecendome sufficiente, para esclarecer ésia qiiestão, o que, ha mez e meio, tenlio publicado sem contestação, não qucro abusar mais da bencvolericia de V. Ex." e da aos leitores do seu jornal, que. sendo essencialmente nokieioso, não pdde occupar-se, em longas eolrininas, do mesmo abjecto. Dou, pois, hoje por terminadas éstas ininlias correspondencias; a n%o ser que algiima circumstancia superveniente mo obrigue a tornar a incornmodar a V. Ex." Creio que deixo evidentemente derno%trado que eu sou o inventor do invento de quc teoi~o patente; que este invento realisa um grande melhoramenlo na induslris de assiicar ou da aguardenle dc eannas; e que nenhuma eircumstancia me esbulhou da propriedade d'esse inreiilo, A prova tesiimunhal confirmará éçta dernonstrag.ão.
De V. Ex."
mt." ate." venerador ohr.*"
Fuinebal, 2%de abril de 1883.