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Mimos estratégicos Diante de milhares de lançamentos, uso de amostras ganha importância para evitar o fracasso de produtos
ESPECIAL: SUSTENTABILIDADE • As razões e os meios para a adoção de programas “verdes” • O que mudará com a Política Nacional de Resíduos Sólidos
eDITORIaL
}}} A
ESSÊNCIA DA EDIçÃO DO MÊS, NAS PALAVRAS DO EDITOR
Investindo em viagens na crise
A
EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 São Paulo, SP Tel.: (11) 5181-6533 Fax: (11) 5182-9463 www.embalagemmarca.com.br Filiada ao
conhecimento. Trata-se, em suma, de investimento na operação. A ida de Guilherme Kamio e de Marcos Palhares a Chicago e a minha e de Eunice Fruet a Paris deverá trazer boas contribuições para a elaboração da próxima edição da revista. Vale lembrar que todos os meses de dezembro, já há dez anos contando este, EmbalagEmmarca oferece a seus leitores o serviço Tendências e Perspectivas. Esse é um retrato dos rumos que poderão tomar a economia mundial e a do país e como poderão afetar a cadeia produtiva de embalagem. É, numa definição sintética, um instrumento auxiliar para o planejamento das empresas para o exercício seguinte. Acreditamos que incorporar a análise do atual momento sob a ótica dos grandes players internacionais robustecerá em muito o serviço Tendências e Perspectivas. Vale lembrar que as duas duplas que irão à Pack Expo e ao Emballage se dividirão entre a visita às feiras propriamente ditas, aprofundando a interação com expositores e visitantes, e o acompanhamento dos eventos paralelos a ambas, voltados para discussão e análise. No caso do evento francês, o simpósio internacional Pack.Vision, cumpre registrar a presença brasileira, com a apresentação de dois cases sorteados entre os ganhadores do troféu do PrÊmio EmbalagEmmarca em 2007 e 2008. Isso será relatado também na edição de dezembro. Até lá.
Wilson Palhares Diretor de Redação:
Público-Alvo
Reportagem:
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EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.
Wilson Palhares |
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Para a revista, informação é matéria-prima, e estar imerso onde as coisas acontecem é relacionamento e conhecimento. Em suma, é investimento na operação
Juliana Lenz |
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O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.
FOtO de cAPA: studiO Ag – AndrÉ gOdOY
ssim que esta edição de EmbalagEmmarca estiver circulando, parte da equipe da revista estará em viagem para participar de dois importantes eventos internacionais relacionados ao setor de embalagem: Pack Expo, programada para ocorrer de 9 a 13 de novembro, em Chicago, e Emballage, marcado para Paris, de 17 a 21 do mesmo mês, em Paris. Tanto a feira americana quanto a francesa integram o calendário dos eventos globais classificados como “imperdíveis” no setor de embalagem, devido ao fato de, mais do que mostrarem novidades e inovações, apontarem tendências em equipamentos, em materiais, em design e em consumo. É crescente a consciência dos empresários e profissionais ligados à embalagem no Brasil no tocante à importância de estarem presentes em eventos como Pack Expo e Emballage, especialmente num momento de incerteza quanto aos rumos da economia mundial, como o atual. Mas é justamente essa situação que, impondo cuidados sobre os gastos, leva as empresas a relativizarem o que é tido por “imperdível”. É compreensível que poupem despesas de viagem para aplicar na operação. Por que então EmbalagEmmarca se dispõe a enviar dois profissionais a cada um daqueles eventos, sobretudo com o câmbio mais desfavorável do que estava antes da crise? Acontece que, para a revista, informação é matéria-prima, e estar imerso onde as coisas acontecem é relacionamento e, portanto,
sumáRio }}} Nº 111 }}} NOVEMBRO 2008
Reportagem de capa: Amostragem
ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
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Insumos
diante do varejo populoso, empresas recorrem a ações de sampling para não deixar seus lançamentos malograr
tintas uv, livres de solventes, prometem “esverdear” a decoração de embalagens metálicas
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Cinco perguntas
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debbra Johnson revela os estudos da duPont sobre impactos da impressão de embalagens
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Ciclo de Conhecimento
evento apontou razões e meios para as empresas investirem em políticas de sustentabilidade
Reciclagem
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Entrevista
deputado Arnaldo Jardim explica o que acontecerá com o sancionamento da Política de resíduos sólidos
deixe as embalagens secundárias nas lojas. É esse o mote de nova ação do Pão de Açúcar
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Destilados
vodca skyy, célebre por sua garrafa azul, agora tem versão nacional
Lynn Dornblaser
EmbalagemMarca
Alimentos
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Priko lança primeira sopa pronta do país em cartonada asséptica
Cervejas
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com a proximidade do verão, cervejarias apostam em lançamentos e em embalagens atraentes
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diversos produtos internacionais apostam em embalagens que literalmente brilham e saltam aos olhos do consumidor
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novembro 2008
Internacional vinho canadense adota garrafa de Pet revestida com óxido de silício
66 Livros
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Obra retrata a trajetória profissional do designer Hugo Kovadloff
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Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor
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Só na web
O que a seção de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal levam aos internautas
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Panorama
Movimentação do mundo das embalagens e das marcas
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Painel gráfico Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens
Display
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Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
Almanaque
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Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
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Uma revista que é lida mensalmente por cerca de 60 000 profissionais do setor precisa fazer parte da sua grade de mídia. Um site visitado todos os meses por mais de 40 000 pessoas é um complemento imprescindível. www.embalagemmarca.com.br
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Uma premiação que valoriza as embalagens que trazem resultados na prática. Participe, como patrocinador ou inscrevendo seus cases.
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E a crise? Deixe pa
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Em 2009, mais dois grandes eventos e muitas novidades. 3 de junho – DESMISTIFICANDO A INOVAÇÃO 15 de setembro – TENDÊNCIAS & PERSPECTIVAS Consulte-nos sobre possibilidades de patrocínio, apoio e participação.
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Edição Especial de aniversário Em junho, não fique de fora da edição comemorativa de 10 anos da principal revista do setor de embalagens
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ra a concorrência...
só na web Uma amostra do que a seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal da revista levam aos internautas internacional
Pepsi reformulada A Pepsi anunciou uma drástica mudança em sua identidade visual. A alteração mais profunda é no logotipo, que passará a fazer alusão a um sorriso. A nova marca estará presente em todas as bebidas da Pepsi a partir de 2009. Leia mais em
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Logo atual (acima) e novo, que estampará as embalagens a partir de 2009
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Brilho no escuro
panorama
Uma lata que brilha no escuro quando exposta à luz ultravioleta (UV), a conhecida luz negra, é a novidade do energético Flying Horse. A lata de 473 mililitros, fabricada pela Rexam, recebe uma tinta especial que reage à luz UV. O público-alvo são os freqüentadores de casas noturnas. Leia mais em www.embalagem-
marca.com.br/luznegraflying
Abal publica guia de reciclagem de alumínio A Associação Brasileira do Alumínio – Abal lança o 12º volume da série de Guias Técnicos do Alumínio, desta vez explorando o tema reciclagem. Destinado a profissionais que atuam em todas as etapas da reciclagem do alumínio, o guia orienta sobre as melhores práticas a serem adotadas durante o processo. A publicação pode ser adquirida pelo site da Abal – www.abal.org.br Leia mais em www.embalagemmarca.com.br/guiaabal
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Tetra Pak lança campanha de sustentabilidade
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Estimular um novo olhar sobre as caixinhas da Tetra Pak através do papel que a empresa desempenha no cenário de sustentabilidade e aumentar o número de embalagens recicladas no Brasil. Este é o mote da campanha institucional “Sem perceber você transforma o mundo com a Tetra Pak”, que ficará no ar até dezembro. A comunicação demonstra o ciclo de vida sustentável das embalagens da Tetra Pak, que são feitas com material renovável reciclável. A campanha visa aumentar em mais de 50% o volume de embalagens longa vida recicladas no Brasil. Leia mais em www.embalagemmarca.com.br/tetrasustentabilidade
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}}} insumos ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
Metal mais leve
Tintas UV para latas, ambientalmente mais amigáveis, estréiam no Brasil
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or meio de sua divisão Packaging Novas tintas: Coatings, criada no início do ano cura quase instantânea após a compra da fabricante inglesa de tintas para embalagens ICI, a holandesa Akzo Nobel começa a ofertar no Brasil tintas para a impressão de embalagens metálicas com cura (secagem) por radiação ultravioleta (UV). A empresa será a primeira fabricante local de insumos desse gênero, considerados uma tendência mundial para a decoração de latas. As tintas UV não empregam solventes em sua composição, sendo, portanto, ambientalmente mais corretas. O apelo da sustentabilidade explica em grande parte a rapidez com que essas tintas vêm se difundindo mundo afora entre as fábricas de latas. “A cura UV ocorre numa fração de segundos, enquanto no processo tradicional a secagem leva cerca de dez minutos em fornos, sob altas temperaturas”, ilustra Maurí-
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cio Gasperini, diretor de marketing da Akzo Nobel Packaging Coatings. “Com as novas tintas, as metalgráficas economizam energia, produzindo muito mais em menor tempo.” A linha de produção ficará em Santo André (SP). Gasperini afirma que o investimento da empresa é estofado por aquisições, por metalúrgicas, de maquinário adequado ao trabalho com a tecnologia. As tintas UV podem revestir desde latas de tintas imobiliárias e produtos químicos até as de bebidas e de alimentos como pescados. Para facilitar a conversão do mercado aos novos insumos, a Akzo Nobel Packaging Coatings oferecerá assistência especializada aos fabricantes de embalagens. (GK) Akzo Nobel Packaging Coatings (11) 4463-9159 www.akzonobel.com/packaging
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perguntas
para Debbra Jonhson Perita em sustentabilidade comenta os resultados de um estudo sobre impacto ambiental dos sistemas de impressão de embalagens
omo mais ou menos sabem todos os envolvidos no universo do packaging, a impressão de filmes plásticos utilizados em embalagens e rótulos plásticos abriga uma velha disputa entre duas plataformas, rotogravura e flexografia. Os partidários da flexografia, agora, empunham um novo argumento: o de que o sistema é ambientalmente mais amigável que a rotogravura, por implicar em processos de pré-impressão “mais limpos”. À frente dessa investida, que busca sensibilizar os clientes indiretos, isto é, as indústrias usuárias de embalagens, está a americana DuPont, detentora da popular marca Cyrel de sistemas de confecção de chapas fotopoliméricas – ou clichês, as matrizes utilizadas na impressão flexográfica. A empresa bancou um estudo de ciclo de vida que compara os impactos ambientais de embalagens impressas com flexografia e rotogravura, tendo recentemente divulgado seus resultados. Chefe global de Sustentabilidade da área de impressão de embalagens da DuPont, a americana Debbra Johnson esteve no Brasil no fim de setembro, quando EmbalagemMarca aproveitou para questioná-la sobre a ação.
C
Quais os principais resultados do estudo, recentemente financiado pela DuPont, que compara os impactos ambientais da impressão de embalagens por rotogravura e por flexografia? Análises demonstraram que, para a impressão de embalagens plásticas flexíveis, a flexografia é 50% mais sustentável que a rotogravura. Na prática, isso significa que para cada milhão de metros quadrados de substrato impresso que foi mudado de rotogravura para flexografia, houve economia em energia não-renovável equivalente a 95 000 litros de gasolina e a redução de gases de efeito estufa igual às emissões anuais de quarenta automóveis médios. Um outro estudo, mais específico, buscou comparar o processo tradicional de gravação de chapas, que utiliza solventes, com o processo térmico, mais moderno. Nesse caso, foi verificado que este último proporciona uma redução em gasto energético de aproximadamente 60%, e uma redução de emissões de gases danosos de 51%. Ou seja, para cada 10 000 metros quadrados de chapas processadas, a economia de energia equivaleria a quase 33 000 litros de gasolina e a economia nas emissões, a retirar da estrada 16 automóveis médios por um ano.
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Como esses estudos foram feitos? Qual é a garantia de credibilidade? As análises de ciclo de vida foram efetuadas por uma equipe de cinco especialistas coordenados pela Five Winds International, uma consultoria internacional independente e experiente em estudos de desenvolvimento sustentável. Elas foram feitas de acordo com as normas ISO 14040 e 14044 e os padrões Peer Review. Um relatório sobre os estudos está disponível ao público em nosso site (N. da R.: em
foto: divulgação
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inglês, no endereço www2.dupont.com/Cyrel_Sustainability/ en_US/index.html) Os fabricantes de bens de consumo estão preocupados com o impacto ambiental da pré-impressão das embalagens flexíveis que utilizam? Existe, na opinião da senhora, negligência em relação aos impactos ambientais dessa etapa industrial? Eu prefiro não utilizar o termo “negligência”. Não se trata de saber e conscientemente sonegar a questão, e sim de um processo não muito conhecido por empresas alheias ao negócio de impressão. A inclusão da pré-impressão de embalagens nas políticas de sustentabilidade é novíssima. Até hoje, empresas priorizaram suas ações em prol das embalagens mais sustentáveis com redução de peso dos invólucros. Muitas indústrias que contatamos confessam nunca ter pensado nisso. A tendência é que a preocupação aumente.
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Que tipo de ação os resultados do estudo poderão estimular? No âmbito das entidades de classe, estamos organizando encontros para revisar os resultados das análises e discutir os próximos passos. Paralelamente, nos
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Estados Unidos um grupo chamado Sustainable Green Printing Partnership deverá determinar, através de certificações, os “convertedores verdes”, aqueles com políticas consistentes do ponto de vista ambiental. A etapa de pré-impressão terá grande peso nessas verificações. Estamos pensando numa série de ações para definir o que significa sustentabilidade em termos de préimpressão. Reitero que estamos no começo. Os fornecedores de embalagens flexíveis já utilizam a sustentabilidade como uma vantagem competitiva do sistema de gravação térmica de clichês, apontado pelo estudo como mais “verde” que o sistema convencional, baseado em solventes? Sim, mas ainda é um ponto incipiente. A gravação térmica não é insalubre, porque os funcionários não mantêm contato com solventes. Sem solventes, também é eliminada a preocupação com manejo de resíduos. A economia gerada com isso e a maior rapidez de gravação em relação ao processo convencional eram, no começo, o que atraía as clicherias e os convertedores para o sistema térmico. O estudo servirá para embasar a argumentação do mercado sobre sustentabilidade do processo térmico, quantificando o quão mais sustentável ele é.
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}}} evento
Uma proposta de trabalho qu
Seminário Estratégico sai do lugar comum e discute a implicação da Sus
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oram superiores a 92% os índices de aprovação sob os conceitos “ótimo” e “bom” obtidos em avaliação feita pelos participantes do Seminário Estratégico de Sustentabilidade na Área de Embalagem, promovido pela Bloco de Comunicação, com patrocínio da Eastman do Brasil e da Vitopel e apoio da Tetra Pak, do Consulado Geral Britânico, da Abrafilme e da Greenfield. Realizado em 14 de outubro último na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo, com o título geral de “O que é ser sustentável no mundo corporativo”, o evento constituiu o segundo movimento do Ciclo de Conhecimento EmbalagemMarca (o primeiro foi o Seminário Estratégico Embalagens Flexíveis – da Matéria-Prima ao Pontode-Venda, em maio) e contou com a presença de numeroso público. Na interpretação dos organizadores, os elevados percentuais positivos alcançados por ambos os eventos de transformação, como são designados internamente, refletem dois fatos de grande importância. Indicam que o público captou e aprova seu conceito e formatação, no sentido de que as unidades que os compuseram têm coerência entre si e são complementares umas às outras, de modo a compor um conjunto completo. A direção do Ciclo de Conhecimento está convencida também de que, tanto quanto ou mais que esses fatores, a alta qualidade do conteúdo das palestras e dos debates contribuíram fortemente para os bons resultados atingidos. Ao escolher o tema da sustentabilidade para o seminário, a equipe do Ciclo de Conhecimento teve como preocupação central evitar que se enveredasse pela redundância e pelo discurso meramente mercadológico. Isso porque, de uns tempos para cá, o assunto se tornou rótulo para os mais variados e desencontrados eventos. A opinião dos congressistas e o conteúdo das apresentações e debates, que estão resumidos nas próximas páginas e que têm sua íntegra disponível para os participantes na Internet (www.ciclodeconhecimento.com.br), demonstram que se conseguiu tratar do tema de forma conseqüente e capaz de acrescentar ferramentas efetivas à atuação das empresas da cadeia produtiva de embalagens. As seis palestras que constituíram o seminário resultaram numa cobertura que abrangeu desde o aspecto financeiro da sustentabilidade como arma estratégica de valorização empresarial até práticas sustentáveis na indústria, no varejo e na criação de produtos e de embalagens. Dada a avaliação positiva desse seminário e também do anterior, sobre embalagens flexíveis, já está sendo montada a grade de eventos que comporão o Ciclo de Conhecimento em 2009 (veja na pág. 36).
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Casa cheia para discutir a sustentabilidade no mundo corporativo. Abaixo e na página ao lado, momentos do evento
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ue se consolida
stentabilidade como negócio
Patrocínio
Apoio
Apoio divulgação
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}}} José Luiz Rossi Jr. ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
Empresa consciente vale mais Professor do IBMEC mostra o lado e conomicamente vantajoso da sustentabilidade
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primeira palestra do dia foi do professor de economia da graduação e mestrado do IBMEC-SP (Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais), José Luiz Rossi Jr. No início da apresentação, Rossi Jr. começou definindo que sustentabilidade pode ser vista como uma tentativa das empresas em mover na direção de uma maximização de valor no longo prazo, “colocando mais peso nos resultados em um período mais longo de tempo.” O palestrante explicou que as empresas praticam ações sustentáveis no curto prazo para obterem resultados no longo prazo. Isso exige uma mudança no paradigma, principalmente dos economistas, que afirmam que o objetivo de uma companhia é a maximização do lucro corrente. A sustentabilidade muda isso, visto que os objetivos passam a ser de longo prazo. Esse novo cenário traz a seguinte questão: ser sustentável envolve custos em curto prazo, porque toda mudança implica em despesa, mas os resultados não serão imediatos. Por isso, Rossi Jr. apresentou pesquisas americanas e brasileiras que confirmam evoluções das empresas com políticas sustentáveis nas bolsas de valores é preciso calcular bem os benefícios dessa mudança. Segundo Rossi Jr., há dois lados: o que escolhe a sustentabilidade O professor do IBMEC deu o exemplo da emissão de (“it pays to be green”) e outro que diz “não” (“it does not”). poluentes por uma indústria. Na visão dos “contrários”, O palestrante apresentou os argumentos utilizados pelos dois a empresa não deve se preocupar com essa externalidade lados que o dia-a-dia das empresas tem (poluição), pois regular isso é obrigação revelado. do governo. Outro argumento é que, ao “A regulamentação Entre os argumentos dos que refutam investir em sustentabilidade, a empresa está investimentos em sustentabilidade, ele deixando de destinar recursos a atividades governamental citou o “teorema do bem-estar”. Esse teomais lucrativas. rema afirma que, uma vez que a empresa Após expor as idéias contrárias às prátié inadequada, de faça algo para o seu próprio bem, o resultacas de sustentabilidade, o palestrante falou do final para a sociedade vai ser o melhor sobre os argumentos dos que são favoráveis modo que não é também. Partindo do pressuposto de que aos investimentos, como “externalidade”, isso é verdade, as empresas tentam maxiou seja, o comportamento de um agente possível depender mizar o lucro. A “ausência de externalidasocial afeta os que estão próximos a ele. de” também é um dos argumentos daqueles Outro argumento é que a regulamentação somente dela que são contrários a investimentos em governamental é inadequada, insuficiente sustentabilidade: ao maximizar o lucro, a ou inexistente, de modo que não é possível para solucionar as empresa não prejudica nem atrapalha nindepender somente dela para solucionar as guém, ou seja, pensa apenas nela. Assim, questões; uma vez que o governo não dá questões” não há problemas em maximizar o lucro conta de regulamentar esses assuntos, as corrente. “Entretanto, ao fazer isso a comempresas devem internalizá-lo, e uma das panhia acaba trazendo prejuízo ou ganho a terceiros. Aí esse formas é a adoção de políticas sustentáveis. resultado não é válido”, afirmou. O economista mostrou que é melhor “internalizar” isso, 14
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}}} José Luiz Rossi Jr. ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
porque há pressão dos investidores e consumidores para 75% dos trabalhos indicam um efeito positivo. No aspecto que as empresas adotem ações sustentáveis. “Certamente financeiro, o professor apontou para os seguintes efeitos: haverá custos na implementação dessas políticas”, ponderou o valor de uma empresa que está incluída em um índice de Rossi Jr., “mas também benefícios, como a diferenciação do responsabilidade social é maior, ao passo que, se ela for produto, que passa a ser visto como ‘sustentável’; a criação excluída desses índices, o impacto é negativo. O professor de confiança e cooperação, acarretando retornos maiores e mostrou dados comparativos entre o índice Dow Jones com o duradouros; a geração de vantagens competitivas, na medi- índice Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World), composto por ações de empresas de recoda em que os consumidores passariam a nhecida sustentabilidade corporativa. O reconhecer a empresa como sustentável e “A sustentabilidade gráfico dos últimos anos mostram que as valorizá-la mais por isso.” empresas que compõem o DJSI World têm O tema tem ligação também com o influi de maneira conseguido resultados melhores em termos gerenciamento de riscos, segundo Rossi de valor de mercado na comparação com o Jr. Com políticas sustentáveis, as empresas positiva no valor das índice Dow Jones. podem reduzir as possibilidades de eventos José Luiz Rossi Jr. levou aos congresprejudiciais e, caso eles ocorram, terão empresas. A relação sistas um estudo recente (2008) que aponta custos menores. Além disso, há estudos que que indústrias de produtos considerados indicam que empresas sustentáveis têm um custo/benefício é prejudiciais, como fumo e bebidas alcoófluxo de caixa menos volátil, o que as ajuda licas, têm suas ações menos demandadas no mercado financeiro. Outro tópico que boa para companhias por investidores. estimula a adoção de medidas sustentáveis Assim, nota-se que a não adoção de pelas empresas é a redução do custo do que têm práticas políticas de sustentabilidade redunda em capital, visto que o aumento da demanda custo – em se tratando de valor da emprepelos seus ativos resulta na ampliação do sustentáveis” sa – para as companhias. O professor preço de mercado. do IBMEC-SP também expôs um gráfico Para ilustrar os benefícios que a adoção dessas práticas trazem às empresas, o professor expôs alguns compostos pelo ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial fatos: segundo o Social Investment Forum, o Social Res- da BOVESPA) e pelo índice BOVESPA. O gráfico mosponsible Investments – SRI (fundos de investimentos que trava que o valor de mercado das empresas consideradas favorecem empresas preocupadas em reduzir seus impactos sustentáveis (participantes do índice ISE) têm maior valor socioambientais negativos) está crescendo nos EUA a taxas de mercado. O palestrante finalizou a apresentação ressaltando que animadoras; 11% dos ativos sob gerenciamento profissional (fundos de pensão, fundo mútuos) naquele país estão rela- a sustentabilidade influi de maneira positiva no valor das cionados a SRIs; e entre os anos de 2005 e 2007 os investi- empresas e que a relação custo/benefício é boa para as mentos em responsabilidade social cresceram a uma taxa de companhias que adotam práticas sustentáveis. Ele destacou ainda que os resultados dependem das percepções que con18% ao ano. Após discorrer sobre esses tópicos, o palestrante falou sumidores e investidores têm da política de sustentabilidade sobre os resultados práticos obtidos pelas companhias que da empresa. “É importante que ela seja um programa real da optaram por adotar práticas sustentáveis. Ele afirmou que empresa e não apenas uma ação de marketing”.
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}}} fábio cyrillo ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
Econômico e social: inseparáveis Para entender o Wal Mart fornecedores têm de oferecer produtos sustentáveis
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segundo palestrante do Seminário Estratégico de Sustentabilidade na Área de Embalagem foi o diretor de marcas próprias do Wal-Mart. Fábio Cyrillo iniciou sua apresentação abordando a importância da sustentabilidade dentro da política empresarial do Wal-Mart, maior rede varejista do mundo, com mais de 7 mil lojas, sendo 325 no Brasil com as bandeiras Wal-Mart Supercenter, Bompreço, Big, Nacional, Mercadorama, Maxxi e Sam´s Club. Cyrillo explicou que o Brasil é muito importante para as operações da rede varejista e que, juntamente com a China, o país é considerado vitrine em relação à sustentabilidade. Isso em virtude da biodiversidade e dos problemas sociais e econômicos, de certa forma parecidos nos dois países. No diagrama apresentado pelo diretor do Wal-Mart o tema sustentabilidade aparecia em destaque. O executivo explicou que a empresa pretende ser líder em sustentabilidade em sua área de atuação, o que justifica os investimentos já feitos pela empresa. Prosseguindo com a apresentação, foi exposto o “Triple Fábio Cyrillo, diretor de marcas próprias do Wal-Mart: rede varejista está cada vez mais exigente em relação às boas práticas de seus fornecedores Bottom Line”, demonstrando que os objetivos econômicos, sociais e ambientais precisam caminhar juntos para que país pobre e o varejo precisa estar preparado para dialogar haja sustentabilidade. “O produto que não é economicamen- também com os consumidores que estão inseridos em outra realidade econômica. Cyrillo ressaltou que te viável, mesmo sendo sustentável, não o trabalho de conscientização precisa ser vende”, afirmou Cyrillo. Ele ilustrou a afir“Trabalhar com feito em parceria com os fornecedores. mação com exemplos do milho orgânico O Wal-Mart trabalha a sustentabiliem lata, que no Wal-Mart não apresentou modelos sustentáveis dade em metas mundiais, divididas em bom desempenho de vendas por ter o preço três grandes vertentes: clima, resíduos e muito elevado, e do cobertor feito a partir em empresas tem produtos. Para alcançar seus objetivos, a fios conseguidos com a reciclagem de garrede criou dez plataformas, sendo três para rafas PET, que foi um sucesso de vendas, desafios. Um deles clima (lojas e centros de distribição suspor ter um preço acessível, apesar de ser tentáveis, escritórios sustentáveis e cadeia mais alto que o de produtos tradicionais é explicar aos logística sustentável), duas para resíduos concorrentes. (reciclagem e embalagens sustentáveis) e O executivo ressaltou que para trabalhar clientes o que é duas para produtos (clube dos produtores com sustentabilidade é preciso entender as e produtos sustentáveis). As outras três necessidades do planeta. Nesse sentido, uma embalagem – neutralização de carbono, funcionários os colaboradores do Wal-Mart assistem sustentável” conscientes e clientes conscientes – estão a palestras e são estimulados a conhecer relacionadas às outras plataformas. essas necessidades e a incorporar produtos Trabalhar em modelos sustentáveis tem sustentáveis ao seu portfólio. Fábio Cyrillo destacou que é necessário compreender os consumidores para desafios. Um deles é explicar aos clientes o que é uma embapoder equilibrar, de forma correta e ao mesmo tempo respon- lagem sustentável. Para facilitar esse trabalho, a rede adota sável, a oferta de produtos. Ocorre que o Brasil ainda é um alguns pontos como fundamentais, entre eles que a embala18
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}}} fábio cyrillo ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
gem seja capaz de atender aos critérios de custo e desempe- fazem a coleta nas lojas. Cyrillo ressaltou que é importante nho do mercado; que em sua fonte, fabricação e transporte instruir a população e fornecer ferramentas para reciclar utilize energia renovável; e que seja coletada e reciclada em o lixo, pois muitas vezes há vontade, porém não há coleta ciclos biológicos e/ou industriais. Os fornecedores do Wal- seletiva ou postos de recebimento. O executivo afirmou Mart têm de cumprir metas de sustentabilidade que fazem também que a tendência é a migração dos consumidores para parte dos planos de negócios das empresas envolvidas nas os produtos considerados responsáveis, e que aí reside uma parcerias. Outras estratégias utilizadas na união entre a rede boa oportunidade de negócio para os fornecedores. O grande desafio é mostrar ao consumidor que de varejo e seus fornecedores incluem o determinado artigo é fabricado de forma “innovation day” (dia de inovação) e o “O produto ‘verde’ diferenciada, sustentável e, por isso, tem fórum de embalagem. um preço característico. O palestrante apresentou exemplos de não pode custar Cyrillo disse acreditar que o produto embalagens ambiental e socialmente corverde não pode custar mais caro que os retas, especificamente no setor de marcas mais caro que outros: para ser sustentável, o produto próprias do Wal-Mart, onde a meta é ter precisa ser economicamente viável. “Com todas as embalagens sustentáveis. Fábio os outros: a Procter nós conseguimos fazer o Ariel Cyrillo ressaltou que o Wal-Mart adota Ecomax com selo de sustentabilidade e embalagens certificadas com o selo FSC, para ser sustentável, o produto foi muito bem de venda. Caso trabalha na redução do uso de materiais no tenhamos um Ariel, que é da Procter, e um momento da produção e atua em parceria ele precisa ser Omo, da Unilever, sendo o Ariel mais caro, com outras empresas para a confecção de o consumidor não comprará, pois ele não embalagens em material renovável, além economicamente percebe essa equação de valor. Ou entrade estimular a reciclagem. Ao mostrar mos junto com o mesmo preço do líder, produtos sustentáveis, o executivo retomou viável” porque ele é bom e é eficiente, ou não cona questão das condições sociais da populaseguimos colocar essa equação de valor.” ção, afirmando que o consumidor pretende O diretor da rede varejista também citou o exemplo da adquirir um produto diferenciado, porém esbarra no preço. Por isso, o posicionamento do produto é importante: o con- linha de detergentes da marca prórpria, como o Bio Wash, sumidor precisa ter ciência do motivo de pagar um pouco que é um produto efetivamente biodegradável. “A venda é mais por um artigo e ver a relação custo/benefício. O pales- boa, porque os consumidores das classes A e B percebem trante comentou ainda sobre a pouca atratividade de algumas a equação real de valor e acabam comprando, mas não é embalagens sustentáveis, frisando que, mesmo assim, elas uma explosão de vendas como a de outros produtos dessa ocupam um lugar privilegiado nas gôndolas do Wal-Mart, categoria.” “No Wal-Mart costumamos dizer que um produto efetijustamente por se adequarem às normas da empresa. Os minutos finais da apresentação foram dedicados à vamente sustentável teria que ser uma batata orgânica, em abordagem de um tópico não menos importante: os resíduos. um saco de juta, entregue na loja a pé. Fora isso todos eles Segundo o executivo, a rede tem parcerias com bancos de têm algum impacto. Dessa forma, precisamos colocar um alimentos para a doação de alimentos, com empresas que produto que efetivamente impacte menos o meio ambiente”, instalam coletores e com cooperativas de catadores, que concluiu o diretor de marcas próprias da rede.
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}}} eduardo vaz ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
O mercado é cada vez mais verde Diretor industrial da Bertin diz que cresce preocupação com a sustentabilidade
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diretor industrial da Bertin Higiene e Beleza, Eduardo Vaz, iniciou sua palestra falando que o tema sustentabilidade fazia parte de sua agenda antes mesmo de ele ocupar a diretoria industrial da empresa. Desde os anos 90 o executivo trabalha com o conceito. Após essa introdução, o palestrante retomou a definição de desenvolvimento sustentável, acrescentando que isso não é um destino final e sim uma jornada. Assim, sempre surgirão novas alternativas de produção, novos materiais, e é importante buscar essas alternativas para impactar menos o meio-ambiente. Continuando sua apresentação, Eduardo Vaz abordou algumas diretrizes da organização sueca The Natural Step. O executivo frisou que já existem empresas no Brasil que estão adotando os princípios da ONG, reafirmando que a preocupação com a sustentabilidade vem crescendo. As diretrizes do The Natural Step apontam para uma sociedade sustentável, onde o homem não pode explorar de forma predatória os recursos naturais. É preciso que haja o correto tratamento Para Eduardo Vaz, diretor industrial da Bertin Higiene e Beleza, alguém dos resíduos produzidos e cuidado para que os recursos, precisa ser responsabilizado pelos resíduos, e esse alguém é a indústria como a água potável, não sejam contaminados. a questão posta é: como fabricar os produtos? Para responder Após discorrer sobre esses assuntos, Vaz falou a res- a essa indagação, o diretor da Bertin apresentou dados da peito dos pontos que motivam as empresas a repensar seus indústria norte-americana apontando que uma das soluções modelos e apontou que a sustentabilidade é o caminho a ser é produzir os artigos reutilizando materiais seguido pelas companhias. Além disso, e, assim, contribuir na redução das emister um comportamento ético é útil para os sões. Eduardo Vaz frisou algumas razões “É fundamental negócios, aumentando assim sua vantagem para investir em sustentabilidade, como a competitiva. “O mercado é cada vez mais preocupação existente por parte dos consurefletir sobre a verde”, frisou o executivo. midores e cidadãos, a maior conscientizaDando continuidade à apresentação, o ção das crianças, o ambientalismo, que se sustentabilidade da executivo afirmou que “no paradigma dos tornou um movimento social, o comércio negócios, o mais importante é a economia, companhia como internacional, cujas regras já estão abranenquanto a sociedade e o meio ambiente gendo também as questões ambientais, e o (vida no planeta) ocupam lugares secunnegócio. Deve-se aumento da demanda do mercado por prodários”. Contudo, é necessário que haja dutos sustentáveis. O palestrante citou que uma quebra nesse paradigma e que o meio pensar na estratégia em breve indústria e varejo deverão firmar ambiente seja trazido para o centro dos parcerias para que os resíduos dos produtos da empresa inserida negócios. O executivo expôs ainda uma tenham o correto destino final, pois o trato visão otimista, afirmando que a sociedade desses resíduos já é lei em alguns lugares. na comunidade” está tomando ciência que seu modo de vida “A questão é a necessidade de fazer uma não é sustentável e que deve repensar os legislação de forma global que responsabicaminhos adotados. lize alguém para ser o detentor daquele resíPartindo do princípio que existe a necessidade de mudar, duo final, e o caminho mais fácil é o fabricante. Não é possível
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colocar uma legislação na qual todo consumidor seja responsável pelo destino final daquela embalagem. Não há jeito. Não funciona. Não é possível aplicar isso.” Assim, o fabricante, sendo responsável pelo destino final, vai ter que trabalhar em parceria com o varejo para motivar o consumidor a devolver a embalagem. Um dos exemplos dados para ilustrar isso foi o destino das pilhas e baterias, que já têm legislação regulamentando o descarte. Vaz destacou que ao se falar em sustentabilidade não se deve ficar concentrado apenas no meio ambiente, pois este, apesar de sua importância, não pode ser a única preocupação. O palestrante evidenciou ser fundamental refletir sobre a sustentabilidade da empresa também como negócio. Além disso, há a questão da equidade e pessoas, que analisa os custos que as cidades/pessoas têm em função das estratégias das companhias. “Deve-se pensar na estratégia da sua empresa inserida em uma comunidade”, sentenciou Eduardo. Retomando a questão ambiental, o palestrante reafirmou a importância da eco-eficiência e expôs exemplos de pesquisas que buscam encontrar novos materiais, mais fáceis de serem degradados após o descarte. Vaz lembrou também da importância da análise do ciclo de vida do produto, desde sua concepção até o uso final, para que este seja sustentável do início ao fim de seu ciclo de vida. Para ilustrar a apresentação, o executivo da Bertin Higiene e Beleza mostrou um gráfico com o índice Dow Jones de Sustentabilidade onde foi possível perceber que as empresas que adotaram práticas sustentáveis tiveram desempenho melhor do que as empresas que não o fizeram. A apresentação foi concluída com a exposição de alguns exemplos que comprovaram o quanto a sustentabilidade pode agregar às empresas, incluindo, entre outros aspectos, a redução das despesas de manufatura, aumento da produção e fidelização dos consumidores.
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}}} joão cesar rando ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
Benchmarking brasileiro Coleta de embalagens vazias de agrotóxicos no Brasil é referência mundial
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palestra do presidente do inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), João Cesar Rando, foi iniciada com um breve histórico sobre como, no início da década de 90, um projeto prático contribuiu para a construção de uma legislação – que divide a responsabilidade entre todos os elos da cadeia – para os resíduos pósconsumo de embalagens de agrotóxicos. No início da década de 2000 uma lei especificou quais atribuições seriam do agricultor, do canal de distribuição, da indústria e do poder público. Nesse contexto nasceu o inpEV, que, nas palavras de João César Rando, é um instituto “que visa representar o fabricante dentro das responsabilidades que a lei estabelece”. Paralelamente, a lei foi vista como uma oportunidade para ser desenvolvido um sistema que fosse referência na questão. Além de garantir a correta destinação das embalagens vazias, a entidade sem fins lucrativos estimula a educação e consciência de proteção ambiental e apóia o desenvolvimento Presidente do inpEV, João Cesar Rando, acredita que educação de toda a tecnológico dos invólucros do setor. cadeia é um passo importante para a implantação de projetos sustentáveis Prosseguindo com a apresentação, o executivo apontou que a cadeia está unida e divulgou que seus associados os integrantes da cadeia um objetivo comum: fazer a gestão são responsáveis pelo recolhimento de 95% do volume de ambiental das embalagens. embalagens comercializadas. Desde 2002, quando o instituto Abordando a responsabilidade do fabricante, João Cesar começou a operar, já foram investidos no Rando explicou a logística reversa, a roteisistema cerca de R$ 265 milhões. rização do caminhão para que o mesmo “Foi possível As responsabilidades e os custos são veículo que leva o produto cheio passe, em compartilhados, de modo que, atender à seu trajeto de volta, nos postos de coleta estabelecer entre legislação faz parte do custo do negócio. e traga as embalagens vazias já compacO inpEV investe cerca de 0,3% do faturatadas. No processo o agricultor devolve todos os integrantes mento para que o sistema de recolhimento as embalagens limpas em um posto ou de embalagens vazias funcione. Dos cuscentral de recebimento. Posteriormente, as da cadeia um tos do processo, aproximadamente 75% embalagens são recolhidas e seguem para são cobertos pelos fabricantes, 15% pelas incineração ou reciclagem. objetivo comum: cooperativas e distribuidores e 10% pelos A exposição de um gráfico mostrou a agricultores, que lavam e devolvem as evolução do volume de embalagens que chefazer a gestão embalagens. garam ao destino final (reciclagem ou incineA infra-estrutura para o funcionamento ração) entre 2002 e 2006, e percebeu-se que ambiental do sistema conta com cerca de 375 unidahouve um crescimento. São coletados 95% des de recebimento, distribuídas em todos do volume de embalagens primárias (que das embalagens” os estados do país. Outra frente de atuação entram em contato direto com o produto) e é o apoio à formação de associações de 80% do volume total (que inclui os invólurevendedores são mais de 2500 revendedores, cooperativas cros secundários). O controle do sistema é feito através de um e distribuidores. Dessa forma, foi possível estabelecer entre acompanhamento mensal nas unidades ou estados. 24
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}}} joão cesar rando ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
Um outro programa de educação criado foi o “Dia NacioAlém do desafio de retirar o material, há a questão do destino deles. O palestrante explicou que, no começo, havia nal do Campo Limpo”, no qual a comunidade local visita as uma recicladora pequena, mas, em virtude do aumento do unidades de recebimento. O programa está evoluindo para volume do trabalho, foram efetivadas parcerias que origi- uma “Semana Nacional” e abrangendo também as escolas, naram uma rede de recicladoras para manter o sistema em com a visita de crianças às unidades. O palestrante encerrou a questão educacional e retomou funcionamento. Rando ressaltou que todo o processo é raso assunto do benchmark, mostrando como treado, de modo que o inpEV acompanha funcionam as iniciativas internacionais. a embalagem desde a sua origem até o “É fundamental que Nos Estados Unidos há um programa que destino final. Durante o processo é funhaja a colaboração não está muito estruturado, mas recebe damental que haja a colaboração de todos as embalagens vazias. No Canadá há um os elos da cadeia, por isso as embalagens de todos os elos da espaço para o depósito das embalagens, também são utilizadas como ferramenta de mas não há inspeção e só determinados divulgação do projeto, carregando um selo cadeia, por isso as tipos de embalagens são recolhidos. João com a inscrição “Lave-me e devolva-me”. Cesar Rando apresentou números que comA partir da reciclagem desses invólucros embalagens também provam que o Brasil recolhe mais embapodem ser feitos diversos materiais, como são utilizadas como lagens usadas que todo o resto do mundo artigos voltados para a construção civil, junto. A eficiência do sistema brasileiro sacos para lixo hospitalar, cruzetas para ferramenta de foi mostrada também na questão de custos, postes, entre outros. No futuro o instituto onde se percebe que o projeto é o que tem espera transformar o material reciclado em divulgação os menores custos quando comparado às embalagens para a indústria, experiência já alternativas mundiais. feita com as tampas. do projeto” Abordando especificamente a sustentaO presidente do inpEV abordou a edubilidade, o presidente do Instituto Nacional cação, fundamental para a conscientização dos agricultores a respeito da importância da gestão de Processamento de Embalagens Vazias falou sobre um dos resíduos. Durante três anos o inpEV desenvolveu uma estudo profundo, um balanço da eco-eficiência que resultou, campanha com um personagem, Olímpio, para transmitir segundo dados de 2006, em efeitos positivos no eixo do mensagens claras e simples aos agricultores. De acordo com impacto ambiental. Bons resultados também foram regispesquisas feitas pelo instituto, mais de 90% dos agricultores trados no eixo do impacto de custo. Uma análise do estudo fazem a lavagem no momento correto e 95% devolvem as apontou que, em 2006, o trabalho do sistema contribuiu embalagens, conhecem a lei e a avaliam como positiva. “É consideravelmente na redução das emissões de carbono. O claro que o fator lei é um ponto que ajuda bastante, mas não balanço social, que também faz parte da sustentabilidade, é o determinante. Temos muitas leis no país que funcionam de estava em andamento e, por essa razão, não foi citado. acordo com o nível de esforço que se faz para que funciona- “Queremos ter um sistema auto-sustentável em todas as suas rem. Acredito que a lei é um ponto importante, mas eu citaria fases”, assinalou o palestrante. João Cesar Rando finalizou a também outros condicionadores, como o comprometimento apresentação dizendo que o inpEV busca a sustentabilidade da cadeia. Se ela não quisesse fazer acredito que seria difícil completa do sistema e pretende produzir novas embalagens para a indústria a partir de material reciclado. implantar o projeto.”
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}}} martin bunce ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
“Nós podemos fazer muito mais” Designer britânico acredita que ações sustentáveis devem partir das empresas
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designer britânico Martin Bunce iniciou sua apresentação com uma breve exposição sobre a TinHorse, pequena consultoria britânica de design que conquistou a conta de importantes companhias, como a Unilever. A empresa, desde o início de suas atividades, está atenta à questão da sustentabilidade e busca um contínuo aprimoramento para lidar com a questão. Segundo Bunce, sua empresa é um exemplo de que é possível empresas pequenas atenderem outras muito maiores, mas que chamar a atenção delas para assuntos complicados como a sustentabilidade é uma tarefa mais árdua. Contudo, o esforço precisa ser feito. “Nós podemos fazer muito mais”, sentencia o designer. Bunce apontou que a sustentabilidade é um tema muito importante, e que se preocupa quando as empresas indagam se os consumidores estão realmente interessados com as iniciativas sustentáveis das corporações, e também se estão dispostos a pagar mais por um produto sustentável. Para o designer inglês, o assunto não deveria depender das preferências do consumi- Para o designer britânico Martin Bunce, ações de sustentabilidade deveriam levar em conta a própria existência das companhias dor, e o que se deveria levar em conta é a própria existência das empresas e do planeta. “Caso continuemos a consumir com os tivas, que muitas vezes ainda são desconhecidas pelos executimesmos padrões, se não fizermos nada, esgotaremos os recur- vos que passam o briefing de novos desenvolvimentos. Cabe, sos em quinze anos”, afirmou, ressaltando então, ao designer o papel de instigador, que não há tempo a perder e que as iniciativas perguntando “como agir” ou “o que fazer” “Caso continuemos a devem partir das companhias. em relação ao tema da sustentabilidade, de Para ilustrar o ponto acima, Bunce mosforma que os clientes precisem buscar nos consumir trou uma análise dos projetos desenvolvidos manuais empresarias a forma indicada de pela TinHorse em 2006 e 2007. O britânico tratar o assunto. com os mesmo constatou que a sustentabilidade não era conUm problema que se enfrenta hoje é o que templada nos brienfings passados pelos cliense chama de “fadiga verde”, que, em outras padrões, se não tes, com questões como expansão de marcas, palavras, reflete um estado de descrença por ampliação de participação de mercado e parte dos consumidores com relação à real fizermos nada, inovação dominando as pautas. Quando a eficácia das ações voltadas à sustentabilidasustentabilidade era posta em debate, os exede. De acordo com Bunce, informações negaesgotaremos os cutivos diziam que a área de supply chain se tivas sobre o assunto – como a de que o Reino responsabilizaria pelo assunto. Dessa forma, Unido “exporta” lixo para a Índia, revelada recursos em o pensamento sustentável não era construído pelo noticiário britânico – acabam gerando desde o princípio. um grande descrédito entre os consumidores quinze anos” O palestrante lembrou que as apresen– que, no Reino Unido, são penalizados até tações anteriores destacaram os três pilares criminalmente quando não separam adequada sustentabilidade – econômico, social e ambiental – e que os damente seus lixos. designers têm um papel importante nesse processo. Segundo Abordando as medidas usadas para verificar o quanto um Bunce, as empresas estão consolidando suas diretrizes corpora- processo afeta o ambiente, o palestrante citou a Análise de 28
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}}} martin bunce ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
Ciclo de Vida (ACV), que consiste em um amplo estudo desde compravam sacos de lixo, consumindo muito mais plástico. Dentro da linha de olhar, acima de tudo, como os consumia concepção do produto até o seu final. “Antes de a embalagem entrar no mercado é feita a ACV, comparando a nova embala- dores usam os produtos, Martin Bunce abraçou a tese de que gem com o benchmark daquela categoria. Se não se consegue muito pode ser feito na direção da eliminação de desperdícios com uma correta concepção das embalagens. nenhuma melhoria, volta-se para a prancheta”, disse. O palestrante usou, entre outros exemplos, os pacotes de Durante sua apresentação o designer classificou a sustentabilidade como um “problema difícil”. Segundo ele, esse tipo macarrão. Segundo Bunce, quando cozinha uma quantidade errada do produto, o consumidor está desde questão costuma não ser entendido até perdiçando energia com a fervura de água que uma solução seja desenvolvida, e precisa “Enquanto um em excesso, e gerando lixo quando descarta ser trabalhada de maneira ininterrupta. Além o macarrão que sobra. Se a embalagem fosse disso, é preciso ter em mente que não há material culpa o usada para ajudar a preparar a quantidade solução certa ou errada, pois todo problema correta, talvez consumisse mais material, é único e novo. outro, há inúmeras mas a eliminação dos desperdícios traria Outro ponto abordado foi que há uma menor impacto ambiental. Para o designer, “guerra” contraprodutiva entre os materiais de atividades conômicas muitas vezes as soluções estão nas coisas embalagem, pois enquanto um fica culpando simples. o outro, há inúmeras atividades econômicas prejudiciais ao Bunce alertou, contudo, para o fato de que são muito mais prejudiciais ao ambiente, que é preciso se tomar cuidado com as e a embalagem acaba ficando no foco. ambiente, mas a decisões comunicadas ao mercado como Para Martin Bunce, a busca por atividasendo sustentáveis, pois erros podem gerar des mais sustentáveis esbarra ainda em um embalagem acaba uma reação adversa por parte do consumioutro problema, que é o fato de as pessoas dor. Para exemplificar, Bunce citou a Innose engajarem em algo porque se influenciam ficando no foco” cent, marca de bebidas “amada pelos britâpor manchetes chamativas. Ele usou o exemnicos”. A empresa adotou o uso de garrafas plo das sacolas plásticas distribuídas na boca do caixa de supermercados, que são muito criticadas. Mas, com plásticos biodegradáveis para seus sucos, o que ganhou segundo o designer, as pessoas se esquecem que essas sacolas a mídia rapidamente. Porém, a idéia difundida inicialmente, os ajudam a levar os produtos para casa, e ainda podem ter usos de que as garrafas se degradariam facilmente, passou a ser duramente contestada, já que os plásticos biodegradáveis alternativos, como fazer as vezes de sacos de lixo. Para o designer, o importante é pensar em como os consumi- não se degradam se não encontrarem condições apropriadas dores utilizam os produtos que compram, pois eles são criativos para isso. A empresa foi obrigada a voltar atrás e adotar outro e têm grande capacidade para reinventar as coisas, como ocorre tipo de embalagem. Em suas considerações finais, Bunce levantou um ponto com as sacolas plásticas. A experiência feita no Reino Unido para estimular, no varejo, o uso de sacolas plásticas retornáveis importante. Para ele, há um certo paradoxo na questão do acabou tendo o efeito contrário do que se esperava. Os consu- consumo, pois as pessoas mais esclarecidas são, em geral, as midores passaram a comprar essas sacolas, mas se esqueciam com maior poder de compra, e estão pouco dispostas a abrir de levá-las de volta na próxima compra, e acabavam compran- mão “do melhor que o dinheiro pode comprar” – bens e serdo outras. No final, usavam-nas como as descartáveis, e ainda viços que não necessariamente são os mais sustentáveis.
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Aliar inovação e sustentabilidade Para a Natura, com ecodesign se obtém produtos ambientalmente adequados
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uciana Villa Nova, gerente de desenvolvimento de embalagem da Natura, iniciou sua palestra falando um pouco sobre a história da Natura, empresa nacional que se estruturou no segmento de venda direta entre os anos de 1969 e 1974, e com dados atuais, como a receita bruta consolidada e o número de consultoras – mais de 700 mil. Após a exposição dos números, Luciana fez uma exposição da filosofia da Natura e esclareceu que o bem estar pregado só existe quando os indivíduos estão bem consigo mesmos e com os outros. A executiva frisou que por “outros” são entendidos a sociedade e o meio ambiente. Nesse sentido, as políticas organizacionais são norteadas por esse princípio de bem estar. Além disso, é preciso que o compromisso com a sustentabilidade esteja presente nos produtos, ainda que estes sejam cosméticos, que trabalham fortemente com a estética. Segundo a palestrante, a Natura busca incorporar os aspectos sociais e ambientais em toda a cadeia produtiva, evitando e/ou compensando os impactos ambientais causa- Luciana Villa Nova, gerente de desenvolvimento de embalagem da Natura: design deve levar em conta a funcionalidade e a escolha dos materiais dos. Outro ponto abordado foi a importância do desenvolvimento de itens que tragam um impacto positivo tanto no de formas sustentáveis de exploração, uso de fontes renosetor social quanto no ambiental. váveis e utilização de recursos naturais buscando manter Segundo Luciana, um dos desafios da Natura é aliar ino- o equilíbrio. O aspecto social é garantido pela educação e vação e sustentabilidade. A empresa tem pela valorização das formas de trabalho um índice de inovação, que mede o quanto que integram a cadeia. Finalizando a tríade “O ecodesign os lançamentos representam na receita vem o âmbito econômico, com a intenção bruta da companhia. Atualmente, 60% da da empresa de atender aos critérios de das embalagens receita bruta vêm dos produtos apresendesempenho e custos do produto. Luciana tados ao mercado nos últimos dois anos. ressaltou que tudo isso precisa ser feito deve contemplar, A gerente afirmou que a empresa trabalha dentro de um conceito estético da embalaem duas grandes frentes: formulações, em gem, visto que a empresa atua no setor de além da redução que é buscada a utilização de componentes cosméticos. de origem vegetal, e ecodesign de embalaEm virtude dessa exigência, o design dos impactos gem/eco-sócio-design de embalagem, ou de embalagem é muito importante para seja, as embalagens como fator de educaempresa, levando em conta a funcionalidaambientais, a ção para o consumidor. Luciana Villa Nova de e a escolha dos materiais. Ao falar em reforçou que a sustentabilidade precisa ser embalagens sustentáveis, Luciana fez um questão da redução trabalhada nos aspectos sociais, ambienparalelo entre os ciclos de vida da natureza, tais e econômicos. Assim, o ecodesign nos quais tudo que é criado é reutilizado, e dos custos” das embalagens deve contemplar, além da o ciclo de vida das embalagens. “O ecoderedução dos impactos ambientais, a questão sign precisa pensar em como fazer e quais dos custos, que não devem ser repassados ao consumidor. materiais escolher para que, ao final do ciclo, o material A questão ambiental é trabalhada na Natura pela busca possa ser reutilizado”, ressaltou. Os indicadores que ajudam 32
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}}} Luciana Villa Nova ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
a verificar a implementação de diretrizes como a reutilização, vida de um lançamento, sempre com o objetivo de reduzir a reciclagem e a redução são a análise do ciclo de vida da ou evitar os impactos no meio ambiente. Para ilustrar, foi embalagem e a avaliação das emissões de carbono neutro. falado sobre o produto Chronos, que utilizando um sistema Luciana mostrou alguns exemplos da Natura, como a de refilagem pela parte de baixo do pote, ao invés de fazê-lo refilagem. Os refis foram lançados pela Natura em 1983. Na por cima, conseguiu reduzir em 10% o impacto ambiental. análise do ciclo de vida foi constatado que os refis reduzem Além do ciclo de vida, que é um dado quantitativo, há o em 50% o impacto no meio ambiente. Números mais expres- qualitativo, que é carbono neutro. Nesse aspecto a empresa sivos de redução de material nas embalagens, por exemplo, enfoca na redução das emissões de carbono, compensando foram conseguidos com os refis de maqui– através da compra de créditos de carbolagem. Posteriormente o refil foi estendido no – somente aquilo que não foi possível a outras categorias, e hoje é responsável diminuir. Nos próximos cinco anos a Natu“O desafio da por mais de 20% dos itens vendidos pela ra espera reduzir em 33% a emissão de carNatura é trabalhar Natura. Luciana conta que há também um bono de seu ciclo de produção e, para isso, trabalho forte de educação junto às reventrabalhará no desenvolvimento de novas com embalagens dedoras para que haja um incentivo à venda embalagens, na busca de matérias-primas do refil, não por só uma questão financeira, de origem vegetal, melhoria de matriz enerde PET mas também porque será bom para o meio gética, entre outros. Luciana Villa Nova ambiente. mostrou que, dos 33% que a empresa pre100% reciclado. A executiva também dedicou alguns tende reduzir, 50% estão dentro da área de minutos às embalagens recicladas, especiembalagens, de modo que há um desafio no Hoje esse ficamente o PET. A empresa efetuou um desenvolvimento de novos materiais para trabalho com alguns fornecedores para que atingir a meta da empresa. número está pudesse implantar em suas embalagens o Luciana finalizou sua apresentação falanuso de 30% de PET reciclado. Além disso, do sobre o indicador usado para dialogar em 30%” era importante que houvesse uma integracom o consumidor. Frisando os três conceição na cadeia social, ou seja, que esse PET tos envolvidos nas embalagens – social, via não fosse proveniente de lixões, coletas feitas por crianças inclusão pelas cadeias de reciclagem, de educação e de mobiou com trabalho irregular ou semi-escravo. “Houve um desa- lização – ela apontou para a inserção de uma “tabela ambienfio técnico e social”, lembrou Luciana. A executiva explicou tal” na rotulagem dos produtos Natura, em que são mostradas que, em virtude da preocupação com o social, a Natura traba- a quantidade de material reciclado utilizado, a porcentagem lha com cooperativas de reciclagem. Foi apontado também o daquela embalagem que pode ser reciclável e o número de desafio da empresa, que é chegar a 100% de PET reciclado, refilagens recomendado. Assim, há um esforço para que o seguindo o modelo europeu, que está bem próximo disso. consumidor também contribua na preservação ambiental. Luciana mostrou quais indicadores são usados pela “Temos um programa de logística reversa, pelo qual mobilizaempresa para medir os resultados dessas ações, entre eles a mos nossa consultora para que ela seja um agente de mudança análise do ciclo de vida, metodologia que considera toda a na coleta seletiva. No momento em que a transportadora entrecadeia produtiva, desde a matéria-prima até a transformação ga a caixa dela, é devolvida uma outra caixa com uma série de em resíduo. Ela explicou como a Natura analisa o ciclo de embalagens vazias dela ou das consumidoras próximas.”
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}}} evento ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
Com começo, meio e fim Já estão programados para 2009 eventos que se diferenciam pelo planejamento
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avaliação dos dois Seminários Estratégicos promovidos por EmbalagemMarca, registrada em fichas, bem como a opinião expressa em viva voz por inúmeros participantes, indicam que o Ciclo de Conhecimento está no caminho certo e já se consolidou como uma iniciativa diferenciada na ação de transformar informação em conhecimento. Assim, para 2009, já têm data e local reservados dois eventos: um sobre inovação na área de embalagem e outro intitulado Tendências e Perspectivas para 2010 (veja quadro). Esses dois seminários, dentre outros que estão sendo organizados no âmbito do Ciclo de Conhecimento, integrarão uma série de iniciativas que a Bloco de Comunicação vem preparando para comemorar os dez anos de lançamento de EmbalagemMarca, que ocorre em junho de 2009. Serão atividades e produtos voltados para a ampliação do conhecimento relacionado à cadeia produtiva de embalagem e, portanto, a seu fortalecimento. Do ponto de vista da equipe da empresa, esforços nesse sentido se fazem especialmente necessários num momento de crise como o atual. O entendimento é de que a ampliação do conhecimento especializado e o aprimoramento da capacidade criativa,
administrativa e produtiva deve ser buscado mais intensamente do que em tempos normais. Esse, acredita a Bloco de Comunicação, será um poderoso instrumento para que o setor envolvido com embalagem no Brasil não só atravesse a turbulência, mas saia dela fortalecido e mais competitivo. Na arquitetura dos eventos futuros, a equipe tem se valido das sugestões oferecidas pelos participantes dos seminários. O principal diferencial por eles apontado é o de que os eventos deixam claro terem sido fruto de planejamento. Ou, como sintetizou um profissional que participou das duas oportunidades, “têm começo, meio e fim”. Essa virtude elementar estará presente nos próximos passos do Ciclo. Naturalmente, as críticas apresentadas foram, como desde o início das atividades da Bloco de Comunicação, recebidas com gratidão, por contribuirem para a missão de transformar informação em conhecimento. A disponíbilização do conteúdo das apresentações e dos debates dos eventos, no site www.ciclodeconhecimento.com.br, foi apontada como outro serviço que distingue os Seminários Estratégicos. Eles não terminam em si, e seu material de apoio não se limita à entrega de cópias das apresentações feitas em PowerPoint, como é habitual (e quando ocorre).
Nos Seminários Estratégicos, o esforço por fazer sempre melhor Na oferta desse instrumento de transmissão de informação com valor agregado que é o Ciclo de Conhecimento, a Bloco de Comunicação se determinou seguir a mesma norma que orienta a produção da revista EmbalagemMarca e outras iniciativas, entre elas o Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem. Trata-se do lema de “fazer melhor do que os outros fazem e sempre melhor do que nós mesmos fazemos”. A equipe não se deixa levar pela presunção da auto-suficiência. Tem consciência de que seu trabalho consiste em captar informações e de as processar e disponibilizar de maneira a serem facilmente compreensíveis. Sob esse prisma, os integrantes da equipe têm perfeita noção de que não são “produtores” de informações, porém meros disseminadores. Apenas procuram cumprir da melhor maneira o seu dever. Os organizadores do Ciclo de Conhecimento sabem que, tanto quanto ou mesmo mais que todo seu trabalho, o que leva aos bons resultados que vêm sendo atingidos é a alta qualidade do conteúdo das palestras e dos debates. A palavra de ordem é não fazer “mais alguns”, porém eventos que sejam vistos como outros se comparados com os que o mercado oferece. Veja como essa orientação perpassa os seminários já agendados para 2009.
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DESMISTIFICANDO A INOVAÇÃO (3/6/2009, São Paulo) Banalizada, a palavra “inovação” é utilizada, em variados contextos, de maneira superficial, cosmética, de “mais do mesmo com outra cara”. O Seminário conceituará adequadamente o que é (e o que não é) inovação e apontará caminhos para a adoção desse instrumento como forma de gerar vantagens competitivas para as empresas. Inovação em embalagem e embalagens inovadoras.
TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS (15/9/2009, São Paulo) O trabalho de prospecção e análise de mercado, e suas implicações na cadeia produtiva de embalagem, feito nos últimos nove anos, todos os meses de dezembro, pela revista EmbalagemMarca vai se tornar um instrumento de orientação e planejamento ainda mais preciso. A partir de 2009 ocorrerá, sempre em setembro, com base em apresentações e debates feitos por especialistas e por executivos representantes de todos os elos da cadeia nesse que está programado para ser o mais importante simpósio do setor de embalagem no Brasil. O conteúdo do evento servirá como parte dos fundamentos da edição de dezembro da revista.
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}}} RECiCLagEm ESPECIAL SUSTENTABILIDADE
Coleta na fonte Pão de Açúcar incentiva o descarte de embalagens já nas saídas dos caixas
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elas mãos do grupo varejista Pão de Açúcar, o descarte pré-consumo acena ao avanço da reciclagem de embalagens no Brasil. Funciona da seguinte maneira: cestos de coleta situados nas bocas dos caixas incentivam consumidores a descartar embalagens secundárias de papel, papelão ondulado e plástico ao invés de levá-las para casa. Exemplos de alvos do projeto, batizado de Caixa Verde, são os cartuchos de cremes dentais, as luvas cartonadas dos potes de sorvete e os filmes plásticos empregados em multipacks de bebidas. Os Caixas Verdes estrearam em janeiro deste ano numa loja do Pão de Açúcar em São Paulo,
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sendo posteriormente estendidos a seis lojas do Rio de Janeiro e à chamada “loja verde” da rede, em Indaiatuba (SP) – unidademodelo toda construída e operada sob princípios de sustentabilidade. Em outubro, a ação chegou a seis lojas de Curitiba, e no início de novembro eram previstas implantações em outras três lojas paulistanas do Grupo. Até o fechamento desta edição, o programa havia arrecadado cerca de 32 000 itens. “É uma solução simples, e de fácil aplicação pelos nossos clientes, que minimiza no meio ambiente os impactos do consumo”, diz Paulo Pompilio, diretor de Responsabilidade Socioambiental do Pão de Açúcar. Conforme explica o grupo varejista, a idéia dos Caixas Verdes é de pesquisadores do Mestrado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo, em Curitiba. Ações similares, porém, já são vistas na Europa há algum tempo. De acordo com o Pão de Açúcar, as ações em prol do descarte pré-consumo não afetarão os investimentos em coleta de embalagens pós-consumo. Nesse quesito, a rede já contabiliza mais de 100 postos de coleta seletiva, mantidos em parceria com a Unilever. (GK) Cestos incentivam o descarte de embalagens secundárias nas lojas
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ENTREVISTA }}} aRnaLDo JaRDim
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Finalmente um fim Deputado Arnaldo Jardim, coordenador do projeto da Política Nacional de Resíduos Sólidos, adianta, entre outros pontos controversos, como será tratada a questão da responsabilidade pela destinação das embalagens e demais rejeitos não-orgânicos
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Brasil registra bons – em alguns casos, invejáveis – índices de coleta e reciclagem de resíduos sólidos, com destaque, no casos de embalagens, para latas de alumínio e recipientes descartados de defensivos agrícolas. O desempenho do país em termos de recuperação de alguns materiais, para produção de novos recipientes, para transformação em outro tipo de produtos ou para aproveitamento energético, é expressivo no caso do vidro, das celulósicas, do PET e de outros plásticos. O Brasil é pioneiro mesmo na reciclagem de embalagens cartonadas assépticas pelo
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processo de plasma, num projeto da Tetra Pak. Essa performance se dá de forma não orgânica. Não existe uma política nacional de administração do que a sociedade descarta, com destaque para as embalagens. O tema rola – quando rola – em discussões inconclusivas no Congresso Nacional desde 1991, em torno de um projeto de Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Agora que o projeto alcançou sua maioridade e sob crescente pressão da sociedade, parece ter sido alcançada também a maturidade que poderá levar a diretiva geral a ser finalmente sancionada. Nesta entrevista, o deputado
federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), líder do Grupo de Trabalho que discute a formatação da PNRS, adianta pontos importantes dessa diretiva que, finalmente, poderá apontar um fim para os resíduos. Segundo notícias recentes, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) poderia ser colocada em votação até o fim deste ano. Há chance de isso ocorrer? Faz dezessete anos que o Congresso tenta votar uma Política Nacional de Resíduos Sólidos. Entretanto, acredito que desta vez estamos caminhando no rumo certo. Essa certeza decorre de um
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ambiente extremamente favorável à aprovação de um marco regulatório sobre o tema, diante da perspectiva de engajamento do Governo Federal na sua aprovação. O governo encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 1991/07, que trata do tema. O ministro de Meio Ambiente, Carlos Minc, já manifestou em algumas oportunidades a disposição de incluir a questão dos resíduos sólidos na agenda política do seu ministério. Por fim, tem a iniciativa do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arlindo Chinaglia (PT/ SP), que constituiu um grupo de trabalho suprapartidário para apresentar uma proposta de Política Nacional de Resíduos Sólidos, que tenho a honra de coordenar. O grupo de trabalho foi formado no início de junho e de lá pra cá realizamos quatro audiências públicas. Entretanto, tivemos um recesso parlamentar seguido de um processo eleitoral nos municípios que paralisaram os trabalhos na Câmara Federal. Passado este período, estamos retomando os trabalhos, no sentido de finalizar a proposta do grupo de trabalho e, assim, avançar na articulação para a aprovação da proposta da PNRS no plenário da Câmara Federal. Acredito que isso ainda será possível neste ano. As propostas iniciais para um projeto de lei dessa natureza remontam a 1991. Desde então, por diversas vezes criou-se a expectativa de uma aprovação, mas ela foi sempre postergada. Sete anos atrás, por exemplo, o então encarregado do projeto na Câmara (o ex-deputado Emerson Kapaz, coincidentemente filiado ao PPS) nos concedeu entrevista confiante numa iminente decolagem da PNRS. Não aconteceu, assim como em erupções posteriores do assunto. Por que o projeto está travado no Congresso há tanto tempo? O caminho da sustentabilidade exige um esforço conjunto do poder público, do setor produtivo e da sociedade. O Congresso Nacional, especificamente, tem uma dívida com a sociedade quanto à elaboração e à aprovação das diretrizes para o tema. Em virtude de questões
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específicas que contaminaram e poluíram literalmente as discussões – como a questão dos pneus – o Congresso Nacional não concluiu essa tarefa. Vale o registro, muito bem lembrado, do importante papel do deputado Emerson Kapaz que, de 1998 a 2002, conseguiu chamar a atenção para o tema, além de deixar um legado de propostas e encaminhamento que são importantes na construção da proposta de PNRS. Mas, mesmo tratando-se de um debate importante e necessário, não podemos permitir que um tema polêmico comprometa ou mesmo interfira na elaboração e aprovação de uma legislação nacional, que incide sobre os mais diversos segmentos.
“Mais do que uma legislação restritiva e punitiva, o marco regulatório terá o papel de erradicar práticas inadequadas de disposição final dos resíduos”
Em outras oportunidades, o senhor afirmou que o ponto nevrálgico da Política Nacional de Resíduos Sólidos será a logística reversa, isto é, a questão da coleta dos resíduos, sobretudo de embalagens descartadas. Como o projeto pretende incentivar essa prática? Esse é um ponto de destaque na proposta do Executivo que institui a PNRS, na qual é definida como um instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios, destinados a facilitar a coleta e a restituição dos resíduos aos seus geradores, para que estes sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos, na forma de novos insumos, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, visando à não geração de rejeitos. Nesse sentido será necessário o esforço do poder público (em especial, as Prefeituras), do setor produtivo e dos cidadãos. No Brasil, já existem exemplos bem-sucedidos que estimulam boas práticas empresariais, novas oportunidades de negócios, ciclos ecoeficientes e a geração de empregos/renda. Mais do que estabelecer quais as cadeias produtivas que deverão ser obrigadas a implantar programas de logística reversa, a PNRS estabelecerá a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto, levando em conta a viabilidade técnica e econômica para a sua implantação.
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Generalizou-se a idéia de que, assim como as políticas de resíduos sólidos de outros países, o projeto de lei brasileiro quer instituir a responsabilização dos geradores pela destinação dos rejeitos. O que o projeto realmente prevê em relação a isso? No caso dos invólucros de bens de largo consumo, sobre quem recairá o ônus: ao fornecedor de matéria-prima, ao transformador ou à indústria usuária final das embalagens? Em sentido amplo, a legislação estabelecerá a responsabilidade compartilhada, ou seja, o poder público e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações que envolvam os resíduos sólidos gerados. A proposta ensejou a inserção de alguns instrumentos que precisaram ser contemplados no debate parlamentar, tais como o princípio do poluidor-pagador, a logística reversa e a chamada responsabilidade pós-consumo. Mais do que uma legislação restritiva e puramente punitiva, esse marco regulatório terá um papel fundamental de erradicar práticas inadequadas de disposição final dos resíduos, coibir o surgimento de novas áreas clandestinas que se tornam lixões do dia para a noite e se transformam na maioria das vezes em áreas contaminadas. Um grande problema a ser solucionado em relação à responsabilidade pela poluição por resíduos está em identificar o gerador. Por isso, a política contará com um inovador instrumento – denominado Sistema Declaratório Anual de Informações –, que obrigará os geradores, transportadores e unidades receptoras a declararem seus resíduos (tipos e quantidades). O inventário de resíduos sólidos também será um eficaz instrumento do controle da geração e destinação dos resíduos em todas as suas características. Quem contesta esse modelo argumenta que as indústrias não podem ser penalizadas pelo mau hábito da sociedade. O empresariado sente-se injustiçado ao ter de arcar com multas decorrentes de embalagens descartadas incorretamente pelo consumidor. Qual sua posição a respeito? Em um cenário de responsabilidade compartilhada pelos resíduos sólidos, todos terão de
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realizar um esforço para mudarmos a nossa realidade em relação ao caótico quadro promovido pelo lixo. O setor produtivo não carregará sobre seus ombros todas as responsabilidades pela geração e pela destinação. Todavia, não podemos admitir que lave as mãos e se omita, em especial, pelos resíduos gerados por seu processo produtivo. O PL 1991/2007 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos trata expressamente de um importante instrumento denominado Análise do Ciclo de Vida (ACL) dos produtos, definindo-a como técnica para levantamento dos aspectos e impactos ambientais potenciais associados. Conceitua, ainda, a avaliação do ciclo de vida do produto como estudo das conseqüências dos impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental. Este envolve uma série de etapas, desde a produção, sua concepção, obtenção de matériasprimas e insumos, processo produtivo, até seu consumo e a disposição final. Outro ponto polêmico diz respeito a investimentos que a PNRS poderá acarretar ao setor produtivo. O efeito natural não será o de repassar esses custos aos consumidores? A PNRS tem por objetivo proporcionar um novo cenário em que o setor empresarial busque adotar práticas ecoeficientes de produção e de prestação de serviços, utilizando menos recursos naturais e gerando menos resíduos, ao mesmo tempo em que produz mais. Por isso, a legislação vai estimular a inovação tecnológica, a busca de sistemas de produção mais limpos e estimular a ampliação do ciclo de vida dos produtos. Não acredito que o efeito natural será repassar esses custos aos consumidores. Dentro do princípio da responsabilidade compartilhada, o governo e o legislativo deverão estabelecer mecanismos de estímulo, assim como o setor produtivo deve investir na ecoeficiência. No passado, embalagens retornáveis já foram utilizadas em grande escala por setores como o de bebidas. Hoje, produtores e varejistas
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“O setor produtivo não carregará sobre seus ombros todas as responsabilidades pela geração e pela destinação. Todavia, não podemos admitir que lave as mãos”
alegam ser inviável investir nesse modelo, por questões infra-estruturais e de custos. Qual sua opinião sobre isso? Não caberá à PNRS enveredar por minúcias técnicas e de viabilidade econômica dentro do setor empresarial. O que tenho testemunhado é que o setor produtivo já investe no aumento do ciclo de vida de seus produtos, tendo em vista a economia gerada pelo menor uso de recursos naturais. A Análise do Ciclo de Vida do Produto será prevista como um instrumento na PNRS, entretanto não será obrigatória, apesar de já utilizada por alguns poucos setores, pois se trata de um conceito que ainda se consolida mundialmente. Recentemente, por exemplo, pude constatar que empresas de refrigerante estão retomando o uso da garrafa retornável e já anunciaram descontos para o consumidor na troca do vasilhame. No mercado de cerveja, as garrafas retornáveis respondem por 70% do consumo total do país. O valor das latinhas de alumínio contribui fortemente para o êxito de sua logística reversa. No entanto, setores cujas embalagens não têm tanto valor como sucata, como o de defensivos agrícolas, criaram programas bemsucedidos de destinação de resíduos pós-consumo. O senhor acha que falta pró-atividade de outros segmentos produtivos? A reciclagem é preceito fundamental e terá destaque na PNRS em vários aspectos, pois o Brasil, em alguns setores, já usufrui de uma realidade comparável a de países desenvolvidos, como é o caso das latinhas de alumínio. Entretanto, a reciclagem não é o meio, mas sim o fim. Ou seja, temos o desafio de estruturar e ampliar o percentual de coleta seletiva, precisamos dispor de novas tecnologias, investir na capacitação de cooperativas de catadores e “valorar” outros tipos de resíduos. Neste sentido, o Grupo de Trabalho realizou audiência pública justamente sobre a construção de um modelo viável, a partir de instrumentos econômicos e tributários, que fomentem pro-
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cessos de produção mais limpos e favoreça a inovação tecnológica, no sentido de distinguir, do ponto de vista tributário, os equipamentos destinados a esta finalidade e, assim, estimule boas práticas, novas oportunidades de negócios, ciclos ecoeficientes e a geração de trabalho e renda. A questão tributária ainda é um nó a ser desatado, tendo em vista a dificuldade de conseguirmos um consenso em torno de uma Reforma Tributária, que está sendo debatida no Congresso Nacional. Todavia, será um instrumento imprescindível de fomento para a viabilidade da implantação da PNRS. Especialistas estimam que o Brasil desperdice anualmente cerca de 10 bilhões de reais somente ao não aproveitar o lixo doméstico. O senhor tem alguma estimativa do quanto o país poderia lucrar com o melhor reaproveitamento das embalagens? O estabelecimento de um marco regulatório de resíduos sólidos deve ser entendido como um instrumento indutor do desenvolvimento social, ambiental e econômico. Assim, o lixo deixa de ser um problema e se desmembra em diversas oportunidades, na medida em que gera novas riquezas e negócios, cria postos novos de trabalho, ao mesmo tempo em que promove a inserção social por meio da reciclagem, estimula a adoção da ecoeficiência nas empresas e dissemina na sociedade a necessidade de um consumo consciente. O Brasil paga um alto preço ambiental, social e econômico em face da ausência de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos. Multiplicam-se normas e resoluções de diferentes organismos que resultam na ineficácia na aplicação dos mesmos; a falta de um marco regulatório gera instabilidade na gestão e gerenciamento dos resíduos; não estimula a adoção de políticas programáticas capazes de apontar caminhos para a sustentabilidade, seja para coibir práticas inadequadas de disposição de resíduos, erradicar os lixões a céu aberto; além de não estimular o setor produtivo a adotar processos de produção mais limpos e de ecoeficiência, ou mesmo, conscientizar a população sobre o seu papel, como consumidor consciente.
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PanORaMa
}}} MOVIMENTAçÃO
NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS
UMA
NOVA
HORS-CONCOURS
A Bombril é a mais nova integrante do seleto rol das marcas de alto renome. São aquelas que, por atingir reconhecimento extremamente alto pelo público, ganham proteção mais rigorosa do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) contra usos inde-
vidos em produtos e serviços de qualquer categoria, incluindo salvaguardas especiais à identidade visual e aos desenhos das embalagens. Poucas marcas gozam do mesmo status no Brasil. CocaCola, Petrobras, McDonald’s, Kibon e Moça estão entre elas.
METÁLICAS
Injeção de fôlego Em um ano, Latapack-Ball abrirá fábrica de latinhas no Rio
Garrafa, para 500 mililitros de água, pesa só 6,6 gramas
Batendo recordes de expedição ano após ano, o setor de latas de alumínio para bebidas ganhará mais fôlego em 2009. A Latapack-Ball confirmou um investimento de 140 milhões de dólares para expandir sua capacidade produtiva. Desse montante, 110 milhões de dólares bancarão a construção de uma nova fábrica, em Três Rios (RJ), que deverá entrar em operação em outubro do ano que vem. A unidade terá três linhas
PET
Magreza ainda maior Krones projeta nova garrafa de PET ultraleve para o envasamento de água mineral natural
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O NÚMERO
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FOnte: QuALibest
Na K, mostra tecnológica do setor de plásticos ocorrida em outubro de 2007 na Alemanha, a Krones causou frisson ao apresentar uma garrafa de PET para o acondicionamento de 500 mililitros de água mineral pesando apenas 8,8 gramas, enquanto as garrafas tradicionais do gênero pesam entre 13 e 16 gramas. Pois bem. Após mais refinamentos, a fabricante alemã de linhas de embalagem para bebidas conseguiu criar uma nova garrafinha ultraleve, com peso de 6,6 gramas. A novidade bateu 200 concorrentes e acaba de receber o troféu de melhor inovação em embalagem do prêmio Water Innovation Award, da revista britânica BottledWaterWorld. A garrafa, com formato de pêra, facilita o manuseio pelo consumidor em sua parte superior. Bojuda, a zona inferior possui parede com espessura inferior a 0,1 milímetro. Para evitar colapso estrutural durante a distribuição, uma pequena quantidade de nitrogênio líquido é introduzida na embalagem. A substância transforma-se em gás após o fechamento da garrafa, criando uma pressão interna que estabiliza e fortifica o recipiente. No gargalo, um novo tipo de proteção de bocal, desenvolvido em conjunto pela Krones e pela Bericap, substitui o tradicional anel de sujeição. Também da Bericap, a tampa de rosca adotada é igualmente ultraleve: pesa apenas 1,1 grama.
de produção e output anual de 3,5 bilhões de latas/ano. O restante do capital será aplicado em ampliações da fábrica de Jacareí (SP), que atingirá capacidade de 2,6 bilhões de latas/ ano, e da fábrica de tampas para latinhas de Simões Filho (BA). “O mercado continua crescendo. Com mais poder de venda, vamos dobrar nosso faturamento”, confia Jorge Bannitz, diretor comercial da Latapack-Ball.
das vendas de cafés no varejo brasileiro ocorrem em flexíveis com vácuo, as embalagens mais populares da categoria. Pacotes e almofadas vêm em segundo lugar (31%), seguidos pelos potes de vidro (9%). Os números constam de um estudo do instituto Qualibest, segundo o qual 71% dos brasileiros costumam comprar café e 68% consomem o produto diariamente. A pesquisa baseou-se em 2 975 entrevistas.
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Edição: guilherme kamio |||
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CELULÓSICAS
Passagem para o Oriente Sucesso no Brasil, as caixas celulósicas da Rigesa para a proteção de hortifrutigranjeiros serão utilizadas na Índia. Controladora da Rigesa, a americana MeadWestvaco anunciou a formação de uma joint-venture com a Wadco, fabricante indiana de embalagens de papelão ondulado. Esta última irá oferecer soluções da Rigesa aos agricultores indianos, que anualmente perdem 40% de suas produções devido a embalagens e processos de distribuição ineficazes. A Rigesa será a administradora da joint-venture. “A parceria com a Wadco fortalecerá a nossa presença naquela região e nos proporcionará uma plataforma para expansão”, declara Paulo Tilkian, presidente da Rigesa.
Caixas poderão mitigar perdas de hortifrútis na terra de Gandhi
fotos: divulgação
Joint-venture leva embalagens da Rigesa à Índia
DESIGN
Raio ampliado Compra da American Color leva ProDesign a São Paulo
Prototipagem: à disposição na metrópole
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A agência de design e engenharia de embalagens ProDesign anunciou a aquisição da American Color (Amcol). Atuando há vinte anos com artefinalização e merchandising, a Amcol é especialista na confecção de protótipos de embalagens com resina acrílica e aplicações de transfers e de filmes termoencolhíveis. Com o negócio, a ProDesign, sediada em São José dos Campos (SP), pretende se fortalecer na capital paulista e atrair novos clientes. A Amcol atendia, entre outras empresas, Danone, L’Oréal, Bombril, Unilever, Química Amparo (Ypê), Siol e Dhaymers. “A nova unidade já está em funcionamento, com pessoal de atendimento, criação, execução de artes finais e mock-ups”, diz Paulo Pereira, sócio-diretor da ProDesign.
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}}} reportagem de capa
Alô, consumidor! Uso de amostras ganha importância para gerar experimentação de novos produtos Por Guilherme Kamio
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de amostras. Para ela, a oferta de pequenas porções para testes tem relevância especial no mercado doméstico, porque o brasileiro, ao contrário dos argentinos e europeus, por exemplo, não tem o costume de comprar embalagens de pequeno volume. “Isso gera um maior grau de frustração caso o produto não atenda plenamente às expectativas do comprador”, entende Andréia. fotos: bloco de comunicação / carlos curado
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ara lançar suas pastilhas Valda Friends, há pouco mais de dois anos, o laboratório fluminense Canonne investiu numa grande ação de sampling. Amostras grátis, acondicionadas em pequenos sachês, foram distribuídas em atacados, supermercados, farmácias, danceterias e até em aviões. A ação foi vital para o sucesso do produto, hoje o segundo mais rentável entre os itens do guarda-chuva Valda. Descontado o trocadilho, esse episódio dá uma amostra de como a amostragem pode ser uma escudeira valorosa para produtos e marcas estreantes – e de que embora seja uma ferramenta de marketing das mais ancestrais, nunca fez tanto sentido. Ocorre que, pelas estimativas oficiosas – isto é, aquelas não-oficiais, porém consideradas críveis, na falta de varreduras precisas –, algo em torno de 12 mil novos bens de consumo irromperam no varejo brasileiro de auto-serviço em 2007. O sortimento das lojas cresce exponencialmente, oferecendo ao consumidor cada vez mais opções aos itens habituais da sua cesta de compras, e novos candidatos a ocupá-la. As segmentações das linhas de produtos não param. Resumo da ópera: num cenário em que 80% dos lançamentos fracassam, conforme apontam pesquisas de institutos como a Nielsen, gerar experimentação tornou-se uma meta aflitiva para as empresas – principalmente aquelas inabilitadas a bancar premières de gala, regadas a barulhentas campanhas de mídia. “Num negócio como o de cosméticos, caracterizado por muitos lançamentos e concorrência intensa, fica difícil fazer inserções no mercado sem convidar o consumidor ao conhecimento”, assinala Andréia Emília, responsável pelo planejamento da Grand Pack, empresa especializada na fabricação de sachês para o acondicionamento
Entre outras possibilidades de uso de sachês (acima), Mappel aposta na conjugação com cartelas (abaixo): mais visibilidade
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Vanessa Paes, consultora de marketing de outra importante fabricante de sachês, a Mappel, acrescenta que as amostras têm também ganhado evidência devido ao crescimento das empresas de cosméticos que operam com vendas diretas. “O municiamento das consultoras com amostras, para que elas próprias experimentem novos produtos e depois os distribuam às consumidoras, é hoje uma convenção”, diz Vanessa. Segundo ela, clientes dessa praia, como a Avon, já realizam ações de amostragem com praticamente todos os produtos novos.
Grand Pack, outro nome forte em sachês, investe em formatos diferenciados
Encartados e diferenciados Como possibilidades para sofisticar os planos de lançamento de produtos – hoje rotulados na indústria, em muitos casos, pela perorada definição de “marketing de ativação” – a Mappel e a Grand Pack apostam nos sachês para encarte em revistas, dotados de estruturas especiais capazes de resistir, na distribuição, a pressões maiores que 1 tonelada; nos sachês acoplados a cartelas,
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que maximizam a comunicação dos lançamentos; e nos sachês com formatos remissivos às embalagens “reais” dos produtos, como potes, frascos e bisnagas. Bisnagas, a propósito, começam a ser utilizadas no Brasil como veículos para amostragem. Exemplares dessas embalagens, com volume reduzido, estão sendo utilizados pela Avon para o début no mercado nacional de sua loção
Avon e Adcos apostam na amostragem com uso de bisnagas: tática incipiente no Brasil
Dove: 3 milhões de amostras de novo sabonete em creme
perfumada Bond Girl (vinculada ao seriado cinematográfico 007) e pela fabricante capixaba de cosmecêuticos Adcos. “Não se trata de uma novidade mundial, mas é um conceito novo para nós”, diz Fábio Yassuda, diretor comercial da C-Pack, fabricante das bisnagas em questão. “Como os produtos regulares utilizam o mesmo tipo de embalagem, em volumes maiores, a lembrança pelo consumidor fica mais fácil.”
Miniaturização crescente A miniaturização de embalagens “reais” dos produtos também cresce como tática para destacar lançamentos de produtos. Atualmente, a Unilever encampa uma campanha de fôlego centrada na amostragem de 3 milhões de minifrascos de seus novos sabonetes em creme Dove Cream Oil
Estojos em evidência Packs de papel cartão popularizam-se como veículos de amostragem O varejo, especialmente os hipermercados, tem sido invadido por packs especiais com ações de amostragem. Tais ações, em grande parte escorada em cartuchos de papel cartão com janelas, têm feito a festa de gráficas como 43, Emibra e Nilpel. “Além de concatenar ações de amostragem, o uso de estojos é uma maneira de ganhar destaque nas populosas gôndolas dos supermercados”,
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entende Marlo Germer, diretor da Gráfica 43. O empresário destaca que os estojos vêm sendo crescentemente utilizados não apenas para ações de produtos da mesma marca ou fabricante. Um exemplo é o do pack promocional, feito pela 43, para caldos da Knorr (Unilever): ele oferece gratuitamente um novo item da fabricante de grãos Camil, um pacote de 500 Knorr com amostra de feijão gramas de feijão preto. Camil: união de empresas distintas
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Lux: miniatura para popularizar sabonete líquido
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Shower. Criada e planejada pela agência Ogilvy, a ação distribuirá a novidade em lojas de confecções, revistas femininas, hotéis e supermercados, onde as miniaturas são acopladas, com cintas de filme termoencolhível, a outros produtos do portfólio Dove. Outra recém-lançada família de sabonetes líquidos da empresa, a Lux Gotas de Beleza, também tem sido alvo de ações de amostragem com frascos em miniatura, vinculados a sabonetes em barra acondicionados em estojos promocionais de papel cartão (produzidos pela Gráfica 43). Procurada, via sua assessoria de imprensa, para comentar a estratégia, a Unilever preferiu não se manifestar. Tendo igualmente declinado uma solicitação de entrevista sobre ações de sampling, a ColgatePalmolive encampa uma ação parecida à de Lux. Um estojo cartonado, fabricado pela Nilpel, oferece, em gratuidade à compra de uma escova dental, um minifrasco do mais novo integrante da sua linha de anti-sépticos bucais Plax, o Ice.
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Colgate: miniatura de novo anti-séptico vai de graça em estojo de escova
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Apelando à portabilidade, os frasquinhos, de 60 mililitros, são também ofertados como itens regulares pela empresa. Comenta-se, porém, que eles nasceram com a missão de promover experimentação, por meio de distribuições gratuitas no varejo e em consultórios odontológicos. Uma inovação no campo da amostragem é protagonizada pela Gota Dourada. A empresa, sediada em Brodowski (SP), utiliza há cerca de um ano aquilo que define como “embalagemcanguru” para realizar a amostragem de seus produtos. Trata-se de um frasco para xampus com uma cavidade, na parte traseira, onde são acopladas miniaturas da mesma embalagem, contendo amostras grátis de outros produtos, como loções pré-lavagem e condicionadores.
Com nicho no dorso, “frasco-canguru” gera experimentação de outros itens da Gota Dourada
Avanço em diversas frentes Produzidos pela Atualplastic e pela Zeviplast a partir de um molde da Formold, as embalagens são acopladas umas às outras manualmente na fábrica da Gota Dourada. “O conceito é um sucesso e vem nos ajudando a alargar nossa carteira de produtos”, diz Gerson Neix, diretor do conselho administrativo da Gota Dourada. Além de serem distribuídos em todo o território nacional, os produtos com embalagem-canguru são também exportados para dez países europeus.
Pom Pom utiliza flexíveis para distribuir amostras de fraldas
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O uso de amostras, contudo, não vem se popularizando somente no cercado dos cosméticos e dos produtos de toucador. O mercado de fraldas, por exemplo, abre espaço cada vez maior para ações do gênero. Um exemplo é dado pela Pom Pom, cujos pacotes de fraldas trazem presos, com fitas adesivas, envelopes plásticos com amostras de lançamentos – um deles é a versão Top Confort. As embalagens, tanto as regulares quanto as das amostras, são confeccionadas pela Cristal Embalagens. No campo dos alimentos, a Bunge tem bancado, nos últimos meses, um ostensivo programa de distribuição de amostras do azeite português Andorinha, que ela distribui com exclusividade no mercado nacional. Mini-réplicas da garrafa de vidro de meio litro do produto, com capacidade de 20 mililitros e moldadas com PET, vêm sendo distribuídas como brinde, presas a mercadorias como vinhos e saladas prontas. “As minidoses são também utilizadas em ações de abordagem a consumidores em aviões, pizzarias e restaurantes, permitindo ao produto ser degustado na
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Ação da Bunge com frasquinhos do azeite Andorinha engloba vínculos com outros produtos e distribuição em restaurantes
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hora”, informa Fábio Di Celio, gerente de negócios da Bunge Alimentos. De acordo com ele, a amostragem vai ao encontro do posicionamento premium da marca Andorinha, pois “é percebida como ação de produtos com valor agregado.” Vanessa Paes, da Mappel, concorda com a visão do executivo da Bunge. “Embora seja uma ação especialmente atraente para os lançamentos que não contam com verba para investimento em publicidade, a amostragem curiosamente infunde no público a noção de que o produto que a promove é diferente e especial”, entende a profissional de marketing, que utiliza como preceito em seu trabalho uma declaração de Seth Goldman, fundador da fabricante americana de chás orgânicos Honest Tea: “Eu trocaria 100 veiculações de propaganda pela distribuição de uma amostra grátis”. Pode soar a mera frase de efeito, mas cabe dizer que, abusando de ações de amostragem, a Honest Tea teve crescimento meteórico, e foi comprada recentemente pela Coca-Cola numa transação milionária.
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AtualPlastic (11) 3934-4433 www.atualplastic.com.br C-Pack (11) 5547-1299 www.c-pack.com.br Cristal Embalagens (48) 3434-8000 www.cristalembalagens.com.br Formold (11) 5511-3343 www.formold.com.br Gráfica 43 (47) 3221-1200
[email protected] Grand Pack (11) 4053-2143 www.grandpack.com.br Mappel (11) 4346-6377 www.mappel.com.br Nilpel (11) 2191-2300 www.nilpel.com.br Zeviplast (11) 4647-0285 www.zeviplast.com.br
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}}} DEstiLaDos
Vôo nacional Skyy, a vodca da garrafa azul, é agora fabricada no Brasil explica Grigoleto. Outra adaptação diz respeito à terminação da garrafa. O gargalo foi levemente alterado para garantir o encaixe de uma tampa produzida localmente. “Trata-se de um modelo de tampa convencional, mas que recebeu modificações no molde para perder o aspecto brilhoso e ficar com uma textura superficial fosca”, detalha Antônio Alberto Gomes, gerente de vendas da Plastamp, fornecedora do sistema de vedação.
Escoamento Com a nacionalização, a Campari pretende interromper a importação da Skyy americana ao mercado nacional. “A empresa possui um potencial de distribuição bastante grande, e a fabricação nacional em larga escala nos permitirá explorar canais de vendas que antes não podíamos com a Skyy importada”, afirma Luciana Moreno, gerente de comunicação da Campari brasileira. Um dos projetos da empresa é o de popularizar em restaurantes, bares e casas noturnas o preparo de caipiroska com o produto – a chamada “Skyypirinha”. “Como a Skyy competirá na mesma faixa de preço das principais marcas de vodca nacional, a embalagem, sofisticada, poderá impulsionar vendas e fidelizar público”, confia Grigoleto. (GK)
Componente
Material/Tipo
Garrafa
Vidro, com pigmentação azul
Rótulo
Auto-adesivo, de PP transparente, impresso em offset e serigrafia (3 cores), com hot stamping
Owens-Illinois do Brasil (11) 2542-8000 www.o-i.com CCL Label (19) 3876-9300 www.ccllabel.com.br
Tampa
De rosca, com dosador (corta-fluxo), injetada com PEAD
Plastamp (11) 4584-2020 www.plastamp.com.br
Caixa de embarque
Papelão ondulado
Klabin (11) 3046-9940 www.klabin.com.br
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Fornecedor
divuLgAçãO
F
ã de vodca, o inventor americano Maurice Kanbar resolveu formular, no início dos anos 90, uma versão da bebida isenta ao máximo de impurezas de fermentação, de modo a minimizar a chance de ressacas. Sua criação, a Skyy, tornou-se célebre. Não só pela qualidade, mas também pela embalagem: uma garrafa inortodoxa para vodca, com vidro todo pigmentado num azul-cobalto inspirado no céu de São Francisco. A Skyy, agora, prepara um vôo alto no Brasil, partindo de Sorocaba, no interior paulista. Fica ali a fábrica do Gruppo Campari encarregada da nacionalização da bebida, segundo receita e apresentação fiéis à original americana. “A vodca é a mesma, mas a embalagem, embora utilize o desenho técnico lá de fora, sofreu pequenos ajustes na ‘tropicalização’”, comenta Alexandre Grigoleto, gerente de marketing da Campari do Brasil. A garrafa é produzida pela vidraria Owens-Illinois do Brasil no mesmo tom azulado da embalagem americana, mas tem capacidade para 980 mililitros. Nos Estados Unidos, Skyy é comercializada em garrafas de 750 mililitros e de 1 litro. “A diferenciação de volume facilitará a distinção entre as versões brasileira e americana”,
Azul-cobalto é o mesmo da garrafa americana, mas volume (980 mililitros) é exclusivo do Brasil
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}}} alimentos
Mais uma colher Caixinhas longa vida estréiam no aquecido mercado de sopas
O
forte calor não tem sido um empecilho para o varejo de sopas no Brasil. Há alguns anos esse mercado se desenvolve em níveis espetaculares, tendo fechado 2007, por exemplo, com crescimento de 35% – movimentando cerca de 300 milhões de reais. O boom se deve em grande parte às embalagens para consumo individual, responsáveis pelo sucesso de sopas semiprontas em pó como Vono (Ajinomoto) e Qualimax (Liotécnica). Empresas, agora, começam a apostar em sopas single serve prontas. Em julho, a Swift lançou produtos desse tipo em stand-up pouches com pequenas porções. A mais recente novidade nessa área é a primeira linha de sopas prontas do Brasil acondicionada em embalagem cartonada asséptica. Trata-se de uma aposta da Priko, companhia paulista que debutou neste ano no mercado. Cremes de ervilhas, de cebolas e de legumes da empresa são acondicionados em caixinhas longa vida Tetra Prisma de 200 mililitros, da Tetra Pak. “O produto, inédito no Brasil, segue uma tendência mundial que conseguiu atrair consumidores em outros países”, diz Cláudio Hebling, presidente da Priko. A meta da empresa, ambiciosa, é conquistar 10% do mercado de sopas individuais no primeiro ano de atuação. A Priko não pretende disputar preço com as sopas em pó. “Nosso produto tem maior valor agregado e custará o dobro dos produtos disponíveis no mercado”, afirma Hebling. De acordo com ele, a Priko buscará ampliar seu portfólio já no início de 2009, com novas versões de sopas, e estrear em novas categorias de alimentos e de bebidas um ano depois. (FP) Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br
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Sopa em caixinha, segundo a Priko, “é tendência mundial”
PaIneL GRÁFICO
E EMBALAGENS }}} MERCADO DE CONVERSÃO E IMPRESSÃO DE RÓTULOS Edição: Edição:Guilherme Leandro Haberli Kamio
Suzano vence Prêmio Nacional de Qualidade Empresa concorreu com outras 51 organizações A Suzano Papel e Celulose venceu o Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ), organizado pela Fundação Nacional de Qualidade (FNQ). Considerado o maior
reconhecimento à excelência na gestão das organizações sediadas no Brasil, o PNQ chegou a sua 17ª edição com 52 organizações inscritas e duas vencedoras: além da Suzano, a CPFL Paulista foi a outra ganhadora. Classificaram se como finalistas a AES Eletropaulo, a Gerdau Açonorte e o 4º Regimento de Carros de Combate do Exército. As empresas ganhadoras, finalistas e destaques do PNQ 2008 foram definidas na noite do dia 27 de outubro, depois de uma reunião de juízes da Banca Examinadora, que durou o dia todo. Os nomes dos vencedores foram anunciados no dia 28 pelo Conselho Curador da FNQ.
Armor é da Orfite Grupo francês compra a empresa O grupo francês Orfite tornou-se acionista majoritário da Armor, fornecedora de ribbons de transferência térmica para impressão. De acordo com comunicado da empresa, a nova equipe assumirá todos os projetos e desenvolvimentos da Armor. Segundo Hubert de Boisredon, diretor geral da empresa, “funcionários, clientes, parceiros e fornecedores podem confar na continuidade da política industrial que já deu provas de consistência e dinamismo.” O valor da negociação não foi divulgado pelas companhias.
Abigraf renova convênio com a Apex-Brasil Acordo vale até 2010 e compreende investimentos de 4,7 milhões de reais O Graphia – Graphic Arts Industry Alliance – grupo de exportação de produtos e serviços gráficos constituído pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) – renovou o contrato de promoção comercial com a Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Governo Federal). O acordo visa à prospecção, promoção, comercializa-
ção e divulgação do setor gráfico brasileiro no exterior. O grupo iniciou suas atividades em 2003 e acumula vendas ao exterior, nos seus três segmentos de atuação (embalagem, papelaria e editorialpromocional), superior a 21 milhões de reais — cerca de 12 milhões de reais conquistados somente nos últimos dois anos. O Graphia realiza negócios
com 19 países das Américas, Caribe, Europa e Ásia. O grupo já viabilizou a inserção de mais de oitenta empresas no mercado internacional e também participou de 68 missões comerciais internacionais. O convênio de parceria com a Apex-Brasil terá vigência até abril de 2010, compreendendo investimentos de 4,7 milhões de reais, para diversas atividades no exterior.
Heidelberg ganha três Good Design Award
Labelexpo Asia em nova data
Prêmio é concedido pelo ministério da Indústria e Comércio do Japão
Evento é antecipado
Três soluções da Heidelberg foram vencedoras do “Good Design Award”, premiação de mdesign de produtos promovida pela Japan Industrial Design Promotion Organization, do ministério da Indústria e Comércio do Japão, desde 1957. O prêmio é aberto a empresas que considerem que os seus produtos contribuem para a criação de relações esteticamente mais agradáveis e melhores entre
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objetos, pessoas e ambientes. Neste ano, 635 empresas se inscreveram, totalizando 1067 produtos. O juri destacou a impressora Speedmaster XL 162, o CtP Suprasetter 190 (equipamentos no formato VLF – Very Large Format) e o Prinect Press Center, todas lançadas durante a Drupa 2008. O evento aconteceu em Tóquio no dia 8 de outubro.
A Labelexpo Asia 2009, que seria realizada de 8 a 11 de dezembro do ano que vem, teve a data alterada. A feira de rotulagem de Xangai, na China, agora acontecerá de 1 a 4 de dezembro. Mais informações em www.labelexpo-asia.com
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Edição: flávio palhares |||
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Evonik anuncia planta no Brasil Investimento tem previsão inicial de 45 milhões de euros Fornecedor do setor de celulose e papel, o grupo alemão Evonik Industries confirmou a construção de uma nova planta no Pólo Petroquímido de Triunfo (RS). O investimento previsto é de 45 milhões de euros – o equivalente a cerca de 120 milhões de reais. A nova planta vai produzir peróxido de hidrogênio (H2O2), um agente ecológico para branqueamento e oxidação utilizado na fabricação de papel e celulose. O início das obras está previsto para meados de 2009. A unidade deve entrar em operação no início de 2011.
SPP-Nemo lança guia para clientes Livro é ferramenta para profissionais do setor gráfico A SPP-Nemo, distribuidora multimarcas de papéis e produtos gráficos, lançou o Guia Prático Impressão Offset – Problemas e Soluções, que tem como principal objetivo ser uma ferramenta de trabalho para o setor gráfico. Desenvolvido pelo consultor Benjamin Chafy, o guia traz um apanhado geral sobre a impressão offset, procurando identificar eventuais problemas que podem ocorrer dentro desse processo gráfico, bem como as formas de evitá-los ou minimizá-los através de ações simples, prá-
ticas e rápidas. O Guia Prático já contou com outras edições, que tiveram como temas Menor Desperdício, Maior Produtividade da Gráfica, Seleção e Compra do Papel Correto, entre outros.
}}} CERvEJas
Estação de lançamentos Com a chegada do verão, cervejarias apostam em novas embalagens
A
proximidade do verão é sempre época propícia para as cervejarias colocarem novos produtos nas prateleiras dos supermercados. Confirmando a escrita, neste final de ano lançamentos pipocam no varejo. A AmBev, líder absoluta de mercado, comemora os 120 anos da cerveja Brahma com uma edição de latinhas comemorativas produzidas pela Rexam, com vários rótulos históricos, que contam a história da cervejaria. Entre eles se encontra o primeiro da marca, de 1888, com o desenho de uma mulher envolta em ramos floridos de lúpulo e cevada, dois dos principais ingredientes da bebida. Outro destaque é o rótulo de 1901, que registra a criação da Cerveja Pilsen, um marco na época, porque até então toda cerveja produzida era escura. Também é destaque a latinha com o rótulo de 1967, quando a cerveja mudou de nome, de Brahma para Brahma Chopp, marca que ostenta até hoje, e incorporou a cor preta no rótulo. “Os rótulos abordam os 120 anos de história e evolução da marca, que sempre esteve muito presente na vida nos brasileiros”, diz Bruno Cosentino, gerente de marketing da marca. “Por isso, comemorar este momento é relevante e especial para a Brahma e para os consumidores.” No total, são onze latas com rótulos históricos e mais um comemorativo, com o logotipo dos 120 anos da cerveja, que também está
Para marcar os 120 anos, Brahma lança rótulo comemorativo (garrafa) e latas alusivas a rótulos históricos
1888
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1925
1911
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sendo utilizado nas garrafas de 600 mililitros. O selo também aparece no alto de todas as latas, junto com a inscrição “edição histórica” A AmBev aproveita para levar ao mercado de São Paulo produtos que já são conhecidos dos consumidores de outros Estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais: a Skol de 1 litro (ver EmbalagEmmarca 108) e o multipack de 24 latas da Brahma e da Skol (EmbalagEmmarca 107).
Petra, mais e maior
1940
Outra cervejaria que aposta nos dias quentes do verão é a Petrópolis. A empresa ampliou a família de uma de suas mais vendidas cervejas premium, a Petra, originalmente elaborada apenas na versão escura. Os três novos produtos da cervejaria fluminense são Petra Schwarzbier, cerveja escura de baixa fermentação; Petra Bock, do tipo bock avermelhada; e Petra Aurum, uma pilsen. Com os lançamentos, a Petrópolis diversificou também os tipos de embalagem adotadas para suas marcas, que se restringiam a latas de alumínio e garrafas long-neck de vidro de 355 mililitros e em latas de alumínio. As novas cervejas chegam ao consumidor em garrafas de vidro não retornáveis de 500 mililitros, produzidas pela Saint-Gobain, que têm o shape das embalagens de tradicionais cervejas alemãs, como a Erdinger. Para dar um ar mais nobre, além dos rótulos, produzidos pela Gráfica Rami e pela
1953
1967
1971
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Novas versões de Petra, da Cervejaria Petrópolis, ganharam garrafas inspiradas nas cervejas alemãs
Dixie Toga, as garrafas têm gargalheiras com a inscrição do nome da cerveja e o logotipo da Cervejaria Petrópolis e uma faixa exaltando a receita utilizada em cada bebida, material fornecido pelas mesmas empresas. O design é da SPO+Pantani.
Acompanhando a lei seca Impulsionado pela chamada lei seca, que pune os motoristas apanhados dirigindo após consumir
1980
1991
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1998
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bebidas alcoólicas além de determinado limite, ultimamente a abstenção cresceu no Brasil e o consumo de cervejas sem álcool robusteceu-se. Apesar de o mercado desse tipo de bebida ser ainda incipiente no país, e até por isso, seu potencial de crescimento é muito grande. De acordo com instituto Nielsen, a venda de cervejas sem álcool representa apenas 0,7% do volume total no país, enquanto na França, na Espanha e em Portugal, por exemplo, o consumo chega a 9%. Em conseqüência, as empresas que ainda não tinham em seu portfólio cervejas sem álcool – ou com teor alcoólico inferior a 0,5%, conforme determina a legislação – trataram de acelerar a colocação de novos produtos nas prateleiras. Foi o caso da Cervejaria Petrópolis, que lançou a Itaipava Sem Álcool em latinhas, fornecidas pela Latapack-Ball, com os tradicionais selos higiênicos de alumínio adotados pela marca, produzidos pela Foilspack e pela Natermann, e em garrafas de vidro long-neck, fabricadas pela Saint-Gobain, com rótulos da Gráfica Rami e tampas da Aro. A embalagem foi criada pela
Nova Schin Zero marca estréia de cervejas sem álcool em garrafa de 600 mililitros, mas mantém a tradição de long neck e latinha
Aro (11) 2412-7207 www.aro.com.br CIV (81) 3272-4444 www.civ.com.br Dixie Toga (81) 2982-9200 www.dixietoga.com.br Foilspack (15) 3325-3508 www.foilspack.com.br Gráfica Rami (11) 4587-1100 www.ramiprint.com.br Latapack-Ball (12) 2127-4700 www.latapack.com.br Metalic (85) 3299-7300 www.metalic.com.br
Itaipava Sem Álcool preserva a cor azul caracetrística da categoria
Natermann www.natermann.com.br Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com Saint-Gobain (11) 2246-7214 www.sgembalagens.com.br SPO + Pantani (11) 3168-9166 www.spodesign.com.br Young & Rubicam (11) 3026-4400 yr.updateordie.com
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agência de design SPO + Pantani, com rótulo em que predomina a cor azul, tradicional nas cervejas sem álcool. O Grupo Schincariol engrossou a tendência, ao apresentar, durante a realização do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, dia 2 de novembro, em São Paulo, a Nova Schin Zero, cerveja sem álcool. Comercializada em garrafas long neck e latas de aço, fornecidas pela Metalic, e de alumínio, produzidas pela Latapack-Ball e pela Rexam, a bebida é a primeira cerveja nacional sem álcool vendida em garrafas de vidro de 600 mililitros, fornecidas pela CIV, pela OwensIllinois e pela Saint-Gobain. Segundo o diretor de marketing do Grupo Schincariol, Marcel Sacco, a cervejaria aproveita o crescimento do mercado de cervejas sem álcool, impulsionado pela lei seca, para “lançar uma nova opção ao consumidor acostumado a beber sua cerveja em embalagens de 600 mililitros”. O design das embalagens, que também tem o azul como cor predominante, é da Young & Rubicam. (FP)
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ARTIGO }}} LYNN DORNBLASER
Tudo que reluz…
T
“Vários lançamentos literalmente brilham, com embalagens que amplificam as imagens dos produtos”
alvez por causa dos desafios econômicos, ou apenas porque as pessoas apreciem um sentido de diversão e capricho em seus produtos, o fato é que recentemente temos visto vários lançamentos que, literalmente, brilham. A embalagem oferece maneiras para os produtos amplificarem sua imagem, e ainda apresenta aos consumidores algo divertido e diferente. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, a confecção de luxo Rock & Republic ampliou seu portfólio fashion para cosméticos. E a linha de produto é, no mínimo, tão sofisticada quanto os jeans que comercializa, graças às embalagens pouco usuais. A nova linha inclui máscara e itens de maquiagem para os olhos, lábios e rosto, com embalagens que se alinham com a imagem vanguardista e sexy da marca. O destaque da linha é o Accentuate Bronzer/Highlighter, comercializado por 160
libras (cerca de 545 reais), acondicionado numa embalagem de couro com acabamentos metálicos e cristais Swarovski incrustados no logotipo formado por um “R” duplo (1). Esse produto, um bronzeador, pode ser utilizado sozinho ou combinado com uma das três sombras (batizadas, luxuosamente, de Villa, Private Jet e Penthouse). A empresa diz que a linha está em desenvolvimento há três anos. Existem planos para coleções em edições limitadas, que incluirão as maquiagens usadas nos desfiles da Rock & Republic. A primeira delas se chama Noir, e foi inspirada na coleção Outono 2008 da marca. A Rock & Republic a lançou em setembro nos Estados Unidos, nas redes Nordstrom, Neiman Marcus, Bloomingdale’s e Saks, assim como no website da empresa. No Reino Unido, a Noir chegou em outubro, com exclusividade na Harrods. Uma linha um pouco mais acessível, des-
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tinada a permitir que um grupo maior de consumidores aprecie um pouco de brilho e esplendor, é vendida pela Sephora nos Estados Unidos com o nome de Kat Von D Rock N Roll. Kat Von D, uma tatuadora, é a grande estrela de um reality show americano chamado LA Ink. Ela é conhecida pelas tatuagens estilizadas e estilosas que cobrem boa parte de seu corpo. A sombra para os olhos tem um tom acetinado, e vem numa embalagem preta com gravura de rosas (2). Há algumas variedades de sombras disponíveis (Groupie, Air Guitar, Confessional, entre outras), todas disponibilizadas em estojos atraentes. Algumas vezes, o glamour não precisa estar num produto caro. E, às vezes, combinações inusitadas de produtos podem criar coisas muito diferenciadas. Em Portugal, a Unilever está trazendo funcionalidade multiuso para a categoria de sorvetes, com o lançamento do Girlie – uma novidade congelada num bastão de pástico oco preenchido com maquiagem brilhante (glitter). Não apenas esse picolé se torna notável por sua dupla funcionalidade, mas acaba criando uma segmentação demográfica. Com público-alvo definido no próprio nome do produto, o Girlie não tem vergonha de assumir seu viés feminino. A coloração 3
2
rosa com “pérolas” prateadas e o valor agregado pelo glitter aumentam o apelo do produto entre as meninas e adolescentes. Com a maior sofisticação da segmentação demográfica, produtos como o Girlie, destinados a públicos muito específicos (no caso, garotas, em vez de crianças em geral) tendem a se tornar mais comuns (3). A maquiagem congelada ainda não é um conceito consagrado, mas o fato de ser uma grande novidade pode colocá-la como uma queridinha entre as meninas. Finalmente, na outra ponta do espectro de valor, vemos um crescente número de produtos que acendem ou piscam. A maior parte é composta por confeitos, posicionados geralmente para consumidores relativamente jovens. Esse é o caso da Regal Confections’ Kidsmania, vendida no Canadá. É um pirulito que incorpora uma luz que brilha quando ligada (4). E, como os outros produtos citados na coluna deste mês, esse produto pode servir como um símbolo de status. O pirulito vem com um cordão que permite que o consumidor o carregue pendurado no pescoço.
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Lynn Dornblaser é diretora da divisão CPG Trend Insight da consultoria Mintel International, com escritórios em Chicago e Londres. Com mais de vinte anos dedicados a análises de tendências globais de consumo, ela pode ser contatada pelo e-mail
[email protected]
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}}} intERnaCionaL
Hay que endurecer... Revestimento interno em garrafa de PET de vinho aumenta barreira sem comprometer a reciclagem
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Canadá, segundo os connaisseurs de vinhos, é uma fonte de gratas surpresas. Uma delas, exclusivamente no tocante à embalagem, é protagonizada pela vinícola Artisan Wine Company. As variedades Semillion/Chardonnay e Cabernet/Shiraz de seus vinhos finos Painted Turtle vêm sendo acondicionadas em garrafas de PET que, diz-se, têm a mesma impermeabilidade das de vidro. O segredo: um revestimento interno com óxido de silício (SiOx), que forma uma barreira ao oxigênio, prolongando a vida-de-prateleira de bebidas engarrafadas em PET. (Trata-se, a propósito, de uma das soluções candidatas a popularizar as cervejas em PET). O revestimento, transparente, atóxico e finíssimo, com espessura de 10 nanômetros, é aplicado nas garrafas através de um sofisticado processo de deposição por plasma, conhecido pelo nome comercial Plasmax. A tecnologia foi desenvolvida pela suíça SIG Beverages, empresa recém-adquirida pela alemã KHS, sua concorrente na área de sistemas de engarrafamento. De acordo com esta última, o componente de barreira não compromete a reciclagem do PET, por ser facilmente removível das garrafas. As garrafas, de 750 mililitros, são vedadas com tampas de rosca, de alumínio. “Além de ser prática, por não estilhaçar e não exigir saca-rolha, a embalagem é ambientalmente mais amigável”, afirma David Fallis, vice-presidente de operações da Artisan Wine. “Como pesa aproximadamente um décimo do peso médio de uma garrafa convencional de vidro, ela reduz significativamente a emissão de gases que, ao longo da nossa cadeia de distribuição, contribuem para o efeito estufa.” No Canadá, tal argumento vem convencendo: a embalagem já levou troféus em dois prêmios de sustentabilidade. (GK)
Garrafa tem finíssima camada interna de óxido de silício aplicada através de deposição por plasma
Componente
Material/Tipo
Fornecedor
Garrafa
PET
Barreira
Revestimento de óxido de silício
Tampa
Alumínio, de rosca
Rótulo
Plástico, auto-adesivo, impresso em flexografia 12 cores
Ball www.ball.com KHS Plasmax www.khsplasmax.com G3 Enterprises www.g3enterprises.com Tapp Technologies www.tapptech.com
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insigHts IDÉIAS LÁ DE FORA
Dose certa 1. Sem tensoativos ou branqueadores químicos, e sim com uma enzima orgânica como agente limpador, o lava-roupas sueco Care&s é acondicionado num cartucho de papel cartão com decoração fashion, inspirada em caixas de roupas. Dentro da caixa, um blister plástico traz doses do sabão em pó divididas como pílulas, “de modo a evitar as overdoses que estragam as roupas”, segundo a fabricante homônima. O design da embalagem é da agência sueca Love for Art and Business (www.loveartbusiness.se).
Dose certa 2. O leite em pó para bebês Nurture Follow-On, da Heinz, foi introduzido no mercado britânico com uma tampa especial em sua embalagem. A peça, baseada num mecanismo basculante que facilita a abertura com uma só mão, traz uma colher dosadora acoplada em sua parte interna. Injetada em polipropileno prateado pela RPC Market Rasen (www.rpcmarketrasen.co.uk), a tampa conjuga-se a uma lata cartonada multifoliada produzida pela Sonoco (www.sonoco.com).
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}}} livros
Roteiro de vida Com textos e imagens, Hugo Kovadloff rememora sua trajetória como designer
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No final da década de 1960, a Cooperativa Agrícola de Cotia me encomendou o desenvolvimento de uma embalagem para maçãs. Ela tinha uma característica muito inovadora para a época. Seria a primeira embalagem dessa fruta a não utilizar madeira como matéria-prima, e sim papelão ondulado, o que possibilitaria a impressão de duas cores em flexografia com qualidade. A solução da emba-
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ciplinas e formas de arte, o que lhe garantiu um olhar multidisciplinar. Os seis capítulos do volume são recheados de ilustrações de projetos de Kovadloff. Uma delas, que compõe a capa e é comentada no livro, marcou um capítulo importante na história da embalagem no Brasil (veja o quadro). “Acredito que o livro seja uma contribuição para que as pessoas conheçam a história do branding e do design no país”, afirma Kovadloff. (GK)
lagem inclui a criação de uma marca que reproduzia a fruta com um único traço na cor vermelha e uma folhinha verde. O cliente aprovou imediatamente o design e este foi o primeiro trabalho que desenvolvi e que foi para a rua. Tive a satisfação de ver por muitos anos essas embalagens em muitas barracas nas feiras livres da cidade. Trecho de Roteiro de uma vida no design
foto: divulgação
rasileiro por escolha, tendo nascido em Buenos Aires e emigrado para o Brasil ainda jovem, nos anos 50, Hugo Kovadloff acumulou, ao longo de quase quarenta anos de carreira, contribuições marcantes à história do design nacional. Ajudou a criar as identidades das marcas dos bancos Itaú, Bamerindus e Real; das Bicicletas Monark, das Lojas Renner, da Vasp e a da Claro. Participou da instalação do escritório nacional da americana Landor, uma das maiores firmas de design do mundo. Hoje, é diretor de criação do GAD’ Branding & Design, firma que ajudou a consolidar ao longo dos últimos anos. Em Roteiro de uma vida no design (Editora Rosari, 165 páginas) Kovadloff revisita toda a sua trajetória. No livro, o designer narra a sua formação profissional, destacando seus estudos na Europa e principalmente seu interesse por diversas dis-
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}}} lançamentos
e novidades – e seus sistemas de embalagem
Beleza profissional Kendra lança linha para cabeleireiros Já está disponível nos centros estéticos a nova linha da Kendra Cosméticos destinada a profissionais. O Gloss Serum Repair é acondicionado em frasco de PET, fornecido pela Spil Tag decorado em serigrafia, com tampa de polipropileno (PP) suprida pela Bral-Max. A pomada finalizadora ganhou pote e tampa de PP produzidos pela Bigaplast. O rótulo auto-adesivo de polipropileno biorientado (BOPP), fabricado pela Grifiart, é aplicado na tampa. Os cartuchos de papel cartão dos dois produtos são impressos pela Kingraf. O layout das embalagens é a Brainbox Design.
Bigaplast (11) 5051-0812 www.bigaplast.com.br Brainbox Design (11) 3018-1695 www.brainboxdesign.com.br Bral-Max (24) 2243-2911 www.bral-max.com.br Grifiart (47) 3427-5000 www.grifiart.com.br Kingraf (41) 3072-6262 www.kingraf.com.br Spil Tag (14) 3408-1100 www.spiltag.ind.br
Muros mais limpos Indutil lança produto anti-pichação A New Growing Design & Branding assina o desenvolvimento da embalagem da Induclean, tinta contra pichações recém-lançada pela Indutil Indústria de Tintas. As latas de aço de 3,6 litros que acondicionam a tinta são fornecidas pela Novalata.
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New Growing (11) 2268-0409 www.newgrowing.com.br Novalata (11) 2068-5255 www.novalata.com.br
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Edição: flávio palhares |||
[email protected]
embalagem
Marca própria animada Personagens de filme estampam caixas de gelatina As gelatinas da marca própria Carrefour chegam aos pontos-de-venda em novas embalagens de papel cartão com personagens do filme Horton e o Mundo dos Quem. Os cartuchos são impressos pela Emibra e tiveram o layout criado pela Mais Design.
Emibra (11) 4748-2199 www.emibra.com.br Mais Design (11) 3333-3997 www.maisd.com.br
Pele macia no verão A Johnson & Johnson disponibiliza nas gôndolas seus novos hidratantes Softlotion Pele dos Sonhos e Proteção UV FPS 15. Os produtos são acondicionados em frascos de polietileno de alta densidade (PEAD) produzidos pela Sinimplast. As tampas de polipropileno (PP) são fornecidas pela Caria e os rótulos auto-adesivos de polietileno (PE) pela CCL Label. O layout das embalagens é assinado pela Interbrand. Caria (11) 3872-3122 www.caria.com.br
CCL Label (19) 3876-9300 www.ccllabel.com.br
www.embalagemmarca.com.br
Interbrand (11) 3707-8500 www.interbrand.com
Sinimplast (11) 4061-8300 www.sinimplast.com.br
fotos: divulgação
Johnson & Johnson lança hidratantes
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DIsPLay
}}} LANçAMENTOS
E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAGEM
Menores e verticais Lacta ingressa no segmento de tabletes médios A Lacta traz aos pontos-de-venda de todo o país os tabletes médios de 70 gramas dos chocolates Diamante Negro, Shot e Lacta Avelã. Os flowpacks de polipropileno (PP) são fornecidos pela Alcan Packaging e são dotados do sistema abre-fecha. As caixas-display permitem que o produto possa ser exposto na vertical, possibilitando maior visibilidade e maximização do espaço no ponto-de-venda. O layout é da Narita Design.
Alcan Packaging (11) 4512-7000 www.alcan.com.br Narita Design (11) 3167-0911 www.naritadesign.com.br
Sobremesa agrupada
“Destubainização” da tubaína
Creamcake Danúbio ganha nova embalagem
Schincariol leva Itubaína para long neck
O grupo Vigor investe na reformulação das embalagens da sobremesa láctea Creamcake Danúbio. O produto passa a ser acondicionado em potes termoformados de 90 gramas de polipropileno (PP) da Poly-Vac, fechados por selos de alumínio e PP supridos pela Selimpack. A novidade fica por conta do agrupador de papel cartão, impresso pela Gráfica 43. A agência responsável pelo design das embalagens foi a R1234.
A Schincariol entra na contramão do mercado e “destubainiza” a tubaína. Para comemorar os 54 anos da marca Itubaína, o refrigerante ganha uma versão em garrafa de vidro long neck de 335 mililitros, produzida pela Owens-Illinois. Batizada de Itubaína Retrô, a versão revive a nostalgia da década de 1950. São três diferentes rótulos colecionáveis, de papel com cola, fornecidos pela Savasa Impressores: um foguete, um copo e uma garrafa. O design dos rótulos foi criado pela Schincariol Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br
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Gráfica 43 (47) 3221-1200 www.43sagrafica.com.br
R1234 (11) 3168-1012 www.r1234.com.br
Poly-Vac (11) 5693-9988 www.poly-vac.com.br
Selimpack (11) 4447-2080 www.selimpack.com.br
EmbalagemMarca
novembro 2008
FOtOs: divuLgAçãO
Savasa Impressores (11) 4792-4214 www.savasa.com.br
www.embalagemmarca.com.br
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57 41 43 19 53 51 31 29 4ª capa 3ª capa 33 68 68 9 65 69 37 15 13 63 43 61 67 45 69 17 2ª capa 59 71 69 68 55 47 23 35 55 11 27 59 5 69 21 38 e 39 49 25
(11) 3133-7666 (11) 4152-1111 (11) 4785-2500 (15) 3235-4500 (31) 3358-8500 0800 260 434 (19) 3897-9720 (11) 3576-900 (19) 3876-9300 (11) 3371-3371 (11) 3103-0300 (11) 5934-3183 (11) 2412-8261 (11) 3941-4200 (11) 3675-1311 (11) 4053-2143 (11) 5622-6794 (41) 3240-7400 (11) 4013-6644 (11) 3618-7100 (11) 5053-9948 (11) 5516-2045 (19) 3879-9500 (19) 3404-3900 (19) 3404-6700 (11) 3659-6186 0800 011 3257 (11) 3603-3888 +1 (312) 450-6103 (11) 5693-4600 (11) 3760-1500 (11) 4716-3141 (19) 3886-9800 (11) 4072-4100 (11) 2291-6033 (11) 4785-3700 (11) 2066-8500 (19) 3707-4000 (11) 3215-9999 (11) 5585-0723 (11) 5687-1781 0800 722 7008 (11) 5501-3205 0800 707 9533 (11) 4689-8800
www.amazoncoding.com.br www.antilhas.com.br www.bauchcampos.com.br www.bericap.com www.betimquimica.com.br www.biclabel.com.br www.braga.com.br www.braskem.com.br www.ccllabel.com.br www.comprint.com.br www.congraf.com.br www.emcrinducao.com.br www.frasquim.com.br www.frugis.com.br www.gironews.com www.grandpack.com.br www.gysscoding.com.br www.ibema.com.br www.indemetalgraficos.com.br www.indexflex.com.br www.innoviafilms.com www.dixietoga.com.br www.kromos.com.br www.limer-cart.com.br www.loop.ind.br www.magistralimpressora.com.br www.mdpapeis.com.br www.metrolabel.com.br www.mintel.com www.moltec.com.br www.noveltech.com.br www.gruponz.com.br www.optima-bra.com www.pantonegrafica.com.br www.prakolar.com.br www.propack.com.br www.qualipack.com.br www.rigesa.com.br www.rotatek.com.br www.silganwhitecap.com www.simbios-pack.com.br www.suzano.com.br www.tetrapak.com.br www.unionpack.com.br www.videojet.com
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EmbalagemMarca
novembro 2008
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EmbalagemMarca é sinônimo para nós de informação concisa, atualizada e ao mesmo tempo abrangente. A qualidade das reportagens, incluindo o material gráfico, delineando meticulosamente todos os aspectos do nosso mercado, da matéria-prima ao consumidor, merecem nosso reconhecimento. O pioneirismo da criação do Ciclo de Conhecimento é exemplar e único. Pioneirismo e Inovação, assim como para a EmbalagemMarca, são os alicerces sobre os quais a Bericap fundamenta sua trajetória. E por acreditar nestes mesmos princípios, é que associamos nossa Marca com a EmbalagemMarca.
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Almanaque Reis e patriarcas na garrafas
Fusca virou império Ao iniciar suas atividades, em 1969, a Natura tinha uma loja própria, na rua Oscar Freire. Nos primeiros anos, a falta de dinheiro – o capital do empreendimento equivalia ao valor de um Fusca – e a dificuldade de produção em grande escala emperravam o crescimento da empresa, cujos produtos tinham boa aceitação. Em 1974, a Natura fez a opção que mudou sua história: começou a trabalhar com venda direta. A companhia teve forte expansão nas décadas de 70 e 80 – as vendas passaram de US$ 5 milhões em 1979 para US$ 170 milhões em 1989, quado houve a fusão das cinco empresas que formavam o Sistema Natura – Natura, Pró-Estética, Meridiana, Yga e Éternelle. Hoje conhecida por suas embalagens sofisticadas – ao contrário do seu início, quando usava embalagens standard –, a Natura é um império: é a maior empresa de capital nacional na área de cosméticos, tem mais de 700 mil consultoras e opera na América Latina e na Europa.
As garrafas de champanhe são conhecidas não só pelo seu formato característico, mas também pela variação dos seus tamanhos. A garrafa mais comum, de 750 mililitros, é chamada standard e serve de base para várias outras opções, cujos volumes são sempre divisores ou múltiplos de seu tamanho (ver abaixo). Inicialmente, as garrafas de medidas especiais – principalmente as maiores – foram criadas para atender aos caprichos da realeza francesa, no século XVIII. O objetivo era impressionar os convidados nos banquetes. Novos tamanhos foram elaborados gradualmente até formar a família atual. A origem dos nomes das garrafas leva a reis babilônicos, assírios, judaicos e
personagens do Velho Testamento. Jeroboam, em português Jeroboão, por exemplo, foi o fundador e primeiro rei de Israel. Rehoboam, ou Reboão, era filho de Salomão (Salomon), rei de Judá. Matusalém foi o patriarca bíblico que viveu até os 969 anos de idade. Salmanazar era rei da Assíria. Baltazar foi rei da Babilônia, assim como seu antecessor, Nabucodonosor. Melchior, ou Belchior, era um dos três reis magos. Sovereign, em inglês, é simplesmente soberano.
O nome de cada uma Piccolo (pequeno, em italiano) – 187 mililitros, equivalente a 1/4 de garrafa standard
Matusalém – 6 litros (8 garrafas) Salmanazar – 9 litros (12 garrafas)
Demi-bouteille (meia garrafa, em francês) – 375 mililitros, ou 1/2 garrafa
Baltazar – 12 litros (16 garrafas)
Standard (padrão) – 750 mililitros
Nabucodonosor - 15 litros (20 garrafas)
Magnum (grande, em latim) – 1,5 litro, ou 2 garrafas
Melchior – 18 litros (24 garrafas)
Jeroboam – 3 litros (4 garrafas) Rehoboam - 4,5 litros (6 garrafas)
Salomon – 20 litros (28 garrafas) Sovereign – 25 litros (33,3 garrafas)
Você sabia? Na década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a economia global enfrentou uma forte crise econômica, que levou ao racionamento de produtos em vários países. As embalagens também precisaram ser adaptadas, devido à escassez de materiais. Para economizar papel, os rótulos foram reduzidos. A austeridade da década de 40 afetou até a tinta de impressão: a quantidade de tinta nas embalagens de alguns produtos se reduziu de modo que apenas o nome da marca e as instruções fossem coloridos.
No início, Natura usava embalagens standard
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