Sem Ressurreição Sinto frio nesta noite de escuridão Habituo minha alma ao gélido ar Acordo nesta masmorra de negra vertente Quero mover a fria mão Quero mas não consigo respirar Tento abrir os olhos que fechei eternamente Sinto desespero pois já não sinto a ilusão Algo acontece para não poder imaginar Meu corpo apenas o gélido ar sente Quero mas já não tenho paixão Lembro de ti e ainda sinto te amar Quero lágrimas como do rio a corrente Em meus olhos fechados e secos na escuridão Já não oiço do mar seu marulhar Meu ser recusa este momento Pois este frio atinge meu coração E agora sei que não vou voltar Nem cair no fosso da vida cadente Oiço areia a bater com rouquidão Tento emitir sons e mesmo gritar Para que de novo te tenha carente Sentindo toda nossa paixão Mas agora sei que vou libertar A alma cansada e latente Apenas levando teu nome com adoração Porque neste caminho sem voltar Vou escutar o murmúrio pungente Dum caminho em que deixo o coração Num corpo que tanto me fez te amar! Terça-feira, 30 de Dezembro de 2008