Tópicos de Orientação do presidente Ikeda: Sobre a Morte 1 - Qual é o objetivo da vida? É tornar-se feliz. Qual é, então, a verdadeira felicidade? Podem a fama, a riqueza ou a posição social, não importando o quão grande seja a sua magnitude, trazer-nos a verdadeira felicidade? Isso é muito duvidoso. Somente essas coisas não podem criar uma felicidade duradoura nas profundezas da vida. Nem podem solucionar os sofrimentos mais fundamentais da existência - o nascimento, a velhice, a doença e a morte. É por essa razão que Nitiren Daishonin expôs o budismo. 2 - Enquanto se viver, existirão infindáveis sofrimentos e lutas como a doença (seja de si próprio ou de um membro da família), a morte, os problemas de relacionamentos, as insatisfações por não se poder obter aquilo que se deseja, etc. Não há como fugir deles. São realidades inexoráveis da vida. A prática da fé, o Daimoku, é a força que realiza, infalivelmente, o hendoku iyaku (transformação do veneno em remédio). O sofrimento do "veneno" transforma-se no remédio chamado "felicidade". Através do princípio de "bonno soku bodai" (desejos mundanos são iluminação), os problemas transformam-se em fonte de iluminação e felicidade. Quanto maiores os problemas e sofrimentos, maior será a felicidade a ser alcançada. Esta é a força do Daimoku e, por esta razão, aquele que recita a Lei Mística não teme nada, pois não há o que temer. 3 - O budismo de Nitiren Daishonin nos ensina que, ao empenharmo-nos pelo Kossen-rufu, podemos transformar nosso carma e atingir uma morte extremamente pacífica que é o início de uma jornada para nossas próximas vidas. Podemos observar uma prova disso em muitos de nossos veteranos e companheiros que faleceram. Esse fato por si só é a prova do maravilhoso benefício da Verdadeira Lei. E essa é a razão por que devemos ser muito gratos à SGI, que nos ensinou a Verdadeira Lei. 4 - Os ciclos de vida e morte podem ser ligados a períodos alternados de sono e despertar. Podemos compreender a morte como um estado no qual, assim como o sono nos prepara para as atividades do próximo dia, descansamos e nos reabastecemos para uma nova vida 5 - Somente porque os senhores estão praticando a fé não significa que não ficarão doentes ou que estão imunes à morte. Isso é impossível. Tornarem-se negligentes porque estão praticando a fé é sinal de arrogância e certamente não pode ser descrito como sabedoria. 6 - "Vida e Morte", será o tema principal do século XXI. Mesmo assim, muitos líderes afastam-se dessa difícil questão. Se as pessoas evitam tentar encontrar uma solução fundamental para esse problema, então, não importa que argumentos possam ter ou que metas possam tentar atingir, tudo equivalerá a nada mais do que castelos construídos na areia. Seus esforços em nada contribuirão para a felicidade humana. 7 - O mais importante para nós que estamos vivos neste momento é vivermos com esperança e nos empenharmos para sermos felizes. Em relação à unicidade da vida e da morte, ao alcançarmos à felicidade poderemos enviar ondas de boa sorte às pessoas que faleceram; a nossa felicidade também servirá como uma prova de que elas atingiram o estado de Buda. 8 - Ninguém, nem mesmo um rei, pode escapar das "grandes montanhas" da velhice e da morte. Podemos pensar com arrogância que somos diferentes, mas não podemos escapar da impermanência da vida. Uma vez que compreendemos isso, será que haveria alguém que não despertaria o desejo de praticar o budismo, de buscar a felicidade eterna que transcende até mesmo a morte? 9 - Esta vida é infinitamente preciosa. A eternidade é decidida nesta existência. A verdadeira vitória ou derrota na vida vem no momento da morte. Aqueles que perseveram inabalavelmente na fé são eternos vitoriosos. Este é o princípio de atingir o estado de Buda nesta existência.
10 - Nós praticamos a fé para vivermos felizes e também para morrermos felizes. Aquele que tem fé na Lei Mística não terá uma morte infeliz. (...) Aqueles que perderam suas vidas pela Lei Mística renascerão rapidamente. Eles retornarão com vigor e determinação, cheios de boa sorte e benefícios. Nitiren Daishonin nos assegura que é exatamente isso o que acontece. 11 - É importante vivermos com a consciência de que a morte com certeza chegará um dia. Morrer faz parte da ordem natural das coisas. Se as pessoas não morressem, a população não iria parar de aumentar, e isso teria terríveis conseqüências - em breve, não haveria nada para comer! Portanto, a questão não é se a pessoa vai morrer, mas sim como ela vai morrer. 12 - Igeta: O Daimoku atinge as pessoas falecidas? Pres. Ikeda: Atinge, a vida é eterna. Vamos supor que uma pessoa morra em condições de dor e sofrimento. Mesmo após a morte, a vida dessa pessoa permanece num estado de sofrimento. Isso poderia ser comparado a uma pessoa que fica gemendo durante a noite ao ter um pesadelo. Se recitarem Daimoku pensando nessa pessoa falecida, podem extrair o sofrimento de sua vida angustiada e dar-lhe tranqüilidade e alegria com o rejuvenescedor e iluminador poder do Nam-myohorengue-kyo. E já que o Daimoku é tão poderoso assim, com certeza podem ajudá-los a conduzir para a felicidade a vida de seus pais e amigos que ainda estão ao seu lado. 13 - Nenhuma das conquistas tem importância quando consideradas da ampla perspectiva do budismo. Nossa vida é eterna e continua após a morte. Ela se estende infinitamente à nossa frente pelo futuro. Da mesma forma, é de pouca importância o fato de vivermos em uma casa excelente ou se temos conforto neste breve período de tempo que passamos aqui neste planeta. Nossa próxima existência será definida pelo nosso estado de vida no momento da morte. Nesse ponto reside a importância da prática budista. 14 - Ueda: Será que essa individualidade difere do conceito de uma alma ou um espírito separado do corpo físico? Pres. Ikeda: Difere completamente. O budismo ensina que algo assim como um espírito substancial e separado do corpo não existe. Em todas as formas de vida - os aspectos espiritual e físico - são um só. Tanto na vida como na morte, as energias física e espiritual de uma identidade não podem ser separadas. Elas são unas e indivisíveis. 15 - O resultado de nossa vida é determinado no capítulo final. Portanto, tudo se resume no fato de a última fase de nossa vida estar ou não livre de arrependimentos e irradiar o magnífico brilho igual ao do pôr-dosol. Assim, da mesma forma que um belo pôr-do-sol pressagia um dia ensolarado ao alvorecer, o capítulo que encerra nossa vida determinará a natureza de nossa próxima existência. 16 - Daishonin escreveu: “Nenhum fenômeno — no céu ou na terra, yin ou yang, do Sol ou da Lua, nos cinco planetas, ou em qualquer um dos mundos desde o de Inferno até o estado de Buda — estão livres das duas fases da vida e da morte.” (WND, pág. 216.) O firmamento, a Terra, o Sol, a Lua e os planetas de todo o universo passam por um interminável ciclo de nascimento e morte. O mesmo acontece com os seres humanos. Nenhum fenômeno no universo está livre dessas duas fases. As estrelas no vasto universo também repetem esse interminável drama de nascimento e morte. 17 - Lembre-se de que há seis bilhões de pessoas no planeta e que todos, sem exceção, um dia morrerão; nenhum de nós que está aqui hoje estará vivo daqui a cem anos. Oro para que você veja as coisas dessa perspectiva mais ampla e que avance na vida com um supremo estado de vida. O budismo ensina que as pessoas que compartilham de uma profunda missão na vida e que estão ligadas por genuínos laços de amor e afeição nascerão novamente como pai e filho ou como irmão e irmã, assim como desejarem. Essa lei está embasada na verdadeira essência da vida. Sua mãe viverá eternamente. Em nosso coração, ela está sempre viva e bem.
18 - Tolstoi afirmou ainda: “Quanto mais profundamente compreender sobre a vida, menos será sua dor com a destruição causada pela morte.” O budismo ensina a unicidade da vida e da morte. As pessoas que estudam com profundidade os princípios da vida e colocam-nos em prática não terão medo da morte, pois terão a capacidade de atingir a eterna realização e felicidade.