Tarefa 4

  • July 2020
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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização

DOMÍNIO B LEITURA E LITERACIA

Indicadores B1 e B3

“There are many tools and methods to use to evaluate school library media centers. It´s important to identify the issue you want to address, identify the data you need to collect, match the correct evaluative method to gather that data, analyze it, and report it to the appropriate people. By following these steps, you´ll realize many benefits and potential improvements to your program.”

Everhart, Nancy. Evaluation of School Library Media Centers: demonstrating quality, Library Media Connection, March, 2003

É urgente que as Bibliotecas Escolares demonstrem o contributo para a aprendizagem e o sucesso educativo dos alunos. Mas…como? Com o Modelo de Auto-Avaliação. Este deve ser encarado como um processo pedagógico e regulador, inerente à gestão e procura de uma melhoria contínua da BE. A escola deve encará-lo como uma necessidade própria e não como algo imposto, uma vez que se pretende que todos beneficiem com a análise e reflexão realizadas. Espera-se, por isso, que este processo mobilize toda a escola. Cabe, portanto, a cada escola escolher um Domínio que representará a área essencial para que a BE cumpra os pressupostos e objectivos que suportam a sua acção no processo educativo e será objecto de avaliação. Esta escolha deve ser feita logo no início do ano lectivo de modo a que todos os passos que este processo implica sejam realizados com sucesso. Neste âmbito, escolhi o Domínio B – Leitura e Literacia, domínio também escolhido pela nossa Biblioteca. Numa escola promotora do sucesso educativo para todos, o desenvolvimento das competências de leitura e literacia deve ser assumido pela comunidade educativa como umas das metas a alcançar. A BE deve, neste sentido, provocar a discussão e a reflexão sobre este tema e, em articulação com todos os elementos do agrupamento, responder aos múltiplos desafios colocados pelo Plano Nacional de Leitura e pelas exigências da sociedade do conhecimento: formar leitores atentos, críticos, reflexivos e competentes, que lêem em quantidade, mas sobretudo em qualidade. A Auto-Avaliação deste domínio e a reflexão alargada que proporciona, tornase fundamental para mudar práticas e contextos, para definir estratégias e para encontrar, em conjunto, acções de melhoria no desenvolvimento das competências da leitura e da literacia dos alunos. Dentro do domínio, seleccionei dois indicadores : B1 e B3. B1 – Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura - considerado de processo, por se enquadrar nas actividades e serviços; B3 – Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências dos alunos, no âmbito da leitura e das literacias - considerado de impacto/outcome, onde serão reconhecidos os benefícios da BE para os utilizadores.

COMO APLICAR O MODELO DE AUTO-AUTO-AVALIAÇÃO DA BE?

PLANO DE AVALIAÇÃO

 Identificação do problema A escolha do domínio que vai ser objecto de auto-avaliação deve ser acompanhada de uma identificação dos aspectos que vão estar envolvidos neste processo: - Que alunos poderão estar directamente envolvidos? - Que Departamentos e docentes estarão directamente implicados? Ao colocarmos estas questões à nossa realidade verificamos que a falta de hábitos e métodos de leitura é, cada vez mais, uma das maiores lacunas que dificulta a aprendizagem e consequente sucesso educativo. Um aluno que não lê, torna-se num discente com dificuldades até na realização das tarefas mais simples.

 Identificação do Objecto de Avaliação Uma vez identificado o problema, passamos para uma segunda fase do processo que exige a mobilização de todo o corpo docente. Esta mobilização implica um esforço e envolvimento constantes de todos os intervenientes no processo ensino/aprendizagem que nem sempre é fácil. Aqui destacamos o papel preponderante do Departamento de Línguas, não descurando o papel fundamental dos restantes Departamentos. Este trabalho será árduo, longo e com resultados não visíveis a curto prazo.

 Tipo de Avaliação A Avaliação implica uma apreciação baseada na análise de informação relevante e evidências. Esta Avaliação pretende ser, não só quantitativa (avaliação dos inputs, dos processos e dos outputs número de empréstimos domiciliários e para sala de aula, visitas à BE, reuniões com os docentes e Direcção; actividades de promoção da leitura realizadas, percentagem de turmas e docentes envolvidos nessas actividades e utilização dos serviços da BE e equipamentos), mas também qualitativa (medir os ouctomes – Conhecer o benefício para os utilizadores da interacção com a BE, aferindo o impacto do trabalho da BE nas competências dos alunos no âmbito da leitura e das literacias, traduzido numa mudança de conhecimento, competências, atitudes, níveis de sucesso).

 Métodos A Avaliação dos indicadores enriquece ao utilizar ferramentas variadas que permitirão, depois de cruzadas, obter informações reais e fidedignas. A primeira fase deverá passar pela elaboração de questionários/inquéritos a aplicar aos alunos numa tentativa de verificação dos respectivos níveis de leitura. Seguidamente, serão analisados os dados obtidos nesses questionários. Depois da análise feita, deverão ser definidas estratégias que permitam colmatar as lacunas evidentes. Numa fase posterior dever-se-ão aplicar novos questionários para aferir o sucesso/insucesso das estratégias implementadas até então.

 Intervenientes Deste processo de avaliação constam: * Alunos – 10 %, garantindo a representatividade de todos os Ciclos de Ensino, CEF’s, Alfabetização, sendo que no 1º Ciclo apenas deverão estar representados os dos 3º e 4º anos de escolaridade; * Docentes – 20%, garantindo a representatividade de todos os níveis e Ciclos de Ensino; * Funcionários – 10%, garantindo a representatividade dos Assistentes Operacionais e Técnicos de todo o Agrupamento; * Pais/Encarregados de Educação – 10%, garantindo a representatividade de todos os níveis e ciclos de ensino e das diversas unidades escolares do Agrupamento. * Participam, ainda, a Direcção do Agrupamento, o Conselho Pedagógico e a equipa da BE. * A amostragem deve ser aleatória e tem de ser garantido o anonimato dos participantes.

 Calendarização A aplicação do modelo faz-se anualmente e terá vantagens em ser iniciado aquando da abertura do ano lectivo. Assim:

1º Período Escolha do domínio - Domínio B - leitura e Literacia Apresentação do Modelo de Auto-Avaliação à Direcção Executiva, Conselho Pedagógico e à equipa responsável pela Avaliação Interna Preparação/adaptação dos instrumentos da recolha de evidências Início da recolha de dados relativos às actividades de Leitura

2º Período Aplicar os questionários que correspondem ao domínio a avaliar Tratar os dados dos inquéritos Proceder ao levantamento de todas as actividades relativas à promoção da leitura Analisar cada factor crítico de sucesso tendo em conta as evidências correspondentes Estabelecer acções para melhoria

3º Período Reflectir sobre os dados recolhidos Posicionar a Biblioteca no perfil de desempenho atingido Apresentar os resultados Elaborar o relatório final, com indicação de pontos forte/pontos fracos e acções de melhoria Apresentar os resultados à Direcção, ao Conselho Pedagógico e à Escola

 Planificação da recolha e tratamento de dados; análise e comunicação da informação A recolha e o tratamento de dados verificar-se-á após o preenchimento dos inquéritos/questionários que deverá acontecer durante o primeiro período. A respectiva análise e comunicação da informação deverá ser feita de um modo célere para que as outras etapas do processo surtam efeito e para que possam ser tomadas medidas de remediação.

 Limitações O envolvimento e mobilização dos docentes, a quem é pedida participação activa, é fundamental para o sucesso desta avaliação. Contudo, esta realidade é ilusória, nem sempre os docentes se predispõem a colaborar, continuando a encarar a biblioteca como um espaço pouco valorizado no contexto escola. A falta de materiais agrava este cenário, sendo um entrave constante na concretização das diferentes tarefas. Outra dificuldade, surgirá no campo da recolha de evidências, por falta de hábitos de recolhas e registos das actividades realizadas e respectiva reflexão nas aprendizagens dos alunos.

 Levantamento das necessidades Cabe à BE identificar as suas necessidades. Assim, no nosso Agrupamento as necessidades são várias: - Fundo documental insuficiente e pouco diversificado (apenas cerca de 2000 livros para 1100 alunos), - Material não livro praticamente inexistente; - Rede de Internet fraca e, por vezes, inexistente o que impossibilita um trabalho de promoção da leitura em ambientes digitais; - Não inclusão de um elemento do PTE na equipa da Biblioteca o que inviabiliza toda a gestão da Biblioteca no espaço multimédia.

CONCLUINDO... O culminar de todo este processo centra-se no preenchimento de uma grelha (em anexo) onde se avaliará a contribuição/impacto que as estratégias da BE tiveram no sucesso educativo dos alunos. Manter-seão as estratégias que surtiram efeito e alterar-se-ão as que devem ser melhoradas. Uma vez que no nosso Agrupamento só este ano se irá implementar o modelo de auto-avaliação, tomaremos com referência e base de trabalho as grelhas apresentadas no referido modelo disponibilizadas pela RBE.

ANEXO 1 B1 - Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura na escola/agrupamento Factores críticos de sucesso

Evidências

Acções para melhoria

A BE disponibiliza uma colecção adequada aos interesses dos utilizadores

Registos dos livros existentes na BE Estatísticas de requisição

Catalogação dos livros para que toda a comunidade escolar tenha acesso online

Adequa a colecção a novos públicos

Sugestões de toda a comunidade educativa na aquisição e enriquecimento da colecção

Realizar avaliações periódicas da colecção

A BE promove acções formativas que ajudem a promover as competências no âmbito da leitura

Clube de leitura Substituir a ler Leitura orientada em sala de aula

Criar grupos ou comunidades de leitores para partilhar gostos pela leitura

A BE incentiva o empréstimo domiciliário

Estatísticas de requisição domiciliária

A BE colabora com o PNL

Lista de aquisição de livros sugeridos pelo PNL Participação em concursos propostos pelo PNL

Motivar os alunos para a participação em mais concursos propostos pelo PNL

A BE desenvolve actividades no âmbito da promoção da leitura

Mês Internacional da leitura Semana da leitura Hora do conto Concursos de leitura Clube de teatro Árvore de leituras

Estender as actividades da semana da leitura ao longo do ano lectivo

A BE promove encontros com escritores

Convites a escritores como, Pedro Seromenho, Maria José Meireles, entre outros Realização de palestras sobre vários temas do interesse dos alunos

Envolver mais os alunos do ensino secundário

A BE incentiva a leitura em ambientes digitais

Divulgação e apresentação dos livros digitais

Formar grupos de trabalho para explorar estas obras

A BE organiza e difunde recursos documentais

Pesquisa de sites úteis para professores e alunos no âmbito das várias disciplinas e adicionados aos favoritos Difundidos através do blog da BE e da plataforma Moodle

Maior divulgação do blog da BE e da plataforma Moodle Sensibilizar os docentes/discentes para a partilha de materiais

A BE apoia os alunos nas suas escolhas

Apoio constante na escolha dos livros a requisitar, adequados a cada faixa etária

Formar todos os elementos da equipa no sentido de estarem aptos a responder às solicitações dos utilizadores

B3 - Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências dos alunos, no âmbito da leitura e literacia

Factores críticos de sucesso

Evidências

Acções para melhoria

Os alunos usam o livro e a BE para ler de forma recreativa, para se informar ou para realizar trabalhos escolares

Estatísticas de utilização da BE para actividades de leitura Trabalhos dos alunos

Promover o diálogo com os docentes no sentido de garantir um esforço conjunto Aplicação de questionários

Os alunos manifestam progressos nas competências da leitura

Análise por aluno dos livros requisitados em termos de temáticas e complexidade

Promover o diálogo com os docentes no sentido de garantir um esforço conjunto Aplicação de questionários

Os alunos desenvolvem trabalhos em vários suportes

Trabalhos dos alunos

Envolver mais a Escola no sentido de verem a BE como espaço de partilha

Os alunos participam activamente nas diversas actividades associadas à promoção da leitura

Participação nas actividades com registos fotográficos e vídeos

Sensibilizar os alunos do secundário para a participação nas actividades

BIBLIOGRAFIA Gabinete da Rede das Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (2009). Disponível em: http://www.rbe.min-edu.pt Texto da Sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Parte I), disponibilizado na plataforma

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