Sobre o Autor Ivan Illich nasceu em Viena no ano de 1926 e faleceu em Bremen, na Alemanha em Dezembro de 2002. Formado em física (Florença), filosofia e teologia (Roma) e doutoramento em História (Salzburgo). Foi também em Roma que Illich entrou para o seminário (1951), onde teve como colegas muitos dos futuros diplomatas do Vaticano e onde se ordenou sacerdote.Por ser fluente em dez línguas, Illich tornou-se intérprete do Cardeal e teve como função preparar sacerdotes e religiosas para a comunidade hispanoamericana. Nos anos 60 mudou-se para o México onde criou o Centro Intercultural de Formação (CIF), com o objectivo de sensibilizar missionários para trabalhar na América Latina. Foi co-fundador do Centro de Informação e Documentação (CIDOC), espécie de universidade aberta, especialmente voltada para os problemas da educação e independência cultural do Terceiro Mundo, sobretudo da América Latina. Foi professor convidado de filosofia, de ciência, tecnologia e sociedade no estado da Pensilvânia, sendo também docente na Universidade de Bremen onde morreu no dia 2 de Dezembro de 2002. Perspectivas mundiais: o sentido da série "É tese de perspectivas mundiais que o homem está em via de desenvolver nova consciência que, poderá levar a raça humana para além das coisas que a bloqueiam". Este tema, foi planejado para aprofundamento do sentido da vida humana, que ajuda na determinação da História, dedicando-se ao fato de considerar que o homem nasceu através de uma nova visão da realidade, define a força da mente e do coração como capacitação da recriação da vida humana, procurando encorajar a esperança social e o orgulho decisivo do homem quanto ao seu destino. Também reconhece as mudanças que precedem vigorosa reavaliação e reorganização intelectual, atuando na compensação que recusa violação da força moral no universo, dependente do esforço humano. Desde a intervenção humana no processo evolutivo, o homem está lutando por uma mudança fundamental, "sabendo dirigir o processo para sua consumação e não para sua destruiçao." Tendo o homem intervido no processo evolutivo de maneira inteligente, acelerou e amplioua campo de possibilidades, assim não modificando o fato de continuar sendo um processo experimental, concluímos que vivemos num "mundo de processos e estruturas dinâmicas." Nenhuma civilização anterior a nossa enfrentou a especialização científica, o nosso único problema é a diferenciação, denominada crise do conhecimento. O conhecimento irá libertar o ser humano do medo, orientando-o para a reabilitação do seu querer e do "renascimento da fé e da confiança na pessoa humana." A realidade é que a pessoa coletiva e a pessoa individual se completam, a humanidade não pode mais contar com o autoritarismoproletário, e sim em uma "fraternidade sacramental e na unidade do conhecimento." A atual geração está contribuindo com o descobrimento de que a História não se conforma com a animação social e que a "organização de comunidades humanas e o estabelecimento de liberdade e paz não são apenas conquistas imtelectuais mas também conquistas espirituais e morais." Com a igualdade sendo identificada permutabilidade, se negará a pessoa humana e a individualidade ficará reduzida a uma máscara sem face. Introdução O autor deve seu interesse pela educação a Everett Reimer, nunca havia questionado a extensão da obrigatoriedade escolar a sociedade. Juntos, concluiram que a maioria do povo tem direito de aprender, sem ser obrigado a frequentar a escola. Valentini Borremans, também participava dos diálogose insistia para esta reflexão fosse testada na América Latina e na África. A universalização escolar não é possível na escola, sendo mais acessível se outras instituições tentassem usando o modelo de escola atual. O relacionamento entre professores e alunos, nem aumento de práticas educacionais, nem o prolongamento da
responsabilidade pedagógica vai contribuir para a universalização escolar. A teia educacional aumenta a chance de transformação num instante aprendizado, de participação e cuidado. O autor pretende abordar discussões sobre enfoques que nos levam a perplexidade ao aceitarmos a hipótese da descolarização social, procurando argumentos para a distinção das instituições merecedoras de progressão por promoverem aprendizado num meio desescolarizado e, esclarecendo os objetivos pessoais podendo fomentar a escola sendo oposto a economia das indústrias de serviço. 1. Por Que Devemos Desinstalar a Escola Nesse capítulo, o autor faz uma reflexão sobre a escola como fator determinante para a educação didática e social do cidadão. Muitos estudantes, principalmente os da classe mais pobre, tem a concepção de que a escola os faz bem incondicionalmente. Então, uma lógica é tomada: Quanto mais longa e extensa a escolaridade, melhores os resultados profissionais. A graduação amplia o sucesso. A maioria das pesquisas realizadas indicam que o sucesso provém da graduação, porém necessitamos de pesquisas que não se voltem para o sucesso profissional e sim para a formação de caráter do ser. Ilustrando, há uma década atrás no México, era normal nascer e morrer em sua própria casa. Atualmente, "agonia e morte passaram à administração institucional de médicos e agências funerárias." Socialmente, os pobres sempre foram impotentes, a confiança nos cuidados institucionais dão uma nova dimensão a essa impotência. Hoje em dia, nos EUA, imigrantes, pobres e negros podem usufruir de assistência profissional que antes nem se imaginava em ter. Os gastos com assistência profissional feitas pelo Governo aumentaram significamente nessas últimas décadas cerca de 3 bilhões de dólares foram destinados a investimento para o bem estar de 6 milhões de crianças, porém não foi suficiente e o fracasso foi eminente, com a solicitação de mais verba por parte das escolas. Essas verbas foram destinadas aos gastos escolares, mas seu uso foi desproporcional, além do preconceito de famílias ricas, pois seus filhos iriam conviver com outras crianças menos desprovidas. Um paradoxo se define, pois a escolaridade é absolutamente necessária e esse movimento se mantém nos países do Terceiro Mundo através das pessoas que serão favorecidas por tal idéia. De um modo geral, a escola tem um efeito anti-educacional sobre a sociedade, pois a escola se prende apenas no âmbito didático e não se volta a formação do cidadão na sociedade em que vive. O custo per capita da escolarização de um estudante nos EUA tomou as mesmas proporções monetárias que o atendimento médico. "A escolarização obrigatória, igual para todos, deve ser reconhecida como impraticável, ao menos economicamente, pois polariza, inevitavelmente a sociedade e quanto maior os gastos na educação, maiores os gastos com vandalismo e reconstrução de patrimônio." Uma alternativa de se pensar em igualdade escolar é não aceitar limites lógicos que a sociedade impõe. A igualdade na educação é realizável, porém não se deve confundir com religião ou com salvação divina. A escolaridade não promove a aprendizagem e nem a justiça, uma vez que o corpo docente geralmente preocupa-se apenas com a formação acadêmica do aluno e esquecem que aprender é ter apto a ter uma nova habilidade ou a exercer uma nova compreensão sobre uma situação presenciável. Como o próprio texto diz, "Instrução é a escolha de circunstâncias que facilitam a aprendizagem." É ilusão dizer que o aprendizado do cotidiano é fruto da aprendizagem em sala de aula. Na verdade, é uma contemplação que se torna necessária. O aprendizado, em grande parte, é desenvolvido casualmente e intencionalmente. Contudo, pelo fato de a
aprendizagem ser algo ocasional, não quer dizer que não necessite de aprimoramento através da instrução acadêmica. Uma explicação para o não comprometimento em ensino de habilidades é porque a escola é ineficiente por ser amplamente curricular, e também por a escola ser vista por grande parte dos alunos como uma estada forçada pelos mais, ou seja, eles não encontram uma vantagem em ir para a escola e assim privam-se de aperfeiçoar suas habilidades. Os exercícios práticos são a melhor forma de aperfeiçoamento das habilidades do corpo discente. O ensino das habilidades pode se basear em fatos reais em que os alunos irão usar de inteligência e bom senso para contornar tal situação. A educação, portanto, sendo fruto de uma instrução somada com um treino prático. Outra proposta do autor é uma forma de compartilhar o conhecimento adquirido, através de uma congregação com pessoas que tenham interesses sobre os mesmos assuntos. Assim, permite a identificação através do debate de idéias e de pontos de vista. Finalizando, o que impede a sociedade de integrar-se com a escolarização é, simplificando, a desescolarização da imaginação atual, pois o simples pensar em escolaridade obrigatória e homogênea abre debates e divergência de idéias em qualquer sociedade nos contra e nos a favor dessa idéia. Porém, é de grande relevância o estudo e a compreensão desse fato. 2. Fenomenologia da escola "Algumas palavras tornam-se tão flexíveis que deixam de ser úteis. «Escola» e «ensino» são palavras desse tipo.Elas se ajustam dentro de qualquer interstício da linguagem como uma ameba." A busca de recursos para a educação precisa de um entendimento para um bom começo, podendo fazer isso de diversos modos. Seria conveniente fazer uma análise para verificar as funções que prestam serviços ou não as pessoas relacionadas a escola, prosseguindo com um levantamento da história cultural ocidental e das informações que levaram ao descobrimento de instituições com o desempenho siilar ao da escola atual, enfim o mais interessante é recordar "inúmeras afirmações desde o tempo de Comenius ou de Quintiliano" e descobrir quais se aproximam mais da escola. Qualquer um dos assuntos nos levará a um começo com uso de certas suposições sobre a escola e educação. "A escola é um processo que requer assistência de tempo integral a um currículo obrigatório em certa idade e com a presença de um professor." A escola organiza seus alunos de acordo com a idade, isso surge a partir 3 condições inquestionáveis: "O lugar de criança é na escola, as crianças aprendem na escola e só se pode ensinar as crianças na escola." Decidimos que as crianças deverão ir à escola para aprenderem o que lhes é ensinado, esperando que conheçam seu lugar e tenham comportamento espontâneo. A meninice era desconhecida dos períodos históricos, e no nosso atual conceito desenvolveu-se recentemente na Europa Ocidental e nas Américas. Antes do século XIX as classes sociais não entediam sobre nada de criança, "o ser criança era coisa da burguesia.", depois da descoberta burguesa, tudo mudou. O Concílio Vaticano ensinava as crianças que aos sete anos era concebido-lhes a liberdade e o discernimento moral e com isso era capaz de cometer pecados que por consequência fariam-lhes serem castigados no inferno eterno; em meados do século XX os pais começaram a evitar a doutrina em seua filhos. Até o século XIX, as crianças de classe média eram instruídas por preceptores e escolas particulares, isso só mudou com o advento, porque com isso a sociedade industrial tornou-se acessível e possível às massas. Algumas pessoas, não podem ou não querem qu seu filho tenha uma infância moderna, mas a infância para os poucos que têm pareece ser um peso, muitos sendo forçados passarem por ela e não se divertir, automaticamente deixando de exercer seu papel. A infância é a passagem de um processo entre a autoconsciência e o papel que a sociedade impõe, invadindo até a idade escolar.
Sem uma instituição escolar obrigatória os jovens das nações desenvolvidas estariam liberados de sua destrutividade e nações subdesenvolidas não teriam como e nem o porque de competir com a infantilidade desenvolvida. Com a desinstalação escolar o preconceito contra recém-nascidos, adultos e velhos acabria e deixaria de favorecer os jovens. A sabedoria típica das instituições nos leva a pensar que as crianças necessitam da escola e o que elas aprendem, devem tudo a escola. Contudo, essa sabedoria é produto da ideologia das escolas. A demanda de alunos por conhecimento aquece o mercado de professores qualificados e a escola é a instituição que aproxima os dois lados. Porém, a maior parte do conhecimento, adquirimos fora da escola, no nosso cotidiano e sem o apoio de professores. Todos nós encontramos uma forma de aprender sem o auxílio de professores. Aprendemos a falar, andar, pensar, brincar, realizar necessidades básicas longe de professores. Pesquisas atentam que metade da população mundial nunca tiveram acesso à escola, não tiveram apoio de professor algum. Os alunos não valorizam o papel do professor, reconhecendo a ajuda do corpo docente sobre o que aprenderam. Alunos mais brilhantes recorrem a livros e vontade própria e alunos menos desprovidos recorrem a sorte e meios ilícitos para passar nos exames, nunca reconhecem a ajuda do professor. As instituições, no entanto, interessamse em criar empregos para seus professores, não importa o que os alunos acham ou opinem sobre isso. A escola, por exigir o máximo dos alunos através das aulas em tempo integral faz com que os professores assumam papéis de terapeutas, psicólogos e guardiões. As crianças, por sua vez, são submetidas a um poder involuntário por parte dos novos psicólogos e guardiões. Através da frequência escolar, as crianças são cuidadas para não perder a cultura do cotidiano ocidental, ao mesmo tempo são mergulhadas em um ambiente mágico e sério. Com a lei da frequência obrigatória, as crianças libertam-se ao fim do dia ou no fim do ano letivo, sendo finalmente expelida quando adulta. Por via das circunstâncias, no currículo escolar incluem-se preconceitos e culpa contra a discriminação social, concedendo aos privilegiados condescendência com a maioria. 3. A ritualização do progresso “O universitário foi escolarizado para desempenhar funções seletas entre os ricos do mundo.” Com a modernização. da universidade houve discordância sobre os privilégios dados aos que forram testados e classificados como poderosos. Os etabelecimentos escolares utilizam os que foram bem nos primeiros estágios para lhes investirem como no previsto. Os portadores de diploma são enquadrados em etiquetas comerciais que constroem em seu interior, e com isso definem o seu lugar na sociedade. O fixação de metas é um novo direito das universidades. Na década de 60 as universidades tinham o poder de fixar metas, com o apoio da ilusão de que a educação é pra todos. “Os estudantes e professores que questionam a legitimidade da universidade, com grandes riscos pessoais, certamente não pensam estar definindo padrões de consumo ou incentivando um sistema de produção.” Atualmente a universidade propicia aos seus membros uma crítica social em geral, concedendo vários privilégios não concedidos a outras partes da população. Hoje em dia ela oferece oportunidades de crítica ao mito e rebel-se contra perversões das instituições. O tríplice função do sistema escolar atual é : simultaneidade da reposição mitológica da sociedade, contradições do mito social e o ritual de reprodução que envolve mito e realidade. Mas o ritual tolerante as contradições entre mito e instituição continua inquestionável, porque nem a ideologia e nenhuma ação social fazem surgir uma nova
sociedade, só a reforma deste rito poderá mudar radicalmente a sociedade. O MITO DOS VALORES INSTITUCIONALIZADOS “A escola nos inicia também no Mito do Consumo Interminável.” Este mito moderno prouduz valores, e consequentemente a produção cria demanda. “A escola ensina que a instrução produz aprendizagem.” A aprendizagem necessita de manipulação de terceiros, sendo resultado de participação significativa; as instituições escolares nos ajuda na identificação do crescimento pessoal refinando planejamento e manipulação. O acarretamento de regressão social, se dá através da transferência de responsabilidade do eu para a instituição quando aceita como obrigação. O MITO DA MENSURAÇÃO DOS VALORES As instituições inculcados pela escola são quantificados. “A escola inicia os jovens num mundo onde tudo pode ser medido, inclusive a imaginação e o próprio homem.” O conhecimento adquirido não pode ser medido por metro, currículo e nem realizações terceiras, nesta aprendizagem pode haver rivalidade apenas em esforço imaginativo, com seguimento de seus passos, mas nunca imitação de procedimentos. “A aprendizagem que eu prezo é re-criação imensurável.” A escola tem a pretensão de passar o aprendizado através de matérias, construindo no interior do aluno um currículo com intuito de avaliar o resultado com parâmetros internacionais. “As pessoas que foram escolarizadas até atingirem o tamanho previsto deixam fugir de suas mãos uma experiência incomensurável.” Para essas pessoas tudo torna-se secundário quando não pode ser medido, sob o julgamento de instrução desaprendem como ser espontâneas, valorizando coisas feitas e o que é permitido fazer. As pessoas que aceitam qualquer tipo de hierarquização têm em sua cabeça que valores podem ser mensurado e produzidos O MITO DOS VALORES EMPACOTADOS “A escola vende currículo.” O currículo é produzido na escola com pretensão em pesquisas científicas baseadas predizendo demanda futura e acompanhando os limites de orçamentos e tabus. O currículo é entregado pelo professor-distribuidor ao alunoconsumidor na qual reações são analisadas para preparação de outro modelo podendo ser denominado: “nãograduado, destinado ao estudante, estudo dinâmico, complementado visualmente ou centrado na matéria.” Quando estudantes se veêm manipulados redobram sua resistência a aprendizagem, e com isso são denominados sadios. O REINO QUE HÁ DE VIR: A UNIVERSALIZAÇÃO DAS EXPECTATIVAS A escola é a harmonizadora das esperanças consumistas, expressadas em exigências na crença produtora, expressadas através de rituais, aumentando e extendendo o crescimento da dependência de um professor em relação ao crescimento fútil sobre senso de onipotência, sendo isso características de um aluno que tem pretensões de expandir o caminho da salvação através dos ensinamentos. Sendo sua meta a celebração mitológica do paraíso terrestre ondeseja interminável, o consumo. A NOVA ALIENAÇÃO “A escola não é apenas a nova religião do mundo.” Tem denominações como: indústria de conhecimento fornecedora de ópio e é considerada o lugar onde pessoas passam anos de sua vida. A alienação era vista como consequência da conversão do trabalho assalariado, poque assim o homem não teria capacidade de criar e ser criado. Os atuais jovens se tornam pré-alienados graças as escolas que os isolam, quando eles têm a pretensão do
produzirem e consumirem seu conhecimento. A escola a usa como preparação de uma vida, com separação educacional real do trabalho criativo, ensinando a necessidade do ensino, para instituições alienadas. Indiretamemte, ou diretamente emprega o povo ou retém pessoas pore toda vida, assegurando o ajuste a alguma instituição. O POTENCIAL REVOLUCIONÁRIO DA DESESCOLARIZAÇÃO A escola não é a única instituição que atrasa a visão humana da realidade, tendo colaborações da vida familiar, do recrutamento militar, da assistência médica e dos meios de comunicação, isto tudo nos leva a crer que tendo uma boa aprendizagem podemos absorvr melhos e transmití-la aos outros. Contando com nossa tentativa de afastamento da escola, vamos ter revelações sobre resistência que acharemos em nosso interior com a tentativa de renúncia do consumo ilimitado e pela hipótese de que outros podem ser manipulados para seu próprio bem. “No processo escolar, ninguém está totalmente livre de ser explorado pelos outros.” “A escola tornou-se problema social; é atacada por todos os lados.” As reinvidicações estudantis que fazem exigências de sua participação na escolha dos pastores, colocaria em perigo a sobrevivência da economia e, da política. Possuímos duas opções que são a crença na apredizagem institucionalizada e o redescobrimento do uso principal da legislação, planejamento e investimento. Não havendo o questionamento de que o conhecimento é uma mercadoria, a sociedade será mais dominada por pseudoescolas e pelo totalitarismo dos gerentes informativos. 4. O espectro institucional “A maior parte dos esquemas utópicos e cenários futuristas requer novas e dispendiosas tecnologias que deveriam ser vendidas tanto às nações pobres quanto às ricas.” A vida ativa colaborará para um futuro promissor, com issso ganharemos espontaneidade, independência, em vez de continuarmos fazendo e desfazendo, produzindo e consumindo. O futuro é dependente da escolha de instituições, que nos dê uma vida ativa, e não desenvolvimento ideológico e tecnológico. É preciso um conjunto de critérios que nos faça reconhecer instituições favoráveis ao nosso crescimento pessoal, tendo em vista investimento os recursos tecnológicos nessas instituições. O espectro institucional foi usado para dar característica ao homem e suas ideologias, isso “muitas vezes gera mais calor do que luz.” O espectro conta com a ajuda das agências manipuladoras. O militarismo é um exemplo disso pois constrói efeitos contrários as ideologias individuais colocando em prática sua própria ideologia, mesmo atuando indiretamente. As instituições que utilizam espontaneidade se encontram em oposição com este espectro. “Os produtores de gêneros de primeira necessidade e dos bens perecíveis pertencem ao centro de nosso espectro.” Satisfazendo a demanda geral e adicionando ao custo de produção e distribuição, o produto sendo básico a competição limita os custos de venda. FALSOS SERVIÇOS PÚBLICOS O sistema rodoviário prevê a locomoção por longos percursos, não se tornando igualitária para quem está aprendendo a dirigir, servindo como acessório aos carros particulares; é preciso fazer distinção esclarecedora entre rodovias e serviços públicos, sendo um serviço público para donos de automóveis, caminhões e ônibus, existindo em consequência de um produto. Este sistema colabora na produção de demanda automobilística. “A escola é o mais insidioso de todos os falsos serviços.” Produzem uma demanda de instituições modernas que complementam o lado direito do espectro.
O questionamento da necessidade de rodovias é visto como romântico, e o questionamento da necessidade escolar é tido como imperialismo. AS ESCOLAS COMO FALSOS SERVIÇOS PÚBLICOS A escola para ter uma semelhança com as rodovias mostra-se aberta a todos, mas se contradiz, pois está aberta somente aos que renovam as matrículas constantemente. O atual nível de custo rodoviário é se faz necessário para a locomoção das pessoas, com isso as escolas se fazem necessárias para que cheguem até a competência que a sociedade exige, através da tecnologia. Resumindo, as rodovias são serviçoes públicos espúrios e as escolas se baseiam na espuriedade, tendo como base a hipótese “de que a aprendizagem é resultado do ensino curricular.” “Hoje em dia todas as escolas são obrigatórias, intermináveis e competitivas.” 5. Concordâncias irracionais² A atual crise educacional exige revisão da ideologia da aprendizagem escrita na lei pública e não apenas em seus métodos. A tentativa de mudanças comportamentais parecem ser mensuradas e responsáveis pelo processo de apenas “um lado da moeda”, o outro lado da moeda é a pacificação da nova geração para atrair o mundo de sonhos antepassados. “As dissidências encobrem as contradições inerentes ao próprio conceito de escola. Os sindicatos de professores, os feiticeiros da técnica e o movimento de libertação educacional reforçou o enganjamento da sociedade toda nos axiomas fundamentais do mundo escolarizado.” Os estudantes sentem-se paranóicos quando são submetidos ao currículo, estando mais assustados que seu interior, porque seus objetivos estão marcados inescrutavelmente. “Os inovadores educacionais ainda acham que as instituições educacionais funcionam como funis para os programas por eles empacotados.” A educação é considerada consequência de um processo institucional feito pelo educador, as relações sendo do fornecedor e consumidor, a pesquisa da educação continuará como processo circular, reunindo alguns argurmentos favoráveis à necessidade de embalagens educacionais para que a entrega ao consumidor seja mortal. Para ocorrer uma revolução na educação é preciso um dupla inversão: “nova orientação das pesquisas e nova compreensão do estilo educacional de uma contracultura emergente.” Nossas instituições estão a serviço do professor. As estruturas relacionadas com nossa necessidade nos capacita descobrir a definição de si mesmo através da aprendizagem e contribuição de terceiros. 6. Teias de aprendizagem Quando pessoas são pressionadas na especificação de seu saber e valores, admitem que aprederam, fora da escola. O conhecimento dos fatos, a compreensão vital e trabalhista vêm de vários fatores como: amizade ou amor, televisão ou leitura, exemplos, etc. “As atitudes já estão mudando. A orgulhosa dependência da escola desapareceu. A resistência do consumidor aumenta na indústria do conhecimento.” Muitas pessoas gostariam de ser independentes da escola, isso é um impedimento da criação da frustação, pois não têm linguagem adequada e próprio interesse esclarecido, não conseguindo assim visarem uma sociedade sem escolas ou escolas numa sociedade que a desinstalou. Só obteremos o inverso da escola quando admitirmos que podemos depender da aprendizagem automotivada, assim podendo oferecer relações com o mundo. UMA OBJEÇÃO: QUEM PODE SERVIR-SE DE PONTES QUE NÃO CONDUZEM A
LUGAR ALGUM? As instituições educacionais propostas estão concebidas a serviços de uma sociedade que não existe, sendo que a frustração contra às escolas é grande força impulsionante para mudar e permitir novos arranjos sociais. “Uma objeção óbvia foi levantada contra essa abordagem: por que canalizar energias para construir pontes que não levam a lugar algum, em vez de orientá-las primeiro para mudar o sistema político e econômico e não as escolas?” As escolas se tornaram independentes da ideologia professada através do determinado governo ou organização do mercado. As escolas são bem parecidas em todos os países, “sejam fascistas, democráticos ou socialistas, pequenos ou grandes, ricos ou pobres.” A identidade do sistema escolar nos faz reconhecer a identidade mitológica, o modo produtivo e o modo de controle social, mesmo existindo variação na mitologia, mesmo com esta identidade é ilusão ter as escolas como variáveis dependentes, sendo ilusão também esperar que a mudança da escola ocorra graças a mudanças na economia ou na sociedade. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE NOVAS INSTITUIÇÕES EDUCATIVAS E FORMAIS Um sistema escolar para ser bom tem que ter 3 lemas que são, acesso aos recursos aos que querem aprender, capacitação de encontro dos que queiram compartilhar sua aprendizagem com os que queiram aprender algo e dar oportunidades para os que queiram apresentar projetos ao público tendo possibilidade de ser conhecido. “As escolas estão baseadas na suposição de que há um segredo para tudo nesta vida; de que a qualidade da vida depende do conhecimento desse segredo; de que os segredos só podem ser conhecidos em passos sucessivos e ordenados; de que apenas os professores sabem revelar corretamente esses segredos.” O termo ”teia de oportunidades” designa modalidades de acesso a cada conjunto de recursos, a palavra “rede” designa canais reservados ao material para a doutrina. O público precisa de novas redes, que sejam elaboradas para darem oportunidade a aprendizagem e ao ensino. QUATRO REDES “O planejamento de novas instituições educacionais não deve começar com as metas administrativas de um príncipe ou presidente, nem com as metas de ensino de um educador profissional e nem com as metas de aprendizagem de alguma classe hipotética de pessoas. Não deve começar com a pergunta: O que deve alguém aprender?, mas com a pergunta: Com que espécie de pessoas e coisas gostariam os aprendizes de entrar em contacto para aprender?” Os recursos de educação em geral são intitulados de acordo com metas curriculares. Uma proposta a ser feita é rotular diferentes abordagens para os estudantes terem acesso aos recursos educacionais visando sua própria ajuda com a definição e obtenção de seus objetivos. SERVIÇO DE CONSULTAS A OBJETOS EDUCACIONAIS “Se quisermos desescolarizar, devemos inverter ambas as tendências.” O ambiente deve-se tornar acessível e os recursos devem tornar-se disponíveis para a aprendizagem autodirigida. A utilização de coisas apenas como parte de um currículo pode ser pior do que eliminá-la do ambiente, isto pode ajudar no rompimento de procedimentos dos alunos. “Os jogos são um bom exemplo.” Não falo de jogos de basquete ou futebol, mas sim de jogos educativos que ofereçam maneiras para envolvimentos com sistemas formais; são simples, baratos e podem ser organizados por próprios jogadores. Estes jogos são vistos peor algumas crianças veêm como uma forma libertação, pois aumenta sua consciência em relação aos sistemas formais. “O planejamento, os incentivos e a legislação podem ser usados para liberar o
potencial educativo.” INTERCÂMBIO DE HABILIDADES É muito raro as escolas produzirem pessoas com habilidades. “Uma forma bem mais radical seria criar um banco para intercâmbio de habilidades.” Onde cada cidadão teria direito ao crédito básico de aquisição à habilidades principais, tendo bonificações aos que ganhassem ensinando, seguindo modelos de um centro organizado, ensinando em casa ou em campos esportivos. ENCONTRO DE PARCEIROS “O sistema escolar vai em breve defrontar-se com o mesmo problema que tiveram as igrejas : o que fazer com a sobra de espaço, após a deserção dos fiéis.” EDUCADORES PROFISSIONAIS “O relacionamento de mestre e aluno não está restrito. à disciplina intelectual.” Isso se contradiz nos campos artísticos, físicos, religiosos, psicanalistas e pedagógico, cabendo também em outros campos utilizados fora da escola. A fator comum entre aluno e professor é seu relacionamento incalculável, tendo diversas maneiras e um privilégio ambíguo. A dependência de um estudante pode ser facilmente rompida com o o professor titular do que com os outros profissionais relacionados a escola. As escolas deixando a compulsividade de lado, ajudarão os professores a encontrarem satisfação em seu exercício, fazendo assim os alunos se interessarem pelo seu jeito de conduzir a aula. Com a desinstalação de nossa atual estrutura poderia ocorrer a evasão dos profissionais atuantes da escola, isso se dará brevemente, sendo necessário sua promoção, que já começou a ocorrer. “O que vale é tentar orientá-la numa direção promissora, pois ela pode encaminhar-se para duas direções diametralmente opostas.” Por outro lado, várias pessoas têm a certeza que o ensino curricular utiliza nada mais que a busca por certificados, tornando-se prejudicial, pois assim ofereceria as massas opotunidades de preservar a igualdade de acesso à aprendizagem e o de partilhar o que sabem e o que acreditam. 7.Renascimento do homem epimeteu “Precisamos re-descobrir a distinção entre esperança e expectativa.” Esperança significa confiança noa resultado planejados e controlados humanamente, concentrando o desejo em uma pessoa qual espera-se algo; expectativa procura satisfação em um processo previsível de produção que temos direito de reclamar. “A sobrevivência da raça humana depende de sua redescoberta como força social.” “Os gregos contavam a história de dois irmãos, Prometeu e Epimeteu. Prometeu sempre admoestava Epimeteu para que deixasse Pandora em paz. Mas este acabou casando-se com ela. No grego clássico, o nome Epimeteu, que significa «olhar para trás», foi traduzido por «bobo» ou «estúpido». Na época em que Hesíodo recontou a história em sua forma clássica, os gregos haviam-se tornado patriarcas moralistas e misógenos que se atemorizavam só em pensar na primeira mulher. Construíram uma sociedade racional e autoritária. Os homens planejaram instituições com que pretendiam fazer frente aos males disseminados.” Conscientizando-se de que seu poder modelador do mundo produz serviços que aprenderam com esperança. Querendo que suas necessidades e demandas fossem modeladas por artefatos. Ocupando várias funções na scoiedade, conseguiram servir de exemplo para seus descendentes. “O homem primitivo confiava na participação mítica dos ritos sagrados para iniciar pessoas na doutrina da sociedade, mas os gregos da era clássica reconheciam como verdadeiros homens apenas os cidadãos que se houvessem adaptado, através da «paideia» (educação) às instituições de seus maiores.” A evolução mitológica faz reflexão sobre a transição do mundo que intrepretava
sonhos para um mundo feito de oráculos. O mundo visto da forma primitiva é governado por destino, fatos e necessidades. “O homem da era clássica forjou um contexto civilizado para a perspectiva humana.“ Sabendo que poderia desafiar elementos concretos e abstratos, correndo risco. “O homem contemporâneo vai além; tenta criar um mundo à sua imagem, construir um meioambiente totalmente feito pelo homem e depois descobre que só pode proceder assim se constantemente se reajustar para então nele se enquadrar. Temos que encarar o fato de que o próprio homem está em jogo.” Na antiguidade clássica, o homem descobriu que o mundo poderia ser de acordo com seu planejamento, e isso fez com que a precaridade, a dramaticidade e a comicidade fossem descobertas e tragas ao mundo. As intituições democráticas evoluíram e acreditavam na dignidade humana, as expectativas em relação a este processo se equilibravam. “Os consumidores defrontam-se com a realidade de que quanto mais podem comprar, mais decepções têm que engolir.” As reclamações contra a pandemônica inflação pareciam lógicas, podendo atribuir a claudicância de descobertas científicas que não atendem à demanda tecnológica e à perversidade inimiga. “Finalmente, os professores, doutores e assistentes sociais acham que seus distintos serviços profissionais têm um aspecto — ao menos — em comum.” Toda lógica do saber está suspeita, até as próprias leis econômicas não estão convencendo os que estão fora dos parâmetros sociais onde está concetrada o maior do dinheiro. O dinheiro é o câmbio mais barato, mas só em uma economia que a eficiência é mensurada. Em todos os países a medida de eficiência dos termos de benefício-custo são comprometimento. A identificação da produção de bens e serviços se deve a uma sociedade comprometida com a institucionalização, a educação que auxilia na necessidade do produto, está incluída em seu próprio preço, sendo a escola a agência publicitária que nos faz acreditar na sociedade como ela é. Análise crítica O livro apresenta crítica à instituicionalização educacional em nossa sociedade, mostrando exmplos da natureza da educação institucionalizada, mostrando-se favorável à auto-aprendizagem. A educação universal, não é possível por meio da escolaridade, nem com a ajuda de outras instituições, nem com novas atitudes profissionais, nem com o aumento de novos métodos, nem mesmo com a intenção do aumento de responsabilidade pedagógica. Sugerindo uma institucionalização educacional marcadora na sociedade, e com a idéia de uma desinstitucionalização educacional poderia também desinstitucionalizar a sociedade. O livro também apresenta críticas para a reinvenção da aprendizagem, com criação de redes apoiadas com o avanço da tecnologia.