As Responsabilidades de um Facilitador Traduzido e adaptado por Fernando Loureiro e Carol Ribeiro*
O termo Facilitador significa, literalmente, “aquele que torna o processo fácil”, e este é um conceito que vem ganhando popularidade nos últimos anos. Enquanto os negócios buscam aumentar a participação dos funcionários nas tomadas de decisões e desenvolver locais democráticos de trabalho, o papel dos gestores passa por profundas transformações. Os gestores estão se tornando de fato Facilitadores. Mas o que é preciso para ser um Facilitador de sucesso? Quais princípios o Facilitador deve seguir? Primeiramente, o Facilitador é aquele que foi abertamente designado para ser o responsável pelo processo do grupo. O Facilitador pode ser um elemento externo, ou o “cabeça” do grupo por título ou propriedade, ou mesmo um membro comum que foi designado temporariamente para este propósito. Entretanto, o Facilitador em qualquer circunstância é a pessoa com poderes concedidos pelo grupo que tem como função primordial conduzir o processo. Facilitação, entretanto, não deve jamais ser confundida com Instrução, Aconselhamento, Consultoria, Coaching ou outra função de uma terceira parte. O Facilitador é neutro em relação a solução para o problema criada pelo grupo, objetivo em relação as alternativas e possibilidades para esta solução, comprometido éticamente com a colaboração e a decisão democrática da solução do problema. O Facilitador é o negociador para o processo dentro deste contexto, preocupado em tornar os participantes conscientes de suas próprias opiniões através de reflexão, resumo e clareza. Em situações de conflito, o papel do Facilitador é mais como um mediador, uma terceira parte neutra, encarregado de ajudar uma negociação consensual acontecer. Especificamente em situações de conflito, o papel do Facilitador pode mudar bastante. O papel do Facilitador deve ser baseado no claro responsabilidades, que podem ser resumidas em seis:
entendimento
das
suas
1) Encorajar a participação integral Uma das maiores responsabilidades de um facilitador é assegurar que todos os participantes tenham oportunidades iguais para expressar-se. Segundo Gastil, 1993, este é um componente critico no processo democrático, sendo seu uso fundamental na facilitação de grupos. A participação integral deve ser percebida como aberta e acessível para todos os participantes é responsabilidade do facilitador proteger este privilégio. Isto vem através de revezamento, do tempo de discussão e debate, da simplificação de tarefas complexas em problemas gerenciáveis, utilizando pequenos grupos de trabalho, e outras estratégias. É importante encorajar a participação dos reticentes por intermédio da energia dos engajados. 2) Favorecer a Escuta Ativa É trabalho do facilitador encorajar os membros do grupo a se escutarem efetivamente uns aos outros. O facilitador promove uma ambiente seguro de escuta, onde as pessoas demonstram seu comprometimento em entender o outro, especialmente se há discordância. Isto pode ser conseguido através de regras básicas. Atenção especial deve ser dada quando há demonstração de desentendimento e posições conflitantes. Mais importante é o modelo de escuta ativa exercida pelo facilitador, estabelecendo o tom de liderança e respeito para o grupo.
3) Clarear Objetivos e Agendas Ajudar o grupo a ter claros seus objetivos e a agenda que deve ser seguida para que os objetivos sejam alcançados é outro desafio para o facilitador. Seja qual fora a configuração do grupo em que se encontra, é um grupo e com um trabalho em mãos. O facilitador ajuda os membros do grupo a clarear a natureza deste trabalho, ajuda-os a estabelecer objetivos realísticos e parâmetros para alcança-los e organiza o processo que aumente as chances de sucesso na tentativa. Se for um grupo para resoluções de problemas, o facilitador ajuda a tornar claro o problema, e a analisar os passos para a resolução deste, e mantém o grupo na tarefa. O facilitador ajuda a controlar o tempo, organizar recursos e outras preocupações da agenda enquanto da suporte integral e significativo para a participação dos membros do grupo. 4) Equilibrar necessidades individuais com as tarefas do grupo Todos os grupos encaram o desafio de equilibrar as necessidades pessoais e coletivas dos participantes. O papel do facilitador é ajudar as pessoas a permanecer sensíveis a este inevitável desafio conflitante. É preciso checar com os membros através de avaliação periódicas do processo tanto com o grupo quanto com comunicações em separado um-a-um. Com a evolução do grupo , o facilitador deve permanecer sensível às diferentes percepções de sucesso dos membros do grupo e estar vigilante com relação as estratégias disponíveis para resolução de conflito no grupo. Conforme a cultura do grupo evolui, o facilitador orienta os novos membros com relação as normas do mesmo. Conexões entre as agendas pessoais e de grupo são encorajados. Membros veteranos do grupo aprendem a enfrentar questões e preocupações trazidos pelo novos membros. 5) Encorajar a Liderança Compartilhada O processo de um grupo facilitado não pertence apenas a poucos; o encontro destas pessoas pertence a todos. Entretanto, o facilitador deve ajudar os membros do grupo a desenvolver um senso de orgulho e propósito, a construir relações interdependentes que emergem das forças e habilidades de todos os membros, e transcende um papel formal de relação que poderá existir alem deste encontro. O facilitador realiza isto através do encorajamento um ambiente aberto e positivo, encorajando as pessoas a compartilhar habilidades e tarefas, delegando responsabilidades para sub-grupos, e outras estratégias desenhadas para promover a participação efetiva de todos. O facilitador encoraja os membros a assumir riscos (ao invés de se manter dentro dos próprios limites), a exercer novos papéis, e aprender como aceitar feedbacks construtivos uns dos outros. 6) Compartilhar o papel de facilitador Por fim, e talvez a mais importante, o facilitador esta comprometido a compartilhar seu papel com os membros do grupo. Mesmo se alguém foi designado formalmente, a real filosofia da facilitação encoraja todos a assumir a responsabilidade da sua perpetuação. Nós frequentemente ouvimos a pergunta: “O que vamos fazer quando você não estiver aqui?” A resposta é simples: “Vocês farão o que temos feito e vão aprender como fazer isto juntos.” O maior elogio a alguém que atuou como Facilitador é não ser mais necessário, porque o grupo agora já possui a competência necessária para facilitar seu próprio processo. Concluindo, o facilitador é o guardião do processo, o membro do grupo com papel específico de ajudar todo os demais membros a cumprir as tarefas em mãos. Isto é possível através da prática e experiência e principalmente do compromisso com os valores da Facilitação. Além disso, o contínuo desejo de auto-conhecimento (tendências, pontos fortes e fracos) por si só faz do Facilitador alguém mais apto para dar suporte aos outros.
* Livre tradução e adaptação do Capítulo 1 do livro. The Practice of Facilitation : managing group process and solving problems. Webne-Behrman, Harry. Quorum Books – Westport, Connecticut. 1998