Teoria Cognitiva De Piaget

  • May 2020
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TEORIA COGNITIVA DE JEAN PIAGET

Para Piaget, a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento "total" do organismo. Assim sendo, ele considerou o funcionamento intelectual como uma forma especial de atividade biológica. Ambas as atividades, intelectual e biológica, são partes do processo global através do qual o organismo adapta-se ao meio e organiza as experiências. Piaget concebeu a inteligência como tendo dois aspectos, o cognitivo e o afetivo. O aspecto cognitivo tem três componentes: o conteúdo, a função e a estrutura. Ele identificou três tipos de conhecimento: o conhecimento físico, o conhecimento lógico-matemático e conhecimento social. O conhecimento físico é o conhecimento das propriedades dos objetos e é derivado das ações sobre os objetos. O conhecimento lógico-matemático é o conhecimento construído com base nas ações sobre os objetos. O conhecimento social é o conhecimento sobre as coisas criadas pelas culturas e acontece através da interação com as outras pessoas e o meio ambiente. Cada tipo de conhecimento depende das ações físicas ou mentais. As ações instrumentais do desenvolvimento são aquelas que geram desequilíbrios e conduzem ao esforço de estabelecer equilíbrio (equilibração). Assimilação e acomodação são os agentes de equilibração, o auto-regulador do desenvolvimento. Quatro fatores e suas interações são necessários para o desenvolvimento: a maturação, experiência ativa, interação social e equilibração. O desenvolvimento cognitivo, enquanto um processo contínuo, pode ser dividido em quatro estágios para fins de análise e descrição: . Sensório-motor (0-2 anos). O desenvolvimento caminha da atividade reflexa à representação e a solução de problemas sensório-motores. Surgem os sentimentos primitivos de gostar e não gostar. A afetividade é investida no "eu". . Pré-operacional (2-7 anos). Problemas resolvidos pelo emprego das representações mentais desenvolvimento da linguagem (2-4). Pensamento e linguagem, ambos egocêntricos. Não pode solucionar os problemas de conservação. O desenvolvimento caminha da representação sensório-motora ao pensamento pré-lógico e à solução de problemas. Tem ínicio o verdadeiro comportamento social. Intencionalidade ausente nos julgamentos morais. . Operações Concretas (7-11 anos). Pensamento adquire reversibilidade. Pode solucionar os problemas de conservação - as operações lógicas são aplicadas na solução de problemas concretos.

2 Não pode resolver problemas verbais e problemas hipotéticos complexos. O desenvolvimento caminha do pensamento pré-lógico à solução dos problemas concretos. Aparecimento da vontade e início da autonomia. A intencionalidade é construída. . Operações Formais (11-15 anos). Pode resolver todos os tipos de problemas, logicamente - e pensar cientificamente. Soluciona os problemas verbais e hipotéticos complexos. Estruturas cognitivas adultas. O desenvolvimento caminha da solução dos problemas concretos à solução lógica de todos os tipos de problemas. Emergência dos sentimentos idealistas e formação da personalidade. Início da adaptação ao mundo adulto. O desenvolvimento afetivo ocorre de modo semelhante ao desenvolvimento cognitivo. Isto é, as estruturas afetivas são construídas como as estruturas cognitivas. O aspecto afetivo é responsável pela ativação da atividade intelectual e pela seleção dos objetos sobre os quais agir. Algumas recomendações são interessantes, levando-se em consideração a teoria piagetiana: 1. Os pais e professores devem assumir relações de respeito mútuo com as crianças, e não autoritárias, pelo menos alguma parte do tempo em que permanecem juntos. os professores podem encorajar as crianças a resolverem problemas por si mesmas e a desenvolverem a autonomia. Os professores precisam respeitar as crianças. 2. Quando a punição às crianças se fizer necessária, ela deve estar baseada na reciprocidade e não na expiação. Por exemplo, o menino que se recusa a arrumar o seu quarto pode ser privado das coisas que estão no seu quarto. À menina que bate em outras crianças, deve ser negada a interação com outras crianças. 3. Os professores podem promover a interação social nas salas de aula e encorajar o questionamento e o exame de qualquer problema que pode ser levantado pelas crianças. 4. Os professores podem envolver os alunos, mesmo os da pré-escola, em discussões de problemas. À medida em que ouvem os argumentos de seus colegas podem experimentar a desequilibração cognitiva, que pode conduzir à reorganização de seus conceitos. O conflito cognitivo é necessário para a reestruturação do raciocínio e para o desenvolvimento mental. 5. As escolas e as salas de aula podem ser reestruturadas de modo a permitir uma maior participação dos alunos nos aspectos significativos do processo de direção e administração da escola. A responsabilidade, a cooperação e autodisciplina não podem ser transmitidas às crianças autoritariamente. Tais conceitos devem ser construídos por elas a partir de suas próprias experiências,

3 para o quê as relações de respeito mútuo são essenciais. É discutível a idéia de que as crianças podem desenvolver os conceitos de justiça, baseados na cooperação, em um ambiente cujo sentido de justiça tenha por base apenas a autoridade. BIBLIOGRAFIA WADSWORTH, BARRY J. INTELIGÊNCIA E AFETIVIDADE NA CRIANÇA na Teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira, 1992. RUDIO, FRANZ VICTOR. ORIENTAÇÃO NÃO DIRETIVA na educação, no aconselhamento e na psicoterapia. 11ª ed. Petrópolis, VOZES, 1991. p. 12 - 13. LINDZEY, GARDNER. HALL, CALVIN S. e THOMPSON, RICHARD F. - PSICOLOGIA, GUANABARA KOOGAN, 1977. CRUZ, THEREZINHA M. L. DA. - PRÁTICA DE EDUCAÇÃO RELIGIOSA. São Paulo: FTD, 1987- Por Onde Começar? DORIN, LANNOY - ENCICLOPÉDIA DE PSICOLOGIA CONTEMPORÂNEA Psicologia da Infância e da Adolescência - Desenvolvimento Religioso - Cap. XI - 2º Volume. Livraria Editora Iracema Ltda, 1978 - SP. VIESSER, LIZETE CARMEM - UM PARADIGMA DIDÁTICO PARA O ENSINO RELIGIOSO. Ed. VOZES, Petrópolis, RJ - 1994.

BALEN, FREI CLAUDIO VAN - DINÂMICA RELIGIOSA E CONSTRUÇÃO DO SER HUMANO. ENSINO RELIGIOSO ESCOLAR - REVISTA DE EDUCAÇÃO AEC, Nº 88. Charbel Gráfica e Editora Ltda. Brasília, DF - 1993.

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