Revista Embalagemmarca 028 - Novembro 2001

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Ano III • Nº 28 • Novembro 2001 • R$ 6,00

www.embalagemmarca.com.br

Com boas embalagens, o setor navega em mar tranqüilo LAMINAÇÃO DE FLEXÍVEIS • PANETONES INOVAM EMBALAGENS

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Como nos concursos de miss

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Aplausos alegram e aumentam o compromisso de fazer sempre melhor

into-me no feliz dever de partilhar com os leitores o sentimento de recompensa da equipe de EMBALAGEMMARCA pela aprovação manifestada de forma crescente a nosso trabalho. Ninguém aqui tem a falsa modéstia de afirmar que não aprecia aplausos. Da mesma forma, não há um só que se julgue melhor do que ninguém, que desconsidere a concorrência e não entenda que ela tem contribuições a dar ao setor. Mas, como ensina a sabedoria básica do marketing, não se deve falar da concorrência. Falemos de nós: os elogios têm o duplo efeito de alegrar a equipe e, ao mesmo tempo, impor-lhe o dever de fazer sempre melhor. Com o perdão dos leitores pela citação banalizada nos concursos de miss, assumimos que nos tornamos eternamente responsáveis por aquilo que conquistamos. Estamos compenetrados de que não podemos decepcionar quem aprova e apóia nosso trabalho. Isso fica aqui registrado para efeito de reiteração de nosso compromisso de continuar fazendo uma revista informativa, imparcial, criativa e útil aos profissionais atuantes na cadeia de embalagem. O uso da revista como veículo de amostragem tem dado interessantes resultados, segundo diferentes e, para nós, importantíssimos

depoimentos. Os mais diretos são os de quem patrocina ações em que são mostrados materiais e processos de produção de embalagem, como encartes, rótulos e envelopes. Nas inúmeras ações desse tipo já realizadas, seus promotores manifestaram alta satisfação com o retorno. Isso é bom e mostra que estamos no caminho certo, contribuindo com criatividade para que os patrocinadores de tais ações fortaleçam as marcas de seus produtos e vendam mais. Mas não é apenas com gestos incomuns que, em EMBALAGEMMARCA, os anúncios têm mais visibili-

dade e dão mais retorno. Isso é explicado, entre outras, por três razões. Primeiro, pela credibilidade que a revista angariou por não ter compromissos com nenhum segmento específico da cadeia de embalagem, mas tão-somente com o crescimento e com o fortalecimento do setor inteiro. Segundo, porque a revista é realmente lida – e por maior número de leitores. Finalmente porque, em EMBALAGEMMARCA, não há congestionamento de anúncios. Faça um teste com o seu. Até dezembro.

Wilson Palhares

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novembro 2001 Diretor de Redação Wilson Palhares [email protected]

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ENTREVISTA: ALUISIO QUINTANILHA DE BARROS Presidente da Abima – Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias, explica a evolução das embalagens de macarrão

22 30

ADESIVOS E SELANTES Soluções de laminação de embalagens flexíveis são cada vez mais estratégicas

Reportagem [email protected]

Flávio Palhares [email protected]

Guilherme Kamio [email protected] Leandro Haberli [email protected]

Thays Freitas [email protected] Colaboradores Josué Machado e Luiz Antonio Maciel

MERCADO Novas embalagens de panetones e entrada da Nestlé no setor agitam Natal 2001

Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial [email protected]

Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas

36 14 3

Claudia Regina Salomão [email protected] Assinatura anual (11 exemplares): R$ 60,00

BEBIDAS Depois da Smirnoff, outras marcas despontam no segmento de ices

Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem.

CAPA Embalagens esquentam o jogo do mercado de brinquedos

Editorial

Tiragem desta edição 7 500 exemplares Filiada ao

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Making of

A essência da edição do mês, opinião – e mudanças

A criação do projeto Flexo Film & Design

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Cartas

Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos

25 Prêmios

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Setor de logística premia seus destaques

Lançamentos e novidades no mercado de consumo

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46

Celulose Irani investe para crescer em embalagem

Impressão: Grande ABC

Panorama

A opinião, a sugestão e os comentários dos leitores

Materiais

Impressa em papel Couché Image Mate 115 g/m2 (miolo) e Couché Image Art 145 g/m2 (capa) da Ripasa S. A. Celulose e Papel

Display

Almanaque

Fatos não muito conhecidos do universo das embalagens

EMBALAGEMMARCA é uma publicação FOTO DE CAPA: STUDIO AG / ANDRÉ GODOY

28sumario

mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

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ais uma vez EMBALAGEMMARCA saiu com uma edição sensacional, com ênfase na bricolagem. A embalagem externa está primorosa. O encarte da Suzano é um encanto. Continuem deslumbrando seus leitores. Arnold Diesendruck Do-It São Paulo, SP

G

osto bastante do conteúdo e desenvolvimento da revista EMBALAGEMMARCA. Assim sendo, nós, da Codil, gostaríamos de assinar esta pelo período de um ano, com possibilidade de continuação. Hugo Guerra Departamento de design Costa & Dias Lda – Codil Cesar, Portugal

S

omos leitores assíduos da revista EMBALAGEMMARCA e queremos parabenizá-los pelo empreendimento. Admiramos as matérias tão cautelosamente selecionadas, o fator estético e de leitura agradável, ca-

racterísticas em pleno e visível aprimoramento. Gostaríamos, entretanto, de notificá-los de um equívoco constatado na edição de agosto de 2001, página 30. Trata-se da foto número 3 da matéria “A volta da Bohemia”, onde foi atribuído à Mead a fabricação da embalagem mencionada. Na verdade, após análise do desenho, layout e sistema de fechamento da embalagem, constatamos facilmente que é um de nossos produtos. Gostaríamos, portanto, que fosse notificado o erro que observamos. Carlos Alberto Zardo Jr. Supervisor de Marketing Riverwood do Brasil N.R. – a informação de que a embalagem mencionada é fabricada pela Mead foi dada pela DM9DDB, agência responsável pela reestruturação da marca Bohemia.

A

Revista EMBALAGEMMARCA tem proporcionado um grande espaço democrático e contribuído, e muito, na informação e valorização do segmento de rótulos auto-adesivos, que cresce a cada dia nas suas mais variadas aplicações. Parabéns a toda equipe da revista. Roberto Inson Gerente de Marketing Prakolar Rótulos Auto-Adesivos

S

ou estudante de design de embalagem da Anhembi Morumbi e acabei de assinar EMBALAGEMMARCA. Estou apaixonado pela revista, que

já me ajudou muito em trabalhos da faculdade e espero que futuramente na profissão. Carlos Alberto da Silva São Paulo, SP

Q

uero elogiar toda a equipe de EMBALAGEMMARCA pelo magnífico trabalho que vem sendo realizado, concretizando ainda mais a fidelidade do público, de maneira qualificada e verdadeira. Parabenizo a todos da equipe por seus esforços quanto à qualidade da revista, pela veracidade das informações nela contida, pelo belíssimo atendimento prestado, artes e matérias até aqui publicadas. Não poderíamos deixar de citar o caderno especial da Semana de Design de Embalagem da Abre. Da criação à editoração, do layout à arte, só me resta agradecê-los por me manter informado e atualizado, sempre um passo à frente do que acontece hoje. Arylton Kaeda Bulara Shine Comunicação e Design São Paulo, SP

MENSAGENS

PARA

EMBALAGEMMARCA

Redação: Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel (11) 5181-6533 Fax (11) 5182-9463 [email protected] As mensagens recebidas poderão ter trechos não essenciais eliminados, e poderão ser inseridas no site da revista (www.embalagemmarca.com.br).

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entrevista

“Diferenciação visual é fundamental” lém de aguçar a inventividade de autores de folhetins eletrônicos, a imigração italiana no Brasil ajudou a formar um vigoroso mercado. Hoje o país é o terceiro maior consumidor de macarrão do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e, claro, da Itália. Mais de 1 milhão de toneladas de massas alimentícias são vendidas anualmente no Brasil. De 1994 para cá, o consumo per capita do produto saltou de 4 para 5,5 quilos por ano. A preferência pelas pastas não se restringe à capital paulista, tradicional reduto de cantinas e mammas de mão cheia. Existe hoje no país mais de uma centena de indústrias produtoras de macarrão, cuja distribuição cobre desde as grandes metrópoles até os mais afastados rincões do país. Cada vez mais o macarrão faz parte do cardápio do brasileiro. Tal realidade tem aberto um oceano de oportunidades de negócio, num panorama em que a embalagem vem se tornando cada vez mais estratégica. Feitas exclusivamente de simplórios filmes monocamada de polietileno (PE) até bem pouco tempo atrás, nos últimos anos elas passaram a ser devidamente avaliadas pelos fabricantes de macarrão, ou seja, são vistas hoje como uma forma de valorizar marcas e aumentar as vendas. Para discutir esse processo de evolução, EMBALAGEMMARCA ouviu o presidente da Abima – Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias, Aluisio Quintanilha de Barros. Com o knowhow de quem está a par das iniciativas dos principais fabricantes do país, ele corrobora a tese de que diferenciação visual no ponto-de-venda é fundamental para sobreviver num mercado crescentemente segmentado e invadido por marcas estrangeiras. Barros comenta também a política de importação de trigo no Brasil e os avanços proporcionados pelo Selo de Garantia Abima.

DIVULGAÇÃO

A ALUISIO QUINTANILHA DE BARROS, presidente da Abima - Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias, diz que, com a entrada de marcas estrangeiras no país, a embalagem se consolidou entre os fabricantes de macarrão como uma maneira de gerar valor e aumentar as vendas do setor 8 – EMBALAGEMMARCA • nov 2001

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cas como Basilar, Zabet e Isabela). A Como pode ser resumida a história da italiana Barilla, que muitos acreditam evolução das embalagens de macarrão? ter dominado o mercado, só trabalha A impressão que prevalece é a de que, com importação e não tem mais do que até pouco tempo atrás, elas eram vulne1% de share. Mas o setor ainda é pulveráveis, tinham pouca barreira e chegarizado. Para ter idéia, a participação da vam até a possibilitar a proliferação de líder Socma não é superior a 15% do insetos nos produtos. mercado. O processo de evolução das embalagens utilizadas pela indústria de massas aliOs players internacionais introduziram mentícias se divide basicamente em dois novas alternativas em embalagem, como momentos. Até 1990, existia o monopóos cartuchos de papel cartão e os berços lio do trigo no Brasil e o preço do matermoformados. Como essas tendências carrão era controlado pelo governo. de embalagem têm sido assimiladas peEssa interferência fazia o setor ser nivelos produtores brasileiros? lado por baixo. Assim, todos os aspectos Sem dúvida, a importação de masdo mercado, inclusive as embalasas da Itália representou um incengens, eram marcados pela econoA partir de tivo à criação de embalagens pelas mia de custo. Feitas praticamente indústrias nacionais. O papel carde polietileno (PE), as embala1990, com a tão é inegavelmente uma idéia esgens eram muito parecidas e não abertura do merca- trangeira, que confere nobreza e era possível pensar em adotar sodo, os fabricantes valor agregado ao produto. Mas luções mais modernas e diferenainda há muito a ser criado em terciadas, pois as condições do mer- brasileiros começamos de embalagem, e o Brasil está cado não permitiam. Na época ram a se preocupar no início desse processo de difenão se admitia nenhum tipo de secom marca e renciação visual. Na linha de tengregação do setor. A partir de 1990, com a abertura do mercado, posicionamento de dências, as embalagens voltadas as empresas começaram a se gôndola. Essa nova ao público single, que acondicionam menos quantidade de produpreocupar com marca e posiciotos, com certeza deverão crescer namento de gôndola, o que gerou visão modernizou o muito. Na Europa, já está consoliuma nova fase na embalagem de desenvolvimento dado o conceito de embalagens macarrão no país. Os fabricantes das embalagens que funcionam como kits. Com de macarrão tiveram de pensar de macarrão elas, o consumidor compra uma tanto no visual das embalagens porção de macarrão própria para quanto na questão da proteção, uma única refeição, e na embaladas barreiras. Nesse processo, as gem já há a quantidade específica de marcas estrangeiras tiveram importância molho para esta situação de consumo. fundamental. Foi uma evolução muito Essas oportunidades ainda não foram grande em um período muito curto. plenamente aproveitadas no Brasil. Quais foram os prós e contras da entraMas já é percebida uma crescente aposda de empresas estrangeiras no mercata das empresas no mercado de refeido de massas alimentícias do país? ções individualizadas, principalmente Na minha opinião, esse processo não em pratos de rápido preparo, com destaafetou muito o setor. Embora seja ineque para massas liofilizadas. gável que o mercado venha se concenO mercado de massas instantâneas, apetrando nos últimos anos, não acredito sar de ter um bom potencial de desenque este fenômeno se deve à entrada de volvimento, ainda é imensurável, pois o empresas estrangeiras. A única empresa Brasil, infelizmente, é um país de popuestrangeira que tem uma participação lação carente, onde as pessoas estão representativa no mercado brasileiro de preocupadas em se alimentar, não immacarrão é a argentina Socma (controporta como. Mas não há dúvida de que o ladora do Grupo Adria, que detém mar-

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macarrão vai ao encontro das necessidades do público urbano que clama por praticidade em suas refeições. Qualquer pessoa pode fazer macarrão, especialmente se ele for comprado semipronto, ou fresco, nos kits individuais e com molho.

mo per capita/ano no Brasil está por volta de 5,5 quilos, o que dá aproximadamente 1 milhão de toneladas por ano. No ranking mundial, o Brasil aparece em 13º lugar. O líder é a Itália, e a Venezuela aparece em segundo.

Chama atenção a posição da Venezuela... Sem dúvida. Isso fez com que essse país se tornasse um caso internacional de estudos. Na verdade, há uma complexa questão cultural envolvida. Lá, arroz e feijão não fazem parte das refeições cotidianas da população, como ocorre no Brasil, por exemplo. Além disso, a imigração italiana naquele país ocorreu após a Segunda Guerra, No Brasil, o quando a industrialização já havia público single é ocorrido. De alguma forma esse um nicho processo ajudou a consolidar a idéia de que um prato de macarrão praticamente representa uma refeição completa. Com população majoritariamente inexplorado. Uma No nosso caso, temos muita inde baixo poder aquisitivo, o Braforte tendência fluência da colonização portuguesil comporta embalagens de maé a venda de sa. Mas talvez mais importante do carrão que agravam custo final que estas particularidades seja o do produto? Aliás, em média, macarrão em fato de que, historicamente, o goqual o peso da embalagem na embalagens que verno não fomentou investimencomposição dos custos de macarcontenham porções tos na indústria brasileira do marão? carrão. Mas ao invés de uma É preciso ter em vista que o merde massa e molho conotação negativa, isso mostra cado de macarrão é segmentado. próprias para que temos um potencial de cresciHá embalagens de produtos de uma pessoa mento muito grande. Mas em vocombate, onde o custo é menor, já lume, já somos o terceiro maior que a idéia é atender a um públiconsumidor do mundo, atrás apeco específico. Há também o mernas da Itália e dos Estados Unidos. cado institucional, que exige embalagens mais baratas. Por outro lado, há os A impressão que se tem é de que no produtos segmentados, voltados a púBrasil as donas de casa parecem não blicos com maior poder aquisitivo. Aí, ser plenamente influenciadas pelas sim, a embalagem assume inegável apemarcas na hora de comprar macarrão. lo de venda. Acredito que, em média, o Considerando que preço é um ponto peso da embalagem no custo final de crucial em se tratando de produtos de um pacote de macarrão varie entre 8% e primeira necessidade, como o senhor 10%. Mas há produtos, como macarrão avalia a força da marca no mercado de instantâneo, por exemplo, em que o massas alimentícias? peso é sem dúvida muito maior. Novamente, é preciso dizer que tudo depende da faixa do consumidor. Mas Qual é o consumo de macarrão per caconvém considerar também que, por pita por ano no Brasil, e que posição o princípio, macarrão é um produto muito país ocupa no ranking mundial? barato. Hoje um quilo do produto, capaz Segundo a Unipi (União Nacional das de alimentar cerca de dez pessoas, pode Indústrias de Pastas Italianas), o consuA embalagem, portanto, pode contribuir com o crescimento do mercado e dar mais credibilidade ao produto e às marcas. Sem dúvida a embalagem tem um papel importante, inclusive quando se fala na qualidade do macarrão. A partir da modernização de seu processo produtivo, o Brasil passou a ter um dos melhores macarrões do mundo. Parte desse mérito inegavelmente pertence à embalagem.

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ser comprado a 2 reais. Mas é exatamente por isso que o valor da marca e da embalagem tem uma importância muito significativa – e não existe valor de marca sem uma apresentação e uma embalagem atraentes e funcionais.

Pulverização parece ser um ponto forte no setor, já que mais de 80% das indústrias de massas alimentícias brasileiras são classificadas pela Abima como pequenas ou médias. Esse grupo já se deu conta do poder comunicativo das embalagens? Ou seja, sabe, por exemplo, que é preciso terceirizar projetos para agências de design e convertedores especializados? Esse processo é muito embrionário. Poucos acordaram para a necessidade de investir na roupagem dos seus produtos. Essa tendência vai ser puxada primeiro pelos grandes, mas não tenho dúvidas de que pequenos e médios acabarão sendo despertados para a necessidade de investimentos em embalagem.

No início deste ano, a Abima estimava um crescimento para o setor que parece não se ter concretizado. O que de fato ocorreu? As projeções não se concretizaram, pois quando foram feitas, imaginávamos que este seria um ano de calmaria, já que a economia no ano passado indicava esse caminho. Mas, como todo o país, fomos surpreendidos pela alta do dólar e pela crise da vizinha ArO Brasil gentina. Como o nosso setor é hoje depende do muito sensível ao dólar, já que o trigo produzido na preço do trigo é cotado na moeda norte-americana, enfrentamos um Argentina. Mas há período bastante turbulento. A investimentos para crise energética também foi fatal que o trigo brasileipara nós. Sinceramente, não conheço um setor que possa dizer ro readquira compehonestamente que não enfrentou titividade. O cultivo problemas este ano.

tem sido fomentado principalmente no Centro-Oeste do país e no norte do Paraná

Falando em Argentina, que é o maior fornecedor de trigo do Brasil, como está a política de importação do produto? Antes de mais nada, devo esclarecer que o Brasil não tem nenhum mecanismo de proteção aos setores que dependem do trigo. Daí nossa vulnerabilidade. Em função de uma política agrícola equivocada adotada no passado, o país hoje depende basicamente do trigo produzido na Argentina. Mas existe um movimento muito forte para que o trigo brasileiro readquira competitividade. Isso pode ser visto em iniciativas empreendidas no CentroOeste do país e no norte do Paraná. Acredito que a partir do ano que vem poderemos diminuir a dependência da Argentina, produzindo internamente cerca de 50% do trigo que consumimos. Hoje importamos mais de 80% do que consumimos do país vizinho.

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Qual o histórico e quais os resultados mais relevantes que o Selo de Garantia Abima trouxe para a indústria de massas alimentícias? O selo foi criado em 1994 e conseguiu aumentar a qualidade do macarrão brasileiro. Chegamos à conclusão de que, se não fizéssemos alguma coisa, estaríamos fadados à invasão de empresas estrangeiras. Essa ação nos uniu e possibilitou que modernizássemos nosso parque industrial. Evoluímos tanto que, hoje, estamos entre os cinco melhores países do mundo em tecnologia de produção de macarrão.

O senhor poderia comentar a origem do Dia Mundial do Macarrão, celebrado em 25 de outubro ? A iniciativa surgiu na Itália, com o objetivo de informar à população os benefícios nutricionais do alimento e aumentar o consumo per capita de macarrão. No Brasil, fazemos um jantar, para o qual os grandes chefs do país são convidados a mostrar suas receitas. Neste ano, foram apresentadas até sobremesas feitas de macarrão. Os resultados têm sido muito positivos. De 1994 para cá, o consumo per capita de macarrão no Brasil subiu de 4 para 5,5 quilos por ano.

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lançamento

Para designers epois de mais de um ano de pesquisas e testes de qualidade, a Ripasa colocou no mercado o papel Ripax Design, uma linha especialmente desenvolvida para designers e profissionais que precisam de material de trabalho de qualidade superior para impressões coloridas em equipamentos laser color. O produto está disponível nas versões Gloss, um papel com revestimento couché brilhante nos dois lados, e Extra Liso, com acabamento fosco. Ambos permitem impressão frente e verso e são bem encorpados (120 a 150g/m2).

D

Ripasa (11) 3491-5010 www.ripasa.com.br

A embalagem do Ripax Design, desenvolvida pela empresa em parceria com a agência Packing, no formato A3, com até 120 folhas, é feita de papel cartão PEX. Esse material, revestido por extrusão na origem, de modo a garantir super proteção contra umidade, é outro lançamento recente da Ripasa e contribui para consolidar sua condição de líder brasileira em papel cartão para alimentos congelados. No caso do Ripax Design, a embalagem tem entre seus atributos, segundo o fabricante, a praticidade de poder ser utilizada para o acondicionamento seguro das apresentações.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Papel da Ripasa para impressão a laser valoriza apresentações

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reportagem de capa

Um jogo muito sério Brinquedos têm embalagens cada vez mais comunicativas e funcionais Por Guilherme Kamio conteúdo pode ser para brincar, mas a embalagem é coisa séria. Apesar de os brinquedos estarem voltados ao entretenimento e ao desenvolvimento das crianças, sua apresentação passa ao largo de qualquer brincadeira. Esse aparente paradoxo vem se tornando cada vez mais forte nos últimos tempos e gerando atenções progressivamente maiores dos fabricantes quanto à política de marketing que envolve o acondicionamento dos seus produtos. Motivos para isso não faltam. Um deles, talvez o mais óbvio, é a crescente competitividade, um jogo muito sério, onde quem brinca fica de fora. Cerca de 330 produtores nacionais disputam um lugar ao sol num mercado em expansão: a estimativa da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) é de que o segmento amealhe cerca de 920 milhões de reais em 2001, perto de 8% a mais que no exercício anterior. “Apesar de variadas dificuldades, como o cenário de racionamento de energia, o segmento está em pleno crescimento”, diz

FOTO: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

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Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq. “Ficamos surpresos com a resposta do varejo”, assinala Carlos Tilkian, presidente da Estrela, líder de mercado no Brasil, que tem a expectativa de fechar 2001 com um crescimento de 15%. Neste ponto, vale lembrar que o último trimestre do ano é o momento crucial para as pretensões das empresas. A briga se acirra por causa do Dia das Crianças e do Natal. Em outra frente, há que se levar em conta o crescimento da atenção dos pais com a segurança e com a qualidade do brinquedo como instrumento de ajuda no desenvolvimento intelectual de seus filhos. Por isso, a embalagem deve como nunca trazer informações claras e completas.

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Mídia forte Os movimentos do mercado publicitário também ajudam a compreender a valorização da embalagem para os brinquedos. “Como os custos de comunicação em mídias como televisão vêm aumentando nos últimos anos, a embalagem desempenha uma função cada vez mais forte” analisa João Nagano Jr., diretor da Grow, tradicional fabricante nacional. Vale lembrar também da invasão cada vez maior dos produtos importados e contrabandeados, que engolem gorda fatia do mercado. Essa importância está chegando a ponto de as empresas “avisarem” o consumidor de seu cuidado com a embalagem, como um estímulo para que ele a perceba como um diferencial significativo. Essa tática não é rara nos dias de hoje. A Toyster, por exemplo, faz questão de divulgar ser a única no mercado a acondicionar seus produtos em uma exclusiva caixa dura de papelão laminada com couché, resultado de um investimento em uma máquina americana Crathern & Smith para sua linha de embalagem. Uma estampa nas caixas trata de comunicar esse padrão,

utilizado em larga escala em vários países. “Embalagem para nós é tudo, é o que vende”, argumenta Adriane Ruri Kimura, gerente de desenvolvimento de produtos da Toyster. O caso da Toyster revela o papel estratégico da embalagem pelo fato de a empresa fazer questão de manter uma unidade de embalagem própria. “Como renovamos constantemente as diversas linhas e cerca de 90% de nossas embalagens são cartonadas, ganhamos agilidade produzindo-as internamente”, diz Adriane. Processo similar acontece na Grow, que desde sua fundação mantém uma gráfica interna. Segundo Nagano, apesar de não ser uma regra no mercado, isso facilita o processo produtivo, já que a quase totalidade das embalagens da empresa é de papel cartão acoplado a papelão micro-ondulado, com impressão em off-set. “Também temos departamento próprio de design, tanto gráfico como estrutural”, diz. Frente às ondas que ditam a moda no terreno dos brinquedos, o design feito internamente pode ser uma ferramenta poderosa. Para se ter idéia, a Abrinq calcula que este ano fechará com um total de 2 500 lançamentos de produtos, 25% a mais que em 2000. Nesse sentido, dá para imaginar que o que não falta no segmento é demanda por projetos de embalagem.

Materiais combinados Caixa dura, um trunfo da Toyster para agregar valor aos seus produtos – o que é ressaltado na caixa

Entre esses projetos, são progressivamente maiores os que estão saindo do âmbito exclusivo das embalagens celulósicas. “Há uma tendência forte para as embalagens que associem papel com plástico”, analisa Adriane, da Toyster. Ela diz que a empresa começou a usar nov 2001 • EMBALAGEMMARCA – 15

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Ilustrações dão o tom à caixa do jogo Perfil Júnior, da Grow

plásticos de dois anos para cá, e vem tendo sucesso em embalagens como as da linha Tand, que combinam maletas e outros modelos de recipientes plásticos com luvas de cartão. “O plástico nos dá a vantagem da transparência”, diz. Já no caso da Grow, blisters e filmes plásticos também fazem parte das embalagens, mas de maneira reduzida. Contabilizando todas essas “peças” da embalagem, mais as caixas de transporte em papelão, a participação da embalagem no custo total dos produtos fica em torno de 15%, calcula Nagano. A seu ver, a embalagem cumpre um papel crucial para o

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

Toyster: formatos inusitados de cartucho

bom desempenho dos produtos da Grow. “Por terem um perfil educativo, precisam ter seu conceito explicado ao consumidor pela embalagem”, diz Nagano. Uma estratégia focada em embalagem que está fazendo sucesso é o dos displays feitos totalmente de cartão para sustentar os cartuchos elípticos dos mini-puzzles Turma da Mônica, ele conta. “Pelo destaque visual e pelo conjunto, o display passou a gerar grande apelo para as compras por impulso, perto dos check-outs.” Ao lado das tiragens altamente flexíveis, essa multiplicidade de detalhes que compõe as embalagens dos brinquedos complica a relação com os fornecedores. “A sazonalidade, as tiragens irregulares e a grande quantidade de itens, entre outras variáveis, dificultam que uma empresa como a nossa, de perfil fortemente industrial, penetre expressivamente no segmenRótulos sobrepostos que giram, o diferencial do pote de Lego Bionicle

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Para mais de um produto. Ou até para brincar Combinar produtos de consumo de massa com brinquedos é tática de sucesso para elevar as vendas de bens cujo público-alvo é o infantil. Quem não se lembra do caso do chocolate Kinder Ovo, que vendeu como água no deserto em meados da década passada ao trazer um brinde em seu interior? Tal estratégia continua a render boas experiências, sobretudo em promoções, e demanda cada vez mais projetos especiais de embalagem. Exemplo é a AmBev, que está dando grande visibilidade ao Guaraná Antarctica Caçulinha através de “casamentos” com brinquedos. Primeiro foi com a turma Pokémon, que vinha em miniaturas plásticas no interior de uma cápsula acoplada à tampa do produto. O conjunto era envolto em um sleeve (manga de filme plástico) especial, fornecido pela Propack. Depois veio uma edição de Páscoa, em que uma multipack cartonada da Riverwood acondicionava algumas unidades do produto e um coelho de pelúcia. A ligação da AmBev com brinquedos, aliás, está sendo reforçada com o lançamento da boneca Susi Guaraná Antarctica. A fashion doll da Estrela vem vestida com motivos que aludem à marca e às suas campanhas publicitárias. Outra estratégia “velha de guer-

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ra”, mas que não perde a utilidade, é a de promover embalagens que sirvam de brinquedo. Casos recentes, no mercado de alimentos, são dados pela Parmalat e pela Kellogg. A primeira está introduzindo jogos nas embalagens dos produtos lácteos dirigidos às crianças. As caixinhas do leite fermentado formam peças de dominó, e há um jogo da memória impresso no verso do cartão-luva do petit suisse Stickadinho. O jogo da memória também está no verso do cartucho do novo cereal Kellogg’s Digimon Doce de Leite, impresso pela Brasilgráfica. No interior da caixa há “dedoches” (fantoches de dedo). Em cosméticos, um caso de destaque é o da Natura, cuja linha Natura Criança traz peças de borracha que, combinadas com os cartuchos dos produtos, viram brinquedos (veja edição 13 de EMBALAGEMMARCA).

Combinação de plásticos e papel cartão é o chamariz da linha TAND, da Toyster

to”, aponta Fábio Pereira, da área de marketing da Rigesa Westvaco, grande fornecedora de soluções em embalagens de papelão ondulado e papel cartão. Ele ressalta, porém, que esses fatores não impedem que a Rigesa atenda ao segmento, o que até acontece esporadicamente. É o mesmo caso da Brasilgráfica, uma das maiores processadoras de embalagens de papel cartão no país, que fornece, mas eventualmente, aos fabricantes de brinquedos. “Normalmente o segmento pede caixas com quatro pontos de cola, envernizadas, com janelas de polietileno ou acetato aplicadas internamente”, diz Célio Coelho de Magalhães, diretor de marketing da empresa. Uma amostra do trabalho da Brasilgráfica, que pode ser vista atualmente no mercado, é a caixa da boneca Meu Bebê, da Estrela. “É uma caixa grande, com aproximadamente 70 centímetros de altura, impressa em off set e com uma grande janela em acetato”, descreve Magalhães. Para ele, esse convite às compras pelo esmero em apresentação é inversamente proporcional à idade das crianças. “As menores, que não sabem ler, são muito mais influenciadas

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Abrinq (11) 3816-3644 www.abrinq.com.br

Novo design para a caixa do popular Jogo da Vida

Display cartonado ajudou a Grow a estimular compras por impulso dos mini-puzzles

pelo visual da embalagem”, opina. Aliás, na Estrela, considerada a maior fabricante de brinquedos da América Latina, algumas das principais apostas para este ano têm embalagens de destaque. O tradicional Jogo da Vida está com caixa remodelada, com novo design, e o modelo Bionicle, da famosa série de blocos para montar Lego, vem em frasco especial de PET, importado, com rótulos sobrepostos – o externo, com janelas, gira, apresentando todos os personagens da brincadeira. Estes são alguns dos cerca de 350 itens que a Estrela planeja lançar até dezembro, num investimento que totaliza 28 milhões de reais, incluindo aí uma nova planta industrial na cidade mineira de Três Pontas. Prova inequívoca de que, no mercado de brinquedos, a briga é de gente grande.

Brasilgráfica (11) 4191-4422 www.brasilgrafica.com.br Estrela (11) 6951-8700 www.estrela.com.br Grow (11) 4393-3000 www.grow.com.br Propack (11) 4781-1700 www.propack.com.br Rigesa Westvaco (19) 3869-9330 www.rigesa.com.br Riverwood (11) 4589-4500 www.riverwood.com.br Toyster (11) 3687-5544 www.toyster.com.br

Dicas dos profissionais das empresas para o desenvolvimento de embalagens de brinquedos √ Quanto menor a faixa etária para a qual está destinado o produto, maior deve ser a preocupação em atrair os pais através da embalagem, com qualidade de informação e signos que transmitam segurança e atributos positivos do produto. √ Janelas e áreas para visualização dos produtos nas embalagens são elementos importantes para atrair a atenção das crianças.

√ Personagens licenciados atribuem um forte apelo aos produtos, mas é salutar encontrar meios de evidenciar e fortalecer a marca do fabricante na embalagem, para não deixar a impressão de que a detentora dos direitos autorais é também quem produz o brinquedo. √ Se a embalagem puder fazer as vezes de acessório do brinquedo – como uma casa para o bicho de pelúcia, uma ficha para colecionar

ou podendo se transformar em uma nova brincadeira – melhor. √ Também é valorizada a embalagem que destaca as ações sociais ou que traz informações educativas em seu verso. √ Nunca é tarde para lembrar que se deve evitar o uso de formatos e elementos de embalagem pontiagudos e os sacos de filmes plásticos em produtos para crianças com idade reduzida.

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Aderimos ao fu No ano em que comemora seu 125º aniversário, a Henkel se destaca como maior fornecedora mundial de adesivos, operando internacionalmente com amplo e variado portfólio de produtos. Este segmento respondeu por 23% do faturamento de US$ 2,9 bilhões obtido pelo Grupo Henkel em 2000, um aumento de 12% sobre as vendas do ano anterior. O resultado deve-se, sobretudo, ao uso de novas tecnologias em adesivos industriais, como Euromelt®, Liofol® e Technomelt®. Um aspecto muito importante desse crescimento é que ele se dá, cada vez mais, de forma sustentada. Em sua trajetória, a Henkel sempre se guiou pela inovação, pela competência e pelo profissionalismo no fornecimento de produtos e serviços. Foram esses fundamentos que transformaram uma pequena indústria de detergentes numa empresa global, com posições de liderança nos mercados em que atua. A Henkel se destaca, também, por seus altos padrões na preservação ambiental. Simplesmente porque o foco da Henkel é o futuro. Caminhos para a sustentabilidade: Tecnologia - Confiança em suas Capacidades Internas, concentradas em tópicos estratégicos. - Investimentos de Capital de Risco para acesso a novas tecnologias. - Cooperações com aproximadamente 500 universidades e institutos pelo mundo.

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futuro

foco: sustentabilidade Novas formas de cooperação Combinação da competência da Henkel em negócios com a experiência científica e o espírito pioneiro de pesquisadores empreendedores. Seu principal diferencial é que as patentes ficam em poder dos pesquisadores e no país de desenvolvimento das novas tecnologias. Um exemplo que ilustra essa política é o da empresa SusTech, de Darmstadt, na Alemanha, cujo nome deriva da expressão em inglês sustainable

technologies, ou tecnologias sustentáveis. Desde agosto de 2000 a Henkel vem administrando essa empresa de pesquisa em parceria com a Universidade Técnica (TU) de Darmstadt e com professores de diferentes disciplinas. A SusTech desenvolve produtos auto-sustentáveis e processos baseados em nanotecnologia. Seus pesquisadores trabalham, por exemplo, em adesivos que possibilitam separar, para fins de reciclagem, até materiais compostos. Novos empregos, orientados para o futuro, são criados. Convencido de que essa parceria contribuirá para o desenvolvimento sustentado, o Ministério da Educação e Pesquisa (BMBF) da Alemanha está providenciando substancial apoio financeiro aos projetos iniciais da SusTech. No Brasil, a implantação deste modelo está em curso e espera-se a aplicação comercial dos primeiros resultados em 3 anos.

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adesivos e selantes

Setor estratégico Esquenta a disputa no mercado de laminação de flexíveis Por Leandro Haberli á muito mais coisas acontecendo na cadeia produtiva das embalagens do que aquilo que aparece nos produtos. No caso das flexíveis, tratadas nesta reportagem, os consumidores e às vezes até profissionais da área nem sempre atentam para a importância vital que os adesivos e seladores têm para que os filmes desempenhem adequadamente suas funções. No tocante à parte visível, não é preciso recorrer aos primórdios da venda de bens de varejo para perceber que o mercado de embalagens está entre os setores que mais se renovam no cenário econômico. A simples comparação entre uma gôndola atual e a mesma prateleira vista em um supermercado há cinco ou dez anos dá idéia da velocidade com que novos conceitos, tecnologias e materiais são desenvolvidos para o acondicionamento dos mais diferentes tipos de produtos. É claro que algumas mudanças merecem destaque especial, à medida que alteram hábitos de consumo ou implodem a tradicional estrutura competitiva de um mercado. A disseminação das garrafas PET entre os fabricantes de refrigerantes é um desses casos, pois levou ao crescimento de marcas regionais em nichos onde, até então, só prosperavam os grandes players. É o fenômeno que ficou conhecido como tubainização do setor.

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Importância econômica STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

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Para muitos especialistas, depois do PET a evolução das embalagens flexíveis seria um dos fatos mais marcantes na história recente da cadeia do packaging. Mas não exatamente por fazer com que pequenas empresas assustassem marcas líderes em seus segmentos, mesmo porque projetos

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de embalagens flexíveis não têm no baixo custo de produção sua característica mais marcante. Na verdade, em virtude de importantes vantagens comparativas, como diferenciação visual e obtenção dos mais diversos tipos de barreira, as embalagens flexíveis vêm sendo apontadas como excelente alternativa para o acondicionamento de inúmeros produtos, como snacks, cafés, leites em pó, pet food, molhos prontos, sucos e até bebidas alcoólicas. O que poucas pessoas sabem é que, se não fossem componentes que sequer são notados pelo consumidor, a preferência de muitas indústrias usuárias pelas flexíveis seria muito menos contundente. São os adesivos e seladores utilizados para laminar, isto é, fixar e manter unidas, as diferentes camadas, ou filmes, que compõem uma embalagem flexível. Para quem não é do ramo é difícil acreditar, mas por trás destas substâncias há um mercado cuja relevância econômica é fabulosa. Mundialmente, as estimativas são de que o setor de adesivos e seladores movimente 4 bilhões de dólares por ano. Entre a cadeia envolvida no fornecimento desses produtos, parece não haver dúvidas de que tais resultados são em boa parte impulsionados pela importância estratégica do dinâmico e próspero mercado de embalagens flexíveis. Prova disso é a recente movimentação dos fornecedores que atuam no Brasil, num panorama em que, além da crescente oferta de soluções livres de solventes, ou solventless, e por isso não agressivas ao ambiente (ver quadro), são claramente perceptíveis duas estratégias de atuação: garantir a fatia já conquistada ou ampliá-la a partir de novos mercados. Na primeira tática desponta a Liofol, pertencente ao grupo alemão Henkel, que no Brasil fornece adesivos e seladores para

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convertedores de embalagens há mais de vinte anos. Líder de mercado (a estimativa interna é de que os produtos Liofol respondam por 70% da demanda do setor), suas últimas ações têm sido interpretadas como uma estratégia voltada à preservação desta condição. “Para agilizar a oferta de novas soluções, a partir de agora a Liofol deixa de ser uma joint-venture e passa a se enquadrar na estratégia global de negócios da Henkel”, conta Julio Muñoz Kampf, diretor América do Sul adesivos industriais. Ele argumenta que, com essa nova estrutura, o braço da Henkel para o mercado de laminação de embalagens terá mais competitividade no desenvolvimento e na venda de adesivos sem solventes e de alta performance. “Para a Henkel, hoje o Brasil é, ao lado da Alemanha e dos Estados Unidos, um centro de excelência em pesquisa e desenvolvimento daquilo que chamamos de

Além de alimentos, selantes têm emprego no mercado farmacêutico

quarta geração de selantes para laminação de embalagens”, diz Kampf. “Mas, além de produtos cada vez mais sofisticados, queremos também disponibilizar preços competitivos.”

Reação em cadeia Dando sucessivas provas de que não devem se conformar facilmente com a liderança da Liofol estão nomes como a norte-americana Rohm and Haas e, mais recentemente, a italiana Coim. No primeiro caso, trata-se de uma gigante mundial de especialidades químicas, que entrou na disputa pelo mercado de adesivos e seladores para conversão de embalagens há aproximadamente dois anos, quando adquiriu a Morton. A Coim adotou estratégia semelhante. No Brasil desde 1989, a empresa era conhecida pela sua atuação no mercado de resinas de poliéster para calçados. No início do segundo semestre deste ano, entretanto, a matriz da companhia, que fica em Milão, anunciou a aquisição da Novacote, fabricante anglo-holandesa dos mais diferentes produtos para selagem de embalagens, num negócio em que, mundialmente, foram investidos 100 milhões de dólares. No caso da Rohm and Haas, os adesivos e seladores representam 10% de sua receita mundial de 7 bilhões de dólares. O mercado de embalagens divide esta participação com clientes da área de construção civil e com a indústria automotiva, setores que recentemente impulsionaram a gigante norteamericana a adquirir a Megum, da alemã Chemetall.

Crescimento das flexíveis ampliou demanda por soluções de laminação

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Correndo por fora Se até pouco tempo atrás praticamente uma única empresa fornecia produtos para quase todos os transformadores de flexíveis, hoje segmentação já não é uma palavra deslocada no mercado de laminação de embalagens. Atuando mais fortemente com rotulagem e adesivos industriais, a HB Fuller, situada em Sorocaba (SP), é uma das empresas que querem fortalecer sua presença entre os convertedores que trabalham com filmes flexíveis. João de Araújo Júnior, coordenador da área de embalagem, diz que a companhia, também de origem alemã, já conta com uma linha de seladores sem solvente, específica para laminação de filmes poliolefínicos. “A idéia é disponibilizar adesivos que

exijam um tempo de cura cada vez mais curto”, explica Júnior, acrescentando que as soluções da Fuller não interferem no coeficiente de atrito dos filmes. “Isso tem eliminado problemas relativos à rugosidade das embalagens.”

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Embalagens de snacks dependem cada vez mais de adesivos para laminação

Mas a empresa também tem demonstrado que o fornecimento para convertedores lhe parece atraente. Prova disso deverá concretizar-se em março de 2002, quando a Rohm and Haas pretende inaugurar uma fábrica de adesivos em Jacareí (mesmo município do interior de São Paulo em que a Henkel possui sua planta no Brasil). “Será uma fábrica modelo, que fornecerá adesivos para todo o Cone Sul”, afirma

Mauro Trevizan, diretor regional de adesivos e seladores da companhia, informando que a construção da planta custará 15 milhões de dólares. “A idéia é fazer com que, a partir do Brasil, a região torne-se auto-suficiente para a operação de poliéster”. Nesse cenário, a disputa pela vice-liderança do mercado de laminação de embalagens flexíveis está incerta. A Coim Novacote, como passa a ser denominada a companhia italiana, afirma que já no ano que vem quer ter pelo menos 30% do setor. “A estratégia é trabalhar com produtos de qualidade, mas com custos reduzidos graças à utilização de matéria-prima própria”, diz Paulo Roberto Giorgiani, gerente de vendas da empresa. Além do mercado de embalagens flexíveis, a Coim Novacote deverá atender às indústrias naval, automobilística e de construção civil, numa tática que, segundo Giorgiani, demandará investimentos de mais 20 milhões de dólares para a modernização da fábrica atual, situada em Vinhedo (SP), e a construção de uma nova planta.

HB Fuller www.hbfuller.com (15) 238-6201 Coimbrasil www.coimbrasil.com.br (19) 3876-6772 Rohm and Haas www.rohmhaas.com (11) 5185-9000 Liofol www.liofol.com.br (11) 3848-2441

Consumidores de pet food “exigem” soluções solventless

Ecológica e economicamente corretos Privilegiar adesivos e selantes que não utilizem solventes tem sido uma das características mais marcantes do mercado de laminação de embalagens flexíveis nos últimos anos. Há quem diga que hoje, de cada dez máquinas de laminação adquiridas por convertedores, nove foram projetadas para atuar com adesivos livres de solventes. Além de legislações ambientais cada vez mais rígidas e da preferência de fatias expressivas de consumidores por produtos isentos de aditivos químicos, essa tendência é explicada por fatores econômicos. Mesmo que custem mais barato, as máquinas laminadoras que trabalham com adesivos à base de solventes acabam apresentando operações mais onerosas, segundo informa José Antonio de Castro, engenheiro químico e gerente de vendas da Liofol. “O consumo de energia é muito maior, pois elas precisam de

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estufas para a secagem dos solventes”, ele diz. Graças à óbvia economia advinda da não utilização de solvente e também ao aumento da velocidade produtiva das máquinas, Castro defende que o investimento neste tipo de equipamento tem retorno rápido e garantido. Na verdade, para a Henkel, empresa que controla a Liofol, o discurso de que os adesivos e seladores sem solventes são mais vantajosos que os produzidos com base solvente não constitui grande novidade. Há mais de quinze anos a empresa desenvolve esses produtos, que hoje formam a linha Solventless da Liofol. Com ela, defende o executivo, também são eliminados riscos consideráveis à imagem das marcas. “Imagine, por exemplo, do que seria capaz um consumidor de snacks que sentisse cheiro de solvente ao abrir o pacote do seu salgadinho favori-

to”, exemplifica. “No mercado de pet food esse risco é muito maior, já que cães e gatos têm olfato extremamente apurado.” Os dois outros grandes players do setor também têm defendido o aperfeiçoamento de máquinas e produtos para laminação de filmes flexíveis sem solventes. “Nós nos caracterizamos por sermos uma empresa total solution, e isso significa que também temos uma ampla linha de adesivos produzidos sem emprego de solventes”, diz Mauro Trevizan, da Rohm and Haas, citando as marcas Mor-Free e Mor-Quik como os carros-chefes desse mercado. Já Paulo Giorgiani, gerente de vendas da Coim Novacote, diz que sua linha de adesivos sem solvente não compromete a resistência térmica e química dos seladores. “Além de aderir a uma vasta gama de substratos, como poliolefinas tratadas, alumínio, papel e filmes metalizados.”

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evento

Prêmio à eficiência ABML homenageia criação de soluções inteligentes em logística á transformada num dos principais acontecimentos do setor, realizou-se nos dias 17 e 18 de outubro, em São Paulo, a entrega do II do Prêmio ABML de Logística, dedicado às empresas usuárias de logística e escolhido por júri de professores especializados no assunto. O evento foi realizado durante o III Congresso Internacional da Associação Brasileira de Movimentação e Logística, cuja importância também se acentua a cada edição. A premiação é uma homenagem não aos associados da entidade, mas a empresas usuárias das práticas de logística em cinco categorias. A Procter & Gamble foi o destaque, levando o prêmio em duas categorias.

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“Sistemas de Embalagem e Unitização de Carga” • Procter & Gamble O projeto visou à paletização integral eficiente, partindo da reconfiguração da modulação de todos os produtos vendidos pela Procter & Gamble, adequação do Programa de Eficiência Logística a novos padrões, suportado pela terceirização dos paletes junto ao provedor de pool especializado. Entre os benefícios encontram-se aumento de embarques paletizados para 85% do volume vendido, redução do prazo médio de entrega para três dias, 93% das entregas em tempo e aumento de 30% na capacidade de expedição. Empresa fornecedora: CHEP Brasil

“Terceirização em Logística” • Sodexho Diante da complexidade que permeia o processo de abastecimento dos restaurantes industriais, a Sodexho do Brasil desenvolveu projeto visando à migração da descentralização para a centralização de seus estoques e operações relacionadas. Através da terceirização de suas atividades logísticas, junto ao provedor especializado, foi possível melhorar as condições de negociação de compras de produtos alimentícios e insumos, reduzir o número de fornecedores, concentrar as suas entregas, melhorar a administração dos estoques e otimizar o abastecimento junto às suas filiais. Empresa Fornecedora: Logisplan – Serviços Logísticos

“Sistemas de Movimentação e Armazenagem” • Panamco O CELOG 1 caracteriza-se como um do mais modernos centros de distribuição da América Latina. Suportado por ampla revisão e modelagem da malha logística, este CD com área construída de 40 000 m2, localizado no quilômetro 18 da via Anhanguera, apresenta uma série de inovações em tecnologia de movimentação e armazenagem, incluindo armazenagem dinâmica, push-back, empilhadeiras elétricas com dupla rodagem e deslizador lateral, transpaletes elétricos, rádio frequência, scanners e softwares. Empresas Fornecedoras: Águia Sistemas de Armazenagem, Toyota Equipamentos Industriais, Intermec Technologies Corporation e C.E.T. Consultoria (WISTM).

“Automação e Tecnologia da Informação Aplicada a Logística” • Procter & Gamble O projeto VMI (Vendor Managed Inventory), desenvolvido em conjunto com a rede de supermercados Angeloni/SC, resultou na redução dos níveis de ruptura, na loja e no centro de distribuição da rede, aumento da performance dos serviços logísticos e melhoria na eficiência do departamento comercial. O projeto foi suportado por soluções em tecnologia da informação que incluíram interfaces para troca de dados, introdução do software KARS (desenvolvido pela P&G) e simulador.

“Projetos Especiais” • FCC Partindo de uma pesquisa entre seus clientes, que mostrou a insatisfação quanto aos serviços prestados, a FCC reestruturou toda a área de logística, revisou os processos das áreas de vendas, marketing, PCP e produção, terceirizou todas as operações internas de movimentação, armazenagem de matéria-prima, material em processo e produto acabado. Além disso, intensificou o treinamento de seus funcionários, implantou programas visando a "qualidade total" da operação logística, investiu fortemente em infra-estrutura e equipamentos de envase, bem como ampliou as entregas de catalisadores em veículos especiais. Após esta série de mudanças, nova pesquisa apontou significativa melhoria em todos os serviços prestados pela FCC junto aos seus clientes. Empresa Fornecedora: Logisplan – Serviços Logísticos e Transportadora Transultra

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materiais

Mais poder de fogo Irani prioriza negócios em embalagem e investe para crescer presa também as converte, com a vantagem de ser auto-suficiente em matéria-prima.

Produto inédito

ompletando 60 anos em 2001 como líder na produção de papel kraft de baixa gramatura no Brasil, a Celulose Irani, empresa de capital aberto controlada pelo grupo gaúcho Habitasul, quer crescer no ramo de embalagem. Para isso, ela está investindo alto, e um passo decisivo foi dado com a inauguração, no dia 28 de setembro, de uma nova fábrica de embalagens em Vargem Bonita, município no Meio-Oeste de Santa Catarina. Fruto de 38 milhões de reais investidos, ela dobra a capacidade de produção da Irani, cujos negócios de embalagem ficavam concentrados em uma unidade situada em Santana do Parnaíba (SP). “O mercado de embalagens traz boas perspectivas e vem crescendo nos nossos negócios”, diz Péricles Druck, diretor de operações e de apoio estratégico da Irani. Na nova planta, que tem 15 000 metros quadrados e está gerando 250 novos empregos diretos e cerca de 700 indiretos, começa a operar uma máquina de papel Hergen recém-adquirida, totalmente informatizada, que responderá por 45% do total de material fabricado. Com isso, a Irani espera elevar sua produção anual de papel de 83 258 toneladas em 2000 para 144 000 toneladas em 2002. Metade desse total será direcionada à fabricação de embalagens, já que a em-

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Para a nova planta, uma novíssima máquina de papel

Irani (11) 4154-8200 www.irani.com.br

Nova unidade possui 15 000 metros quadrados de área

Outro aspecto importante é que a nova unidade de embalagens da Irani fabricará um material inédito no mercado nacional, o papelão triplex Hard Box. Composto por três ondas internas, o produto atualmente é importado. Sua principal aplicação é na formação de embalagens de alta resistência, como as para os setores automotivo, químico e de fruticultura para exportação, entre outros. O novo papelão deverá ser lançado oficialmente até o fim de 2001. “Comparadas às de madeira, as embalagens feitas com ele trazem vantagens econômicas, logísticas e ambientais”, argumenta Péricles Druck. Tal produto se encaixa na estratégia de concentrar a atuação em nichos de valor agregado, em vez de privilegiar uma estratégia de escala. Nesse sentido, o novo maquinário cumpre papel fundamental, garantindo agilidade e flexibilidade no serviço. A expectativa da Irani é fechar 2001 com um faturamento de 175 milhões de reais, já incluídas aí as expectativas com a expansão. “Esperamos que a embalagem de papelão ondulado responda em breve por 50% de nosso faturamento”, afirma Druck.

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mercado

Saborosas novidades Novos players e diferenciação nas gôndolas no setor de panetones este ano, além das tradicionais inovações no sabor e na fórmula dos produtos, o mercado de panetones apresentou um quadro de agitação especial, no qual investimentos em diferenciação no ponto-de-venda dividiram as atenções com anúncios de novas estratégias por parte de grandes players. A Nestlé, por exemplo, confirmou a intenção de colocar a marca São Luiz, líder em biscoitos, na disputa por uma parcela das 25 000 toneladas de panetone que deverão ser vendidas até o final do ano no país. Embora a cartada da gigante suíça não tenha surpreendido os analistas – uma vez que, no ano passado, ela já havia empreendido uma experiência bem sucedida com panetones São Luiz numa rede de lojas de São Paulo –, a estratégia estarreceu os concorrentes. Evidentemente, todos eles sabem que a empresa não vai invocar uma de suas mais prestigiadas marcas em vão (sobretudo no ano em que comemora oito décadas de presença no mercado brasileiro). Talvez mais surpreendentes tenham sido as negociações entre a Bauducco e a Visconti, sua grande concorrente quando o assunto é satisfazer o paladar dos apreciadores de panetone. Além da compra de 50% das ações da Visconti pela Bauducco, o acordo congregou uma estratégia inédita de colaboração mútua, focada basicamente na distribuição dos produtos natalinos das duas marcas. Portanto, a idéia será agilizar a entrega e garantir a presença dos panetones mais cedo nos pontos-de-venda neste natal.

Sem descuidos

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Além de biscoitos, Nestlé quer São Luiz líder em panetoes

Mesmo em meio a esse quadro, que pode ser classificado como atípico, os investimentos em diferenciação visual não foram relegados pelos fabricantes de panetones. Ao contrário, o que se observa em todas as estratégias é um esforço para desfazer a sensação de que as marcas são sempre apresentadas em embalagens com pouca distinção de materiais e formatos. Até porque as empresas da área sabem que, por lidar com produtos cuja decisão de compra acontece basicamente no ponto-devenda, não podem descuidar na apresentação de suas linhas. A própria Visconti comprovou que a aposta em diferenciação nas gôndolas jamais deve ser esquecida. Este ano, a empresa lançou o panetone Speciale, que será vendido em embalagens de papel cartão dotadas de topo com cortes que conferem um formato hexagonal à tampa dos produtos. O mesmo conceito será usado na já tradicional linha Monte Bianco, que ganhou um novo sabor, o Creme Confeiteiro. O azul é a cor predominante no visual dos produtos, numa estratégia que, de acordo com Cristina Komatsu, designer responsável pelo projeto, visa criar identificação visual com os consumidores. Para o Panetone tradicional versão premium, foram mantidas as latas de 1 quilo, que passam a ser fornecidas pela Metalúrgica Itaquá. O mix de produtos é composto ainda pelo panetone Di Milano, vendido em três tamanhos, e o Ao Chocolate, que segundo a empresa conquista cada vez mais adeptos. Todos são acondicionados em embalagens de papel cartão, com impressão da Gráfica Romiti.

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Flexíveis com força Mesmo que as latas de aço já tenham se consolidado, basicamente por ressaltar o caráter de presente dos panetones e assegurar a reutilização das embalagens, as empresas seguem buscando outras alternativas ao clássico papel-cartão. Mais conhecida no Brasil por sua linha de candies e chocolates, a argentina Arcor espera este ano se firmar entre os quatro primeiros players do mercado de panetones. Para isso, a empresa segue investindo nas embalagens flowpack, fortalecendo no cenário brasileiro a utilização de filmes laminados com acaba-

Visconti: aposta em diferenciação também no formato

Arcor (11) 3046-6800 Bauducco 0800 11 83 57 www.bauducco.com.br Gráfica Romiti (11) 272-2188 Klabin (11) 3084-4800 www.klabin.com.br Komatsu Design (11) 5561-5372

Flow-pack tem feito sucesso na linha natalina da Arcor

mento metalizado, tão comuns entre outros gêneros alimentícios. “No ano passado, a receptividade do Pan Dulce e do panetone Tradicional foi muito boa”, diz Luiz Roberto Bönecker, diretor de marketing da Arcor, em referência aos produtos que utilizam as flow-pack. “É também a partir da diversidade de embalagens que esperamos aumentar a venda da linha natalina este ano”, conta o executivo. Ao lado de inovação em embalagens, o mote da estratégia de outros fabricantes neste ano é amealhar consumidores no mercado externo. A própria Nestlé, mesmo sem dar maiores detalhes, informa já ter contratos de exportação fechados com Argentina, Paraguai, Estados Unidos e Portugal. Nesses mercados, os produtos deverão ser vendidos nas mesmas embalagens que já são vistas nos pontos-de-venda brasileiros: cartuchos de papel cartão da Klabin, com impressão da Gráfica Nova Página e projeto

Kopenhagen 0800 100 678 www.kopenhagen.com.br Metalúrgica Itaquá (11) 6966-0977 Nestlé (11) 5508-9000 www.nestle.com.br Ofner (11) 5693-8600 www.ofner.com.br

gráfico da agência BC&H Design. Tradicional fabricante de panetones artesanais, a Ofner também está de olho nas vendas fora do país. Este ano a empresa pretender exportar 30 toneladas do produto para o Japão e para os Estados Unidos. A grande estrela da marca deverá ser o panetone Sapore de Angeli. Com recheio de licor Cointreau, o produto será vendido em embalagens artesanais feitas de veludo e decoradas com fitas para presente. No mercado interno são usados cartuchos de papel cartão, com formato hexagonal e uma dobradura projetada de forma que, entrelaçadas, as abas garantam o fechamento. “Mesmo tendo nossos panetones vendidos basicamente na rede de franquias Ofner, não temos dúvida de que a embalagem exerce grande influência na decisão de compra dos nossos consumirodres”, analisa Laury Roman, diretor comercial da Ofner. Disputando um segmento de mercado semelhante ao da Ofner, a Kopenhagen preferiu manter a tradição no visual de seus

Packing Design (11) 3064-9822 www.packing.com.br Visconti 0800 19 17 17 www.visconti.com.br Ofner: embalagens artesanais para conquistar o mercado externo

Kopenhagen busca identificação com segmento premium

panetones premium, que são acondicionados nos sempre atuais cubos de papel cartão. O visual ficou a cargo da agência Packing Design. “O resultado é traduzido em embalagens que despertam o apettite appeal e destacam o caráter premium dos produtos”, comenta Márcia Camargo, diretora comercial da Kopenhagen, acrescentando que a empresa espera ampliar em 25% as vendas da linha natalina neste ano. nov 2001 • EMBALAGEMMARCA – 31

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making of

Projeto integrado Empresas se unem para mostrar excelência em flexografia mpacto, beleza, demonstração de qualidade e de que o melhor caminho para consegui-la é integrar todos os participantes de um processo produtivo. Essas foram as principais metas do Projeto Flexofilm e Design, iniciado na edição anterior de EmbalagemMarca, com a produção de um envelope e de um encarte impressos em flexografia, com definição de imagem comparável à feita pelo processo off-set. O lançamento do projeto, que prossegue nesta e em mais quatro edições da revista, provocou grande número de contatos de profissionais e amigos interessados em detalhes. Aqui é contado como se desenvolveu o projeto, que visa também demonstrar a importância das embalagens para o êxito dos produtos e das marcas. Na verdade, como comprovam à exaustão os clássicos casos de Coca-Cola, Omo, Maizena e Fermento em Pó Royal, entre tantos outros, a embalagem é o produto, a embalagem é a marca. Não se pode dissociar um elemento do outro. Convicta disso, EmbalagemMarca vinha cultivando há bom tempo a idéia de que, além da capa (a embalagem primária da revista), era necessário desenvolver para a postagem um envelope (a embalagem secundária) que refletisse a qualidade de seu conteúdo. Ao mesmo tempo, a revista buscava materializar em suas páginas o conceito de integração, segundo o qual os vários participantes de um projeto de embalagem devem trabalhar juntos em busca das melhores soluções e para que os trabalhos transcorram sem imprevistos.

FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

I

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No envelope, a demonstração material do que a revista sempre afirma: o produto é a marca

A oportunidade surgiu no início deste ano, num contato com a então recém-fundada Arco Convert, empresa de São Paulo dedicada exclusivamente a prestar serviços terceirizados na área de impressão, laminação e acabamento de embalagens flexíveis. Seu diretor, Eugênio Augusto Giacomelli, queria apresentar concretamente um diferencial em seu segmento: era, e por enquanto é, a única no Brasil em condições de realizar impressões em flexografia, em banda larga, com até 60 linhas. O projeto ampliouse: mais que apenas o envelope, nasceu a idéia de comparar a impressão em off-set, no papel, com a flexográfica, em filme. O passo seguinte foi buscar parceiros que se destacassem em seu expertize nas diferentes etapas do processo. Entraram no projeto a Flexopower (equipamentos de impressão), a Fotograv (clichês), a Packing Design (projeto visual e artes finais), a Tupahue (tintas) e a Votocel (filmes flexíveis). A concepção do design e a criação de produtos fictícios ficaram a cargo da Packing, agência especializada que se dedica exclusivamente ao design de embalagem. A produção das matrizes de impressão ficou a cargo da Fotograv, reconhecida no mercado pela alta qualidade de seus serviços e também porque dispõe de tecnologia e de equipamentos de última geração, como os de gravação a laser dos clichês de impressão.

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Os filmes foram rodados numa impressora Flexopower produzida pela empresa de mesmo nome, 100% nacional e caracterizada pela inovação. O equipamento, de oito cores, com sistema de troca de bobinas automático, entre outros avanços técnicos. oferece altíssima qualidade de reprodução. Foi decisiva para o resultado final a contribuição dos fabricantes de insumos, isto é, os filmes e as tintas de impressão, garantindo a base de aplicação para tudo o que foi criado: a Votocel, empresa do grupo Votorantim, que vem produzindo no Brasil ampla gama de filmes capazes de atender às mais rigorosas exigências da indústria; e a Tupahue, que fabrica tintas consideradas entre as melhores disponíveis para impressão flexográfica.

Espírito de pesquisa Em comum, todas as empresas envolvidas dispõem de alta tecnologia e espírito de pesquisa, e isso era fundamental para o projeto. Mas o aspecto técnico em nada resultaria se não se propusessem, como se propuseram, a efetivamente trabalhar de forma integrada, contribuindo com seus recursos e conhecimentos sem reservas, interferindo no projeto sempre que tivessem algo a acrescentar para melhorar o resultado final. Dentro desse espírito, o design foi orientado para proceder de maneira a favorecer o trabalho das demais empresas e que resultasse em imagens da mais alta qualidade. E, embora possa parecer contraditório, foi sugerida a inclusão de imagens que apresentassem dificuldades típicas da flexografia, para que elas pudessem ser enfrentadas e demonstrassem o avanço conse-

Comparação de detalhes mínimos de impressoões off-set e em flexografia Arco Convert (11) 6161-8099 Flexopower (11) 4043-4230 www.flexopower.com.br Fotograv (11) 5572-3872 www.fotograv.com.br Packing (11) 3064-9822 www.packing.com.br Tupahue (11) 4093-6500 www.tupahue.com.br Votocel (15) 242-9800 www.votocel.com.br Na aba da lâmina de BOPP, foto de um mocape do produto fictício

guido na impressão em situações críticas. Em resumo, o design deveria explorar todas as possibilidades, favorecer alguns aspectos e complicar outros. O designer Roney Camelo, da Packing, que assina o desenho, combinou fotografia, ilustração, desenho geométrico e texturas para explorar as possibilidades dos recursos disponíveis. No desenvolvimento dos clichês, a Fotograv, além de acompanhar o trabalho de design garantindo que os arquivos finais estivessem da melhor forma, aplicou no trabalho sua exclusiva tecnologia de retículas turbo screen. Essa tecnologia oferece um tipo de ponto esculpido para não deformar quando comprimido na impressão. Assim, a imagem não distorce, garantindo nitidez e precisão, como se pode observar nas filigranas, nas cores e no traço tanto dos envelopes como das lâminas encartadas na edição anterior e na presente.

Patamar mais alto A Arco Convert procedeu a laminação dos filmes, a impressão do encarte e do envelope. As tintas fornecidas pela Tupahue são as mesmas fornecidas para a impressão flexográfica de alta qualidade e não necessitaram de alterações ou maiores cuidados. Os filmes produzidos pela Votocel utilizados no projeto são de sua linha regular, com uma alteração: foi deixado um pequeno espaço transparente na borda do filme para que se pudesse utilizar uma combinação de metalizado e transparência no design, de modo que o logotipo da revista aparecesse apenas sugerido no topo do envelope. Embora não participasse na condição de parceira do Projeto Flexofilm e Design, a Gráfica do Grande ABC, que imprimiu a revista, teve papel decisivo na fase de acabamento, com a aplicação dos encartes. O resultado superou todas as expectativas, despertando o entusiasmo de profissionais que trabalham com embalagens e flexografia. De modo geral, vislubram no projeto novas possibilidades para seu trabalho e entendem que, com ele, esse sistema de impressão está sendo firmado num patamar mais alto e mudando para melhor a maneira como era visto até aqui pelo mercado. nov 2001 • EMBALAGEMMARCA – 35

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bebidas

Quebrando o gelo Ices repetem fenômeno de mercado dos energéticos ançar uma marca e, com ela, criar uma nova categoria de produto. Eis um dos desafios mais gratificantes para qualquer profissional de marketing. Afinal, em mercados crescentemente segmentados, descobrir o caminho das pedras em um nicho até então inexplorado exige e revela, a um só tempo, inventividade, destreza e também um pouco de sorte – atributos importantes quando se pensa em conquistar a cada vez mais disputada atenção do consumidor. Essa conjunção de fatores parece ter sido atingida pela Guiness UDV, companhia de bebidas que detém marcas muito bem estabelecidas em seus segmentos, como a vodca Smirnoff, o uísque Johnnie Walker e a tequila Jose Cuervo. A estratégia vanguardista da empresa foi detonada em 1999, ano em que colocou no mercado europeu a Smirnoff Ice. Mistura de água gaseificada, suco de limão e vodca, em proporções que lhe conferem teor alcoólico de 5,5 graus, o produto chegou ao Brasil há pouco mais de um ano. Foi tempo suficiente para se transformar numa coqueluche de consumo em bares, restaurantes e, principalmente, casas noturnas – tornando-se praticamente inseparável de uma extensa legião de notívagos, que não dispensa drinques adocicados em suas badalações.

ice, na qual a Guiness UDV irrompe como pioneira. Sucede que alguns fabricantes, como que se negando a reconhecer o pioneirismo da Smirnoff Ice, defendem que seus lançamentos no setor se enquadram na categoria dos coolers. Porém, o simples detalhe de terem incluído o sobrenome ice em suas marcas reforça por si só o surgimento desta nova categoria de produto. Mas o fato que realmente interessa é que novos produtos demandam investimentos em embalagem. Portanto, para a cadeia do packaging a invasão de ices no mercado de bebidas prontas tem estado para lá de salutar. Vendidas em garrafas long neck de vidro incolor, muitas delas têm apresentando interessantes inovações visuais, capitaneadas tanto pelo design das garrafas como por sofisticados projetos de rótulos. Com garrafas desenvolvidas pela Cisper, a Orloff Ice, lançada no mercado brasileiro em outubro pela Seagram, chega até a brilhar mediante a exposição de suas embalagens à luz negra que incide nas pistas das danceterias e boates. Outro exemplo dessa busca por diferenciação visual para seduzir o público jovem partiu da

Cooler ou ice ?

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Como, no mundo dos negócios, estar atento a novas tendências não é crime nem demérito, mas na verdade um fator de sobrevivência, outros fabricantes não tardaram a disponibilizar, em semelhantes locais de consumo, suas versões de bebidas carbonatadas que misturam vodca e sucos de frutas. Resumidamente, foi assim que surgiu a categoria de bebidas

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Orloff Ice, da Seagram, vem em embalagem que brilha no escuro

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Rótulo do Black Ice ocupa 360 graus da superfície das garrafas

Brickel (11) 6193-9154 Cisper (11) 6542-8000 www.cisper.com.br Guiness UDV (11) 3897-2166 www.udv.com Hervás 0800-55-5311 www.hervas.com.br Ind. Reunidas de Bebidas Tatuzinho – 3 Fazendas (11) 263-1411 Prodesmaq (19) 3876-9300 www.prodesmaq.com.br Propack (11) 4781-1700 www.propack.com.br Saint Gobain Embalagens (11) 3874-7482 www.saint-gobain.com.br Seagram do Brasil (11) 7295-9990 www.seagram.com.br Tapon Corona (11) 3835-8662 www.tapon-corona.com.br

Indústrias Reúnidas de Bebidas Tatuzinho-3 Fazendas (IRB), que recentemente colocou no mercado a First Ice, mais nova marca da linha First One, da qual faz parte o energético Atomic Energy Drink. Vendida nos sabores limão e laranja, a bebida também é acondicionada em garrafas da Cisper e conta com rótulos bicolores de polipropileno (PP). O projeto foi desenvolvido pela Prodesmaq e se diferencia por explorar o efeito no label look, que confere um visual clean e despojado ao produto. O grafismo segue os equities da linha First One, que conta também com uma soda alcoólica de mesmo nome, que a IRB criou em 1998. Os rótulos de toda essa família foram desenhados pelo próprio presidente da empresa, Cesar Rosa. Com contribuição inegável das embalagens, aos poucos o mercado de aguardente tem deixado de ser o core business da empresa. (Rosa estima um faturamento de 85 milhões de reais para a companhia em 2001, resultado mais de 10% acima do contabilizado no ano anterior e impulsionado basicamente pela linha First One).

gem que reverteria em diminuição de perdas nos processos logísticos da bebida. Também disputando o movimentado filão de bebidas energéticas, liderado pela australiana Red Bull, a Brickel Comércio e Importações é outra companhia de bebidas que foi despertada para as oportunidades de negócios surgidas na esteira do Smirnoff Ice. Conhecida pela marca Red Fox, a empresa adicionou no segundo semestre deste ano o Ice Red Fox ao seu portfólio de marcas. Carlos Alberto Bueno, diretor comercial da Brickel, diz que garantir assepsia é uma das preocupações das embalagens do novo drinque. A boca das garrafas recebeu um rótulo termoencolhível, ou sleeve, que, além do apelo da higiene, une as vantagens de uma decoração premium à funcionalidade de um lacre de segurança. Os rótulos são fornecidos pela Hervás, as garrafas, também long necks transparentes, são da SaintGobain e as tampas, da Tapon Corona. A produção inicial do Ice Red Fox é de 15 000 caixas por mês, e a expectativa é que sejam comercializadas 100 000 caixas no verão 2002. É um indício de que, não obstante a Esperando o verão prosperidade que o setor já alOs exemplos de que no mercacançou nas grandes metrópoSleeve do Ice do de ices as embalagens poles, as vendas de ice devem Red Fox garante dem ser molas de propulsão de segurança e assepcia esquentar também nas cidades vendas não param por aí. litorâneas do país. Dona de uma marca de energético de mesmo nome, a Red Devil também se dispôs a investir em diferenciação visual para garantir sua fatia no setor. Para isso, optou por um rótulo de PVC termoencolhível, que, impresso em cinco cores a partir de rotogravura, ornamenta as garrafas do Black Ice, versão dos drinques feitos com vodca, água gaseificada e concentrado de limão da empresa. Desenvolvido pela Propack, o rótulo ocupa 360 graus da superfície da garrafa, caracterísFirst Ice, da tica que, além de inovar na categoria, disIRB: expectatipensa o uso de um contra-rótulo. A Prova de aumento pack defende também que este detalhe nas vendas da empresa aumenta a resistência das garrafas, vantanov 2001 • EMBALAGEMMARCA – 37

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VER PARA CRER

FLEXOFILM E DESIGN

epois do rótulo do Mix Tropical, marca fictícia de um suco de frutas sortidas, apresentado na edição anterior de EmbalagemMarca para demonstrar o quanto avançou a tecnologia de impressão flexográfica em nosso país. Isso pode ser observado no envelope de sua revista e na página ao lado, uma embalagem de café - requintada, para um produto gourmet, especial.

Os principais objetivos do Projeto Flexofilm e Design são: 1. colocar em suas mãos a prova de que já é possível aliar alta qualidade de impressão com as vantagens da flexografia. 2. demonstrar na prática que projetos de embalagem envolvendo vários parceiros são bem sucedidos quando há efetiva integração entre eles. 3. reiterar que embalagens premium podem promover produtos brasileiros e a "marca Brasil" no exterior, contribuindo para incrementar as exportações de produtos com valor agregado. Como no caso anterior, a marca do produto apresentado nesta edição - Café do Brasil - é fictícia e se enquadra no último desses três escopos. Na embalagem, buscou-se diferenciação, desde o formato e a quantidade de produto: um stand-up pouch de 300 gramas. A flexografia coloca à sua disposição uma gama enorme de recursos. Observe, na amostra ao lado, a textura do filme, que propicia uma sensação de material aveludado, uma forma de atrair a atenção do consumidor não só pela visão e pelo olfato, mas também pelo tato.

FICHA TÉCNICA projeto Flexo Film & Design é o resultado do trabalho integrado de seis empresas. Nesta edição, foram utilizados os filmes de BOPP Volen CT.20.C e CM.S108.20 (laminados no envelope) e CF.S120.20.C e CM.S108.30 (no encarte ao lado), da Votocel Filmes Flexíveis. A concepção visual e a criação da embalagem apresentada são do designer Roney Camelo, da Packing Design de Embalagem. A pré-impressão foi feita na Fotograv, que utilizou a tecnologia de gravação a laser, com implantação dos pontos em alta resolução TSP. A impressão e a laminação foram realizadas na Arco Convert, sendo a impressão feita em 60 linhas por cm, com uma impressora flexo Omega 1000/8, da Flexopower. A laminação foi feita com tecnologia solventless, em um equipamento italiano da marca Nordmecanica modelo Super Simplex, com adesivo de altíssima performance da Liofol. Foram utilizadas tintas flexográficas de alta definição da Tupahue.

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Comunicação vertical

TRICAMPEÃO NO PAÍS DO PERFUME

Para destacar produtos no

ciando assim maior visibi-

ponto-de-venda, principal-

lidade e comunicação com

mente os leves, como es-

o consumidor. “As princi-

covas dentais, pilhas, con-

pais vantagens da Hang

dimentos e materiais es-

Tag são o impacto visual e

colares, entre outros, a

a redução nos custos da

Novelprint está lançando a

embalagem”, afirma Ana

etiqueta plástica Hang

Maria Teixeira, gerente de

Tag. Ela permite a exposi-

engenharia da Novelprint.

ção vertical em displays

(11) 3768-4111 www.novelprint.com.br

com gancheiras, propi-

Sem babar!

Uso mais prático e higiênico. Esse é o principal argumento que a holandesa EasyCan Company utiliza para difundir sua tampa para latas, cujo design ergonômico busca proporcionar consumo semelhante ao de uma bebida envasada em uma garrafa, sem derramamento do líquido. A empresa também sustenta que o centro da tampa, ligeiramente levantado, evita que o líquido escape para a borda do recipiente. A tampa se ajusta a qualquer latinha. www.easycan.com

Pela terceira vez uma embalagem de O Boticário é premiada no concurso francês Oscar de L’Emballage, concedido pelo Instituto Francês de Embalagem e Acondicionamento. Neste ano o laureado foi o perfume masculino Clipping. O frasco do produto, criado pelo designer espanhol Juan Carlos Rustarazo, tem o diferencial na válvula de propulsão, que permite que o perfume saia pela sua face superior. O Clipping também conquistou o primeiro lugar do Prêmio Inovação, da revista francesa Formes de Luxe.

AGULHA AFIADA As codificadoras que operam por sistema de micro-puncionamento, da fabricante francesa SIC, são as novidades que a Sunnyvale está trazendo ao Brasil. Elas realizam gravações permanentes em substratos como plásticos e aço numa profundidade de até 0,5mm. A precisão é garantida pela agulha codificadora, confeccionada em carbono e tungstênio, que possibilita registrar informações como data, números seriais, códigos em data matrix e logotipos mesmo em superfícies irregulares. Acompanha software que permite uma pré-visualização da área a ser codificada e, de acordo com a Sunnyvale, seu custo de manutenção é baixo. (11) 3048-0133 www.sunnyvale.com.br

Muito a crescer

Cinco velas para o bolo da a10 Design, agência especializada em design de embalagem que está fazendo aniversário. Diante da data especial, a agência lançou um novo portifólio, contendo um apanhado de significativos trabalhos realizados em meia década de existência. Outra empresa de design de embalagem que também comemora cinco anos é a Packing Design, dirigida por Fabio Mestriner. Para marcar a data, a Packing criou um selo comemorativo.

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Total recall Omo, Coca-Cola e Nestlé ganharam o “Top do Top of Mind” como as marcas mais fortes nas mentes dos consumidores brasileiros, segundo pesquisa anual do Datafolha. Comando nacional Para atender com maior precisão o mercado brasileiro, para o qual suas vendas cresceram 30% em 2000, a fabricante de equipamentos para codificação Zebra Technologies nomeou um gerente geral para cuidar das operações no país, o executivo Carlos Levenstein. Mais parcerias A Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) fechou novas parcerias para coletar embalagens, com as associações Vida Nova e a Adere – Associação para Desenvolvimento da Educação e Recuperação do Excepcional. As entidades se tornaram pontos voluntários de coleta de vidro, que

Portal para negócios de embalagem Estreou oficialmente na web o Just i2i, divisão de negócios B2B que a Datamark Market Intelligence criou para facilitar o relacionamento entre produtores e usuários de embalagem. Segundo Graham Wallis, diretor da Datamark, o Just i2i (de “industry to industry”) pretende se transformar na primeira comunidade latino-americana do setor de embalagem na internet, para abrigar negócios de sua cadeia de valor. Para tanto, o portal disponibiliza um módulo de e-commerce, através do qual empresas poderão fazer cotações, pesquisar fornecedores e concretizar transações. “Não temos intenção de substituir a relação tradicional entre compradores e vende-

dores”, diz Graham Wallis. “Ao contrário: pelo Just i2i eles poderão estreitar esse relacionamento, além de melhorar a performance de suas áreas administrativas.” (11) 3038-1790 www.justi2i.com

Praticidade é confiança. E lucro A Fasson está disponibilizando ao mercado seus sistemas de fechamento de embalagens através de etiquetas auto-adesivas (reclosure

será comprado pela indústria vidreira. Adiamento A nova unidade de PET que a Rhodia-ster quer inaugurar no país está com data de inauguração incerta. Sabe-se que serão investidos US$ 80 milhões e que ela produzirá 140 mil toneladas/ano da

systems). Com eles, o consumidor pode armazenar com maior praticidade diversos produtos, o que os torna uma ferramenta de fidelização a marcas – como a Fasson salienta, dispositivos do tipo são identificados como bastante práticos e funcionais. É possível conhecer os desenvolvimentos para a conversão de lacres de multi-fechamento no site da empresa. 0800 7017660 www.solution.fasson.com

resina. A construção deve começar em 2003. Laminados em alta O grupo de investimentos europeu Cinven está prestes a adquirir os negócios da Klöckner-Werke AG, braço alemão da Klöckner Pentaplast America, um dos maiores produtores mundiais de filmes plásticos rígidos. Caso seja aprovada pelos órgãos fiscalizadores, a transação será de US$ 827 milhões.

Compras de PS mais fáceis pela web A Innova, braço do grupo petroquími-

sua cadeia de suprimentos, garantin-

co argentino Perez Companc, está ini-

do maior agilidade e comodidade aos

ciando o comércio eletrônico de po-

clientes. “Pretendemos que a web

liestireno (PS) no país. O serviço de e-

abrigue 80% de nossos negócios já

commerce, nomeado Contato Imedia-

em 2002”, afirma Marcelo Calil Bian-

to, é o primeiro totalmente automatiza-

chi, diretor comercial da Innova. Os

do na seara do B2B petroquímico na-

investimentos na empreitada chegam

cional, o que é garantido pelo uso de

a 6,5 milhões de dólares.

avançados softwares de Customer Relationship Management (CRM) e de Supply Chain Management (SCM). Na prática, a Innova será capaz de monitorar toda

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www.innova.ind.br

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É JÓIA? NÃO, É SORVETE

Amostra inovadora

As lojas da Gelateria Parmalat

Um novo conceito de embalagem para amostra grátis. É disso que a Eurofarma Laboratórios está lançando mão para divulgar o laxante em forma de microenema Minilax. Após uma análise de mercado e de contatos com médicos, verificou-se a necessidade de melhorar a visualização da embalagem primária do produto, uma bisnaga de 6,5 gramas. Por isso, uma nova embalagem secundária foi elaborada – blister de PVC em vez de cartucho. Essa alteração visa proporcionar maior praticidade e diferenciais como bula re-

sumida no verso e três bisnagas na parte frontal. Para as farmácias e drogarias o Minilax continua sendo comercializado na mesma apresentação, em caixa com sete bisnagas.

estão recebendo novas embalagens de sorvetes para presente e

BOPP para a turma do Sítio

viagem. Desenvolvidas pela

A volta da turma do Sítio do Picapau

embalagens. Os pacotes de 200 gra-

Mazz Design, as caixas de pa-

Amarelo à televisão está movimen-

mas podem ser encontrados nos sa-

pel cartão de 500 gramas, 1

tando diversos segmentos de mer-

bores chocolate, morango, flocos e

quilo e de torta possuem forma-

cado. Entre eles, o de biscoitos. A

tutti-fruti, este último, inédito, e os

Cory, sediada em Ribeirão Preto,

pacotes de 85 gramas, nos sabores

tos diferenciados, trapezoidais e

está lançando uma linha com todos

chocolate e morango. No interior

com linhas retas. Fornecidas pela

os personagens da obra de Montei-

das embalagens, com estrutura que

Lingraf, as caixas têm tampa pi-

ro Lobato comercializada em duas

combina BOPP e BOPP metalizado e fornecidas pela Inapel, há figuri-

cotada para facilitar a abertura

nhas para colecionar.

no momento do consumo e também trazem a nova assinatura "Gelateria Parmalat - Inovando a Arte de Fazer Sorvete". Segundo Maurício Girard, diretor de criação da Mazz, a intenção foi "criar uma embalagem que pudesse ser servida em qualquer ocasião, desde uma festa de aniversário a um jantar refinado".

Flow pack mensageira As clássicas balas Icekiss, fabricadas pela Cory, estão ganhando uma nova linha, a Icekiss Recado. Novidades: os recadinhos sobre amor e amizade, símbolo da marca, agora vêm do lado de fora das embalagens, que passam a ser flow packs em poliéster e BOPP, fornecidas

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pela Inapel. Ilustrando as frases há desenhos do cartunista Glauco, criador do personagem Geraldão, entre outros. Com isso, a Cory pretende "sair na frente outra vez", pois Icekiss foi a primeira marca a trazer recadinhos, a ter embalagem metalizada, a vir com figurinha metalizada,

a ter recheio de chocolate e agora a pioneira nos recados e figurinhas do lado externo da embalagem.

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EMBALAGEM DOS IRMÃOS CAMPANA GANHA PRÊMIO DE DESIGN Os irmãos Campana acabam de ganhar mais um prêmio. A embalagem criada pela dupla para as jóias da coleção Campana da H.Stern conquistou o Prêmio Incentivo ao Design do Museu da Casa Brasileira de São Paulo. Feita em borracha transparente, o que permite

Château Duvalier ganha novo visual A Bacardi-Martini do Brasil investiu 1,2 milhão de dólares no reposicionamento da marca de vinhos Château Duvalier. O investimento no rejuvenescimento da marca de vinho envolveu a realização de diversas pesquisas de mercado, onde a opinião do consumidor foi determinante para as mudanças que acompanham o produto. O trabalho demandou mais de um ano, período em que foram experimentados dife-

rentes caminhos. A mudança mais visível está no rótulo que integra a nova estética do produto, idealizada pela Benchmark. A mais sutil está no próprio vinho, resultado das novas tecnologias incorporadas pela vinícola. A campanha de comunicação, programada para ser veiculada no início de 2002, está nas mãos da agência de publicidade McCannErickson. Os vinhos Château Duvalier

são produzidos no Vale dos Vinhedos, em Garibaldi (RS), pela Casa Vinícola De Lantier, divisão de vinhos da Bacardi-Martini do Brasil. Ficha técnica: Rótulos de papel couché impressos pela Mattavelli Gráfica e Fotolito Design desenvolvido pela Benchmark Design Total Garrafas de vidro da Saint Gobain

que a jóia seja vista antes de a embalagem ser aberta, a peça se destaca pela originalidade da forma e do material utilizado. Cada uma é confeccionada à mão pela H.Stern em um processo inteiramente artesanal. O prêmio faz parte do XV Prêmio de Design do Museu da Casa Brasileira, iniciativa instituída pela Secretaria de Estado da Cultura em 1986 e realizada regularmente para pro-

Futurismo para divulgar celular

mover o design nacional.

A Tátil Design acaba de

Outra solução de transi-

custo mais baixo e de

A premiação foi no dia 13

desenvolver uma linha

ção é a inclusão de pris-

produção mais rápida”,

de novembro, data de

de materiais de ponto-

mas e porta-folhetos.

explica Frederico Gelli,

de-venda para a fabri-

“Como a produção da es-

um dos diretores da

cante de telefones celu-

trutura permanente em

Tátil. A própria agência

lares Nokia. Uma ampla

acrílico é mais demora-

confecciona as peças

pesquisa foi realizada

da, bolamos uma linha

criadas, em seu parque

em lojas, para balizar a

alternativa provisória de

gráfico exclusivo.

abertura da exposição das peças vencedoras.

criação das peças, que procuram passar conceitos modernos e futuristas. Uma estrutura permanente acompanha o design da marca, com variações apenas na parte gráfica.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Almanaque

The lady is a vamp Fazer produtos de qualidade e que facilitem a vida das pessoas é um dos segredos do sucesso da gigante alemã Henkel, que este ano comemora seu 125º aniversário. O fundador da empresa, Fritz Henkel, iniciou a história do conglomerado em 1876, na cidade de Aachen, com a fábrica de detergentes Henkel & Cia., que dois anos depois mudaria para Düsseldorf. Um de seus mais bem sucedidos produtos, o detergente Persil, que revolucionou a lavagem de roupa e permanece até hoje como uma das mais importantes marcas alemãs, foi lançado em 1907. Desde então, a publicidade do produto se caracteriza pela

imagem de uma mulher jovem e em dia com seu tempo, a “White Lady”. Comparada à sua ingênua ancestral, a lady pode ser classificada como uma verdadeira vamp.

Brasil acima de tudo Ao contrário do que informamos na edição passada, o vermute Amanti é produzido desde o início do século XX pela Fábrica de Bebidas Cyrilla (e não Amanti), de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. No rótulo da bebida, o nome da fábrica ganhou destaque duirante a Segunda Guerra Mundial, substituindo a expressão “Fabricado segundo o sistema de Torino” , uma referência à cidade italiana.

RESERVE SEU ALMANAQUE Leitura agradável! Fatos não muito conhecidos do mundo da embalagem! Atendendo a pedidos de muitos leitores que não têm a coleção completa da revista, estamos preparando uma EDIÇÃO ESPECIAL do ALMANAQUE EMBALAGEMMARCA, com a reprodução de várias páginas com esse título publicadas regularmente todos os meses, desde que foi lançada esta publicação, em junho de 1999.

Reserve já seu exemplar. R$ 10,00 [email protected]  (11) 5181-6533

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Uma suave salva de canhão Criado em 1953 para comemorar a coroação da rainha Elisabeth II da Inglaterra, o Royal Salute Whisky já nasceu como uma mistura dos melhores uísques produzidos na Escócia. Seu nome surgiu da celebração com salva de 21 tiros de canhão disparados em homenagem a reis e estadistas do Reino Unido. Sua embalagem de porcelana, verdadeira peça de coleção, e sua alta qualidade fazem dele um uísque de luxo, respeitado e apreciado por conhecedores no mundo inteiro. Esses sabem que apesar da inspiração para o nome, o Royal Salute não deixa ruído na cabeça, como ocorre com os legítimos scotches. Sabem, também, de uma coisa que a maioria dos mortais ignora: o Royal Salute é um Chivas Regall de alta estirpe, uma espécie de uísque com título de sir.

ABIVIDRO

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PORQUE É IMPORTANTE RECICLAR EMBALAGENS A industrialização trouxe enormes benefícios para a humanidade. Basta olhar ao nosso redor para ver a quantidade de máquinas e artigos colocados à disposição do nosso conforto e da nossa saúde. Uma das maiores conquistas foi a produção automática de embalagens, em grandes quantidades. Com elas, alimentos, bebidas e incontáveis outros produtos podem ser transportados com facilidade de um lugar para outro e armazenados por muito tempo sem estragar. No entanto, esse progresso todo trouxe um problema: o acúmulo do lixo e a poluição da Natureza. Uma das formas de combater isso é reciclar as embalagens usadas, isto é, transformá-las em novas embalagens. Mas nem todos os materiais são facilmente recicláveis. Nesse aspecto, a embalagem de vidro é privilegiada. De um frasco, um pote ou uma garrafa de vidro usada é possível produzir outra novinha, sem nenhum tipo de perda durante o processo. No Brasil, cerca de 40% das embalagens colocadas no mercado são recicladas. Esse índice precisa ser melhorado, e você pode ajudar – ajudando ao mesmo tempo a preservar a Natureza. Para estimular mais ainda a sua boa vontade, a Abividro publica nas páginas seguintes aquele que é considerado o primeiro manifesto ecológico de que se tem notícia. Trata-se da carta de um chefe indígena aos presidente dos Estados Unidos em 1855. Ela contém ensinamentos preciosos. Emoldure-a e pendure num local visível, para que outras pessoas possam ler. Vamos reciclar. A economia, a natureza e a população agradecem. Peça seu kit de reciclagem na Abividro.

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O PRIMEIRO MANIFESTO E Carta do chefe indígena Seattle ao ex-presidente dos Estados Unidos Franklin Pearce, em 1855, em resposta à intenção do governo de comprar as terras indígenas. O chefe Seattle liderou os índios Duwanish, que viveram onde fica hoje parte do Estado de Washington. No documento, o chefe indígena avalia a possibilidade de transferir suas tribos para uma reserva, cedendo suas terras ao homem branco. "Como podeis comprar ou vender o céu, a tepidez do chão? A idéia não tem sentido para nós. Se não possuímos o frescor do ar ou o brilho da água, como podeis querer comprálos? Qualquer parte desta terra é sagrada para o meu povo. Qualquer folha de pinheiro, qualquer praia, a neblina dos bosques sombrios, o brilhante e zumbidor inseto, tudo é sagrado na memória e na experiência de meu povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do homem vermelho. Os mortos do homem branco esquecem a terra de seu nascimento quando vão pervagar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta terra maravilhosa, pois ela é a mãe do homem vermelho. As flores perfumosas são nossas irmãs; os gamos, os cavalos, a majestosa águia, todos são nossos irmãos. Os picos rochosos, a fragrância dos bosques, a energia vital do pônei e o homem, tudo pertence a uma só família. Assim, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossas terras, ele está pedindo muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que nos reservará um sítio onde possamos viver confortavelmente por nós mesmos. Ele será pai e nós seremos seus filhos. Se é assim, vamos considerar sua proposta sobre a compra de nossa terra. Mas tal compra não será fácil, já que esta terra é sagrada para nós. A límpida água que percorre os regatos e rios

não é apenas água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de vos lembrar que ela é sagrada, e deveis lembrar a vossos filhos que ela é sagrada, e que qualquer reflexo espectral sobre a superfície dos lagos evoca eventos e fases da vida de meu povo. Levam as nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra a vós, deveis vos lembrar e ensinar a vossas crianças que os rios são nossos irmãos, vossos irmãos também, e deveis a partir de então dispensar aos rios a mesma espécie de afeição que dispensais a um irmão. Nós sabemos que o homem branco não entende nosso modo de ser. Para ele um pedaço de terra não se distingue de outro qualquer, pois é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo de que precisa. A terra não é irmã, mas sua inimiga; depois que a submete a si, que a conquista, ele vai embora, à procura de outro lugar. Deixa atrás de si a sepultura de seus pais e não se importa. Seqüestra os filhos da terra e não se importa. A cova de seus pais é a herança de seus filhos, ele os esquece. Trata a sua mãe, a terra, e a seu irmão, o céu, como coisas a serem compradas ou roubadas, como se fossem peles de carneiro ou brilhantes contas sem valor. Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos. Isso eu não compreendo. Nosso modo de ser é completamente diferente do vosso. A visão de vossas cidades faz doer os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e como tal nada possa compreender. Nas cidades do homem branco não há um só lugar onde haja silêncio, paz. Um só lugar onde ouvir o farfalhar das folhas na primavera, o zunir das asas de um inseto. Talvez seja porque sou um selvagem e não possa compreender. E que vida é essa onde o homem não pode ou-

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O ECOLÓGICO DA HISTÓRIA vir o pio solitário da coruja ou o coaxar das rãs à margem dos charcos à noite? O índio prefere o suave sussurrar do vento esfrolando a superfície das águas do lago, ou a fragrância da brisa purificada pela chuva do meiodia ou aromatizada pelo perfume das pinhas. O ar é precioso para o homem vermelho, pois dele todos se alimentam. Os animais, as árvores, o homem, todos respiram o mesmo ar. O homem branco parece não se importar com o ar que respira. Como um cadáver em decomposição, ele é insensível ao mau cheiro. Mas se vos vendermos nossa terra, deveis vos lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar insufla seu espírito em todas as coisas que dele vivem. O ar que nossos avós inspiraram ao primeiro vagido foi o mesmo que lhes recebeu o último suspiro. Se vendermos nossa terra a vós, deveis conservá-la à parte, como sagrada, como um lugar onde mesmo um homem branco possa ir sorver a brisa aromatizada pelas flores dos bosques. Assim consideraremos vossa proposta de comprar nossa terra. Se nos decidirmos aceitá-la, farei uma condição: o homem branco terá de tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo outro modo. Tenho visto milhares de búfalos apodrecerem nas pradarias, deixados pelo homem branco que neles atira de um trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante que o búfalo, que nós caçamos apenas para nos mantermos vivos. Que será do homem sem os animais? Se todos os animais desaparecessem, o homem morreria de solidão espiritual. Porque tudo que aconteça aos animais pode afetar os homens. Tudo está relacionado. Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles que ela é rica pela vida dos seres de todas as

espécies. Ensinai a eles o que ensinamos aos nossos: que a terra é a nossa mãe. Quando o homem cospe sobre a terra está cuspindo sobre si mesmo. De uma coisa temos certeza: a terra não pertence ao homem branco; o homem branco é que pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão relacionadas como o sangue que une uma família. Tudo está associado. O homem não tece a teia da vida; é antes um de seus fios. O que quer que faça a essa teia faz a si próprio. Mesmo o homem branco, a quem Deus acompanha, e com quem conversa como amigo, não pode fugir a esse destino comum. Talvez, apesar de tudo, sejamos todos irmãos. Nós o veremos. De uma coisa sabemos -- e que talvez o homem branco venha a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Podeis pensar hoje que somente vós o possuís, como desejais possuir a terra, mas não podeis. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual tanto para o homem branco, quanto para o homem vermelho. Esta terra é querida d’Ele, e ofender a terra é insultar o seu Criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminai a vossa cama, e vos sufocareis numa noite no meio de vossos próprios excrementos. Mas no vosso parecer, brilhareis alto, iluminados pela força do Deus que vos trouxe a esta terra e por algum favor especial vos outorgou domínio sobre ela e sobre o homem vermelho. Este destino é um mistério para nós, pois não compreendemos como será no dia em que o último búfalo for dizimado, os cavalos selvagens domesticados, os secretos recantos das florestas invadidos pelo odor do suor de muitos homens e a visão das brilhantes colinas bloqueada por fios falantes. Onde está o matagal? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. O fim do viver e o início do sobreviver.

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