Tribuna 11/01/09

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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1 a Quinzena de Novembro de 2009 Ano XXX - No. 1074 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual

A magia de Fátima em Thornton

www.portuguesetribune.com

www.tribunaportuguesa.com [email protected]

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SEGUNDA PÁGINA

1 de Novembro de 2009

Ideiafix

Miguel Valle Ávila

EDITORIAL Um atentado à imaginação Se esta notícia abaixo descrita enviada pelo Governo Regional dos Açores tivesse sido recebida no dia 1 de Abril, não haja dúvida que seria uma boa anedota e nós até nos sentíriamos invejosos de não a ter inventado. A realidade é que esta notícia é verdadeira. Esta é uma das tais notícias que são um atentado à pobreza dos Açores, onde ainda existem 23 mil pessoas (famílias) a receber o subsídio de pobreza, que até tem um nome muito airoso. Sejamos justos. Os Açores estão lindos, os Açores evoluíram imenso em muitos e diversos aspectos, mas ainda existem bolsas enormes de pobreza e necessidades de outro género, caso ainda haja dinheiro da Europa para gastar. Será que não há crise nas Ilhas? Onde está o bom senso! Estragar ainda mais a bonita Baía de Angra, quando a Praia possui uma doca atlântica, e que continua quase todos os dias vazia e que está à distância de 20 quilómetros, não faz nenhum sentido. Esperemos que o povo de Angra não aceite tal esmola envenenada, como fez as Velas. “O presidente do Governo dos Açores disse que a decisão sobre a construção do cais de cruzeiros de Angra do Heroísmo está tomada e anunciada há já algum tempo, pelo que estranha o teor de notícias vindas a público recentemente. “Não há qualquer dúvida sobre essa matéria, nem há qualquer fundamento num orçamento de 40 milhões, como já ouvi falar”, acrescentou Carlos César, para logo sublinhar que os estudos encomendados foram-no, exclusivamente, na perspectiva de o cais de cruzeiros ser construído na baía de Angra do Heroísmo, conforme, de resto, promessa eleitoral do partido que suporta o Governo. Garantindo que não haverá qualquer alteração da decisão, especificou que “a nossa opção é feita pelo ajustamento de um cais de cruzeiros à baía de Angra do Heroísmo, sobretudo na perspectiva da sua comunicação e proximidade com a malha urbana, como, aliás, tem sido característica das infra-estruturas deste tipo que construímos nos Açores, já no caso de Ponta Delgada, e que estamos, neste momento, a construir, no caso da Horta.” jose avila

[email protected]

A Geração “On-Demand”

M

uito tem sido dito e escrito sobre as diferenças das gerações – desde os ‘Baby Boomers’ (nascidos após a Segunda Guerra Mundial até aos inícios dos anos 60), a Geração X (1960s a 1980s) e a Geração Y ou Milénio (após 1980s). Acontece que embora hajam diferenças significativas entre elas, há também semelhanças. Na maneira de abordar a leitura, as diferenças são óbvias. Os ‘Boomers’ gostam do papel (até imprimem as mensagens de correio electrónico) enquanto os X sobrevivem em email mas os Y já o ultrapassaram; é tudo instântaneo para eles – SMS, chat, Twitter, Facebook – e procuram gratificação rápida ou instantanea. Uma das semelhanças é a habilidade de usar tecnologia e procurar a informação a qualquer hora. E que têm estas diferenças e semelhanças a ver com a comunicação social? TUDO! Os jornais, a rádio e a TV ainda não perceberam isso. Usam o mesmo modelo de há 50 ou mesmo 100 anos em que o/a leitor/a vinha à sua procura porque eram as únicas alternativas. E acham que esperam sentadinhos na sala para começar o seu programa? À excepção dos programas ao vivo – os jogos do nosso clube de peito ou da nossa Selecção – mas de resto essa paciên-

cia de esperar no sofá vai acabando. Hoje em dia temos mais opções que nunca. Quantas vezes passamos pelos 500 canais de TV que subscrevemos na parabólica ou TV cabo e não encontramos nada para ver e dirigimo-nos ao nosso portátil e passamos horas na Net? E a rádio? Ouvimos alguma, no carro, se não tivermos o iPod ligado porque em casa a iTunes já controla o nosso computador e a TV. E os jornais? Quando as notícias chegam ao papel já andaram na Internet há horas e dias. E faz mal

ao ambiente deitar tanto papel fora (mesmo que uma percentagem seja reciclada). Quando a revista Time escolheu como Pessoa do Ano – Você – em 2006, já antevia este percurso. Porque a pessoa mais importante é mesmo você, não o director de informação ou programação de uma estação de TV, de rádio ou de um jornal. Você mesmo é que sabe que conteúdo gosta e prefere e quando o que ver ou ouvir. São estas as gerações ‘on-demand’.

Year XXX, Number 1074, Nov 1, 2009

COLABORAÇÃO

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

E

mbora ligeiramente, tenciono discorrer àcerca da presença da pedra nas nossas ilhas, revelando-se-nos através de expressões populares, desabrochando em resquícios supersticiosos e aspectos toponímicos e, cativando-nos com amostras dispersas no adagiário e do cancioneiro. P’rà consecução deste objectivo vou recorrer, particularmente, aos ensinamentos do saudoso “Mestre” Carreiro da Costa (Etnologia dos Açores, Volume I, páginas 64-70, Edição 1989), a que ajuntarei elementos da minha lavra. Visto que a aparência da pedra é geralmente disforme e dura, deu azo ao uso das expressões pedra dum corisco, pedra de lume, dum fogo e dum raio. As pedras nos bofes assinalam tormento mral, enquanto pedras no fígado, nos rins e na bexiga indicam enfermidade física. Com pedras na mão denota atitude agressiva, mau modo, falta de respeito e de compreensão. Dar por paus e por pedras é zangar-se descontroladamente. De fazer chorar as pedras aplica-se a uma cena muito comovente. Estar com a pedra no sapato é andar desconfiado. Atirar a pedra e esconder a mão evidencia dissimular um mal que se frez. Expressões, igualmente curiosas, temo-las em dormir como uma pedra e cair como pedras num poço, ser surdo ou mudo como uma pedra, e ter um coração de pedra. Levantar as pedras da calçada é fazer qualquer coisa fora do comum. Estar a pedra e cal significa mostrar-se inquebrável. Andar na pedra-mestra é encontrar-se bem posto na vida. Antes do advento dos modernos electro-

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Na companhia das pedras

domésticos, foi e era tida como sagrada a pedra do lar sobre a qual se acendia o lume p’ra aquecer e proteger a casa e p’ra cozer os alimentos. Com sentido religioso merece referência a chamada pedra de ara, ou seja, a pedra benzida e colocada no altar p’rà celebração da missa. A este respeito, e em associação com práticas supersticiosas, Carreiro da Costa subscreveu:

“O menino que tocar a pedra de ara terá, pela vida fora, virtudes especiais, ao passo que a mulher que a tocar ficará p’ra sempre estéril. Nas Constituições dos Bispados há referências e bruxarias em que entrava a pedra de ara”. A tradição conhecida pelo nome de Fiéis de Deus evoluiu da prática antiga em fazer montículos de pedras junto a determinadas cruzes, como prova de oração pelos mortos. Figurativamente a pedra está ligada a diversas invocações marianas, tais

como Senhora do Pilar, da Penha, da Lapa, de Monserrate, etc., não esquecendo o Senhor Bom Jesus da Pedra, que a gente das ilhas venera com muita devoção. Em S. Miguel, p’ràs bandas do Nordeste, avista-se a freguesia da Pedreira, e adentro do concelho ribeiragrandense abraçanos a freguesia do Pico da Pedra. À espera da nossa visita encontram-se as Pedras do Galego numa das encostas do Vale das Furnas, e a Rua das Pedras na Matriz da Ribeira Grande. Na Terceira, além da Rua das Pedras na freguesia do Cabo da Praia, situam-se a freguesia e o aeroporto das Lajes, bem como a Ribeira dos Pães, cujo nome, aparentemente, provém de várias pedras ali espalhadas que, de longe, assemelham-se a pães. A Graciosa mira-se no lugar das Pedras Brancas, enquanto S. Jorge adorna-se com Pedras Brancas, Pedras Ruivas e uma Pedreira. No Pico, a Vila das Lajes orgulha-se em ter sido a primeira povoação da ilha, a primeira paróquia e o primeiro concelho. Nas Flores salientam-se a Vila das Lajes e a freguesia Fazenda das Lajes. No Corvo alberga-se a Ponta do Marco, nome dum penhasco em forma de cavaleiro, e em Santa Maria aguarda-nos a Lagem do Barbeiro, um dos pesqueiros registados por Gaspar Frutuoso nas Saudades da Terra. (Livro

III, pg. 32, ed. 1998). No que diz respeito à Ladeira da Velha, em S. Miguel, Frutuoso limitou-se a transcrever as informações que, ao tempo, lhe foram fornecidas: “Segundo alguns, foi assim chamada porque é tão comprida eíngreme que, se alguma velha a subia ou descia, fazia muitos pousos. Mas outros afirmam ter este nome porque, no tempo antigo, ali morou uma velha viúva, a qual vendeu depois aquela fazenda, ficando a velha o nome dela sem a propriedade”. (Saudades, Livro IV, pg. 185, ed. 1998). No entanto, anuindo ao que eu aprendi quando era miúdo, Carreiro da Costa observou: “O povo pretende explicar o caso da Ladeira da Velha como tendo a sua origem no facto duma velha, que ali morava, haver morto alguns soldados com o auxílio de pedras, que fizera rolar por aquela ladeira, no momento em que eles avançavam”. Na próxima crónica apresentarei o caso do frade e o caldo de pedra, de parceria com uma colectânea de provérbios e cantigas. Até lá: Esta rua tem pedrinhas, Esta rua pedras tem; Das pedras não quero nada, Mas da rua quero alguém. Meu amor, se tu te fores, Como dizem que te vais, Deixa-me teu nome escrito Numa pedrinha do cais.

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COLABORAÇÃO

1 de Novembro de 2009

Da Música e dos Sons

Apontamento

Nelson Ponta-Garça

Serafim Cunha

[email protected]

As mais ouvidas Na lista de músicas mais ouvidas em Portugal este mês, constam muito poucos artistas Portugueses. Os Portugueses, em Portugal, estão a par do que se faz nos Estados Unidos, será que os Portugueses e Americanos fora de Portugal estão a par do que se faz em Portugal?

Top “Hit List Portugal” # 1. Britney Spears - Radar # 2. Shakira - She Wolf # 3. Tokio Hotel - Automatic # 4. Paramore - Ignorance # 5. Jonas Brothers - Fly With Me # 6. Ana Free - Keep On Walking # 7. Madonna - Celebration # 8. Black Eyed Peas - I Gotta Feeling # 9. Angry Odd Kids - Até Morrer # 10. Lady Gaga - Love Game # 11. Mika - We Are Golden # 12. Beyonce - Sweet Dreams # 13. Hannah Montana - Supergirl # 14. TT - Não Há Mais Nada # 15. Arctic Monkeys - Crying Lightning # 16. Coldplay - Strawberry Swing # 17. Jay-Z FT Rihanna and Kanye West - Run This Town # 18. João Só e Abandonados - Meu Bem # 19. Bob Da Rage Sense FT New Max - Conheço-te De Algum Lado? # 20. Flo-Rida Ft Nelly Furtado – Jump A nível de projectos em Portugal, há que destacar o projecto “Amalia Hoje” e o tema “Gaivota”, o Grupo “João Só e Abandonados”. E para aqueles mais distraidos, a MTV já chegou a Portugal com um canal de TV “MTV Portugal”.

[email protected]

A Graciosa em Fase de Mudança

A

pós vários mandatos à direita e algum mais à esquerda acabou por se dar uma mudança governamental na Graciosa o que pode vir a beneficiar a mesma. A falta de diálogo com a presidência do Governo Regional dos Açores e restantes partidos políticos contribuiu para o estrangulamento do desenvolvimento da ilha. Numa ilha de quatro mil habitantes, com uma população bastante idosa em que a criação de emprego é mínima só um governo local empreendedor, criativo e conhecedor dos seus direitos, aberto a um diálogo honesto, construtivo e constate com todos os partidos políticos na ilha e governo regional, pode fazer algo de produtivo para bem da terra e sua população. Com um número de votantes tão pequeno o consenso políticopartidário tem sempre que ser feito para bem do progresso da/ na ilha, sendo esse o modelo administrativo mais apropriado para uma ilha com necessidades de desenvolvimento prementes. É fundamental que o governo local esteja sempre pronto para dialogar com o governo regional ou nacional. Fechar-se ao diálogo, ou não comparecer para dialogar é asfixiar o processo democrático. Qualquer governo local que não participa no processo político regional, só perde, assim perdendo também o povo da ilha e o progresso da mesma. Não é só com a mudança de partido na presidência da câmara que algo de imediato vá mudar a dinâmica da ilha, já que a resistência à mudança pelos seus defensores não vai ser fácil. A

abertura à mudança acontecerá quando a presidência da câmara souber compreender e aceitar a opinião pública e partidária, e não se basear somente na opinião dos comodistas retrógrados que até hoje tem sido pouco construtiva ou benéfica para o progresso

a todos os residentes na ilha onde exerce a função política e administrativa. Tal como no resto do país os graciosenses desgostaram-se da politica não exercendo o seu direito de voto, porque os políticos estão mais interessados nos seus cargos

local. Quando a ilha era auto-suficiente, a maioria dos produtos básicos era produzida localmente, e até o transporte (todas as famílias tinham um burro) era garantido, importava-se somente petróleo e derivados, álcool, azeite, sabão e açúcar, mas exportava-se o excedente dos produtos agrícolas, gado bovino e vinho o que hoje não é possível. Nessa época a política da presidência da câmara era mínima, só havia um partido político com voz, pelo que o governo local tinha que seguir única e exclusivamente a filosofia da ditadura salazarista. Hoje vive-se numa democracia em que todos têm voz activa, o que, obriga o presidente da câmara a saber dialogar, persuadir, moderar e criar consenso e protocolos com todos os partidos, empresas e organizações privadas para consolidar um mandato que seja proveitoso

e nas políticas de bastidor que defendem os interesses dos mais favorecidos/endinheirados do que a do povo que ganha o pão de sol a sol. Mas, o povo está errado. Quanto menos votarem mais perdem, porque a sua influência no processo político diluiu-se e o poder legislativo será na sua totalidade controlado pelos que têm voz. Não podemos perder os direitos que adquirimos em 1974, vitória de uma luta longa onde muito sangue foi derramado (não pode ser esquecida a guerra colonial), muita gente foi encarcerada nos melhores anos da vida para defender esse direito. Não o podemos perder. Os graciosenses têm que voltar a ser participatórios e activos no processo político e governamental para que a sua voz não desapareça para sempre na Graciosa, nos Açores ou no País.

Agradecimento

Nascimento A Mia Ashley Teixeira Silva, nasceu no dia 9 de Outubro de 2009 Seus orgulhosos pais são a Paula e o Marc Silva, residentes em Fremont, California. Os felizes avós são: Fatima e Duarte Teixeira, de Newark, CA e Adelina da Silva, de San José, CA. Tribuna Portuguesa congratula todas as famílias.

Honorino e Rosinda Andrade, do Faial, vem por este meio agradecer todas as gentilezas que os seus amigos e familiares tiveram com eles, aquando da sua curta estadia na California neste verão de 2009. Também gostariam de agradecer a todos aqueles que os convida-

ram, mas por razões diversas se tornou impossível estar com eles todos. Prometem regressar um dia com mais tempo, afim de poderem satisfazer tantas amizades. Levam o coração cheio de amizades e os olhos cansados de ver tanta beleza neste Estado Doura-

dao da California. Quando chegar o inverno aos Açores e as noites mais longas, sentar-se-ão a ver as muitas fotografias que tiraram, revendo amigos e lugares, que nunca mais se esquecerão. Um grande abraço de saudade dos amigos Andrades.

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Muito Bons Somos Nós

Joel Neto [email protected]

C

hamem-me bárbaro, se quiserem: também eu, para ser honesto, acho que a melhor coisa que aconteceu à fórmula 1, nos últimos anos, foram estes dois acidentes de Filipe Massa e Tim Glock. Furioso comigo (e com os que, antes de mim, já haviam celebrado ambos os despistes, embora igualmente contentes por não ter havido vítimas), o antigo campeão Nelson Piquet ironizou: “É sempre assim. O que este povo quer é acidentes.” Está certo e está errado. Certo porque, muito de vez em quando, nós precisamos efectivamente de ver um acidente. Errado porque não é do acidente propriamente dito que nós, meninos da mamã, precisamos: é de uma prova cabal de que a fórmula 1 ainda é um desporto arriscado. O próprio nome o indica: “fórmula 1” é a primeira de todas as fórmulas, a maior de todas as categorias de corridas de automóveis. Deve ser arriscada, perigosa e aspiracional, se não não é a primeira coisa nenhuma. Sim, é verdade: a morte de Senna e Ratzenberger num mesmo fim-de-

semana de 1994, e que tanto prejudicou a modalidade na relação com os patrocinadores, exigia a tomada de medidas de segurança. Mas não era preciso, depois disso, ter aproveitado cada acidente para assemelhar um pouco mais os carros a tanques do exército. Schumacher bateu em 1999 – e aí vieram mais uma série de protecções, de limites, de conselhos. Irvine e Burti bateram em 2001 – e de novo surgiram mais barreiras, amortecedores e isolantes. Hoje em dia, há muito mais emoção numa só corrida de Daytona, disputada numa pista oval apenas com curvas à esquerda, do que numa época inteira de fórmula 1. Para se sentir a verdadeira emoção de uma corrida de fórmula 1, aliás, o melhor é ir à PlayStation. Na vida real, só há aquilo: carrinhos atrás uns dos outros durante duas horas, com um nadinha de vertigem na partida, um ligeiríssimo frisson nas boxes – e depois tudo ali em fila indiana de novo, sem ultrapassagens, sem despistes, sem abismo. Basicamente, ser piloto de fórmula 1, agora, é como ser funcionário público. Uma pessoa começa nos karts

Abram alas para o Noddy

Hoje em dia, há muito mais emoção numa só corrida de Daytona, disputada numa pista oval apenas com curvas à esquerda, do que numa época inteira de fórmula 1. Para se sentir a verdadeira emoção de uma corrida de fórmula 1, aliás, o melhor é ir à PlayStation. aos nove anos e, aos 20, já com as diuturnidades todas, está na fórmula 1. Basta haver, lá no país dela, uma gasolineira disposta a comprar o lugar. Nem sequer sou eu que o digo:

é Niki Lauda, que venceu três campeonatos do mundo nos bons tempos. “A fórmula 1, antigamente, era para homens. Nós saíamos do hotel e deixávamos instruções sobre quem deveria ir buscar as nossas coisas no caso de não voltarmos”, disse há uns meses, ao comentar um acidente provocado por Nelsinho Piquet a pedido do anti-Cristo Flavio Briatore. “Hoje em dia, os carros são demasiado seguros. Já ninguém se assusta

No Monte da Ajuda com a lua em directo

Q

uando vi televisão pela primeira vez foi logo para assistir à chegada do primeiro homem à Lua. Graças ao engenho técnico do sr. Ramos (que do alto do Monte da Ajuda, na vila de Santa Cruz da ilha Graciosa, sintonizava a “Base dos Americanos” e as Canárias), vi, a preto e branco, aquelas imagens irreais e etéreas: Neil Armstrong a sair do módulo lunar da Apolo XI, descendo por uma escada, a inscrever a marca da bota esquerda sobre a superfície lunar, e a pronunciar a frase que ficaria célebre: “Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a Humanidade”. O astronauta (após espetar, no solo lunar, a estaca com a bandeira norte-americana) parecia-me uma criança em dia de festa, caminhando aos saltos, naquele mar de tranquilidade. Estava eu longe de imaginar que aquele dia, 20 de Julho de 1969, assinalava a concretização de uma quimera e de um velho sonho de séculos. Nem pensava sequer que, naquele momento, pelo menos 600 milhões de pessoas em todo o mundo seguiam, com o coração nas mãos, os movimentos de Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Mike Collins. Ali, numa das casas de veraneio do Monte da Ajuda, sentados no chão, nós assistíamos, atentos e incrédulos, àquele acontecimento universal. De resto o Monte da Ajuda sempre fora um local de iniciação, por excelência. Era lá que, às escondidas, trocávamos os primeiros beijos e fumávamos os primeiros cigarros… Era lá que punhetávamos as urgências do desejo… Nas noites quentes de lua cheia, íamos para lá namorar. Contemplávamos a vila e escutávamos o mar e o canto das cagarras. Volta e meia cantávamos uma canção brasileira, então muito

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quando bate na parede. Levantase, sacode-se e pronto.” Resultado: este longo bocejo em que se tornou o campeonato do mundo, de resto com metade das audiências de TV que tinha, por exemplo, nos anos 80. Que o português Álvaro Parente esteja a caminho da modalidade, portanto, é coisa que não atrasa nem adianta. Mais valia ir jogar à bola, onde ao menos há gente que parte pernas – onde há risco e há heróis, onde há glória e há lenda. Quer dizer: Jenson Button? Sebastian Vettel? São esses os novos ícones do automóvel? Pelas almas: eu sou do tempo de Ayrton Senna e de Nigel Mansell. Sou do tempo em que os campeonatos se decidiam na primeira curva do último grande prémio, com o líder da classificação a atirar-se impune para cima do segundo classificado (como fizeram Senna ou Schumacher), colocando os

dois fora da corrida. Alain Prost, que no meu tempo era um chato, hoje seria um maluco. Em vez dele, temos estes manguinhas de alpaca, com esposas na bancada e conta poupança reforma no banco. Já nem sequer há estrelas, com pretendentes espalhadas pelos quatro cantos da pista e paparazzi comprados para calar a boca. Que diabo: nem sequer com Lewis Hamilton, que é mestiço como Barack Obama e Tiger Woods, a fórmula 1 conseguiu criar uma verdadeira estrela. Ainda bem que Filipe Massa e Tim Glock estão bem e não tardam em pista de novo. Eles são os heróis possíveis do tempo mais penoso daquele que já foi um desporto apaixonante. Já agora, no entanto, bem podíamos ter poupado a irradiação a Briatore, o mandante do tal crime de lesaburocracia. Ele era Dick Dastardly, o patife que, com ou sem o seu infiel cão Mutley, ainda ia transformando a fórmula 1 num desporto minimamente imprevisível. Agora, e em vez das “Corridas Loucas”, temos uma série de “Noddys” ao volante dos seus táxis amarelos.

Crónicas Terceirenses

Victor Rui Dores [email protected]

em voga: Lua, ó lua, querem-te passar p´ra trás Lua, ó lua, querem-te roubar a paz Lua que no céu flutua Lua que nos dá luar Lua, ó lua, não deixa ninguém te pisar.

Pardal da banda desenhada, tipificava isso mesmo. O Arcelindo, nobre vagabundo, é que não acreditava na alunagem e ia resmungando: -Qual lua, qual carapuça! Aquilo é tudo

Mas agora a Lua era pisada pela primeira vez e, no pequeno écran, surgia-nos despida de véus românticos. O pior era quando a imagem saltava e se transformava em arreliadora “chuva”, o que causava o desagrado e o descontentamento da assistência… Mas lá estava o sr. Ramos, com laboriosos cálculos e gestos precisos e preciosos, a rodar a enorme antena, direccionando-a para a linha do horizonte. E os aplausos rompiam quando, por momentos fugazes, a imagem ficava nítida… Duas décadas antes do aparecimento da televisão nos Açores, aquele era um tempo de experimentações e de experimentalismos… E o sr. Ramos, qual outro professor

mentira dos americanos! -Vê se te calas, Arcelindo! – dizia, com benevolência, o sr. Ramos. Estávamos a ver a Lua em directo, a 384.405 km do nosso planeta. Eu assistia, sem saber, a uma das maiores realizações da humanidade, a partir do Monte da Ajuda. Da Lua eu sabia apenas os nomes das suas fases que o professor Louro nos ensinara na escola: Lua Cheia, Quarto Minguante, Lua Nova, Quarto Crescente. Meu pai possuía toda a colecção dos livros de Júlio Verne, autor que ele me incitava a ler. O título de uma dessas obras era precisamente Da Terra à Lua (escrito em 1865) e que havia despertado em mim

alguma curiosidade. Não o li até ao fim porque, entretanto, enveredara pela Viagem ao Centro da Terra, cuja leitura se me tornara mais apetecível, pois imaginavame a descer à Furna do Enxofre da minha Graciosa ilha. E, deste modo, percebi muito melhor o que estava a ler. Naquele tempo eu desconhecia que o espaço estava a ser disputado pela União Soviética e pelos Estados Unidos da América. Eu sabia o que era a América porque era de lá que vinham as encomendas bem perfumadas que a minha tia Alda enviava a partir de Boston. Mas desconhecia de todo a realidade da União Soviética. O sr. Ramos é que nos explicou que o sucesso da missão Apolo XI era o culminar de todo um trabalho que havia sido iniciado pelos russos. E falou da cadela Laika que viajara a bordo da nave espacial “Sputnik” e do astronauta soviético Yuri Gagarin, o primeiro homem a ser lançado no espaço... ……………………………………………… ……………………………………………… ……………………………………………… ………… Passaram-se 40 anos. E a Lua continua a atrair a atenção do homem, mas já não é assunto para a poesia e muito menos para a ficção científica. (Recorde-se que o francês George Meliés, pioneiro do cinema, ao rodar, em 1902, o filme “Le voyage dans la Lune”, já demonstrara que não eram muito precisas as fronteiras entre o real e a ficção). Nos dias que correm, a NASA (National Aeronautics and Space Administration) prevê instalar bases permanentes na Lua. E, num futuro próximo, serão efectuadas viagens turísticas àquele astro. No dia em que o homem chegou à Lua, eu estava no Monte da Ajuda a ver televisão pela primeira vez. A caixa mágica dos sonhos que mudou o mundo, mudou também a minha vida.

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1 de Novembro de 2009

Quem é quem na NOPA is a national non-profit organiza- Santa Clara Council of Luso American tion that was recently established to serve the Portuguese-American community.

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Chairman: Dr. Arcindo B. Santos After working as an engineer for the California Public Utilities Commission in 1983, Arcindo received his PhD in Mechanical and Environmental Engineering in 1988 from the University of California at Santa Barbara, California. He went on to become Assistant Professor at the Royal Institute of Technology in Stockholm, Sweden, until 1993. Besides teaching and publishing he was a leader in the areas of R&D in waste incineration, energy production from renewable fuels and pollution control. During part of that period he also worked as Technical Director of the Center of Biomass for Energy in Coimbra, Portugal, serving as a liaison for public-private bioenergy projects within and between Portugal and other European countries. Since 1993 he has worked at the Inter-American Development Bank in Washington, DC as an environmental protection specialist and as task manager for urban and municipal development projects in Latin America and the Caribbean. He has served the Portuguese-American community during his tenure at PALCUS as one of the organization’s original board members. Arcindo became a citizen of the United States in 1991; he speaks English, Portuguese, Spanish, French and Swedish. Vice-Chair: Jason Moreira

Jason is the Legislative Assistant for Legislative Affairs, National Policy at The Center on Budget and Policy Priorities, one of the nation’s premier policy organizations working at the federal and state levels on fiscal policy and public programs that affect low- and moderate-income families and individuals. At the Center he is responsible for monitoring bills and floor/ committee actions in the House and Senate, conducts lobbying visits with members and staff, preparing Hill related charts and target lists, drafts communications to the Hill, responds to Hill requests for information, covers congressional hearings and meetings, prepares daily Congressional Record summaries and semi annual lobbying disclosure reports, and distributes policy analyses to Congressional and Administrative contacts. Jason has served the Portuguese-American community during his tenure at PALCUS as the organization’s first Associate Director. He holds a B.A. in English from the University of Maryland at College Park.

Secretary: Mary Jo Rodrigues Mary Jo was born in Pico, Azores and immigrated to San Jose, California at the age of 12. She graduated from Peter Burnette and San Jose High School with honors, graduated from Mission College with an Associate of Arts, on the Dean’s List, and graduated from San Jose State University, with a Bachelors of Science in Business Management in the Marketing Field. Mary Jo had an extensive career with Hewlett Packard with a total of 21 years of service in Human Resources and has been the Director of Sales (West Coast) at the Luso American Life Insurance Society since April of 2009 after serving as Executive Director of the Portuguese Organization for Social Services and Opportunities for three years. She has also served on the Board of Directors of Santa Clara Sister Cities as Secretary of the Mountain View/

Fraternal Federation, Member of Santa Clara County Association of Realtors, California Association of Realtors, and the National Association of Realtors.

Treasurer: Antonio Ferreira

Tony manages vital operations that support Freddie Mac’s investment portfolio, transactional accounting across all business units and cash management functions and control. He is responsible for the processing of all Trading Transactions and the Middle Office groups that controls trade confirmations and position blotters. He is also responsible for clearing and custody functions, treasury management, single family loans and securitization, Transaction Accounting for Investment and the month-end operations close. Tony joined Freddie Mac in 2006, bringing over 25 years of experience gained from operations leadership roles in middle and backoffice functions supporting all aspects of Capital Markets activity. He has extensive knowledge of mortgage and asset-backed securities, debt and derivatives services, transactional accounting and banking services.

They also have some volunteers who will be providing services and well-known individuals from our US-wide PortugueseAmerican community who have expressed interest in supporting the organization. Francisco Semião will be serving as Executive Director and bringing years of experience in non-profit management and fundraising to oversee operations. Francisco Semião is the son of a Portuguese immigrant and was born and raised in the Washington, DC area. He is a healthcare and public health professional having graduated from Marymount University’s School of Business Management and the George Washington University School of Public Health and Health Services. Francisco has over ten years experience working in non-profit healthcare management through his tenures with The National Council of La Raza, DC Department of Health, Inova Health System, and The George Washington University Medical Center where he is currently a Director of Development. He has also served on several non-profit boards and has the distinction of founding the DC Cancer Control Coalition, which is now an independent 501 (c) (3), with funding he sought from the CDC, and he was awarded $3 million to establish DC’s first city-wide patient navigation program and over $20 million in Federal and foundation grants since 2002. His honors include being inducted into the Upsilon Phi Delta Honor Society in Health Care Administration, the Delta Omega Honorary Society in Public Health, the Delta Epsilon Sigma National Honor Society, and he is also the recipient of the George Washington Alumni Association Award. In 2007, Francisco received the royal order of knighthood from HRH Dom Duarte, Duke of Bragança, for his work and service with the Portuguese-American community. For more informations about NOPA please call 703-389-3512.

COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano Cardoso

Lágrimas verdes

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[email protected]

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e conversa pegada há dias com o meu compadre de oficio cá das nossas migradas páginas, confessava-me ele todo bem disposto ácerca do seu apreciável grupo de conterrâneos que se reunem regularmente pelo simples prazer de conviverem a recordar os bons velhos

corrigido e pronto a enviar para já daqui a pouco – vou ter que recorrer ao meu futebólico instinto, que não me deixa ignorar o que acabo de ver e me força a comentar de ânimo leve. Não se trata de politica nem de religião. Embora ambas me oferecam motivos de sobra para me fazerem chorar.

tempos. “Regra sagrada nestes informais convivios só há verdadeiramente uma que todos normalmente respeitam e ninguem se atreve a transgredir”, diz-me ele. “Ninguem está autorizado a falar sobre religião, politica ou futebol”. Convidou-me para o próximo mas, para falar verdade, não sei se me conseguiria aguentar sem, indevidamente, “meter a pata na poça”. Não é por mal, só que são já muitos anos de maus hábitos. Tenho a certeza de que se tivesse de me abster de uma, ou mesmo de duas…ainda vai que não vai. Das três, porem, não posso prometê-lo a ninguem. Nem mesmo a escrever, me atrevo a fazer a promessa. Hoje, por exemplo, porque ainda não tenho tema e o José Avila precisa que eu o tenha – escrito,

O certo é que as profusas lágrimas destas mimosas crianças retratadas aqui nas fotos até acabam por me darem vontade de rir. E vou ser breve. Toda a gente sabe que a minha côr futebolistica em Portugal é a do Benfica, o maior clube nacional em termos de titulos, adeptos e não sei que mais. O magnânimo esforço do seu rival histórico, o Sporting (por acaso, a passar por um mau bocado…ora devido aos árbitros, á relva ou ao azar, que não o deixa ganhar…) para lhe “chegar aos calcanhares”, tem sido notório ao longo dos anos. Em titulos, não vai ser fácil. Em adeptos, tambem duvido muito que chegue lá. Mas, em todo o caso, será sempre de louvar essa inglória persistência que, de facto, só

peca quando passa dos limites. Estou-me a referir – tá claro – à desesperada tentativa de recrutar adeptos a torto e a direito. Ora, digam-me lá se tenho ou não razão? Chegou-me há dias aos ouvidos o ridiculo zunzum de que estas adoráveis criancinhas aqui fotografadas, habitualmente porta-

doras de encantadores sorrisos, desataram todas a chorar mal souberam que os seus fanáticos papás as tinham inscrito uma a uma como infantis sócias do Sporting Club de Portugal. Se isto é verdade…é mesmo de fazer chorar. Mas, se não é, por favor, mandem-me dizer.

Reacções dos miudos quando descobriram que os pais os tinham inscrito como sócios do Sporting

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PATROCINADORES

1 de Novembro de 2009

COMUNIDADE

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Presença Portuguesa no Homecoming da Escola Tulare-Union

É

uma tradição nas escolas secundárias no estado da Califónria, ter-se a semana do Homecoming. É um evento em que cada clube estudantil é convidado a apresentar uma candidata a qual concorre, através de várias actividades realizadas ao longo da semana, para o título de “Homecoming Queen”. Tal como nos anos transactos a associação estudantil SOPAS apresentou a sua candidata, a aluna Vanessa Gomes. O tema eram culturas do mundo, focando nas culturas grega, chinesa, irlandesa e jamaicana. É cada vez mais importante que nestes eventos escolares, lá estejam os nossos alunos e as organizações estudantis lusoamericanas. É mais um passo na nossa presença no mundo norte-americano. Oxalá que estas manifestações sejam seguidas por todas as escolas onde se ensina Português.

Esquerda: Vanessa Gomes e os seus amigos de Tulare

COMUNICADO O Consulado-Geral de Portugal em San Francisco apresenta os seus melhores cumprimentos e tem a honra de comunicar, a pedido da Direcção Regional - Açores, que à semelhança do sucedido em anos anteriores aquela Direcção Regional promove em 2010 apoios a organizações / associações /

entidades, que apresentem projectos relevantes e de interesse para a nossa Comunidade. As candidaturas devem ser apresentadas à Direcção Regional dos Açores no período compreendido entre 15 de Outubro e 15 de Dezembro do ano anterior à execucão do projecto.

Para quaisquer informacões sobre estes apoios, os interessados podem entrar em contacto com o ConsuladoGeral de Portugal em San Francisco, pelo telefone 415-346-3400. San Francisco, 13 de Outubro de 2009.

3298 Washington Street - San Francisco California 94115 Tel (415) 346 3400 Fax (415) 346 1440 O Cônsul-Geral António da Costa Moura

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COLABORAÇÃO

1 de Novembro de 2009

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz Borges

H

[email protected]

á cerca de 125 anos que os açorianos, e seus descendentes, fazem a sua casa na zona de Tulare, no centro-sul do Vale de São Joaquim. São várias as cidades, pequenas e médias que compõem esta zona de luso-descendentes. De todas essas cidades, e pequenas povoações, como Tipton, Laton, Riverdale, etc. A cidade que tem maior número de organizações e eventos conotados com a cultura portuguesa, é, indubitavelmente, a cidade de Tulare. Esta é também a cidade irmã de Angra do Heroísmo, uma geminação com mais de 40 anos de existência, quase 43 anos. Uma geminação que tem durado porque foi criada com base no indiscutível facto da cidade de Tulare (e zonas circumvizinhas) ser uma das zonas da Califórnia com grande número de emigrantes e lusodescendentes com raízes na ilha Terceira ou na vizinha ilha de São Jorge. E esta não foi uma geminação de ocasião, nem de qualquer oportunismo ou exibicionismo individualista. Foi criada uma fundação, que com os altos e baixos próprios de qualquer organização desta natureza, tem sido uma força viva na presença e na promoção da cultura portuguesa no centro da Califórnia. A Tulare-Angra Sister City Foundation, este ano sob a hábil presidência da dinâmica Carmen Pinheiro, é a única organização ligada à comunidade portuguesa, que em Tulare, ainda promove lançamentos de livros, exposições, sessões de poesia, palestras sobre a nossa cultura e organiza a visita da vasta maioria das entidades públicas vindas de Portugal, aquelas que desejam conhecer um pouco do estado da Califórnia e das várias comunidades que aqui existem. A Tulare-Angra Sister City Foundation é, em Tulare, uma organização activa e vai muito além dos periódicos intercâmbios usuais neste tipo de movimento. A Tulare-Angra Sister City Foundation tem tido sido uma força relevante na promoção da identidade e cultura portuguesas além do nosso pequeno mundo comunitário. Aliás, os estatutos da própria organização exigem que as sucessivas direcções se esforcem para que a cultura portuguesa esteja presente no mundo que nos rodeia, para que a cultura portuguesa seja reconhecida e esteja em pé de igualdade com

Saudar a Tulare-Angra Sister City Foundation

as outras culturas que compõem este magnífico mosaico humano que é o estado da Califórnia. No momento em que a Tulare-Angra Sister City Foundation está realizar mais uma das suas reuniões anuais, que também é uma celebração cultural, a qual acontece a 12 de Novembro, há que saudar esta organização pelo seu empenho e pelo seu dinamismo na promoção do identidade lusa além das paredes comunitárias. Há ainda que saudar a Tulare-Angra Sister City Foundation por, num momento em que outras organizações em Tulare desprezaram a cultura mais erudita, ter tido a audácia de a receber, de a promover, trazendo à comunidade, e ao mundo americano em geral, um outro conhecimento sobre a cultura portuguesa. Cultura que não pode ficar circunscrita à festa do santo popular ou ao ocasinal jantar-dançante. Um termo tão absurdo que ainda gostava de saber quem o inventou. É que, nem só de torremos e sopas vive uma comunidade. Porque estes reflexos são hoje virados para as nossas comunidades, mais directamente para a comunidade onde vivo e trabalho, gostaria de incidir um pouco mais sobre a relevância da nossa presença no mundo que nos rodeia. É que tantas vezes, nós imigrantes, ou luso-descendentes, somos conhecidos, na sociedade em que vivemos, nas nossas pequenas ou grandes cidades, pelo grupo étnico que faz uma, ou várias, grandes festas em cada ano, nos nossos salões e nas nossas paróquias. Porém, salvando-se raras excepções, não fazemos parte da grande sociedade americana. E isso acontece, variadíssimas vezes, porque não temos veículos para o fazer, outras, porque gostamos que as nossas “coisas”, sejam, somente nossas. Entretanto, com a americanização das nossas comunidades, algo que mais cedo ou mais tarde teremos que aceitar, é imperatico que tenhamos a afoiteza de tomar o próximo passo: tornar as nossas celebrações culturais parte integrante do mundo norte-americano e utilizar os mecanismos do mesmo mundo para promover o nosso legado cultural. E é nesse sentido que gostaria de reflectir sobre um dos veículos mais fáceis, e mais eficazes, para se promover o nosso legado cultural: as escolas do ensino secundário.

Memorandum João-Luís de Medeiros

Como se sabe, temos 9 unidades do ensino secundário no estado da Califórnia com cursos de língua e cultura portuguesas. São poucas, bem o sabemos. Porém esses são outros reflexos. O que é certo é que, na Califórnia, temos 9 localidades do mundo norte-americano com milhares de alunos, professores e pessoal de apoio onde lá está a nossa língua e a nossa cultura. São locais previlegiados para se expor e viver o nosso legado cultural. É que não se pode ficar apenas pelos alunos que aprendem a nossa língua e a nossa cultura, o que já aí seria bastante saudável. Há que investir numa almalgama de actividades que acabem por ir além das aulas de língua e cultura portuguesas e façam das associações de estudantes lusos, que existem nessas mesmas escolas, verdadeiros centros de promoção cultural. Chegou o momento de “aproveitarmos” este mancial de gente nova: os alunos, e de gente de todas as idades: os corpos docentes e o pessoal de apoio, para expandirmos a nossa presença portuguesa no mundo americano. Acho que as forças vivas (ou moribundas, consoante a perspectiva) das nossas comunidades ainda não compreenderam o tesouro que é termos, na cidade onde vivemos e trabalhamos, escolas secundárias do ensino oficial americano com cursos de língua e cultura portuguesas. É que à volta dessas escolas, em torno dessas aulas, em colaboração com esses professores de português, e as respectivas associações de alunos, poder-se-á criar um conjunto de actividades que ao interligarem a comunidade à escola, fazem com que a comunidade esteja no cerne da sociedade que a rodeia. Chegou o momento de se criar eventos culturais nessas escolas que tenham uma forte componente da nossa comunidade. Temos que promover mais acontecimenots culturais nessas escolas, mais sessões de esclarecimento para os pais, serões de poesia, de teatro, de cinema e de literatura. Temos que fazer protocolos com as nossas associações, algumas das quais estão em situação financeira que lhes permite apoiar estas actividades únicas. Há que trazer as bandas de música, o Carnaval (quando este não está cheio de palavras inadequadas e estereótipos desnecessários), os nossos empresários, as nossas publicações, a nossa comunicação social,

as nossas organizações culturais, recreativas e sociais junto dos jovens e junto do corpo docente das escolas, todas elas com centenas de professores, administradores e pessoal de apoio. Tudo isto e fazível, e com a colaboração de todos não é assim tão difícil como se possa pensar. Na pequena e pacata cidade de Tulare, algumas destas iniciativas já são parte integrante do ano escolar. São feitas com muito trabalho, particularmente nos primeiros anos, porque, aqui também temos os “ Velhos do Restelo”. Alguns até nem são assim tão velhos em idade, mas em pensamento são, infelizmente, mais velhos que a salve-rainha. O que temos feito tem sido pouco, e por vezes muito mais doloroso do que arrancar um dente. Mas pouco a pouco as organizações começam a entender que estes protocolos são feitos apenas com uma intenção: promover a nossa cultura, toda a nossa cultura, junto das populações mais novas e junto do mundo americano. As organizações que ainda não compreenderam, e talvez jamais compreenderão, é, simples e unicamente, porque estão mais ao servico dos egoísmos pessoais dos seus inábeis corpos directivos do que dos seus objectivos ou dos seus estatutos. Aliás, como hoje é tão comum perguntar-se aos legisladores se já leram a lei que vão debater ou votar nos seus respectivos hemiciclos, não seria má ideia perguntar-se aos responsáveis das nossas organizações se já leram os estatutos das organizações que dirigem. Há que admitir-se que com esses não vale a pena gastar-se muito tempo. Até já se gastou mais linhas do se deveria nestes reflexos. É que, diga-se o que se disser, esses vão sempre estar ao serviço dos seus interesses pessoais, usando as suas posições para se promoverem ou desenvolverem as suas iniciativas privadas em detrimento do bem comum. Há sim que trabalhar com quem compreende que as comunidades de hoje não são as mesmas de ontem, o que felizmente se começa a compreender um pouco por todo o lado. Há que, acima de tudo, não estragar este momento da nossa história. É um momento único e se o negligenciarmos, ficará tudo perdido.

Breve Conversa Política(*)

[email protected] (*) O eleitorado açoriano já recolheu a quartéis. Parabéns. Missão cumprida! Incumbe-me o indeclinável dever de prevenir o estimado leitor de que os excertos abaixo transcritos foram extraídos ipsis verbis do Memorandumpublicado nas páginas de opinião do “Açoriano Oriental”, de 12 de Junho de 1987. Resta-me agora confiar na capacidade de quem queira extrair comparações curiosasentre as exiguidades do menu cívico da minha geração e o “rancho-geral” partidário generosamente servido aos recrutas democráticos da actualidade... Obrigado. .../.../... As próximas eleições de 19 de Julho (1987) irão funcionar como uma espécie de plebiscito ao governo há pouco censurado na Assembleia da República. A nível Açores, os eleitores tradicionais do PSD irão enfrentar um significativo dilema: contribuir ou não para o reforço da política do professor Aníbal Cavaco Silva. A não ser que prefiram engrossar o rol dos abstencionistas...

Mas deixemos tal análise para quem vive perto dos acontecimentos. Para nós, imigrantes, geograficamente arredados das escaramuças psico-políticas do quotidiano do governamentalismo açoriano, resta-nos uma breve palavra de solidariedade face à renovação lenta mas irreversível que acreditamos estar em curso nas ilhas. No próximo dia 19, compatriotas nossos irão eleger os novos deputados à Assembleia da República. Sem o menor laivo de paternalismo, seja-nos porém permitido concorrer com alguma reflexões concernentes ao momento político em curso. Como nem todos somos iluminados para dar respostas às questões do momento, tenhamos ao menos a coragem necessária para aprender a fazer perguntas. Afinal, quem merece ser eleito deputado? Que garantias de seriedade política, de resistência às múltiplas solicitções do cargo nos oferece este ou aquele candidato? (.../...) caros companheiros das ilhas atlânticas: não é um tenor que se envia ao Parlamento – é um cérebro democraticamente educado; não é uma presença fotogénica (ou telegénica) que se encomenda – é um

apóstolo ao serviço político do futuro dos Açores, em quem se aposta confiadamente... .../.../... O PSD/A está para Autonomia como o catolicismo está para o Cristianismo – isto é, o PSD/A é cada vez mais aquela instituição preocupada com os seus rituais governamentalistas, suas inaugurações paroquiais, suas ceias, seus judas (que nunca chegam a valer os clássicos 30 dinheiros) – esquecendo o aspecto essencial da Autonomia Democrática... ( ...) por outro lado, e no âmbito açoriano, o Partido Socialista é uma saudade! Um luto! É evidente que não desejamos escorregar na gratuitidade de inventariar grosseiramente os responsáveis próximos e remotos por tal crise. Manda a verdade dizer que a emoção militante de muitos dos seus dirigentes experimenta enormes dificuldades em aceitar as normas da praxis política de teor inter-classista. O Partido Socialista é um fenómeno que será...

.../.../.... Mas, afinal, há boa gente nos Açores? Claro que sim... e da boa cepa portuguesa. Mas um governo não é uma” ultreia” de crentes, tal como a Assembleia Regional não é um clube de amigos! Aliás, uma das tarefas do parlamento regional deveria ser a de inaugurar jornadas pedagógicas antimedo... face à atmosfera jesuitocrática que parece reinar nos Açores (.../...) estar na Oposição não é um modo de vida – é um compasso de espera! Ninguém duvida que a Administração regional fez coisas, algumas bem feitas. Em politica, o que interessa frizar é o balanço final duma obra. Na última década (1977/87) foram largos os milhões de contos usados pelos responsáveis do PSD/A. De facto, se não houve nos Açores a repetição das excentricidades de um Dom João V, isso não ficou a dever-se nem aos cuidados da Oposição nem sequer à Delegação Regional do Tribunal de Contas... (*) Fall River, Massachusetts Junho, 1987.

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Temas de Agropecuária

Egídio Almeida [email protected]

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Agropecuária - como é que esta indústria está a andar para trás

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ste vai ser um ano inesquecível para “Minnesota” e “Wisconsin”. Os dois Estados vão atingir números quase históricos nos ganhos da produção devido aos aumentos no número de vacas e produção por vaca, devido em parte às quase perfeitas condições atmosféricas durante este Verão. Enquanto que a indústria no “Upper Midwest” parece decidida a um contínuo crescimento, os seus parceiros na California e Arizona estão em estado de declínio devido à falta de lucros nas operações em geral. Durante a maior parte das últimas três décadas a produção no Oeste dos Estados Unidos guiada por enormes ganhos na California elevaram toda a produção nacional para números recorde. Preços favoráveis pelas forragens e cereais, contínuos aumentos nos bens de raíz e o contínuo crescimento da capacidade de processo do leite, estimularam o crescimento da produção na California. Agora o Oeste está sangrando, o novo milénio trouxe mudanças para o panorama da agropecuária, nomeadamente no sistema dos mercados dos produtos fabricados do leite, a legislação de “Biofuels”, multianos de seca, altos custo de transporte, que dificultaram os transportes de queijo e outros produtos do leite para os mercados do Este. Estes são claramente dias financeiramente difíceis para os produtores da California. Não obstante os preços excepcionais pelo leite durante 2007-2008, os contínuos aumentos nos custos de produção deixaram os produtores do Oeste numa posição financeira relativamente mais fraca que os

seus parceiros a Este das Montanhas Rochosas. Esta última descida de preços tem sido mais longa e profunda do que se esperava, e acentuou mais que nunca no passado, as diferenças entre grandes e pequenas operações, e ainda o nível de compromissos financeiros de cada operação. Muitos produtores de leite através dos Estados Unidos, que compram a maioria dos produtos alimentares das suas manadas, pagaram substancialmente mais por estes produtos em 2008-2009 quando os mercados dos cereais subiram considerávelmente, outros que produzem esses produtos, em parte ou no total, foram parcialmente protegidos desses altos custos, mas não totalmente porque os custos de produção de cereais e forragens também sofreram aumentos durante este período. Talvez os maiores beneficiados durante este ano de crise geral foram os produtores com manadas de 150 vacas leiteiras, ou menos, que receberam do programa Fe-

deral (MILC) entre Fevereiro e Setembro em média $1.50 por cada 100 libras de leite produzido. Isto foi um beneficio significativo para esses que têm a produção 100% coberta.

Um grande número de medidas de emergência financeira estão a ser propostas e legisladas, a nível Federal e Estadual, mas o produto final, como sempre, leva muito tempo a chegar.

SJGI tem o prazer de apresentar

Eduardo da Silveira, M.D. Diplomado em Gastroenterologia. Especialista em Doenças do Fígado e do Aparelho Digestivo.

O Dr. Eduardo da Silveira fala múltiplas línguas incluindo o Português, Inglês, Espanhol e Francês. Bem-vindos a San Jose Gastroenterology (SJGI)

Agradecemos a oportunidade de oferecer os melhores cuidados médicos em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva.

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Telefone: (408) 347-9001

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1 de Novembro de 2009

Perspectivas Fernando M. Soares Silva

Lazer e Lazeira

[email protected]

A

necessidade de periódico lazer, isto é, de repouso, descanso ou pausa no trabalho tem sempre acompanhado a Humanidade desde a sua aurora neste mundo. Todo o ser humano, por mais dinâmico, entusiasmado e dedicado que seja, não pode prescindir em absoluto do sono e do repouso físico e mental que, por sua vez, lhe restauram as forças e a energia, e lhe permitem continuar ou finalizar o seu trabalho e as suas obrigações laborais. A relativa simplicidade das sociedades humanas de outrora evoluiu em sentido de maior complexidade, e ao rolar dos anos e dos séculos, a necessidade de sistemático laser tornou-se mais evidente e imperiosa, sobretudo nos países industrializados dos nossos tempos, onde nem a vigência legal de direitos humanos consegue suavizar o frenético passo e o febril ritmo laboral requerido em quase todas as profissões e ocupações contemporâneas.

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Mas, como se define o “lazer”, perguntará o leitor. “Lazer” não é “lazeira” cujo significado é preguiça, indolência, ou tendência para inactividade ou inacção, ou para pouco ou nada fazer. Lazeira, na realidade, não proporciona os tipos de “lazer”, isto é, a pausa, o adequado repouso, e o regenerador recreio que restauram as forças e a energia física e mental despendidas nas aspereza do trabalho, e favorecem positivas atitudes de progressão no labor e na vida. Por exemplo, chegar a casa exausto, comer à pressa e engolir 3 ou mais copos de vinho, e, seguidamente, estirar-se num sofá sob o pretexto de uma soneca mais ou

menos prolongada, não pode chamar-se lazer. Este citado hábito de lazeirar, e outros similares, só podem resultar em eventual dilatação estomacal ou abdominal, entorpecimento muscular, possível cirrose, e maior indolência física, mental ou intelectual... Na realidade, o verdadeiro lazer não significa “deitar-se e criar barriga”, e ócio ou paragem da racionalidade humana... Os vários tipos de “lazer” podem ser sintetizados em Activos ou Passivos. Os modos “activos” de lazer são as actividades que requerem significativo esforço ou energia física ou mental. Entre os modos de menor impacto físico temos, por exemplo, ioga, e passear ao ar livre, num jardim, num parque, pelas vizinhanças ou ao redor do quarteirão residencial. Estes e outros modos de exercício físico não são competitivos. Actividades de alto impacto físico tais como futebol ou basquetebol são usualmente competitivas e exigem maior energia física. É importante salientar aqui que algumas actividades de natureza recreativa usadas no lazer não envolvem considerável actividade física, mas demandam grande concentração e esforço mental. Entre estas realçam-se o xadrez e diversos modos de pintura artística. . As actividades dos modos passivos de lazer não importam energia física ou mental. Entre estas incluem-se ver televisão, assistir à exibição de um filmes no cinema, ou divertir-se em jogos de casino. Embora modos passivos de lazer sejam apreciados modos de relaxar para muitas pessoas, saliente-se que vários peritos em matérias de “laser” não recomendam estes tipos de recreio ou divertimento, e consideram os modos “activos” mais benéficos no contexto de lazer interactivo e regenerativo.



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Embora o “recreio” e o “entretenimento” sejam elementos integrais do moderno conceito de repouso no contexto do lazer contemporâneo, na realidade o “lazer” é muito mais que gozo ou prática de actividades fisico-desportivas, ou de outros passatempos recreativos, bem como de ocasionais interacções artísticas ou culturais. O lazer sensato inclui, sim, uma pausa no trabalho e um repouso físico, mas este repouso deve ser não só potencialmente regenerativo das forças e das energias despendidas, como também possivelmente conducente a uma ainda mais positiva atitude que se traduza em crescente determinação de melhor qualidade de vida no meio-ambiente onde se labuta e vive. Por muito estranho que isto possa parecer a alguns, o lazer regenerador necessita de sistemáticos momentos de “meditação” e de “reflexão” que incluam, por exemplo, a leitura de um bom jornal, ou de uma informativa revista, ou, ainda, de livros que recreiem, instruam e ajudem a manter ou a enriquecer a bagagem cultural individual, e que sirvam para aprofundar o seu pensamento e os seus conhecimentos. Convém também realçar que o “sono” é o elemento fundamental, primário e essencial no imprescindível esquema de repouso do lazer que todos deveriam manter. É aconselhável dormir regularmente 7 ou 8 horas em cada 24 horas; uma ocasional soneca poderá até ser benéfica, desde que não seja longa e não interfira com o sono noturno, o mais salutar. Muitas pessoas descuram o sono por vários r diferentes motivos, quase sempre contraproducentes. Frise-se aqui, com a devida ênfase, que a privação, a carência ou a

perda frequente de sono podem acarretar consequências muito sérias. Apontam os especialistas que tais indivíduos sofrem, eventualmente, de lapsos de atenção, perda de memória, e outras dificuldades que afectam negativamente o desempenho das suas obrigações no emprego e no trabalho, como afirma o Dr. James Walsh, director executivo do Centro de Medicina para Investigação e Estudo do Sono no Hospital de São Lucas, em St. Louis, E.U.A. A privação do sono é ainda causadora de outros graves problemas de saúde, tais como a obesidade, fadiga habitual, e marcante stress. O Dr. Walsh afirma, em conjunção com outros especialistas, que “if you are only sleeping five hours a night, you’re at risk of falling asleep at the wheel.” A National Sleep Foundation calcula que motoristas com crónica privação de sono ocasionam mais de 100.000 acidentes de viação com fatalidades que excedem 1.500 mortes nos E.U.A. Verdadeiramente trágico! ****** Afinal, o contemporâneo conceito de “lazer” pouco difere da clássico conselho “mens sana in corpore sano” que, através dos séculos, preconizava a importância e o dever de se manter “mente sã num corpo são”. Mudaram os tempos e evoluíram os modos e os meios de repouso, recreio e entretenimento, mas, fundamentalmente a ideia central continua a ser idêntica”: procurar estabelecer e manter um equilíbrio positivo, sensato e dinâmico na totalidade do ser humano na sua progressão em rumo a uma melhor existência.

National Fraternal Congress Re pre se nt at ive s from the Portuguese Fraternal Benefit Societies of California attended on September 17, 18, and 19 in San Antonio Texas the National Fraternal Congress of America Annual Convention. At this Convention a presentation entitled “Portu-

guese Miracle” was made to the delegates in regards to the recent favorable vote of the merger between I.D.E.S., S.E.S., U.P.E.C. and U.P.P.E.C. The Portuguese Fraternal Societies of California I.D.E.S., S.E.S., U.P.E.C., U.P.P.E.C. Luso-American Insurance Society and the League of Portuguese Fraternal Societies of California co-sponsored a social hour with the theme “Portuguese Night” on September 17, 2009 where NFCA delegates enjoyed fado music and

portuguese traditional foods such as sweet bread, linguica, roscas, St. Jorge’s cheese as well as port wine. Over 300 delegates from across the United States of America attended the 2009 National Fraternal Congress Convention. The NFCA assists and promotes the fraternal organizations across

the United States... you can visit their website for additional info http://www.nfcanet.org/ Photo: DES Secretary-Treasurer Liliana Ornelas Lourenco, spouse Joe, and their daughters Princess Briana Lourenco, IDES Queen Vanessa Lourenco and Princess Alize

Pomar das Castanhas Amaral Chestnut Orchard Serafim (Sam) & Maria (Zita) Amaral 1009 Timbell Road, P.O.Box 1248 Waterford, CA 95386 Phone 209-874-3237 pomardascastanhas.com [email protected] A venda começou na primeira semana de Setembro Sales began the first week of September

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COLABORAÇÃO

Agua Viva

Filomena Rocha [email protected]

Vozes de burro não chegam aos céus



Logo que Outubro venha, procure a lenha”. Mas se já estamos em Novembro… E nem da lenha me lembro! Agora inventei este… Gosto imenso de provérbios, não só porque são pequenas máximas com muito conteúdo de verdadeira moral, mas e também porque curiosamente na maioria das vezes rimam de uma forma quase ingénua e divertida. Mesmo no contar de uma história, um acontecimento por mais pequeno que seja, existe sempre a tendência de se lhe aumentar o percurso e por isso é comum dizer-se “quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto”. Diz-se por aí que os Portugueses deliram por dar uma boa novidade. E quem é que não gosta de ser portador de tal novidade? Sobretudo se se trata de uma boa notícia? E até acusam de bocas grandes os que as dão, se por desgraça a novidade não for do seu total agrado. Mas se for para cortar na casaca do seu inimigo, aí já não há perigo. Temos muito este defeito entre nós. Falamos mal de nós mesmos. Talvez porque “Santos de casa não fazem milagres”. Muitas vezes tenho ouvido este provérbio e outros como “Fiate na Virgem e não corras ”. Também há quem afirme que “Vozes de burro não chegam ao céu”. E não vale a pena de facto pedir a Deus coisa nenhuma se as pessoas não têm vontade que as coisas mudem. Por falar em Deus, outra polémica anda no ar com as ideias escritas de José Saramago, o Nobel da Literatura Portuguesa. Se antes criou celeuma com o Evangelho de Jesus Cristo, que esgotou 26 edições, agora tráz outro assunto: Caím, que é capaz de vir a render muito mais que a Bíblia, até porque agora todos quererão saber mais sobre o personagem bíblico mauzinho e invejoso que foi capaz de matar o irmão Abel, por este possuir melhores qualidades que lhe deram mais honras e sucesso na vida, o que nem sempre é assim na vida real. Eram outros tempos, pois por mim tenho tido a desgraça de ver muito Caím que a fazer coisas más vai tendo mais sorte do que eu… Na vida real já a Igreja Católica, Judaica e outras se revelaram indignadas com o “atrevimento e a ignorância” do escritor. Será este o princípio de outra Guerra aberta que servirá para unir os Deuses? Com tantos pontos controversos existentes entre a Bíblia e o Corão, se isto servir para acabar com a poçonha de cada um, valeu a pena. Eles que se entendam, como se entendiam antes os habitantes de S. Mateus da Terceira. Quando tinham um problema com o “Caím”, iam logo para as barbas dele e diziam-lhe tudo o que pensavam. Rica e santa terra…Onde ninguém percebia de política e ao fim do dia se sabia dar graças a Deus pelo pouco que havia. Neste mês de Novembro podemos dar graças, celebrando os parentes e amigos, os que vivem connosco e os que já partiram, e os Santos da nossa devoção. Que o São Martinho possa aquecer o corpo e a alma de todos, porque lá diz o provérbio: “No dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho”. “No dia de São Martinho, mata teu porco e prova teu vinho”, “ No dia do São Martinho, vai à adega e prova o teu vinho” Ou ainda, “Pelo São Martinho deixa a água pró moinho”. Até á festa!

Carta ao Editor Health Care debate

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his is in response to an article in the October 1st edition of the Portuguese Tribune. The article, “Sera que aquela gente sabe pensar?” written by Diniz Borges, stated his opinions on our country’s current health care debate. Though I understand that this may be an opinionated piece, I wanted to share the concerns of those that oppose this health care plan and act in response to some of the statements made by Mr. Borges. In this article, Mr. Borges stated that those who oppose this health care plan ran an “embarrassing campaign” fueled by right wing activists showing up at town hall meetings and events. I am sorry to say though, that these people were not all activists or republicans or conservatives, these people were mothers and fathers, veterans and elderly and just average everyday people who are concerned in the way our country is headed. These people, including I, have the right to exercise our First Amendment Right in voicing our opinions not letting our government carry out such preposterous plans than will beyond doubt bankrupt like other government systems we have now like Medicare and Social Security. In voicing opinions and exercising the amendment that our founding fathers thought that was so important that it had to be first in the Bill of Rights, I find Borges’ statements very crude in calling these people “ignorante” and “racista”. The only people that can’t seem to get past the race issue is the group of people that keep bringing the subject of racism up in debate. Though I cannot speak for everyone that shares these opinions that I have, but I do not believe myself to be ignorant or racist against our president, just against his “Big Government” policies. Just because you do not agree with something or someone does NOT automatically label you a racist, which is a very bold choice of words against these people who are trying to protect their families and their country. And protect their families is definitely something all of us want to do, including Mr. Borges. Under this new “better” heal-

th care plan I believe our families will not be protected as they are now with your private insurance plan. We should know better as Portuguese Americans how a Universal Health Care System works (which is what I believe our “Health Care Reform” plan would end up being). Some of our immediate and extended family is still in Portugal receiving this type of health care. Our relatives in Portugal wait three to six months just to see a doctor. A person who is sick could die in three months. That is why the emergency room or banco de emergencia is always full. They have to go to the emergency room to see a doctor when they need to! If this system doesn’t work in the small country of Portugal how is it going to work in the United States of America? Mr. Borges seemed to forget to add that aspect in his article. So, I wanted to ask Mr. Borges if he had taken any of these points in consideration before so boldly positioning himself on this issue and writing this article and saying that the people in opposition to him and to the President simply do not know how to think. Because this is not the case, the beauty of our country is that everyone is different, thinks differently, and has different opinions. Just because we have a certain president, does not mean we have to agree and follow with everything he or she does. This is not a dictatorship and we are allowed to say and express what we believe. I am not stupid or ignorant for believing in my opinions as Mr. Borges and the Obama administration would like to think or declare to others. I am an American citizen who is questioning what our administration is doing because no one is faultless

or perfect, including our president, even though some liberals believe that he is. Because taking on this huge health care reform bill within seven months of his presidency, after spending nine TRILLION dollars of taxpayer money on a stimulus package, then wanting to add on another $850 billion for health care. It’s not just unusual or fishy (for lack of a better word) that he wants to place trillions of dollars of debt on the taxpayers and this country; it’s that he wanted to push this reform bill through congress so quickly without anyone reading the 1,000 page bill. This is the reason why I personally and others had concerns on these issues. In conclusion, A campaign ran on change doesn’t give a person free reign to transform our country’s entire system in just eight months. It is our jobs as citizens to protect our constitution and to be informed of what our government does and make sure our politicians know they are supposed to be representing us American citizens in Washington. I would like to thank you for your time in reading this and hope in the future you could publish stories on both sides of the political spectrum. Again, I do understand that this was an opinionated piece. Thank You Again, Melinda Lourenço, 21 First Generation Portuguese-American Fresno, CA

Oração Espírito Santo, Vós que me esclareceis tudo, Vós que me iluminais todos os caminhos para que eu atinja o meu ideal, Vós que me dais o Dom Divino de perdoar e esquecer o mal que me fazem, e que em todos os instantes da minha vida estás comigo, eu quero, neste curto diálogo, agradecer-vos por tudo, e, confirmar mais uma vez, que nunca me quero separar de Vós, por maior que seja a ilusão material, não haverá o mínimo de um dia sem estar convosco e todos os os meus irmãos na glória perpétua. Obrigado mais uma vez. A pessoa deve fazer esta Oração três dias seguidos sem dizer o pedido. Dentro de três dias será alcançada a graça por mais difícil que seja. Publicar assim que receber a graça. FR

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1600 Colorado Avenue Turlock, CA 95382 Telefone 209-634-9069

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1 de Novembro de 2009

Thornton - a festa continua

Juventude alegre na distribuição do pão de leite

Uvas e bonitas mulheres dão sempre bom vinho

Quadro simbolizando o 13 de Maio de 1917 As avózinhas também não quiseram perder o Bodo de Leite Madeirenses sempre presentes em Thornton

Tascas e cantadores são sempre uma presença constante no Bodo de Leite Estes jovens nem sonham o trabalho que dava para fazer uma burra de milho

Rainhas de 2009/2010

Fotos de Jorge Ávila “Yaúca”

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FESTAS

1 de Novembro de 2009

Vacas registadas das melhores do nosso Vale também podem ser sempre apreciadas em Thornton

Presidente João e Hermínia Inácio, Marshall Maria José Meirinho, Padre Francisco Dinis, Vice-Presidente João e Fátima Lopes, Blanca e Richard Edwards, Past President

José Fernandes, Manuel dos Santos, José Ribeiro, João Pinheiro, José Borges, José Plácido e o Luís Nunes, o “Felipão” dos improvisadores.

Dois grandes vencedores: Labita e a Cozinha da Festa

Mesmo com muitas lavagens o vermelho do Benfica nunca se tornará verde

FESTA EM THORNTON

Rainha Grande Katelyne Bettencourt beija a pomba antes de a deixar voar Direita: Rainha Junior Lucy Saiz ajudada pelo Presidente João Inácio e enfeitando Nossa Senhora Embaixo: Rainha Pequena Brooke Rocha

Marshall Orlando Toste, Maria José Meirinho, Manuel Meirinho e Alex Serpa

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FESTAS

1 de Novembro de 2009

Quinta de Castanhas

Rainha Grande Katelynne Bettencourt e aias Marissa Aguiar e Deena Aguiar Embaixo: Coroação do Presidente João e Hermínia Inácio

Também têm abóboras para venda. Boas para sopas, doces, paios ou mesmo para assar no forno.

FESTAS

Festa de Nª Senhora de Fátima em Thornton

Rainha Junior Lucy Saiz e aias Hadley Rast e Miranda Gonzalez

Rainha Pequena Brooke Rocha e aias Gianna Vasconcelos e Marina Bettencourt

Padre Francisco Dinis coroando a Rainha Grande Katelynne Bettencourt e esta por sua vez coroando a Imagem de Nossa Senhora de Fátima (à direita) Embaixo - Rainha Pequena Brooke Rocha enfeitando a Imagem de Fátima e a Rainha Junior Lucy Saiz a ser coroada

Embaixo - Direcção e Rainhas durante a Missa da Festa

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COLABORAÇÃO

1 de Novembro de 2009

Ao Sabor do Vento

José Raposo

A mulher ficou furiosa

[email protected]

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u nunca me considerei perito em línguas e muito menos na nossa. A arte de falar bem ou de bem falar, é uma coisa complicada e eu já disse várias vezes que Deus perdoe a meu pai por não me ter metido no seminário. Não! Vocês nem pensem que eu quereria ser padre, nem mesmo que fosse num convento de freiras. É que sinto mesmo inveja, claro que no bom sentido da palavra, por esses indivíduos que foram ao seminário, mesmo os que não chegaram a padres, porque tiveram uma instrução esmerada em Português e isso por terem cursado uns quantos anos de Latim. Se bem que seja considerada uma língua morta, as suas raízes estão bem vivas em todos os idiomas dela derivados. Claro que a língua Portuguesa tem influência de outras e com a emigração começaram a aparecer palavras que só depois de eu ter aprendido o Inglês, esse pouco que sei, é que comecei a compreender a origem delas, o que para mim, se bem que eu soubesse a razão por quê eram empregues, fazia-me certa impressão. Estava eu em conversa com uma amiga quando ela me disse: Ó José, José! O Ávila quer o artigo até ao dia 20. Eu como não fazias ideia sobre o que escrever, disse para ela: - Ó mulé, dá-me um “lamiré”. Ela não conhecia a palavra, que significa um sinal

para começar alguma coisa. Quando eu era criança, e isso já lá vão uns tantos anos, se eu estava a aborrecer minha mãe por qualquer razão ela dizia: -Tu vais me levar um “larigô”. Ora isso só poderá vir do “let’s go”. Havia na minha freguesia um indivíduo chamado Eduardo Moreira, cujas irmãs tinham vindo para a América e quando lá foram de visita claro que usavam algumas palavras inglesas de mistura com o Português. Por qualquer razão devem ter usado a frase “what is the matter with you?” Como o homem não sabia Inglês algum e não sabia pronunciar o que as irmãs diziam, ele retorquia “Smardiô” e daí por diante ficou conhecido pelo “Smardiô”. Lembro-me que nos “Arrifes” havia um cantador ao desafio que chamavam o Jaime “Cheméca”. Ora está mais que visto que isso só poderá vir de “shoemaker”. Durante a década de 60 os filmes de cowboys estavam muito em voga nos Açores. E quando começaram a aparecer os filmes do John Wayne em que muitas vezes ele dizia: “What do you want?”, a rapaziada inventou um jogo de escondidas com duas equipas e fugiam de uma lado para o outro. Se um indivíduo da equipa contrária via o adversário, saltava e dizia: “Uárione?” Esse indivíduo ficava de fora e a equipa que ficasse com mais indivíduos dentro, ganhava o jogo. Há tempos acordei com uma dor enorme

no pescoço e estava a comentar com um amigo e ele diz: - Havias de ir ao “cara de prata” porque se não fores isso ainda pode ser coisa ruim e vamos ter que chamar o “anateca”. epois de ter escrito o meu último artigo em que usava uma quantidade enorme de XXX, lembrei-me que na nossa casa, em São Miguel, tínhamos um alguidarinho pequeno ao qual minha mãe chamava o “lavamancho”. Só depois de muito tempo é que compreendi que era o “lava mãos”. A minha avó que tinha um catálogo de doenças como o Raúl Solnado, dizia que não podia andar por causa das “armoninas” e que o Dr. Rosa lhe tinha tirado um “Cristo” de cima dos rins. Claro que Cristo nunca esteve em cima de minha avó e o que o Dr. Rosa tirou foi um “quisto”. Está mais que visto que no caso da minha avó era nem mais nem menos do que falta de conhecimento e instrução. Ela corria o seu negócio e fazia contas de cabeça melhor do que eu fazia com o lápis. Outros casos em que aparecem essas palavras na língua são devido a usos e costumes e influência de estrangeirismos. Outras, devido ao isolamento. Estava eu chegando a Lis-

D

boa e fui aos correios, na Ajuda, para mandar um postal para meus pais nos Açores. Dei o postal à menina dos correios. E ela diz: - São dois mil e quinhentos. Eu nunca tal tinha ouvido na minha vida e disse: - A senhora poderia me dizer quanto é isso em escudos? A mulher ficou furiosa...

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COLABORAÇÃO

Sabor Tropical

Elen de Moraes

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Intolerância

[email protected]

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través da história vemos que a intolerância sempre existiu na esfera das relações entre os seres humanos, baseada em sentimentos, culturas e crenças religiosas. Talvez, tenha nascido com o homem. Segundo Paulo Rouanet ela é “uma atitude de ódio sistemático e de agressividade irracional com relação a indivíduos e grupos específicos, à sua maneira de ser, ao seu estilo de vida e às suas crenças e convicções”. Os intolerantes têm total dificuldade em concordar com idéias e o modo de agir que não coadunem com os seus, porque a dificuldade de auto aceitar-se como diferente, segundo alguns psicólogos, cria dificuldade de também aceitar o outro em sua diferença. Só nos conscientizamos do quanto a intolerância é maléfica quando a ultima gota do “cálice” o faz transbordar e, ao entornar, os resíduos que estavam assentado vêm à tona, manchando tudo à sua volta. Deve-se tolerar a intolerância? É certo – e ainda bem - que há leis que protegem a liberdade de expressão, o direito de pertencer a esta ou aquela sociedade, a um clube, a uma determinada religião, a ter diferentes idéias políticas, etc., e nenhum direito deve ser cerceado, como também limites não devem ser impostos à liberdade. No entanto, como saber onde o elo deve ser rompido para que se respeite o limite do outro? É possível tolerar ataques à religião

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e aos bons costumes? É possível tolerar a livre expressão de cunho racista e preconceituoso? Aceitar o escárnio ao que é sagrado para alguns, mesmo que não o seja para outros? É possível ser indulgente com os ataques sistemáticos contra a moral de um povo? É possível tolerar zombaria e menosprezo contra uma raça ou toda uma nação? Devemos ter em mente que também para a tolerância há limites! Sem entrar no mérito da questão e sem tomar partido, os últimos acontecimentos que envolveram a atriz brasileira Maitê Proença e os portugueses, por causa de um vídeo gravado por ela em Portugal, há dois anos e que só agora veio à baila por ter sido passado num canal fechado de TV, acirraram os ânimos entre portugueses e brasileiros. Os lusitanos, magoados, dizem não aceitar que ela tenha feito zombaria com sua terra e seus costumes e que tenha cuspido ao lado de uma fonte, situada num local sagrado e histórico para eles. Fizeram um abaixo-assinado pedindo ao governo que a considerasse pessoa não grata a Portugal e que lá jamais ela possa voltar. Se foi adiante não sei informar. Por seu lado, a atriz reclama que só quis fazer piadas com um vídeo caseiro e que os portugueses que se irritaram não têm senso de humor e que por ela ser neta de portugueses não iria querer ofendê-los, etc., mas acabou vindo a público pedir desculpas. Porém, as mesmas não foram aceitas e exacerbaram mais os

ânimos: os portugueses alegam que “a emenda foi pior que o soneto”, pois que no vídeo onde a atriz se desculpa, mostra-se irônica e ainda acrescenta que falta aos portugueses um pouco mais de humor. E aí acontece a intolerância: Do lado dos portugueses, a grande maioria que deixou comentários nos sites de jornais, revistas e dos vídeos, ao invés de direcionarem sua raiva contra a atriz e seu ato inconseqüente e deselegante, voltaram-se contra todas as mulheres brasileiras, o povo em geral, contra o Presidente e até denegrindo o nome do Brasil. Do lado dos brasileiros, a velha cantilena de querer o ouro e as pedras preciosas de volta, de acusar os portugueses de terem im-

plantado a escravidão, de terem trazido os negros da África e hoje em dia chamar o povo brasileiro de “macacos”, pela cor da pele. E a troca de desaforos continua entre os intransigentes de ambos os lados. Agora foi esse o motivo. Daqui a pouco surge outro. Temos que dar um basta ao preconceito e acabar com a intolerância de se dizer que todo brasileiro é índio, que todo índio é indolente, que todo negro é bandido, que todo português é burro frontal e mal educado, que toda brasileira é puta, que todo Frances não toma banho, que todo sulamericano é ladrão, que todo árabe é terrorista,

que todo americano é racista, que todo italiano é mafioso, que todo alemão é nazista e por aí afora. Finalmente, o preconceito e a intransigência não são privilégios de um só povo. Normalmente se baseiam na ignorância e, tal como a sabedoria, não tem nacionalidade.

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DESPORTO

1 de Novembro de 2009

Mundial 2018 - 2022 Candidatura Ibérica

A candidatura ibérica ao Mundial 2018 ou 2022 apresentou-se como a unidade de dois povos, juntos num só objetivo, de organizar o melhor e mais alegre campeonato de sempre. Na carta de apresentação surge ainda o logo da candidatura, uma bola decorada com as cores das bandeiras dos dois países sobrepostas, com 2018/2022 a meio. “Dois povos, um só objetivo”, este é o lema apresentado na carta entregue ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, pelos presidentes das federações portuguesa e espanhola, Gilberto Madail e Angel Villar, e pelos respectivos secretários de Estado do

Desporto, Laurentino Dias e Jaime Lissavetsky. No mesmo documento, a candidatura ibérica lembra que “Espanha e Portugal são dois países que partilham uma fronteira territorial, mas não conhecem fronteiras no seu dia-a-dia”. “Dois países que possuem uma só história, a da Península Ibérica, onde se agregaram diferentes povos provenientes de horizontes geográficos, culturais e religiosos distintos. Dois povos que partilham e partilharam o mesmo destino, a mesma fé no futuro, o mesmo desejo de progresso numa terra bonita, dura e rica que formou

4 anos no Sporting O actual técnico leonino assumiu a equipa principal a 21 de Outubro de 2005. Apesar de um início de época menos positiva e alguma contestação, Paulo Bento é o segundo treinador do Sporting com mais épocas consecutivas. Em Maio de 2005 deixava a equipa de juniores do Sporting para assumir a equipa principal, depois da saída de José Peseiro, que não resistiu à eliminação da Taça UEFA frente ao Halmstad e à derrota ante a Académica (0-1), à sétima jornada. Nesta altura, Filipe Soares Franco assumia funções como Presidente, já que Dias da Cunha tinha deixado o clube. Desde ai, Paulo Bento já venceu duas Taças de Portugal, duas Supertaças, duas vezes finalista vencido da Taça da Liga, conseguiu estar na Liga dos Campeões por três vezes, com entrada directa, e foi quatro vezes segundo no campeonato. A Bento falta mesmo o título de campeão. O primeiro jogo não correu da melhor forma: empatou a dois golos, em Barcelos, com o Gil Vicente. Esse dia ficou marcado, também, pela estreia de Nani com a camisola do Sporting. Mas apesar do resultado desse pri-

meiro encontro, nesse ano, lutou com o FC Porto pelo título. No entanto, é o segundo técnico com mais anos consecutivos, atrás do húngaro Joseph Szabo (nove temporadas) o que faz com que, desde já, tenha garantido um lugar na história do Sporting. A equipa leonina, que é líder do Grupo D da Liga Europa, joga, quintafeira, frente ao Ventspils. Com um pé na próxima fase da competição, Paulo Bento tem mais uma hipótese da dar uma “reviravolta” na crise que se ins-talou em Alvalade. In Sapo Desporto

o carácter do ‘homo ibericus’”, refere a missiva. Com esta candidatura, quer-se reforçar “a unidade de dois povos que querem competir e trabalhar em conjunto, conseguir a organização do Campeonato do Mundo FIFA 2018/2022 e proporcionar ao Mundo e à FIFA o melhor e mais alegre Mundial que alguma vez se realizou”. “Porque os nossos povos são sinónimo de trabalho, alegria, empenho, emoção, fraternidade, amizade e, acima de tudo, puro futebol, o desporto rei de hispânicos e lusos, sejam homens ou mulheres”, lê-se ainda. Nesta carta, os líderes federativos garantem que “os governos, os povos, estão também empenhados neste projeto”. “Sabemos que não é fácil, mas temos a certeza de que unidos somos mais fortes e que podemos levar esta grandiosa competição da FIFA a um nível organizativo e de êxito jamais alcançados”, garantem.

Blatter agradece Joseph Blatter agradeceu o interesse de “dois grandes países” nesta cqandidatura, lembrando o bom trabalho desempenhado em organizações passadas, como a que Espanha levou a cabo no Mundial de 1982, o primeiro com 24 equipas, e a de Portugal

no Euro’2004, que, de acordo com o presidente da FIFA, correu de forma “magistral”. “Podemos dizer que os dois países têm uma grande experiência na organização de competições. Porque em 1982 tivemos o primeiro mundial com 24 equipas em Espanha. Em 2004 tivemos o Europeu em Portugal”, afirmou Blatter. O presidente da FIFA esclareceu ainda as fases do processo de seleção de candidaturas, revelando que “todos os documentos, todas as garantias e o caderno de encargos” terão de ser entregues na FIFA até final de maio: “Na outra metade do ano, vamos ter as inspeções técnicas. Esse processo estará finalizado no início de dezembro de 2010, aqui em Zurique.” A candidatura ibérica é uma das 11 aceites pela FIFA para concorrer à organização do Mundial’2018 ou 2022, juntamente com Austrália, Estados Unidos, Inglaterra, Indonésia, Japão, México, Qatar, Coreia do Sul e Rússia e com a proposta conjunta de Holanda e Bélgica. As sedes dos Mundiais de 2018 e de 2022 serão anunciadas em dezembro de 2010.

FIFA/Coca Cola

Desde a última edição da FIFA/Coca-Cola World Ranking jogaram-se 192 partidos, dos quais 147 foram para a qualificação do Campeonato do Mundo na Africa do Sul 2010, embora o topo se tenha mantido inalte-rado, com o Brasil a manter uma pequena vantagem sobre a Espanha, Holanda e Italia. É porém sem nenhuma surpresa que no resto da tabela se registaram surpreedentemento grandes mudanças. A Inglaterra segue em sétimo lugar, enquanto que a Alemanha (5°,-1) e Russia (12°,-6) perderam terreno. Além da Argentina (6°,+2), Croácia (8°,+1) e Franca (9°,+1), o grande ganhador do mês foi Portugal (10°,+7), que regressou aos 10 primeiros depois do sucesso na última campanha de qualificação para o Mundial. Entre os primeiros 50, 5 equipas subiram mais que dez lugares, cabendo aqui realçar os Leões Indomáveis dos Camarões, que subiram 15 lugares, ocupando agora o 14°, convertendo-se na equipa Africana mais bem posicionada. Actualmente 23 equipas já obteram o passe para o Mundial, 13 das quais se encontram entre as 20 me-lhores da tabela. Cinco outras equipas entre as 20 melhores terão que jogar um playoff para um lugar na Africa do Sul, enquanto que a Croácia e a República Checa são as únicas equipas deste grupo que não conseguiram qualificação para o Mundial. O próximo FIFA/Coca-Cola World Ranking será publicado a 20 de Novembro de 2009. fifa.com

In Record

PATROCINADORES

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TAUROMAQUIA

1 de Novembro de 2009

Fernando Machado e Alberto Conde triunfam em Thornton

1ª Corrida da Feira de Thornton 17 de Outubro de 2009

Praça de São João, em Thornton Cavaleiros - Rui Fernandes, Alberto Conde Matador - José Ignácio Ramos Grupos de Forcados Amadores do Aposento de Turlock e Forcados Amadores de Merced Toiros da Ganadaria Açoriana Director - Joe Sózinho, coadjuvado pelo veterinário Sérgio Pereira Banda Açoriana de Escalon 3/4 de praça forte Curro muito abaixo das expectativas, com três toiros impróprios para uma Feira desta categoria.

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ão precisamos ser bruxo para nos aperceber que Rui Fernandes não estava confortável com o piso da arena. Viu-se no princípio, meio e fim da sua actuação. Rui Fernandes é um cavaleiro alegre, que enche uma praça com o seu toureio, mas nesta corrida muitas coisas lhe correram mal. Estava apático, receoso, e com tantos cuidados que tinha em relação ao piso, deixou que o toiro batesse no cavalo, não transmitindo nenhuma emoção. Não será por esta actuação que o Rui não continue a ser um grande cavaleiro, mas foi pena que as três mil pessoas presentes na bonita praça de São João não pudessem apreciar o seu toureio de classe e de muito valor. Talvez na corrida da Segunda-feira ele irá vingar-se deste mau dia. NOTA: E vingou-se mesmo, toureando muito bem. Dar voltas à praça depois destas actuações não fez muito sentido, pois não? Alberto Conde, já o disse várias vezes, é um cavaleiro abençoado em Thornton. Alberto tem feito das suas melhores actuações na Califórnia nesta nossa praça mais ao

Alberto Conde - mais uma boa actuação em Thornton

Norte da Califórnia. Mais uma vez esteve muito bem nos seus dois toiros. É verdade que apanhou dois toiros muito lidáveis, mas é verdade que se entregou de alma e coração e assim triunfou. O cavalo esteve quase a cair, devido ao piso, mas Alberto lutou sempre. Só foi pena não se ter

apercebido que seria muito difícil a cravação do par de bandarilhas, no seu último toiro, porque o toiro não queria, nem o cavalo. É preciso compreender-se esses sinais para não desperdiçarmos tempo. Foi uma corrida muito vagarosa, com pouco ritmo. Levou 1 hora e vinte minutos até ao intervalo. No terceiro toiro mais de cem pessoas abandonaram a praça tal era o pouco rendimento da corrida. José Ignácio Ramos é um matador de todo o tipo de toiros. Ele até faz com que um toiro manso possa parecer interessante para muita boa gente. Os dois toiros que lhe saíram é que nunca deveriam ter pisado aquele arena pela falta de qualidade morfológica. Deixaram, aqui e ali, o pouco que tinham dentro de si. Mesmo assim, Ramos sempre batalhador, sempre profissional, lá foi tirando passes forçados, alguns até bonitos, a arrepiar caminho, que não encheram as medidas a ninguém.

Afinal para que é que serve um Director de Corridas? Esta corrida teve um veterinário, que pela primeira vez coadjuvou o Director da Corrida. Infelizmente o Director da Corrida esteve muito mal em duas ocasiões - primeira, ao permitir que o cabo de Forcados do Grupo de Merced estivesse quase um quarto de hora a chamar pelo toiro e a nunca se decidir avançar para ele. Deveria ter-lhe dado um sinal de aviso porque o tempo já tinha expirado há muitos minutos. A seguir, o sexto toiro entrou com um corno partido e o Director não seguiu as recomendações do veterinário e deixou prosseguir a corrida. Mau, muito mau mesmo. Qualquer dia qualquer organização poderá apresentar um toiro sem cornos e o director nem se importará com isso. Meu caro amigo Joe Sózinho - há certas regras que temos que cumprir. É verdade que não usamos nenhum regulamento, mas podermos usar a nossa cabecinha e resolver problemas com senso comum. Prestou um mau serviço às três mil pessoas que pagaram $30.00 para verem um espectáculo decente. Todos aqueles que me lêem, sabem do carinho e do respeito que tenho pela Feira de Thornton. Foi um trabalho de muita gente que beneficiou todos os aficionados da Califórnia, mas infelizmente nesta corrida aconteceram muitas coisas que nunca deveriam ter acontecido: 1. O bilhete da Corrida (que foi devolvido às pessoas, como é de lei, o que me apraz registar com muita alegria) trazia uma fotografia de uma pega (por sinal a fotografia foi tirada por mim em Lisboa ao Michael Lopes) que não condizia com os Grupos que iam pegar nesta corrida, Foi uma falta de consideração, em especial para o Grupo de Forcados Amadores do Aposento de Turlock. Tenho muitas boas fotografias deles que a organização podia ter solicitado. 2. A apresentação do primeiro, terceiro e sexto não são compatíveis com a importância da Feira de Thornton. A organização é que escolheu, mas também a ganadaria nunca deveria ter vendido aqueles toiros. Quem vai ficar

Quarto Tércio

José Ávila [email protected]

Tiro o meu chapéu a todo

o povo que quase encheu a Praça de Thornton.

Enfio o meu chapéu até ao na-

riz para não ver três toiros que nunca deveriam ter entrado naquela arena de Thornton. Uma feira é a amostra do que melhor temos. Por favor, tenhamos orgulho na nossa melhor Feira.

Tiro o chapéu a Thornton, por ter entregue o que por lei nos é devido - o bilhete, que nos custou $30.00. Estamos a entrar no bom caminho. A Festa só ganha com isso. Tiro o meu chapéu a todos aqueles que se deslocaram a Thornton, a pé, nos seus carros, nas suas lindas “casas ambulantes” e que trouxeram mais e melhor comida do que todos os Safeways nas redondezas e que quase encheram por completo a bonita Praça de São João. Assim se vive a nossa religiosidade e o gosto pela festa brava. Quem não aprecia a maneira de ser da nossa comunidade, então pode ir pregar para outros lados. De recados estamos a ficar fartos.

na boca do lobo é a ganadaria. O primeiro era um novilho com pouco peso, o terceiro tinha uma cornamenta feia e defeituosa, e o sexto já vinha da ganadaria com um corno partido. 3. Contratar um bom matador espanhol para tourear toiros com estes defeitos não lembra ao diabo. Estes toiros não criam emoção, só desacreditam a festa brava e não ajuda a cativar mais aficionados. A organização beneficiou o matador, por razões que desconhecemos, quando lhe está a pagar milhares de dólares por 30 minutos de trabalho. 4. Para vos ser muito sincero, tudo ainda me custa mais porque a organização é constituída por amigos meus e grandes aficionados. O que é que aconteceu? 5. O importante agora é pensar no que correu mal e para o ano mudar para melhor, pensando em todos os pormenores, para que Thornton possa oferecer grandes espectáculos como já tem acontecido tantas vezes. 6. As organizações devem exigir que o toiro sobrero tenha a mesma categoria dos outros toiros. E mais não digo.

Fernando Machado Junior o melhor da tarde A primeira pega dos Forcados do Aposento de Turlock não correu bem, o forcado magoou-se, por isso o Michael Menezes teve de substituir o seu colega e fez uma pega carregada, com o Michael a ajudar bem. Porquê carregada? O melhor da tarde estava para vir no quinto toiro (ver fotografia), quando o Fernando Machado Júnior fez um excelente pega, levando muita gente a exigir segunda volta de agradecimentos. Foi uma lufada de ar fesco numa corrida a precisar de muita adrenalina. Grande momento da festa muito merecido pelo Fernando. Os Forcados de Merced, por muito respeito que lhes tenho, ainda não têm o nível técnico e artístico para estarem nesta feira. Precisam de tourear mais, ganhar calo, ganhar técnica, para assim poderem competir com os outros. Um grupo de forcados não são apenas 10 ou 15 rapazes irmanados pela sua aficion - são um grupo especial de jovens que têm um espírito de camaradagem diferente de outros. Têm um espírito de entre ajuda que só advêm dos muitos anos de convívio taurino. O grupo de Merced precisa tourear mais para chegar ao ponto de se tornar um verdadeiro grupo de forcadagem, o que será bom para a nossa festa. A primeira pega deles foi conseguida à quarta tentativa, porque o jovem forcado não tinha muita experiência e no quinto toiro, Café não teve sorte ao lutar com um toiro malcriado e que derrotava muito. Café tem que rever o tempo da pega. Não pode demorar o tempo todo, como o fez, com a anuência do Director. Ao sair da praca ouvi duas perguntas dirigidas a mim: Oh Sr. José, como é que viu a Banda de Escalon? Oh Sr. José, as bandarilhas tinham ou não tinham? Eu fingi não ouvir, apressei mais o passo e comecei a apitar o hino do Sporting, clube das minhas tristezas.

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ARTES & LETRAS

1 de Novembro de 2009

António Lobo Antunes ou a saturação das palavras mes… Onésimo Teotónio Almeida, que se esmerara como anfitrião, ficara indisposto com os escritores e jornalistas continentais e, entre muitas outras coisas, haveria de denunciar a pose blasé e ennui que António Lobo Antunes assumira no decorrer do referido evento. Passaram-se 22 anos. Ainda saboreei os seis romances que aquele autor escreveu

Parece querer seguir aquela máxima do “quanto menos legível, melhor”… Eis um autor que inventa obscuridades porque não necessita de saber nada sobre si, não tem histórias a contar. Niilista, homem do sardónico ascetismo, escritor do absurdo (mas Ionesco não é para aqui chamado), Lobo Antunes procura os seus recursos literários no vazio do sentido e da signi-

logo a seguir aos acima enunciados. Mas a partir de Exortação aos crocodilos (1999) enjoei… Fartei-me de tanta narrativa sem sequência nem consequência. Cansei-me de uma escrita despojada, minimalista, ácida e árida; uma escrita no osso, no gume da faca… Os temas até que não são desinteressantes: o vazio, a solidão, a agonia do real, a incomunicabilidade irremediável, o vácuo, a angústia do quotidiano, a fragilidade humana, a perda da ilusão, a frustração de viver e não ser amado, o amor ou a ausência dele, a morte… Mas há aquela chateza dos monólogos e aquela desagregação narrativa… Acho até muito bem que o autor opte por uma prosa virada do avesso, que limpe da escrita tudo o que é acessório, reduzindo-a ao essencial. Calha sempre bem ser-se moderno e modernista… Só que António Lobo Antunes não é Samuel Beckett. Nem Kafka. Nem Joyce. Mas teima em escrever como eles. E o resultado está à vista: o escritor português cria, nos seus romances, tensão dramática com a inacção e faz do aborrecimento um tema… Investindo na opacidade, enche páginas e páginas de palavras gritadas, exasperadas, extenuadas, vazias… Acho sinceramente que, nos seus últimos oito romances – Não entres tão depressa nessa noite escura (2000), Que farei quando tudo arde? (2001), Boa tarde às coisas aqui em baixo (2003), Eu hei-de amar uma pedra (2004), Ontem não te vi em Babilónia (2006), O Meu Nome é Legião (2007), O Arquipélago da Insónia (2008) e Que Cavalos são Aqueles Que fazem Sombra no Mar? (2009) – António Lobo Antunes escreve muito para não dizer nada…

ficação. E que dizer das suas personagens, seres desvinculados de toda a contingência exterior? O autor esvazia-as num débito verbal sem fim. São personagens que não têm nada de naturalista, não estão ao serviço de uma realidade a descrever. São figuras irrisórias que se movem sem uma finalidade perceptível. Nada se passa nestes últimos romances deste autor. Eu não consegui passar da página 30 de Eu hei-de amar uma pedra, nem da página 20 de Ontem não te vi em Babilónia e fiquei-me pela página 10 de O Meu Nome é Legião, pela página 13 de O Arquipélago da Insóni e, vá lá, pela página 50 de Que Cavalos São aqueles Que fazem Sombra no Mar?. A culpa será só minha?

Victor Rui Dores

C

onheci-o pessoalmente em Novembro de 1987, aquando da realização de umas Jornadas Literárias de má memória. Foi em Ponta Delgada e eu estava por perto quando ele, por nada saber sobre a tradição literária açoriana e lançando um olhar cúmplice à Clara Ferreira Alves, resmungou: - Porra que o Mau Tempo no Canal é a Bíblia dos gajos!

Os “gajos” éramos nós, suaves escritores açorianos, na altura bem mais jovens, menos vividos e mais magros… E ele era o aclamado escritor António Lobo Antunes, então com os seguintes romances publicados: Memória de elefante (1979), Os cus de Judas (1979), Conhecimento do Inferno (1980), Explicação dos Pássaros (1981), Fado Alexandrino (1983) e Auto dos Danados (1985) – livros que eu havia lido com muito gosto e interesse. Autor e narrador são entidades distintas, já se sabe. O António Lobo Antunes decepcionara-me como pessoa, mas continuei a apreciar os seus livros. Até porque as ditas Jor nadas haviam decorrido sob o signo de equívocos, mal entendidos e outros azedu-

Apenas Duas Palavras

Diniz Borges [email protected] Ao entrarmos em pleno Outono de 2009, apresentamos um texto do nosso amigo e colaborador, o poeta Victor Rui Dores. Desta feita uma análise/memória aos romances do célebre escritor português António Lobo Antunes. Tal como nos diz Victor Rui Dores, as crónicas que Lobo Antunes escreve para a revista Visão, têm sido, quase todas verdadeiros tesouros. Em relação ao seus romances, aí é outra história. Que Lobo Antunes vende livros em Portugal ninguém o nega. Se são todos lidos, deverá ser segredos dos deuses. Porém, o que Victor Rui Dores fala nesse seu texto é de algo que desde sempre aconteceu nas relações entre Portugal e as suas ilhas. Ninguém põe em causa a criatividade dos açorianos, e das nossas ilhas têm saído ficção, poesia e crónicas de grande qualidade. São vários os escritores residentes nos Açores que não são grandes nomes nacionais, única e simplesmente porque não vivem nem têm um lobby no continente português. Mais, acredito que o imaginário português, apesar das barreiras que têm sido destruídas não tem tido espaço para incluir os Açores. Abraços diniz

Acho tudo aquilo uma fraude, a começar pela disposição gráfica do texto. E não me venham com as tretas da estética – aquilo não é estética nenhuma: é pura aldrabice para que os romances tenham muitas páginas… E ninguém diz nada? Diz alguma crítica que considera obrasprimas os trambolhos acima referidos. Seguem-se as edições ne varietur da sua obra. (Há quem, nas universidades, ganhe currículo com isso). Outros consideram Lobo Antunes um grande escritor, candidato ao Nobel da Literatura (a começar pelo próprio…). Atrás dele soam as trombetas ruidosas da propaganda e do marketing… Lobo Antunes está na moda, vende. Mas pergunto: quem compra Lobo Antunes lerá, na íntegra, Lobo Antunes? E o que será de Lobo Antunes quando o inexprimível passar de moda? Fique bem claro que nada tenho contra este escritor, eu que sou admirador incondicional das belíssimas crónicas que ele vem publicando na revista “Visão”. Agora que fique ele sabendo, ou alguém lhe diga por mim, o seguinte: no meio do Atlântico, há um homem de letras (há mais de trinta anos no activo) que não se deixa enganar, nem confunde literatura com vontade de gastar papel. Horta, ilha do Faial, Açores, 14 de Setembro de 2009



COMUNIDADE

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Semana de Cultura Açoriana Passando o nosso legado cultural

A

cidade de Tulare, através das suas escolas do ensino secundário acaba de celebrar a Nona Semana de Cultura Açoriana. De 4 a 9 de Outubro as escolas secundárias de Tulare celebraram as ilhas dos Açores com notas explicativas sobre a geografia e a história dos Açores nos boletins que se publicam diariamente nas três respectivas escolas. Cada dia foi dedicado a uma ilha diferente com os alunos a trajarem com a cor da mesma. Nas aulas de língua e cultura portuguesas houve várias actividades ligadas à geografia, história, costumes e tradições dos Açores. A semana teve como ponto alto dois eventos. Na quinta-feira dia 8 de Outubro, realizou-se uma noite cultural intitulada “Voices, Music and traditional Dances of the Azores” Vozes, Musica e Modas Tradicionais dos Açores. Sob a orientação do poeta e dramaturgo Álamo Oliveira um grupo de alunos de Português apresentou uma leitura dramática de textos do poeta Pedro da Silveira. De seguida a aluna Jennifer Bettencourt leu um poema de Art Coelho e por último os alunos de Português IV-H apresentaram algumas modas do folclore açoriano. A noite terminou com um “Azorean Sweet Tooth”, uma prova de doces açorianos. Este even-

to teve o patrocínio da Direcção Regional das Comunidades, do casal Frank e Fernanda Serpa de Visalia, do Beachcomber Hotel na cidade do Pismo Beach e da Família Simões de Tipton. Cerca de 350 pessoas estiveram presentes neste acontecimento que ocorreu no auditório e no refeitório da escola Tulare Union High School. Na sexta-feira, 9 de Outubro aconteceu o nono Festival de Cultura Açoriana para a Juventude. Das 9 da manhã até às 3 da tarde, os alunos estiveram no salão português TDES. Aí cerca de 210 alunos participaram numa amalgama de actividades ligadas à nossa cultura. A manhã começou com a apresentação dos hinos nacionais que foram tocados por alunos que são membros da Filarmónica Portuguesa de Tulare. Houve dois oradores: Lucy Ferreira VanSyoc, directora da escola Tulare Western High School e David Macedo, vereador da Câmara Municipal de Tulare. Ambos falaram das suas experiências, a Directora VanSyoc como emigrante dos Açores e o Vereador Macedo como luso-descendente de terceira geração. Houve ainda apresentações sobre as várias organizações da comunidade local. Todas as organizações locais foram convidadas a fazer uma

breve explanação sobre as suas organizações, como forma de aliciar os mais novos. Tivemos a presença do Clube Cabrillo do Condado de Tulare, da Filarmónica Portuguesa de Tulare e do TDES. Houve música, os alunos aprenderam modas tradicionais dos Açores e o dia terminou com a actuação da cantora Emily. Foi mais uma semana dedicada à cultura açoriana na cidade de Tulare. Um evento que envolve protocolos de cooperação entre as associações de estudantes das escolas, as nossas organizações, e os pais dos alunos.

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ENGLISH SECTION

1 de Novembro de 2009

serving the portuguese–american communities since 1979

Ideiafix

Miguel Valle Ávila

portuguese

• ENG L ISH SECTION

[email protected]

Five Wounds Portuguese National Parish - 95 years

T

he Portuguese National Parish of the Five Wounds in San Jose will be shortly celebrating 95 years of service to Bay Area Catholics. The parish was approved by the Archdiocese of San Francisco on November 8, 1914, the land for the church had been bought the previous year on November 16, 1913 with the great assistance of Mr. Manuel Teixeira de Freitas of San Rafael, CA. On November 15, 1914, Monsignor Henrique A. Ribeiro celebrated the first Mass as Pastor of the new parish in the Holy Spirit chapel.

On October 1, 1916, Archbishop Edward Hanna of San Francisco blessed the first stone. On Assumption Day 1917, there was an “abundant” lunch served to celebrate the first shingles in the church’s roof. On June 29, 1918, the first Mass was celebrated in the new church. The official dedication would take place on July 13, 1919 of the new Church of the Five Wounds of Our Lord Jesus Christ (as described in the official booklet). In the souvenir booklet of the church’s dedication entitled “Lembrança do Dia da Dedicação da Igreja Portuguesa das Cinco

etc. We just can’t find, if only in a finite number, priests of the Holy Religion of the Divine Jesus. The sons of the Portuguese attend with distinction universities, all primary and secondary schools, but they don’t attend the seminary of Menlo Park. Currently, only two are there, one who came from the Azores Islands. The Portuguese of California don’t let any others be better at work ethic, honoring contracts, in community movements. They are almost always the first in several branches of industry, the first in benevolent societies. They appear with honor in parades, in civic parades, in floats, in national celebrations, in annual conventions, but in demonstrations of their creed they are last, exception made to the Holy Spirit festa. You go to any Catholic church in this state, except for five or six, and the Portuguese are found in numbers very limited and in the last pews, almost always next to the entrance door, standing, as being afraid of being seen or for being expelled from the house of God. Portuguese people! The time of slavery is gone and we were never slaves of anyone. For sixty years, we were under the rule of Spain, but as a free and independent nation. We are in a country of freedom, where the rights and privileges are equal for all. You have demonstrated in California your worth and power with relation to the benevolent societies; why not show also your worth and power in relation to your religious beliefs. The Irish have their churches; the Italians have their churches; the Spanish, the German, the Polish, all have their churches; the Protestants, Lutherans, Episcopalians, Presbyterians, Methodists, Baptists, Adventists, all, all have their temples; the Chinese, the Japanese, and the Indians have their pagodas; the Jews their synagogues; the Masons their lodges and even

If in California we had, from the beginning, converted for the benefit of the Catholic Religion just the profits from the Holy Spirit festa, today we would have had in many places churches, schools, and even Holy Houses of Mercy for poor sick patients and indigents of our nationality. What a shame! So much money has been spent throughout this state, thousands and thousands of dollars without much benefit for the Portuguese colony and for the Catholic Religion that is the most precious heritage that the Portuguese should leave for their children in this adopted nation. Just see what we have done in such a short period of time in San Jose! he Church of the Five Wounds honors the Portuguese colony of California and brilliantly demonstrates how big is the faith and piety of the Lusitanian people in these remote passages. If from the beginning, there was better guidance in this respect, if some of the sons of the Portuguese born in this state had attended the archdiocesan seminary, as many have attended universities, high schools, today in California we’d be so well represented religiously as we have socially, and we would have been emancipated little by little, with the obvious allegiance to the hierarchical superiors, from the oversight of

T Chagas” (date July 13, 1919, Sousa Print), Monsignor Ribeiro wrote:

I

t’s sad to say this; but it is forceful to confess it. In this country, we see Portuguese, sons of Portuguese, doctors, bankers, capitalists, physicians, lawyers, pharmacists, businessmen, industrialists, ranchers, factory workers, public servants,

Satan his fearing deeds and only the Portuguese in this country will not have their churches to adore God in spirit and truth and to preserve our saintly religious traditions in our dear Nation!? Let’s remember that we belong to a noble and combative nation that took our Catholic faith from Lisbon to Malacca and from the ends of the Atlantic to the ends of the Pacific.

foreign priests who not knowing our noble traditions and the religious customs of our dear nation, many times belittle us and instead of attracting us really move us away from the Church with great detriment to the spiritual well-being of our souls. In the East [Coast], the Portuguese have progressed admirably in the religioussocio-catholic field. Just among the three dioceses of Boston, Fall River, and Providence, there are almost 30 churches genuinely Portuguese. We should only hope to imitate those brothers of ours, always giving fame as good Catholics to all the world. […]

ENGLISH SECTION

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Paradise discovered by Five Educators

A

s we were landing in the island of Terceira, I stared at the miniature patchwork-like fields spotted by white-washed homes with red roofs and at a landing strip barely long enough to accommodate the planes landing there. From that moment of our arrival to our departure 15 days later, it was the first of many surprises that enchanted us, five widely-traveled educators on their first trip to the Pearls of the Atlantic. At first glance, I thought that this was Hawaii or a Caribbean island without the negative aspects of poverty, homelessness, crime, tourists, and traffic. But that would be far too simplistic a description. To quote the poet Emanuel Jorge Botelho, the Azores comprise “the sea (which is) still an enormous blue fish, nine scales caressed by the water…” Imagine a group of nine islands of stunning beauty: the magnificent beauty of the sea, at times wild and at others placid, the beauty of the people open and welcoming of strangers to their islands, the green and purple beauty of the fields and roads lined by magnificent hedges of hydrangeas, the simple beauty of village churches and miniscule cemeteries. This is the Azores, a land of enchantment. The Azoreans live daily with this beauty. They accept it as part of their heritage. But for first-time visitors, this was a voyage of discovery. We really didn’t realize that we were en route to a semi-tropical region, and this lack of knowledge led to many surprises. On the island of Terceira, we marveled at the variety of Impérios, dedicated to the Holy Spirit, and a church where Sephardic Jews are buried under the current church. We also watched a “tourada à corda” where two of the men in our party participated. On Pico, we saw a former whale processing plant and vineyards formed in lava fields. On the island of Faial, we visited Caldeira, where we hiked to an enormous volcanic crater and learned about the Capelinhos volcano that shaped the immigration patterns of Azoreans to California and other states for the decades that followed its eruption. On San Miguel Island, we visited the beautiful Furnas Valley, the only tea plantation in the Western Hemisphere — Chá Porto Formoso, and savored the delicious pineapples.

But it was on São Jorge Island that we found our home away from home. Our friend and colleague, Duarte Silva, who served as both our host and tour guide throughout our journey, had often spoken about the beauty of his island, but we never realized that what he really meant was that the people of São Jorge are the beauty of that island. The inhabitants of Fajã do Ouvidor welcomed us as family. No sooner had we arrived there, my travel companions, Simone Lewis, Pat Nakashima, Ken Yamamoto and David Hernandez and I were invited to a sardinhada at the port and this was one of the many culinary delights that we experienced throughout our journey. We shared meals: queijo de São Jorge, as well as de São João, from Pico, bacalhau, torresmos, inhames, lulas, lapas (gathered by a young soldier just hours before we ate them), polvo, alcatra, caldo de peixe, and caldeirada de congro e mero, and so much more…. We toasted our Azorean journey in every possible way with a variety of wines —white, red, verde, Porto, as well as with aguardente.

We shared conversation, even when we had to navigate our communication exchanges via English, Portuguese, Spanish and French. São Jorge will remain in our memories: from the priest who served us his homemade anjelica and banana bread (made from Azorean bananas, of course), to Master Chef, Armando, who impressed us each day with his culinary delights, to the beautiful Nair, her daughter Lucia and her husband Jorge, who gifted us each with a book featuring the beautiful District of Velas so that we could remember their island. But we could never forget it, nor the

other islands we visited. My thought, as we boarded our Sata flight for our return home, was that the Azores NOT be discovered by the hordes of tourists who have made Hawaii such a tourist destination. I would like to return to this undiscovered corner of paradise, to find it as unspoiled as it was the first time I went there.

Lorraine D’Ambruoso

Do Pacifíco ao Atlântico

Rufino Vargas

The Olympic’s Fiasco

T

he failed mission of our President Barack Obama and first lady Michelle, to Copenhagen, Denmark, to persuade the International Olympic Committee to award the games to his hometown – Chicago, was in my perspective wasteful, misguided, unwise and embarrassing. With trillion dollar deficit and two troublesome wars with unpredictable outcome , burning $100,219 an hour to ride on Air Force One, plus a fleet of cargo planes to carry his armored limousines , helicopters, staff and other equipment, as well as a detachment o Secret Service, was a gross waste of our resources. The mission was doomed from the beginning owing to the bad relations between the US Olympic Committee and the IOC. The competition was stiff involving other cities, offering more attractive options, ending with Rio de Janeiro as the final winner to host the 2016 Olym-

pic Games. This was not a mission for the Commander-in-Chief. He should have delegated that task to someone knowledgeable enough to deal with these intricate matters. First, it was his unwise pronouncement regarding the arrest of a black Harvard professor by a white policeman. The incident, notwithstanding lawful was plagued with racial overtones. The President came out in public and declared on national television that the Cambridge, Massachusetts Police had behaved stupidly. After recognizing his mistake, he tried to correct it by inviting the policeman, the professor along with the Vice President Joe Biden for an Oktoberfest in the White House lawn. I voted for Obama, but now after these gaffes I am somewhat troubled by his misguided and poor judgment. Now I am wondering how he would answer that dreadful 3:00 AM phone call.

All photos are from Fajã do Ouvidor, São Jorge Island, Azores

Executive Director California Language Teachers’ Association San Jose, California

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ENGLISH SECTION

1 de Novembro de 2009

California Chronicles

Ferreira Moreno

O

nce again, the Spanish city of Pamplona held its centuries-old festival called Encierro, better known in English as the Running of the Bulls. The pageantry evolves annually from July 6 to July 14, with a day set aside to honor St. Firminus, Pamplona’s patron saint, equally esteemed as San Firmin or San Fermin by the Spaniards. The succession of events achieved great notoriety after the 1927 publication of Ernest Hemingway’s novel The Sun Also Rises. The book was originally published in Britain under the title FIESTA, by which it is still known in Spain. It became a major movie in 1957, followed by another movie made for television in 1984. Presumably, the city of Pamplona derived its name from Pompey, a famous Roman general and statesman, who established an outpost in Spain in the year 75 BC, and named it Pompeiopolis. Regarding 4th century St. Firminus, it is alleged that he was a native of Pamplona, who converted to the Catholic faith and went as a missionary to Gaul, where he became bishop of Amiens and was martyred there. According to one legend, he was killed by a bull, but another legend states he was decapitated. There are claims that his remains are kept at the Cathedral of Amiens, and that his relics can be found at Pamplona. He is reve-

red as patron saint of both cities, and his patronage is invoked by bathers, coopers, bakers and wine-merchants. Furthermore, he is considered to be the protector against scurvy and shingles. St. Firminus’ silver bedecked and dark—faced statue is on display on a chapel at the San Lorenzo parish church, from where it is taken outdoors every year for a colorful procession on the streets of Pamplona. The nine-day, round-the-clock festivities (singing, dancing and drinking), also called Los San Firminos, start at noon on July 6 with the sounds of church bells, and wind down with a candlelight parade on the night of July 14. Besides spectacular fireworks and carnival features, there are builfights every afternoon and, of course, the encierro or running of the bulls each morning. The encierro begins at 7 AM with the launching of a chupizano (signal rocket) as a warning to all participants. Seconds later, another rocket is launched signaling the release of the bulls. If the bulls (six in number) are not in a tight herd, a third rocket is fired, as a warning of the danger posed by a stray bull on a rampage. Those bulls are accompanied by a small herd of calves and steers to help keep them bunched up and therefore less dangerous. Once the bulls reach the Plaza de Toros (bullring), they are quickly penned.

Ao grande amigo que foi Pe. Carlos Macedo Estavas sozinho no teu quarto, aproximei-me de ti, olhos cerrados, falei-te, não respondeste, toquei-te, não reagiste, estavas inerte, moribundo. O manto da morte pairava sobre ti, e o desejo de derramares o que te ia na alma, era já morto. Foi tarde demais... desilusão. Partiste, sem dizer ADEUS. Não fora o sonho, a luz Divina da verdade e do caminho, que me levára à tua derradeira morada, jamais saberia da tua secreta viagem.

The running of the bulls

The encierro lasts only a few minutes. Despite all the fun, one must not forget the risk of getting caught and gored by the bulls. In fact, serious injuries and even fatalities are not uncommon. Hundreds of brave and/or foolhardy men run ahead of the bulls. The runners sport the traditional costume of white shirt and pants, red beret, bandana and sash. Women are prohibited from participation, and those who attempt it are physically prevented. The Estafeta street leading to the bullring is appropriately dubbed Suicide Alley. At 6:30 PM the bullfights are held in the Plaza de Toros. Tickets for the bullfights are sold almost a

Quatro gaivotas cinzentas, sentinelas macabras, testemunhas de Geová, imoveis, frustradas, sombra denegrida austera e sem pejo, tentaram, inultilmente, impedir de ver-te subir à sala privada, solitária, ao lado to teu maior amigo, onde, um dia, só Deus o sabe, habitarei também o mesmo apartamento, mesmo a teu lado, e, então, tenho a certeza me contarás a tragédia da tua desventura, os últimos dias que vagueaste iludido, indefeso, na orla das mortais impúdicas. Que Deus te tenha no Seu Santo Reino

year in advance, but ten percent are reserved and sold at the bullring each evening for the next day’s fights. The Running of the Bulls, which in Portuguese takes the name of Espera do Gado, is also an annual tradition observed in Portugal, namely at Vila Franca de Xira, a town situated on the west bank of the River Tagus, 20 miles northeast of Lisbon. During the first weekend of July visitors flock to the site for the Festival do Colete Encarnado, named after the scarlet waistcoat worn by the mounted herdsmen called the Campinos. The festivities include bull running and herding competitions in the streets,

bullfighting in the town’s arena, displays of the region’s lively folk dancing, and outdoor snacking on sardinhadas (grilled sardines), pork steaks and chicken. Wearing a wide scarlet sash, Tight breeches and white stockings, The campino enters the fray On the fields of Vila Franca When at a gallop he goes, His whole being full of pride, He is not troubled or tired By the hottest sun in July

Actividades para os mês de Novembro 2009

M.R.

COMUNICADO A Fundação Portuguesa de Educação para o Centro da California leva a efeito o seu Banquete Anual no Salão Paroquial de Nossa Senhora da Assunção dos Portugueses o dia 20 de Novembro de 2009 com o seguite programa:

18 horas – Hora Social (No-host Cocktails) 19 horas – Jantar 20 hors – Apresentação das Bosas de Estudo e Reconhecimentos 22 horas – Sarau Dançante 1 hora – Encerramento

Além da apresentação das bolsas de estudo, serão reconhecidos o estudande, empresário, professor e cidadão do ano 2009. O custo do bilhete é de $35.00 por pessoa e os mesmos encontram-se à venda com todos os membros desta Fundação. Reservas poderão ser feitas até ao dia 6 de Novembro de 2009. Para mais informações poderão ligar para Sergio Pereira (209) 564 6863 ou John Dias (209) 668-9468. Não haverá venda de bilhetes à porta.

State Youth President Ashley da Silva, Supreme President Marie Kelly and Next Generation President Monique Vallance

November 7 - Council #110 Visalia November 15 - Council #94 Tulare November 21 - Council 8 Pleasanton November 22 - Council #21 Selma

COMUNIDADE

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CONNECTICUT ACOLHEU GALA ANUAL PELA PRIMEIRA VEZ

PA L C U S re c o n h e c e u e m H a r t f o rd figuras da vida luso-americana Henrique Mano Cortesia do Luso-Americano O estado de Connecticut acolheu pela primeira vez a reunião anual do PortugueseAmerican Leadership Council of the United States (PALCUS), que decorreu

sexta-feira ultima numa unidade de hotelaria na cidade-capital de Hartford. No sábado, o salão nobre do Clube Português, em Newington, era palco da 13ª Gala desta entidadede de cariz nacional, que há duas décadas se bate pelos interesses das comunidades luso-americanas e de Portugal. Na noite de Sábado, ao congressista John Larson (que representa o Distrito Eleitoral de Connecticut), juntou-se o Senador Estatal Marc Pacheco, a deputada estatal Rosa Rebimbas, o embaixador de Portugal nos EUA, João de Vallera, e o cônsul honorário no “Estado Constituição”, Abílio Gouveia. O serão de gala teve como ponto alto a atribuição dos Prémios de Liderança do PALCUS, que este ano voltaram a evidenciar o que de melhor as comunidades lusas tem para oferecer, nas mais diversas áreas. Foram, assim, distinguidos, por ordem de entrega, Pilar Coelho (“Young Promessa”, presidente da Comissão Organizadora do Dia de Portugal em Rhode Island), o empresário Manuel Eduardo Vieira, produtor agrícola na California (“Business”), José Covas, líder comunitário e figura filantrópica na área de Long Island (“Community Service”), o antigo tesoureiro do estado de Rhode Island, Paul Tavares (“Public Service”) e o jornalista de culinária David Leite, que acaba de publicar o seu primeiro livro de gastronomia - “The New Portuguese Table” - pela editora Clarkson Potter, de Nova Iorque (“National Award”). “Para mim foi uma grande honra receber este prémio”, confidenciou David Leite ao LUSOAMERlCANO, sobretudo por- que depois de ter renegado, em jovem, as minhas origens portuguesas, agora tenho um orgulho profundo em fazer parte desta imensa familia luso-

Manuel Eduardo Vieira, João de Vallera, Pilar Coelho, José Covas, Paulo J. Tavares e David Leite

Membros do direcção do PALCUS com os homenageados da Gala de 2009 em Hartford e convidados de honra Esquerda - Angela Simões entrega o Prémio a Manuel Eduardo Vieira

americana”. O antigo tesoureiro do estado de Rhode Island, Paul Tavares, recipiente do Prémio de Liderança no campo do Serviço Público, também se mostrou “muito honrado” pelo reconhecimento do PALCUS, “sobretudo por se tratar de uma organização a nivel nacional”. Para a deputada estatal Rosa Rebimbas, de Connecticut, a mensagem de união e cada vez mais importante no seio do PALCUS - “por forma a avançarmos a todos os níveis sem nos esquecermos das nossas origens”. Fernando G. Rosa, presidente da gala de 2009, faz eco da mesma

mensagem, sublinhando que o PALCUS “tem que chegar cada vez mais ao maior número possível de comunidades, para marcar a diferença de forma vincada”. O senador estatal Marc Pacheco concorda e incentiva a organização a prosseguir no seu papel de promotora dos valores lusoamericanos. Do program a da noite de sábado fez parte a apresentação, por parte de dois elementos da FLAD, do livro “Dabney - Uma Familia Americana nos Açores”, de Maria Filomena Mónica. Em 2011 o PALCUS assinala o seu 20° aniversário, regressando

a Washington, DC com a gala anual - enquanto que a de 2010 vai ter lugar no estado de Massachusetts, possívelmente em Dartmouth.

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