RESPOSTA Mote: “o demónio cai, vestido por Jean Paul Gaultier, com os dedos fechados e virados para o ar; Abre a boca na esperança que o ar o encha, o transforme em pára-quedas, e que esse voo de asas desfraldadas seja o fim do seu pesadelo” Da tua carta, citação de St. Georges, Régine Chapinot
Imagina-os como lagos, turvos e límpidos, calmos sujos e povoados. Imagina-os como reflexo. Agora suspende a memória, arrelia o futuro. Olha-os de frente, escolhe um lago e procura nele o reflexo do mal no teu rosto. Atenção! Disse-te que havia memória por onde escapar, mas decidiste ficar. Repara bem nesses lagos, são ainda rostos, não têm eles o reflexo do teu mal? Vês como se perdoa de costas com o grito amordaçado e se dá mão ao crime? Creio não poderes esquecer essa imagem do espelho. Temo mesmo que vivas com as mãos unidas a chamar-lhes “miséria”. Que sabes do mal no teu corpo? Ouço em recônditos lugres, novas paredes de zinco que me devolvem a voz por demasiadas vezes misturada ao rumor, à dispersão e à dissolução. Vejo o teu e o meu corpo no mal e no bem. Protejo-os pelo mal negro e magico, movimento da falta de ar. Penso ter-te esquecido, encontrado finalmente o vazio, disse-me o vento em velocidade.