UFSJ, Universidade Federal de São João del Rei Curso de Letras Módulo: PC: Cinema em Sala de Aula Professor: Guilherme Aluna: Francine N. A. de Oliveira - Filme: “Poucas e Boas” (Sweet and Lowdown, 1999) O
filme
“Poucas
e
Boas”,
dirigido
por
Woody Allen,
mostra,
não
necessariamente de forma verídica, como foi a carreira de um excelente guitarrista de jazz chamado Emmet Ray. Egocêntrico, Emmet se considerava o segundo melhor violonista do mundo, sendo superado apenas por seu ídolo, “um cigano francês” chamado Django Reinhardt (segundo contam os amigos – na vida real – de Emmet, ele não só chorava sempre que ouvia as músicas de Django como, nas duas vezes que o viu pessoalmente, desmaiou). Antes de ganhar fama como instrumentista, Ray ganhava dinheiro como cafetão e tocava em bares menores, mas já era conhecido como beberrão e cleptomaníaco, além de ter passatempos estranhos: ver os trens passarem e ir ao lixão para atirar em ratos. Mulherengo, dispensou sua namorada quando começou a viajar com sua banda para se apresentar, dizendo que não podia se prender a ninguém e que, na verdade, não precisava de ninguém, pois era um artista e a prisão do amor só poderia destruir a arte. Em uma dessas viagens, conheceu a lavadeira muda Hattie, que mesmo sendo subestimada por ele adorava sua música e, por isso, acabou o acompanhando a Hollywood e viveram juntos por muito tempo até que Emmet “fugiu” de casa para não ter que dar explicações. Pouco depois, Ray conhece uma refinada – e tão arrogante quanto ele – escritora chamada Blanche Williams, com quem se casa repentinamente. Como ele próprio, Blanche também é infiel e acabam se separando. Ao voltar para a cidade onde conheceu Hattie, Ray a procura e descobre que ela já está casada e teve um filho. Durante toda sua carreira, Ray escuta de seus amigos e amantes que não consegue ser tão bom quanto Django por se manter fechado e não expressar
seus sentimentos. Provavelmente este é o motivo para sua atitude, no final do filme, quando leva uma mulher – parecida com Hattie, mas vestida como Blanche – para ver o trem e, depois de tocar, pede a ela que o deixe sozinho e, finalmente, quebra seu violão num poste e parece sucumbir ao sentimento para o qual se fechou durante toda a vida.