Uma Espiritualidade Autentica E Verdadeira

  • June 2020
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UMA ESPIRITUALIDADE

AUTENTICA

E

VERDADEIRA

O que deve regular a vida: A tradição humana ou a Palavra de Deus? A resposta de Jesus deu ensejo a que Jesus ensinasse acerca da verdadeira espiritualidade. No livro de Marcos 7 - 1 a 20 encontramos uma maravilhosa confrontação de Jesus que nos ajuda a extrair princípios e ensinamentos que possibilita a distinguir uma verdadeira espiritualidade. Os escribas e fariseus eram os guardiões da tradição judaica. Eles eram farejadores de heresias. Eram detetives da vida alheia. Por onde Jesus andasse, eles estavam espreitando-o para encontrar alguma heresia para o acusador. Os escribas e fariseus transformaram a vida espiritual num fardo pesado com muitas regras e normas. Eles pensavam que da observância dessas muitas e detalhadas regras e cerimônias de purificação dependia a própria salvação deles. Eles chegavam ao extremo toda vez que iam à praça ou ao mercado, ao voltarem para casa, purificavam o vasilhame e até as camas. Por ser a praça um centro de reunião de muitas pessoas, julgavam-na impura; além do mais, podiam esbarrar num gentio impuro. Assim, os judeus precisavam se purificar toda vez que chegavam em casa. Os fariseus e escribas se escandalizaram porque os discípulos de Cristo não purificavam as mãos para comer nem mesmo prestavam obediência à tradição dos anciãos. Essa acusação tinha o propósito de atingir a Cristo. Eles seguiam rituais vazios e queriam que os outros fizessem o mesmo. Eles estavam cegos e queriam conduzir os outros cegos para o abismo. Essa lavagem de mãos nada tinha a ver com higiene pessoal ou a ordenança da lei, mas apenas com a tradição dos escribas e fariseus. Isso era mais um fardo que eles inventaram para o povo carregar (Mt 23.4). Esses líderes religiosos cometeram dois grandes equívocos: Em primeiro lugar, eles pensavam que por observar esses ritos eram melhores que os outros. Eles tinham um alto conceito de si mesmos. Eles eram jactanciosos e se julgavam mais santos, mais puros, mais dignos que as demais pessoas. Em segundo lugar, eles estavam enganados quanto à natureza do pecado. A santidade é uma questão de afeição interna e não de ações externas. Eles pensavam que eram santos por praticarem

ritos externos de purificação. O contraste entre os fariseus e escribas e os discípulos de Cristo não era apenas entre a lei e os ritos, entre a verdade de Deus e a tradição dos homens, mas uma divergência profunda sobre a doutrina do pecado e da santidade. Este conflito não é periférico, mas toca o âmago da verdadeira espiritualidade. ‘Ainda hoje, muitos segmentos evangélicos coam mosquito e engolem camelo’. Os escribas e fariseus em nome de uma espiritualidade sadia negligenciaram o mandamento de Deus (7.8), jeitosamente rejeitaram o preceito de Deus (7.9) e invalidaram a Palavra de Deus (7.13). Jesus chama os seus contendores de hipócritas. O hipócrita é um ator, ele desempenha o papel de outra pessoa. Ele não é quem aparenta ser. Os lábios são de uma pessoa, mas o coração é de outra. Isto alerta-nos para o perigo de estarmos fisicamente na igreja e deixarmos nosso coração em casa, de sermos uma pessoa aqui e outra acolá. William Barclay diz que a palavra hypokrites tem uma história interessante e reveladora. Começa significando simplesmente uma contestação; para significar logo aquele que contesta num diálogo ou um ator teatral, e finalmente significa alguém cuja vida é uma atuação sem nenhuma sinceridade. O hipócrita é o homem que esconde, ou tenta esconder suas intenções reais por trás de uma máscara de virtude simulada. O hipócrita é aquele que fala uma coisa e sente outra. Há um abismo entre suas palavras e seus sentimentos, um hiato entre suas ações e seu coração, uma esquizofrenia entre seu mundo interior e o exterior. William Hendriksen diz que um hipócrita é um enganador, fraudulento, impostor, uma serpente sobre a relva, e um lobo em pele de cordeiro. Ele finge ser o que, na verdade, não é.

Jesus aponta os desvios dos acusadores - v. 7-13 Os escribas e fariseus, tentando reprovar os discípulos de Cristo, para destruí-lo, foram denunciados de cometer vários desvios na prática da verdadeira espiritualidade: Em primeiro lugar, o culto deles era em vão (7.7). Jesus responde aos escribas e fariseus citando para eles a lei e os profetas, ou seja, Isaías 29.13 e Êxodo 20.12. A autoridade não está nos escritos dos rabinos, mas na Palavra de Deus. O culto só é verdadeiro quando é regido pela verdade de Deus e pala sinceridade de coração. Palavras bonitas sem verdade no íntimo desagradam a Deus. É uma grande tragédia que pessoas religiosas, ignorantemente, praticam sua religião e se tornam ainda piores. O grande pilar da ortodoxia evangélica é a verdade de que a Palavra de Deus é nossa única regra de fé e prática. Esse marco tem sido removido ainda hoje. Preceitos de homens têm sido colocados no lugar da bendita Palavra de Deus.

O PRECEITO - v. 14-16 1. A contaminação vem de dentro e não de fora - v. 15

A verdadeira espiritualidade não é ritual nem cerimonial, mas procede da sinceridade do coração. Não é o que homem põe para dentro, mas o que sai do seu coração. Esse preceito de Jesus tem duas implicações: Em primeiro lugar, Jesus refuta a idéia de que o homem é produto do meio. O mal não vem de fora, mas de dentro. O mal não está no ambiente, mas no coração. Jean Jacques Rousseau estava equivocado ao ensinar que o homem é bom por natureza. Jesus de Nazaré, o maior de todos os mestres, revela a maldade inerente do ser humano. Em segundo lugar, Jesus reprova a idéia de que o ritualismo externo pode nos tornar agradáveis aos olhos de Deus. Lavar as mãos ou purificar utensílios não nos torna limpos aos olhos de Deus. Ele não atenta para a aparência, mas vê o coração. Ele busca verdade no íntimo. 2. Em vez de purificações cerimoniais devemos afiar nosso entendimento e nossos ouvidos v. 14,16 Em vez de ser um prisioneiro do legalismo farisaico, Jesus exorta a multidão a ter uma espiritualidade governada pelo entendimento da verdade de Deus. Jesus dá uma grande ênfase à necessidade de ouvir e compreender. Não podemos seguir interpretações enganosas, antes devemos inclinar nossos ouvidos à Palavra de Deus.

EXPLICAÇÃO - v. 17-23 1. A verdadeira pureza tem a ver com o coração e não com o estômago - v. 18-20. Jesus está acabando com a paranóia da religião legalista das listas intermináveis do ‘pode e não pode’. Jesus está declarando puros todos os alimentos. Não podemos considerar impuro o que Deus tornou puro (At 10.15). O alimento desce ao estômago, mas o pecado sobe ao coração. O alimento que comemos é digerido e evacuado, mas o pecado permanece no coração, produzindo contaminação e morte. 2. Os grandes males procedem do coração e não do ambiente externo - v. 21-23. Jesus aponta o coração como a fonte dos sentimentos, aspirações, pensamentos e ações dos homens. Essa fonte é, também, a fonte de toda contaminação moral e espiritual. Jesus não tinha ilusões sobre a natureza humana como alguns teólogos liberais e mestres e até pastores humanistas da atualidade.

Pr. Jorge de O. Bezerra Teólogo, Escritor, Conferencista www.ministerionascerdenovo.com Igreja Batista Brasileira em Coral Springs

IBDJ - Classe de Casais www.classeadois.blogspot.com

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