1567-madeira-azores

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DOCUMENTOS ENTRE PORTUGAL E ITALIA PUBLICADOS POR

S. E. H E N R I Q U E T R I N D A D E C O E L H O Ministro de Paitugal junto da Santn Sé

G U I D O BATTELLI Professor em Florenoa

VESPASIANO DA BISTICCI

VITE DI PORTOGHESI ILLUSTRI

VIAGCIO ALL'ISOLA DI MADERA

E A L L E AZZORRE (1567)

CON LA RIPRODUZIONE D I D U E ANTICHI PORTOLANI DELLE

AZZORRE

FIRENZE TIPOGRAFIA ALFANI E VENTURI MC&lXXXIV

Perguntaram u m a vez a Gabriel d'Annulzzio que biografo desejaria. « E u queria, resfiodeu o Poeta, um biografo cdndido como Ves$asiauo da Bisticci ». ( I ) Este adjectivo canclido, um pouco desconcerlante na boca de d'Aununzio, traduz, por isso mesmo, o melhor elogio de Vespasiano. Livreiro fZorenfiuo do Quattrocento (viveu de 1421 a 1498), que pela sua bottega viu $assar os lifératos e humanistas mais famosos da é$oca; que serviu Pontqices, reis, $rinci$es, prelados, gentishomens, capitães, artistas c banqueiros de todas as raças e de todas as latitudes, tamanha experiencia granjeou nos ncultiformes convivios, que uma meia palavra, p a s i um breve acêno, duas linhas incisivas, poucos fundos traços lhe bastavam $ara foca? um homem ou um acontecimento, penetrando-os até d medula. Vespasiano não é pois um retórico, nem um @ane&rista interesseiro :nem u m cauto entretecedor d'elogios, que multiplicasse as virtudes e escondesse os defeitos dos seus inumeros personagens. Não: éle é um realista honrado. A s suas anotações são rapidas, mas precisas, Neruosas e sincevas. Fazem lenzbrar, talvez, os celeres esboços dos pintores, subitamente inspirados ( r ) Santa Lucia a Bisticci è uma pequediinn freguezia sobre a colina de Sêo Donato, perto de Florença.

na mancha de u m a paisagem, na linha de um monumento, no indirecto do reflexo de u m a perspectiva, de u m marmore OU de um vosto: num resumo visual, enfim, de compo~zentes.E zcm observador que sd conz um largo sorriso, feito de bolzhonzid e de argucia, se debruça sobre as,fraquêsas humanas :é um filosofo sempre convencido de que, mesmo os grandes homens, não podem subtrahir-se d argila e ao molde do destino comum: e que o engenho, o saber, a riquêsa e a poteucia, muito pouco pesam na seueva balança aferidora do que de humauo e fragil existe num mecenas, uztm principe, num artista .... Emprega já Vespasiano o mermo processo de vivificação que mais tarde realisaria, em grande estilo e fundo hausto, Giovanni Papini no seu Dante vivo, que tanto snccesso alcançou 150s nossos dias. N o entanto,preciso é colocar Vespasiano no seu plano proprio. Qne deve ser - apesar de certos excessos de julgamento o comentario que sobve 8le formula Vittorio Rossi u a sua Storia letteraria de1 Quattrocento. (I) Efectivamente nos adverte Rossi de que Vespasiauo não tem $retenções a artista; de que as suas biografias são um poztco desordenadas; de qz<e o desenho não mantém um equilibrio constante: que abundam as repetições; e que está muitas uezes errada a ordem monologica. Nüo esqueçamos porém que o Ves$asiano - como êle proprio confessa - esmeve (iper via di ricordo »,isto é, segundo as sugestões re$entiuas da prodigiosa memoria, onde gravou, acumulou e guardou milhares d'imagens vivas e reaes, para despreocufiadas reproduções do momento. Não llze sairam telas acabadas? De certo. M a s os esbo~ossão admiravelmente fortes e veridicos. E que homens, e quantos homens êle não conheceu e fixou nas suas Vidas ! Eugenio I V e a Corte papal e m Florença, quando se reuniu o Concilio Eucnmenico que deveria unir a

-

(I)

Milano, Vallardi 1933 pag. 37

E p j a grega d latina (1439) ; ( I ) Nicolau V , o grande papa humanista, fundador da Biblioteca Vaticana, que êle visitou e m Ronza: Alfonso d'Aragona, vei de Napoles ;Frederico de ll.Ponlefeltro, duque d'uvbino; Alexandre Sforza, senhor de Pesava; o duql*e de Worcester ; Nuno Gusmano, da Corte de Espanha ; os Patriarcas de Constantinopla e de Jerhsalem ; os arcebispos de Coloniu e de Strigone, os Cardeaes Bessarione, Albergati, Cesarini e Jayme de Povtugal. Dois santos o abeiraram tanzbem: Santo Anfonin,o, bispo de Florenp e Sa"o Bevn a r d i ~ ode Siena. Todos os grandes Izumanistas do século entre os quaes tautos bispos e prelados -foranz clientes seus : Giorgio da Trebisonda, o Poggio, o Filelfo, Vittonno da FeZt~:e, Matteo PalruciLri, Niccolò A'iccoli, Donato Acciaioli, Gianozzo Man.etti, Palla Strozzi, Francesco Sacchetti junior. Cosimo de Mediei era da sua intimidade ;e, em dois anos, gastou u m a fortuua nas copias dos duzentos manuscritos que airiam a formar o nucleo d'essa preciosa Biblioteca Laurenziana, qtue é uma das brinzeiiras do rnzcndo. Alinhando este elenco de -prandes Nomes da é$oca, apênas quizemos revelãr o interesse que apresentam do Ves.pasiano. as biocrafias - . Aqzci reproduzinzos aquelas três que entram no nosso plalzo de Cuabalho : a do cardeal .Jayme, a do Bisfio do Algarve e a do misterioso Velasco, que foi, seguranzente, um dos apreçados frequentadores da loja florentina, R onde procurava os livros mais lindos, sem conszderar a despesa n. Nimbada de +uistica e virgilzal beldsa nos surge a nobre e gracil figura do Cardeal, que desde os primeiros anos tomara a devisa do arminho acompanhada da letra :« Ma10 mori quam foedari ». Chorou F l o r e ~ aa sua moute pvematura como se fosse um luto da cidade ;e os rnais belos, os mais sonoros, nomes da litératwra a da m f e contemporaneas se juntaram na homenagem comovida d sua nzemwia. Jamais se viu - e se uerá talvez - um tão deslzcmbrante grupo de artistas ligados pelo (i]

O Papa continuou

a habitar

Florenqa a t é 1443.

INTRODUCCÃO.

v111 ---

generoso pensame?zto comum de honrar z1m extinto. Repare o leifor: Antonio Manetti, disci$ulo de Brunelleschi, desenlzou a Capéla :Andrea dellu. Robbia modelou os azulejos da abobada ; Alesso Baldovinetti pintou a fresco a formosa Anuuciação na parede fronteira ao tmmulo; Antonio e Piero de1 Pollaiolo pintaram o retabulo dos tres Santos: Eustaquio, Thiago e Vicente ; Antonio Rossellino foi o escultor adnziravel do mouumento funebre; e A n g d o Policiano compoz o epitafio latino: REGIA STIR12S, J a C o B U S NODIS??, LUSITANA PROPAGO,

INSIGNIS X ~ R M A , suonnih PUDICIXIA, CARDINECS r r ' f u m s , broiiuur r r r ~ o n , OPTIMA VITA

rsrn nusnk V I X . A??.

~ 1 1 x 1 :MORS J U V E N E ~ I RAPUI'I.

XXV.

31.

XI.

D . X . OBIIT AX.

SALUTIS N I C C C C L I X

ALVAREP.

SILVENS.

OPUS PACIUNDUM CURAVIT

QUI, TRASLATO CARD. CORPORE, ARAM DIVIS JACOBO, VINCENTlO SACRAVIT

XI

iir

EuSTACHIO,

ASSIGNATA D o T n

X A L . OCTOBRIS M C C C C L X V I .

Atestado de admiragão e de dor, colzsagração duma vida resl>landeceute de ternura virginal, a maravilhosa Capéla da Basilica de S a n Miniato è unza das obras $$.irnas da Relzascença italiana. Przbderccia, covdura, sabedoria, são os dotes primordiaes do Bispo do Algarue, que dirige a casa cardinalicia do seu parente com tão exemplar recttdão, q ~ ~R oe~ n ainteira O aponta e o exalta como modelo a seguir. E T7elasco ? Estudioso infntigavel e ~ultissinzo: de jovial e despreoczipado trato atravez dos seus imnpetos juucvcis, rrcas altivo e rigoroso zeladou da sua Izonra e do sezc nome :voz de trovão e pulso de brzgão, tão lesto no castigar como mzo pevdoar: insolente, m a s espontaneo e instantarzeo no reconhecimento da sua culpa, eis Velasco, o misterioso Velasco, que acaba os seus dias tumulluosos $20 sileucio d u m claustro de monges, longe do fervor da cidade. E' esla figura impetzcosa e

generosa que Vespasiano nos traça com M o verdadeiramente feliz. A o conkario de que haviamos prometido na Introdução ao primeiro volunze, pareceu-nos desneressario acom$anhar as Vidas da$ relativas traducções. Desnecessario, dada a limpida simplicidade da linguagem de Vespasiano, ao alcance de todas as $essoas cultas de Portugal, ás qnaes princi$almente, e se ~zãototalmente, esta obra se dirige. Desistimos portanto de urna tarefa que, feita mesmo com os mais pacientes e amorosos desvelos, bastante enfrapueceria a clara originalidade do texto.

Rasões de oportwnidade tipogvafica nos aconselharam a encurtar neste voluminho a pitoresca relação da Viagem à ilha de Madeira e aos Açôres, feita em 1567 per Pompeo Arditi, nobre de Pesaro ao serviço do rei de Portugal, cujo manuscrito original se colzserva na Biblioteca Oliveriana da cidade. A nota pitoresca é a predominante, como que a alieiiar as doutas anotações astronomicas e geograficas, as agudas obserz~açóesde sn'encias naturaes. A Madeira e os Açôres aparecem-nos, sobretudo, como preciosos pontos de abrigo e de abastecimento das nazis portuguêsas nas suas grandes rótas, famosas nos recuados tempos e m pie os eavegadores lusitanos dominauam os mares e o comercio do mundo. Como atestado insuspeito da veracidade da narração do Arditi, @u6licamos tam s nzps preciosas 'notas redide sna Magestade, pozlcos anos d e p o i s ( 1 ~ 8 ~ à) , m$@& & s -.behs - ~. .~~ &tas nauticas dos Agdres, desenhadas povikcunzbencia do Grão ~ u g u ed e T o scana e conservadas n a Biblioteca Nacional de Florença. Tendo obtido de Felipe I I licenças d'exportação das suas fazendas e dos seus tecidos para as terras do Nwoo Mundo, iniciara assim a Toscana um rendoso comercio com o Brazil e

as terras da Nolia Espanha. Desta maseira se explicam os desvelos do Grão Duque Francisco I pela const7,ucçZo do porto de Livorno e de uma potente esquadra ;e as rebuscas febris de cartas nauticas e portirclanos portugueses, de que são testemzmhos, alem das mapas do Teixeira, a g ~ a n d eCarta ilautica do Mediterraneo e do AtIantico, do cosmografo lusitauco Homem niego (1563): e o estupendo Atlante nautico, de 26 cwtas, admiravelmente desenhadas e iluminadas em pergami?zho, que se colzserva como u m a rara preciosidade na Biblioteca Riccardiana de Florercça. Figuram neste Atlante todas as gloriosas conquistas portuguesas, ~ z oBrasil, Iza Africn, nns Indias, até ci longiqua ilha de Timor, baluarte extremo de. civilisagão ocidental, latina e cvistz, contra a posse dos Mouros, aos quaes as caraoelas de Vasco de Ganza tinham uib~adoum go@e mortal, abrindo aos $ouos de Europa « o s mares nunca d'anles navegados 1). Roma, Flov6n[
Dr. GUIDOBATTELLI.

VESPASIANO DA BISTICCI

VITE

DI PORTOGE-IESI ILLUSTKI

CARDIR7ALE JACOPO DI PORTOGALLO DI STIRPE REALE.

I.-Messer Jacopo di Portogallo,titolo di Santo Eustachio, diacono Cardinale, nato per padre e madre delle più degne case che siano oggi ne' cristiani. Costui per padre è nato di stirpe reale della casa di Portogallo. (I) La sorella de1 padre, fu di casa di Borgogna. Sarebbe assai prolisso narrare la sua progenie, ina è tairto nota che non è necessario fariie menzione. Costui dalla sua tenera età fu volto alle lettere, dove comiuciò in Portogallo sotto degnissimi precettori. Non solo cominciò a dare opera alle lettere latine, ma a formare la sua vita di laudabili costumi, e fece proposito, in fra Saltre sua laudabili virtù, d'osservare verginità, essendo lui bellissimo de1 corpo, quanto ignuno n'avessi Ia sua età. Faceva tutte quelle cose per le quali i1 suo voto non s'avessi a impedire : di fuggire i ragionamenti non onesti, fuggire le donne e Ia loro conversazione ; e bdli e canti e suoni aveva in abomiuazione. Sendo istato in Portogallo in questa osservama, parve a' parenti sua, deliberando che fussi prete, mandar10 a studiare in ragione canonica in Italia ; ed elessono Perugia, ( I ) Era figlio dell' Infante D. Pedro duca di Coirnbra, secondogenito de1 Re D. João I. Sua zia Isabella aveva sposato i1 Duca di Botgogna,

Filippo i1 Buono, e fu madre di Carlo i1 Temerario.

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--

-

CARDiNAhE JACOPO D I PORTOGAhLO -

e quivi mandaronlo, ch'era i11 età d'anni dicesette, accompagnato come si conveiiiva a uno reale. 11. - Istando a questo modo a Perugia, noii si mutava de1 suo proposito, ina stava in quello constaiitissimo, e ogni di piii si confermava iiella sua opiilione. Interveniva che qualche volta presso alia casa sua si sonava e bailava ; subito che sentiva simili cose, se si sonava d'una parte della casa, egli andava d'un'altra, in modo che ilon udiva xiuila. I1 priino dl di quaresima se n'andava in uno luogo di frati di Monte Oliveto, a lato a Perugia, dov'egli aveva grandissinia divozione ; niangiava con 10x0 i11 refettorio, di poi dormiva restito e levavasi a matutiiio, ed era in chiesa a tutte Sore de1 di e deiia notte ; e stavavi tutta la Quaresima infiiio alla mattina di Pasqua di Resurressione ch'egli era confessato e comunicato. E finito l'uificio, venivano i sua per lui e andavasene a casa. Mirabile Iddio ! in carne vivere di vita non umaiia, ma angelica ! Fu fatto in questo tempo, neli'eti di circa anni rliciotto, protonotaio ; e bene che più tempo innanzi avesse coniinciato a dire l'ufficio, e ogni di udire niessa e digiunare e dormire vestito, ed essere la vita sua di tanto buono esempio, che non era ignuuo che non tremassi a guatarlo, erano pochi di che non andasse a1 luogo di Monte Olioeto per sua devozione. I1 re di Francia, 10 imperadore. i1 re di Portogallo, i1 duca di Borgogna volevano in ogni modo clie i1 papa 10 facessi Cardinale ; ma per volere andare secondo Sordine, lo volle prima fare protonotaio. 111. - Istando non molto tempo protonotaio apostolico, venne alla degnita de1 Cardinalato, (I) dove la degnitaper nulla ( r ) F u eletto cardiuale da Calisto I11 i1 23 fehbraiu de1 I q j 6 , iu eth di z a anui. Bnea Sil-iio Piccolomini nells sua Sioria d'Euvofia (cap. 5 8 ) scrive che ir nel Cardinslc di Portogallo splcndeva tanta modestia, tanta

D I STIRPE REALE.

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non mutò i costumi ch'erano di natura ; ch'era di grandissima coniusione che uno giovane d'anni venti, bellissimo nel corpo, nobilissimo di parenti, avesse eletta una vita tanto degna, quanto aveva eletto questo giovane, ispercl~iodi costumi. E no11 sia ignuno che per temeraria presunzione si scusi d'essere impotente, e non potere osservare contineilza, se in uno giovane nobile, ricco e ornatissimo de1 corpo sopra tutti quegli della sua età, con tanta licenza quaiit'egli voleva, sanza avere persona sopra i1 capo, che gli potesse o dovesse comandare pih che lui si volesse, niente di meno con tutte queste condizioni, superò e vinse sè medesimo. Era istudioso sempre; detto l'ufficio, leggeva qualche opera santa ; mai istava che non fussi occupato, o in orare o in dire l'ufficio o in leggere. Kon voleva che iu sua presenza si parlasse di cosa ignuna che passasse la via dell'onestà. Con doniia ignuna non parlava mai, nè si voleva trovare dove ne fusse ignuna. Vidi già uno comentario dov'era segnato neíie margini, di mano de1 Cardinale, in pih luoghi, e maxinie in uno luogo, dove santo Girolamo dice che le donne no11 entiino in casa di persona, sole, ma si accompagnate ; i1 Cardinale di sua mano v'ha scritto, che per nulla entrino in casa dove siano uomini, nè sole nè accompagnate. Fuggiva come savio tutte le cose che gli potevano essere impedimento alla servanza de' buoni costumi. IV. - Sendo venuto a qiiesta degnità, istette poco tempo in corte d i Roma, non gli piacendo i modi e costumi de' pih de' prelati, e pattissi e venne in Ibscann. (I) Intervenne, gravit8, tanto scume d'ingegno e tale studio di lettere e tanto amore ai v i r a che, quantunque giovanissimo, p a n e a t u t t i assunto troppo tardi alla sacra porpora B. (I) Era stato nominato da Pio I1 legato a latzre deu' Imperatore Federigo 111, e appunto mentre era in viaggio per la Germania, sorpreso dalla malattia, dovette fermarsi in Toscana.

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CARDINALE JACOPO D I PORTOGALLO

sendo d'eta d'anni ventidua, che se gli juppe una vena in sul petto. Vedutosi i1 male pericoloso, vi fece i rimedi. Fu consigliato d'andare a1 Bagno (I) ;gli giovò poco. Sendo venuto a Firerize e parendoli luogo comodo alla sua salute cosi dell'anima come de1 corpo, prese stanza a Monte Oliveto, (2) qui presso alla citta. Ora sendo qui in E'irenze, voiíe avere parere di più medici. In questa sua cura, sendo difficile in si grande uomo e di tanta aiitorità, r'andavano con sospetto a ciirarlo, con tutto ch'egli dicessi loro cbe facessino in questa $na cura que110 che credevano che fiisse la sua salute dell'anima e de1 corpo. Istava de1 continovo benissimo provveduto cosi della confessione e della comunione, e di tutte le cose appartenenti alla salute dell'auima sua. Ora, sendo stato piii tempo in questa cura, e non migliorando, per la difficultà della infirmità, intervenne uno caso assai strano, d'uno medico poco priidente, i1 (luale indiisçe uno rimedio assai bestiale e contrario alla saliite dell'auima sua come de1 corpo ; e questo fu ch'egli disse che sarebbe bene per la salute de1 Cardinale che dormisse con una fanciulla. Inteso questo, i1 Cardinale non si potè avere pazienza, che fussi bastata la vista a questo medico d'avere indotta una cosa tanto scellerata ; della qitale prese tanto isdegno, che questo medico inducessi Ia dannazione dell'anima e de1 corpo, conoscendo la sua vita e' sua costumi ; e per cluesto riprese i1 medico come egli meritava, dicendogli dove era 12 sua coscienza ch'egli anteponesse la salute de1 corpo a quella dell'anima? E per questo gli fece comandare che mai più egli venisse in quella camera, nè di sua cura s'impacciasse. E cosi disse a1 vescovo (I) Forse Bagno di Romapns sull'Appennino tosco-romagnolo, dove ancor oggi sono sorgenti termali pregiate. (2) Su un poggetto della riva sinistra dell'Arno, d i fronte allecascine.

DI STIRPE REALE.

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d'Algarve (I) e a quegli che gli stavano appresso; e per questo fu comandato a1 medico che mai più entrasse in quella casa ; e cosi per questa cagione ebbe licenza, e mai pih vi tornò. Onnipotente Iddio, quanto è grande Ia tua misericordia in quegli che isperano in te ! V. - Istava i1 Cardinale de1 continovo co' Religiosi di Monte Oliveto ; e i1 vescovo d'Algarve, uomo di buonissima coscienza, ch'era a1 governo della casa, non si partiva mai d'appresso a lui. Già conosceva i1 Cardinale i1 suo male essere incurabile e non potere campare, e atteiideva a nettare la coscienza sua, se aveva cosa ignuna che gli desse noia. Era di natura umanissimo, e in lui uon regnava se non umiltà. Era una fonte liberalissima in dare a' poveri per Dio, discretissimo di provvedere a quegli che 10 servivano, modestissimo nell'ordine della casa sua, nimico di pompe e cose superflue ; teneva in ogni cosa la via de' beati, ch'è la via del inezzo. (2) La sua famiglia voleva che somigliassino lui nella vita e ne' costumi ; in casa sua non voleva che si facesse nulla che si potesse riprendere : in tutte le cose era Ia sua casa e '1 suo governo modestissimo. Ritornarido dove abbiamo lasciato, istando in questi laudabili esercizi, ordinò il suo testamento per autoriti apostolica, che fu d'essere seppellito alla chiesa di Sancto Miniato di Firenze, (3) dell'ordine di Monte Oliveto ; e volle che vi si facessi una cappella dotata, dove s'avessi ogni mattina a dire messa, come oggi si vede, e lasciovvi i paramenti e altre cose appartenenti a1 ( r ) D. Alvaro, di cui leggeremo Ia vita qui appresso. (2) Secondo la dottrina sristotelica, la virtù sta nel meazo fra i d ~ i e estremi. (3) 8 la magnifica basilica romanica fonàata poclii anni dopo i1 mille dall'Imperatore di Germania Enrico i1 Santo, in nome de1 martire S. Miniato. Sorge su tina collina alla sinistra dell'Arno.

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CARDINALE JACOPO DI PORTOGALLO

divino ufficio. Volle che di quelle sustanze che v'erano, se ne soddisfacesse a quelli che I'avevano servito, e a' poveri ; e cosi ordinò ogni sua cosa nella morte, come aveva fatto nella vita. Non aveva atteso a cumulare tesoro, perchè neíía sua casa, da alcuni arienti in fuori, non molti, e assai buona copia di libri e sua vestimeuti e sua masserizia, non v'era altro : che non credo che andassino alla somma di fiorini tre mila ; in modo che, soddisfatto a quello che aveva lasciato, la cappella non v'era de1 suo tanto che si potessi fare ; ma questo vescovo Silvense (r) fece fare ogni cosa, e pagò gran parte di quella spesa la duchessa di Borgogna. VI. -La fine sua fu sanctissima, (2)come era stata lavita, la quale fu di natura buona ; che esaminatola molto bene si vede come si privò di tutti i diletti mondani ; e tutto si debbe riputare che fusse per la grazia di Cristo e per i sua infiniti meriti. Perchè si vede che f u tanto accetto a Dio che nella carne mortale vivesse come s'egli ne fusse fuori, onde piii tosto è da chiamarla vita d'angeli che d'uomini ; perch'egli è certo che fu nella vita mortale come s'egli ne fusse fuori ; e non sarebbe inconveniente, e cosi si debbe e può sperare, ch'egli sia collocato nel numero degli eletti, avendo lasciato a tutto i1 mondo tanto buono esempio di sè e della vita sua. E se questa vita f u s e scritta per ordiue, dalla puerizia sua infino a questa età, ed elia si vedesse, sazebbe non solo esempio, (I) Silves è la. sede vescovile dell'dlgarve, tenuta in questo momento da1 Vescovo D. Alvaro già ricordato. (2) Mori i1 27 agosto 1459 (e non i1 15 aprile come dicono alcuni). Ciù resulta da1 CIACONIO7stae Pontificum et Cardinaliuvn (Roma, 1677). vol. 11, pag. ggo, e da una lettera di Francesco a Filippo Strozzi in data di Firenze 1 1 settembre 1459 : a E cosi intesa arete come a Firenze mori i1 Cardinale di Portogallo, che Iddio gli perdoni r (Archzuio d i Stato di Fir~?zae, Cavte Strozeiane C C X X X , pag. 249). Non aveva compiuti i 26 anui.

DI STIRPE REALS.

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ma confusione a tutto i1 mondo. Nella sepoltura che è oggi a Sancto Miniato, (I) la mano l u formata dalla sua propria, i1 viso in alcuna parte assai 10 somiglia, perchè dopo la sua vita fu formato ; per essere venustissimo nel corpo ma piii nell'animo, dov'era tutto ornamento di costumi, che pia non ve ne poteva essere. Ed io scrittore, che gran parte di qneste cose ho vedute e udite da persone degne di fede, che stavano de1 continovo appresso la sua Signoria, ne rimango ismarrito, quando io le penso. Chi leggerà adunque questa vita, conosca ch'egli è in podestà degli uomini andare per ta via per ta quale andò i1 Cardinale di propria sua volontà, non con altro mezzo che col suo. Non sarebbe indegno ii Cardinale per esempio a qualunque ebbono gli antichi, o di santità di vita o di costumi o di qualunque altra virtù. Chi scrivesse la vita sua per ordine come si convenebbe, e non con questa brevità, sarebbe reputata cosa miracolosa ; e massime facendola iu latino, a fine che ogni nazione ne avessi uotizia, e che la memoria di si degno uomo non perisse. (I) Abbiamo già ricordato nella Introduzione quali furono gli artisti eminenti che lavorarono a questa Csppeiia.

ALFONSO DI POKTOGALLO

I0

ALFONSO DI PORTOGALLO, VESCOVO B'ALGARVE.

I. - Messer Alfonso (I) di Portogallo fu que110 nel cui governo fu dato i1 Cardinale di Portogallo, nato di nobilissima stirpe di Re. Per la bontà di messer Alfonso e Ia sua gravità, ed essere dottissimo in iure civile e canonico, gli dettono a governo questo giovane ne' teneri anni sua, acciocchè colla sua prudenza temperasse gl'impeti della gioventù ; con tutto che poca fatica ebbe a durare per Ia sua buona disposizione. Sendo messer Alfonso mastro di casa, e' governava la casa de1 Cardinale in forma che non era in Corte di Roma casa meglio ordinata de la sua, e piena d'uomini dabbene, tutti omati di laudabili costumi. Istette questo vescovo c01 Cardinale insino alla fine della vita sua, che fu i11 Firenze ; e sempre gli fu appresso in tutti i sua bisogni cosi spirituali che temporali. Era questo Cardinale come nella Vita è scritto, como uno Job di pazienza e mai non si doleva, e accordavasi con la volontà di Dio. Grande parte di questa sua virtii procedeva da1 Cardinale e dalla sua buona natiira ; benchè i1 Vescovo per i sua esempi e conforti, l'avessi aiutato assai a vivere come viveva. Venendo i1 Cardinale alla morte, lasciò suo esecutore i1 Vescovo a fare molte (I)

I1 primo nome era Alvaro

di Roma, nel tempo di Papa Pio; (I) e .per le sue virtii e per essere buono leggista e canonista, fu fatto reggente della Cancelleria; e que110 ufficio, che è di grandissima importanza, amministrò con pari riputazione. Molte degne condizioni furono iu lui, che chi avessi a scrivere la vita sua le potrebbe mettere ; questo che s'è scritto basti per un breve ricordo.

(I)

Pio I1 (Piccolomini) senese, regnò dai 1458 a1 '64.

VELASCO DI PORTOGALLO.

VELASCO DI PORTOGALLO.

I. - Messer Velasco fu di Portogallo, nato di nobilissimi pareirti ; venne in Italia a studiare in ragion civile e canonica. Fu grandissimo giurista e canonista. Istando a studio c011 sornma riputazione, rispetto all'essere di nobile stirpe e il padre ricco e in buona grazia de1 re di Portogallo ; donde si procedesse non so, i1 padre veníie in disgrazia de1 suo re, che tolsegli ducati ventirnila, si chè bisognò che si partisse da1 regno. Istando messer Velasco a Bologna, e sendo i1 padre ricco, e lui di prestantissimo ingegno, e non avendo bisogno molto di guadagnare, se n'andava a spasso la notte, e non rivedeva lezioni, e secondo che intesi da lui, le lezioni che leggeva si erano i Sonetti de1 Petrarca ; e il pih de1 tempo 10 consumava disutilmente, fidandosi de1 suo ingegno. Istato pih tempo a questo modo, e vedendo i1 padre avere perduta la grazia de1 se e buona somma di danari, sendo fuori de1 regno, per 10 sdegno fece pensiero di non vi ritornare mai piii e misesi gih con grandissima diligenza a istudiare iure civile e canonico ; e per la prestanza dell'ingegno suo, in brevissimo tempo diventò singularissimo nell'una e nell'altra facultà, e dottorossi con grandissima fama e riputazione ; di natura che se n'erano addottorati pochi in Bologna di quella qualità. I% ebbe que110 messer Velasco che pochi iuristi e canonisti hanno : di essere eloquentissimo in iscrivere, perchè s'era dilettato di leggere piii opere dei

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VELASCO DI PORTOGALLO.

gentili, e di quelle aveva fatto uno buonissimo stile, come si vede per più sua composizioni. Era audacissimo, e aveva una lingua onnipotente, come bisogna avere ai legisti e canonisti. 11. - Andando in Corte ne' tempi di Papa Eugenio, (I) e conosciuta la sua virtù, fu fatto awocato concistoriale, e vennevi in tanta riputazione che i1 più delle cause gli venivano nelle mani, e di tutte, o della maggior parte, aveva onore. Aveva una voce che pareva uno tuono, e con questa sua audacia e con Ia perizia grande ch'egli aveva e con lo ingegno naturale gli riusciva ogni cosa, e in questo esercizio guadagnò un tesoro. Aveva libri per parecchi migliaia di iiorini, perchè voleva tutti i più belli clie travava. Aveva pih veste rasate, foderate tutte di zibellini, e i pi& belli cavalli che fussino in corte di Roma ; teneva uno bellissimo istato, ed era liberalissimo nello spendere e in ogni cosa. Intervennogli alcuni casi avversi per questa sua audacia e impazienza, che non poteva sopportare che gli fusse detto nulla. Un Ti, sendo Papa Eugenio in Firenze, (2) sendo ragunato i1 concistoro pubblico, e venuto messer Velasco innanzi a1 Papa a difendere una causa contro uno abbate, tra Ia sua dottrina e l'audacia e la eloquenza, e una voce che arebbe rintonato i1 mondo, condusse queli'abbate in modo che egli nori sapeva dove si fusse, ed erasi condotto alla via delia disperazione : onde per lo sdegno si volse a messer Velasco cou parole ingiuriose, di iiatura che messer Velasco perdè Ia pazienza, si che in preseuza de1 Papa e di tutto i1 concistoro si aperse nelle braccia, e dettegli si piacevolemente, che 10 pose iii terra ai piedi de1 Papa. Eugenio I V (1431.47). In occasione de1 Concilio Eciirnenico per tinire la Chiesa greca alla latina (1439). (I)

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VELASCO DI PORTOGALLO.

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Fatto questo, i1 Papa ne prese uiio grandissimo isdegno, di natura che, se non fossino istati alcuni Cardinali che si misono di mezzo, messer Velasco avrebbe mal fatto, perchè i1 Papa I'avrebbe fatto mettere in prigione, ed era difficile che non avesse grandissima punizione. Andossene a casa, e non usciva fuori se non la notte a parlare a' Cardinali e ad altri prelati che fussino c01 Papa, che gli perdonasse, i1 quale non ne voleva udire nulla. Dopo molti prieghi, e ancora di placare l'abbate i1 meglio che si potè, duhitando messer Velasco per avventura non avere anche quello che ci guadagnò l'abbate, (I) fece che i1 Papa, dopo più di, gli perdonò, ma c011 difficultà. L' abbate ci avanzò che messer Velasco di quella causa nou se ne impacciò più. 111. - Partendosi Papa Eugenio da Firenze e andando a Siena, messer Velasco vi stette tutto i1 tempo che vi stette Papa Eugenio : e andando a Roma, messer Velasco, avendo nel tempo che era a Roma, fatta questione con certi Romani, uomini di condizione, a' quali inesser Velasco, che era manesco, doveva aver dato delle busse, per questa ragione non vi volle andare, a fine che quegli Romani non si volessino vendicare. In questo tempo ch'era a Roma ed ebbe questione con questi Romani, fu nella morte di Papa Martino, (2) che, sendo istato preso i1 Vescovo di Tivoli, ch'era dei primi a1 governo, sendo messo in Castel Sant'Angelo, messer Velasco disse volere andare a vederlo. Andovvi, e perchè, come fanno i grandi maestri, quando messer Velasco andava a parlargli, non gli poteva pai-lare, giunto messer Velasco a1 vescovo, aveva portato seco uno bastoncello, e giunto a lui, gli dette parecchie bastoiiate, e diceva : nricordati che t u non volevi che ti fusse ( I ) Cio& le percosse. (2) Milartino V mori nel 1431

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VELASCO DI PORlDGALLO.

vita sua, e attendere a leggere e a orare, e ripensare bene a' sua peccati ; e cosi fece e pose l'animo in pace e venne in grandissima contrizione de' sua peccati. Istava in più digiuni e orazioni i1 di e la notte, e si confessava spesso, e soddisfece quello che potè, e in tutto s'alienò da ogni conversazione. Venne in grande grazia di Dio, diventò umiiissimo, dove era dianzi superbissimo ; attendeva a confortare chi gli parlava, a1 bene operare ; e in questo tempo che egii stette in questo luogo compose molte cose devote, le quali non ho mai potuto vedete ; e rendè 10 spirito a Dio in mano di quelli religiosi, avendo avuto tutti i Sacramenti, come fedele e buono cristiano. Fecegli l'onnipotente Iddio grandissima grazia, sendo stato uomo tutto de1 mondo, di venire a tanta contrizione de' sua peccati e fare si degno fine com'egli fece. E per questo sia mai ignuno che si disperi per grandi peccati che egli abbia fatti, ma sempre speri nella infinita misericordia di Dio, che non abbandona chi si fida in lui. Feciongli i frati di quello monistero per memoria sua una sepuitura di marmo in terra, ed è alla porta dirirnpetto a uno Crocifisso. secondo la regola di Santa Brigida, a cui apparteneva, comprendeva due case di religiosi, tina di rnonaci, l'altra di suore, avinti la chies* in comune. Secolarizzato nel 1776, oggi serve come abitazione privata e non c'è più alcun vestigio delle sepolture ricorsate qui appresso.

POMPEO

ARDITI

VIAGGIO ALL' ISOLA DI MADERA E A L L E AZZORRE 09-57) .

I L V I A G W CHE FECE POMPEO ARDITI DA PESAR0 ALL'ISOLA DI MADERA E ALLE AZZORRE.

Maggio 1567 partimmo con la marèa da1 porto di questa Città di Lisbona, in una caravella armata, un martedi a1tardi, per andare all'isola di Nadera. Entrati in mare, navigammo tutta la notte, spirando un poco di greco levante; e Ia mattina veniente, rinforzandosi i1 vento, perdemmo vista di terra, e cosi navigammo con buonissimo tempo quattro giorni senza veder terra, facendo i1 vento felice mutatione, quando in greco e quando ingreco tramontana.11 quinto giorno poi,che fu una domenica, Ia mattina a buon'hora, vedemmo un'isoletta chiamata Portosanto, Ia quale, per quanto dicono i marinari,circonda Portosanto. cinque leghe, ed è in 33 gradi e %; P molto fertile di grani e biave, e copiosissima di conigli. Arrivati che fummo a1 pari della detta isoletta, Ia lasciammo a man destra e cominciammo a vedere l'isola di Madera, che per essere terra altissima si vede molto lontano ; che è quindici leghe lungi dalla detta isoletta. A man sinistra dell'isola di Madera,vedemmo poi tre altre isolette Ia piii vicina delle quali è quattro leghe Le $sole deserte distante dall'isola. Sono queste isolette chiamate deserte, imperocchè in una non abitaiio pih di sei o sette pastori, e l'altre sono disabitate ; sono molto piccole, di maniera che D D ~6 di

VIAGGIO ALL'ISOLA D I MADSRA

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Madera.

la piii grande non eccede di lunghezza una lega, e non è piii larga d'un tiro d'arcobugio ; e in alcqni luoghi è tanto stretta, che appena vi possono passare tre huomini a1 paro. Ciascuna di loro è quasi tutta di un sasso vivo altissimo e scosceso, iii modo che non hanno piii di una salita per una, e quella tanto difficultosa, che tre anni sono, essendo certi Inglesi smontati ivi per rubare bestiarni, un Negro solo, che se ne accorse, gettando pietre abbasso, non solo loro difese Ia salita, ma ammazzò cinque di loro. Si vedono ivi vacche, castrati, muli e capre in malta quantità, molti pavoni e galline, e una infinità di conigli. Di 13 pai andammo costeggiando una parte dell'isola di Madera, per insino che alla tarde (r) arrivammo a1 Funciale, città di Vescovato, cosi detta perchè ivi, quando primieramente cominciarono ad abitare, era tutto pieno di finocchio, che i Portoghesi chiamano funcio. Questa isola di Madera è situata in 32 gradi )/2 ; lungi dalla piii propinqua isola d d e Fortunate, (2) che si chiama Lanzarot, leghe 70, dalla costa d'Africa leghe xoo, e da Lisbona leghe 150 ; è montuosissima, sassosa molto e copiosissima di fonti d'acque perfettissime. 1,a sua grandezza è diciotto leghe in lungo, e da tre in quattro larga ; non è abitata se non alle marine ; imperocchè alla montagna per cansa dell'espessura degli arbori, che ivi sono in grandissima copia e altissimi di maniera che dicono che per causa d'essi vi si cammina due o tre leghe senza mai v e d a sole, e per la gran quantità delie acque che surgono, ancor che sia di Luglio, vi fa tanto freddo che è quasi insopportabile ; ma alle marine, dove sono le abitationi, vi è un aere tanto temperato, che mai in nessun tempo vi f a caldo o freddo. Quest'isola farà a1 pie da 13 in (I) (2)

La sera. Le Csnarie

E ALLE AZZORRE.

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14 mila anime; ed è divisa in due capitanie, l'una chiamata dei Funciale, e l'altra di Maccicco ; (I) le quali sono di due signori di questo Regno, e sono maiorgati, (2) che vanno d'herede in herede, e hanno d' entrata la redecima de1 Re, come a dire, se i1 Re ha 10mila scudi d'entrata, essi ne hanno mille. L a capitania de1 Funciale fa quasi tutti li zuccheri ; chè fiodotti 0di.icoli di IMadevn. Maccicco, per non esser tanto copioso d'acque, ne fa pochi, ma f a grani e biave. l'utta l'isola fa gran quantità di vini 7 che sono. tenuti qua eccellentissimi, e sono molto simili alle malvasie di Candia; (3) i1 grana che quivi si raccoglie, è buonissimo ma è tanto poco, che non basta per i1 terzo dell'isola ; per i1 che sono forzati a servirsi di fuori, dalle Canarie e dalle isole degli Astori. (4) I1 raccolto loro vien inolto piii presto clie . i1 nostro,.imperocchè alli 12 di Maggio noi mangiamo pan nuo~ro,uva, fichi e meloni; (5) ma gli iiomini dell'isola dicevano che insino da Marzo incominciavano a mangiar pan nuovo. È molto copiosa di frutti d'ogni sorte, e fra gli altri vi sono delle muse (ó), di quella sorte che alle volte vengono di Cipro a Venetia. È tanto fertile quest'isola, che, piantandovi arbori, in un anno danno i1 frutto; oltra di questo, tiene in sè una meravigliosa proprietà, che non solo non procrea animali velenosi, ma portativi d'altronde, subito muoiono, nè vi si ritrovano altri animali nocivi, altro che sorci e raga,

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( r ) Masico. In portogliese morgados (maggioraschi). ( 3 ) 1,e prime viti vi furono realmente importate da Candia e da Cipro per ordine dell' Infante Enrico, i1 Navigatore ( ~ q z o ) . (4) I n portaghese Açores. (j) Per quanto nel Portognllo, e specialmente nella regionc più meridionale, I' Algar~e,le produzioni agrieole siano piii precoci che rla noi, è certo esagerato i1 dire che a maggio si maiigia i1 pan tiovo e la frutta eçtiva. (6) Banane. (2)

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Fu?zchal.

i'artenzn

da

Madera.

Le Azmrre.

santa~

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iielline, lunghe a1 più come un dito. I,a città de1 Funciale è Ia maggiore abitatione di tutta l'isola e potrà fare da cinque i11 sei mila anime ; è situata in una spiaggia da un miglio e mezzo lunga, la quale guarda verso Capo Verde ; dove àncorano ttitti i legni che vengono a comperare zticcheri, vini e conserve di zucchero, clie in questa citta si fanno eccellentissimi e in molta copia. Quivi adunque cosi quelli che veiidono, come quelli che comperano, pagano i diritti a1 Re a ragione di dieci per cento, di niodo che i1 Re, con questo e con quello ch'egli ha importo di zuccheri dalle genti della terra, che gli danno di ogni cinque uno, ogiii anno, fuori di tutte le spese, si avaiiza ciiiquanta niila ducati. Da questa isola poi, stati che in essa fummo treiitaquattro gioriii, partimmo alli 13di Giugilo, un sabbato a iiotte, sopra una caravella per andare alle isole de gli Astori, e noii navigammo due leghe, che ne calinò i1 vento, di maniera che in tutto i1 resto della notte, e insino a mezzo l'altro giorno, non facemmo qtiasi nessun viaggio. A mezzodi poi havendo passato que1 capo che è volto a ponente, soccorrendoci un scirocco, Ia notte perdelumo de1 tutto vista dell'isola ; e cosi naviganlmo con btionissimo tempo tre giorni, dopo la perdita di terra, quando con astro, quando con scirocco, e talor con levante ; e i1 quarto, che ftt un giovedi, a1 tardi, vedemino di lontano una delle isole de gli Astori ; cosi dette per la nlolta quaiitità d' astori che ivi eraiio quando la prima volta furono ritrovate, ma hora non ve ne è puxe uno ; chè, secondo dicono, subito clie s'iuco~~~i~iciarono ad abitare, se iie andarono. 1,a mattina veniente poi, in sul far de1 giorno, ci ritrovammo sopra Ia detta isola, la quale si chiama Santa Maria, e d'indi vedenimo l'isola di S. Nichele, tredici leghe ivi distante. Questa isola di~Santa. Maria è in 38 gradi; non è molto mon~ i tuosa, è copiosa molto di grarii, biave e carni, Ia sua grandezza

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E ALLE AZZORRE.

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potrà essere di circuito a1 più da sette in otto leghe. Navigando poi avanti, Ia lasciammo a man manca, e audatnnio alla volta dell'isola di San Michele; availti che fosse inezzo giorilo arrivammo a que1 capo dell'isola che è volto verso levante ; e d'indi, costeggiando l'isola dalla parte di mezzodi, perveilin~. mo a1 tardi alla città di Ponta-Delgada ; dove sbarcati, dimorammo da quaranta giorni nell'isola, nel qual tempo Ia cavalcammo quasi t u t t a ; però più distintamente ch'io potrò e saprò, descriverò quello ch'io gran parte vidi, e parte udii dire da huomini de1 paese degni di fede. Quest'isola è i11 39 gradi, lungi dall'isola di UIadera cento cinquanta leghe ; Ia sua grandeza è diciotto leghe in lungo, e da due in tre larga ; Ia lunghezza sua è da levante a ponente. Dalla banda di greco-levante è montuosissima e tutta piena d'arbori, fra i quali vi è molta quantità di cedri, di quella sorte de1 Monte Libano ; i1 resto è quasi tutto piano e colline fruttifere, che danno gran quantità di grani e biave; vi si fa ancora in quest'isola guadi (I) per tingere panni, i11 tanta quantità che ogni anno gli Inglesi che vengono a comperarli, ne caricano dieci a dodici navi grosse. No11 tiene vini clie vagliano, perchè sono tanto debili che non durano più di tre o quattro mesi, in modo che e' pare che Iddio habbia date queste isole tutte ad un Re, perchè l'una habbia a soccorrer l'altra, essendo che tutte queste isole de gli Astori, che sono nove, cioè : S. Maria, S. Michele, Ia Tercera, S. Giorgio, i1 Picco, i1 Fayale, Ia Gratiosa, Flores, e i1 Corvo, tutte tengono cattivi viui come S. Michele, e tutte, eccetto i1 Picco e S. Giorgio, sono copiose di grano, di modo che facendo cambi con l'isola di Madera, dando grani e pigliando vini, tutte commodamente si mantengono. Quest'isola di S. Michele è molto popo(I)

Isatis I Z ~ Z C ~ Opianta Y Z ~ , che dà una bella tinta azzurra

sa?~ hlichclz

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L'crz'zionc uulcaaica de1 r563

VIAGGIO ALL'ISOLA DI MADZEA

lata, chè può fare, secondo dicono, più di venti mila anime ; è molto abundante di vacche, castrati e porci, e vi è tanta quantita di quaglie che è uno stupore ; uon è molto copiosa d'acque, ma tuttavia non le mancano per suo uso ; i meloni di questa isola sono i migliori di tutte queste parti, e vi sono de' lunghi da quattro in cinque palmi. Quivi ancora si fa cosi meraviglioso mele d'api, ch'io credo che difficilmente si possa ritrovar migliore o eguale. Questa isola, secondo i vestigi che si vedono, già arse tutta ; e l'anno de1 1563 dicono che la vigilia di San Pietro, appresso a una terra chiamata Villa-franca, incominciò a poco a poco a tremar la terra, e poco di poi tutta l'isola grandissimamente, i1 qual terremoto durò tre d i continui, e i1 quarto si apersero tre monti, delli quali ne ho veduto uno io, e gettarono tanto fuoco, con tanto strepito che si senti per insino a S. Giorgio, che sono trentacinque leghe, con nuvole grandissime di pietre pomice, e tanta quantità di cenere che, ventando allora un ponente, ne portò insino in Portogallo, ivi distante 260 leghe. Quella cenere fece di molto danno a' raccolti, e coperse tutta quella parte dell'isola che prese, di maniera che appena adesso in alcuni luoglii incomiucia a dare un poco di frutto. Gettò ancora i1 monte tanta terra in cinque giorni che durò i1 fuoco, che in due lochi, dall'una e l'altra banda dell'isola che riguarda a tramontana e a mezzo di,ha fatto in mare due spiaggie, da diie in tre miglia lunghe c mezzo larghe in circa. Corsero da questi monti fiumi di materiali infuocati, che per dove correrrano, nè monti nè alcun'altra cosa li poteva far declinar da1 corso, e io ne ho veduto uno che passò da una parte all'altra un gran monte e di poi entrò in mare, havendo corso più di una lega di terra. Questo materiale si è convertito in pietra durissima e negra, che a vedere adesso pare pece. Tutta l'isola 6 piena di colli che sono aperti da cima, e dentro

E ALLE AZZORRE.

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V

vacui, e ia terra ioro è come cenere, segno evidente haver causato ciò i1 fuoco ; oltra di questo per tutta I'isola, cavando quattro o cinque piedi sotto terra, si ritrova di questa materia abbruciata e convertita in pietra durissima. Dalla banda verso tramontana, dopo questo fuoco, si è ritrovato pietra da fare allume, e ne fanno, ma non in molta quantità. Dicono che due leghe lungi da quella terra chiainata Villa-franca, dentro della montagna, vi sono certe furne (I) sulfuree di dove escono, quasi d'uu niedesimo loco, due fiumicelli d'acque, l'uno tanto freddo che non vi si può soffrire le mani dentro, e l'altro tanto caldo, che ponendovi un porco, e subito tirando10 sù, 10 ritrovano senza peli. Dicono ancora ch'ivi è un piano, in mezzo de1 quale sta un lago d'acque negrissime, che di continuo bollono, dalle quali esce un grandissimo puzzore, di modo che se ivi vauno cani o qual si voglia bestiame, subito muoiono, e agli Iiuomini non fa nocumento alcuno ;le quali cose, essendo per le molte pioggie pericoloso i1 cammino, iloncicurammo di vedere. Ali'incoutro della suddetta ViUa-franca, la quale è situata alla riva de1 mare dalla banda di mezzodi, vedemmo una meravigliosa isoletta, quasi di forma rotonda, di un mezzo miglio di circuito, lungi da terra altrettanto, Ia quale è cinta attorno di roccia viva molto alta, che pare clie sia tagliata collo scarpello. I n mezzo poi Ia terra si viene a poco a poco abbassando come un teatro, e fa nel centro una rotonditi di quarauta canne di diametro ; nella quale entra per certe fessure di basso i1 mare ; i1 che liavendo veduto queste genti dell'isola, e conosciuta Ia commodità che ne potevano ricevere, molti anni sono tagliarono quella parte che è verso la terra, che è Ia pih stretta e piir bassa, e vi fecero una entrata perchè vi potessero entrar navili. Ma fu tanto stretta che non vi ( I ) Fornaci, caldane.

1 1 lago boliciile

11 poyto dx vd

possono entrar legni di più di cento tonellate, e perchè la detta bocca, come ho detto, è volta vefso la terra che ripara la tramontana, che gli potrebbe nocere, vieiie a essere iin porto d'ogni tempo sicurissimo. Quivi dentro, iiel porto di questa isoletta, vi è una iiiestimabile quantità di pesci d'ogni sorte, e in terra vi sono iiifiniti piccioni selvatici, che facilissiinamentesi pigliano, ed è terreno, che chi ci attendesse, produrrebbe buonissimi viiii, chè, cosi inculto come egli è, vi sono delle viti che fanno uva eccellentissima. Questa cosi bella isoletta adunque, chè in tutto i1 mondo credo che non si ritrovi una simile, è stata insino a1 di d'hoggi nella maniera ch'io l'ho descritta, nori faceudo nessuno utile al Re ; onde si vede, che per mancamento d'huomini che sapessero dimostrare a Sua Altezza Ia necessità che tiene in queste isole d'un porto come è questo, per Ia sua armata, essendo che in tutte queste isole non ne tiene nessuno che vi si possa svernare senza pericolo, è stata lasciata in questa maniera senza farne più conto che tanto. Ma hora S. Altezza si è deliberata, per consiglio de1signor Tommaso (I), di fargli allargar quella bocca, tanto che commodamente vi possano entrar le navi che vengono dall'Indie ; e tenervi la sua armata per guardia di queste isole, cliè non gli intervenga quello che intervenne l'aniio passato all'isola di Madera, che come vi scrissi, fu saccheggiata da' Frailcesi. E perchè i1 fondo di dentro non è tanto che vi possano nuotare le dette navi, lo vuol far cavare tanto che sia abbastanza ; i1 che moltofacilmente si può fare. Ma prima che si faccia questo, per prevenire agli accidenti che potrebbono nascere, si farà un forte in nna parte della detta isoletta, dove vi possa stare arti( r ) Impossibile determinare clii sia questo ingegnere a1 servizio de1 Re D. Sehastiauo : forse un italiano?

E ALLE AZZORRF.

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glieria per difesa de1 porto, euna abitatione per un capitano e per quelli pochi huomini che vi saranno necessari, di maniera che, facendovi una buona cisterna, percliè in sè non tiene acqna, e ponendovi legna e grano, con commodità di macinare, senza quasi altro, quelli clie ivi dimorano sono atti a mantenersi, per le altre commodità ch'io dissi di sopra che in sè tiene, e a difender que1 loco da tutto i1 poter de1 mondo. Questa isola di S. Michele è tutta una capitania, e maiorgato cl'un fidalgo di questo Regno ; la terra priiicipale di essa è ia città di Ponta-Delgada, cosi detta per esser situata nella più stretta punta dell'isola, Ia qual città potrà fare da otto in nove mila anime, e rende insieme con tutta I'isola ogni anno a1 Re da trentamila ducati in circa, fuori di tntte le spese. Paitimmo poi di questa isola per Ia Terzera a' 28 di Luglio, un luiledi a notte, in un navilietto piccolo, chiamato Ia barca della carrera, peichè non fa altro viaggio che yuesto ; e navigammo tutta la notte con un scirocco molto fiacco, e sul far de1 giorno si calmò in tutto ; ma poco di pai si voltò i1 vento a maestro, di maniera che ci era a1 tutto contrario; per i1 che deliberainmo, per non tornare indietro, d'andar trattenendoci bordeggiando, perchè i1 vento non era molto gagliardo, sperando che in bieve dovesse voltarsi per noi, ma egli tutto i1 contrario facendo, ci tratteniie un tre giorni e tre iiotti quasi senipse a vista dell'isola Terzera, senza mai poterla pigliaie, essendo costume di farsi questo viaggio, che noli è piii di 30 leghe, in meiio di un giorno e una notte. I1 quarto giorr~opoi, come piacque a Dia, si voltò nn poco d'ostro scirocco, che ci condusse, passato mezzo di, nel porto della città d'Awra, che fu addi primo di Agosto. Quest'isola Terzera è nell'altura di Lisbona, cio& in 39 gradi %, ed è chiamata Terzera, perchè fu Ia terza a es-

Ponto Delgndn

L'iaola

Temera.

Ay r n .

ser ritrovata; (I)è lungi da Lisbona ducento e novanta leghe; non è molto grande, imperocchè non passa di sei leghe in lunghezza, e quattro iu larghezza; la sua lunghezza è, da levante a ponente, come S. Michele ; è parte di monti aspri e parte di colline fertili e amene che fanno molto grano, e ancora in alcuni luoghi guadi, ma non cosi buoni nè in tanta quantità come in San Michele ; è copiosa molto di buoi, capre, pecore, e porci e di gran quantità di quaglie. Qui ancora si vedono vestigi di materiali convertiti in pietra, che corsero, (2) e vi sono di molti monti forati come in S. Michele ; ma dapoi che è abitata, che sono, secondo dicono, da 140 anni, (3)ivi non si è veduto nessun fuoco. Questa isola è di grandissimo concorso, per esser pia comtnoda a' naviganti che le altre; imperocchè tutte le navi che vengono dalle Indie cosi orientali come occidentali, da1 Brasile, da S. Tommaso, dalla Mina e da Capo Verde, tutte vengono qnivi a rifarsi de' mantenimenti, in modo che e' pare che Dio miracolosamente habbia posto queste isole in mezzo a questo gran mare Oceano per salute de' poveri naviganti, che molte volte vi pervengono, quando senza àrbori e senza vele, e quando senza mantenimenti; e quivi giunti si foriiiscono di tutto quello che loro fa di mestieri. Questa isola è divisa in due capitanie, l'una chiamata d'Angra, e I'altra di Playa, che sono pur maiorgati di due gentilhuomini di questo Regno. L'entrata de1 Re in quest'isola è, secondo dicono, da 7 in 8 mila ducati, e la terra principale è la citta d'Angra, la quaIe è Vescovato e capo di tutte queste altre isole ; ivi risiede i1 Corregidor de1 Re, che governa. Questa città Le Aszorre furono scoperte nel 1431.32, Cio* lave. ( 3 ) Piii csattamente 136.

(i)

(2)

E AI,LE AZZORRE.

3I

è molto popolata ; chè, secondo dicono, potrà fare da otto in nove mila. anime ; che tutto i1 resto dell'isola non ne fa altrettanto ; è molto bella, e bene accasata con strade molto larghe e diritte; e quivi si fanuo di molti belli scrittori (I) di legname molto eccellente. Ritrovandoci noi in quest'isola, nella Villa di Playa, alli g di Agosto, havemmo nuova ch'erano arrivate tre navi dall'Indie, e che l'armata de1 Re che si ritrovava nel porto d'Angra, ch'era un gallione e due caravelle, doveva, pigliato che le navi havessero mantenimenti, andarsene con loro per assicnrarle da' corsari, che in questo mare vi sono in tanta copia, che i1 Re ogni anno è forzato a mandar un'armata a quest'isole per sicnrezza loro, e per accompagnare dette navi. Deliberando adunque noi, se possibil fosse, d'andare in quest'armata, subito ci espedimmo di que! loco, et andammo alta città d'Angra, quattro leghe ivi distante ; dove il medesimo giorno c'imbarcammo in una caravellina per andare ali'isola di S. Giorgio e de1 Fayale, le quali per reggimento (2) di S. Altezza era necessario vedese, sperando, perchè ailora spirava greco a noi favorevole e alle navi d'India a1 tutto contrario, di ritornase innanzi che si partissero di vista dell'isola, dove andavano bordeggiando e pigliando mantenimenti, non potendo ancorare nel porto, perchè i1 Re commanda che arrivando le navi, passato i1 primo di d'Agosto, non àncorino, per esser i1 porto in questi tempi non molto securo ; e gia ívi si perderono alcune che diedero a costa. Ma ritornando a noi, dico che navigammo tutto quei giorno e tutta la notte, e la mattina in sull'aggiornare ci ritrovammo nell'isola di S. Giorgio, in un porto chiamato Porto d'as Velas, dove scriaanie. Ordine. L'Arditi era d servizio de1 re D. Sebastiano.

(I) Mobili, (2)

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VIAGGIO ALL'ISOLA DI MADERA

sbarcati e veduto que110 ch'era necessario, i1 medesimo giorno c'imbarcammo iu un battelliuo per i1 Fayale. Quest'isola di S. Giorgio è lungi dana Terzera da terra a terra dieci leghe, e da porto a porto diciotto : la sua grandezza è di dieci leghe in lungo, e di largo è solamente due ; è molto moutuosa e sterile, clie appena quei pochi abitatori ch'ivi stanno raccogliono grana abbastanza ; è copiosissima di legue e vi si fanno i migliori vini di tutte queste isole, ma non però che s'agguaglino a quelli dell'isola di Madera. La sua lunghezza è quasi da ostro a tramontana : e tiene all'incontro di sè dalla banda di levante, lungi da cinque in sei leghe, una isola della medesima lungliezza e larghezza, o poco differente, che fanno un canale. Quest'isola è chiaL ' i s o l a d e l ~ i c c o . mata l'isola de1 Picco, per uil monte altissimo e acuto, che in essa tiene, che gli huomini di queste isole chiamano Picco ; e dicono che l'anno innanzi che succedesse i1 fuoco di S. Michele, sentirono un grandissimo terremoto che non solo fece tremar tutta quell'isola, ma fece anco tremare quella di S. Giorgio, ivi distante da cinque o sei leghe ; di modo che nel centro de1 mare pare che ambe quest'isole siano conginnte. Dopo i1 qual teiremoto la più alta parte di detto Picco s'aperse con grandissimo strepito, e cominciò a gettare grandissima quantità di fuoco, i1 quale coiltinuò insino all'anno de1 1565, ma hora uon getta più, e da quella apertura dicono che uscirono sette fiumi ardenti di quella medesima sorte di materiale dell'isola di S. Michele, che corsero insino a1 mare, e hora sono convertiti in pietra. Quest'isola è tutta montuosissima e selvosa, e i1 suo legname è tenuto per i1 migliore di tutte queste isole ; è abitata solamente da pastori, che vivono, quasi come huomini selvatici, de1 bestiame che ammazzano alia foresta, de1 quale quest'isola ne procrea una infinita quantità ; cioè, vacche, L'isola d i

Snn Gáorgio.

E .%LE AZZORRE.

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capre, pecore, porei e conigli ; chè in tutte queste isole non si ritrovano altre carni quadrtipedi buone per man,'viare. Navigando poi avanti, ora a vela e ora a remi, secondo che i1 vento ne serviva, giuugenimo all'isola de1 Fayale, a quattro hore di notte, dove stessimo a1 meglio che potemmo insino a1 giorno . e quivi, veduto quello che faceva mestieri, ci imbarcammo anco i1 medesimo giorno, dopo desinare, per ritornare a S. Giorgio, tanto desiderio avevamo di giunger I'armata. Questa isola de1 Fayale 6 situata dalla banda di niezzodi in capo de1 canale che fa S. Giorgio e i1 Picco ; è qiiasi di forma rotonda ; è distante da1 Porto d'as Velas otto leghe. Non tieiie capitano, perchè essendo morto quello clie vi era, senza heredi, è ricaduta alla Corona. In questa isola ancora, cosi come in tutte queste altre, si vede vestigio di fiioco : di modo che alcuni voglion dire clie non solo S. Giorgio e i1 Picco, ma tutte queste isole sieno collegate insieme ; essendo che tutte generalmente arsero, e che i1 fuoco procede da un medesimo materiale. Quest'isola è assai bene popolata, e dicono che dà ogni armo d'etitrata a1 Re da sei in sette mila ducati. Le altre isolette clie noi non vedemmo, cioè la Gratiosa, Flores e i1 Corvo, non tengono in sè nessuna cosa notabile, e sono piccole e di poco utile ; chè tutte insieme non danuo d'eitrata a1 Re due mila ducati ali'anno. Partiti che noi funimo da1 Fayale, andainmo alla volta di S. Giorgio, a remi, per esserci i1 vento contrario ; et essendo pervcnuti in sul farsi notte i11 mezzo a1 canale, i1 vento che ne era contrario, cominciò in niodo a crescere che ci vedemmo in'gran pericolo, iion potendo i marinari stanchi andare innanzi incontro a1 vento ; ma alfine, come piacque a Dio, dopo un gran pezzo i1 vento cessò ; e cosi andando avanti, giungemmo qiiattro hore innanzi giorno ilel Porto d'as

L'~SOZa Fayale

Le zsole Gra-

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Porto d ' A s Velas.

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Rito"no Anpn

VIAGGIO ALL'ISOLA DI MADERA

Velas, dove dormimmo que1 poco di riotte che ne avanzava ; e i1 di poi, dopo desinare, ci facemmo dare un'battello un poco maggiore per passar piii sicuri alia Terzera, e remando tutto i1 giorno e Ia notte veniente per il canale Iungo Ia costa dell'isola, Ia mattina a buona hora ci ritrovammo a1 capo dell'isola a un villaggetto chiamato i1 Toppo, otto leghe lungi da1 Porto d'as Velas, dove rimandammo addietro que1 battello in che eravamo venuti, perchè faceva molta acqua, disegnando, come facesse buon vento, di partirei iu un barco grande, ch'ivi stava carico per la Terzera. Ma ventando pur tuttavia greco, che ci era contrario, dimoramnio ivi tre giorni senza pane e senza vino, non havendo portato vitto con noi, non pensando di fermarci ivi, e se pur ci fermavamo, di ritrovarue; ma non havendo quelle povere genti di quel loco da darcene, se volevamo mangiare eravamo sforzati d'andar con coltelli alla riva de1 mare, cogliendo certe cosette che stanno in sulle pietre, come lumache, che quà si chiamano lappas, ( , ) e di queste, cotte nell'acqua, ci mantenevamo. Ma Iddio ci soccorse a tempo, facendo capitar quivi un nostro amico con un barco molto agile da remi, nel quale c'imbarcammo i1 sabato a mezzodi, e remando tutto quel giorno e la notte alla volta della Terzera, come piacque a Dio, Ia mattina a hora di desinare, che fu Ia domenica, sbarcammo nel porto della città d3Angra; dove i1 d i veniente, che fu ai diciotto d'Agosto, provveduti delle cose necessarie per i1 viaggio de1 Regno, c'imbarcammo in una caravella ch'andava a ritrovar l'armata, che, essendo cessato greco, che tanto l'havea trattenuta, e spirando un poco di tramontana, già s'era avviata alla volta di Portogallo. Ma non si essendo allontanata

ALLZ AZZORRE.

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molto, noi ch'eravamo sopra legno più agile, l'arrivammo S mercoledi, a vista di S. Michele, e cosi, ringratiando Iddia di cosi buono successo, montammo sopra i1 gallione, dove fumnio molto bene accomodati da1 capitano di essa ; e cosi, rinforzandosi S vento, cominciammo a navigare allegramente, facendo mostra d'uiia grande armata, imperocchè oltra le tre navi d'India e gli altri tre legni d'armata, venivano con noi di conserva, per assicurarsi da' corsari, venticinque altri navilij di mercatanti. E cosi con questa bella vista navigammo cinque giorni, dopo che partimmo dalla Serzera, sempre con vento tramontana, tenendo la prua a levante ; ma i1 sesta giorno, che fu alli 23 de1 mese, voltandosi un'altra volta i1 vento a greco, non potendo più tener la prua a levante, fummo forzati a volgerla a scirocco, di modo che durando questo vento due giorni, pigliando l'altura, vedemmo che eravamo discaduti quasi un grado ; ma poi, voltandosi i1 vento a levante, e poco dopo a scirocco e a mezzodi, ritornammo nella nostra altura ; e cosi navigammo con diversi venti, quando in prua, e quando in poppa, insino aíli 30 di Agosto, sempre con buonissimo mare. Ma all'dtimo de1 inese, che fu una domenica, la mattina in sull'aggiornare cominciò a soffiare un ponente, da principio non molto furioso, ma a poco a poco si venne in modo rinforzando, che fnnimo forzati a levar le vele di gabbia, e tuttavia venendo più furioso, la uotte ammainammo tutte le vele, e voltammo la prua a1 vento, per dubbio di non dare in terra, perchè i1 piloto diceva che ne eravamo molto vicini. 11 primo giorno di Settembre poi, che fu i1 lunedi, incominciò con una pioggia grandissima, che durò tre hore con malta oscurità, facendo ognora i1 vento più terribile i1 mare, e di modo elevando l'onde che non vedevamo le gabbie delle navi d'India, ancora che

~l foptusde

VIAGGIO

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Rzior*o a L$sõona

ALL'ISOI,AD I

MADERA

E ALLE

AZZORRE.

ci fossero molto vicine ; chè se questo mare havesse rotto, come fa i1 nostro, eravamo in pericolo di perderci tutti. Questa fortuna (I) durò tutto questo giorno e Ia notte; ma i1 di venieilte, che fu il martedi, i1 vento cominciò a mancase, e si voltò a maestro, pei i1 che, no11 dubitando piii di dare in terra c011 questo vento, ghindammo ( 2 ) le antenne e a1 vento demmo le vele, ch'erano state un giorno e due notti ammainate; e dopo desinare, essendosi rischiarato I'aere, vedenimo con molta allegrezza terra ferma, vicina da sei in sette leghe, e a 3 hore di notte vi giungernmo e ancorammo nel porto di una teira chiamata Cascays, sei leghe lungi da Lisbona. E la mattiila, che fu i1 mercoledi alli 3 di Settembre, all'hora della marèa, provvedute le navi d'India di piloti della terra per entrar più sicuramente nel porto di Lisbona, che è molto pericoloso per un scoglio clie sta in mezzo deli'entrata, finalmente entrammo dentro della barra, facendo molt'allegrezza, ringratiando i1 nostro Signore Iddio d'haverci condotti a salvamento.

(I) (2)

Tempesta. Termine marinaresio : rizzamtno.

AS ILHAS DOS ACORES. (LOUIS TEXEIRA

1587).

Esta ilha de Santa Maria tem somente duas povoações e duas perrochias. He abzmdafzte de pam, algunz pastel e madeira. Está mais ao austro que as outras.

Entre as ilha dos Açores, esta he a melhor e mais fertil e assim mais forte, e que melhor se pode defender. E m ella está a feitovia de1 Rey, $arque todas as arnzadas, que de todas as partes vem comprindo sua viagem, a ella vem defirir :onde se proveem de todo o necessario de mantimentos e outras cousas, porque tambem e2 Rey o ha por benz e e2la raelhor o pode fazer. T e m muito pão, vinho, fruitas, carnes, peixe ; dà pastel com que dum cor aos panos e m Flandres e França ;e as mais partes do norte della se proveem. A rezão tambenz porque as armadas 6 ela veem difirir, he porque tem o porto maior, capaz para poderem surgir por ter dous portos. H n m he o $Angra, junto á cidade, e outro do Fanal, que com diversos tempos podem estar em cada hum, que sam de huma parte e outra do Brasil (que he huma ponta qzce mostya ser alta). Tombem tem a praia bom surgidouro.

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AS ILHAS DOS AFORES.

Chama-se ilha do B o m Jesus, e vulgarmente Terceira, porque vifzdo no descobrimento dellas, esta foi a tefceira, depois de acharem as de São Miguel e Santa Maria. ILIIA DO PICO.

Esia ilha do Pico, ainda que escaldada de muito fogo que nela hiz, e houve, tem e d á muito pam, vinho, fruitas e alguma madeira. T e m huma fonte que, sendo de agoa doce, arrebentou e m fogo, e correndo pera a parte do nordeste-greco, levou a terra e pedrn diante, e fez huma ponta no mar, que chamanz do M i sterio, e assiln parece sair de agoa fogo. T e m o pico de que a ilha tomou o nonze: he tanz alto que bem se vê de 40 légoas. T e m as vezes fogo, ?nas o teve mais que agora. Fez o fogo nelle elz cima por continuaçam de te%& que gastozc a terra a modo de capelo, e para baixo humas abertas conforme a como corria o fogo, como se vê.

A ilha de S a m Jorge he huma ilha mui fresca, temperada, não ?e%fogo, tem muito pam e fruitas, he alta, tem muita agoa.

Esta zlha do Fajal lze das menores, mas ignal é s maiores Iza abnndancia do $a%, com mzhitos fruitos e carnes. He de quatro legoas, como se verá por comupaso. Esta não tem ribeiras d'agoa, somente huma fonte notavel, e as agoas e ribezras que mostra ter, sara por causa das chuvas e inuernadas. N o verão não ha 014t~aagoa, somente a da foxtu. T e m wbuitas arvores de que se faz madeira olorosa, principalmente cedros e ciprestes.

AS ILHAS DOS AÇORES.

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Estas duas ilhas s a m as mais ocidentaes; das qzhais tem a grande, como mostra, muita agoa por causa d n serra que tem sobre, a qual tem humas lagoas t a m grandes e de tanta agoa que podem bem nadar barcos. T e m muito pam, zjinho, fruitas e madeira.

Esta ilha, ainda que pequena, tem e dá muito pão, e almontanhas, tem s6 duas $oguma madeira. H e rasa, uem te++% voações.

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