Streptococcus Pyogenes

  • November 2019
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Streptococcus pyogenes Essa espécie é também conhecida como estreptococo do grupo A ou como GAS (grupo A streptococci). É a principal representante dos estreptococos beta-hemolíticos, e forma cadeias relativamente longas quando cultivada em caldo. A espécie S. pyogenes tem mostrado, ao longo do tempo, alto poder de adaptação ao hospedeiro humano, atuando como importante agente etiológico de uma série de manifestações clínicas, entre as quais predomina a orofaringite, assim como seqüelas não supurativas, representadas pela febre reumática e a glomerulonefrite. FATORES DE VIRULENCIA Cápsula: constituída de ácido hialurônico, quimicamente idêntico ao existente no organismo humano.Atribui-se a este fato a sua não-imunogenicidade. Protege a bactéria das células fagocitárias. In vitro, o estreptococo perde a sua cápsula no fim da fase exponencial da curva de crescimento, o que coincide com a produção intensa de hialuronidase. É possível que nesta fase a cápsula torne-se desnecessária para patogênese do processo infeccioso. Proteína M: Trata-se de uma proteína fibrilar, com forma de dupla hélice, que se encontra ancorada no peptidoglicano da parede e se estende até a superfície da célula, projetando-se para fora da cápsula. Além do seu papel como fator de virulência, a proteína m desfruta de grande importância prática, pois devido à sua variabilidade antigênica, permite classificar o S.pyogenes em sorotipos. O conhecimento dos tipos M é muito útil para o entendimento da epidemiologia e patogenia das infecções estreptocócicas. Como fator de virulência, a proteína M desempenha funções importantes: adere a fibronectina funcionando como adesina, interage com o fibrinogênio mascarando a presença da bactéria no organismo e se fixa a porção Fc de anticorpos, bloqueando as suas interações com os fagócitos. A proteína m é fortemente antifagocitária. Proteína F: Como a proteína M, a proteína F (f de fibronectina) também se encontra ancorada no peptidoglicano e se projeta para fora da superfície celular. A proteína f promove adesão do S.pyogenes à mucosa da faringe, e é considerada uma das suas principais adesinas. Peptidase de C5: É uma protease que degrada o componente C5a do complemento, reduzindo o recrutamento de leucócitos para o local de infecção. Proteína Inibidora do Complemento: Esta proteína é secretada pela bactéria e tem a capacidade de inativar o complexo de ataque do complemento(C5-C9), anulando sua função lítica. O S.pyogenes também produz algumas enzimas como: estreptoquinase, desoxirribonuclease e hialuronidase, algumas hemolisinas como as estreptolisinas, e, também, exotoxinas pirogênicas.

Outros produtos como o ácido lipoteicóico, que atuaria como uma adesina e estimularia a produção de citocinas, são considerados fatores de virulência. Aspectos genéticos da virulência O sequenciamento completo do genoma S.pyogenes, além de contribuir para a compreensão da sua patogênese, tem revelado informações de grande importância médica. Várias seqüências, principalmente aquelas com potencial para o desenvolvimento de vacinas, já foram inclusive patenteadas. Regulação da expressão dos genes de virulência O S.pyogenes se adapta facilmente às diferentes condições ambientais que encontra no organismo humano, o que explicaria, pelo menos em parte, o seu sucesso como um patógeno que causa infecções superficiais e profundas. Patogênese A maioria das infecções causadas por S.pyogenes tem inicio nas vias aéreas superiores (faringe) ou na pele. Nas infecções da faringe, o estreptococo é, de modo geral, transmitido por meio de aerossóis, e a primeira etapa da infecção consiste em sua adesão ao epitélio da mucosa. O S.pyogenes tem a capacidade de invadir células de cultura de tecidos, mas não se sabe se na faringite ocorre invasão de mucosa faringeana. As infecções cutâneas são geralmente adquiridas por contato com pacientes portadores de piodermites, e se instalam quando a pele apresenta lesões provocadas por traumas, picadas de inseto, cirurgias e por outros meios nem sempre evidentes. As infecções podem ser superficiais ou profundas, estas podendo ser fatais. DOENÇAS Faringites As faringites são causadas por vírus e bactérias, e as virais são mais freqüentes do que as bacterianas. Entre as bacterianas, em torno de 90% são causadas pelo S.pyogenes. A infecção é transmitida por gotículas infectadas provenientes de pacientes com o mesmo tipo de processo.Aglomerações humanas em ambientes fechados facilitam a transmissão. Piodermites A piodermite é uma infecção purulenta da derme, que acomete principalmente crianças com hábitos higiênicos precários. A bactéria penetra na derme através de lesões da epiderme, provocadas por traumatismos, picadas de insetos e processos cirúrgicos. A infecção é adquirida por contato com as crianças portadoras do mesmo tipo de processo. Erisipela Trata-se de uma infecção aguda da pele que se caracteriza por vermelhidão da área afetada, dor local, febre e calafrios. É mais comum em crianças e em idosos, sendo geralmente precedida de infecções respiratórias e cutâneas.

Fascite necrosante É uma infecção profunda do tecido celular subcutâneo, que se caracteriza por destruição dos tecidos muscular e gorduroso e se dissemina ao longo do plano fascial. É introduzida na pele através de soluções de continuidade da epiderme semelhantes as que ocorrem nas piodermites. Síndromes tóxicas As mais comuns são a escarlatina e o choque tóxico estreptocócico. SEQUELAS Febre reumática A doença se caracteriza por lesões inflamatórias não-supurativas, envolvendo o coração, as articulações, o tecido celular subcutâneo e o sistema nervoso central. Glomerulonefrite A glomerulonefrite pode aparecer depois da faringite e das piodermites, e é mais freqüente após a última. Como a febre reumática, trata-se também de uma doença de natureza imunológica. Resposta imunológica As faringoamigdalites levam ao desenvolvimentode imunidade persistente.(é especifica, contra a proteína M).Quando repetidas são, em geral, causadas por diferentes sorotipos M. DIAGNÓSTICO BACTERIOLÓGICO Tipagem Muitas vezes é importante saber o tipo da amostra de S.pyogenes envolvida em determinada situação epidemiológica. Praticamente todos os tipos M conhecidos,bem como os novos tipos, podem ser detectados por estas técnicas de tipagem molecular. DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO Pacientes infectados por S.pyogenes produzem anticorpos contra a estreptolisina O, hialuronidases e desoxirribonuclease. Em virtude do aparecimento tardio dos anticorpos, o estudo da resposta sorológica está principalmente indicado quando do diagnóstico da febre reumática e glomerulonefrite. EPIDEMIOLOGIA A faringite estreptocócica é uma das infecções mais freqüentes entre 5 e 15 anos de idade. As piodermites atingem mais crianças entre 2 e 5 anos, pertencentes, a populações que vivem em más condições de higiene. TRATAMENTO E CONTROLE Vários antibióticos com boa atividade, mas o de escolha é a penicilina G. Tem havido grande esforço para criar-se uma vacina contra infecções estreptocócicas, e o antígeno mais usado no preparo é a proteína M; com alguns resutados promissores, mas não há nenhuma vacina que possa ser usada.

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