PARASITISMO DOENÇA PARASITÁRIA ECOLOGIA DAS ZOONOSES
UNIDADE DE ESTUDO DA ECOLOGIA
ECOSSISTEMA :
FATORES BIÓTICOS
SISTEMA DE RELAÇÕES ENTRE SERES VIVOS E FATORES FÍSICOS E QUÍMICOS DO MEIO
=
FATORES ABIÓTICOS
Os ecossistemas são formados pela união de dois fatores: Fatores abióticos - o conjunto de todos os fatores físicos que podem incidir sobre as comunidades de uma certa região. Fatores bióticos - conjunto de todos seres vivos e que interagem uma certa região e que poderão ser chamados de biocenose, comunidade ou de biota.
NÍVEIS DE ESTUDO DA ECOLOGIA
BIÓTOPO - Espaço limitado, com características ambientais determinadas, onde vive uma biocenose. No exemplo da floresta, o biótopo é a área que contém o solo (com seus minerais e água) e a atmosfera (com seus gases, umidade, temperatura, grau de luminosidade etc.).
CONCEITOS BÁSICOS:
HABITAT - é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas africanas, etc. NICHO ECOLÓGICO - é o papel que o organismo desempenha no ecossistema, isto é, a "PROFISSÃO" do organismo no ecossistema. 0 nicho informa às custas de que se alimenta, a quem serve de alimento, como se reproduz, etc.
ECÓTONO - É a transição entre ecossistemas. BIODIVERSIDADE - É a riqueza biológica de uma região, de um ecossistema ou da biosfera. Leva-se em consideração a abundancia de cada espécie e a heterogeneidade da composição da comunidade.
RELAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO * ADAPTAÇÕES - MORFOLÓGICAS: A) REGRESSIVAS(perda ou atrofia de órgão locomotores, digestivos etc.). B) HIPERTRÓFICAS (algum órgão ou organela aumentou para exercer melhor sua função biológica). - BIOLÓGICAS : A) Capacidade reprodutiva B)Tipos diversos de reprodução C)Capacidade de resistência à agressão do hospedeiro D) Tropismo
TIPOS DE ASSOCIAÇÕES ENTRE OS ANIMAIS *Harmônicas
ou positivas: quando há benefício mútuo ou ausência de prejuízo mútuo. -comensalismo -mutualismo -simbiose *Desarmônicas ou negativas: quando há prejuízo para algum dos participantes. -Canibalismo -Predatismo -Parasitismo
SIMBIOSE: Organismos que vivem em hospedeiros em íntima associação e dependência metabólica, sendo indispensáveis por produzirem, em retorno, substâncias essenciais para a sobrevivência do hospedeiro SIMBIOSE: as relações interespecíficas dos 3 tipos: parasitismo, comensalismo e mutualismo. 1879 – Bary definiu simbiose como um conjunto de organismos distintos que vivem juntos.
PARASITISMO: é um fenômeno ecológico de interdependência de espécies, portanto, enquadrando-se no estudo das biocenoses. Lembrando que biocenose é o conjunto de espécies de organismos que vivem em determinado biótopo e mantêm entre si relações de interdependência em graus variáveis. *1879 – Leuckart define parasitos como organismos que encontram em outros organismo seu habitat e fonte alimentar. *1913 – Brumpt definiu como parasitos todos os seres vivos (plantas e animais) que, durante pelo menos parte de suas vidas, dependem diretamente de outro organismo. * 2ª Guerra Mundial – passou-se definir parasitismo e simbiose como extremos de interações interespecíficas nas quais um dos parceiro é chamado de hospedeiro e outro, de acordo com o grau de dano ou benefício, chama-se parasito ou simbionte respectivamente.
As relações entre os seres vivos não são estáticas, mas dinâmicas no tempo e no espaço; *Os organismos vivem obrigatoriamente em interações simbióticas, isto é, simbiose significa simplesmente “organismos vivendo juntos” (Bush et al., 2001).
Bush et al. (2001) propõe 8 tipos de relações simbióticas: 1) Forésia: relação ecológica entre indivíduos de 2 espécies diferentes, em que uma fornece à outra transporte ou abrigo, sem interações tróficas. Ex: Transporte de ovos e larvas do berne (Dermatobia hominis) por várias espécies de insetos hematófagos sobre os quais a mosca do berne põe seus ovos. 2)Comensalismo: ocorre uma relação trófica e transferência de energia entre os simbiontes. O benefício ganho é unidirecional, em que um parceiro se beneficia e outro não é prejudicado e nem auxiliado. Ex: Relação entre tubarões e rêmoras
3) Mutualismo: relação mutualística, ambos os simbiontes não somente se beneficiam, como nenhum deles pode sobreviver sem outro. Ex: Relação entre os ruminantes e microorganismos em seus estômagos. Térmitas e microorganismos que degradam celulose. 4) Exploração: o benefício só ocorre em uma direção e, conseqüentemente, alguma forma de desvantagem ou dano ocorre no parceiro. Várias categorias desse tipo de exploração podem ser reconhecidas baseadas primariamente no número de hospedeiros atacados pelo simbionte e o subseqüente destino do hospedeiro atacado.
4.1)Micropredação: se mais de um organismo é atacado, mas não morto. Ex: organismos hematófagos como os mosquitos, algumas sanguessugas e moscas. 4.2)Predação: quando mais de um organismo é atacado é sempre morto por um predador. 4.3)Parasitóide: quando somente um organismo é atacado e sempre morto. Ex: Vespa fêmea adulta pode depositar seus ovos no interior ou sobre um inseto. As larvas, ao serem liberadas, passarão a consumir o hospedeiro até matá-lo.
Parasitismo É TODA RELAÇÃO ECOLÓGICA, DESENVOLVIDA ENTRE INDIVÍDUOS DE ESPÉCIES DIFERENTES, EM QUE SE OBSERVA, ALÉM DE ASSOCIAÇÃO ÍNTIMA E DURADOURA, UMA DEPENDÊNCIA METABÓLICA DE GRAU VARIÁVEL
*PARASITISMO E DOENÇA Fatores: a) Inerentes ao parasito: número de exemplares, tamanho, localização, virulência, metabolismo etc. b)Inerentes ao hospedeiro: idade, nutrição, nível de resposta imune, intercorrência de outras doenças, hábitos, uso de medicamentos etc. Da combinação desses fatores poderemos ter “doente”,”portador assintomático”, “não parasitado”.
*Especificidade Parasitária
-Parasitos estenoxenos: é o que parasita
espécies de vertebrados muito próximas.
-Parasitos eurixenos: admitem grande variedade de hospedeiros possíveis
PARASITO FACULTATIVO É o que pode viver parasitando, ou não, um hospedeiro. Ex: moscas Sarcophagidae, que podem desenvolver em feridas necrosadas ou em matéria orgânica em decomposição. PARASITO OBRIGATÓRIO É aquele incapaz de viver fora do hospedeiro PARASITO ACIDENTAL É o que parasita outro hospedeiro que não o seu normal. Ex: Dipylidium caninum, parasitando crianças.
CICLOS BIOLÓGICOS HOSPEDEIRO: é um organismo que alberga o parasito. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: é o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual. HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: é aquele que apresenta o parasito em fase larvária ou assexuada. HOSPEDEIRO PARATÊNICO OU DE TRANSPORTE: é o hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre desenvolvimento, mas permanece encistado até que o hospedeiro definitivo o ingira.
CICLO MONOXENO
CICLO HETEROXENO
AÇÃO DO PARASITO SOBRE O HOSPEDEIRO “A doença parasitária é um acidente que ocorre em conseqüência de um desequilíbrio entre o hospedeiro e o parasito” Ação Espoliativa: quando o parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro. Ação Tóxica: algumas espécies produzem enzimas ou metabólitos que podem lesar o hospedeiro. Ação Mecânica: algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar.
Ação traumática: é provocada. Principalmente, por formas larvárias de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também sejam capazes de fazê-lo. Ação Irritativa: deve-se à presença constante do parasito que, sem produzir lesões traumáticas, irrita o local parasitado. Ação Enzimática: é o que ocorre na penetração da pele por cercarias de S. mansoni. Anóxia: qualquer parasito que consuma o oxigênio da hemoglobina, ou produza anemia, é capaz de provocar anóxia generalizada.
VEÍCULOS DE TRANSMISSÃO *Pelo Contato Pessoal ou por Objetos de Uso Pessoal (Fômites) Ex:Sarcoptes scabiei, Pthirus pubis, Pediculus capitis,Trichomonas vaginalis. *Pela Água, Alimentos, Fômites, Poeira, Mãos Sujas etc. Ex: Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Ascaris lumbricoides, Enterobius vermicularis. *Por Solos Contaminados por Larvas (Geohelmintos) Ex: Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Strongyloides stercoralis.
*Por Vetores ou com Hospedeiro Intermediário. Ex: Plasmodium sp., Schistosoma mansoni, Taenia sp.
*DINÂMICA DOS RESERVATÓRIOS EXTRA-HUMANOS
Reservatórios dos Agentes -Antroponose: quando o homem é o único reservatório dos agentes. -Zoonose: quando o homem e outros vertebrados são reservatórios. -Enzoonose: quando o reservatório é um animal e a doença atinge apenas animais.
* As espécies silvestres que vivem e se reproduzem naturalmente em biótopos naturais constituem fontes naturais e permanentes de zoonoses virais, como a febre amarela silvestre, hantaviroses, ebola e outras incluindo a própria AIDS em sua origem. Helmintos, bactérias e protozoários figuram entre as zoonoses de grande importância para a saúde pública. *Animais sinantrópicos ou domiciliados (ex: ratos, baratas) podem ser portadores sãos, sem demonstrar sinais ou evidências visíveis, constituem uma ameaça constante à saúde humana e animal. *Vírus, bactérias, fungos e helmintos podem infectar sem causar problemas reservatórios silvestres, domésticos e sinantrópicos como comensais ou inquilinos.
* A importância do papel do homem no transporte de microorganismos e de reservatórios atuais ou potenciais, acompanhou a evolução do transportes. Ex: #Schistosoma mansoni originário da África em espécies de moluscos nativos da região neotropical. #O vírus da febre amarela também originária da África, estabeleceu-se em populações de primatas autóctones e encontrou vetores viáveis entre os mosquitos da fauna regional.
*A dinâmica das infecções de que não se conhecem reservatórios não humanos é relativamente simples. Os principais fatores são: 1)O tempo durante o qual o patógeno mantém a capacidade de infectar fora do corpo do hospedeiro no ar ou no substrato úmido ou ressecado; 2)Disponibilidade de rotas de transmissão; 3)Número de pessoas suscetíveis; 4)Duração do período de imunidade; 5)Duração do período de incubação; 6)Números de fontes de infecção.
Reservatórios não existem isolados, mas fazem parte de ecossistemas onde interagem como produtores, consumidores, parasitas e decompositores.
*ECOLOGIA DE VETORES
TIPOS DE VETORES VETOR: é um artrópode, molusco ou outro veículo capaz de transmitir o parasito entre dois hospedeiros. VETOR INANIMADO OU FÔMITE: quando o parasito é transportado por objetos, tais como lenços, seringas, espéculos, talheres etc.
VETOR MECANICO:: quando o parasito não se reproduz e nem se desenvolve no vetor, o qual apenas transporta
Musca domestica
VETOR BIOLÓGICO São aqueles em que o agente transmitido irá: a) se multiplicar; b) se desenvolver ou c) multiplicar e se desenvolver, antes de ser transmitido ao hospedeiro vertebrado. Ex: Filariose bancroftiana:não ocorre multiplicação mas sim desenvolvimento. As formas produzidas nos mosquitos serão em número menor ou igual às adquiridas.
*Vírus da febre amarela ( as formas ingeridas pelo vetor biológico e que replicam em seus diferentes tecidos são idênticas às que estarão sendo inoculadas no novo hospedeiro;
Primata - invertebrado homem
c) Transmissão do T. cruzi ocorre tanto multiplicação quanto desenvolvimento dos parasitos, entre o momento em que as formas tripomastigotas sanguíneas são ingeridas por triatomíneos, até a contaminação de outro vertebrado pelas excretas do inseto contendo as formas infectantes, os tripomastigotas metacíclicos.
Diferentemente da veiculação mecânica, na transmissão biológica há especificidade entre patógenos e os vetores que os transmitem. A especificidade é decorrente da existência de condições fisiológicas e bioquímicas específicas nos tecidos onde os agentes patogênicos vão viver ou por onde vão migrar.