Resenha Crita Gusso Luis Bekofher.docx

  • Uploaded by: PAULO FERREIRA LALES
  • 0
  • 0
  • May 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Resenha Crita Gusso Luis Bekofher.docx as PDF for free.

More details

  • Words: 2,246
  • Pages: 7
RESENHA CRÍTICA NOS CAMINHOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA BERKHOF, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica [tradução Denise Meister]- 2. ed. Revisada - São Paulo: Cultura Cristã, 2004. I APRESENTAÇÃO DO AUTOR Louis Berkhof; por formação é um teólogo de cunho sistemático e reformado

muito influente por suas contribuições, na teologia. Sua Teologia

Sistemática tem sido por décadas, o livro-texto utilizado em muitas escolas protestantes de teologia inclusive em solos brasileiros; tendo pastoreado 2 igrejas locais, exerceu a docência por 38 anos chegando a escrever 22 livros. II APRESENTAÇÃO DA OBRA Trata se de uma obra traduzida e autorizada para o português pelo Conselho Editorial da EDITORA CULTURA CRISTÃ, tendo como editor chefe: Cláudio Antônio Batista Marra; Quanto à estrutura, a mesma está assim distribuída: Introdução. História dos Princípios Hermenêuticos Entre os Judeus. História dos Princípios Hermenêuticos na Igreja Cristã. A Concepção Correta da Bíblia, o Objeto da Hermenêutica

Sagrada.

Interpretação

Gramatical.

Interpretação

Histórica

Interpretação Teológica. III BREVE SÍNTESE DA OBRA A obra que passa a ser resenhada é uma produção literária de uma das mentes docentes da teologia, acresce se ainda que o público desta obra, não é apenas o acadêmico, pois seu autor, tem veia pastoral e isto é perceptível em boa parte de seus argumentos, e isto deve ser levado em consideração na leitura e compreensão desta obra. Na sua gênesis, a obra é introduzida com uma definição de hermenêutica nos seguintes termos: Ciência que ensina os princípios, as leis e os métodos de interpretação; o autor destaca que, no estudo da Bíblia, não é suficiente o significado dos autores secundários (Moisés, Isaías, Paulo, etc.); é preciso conhecer a mente do autor primário (Deus). Defende ainda a importância de uma hermenêutica

inteligente aliado a uma segura exegese para uma fundamentada interpretação, tornando o trabalho do obreiro eficaz na defesa da verdade. A obra está divida em introdução e tópicos, trazendo uma ligeira deficiência, na sua parte final, pois não apresenta uma conclusão ou um espaço para considerações finais, no entanto em contrapartida traz um metodologia elogiável ao introduzir questões praticas e questionários. O primeiro tópico trata da História dos Princípios Hermenêuticos entre os Judeus. Há um destaque para a hermenêutica como uma ciência desde 1567; sendo que os estudos dos princípios hermenêuticos tiveram seu início no começo da era cristã. Entre os judeus havia um alto conceito dado à palavra de Deus em especifico para a parte legal. O autor deixa entendido que distinta e cuidadosa entre eles (judeus) era a diferença do mero sentido literal da Bíblia (peshat) e sua exposição exegética (midrash) este ultimo buscava os sentidos escondidos enquanto o primeiro buscava o revelado ou sentido literal. Por sua vez os escribas exaltavam em extremo a Lei Oral, talvez esteja aqui uma fraqueza por parte deles na interpretação, pois neste fazer, se assemelham aos rabinos, com seus acréscimos como um suporte necessário da Lei escrita, tendo como finalidade pôr a mesma em detrimento, originando assim interpretação arbitrária, por isto Cristo os confortou. Há uma ligeira descrição dos judeus alexandrinos, os quais eram altamente alegóricos, tendo em Filo um dos seus principais ícones; Cita ainda os judeus caraítas eram tidos como Filhos da leitura, por considerar a Escritura como uma autoridade única em matéria de fé, tendo em Anan Ben David o seu principal representante. Eram contra o rabinismo devido a isso, os rabinos os combateram resultando desse conflito literário o texto Massorético. O autor disserta sobre os Cabalistas os quais creditavam a Massorah, isto é o conjunto de tradição, toda uma sagrasidade ou misticismo. Versa ainda sobre os judeus Espanhóis os quais foram responsáveis por reacender as luzes dos candelabros da exegese e da interpretação bíblica na Espanha. No segundo tópico o assunto é: História dos Princípios Hermenêuticos na Igreja Cristã, iniciando pelo período patristico, vinculada a três escolas: escola de Alexandria a qual lançou mão do método natural para harmonizar religião e filosofia através da interpretação alegórica,

Por ultimo as escolas de Antiorquia mais literal e a escola ocidental, esta introduziu um novo elemento, a saber, a autoridade da tradição e da Igreja na interpretação bíblica; em suma a obra até ao segundo tópico faz um ligeiro resumo da evolução no campo interpretativo incluindo os períodos da idade média, reforma, confessionalismo e o período criticam histórico. Quanto ao período critico histórico o mesmo veio quebrando os paradigmas estabelecidos, pois exigia do exegeta um esvaziamento de pressupostos e dogmatismo e padrões confessionais da Igreja. Ficando estabelecido o princípio que a Bíblia deveria ser interpretada como qualquer outro livro. O elemento especial divino da Bíblia foi desacreditado de forma geral e o interprete, usualmente, se limitava a discussão das questões históricas e criticas. Ao chegar ao terceiro tópico: A Concepção Correta da Bíblia, o Objeto da Hermenêutica Sagrada, o autor busca por caminhos conservadores demonstrar a confiabilidade dos textos sagrados em seus autógrafos, partindo da idéia de que a inspiração da bíblia não é uma teoria filosófica, e que ignorar a doutrina da inspiração é ato punível. A meu ver aqui está o ponto alto desta obra. É destacado também que na composição da bíblia, houve ação humana, no entanto isto não a torna eivada de erros. Salienta o autor os autores humanos da Bíblia não foram meros maquinas, e que O Espirito Santo não os privou de sua liberdade, individualidade. Em seguida é pontuado com firmeza a

questão da unidade orgânica da

bíblia, pois a mesma é, em última análise, o fruto da mente do Espirito Santo, tendo a corporificação de um único princípio frutífero que se ramificou em várias direções.E que as suas diferentes partes são mutuamente dependentes, e todas, juntas, são subservientes ao organismo como um todo tendo, tendo em cristo o centro em. Ainda em defesa da concepção correta da bíblia o autor destaca que a mesma tem um sentido único independente de quantos significados separado as palavras possam ter; enfatiza também que embora seja verdade que o interprete é livre em seu trabalho, não deve confundir liberdade com licenciosidade. sendo livre de toda a autoridade e restrições externas, mas não é livre das leis inerentes ao objeto da sua interpretação. Em todas as suas exposições, deve se prender ao que está escrito, e não tem o direito de atribuir seus pensamentos aos autores. Em seguida no quarto tópico é trabalhada a questão da interpretação gramatical. Entre outras advertências uma nos chama a atenção é a de que as

palavras embora tenham significados etimológicos, e sinônimos, devam sempre ser interpretadas dentro do contexto.Outra,deve ser combatido o entendimento de Coccejus, de que todos os significados possíveis de uma palavra nas Escrituras devem ser unidos. Ainda neste tópico é ensinado como chegar a um significado de uma palavra com auxílios internos, atentando para o uso figurado das palavras; é destacado que o meio para se determinar o sentido literal ou figurado num certo contexto é através do auxílio interno, o intérprete deve ainda atentar no contexto imediato, os adjuntos de uma palavra, o caráter do sujeito e dos predicados atribuídos a ele, o paralelismo se presente, e as passagens paralelas. A obra orienta que nunca se deve descuidar dos paralelismos, pois podem dar uma percepção geral do significado de uma sentença e laçar luz ao entendimento. Em seguida e rapidamente a obra ressalta os auxílios externos entre eles os bons comentários a logica, concordância e outros, màs destaca que uma leitura original preliminar é mais conveniente, e só depois deva se lançar mãos a outras fontes. No tópico cinco a obra trata dos aspectos da Interpretação Histórica, entendida como o estudo da Escritura à luz das circunstâncias históricas que deixaram sua marca nos diferentes livros da Bíblia como fundamentais, pois é através desta análise histórica que se obtém dados sobre o autor e seus ouvintes ou destinatários, detalhes geográficos culturais, religiosos, todos importantes para o entendimento do proposito da mensagem do autor. Alguns detalhes históricos internos, isto é, do próprio texto devam ser entendidos a fundo exaustivamente e quanto aos externos nunca devem ser desprezados, tendo sempre o cuidado de priorizar como verdade o que está escrito na bíblia e nunca o inverso. No tópico seis entra em cena a Interpretação Teológica, de início encontra se um termo chave para esta interpretação o qual é: Auctor primarius. É de se afirmar que neste tópico há uma exaltação ao estudo teológico deixando-o acima das demais, pois trata do estudo de como Deus falou e de como ele se manifestou, há um fator místico que dar sentido a palavra escrita. em fim independente das formas literárias, de fatores históricos, culturais e outros, Deus se revela por meio da bíblia isto tem que ser aceito e crido

IV PRINCIPAIS TESES DESENVOLVIDAS DA OBRA

Para atender o quesito das principais teses desenvolvidas pelo autor, destaca- se algumas: É um grande erro considerar a aceitação da inspiração dos escritos bíblicos como uma teoria filosófica imposta sobre a Bíblia. O autor se pronuncia dizendo: fato marcante é que ela é uma doutrina escriturística, da mesma maneira que as doutrinas de Deus e da Providência, de Cristo e da Expiação e outras. Concordo plenamente que em sua fase original toda a Escritura é divinamente inspirada, isto não é filosofia imposta. Quanto à participação humana, o autor afirma categoricamente que é perfeitamente evidente, que o Espírito Santo usou os escritores da Bíblia assim como eram e como ele mesmo os havia preparado para essa tarefa, com suas peculiaridades pessoais, caráter e temperamento, talentos e educação, preferências e aversões, sem suprimir suas personalidades. Ha, no entanto, uma limitação importante. O Espirito Santo não podia permitir que a natureza pecaminosa deles se expressasse. Outra tese trabalhada pelo autor é a de que os autógrafos originais foram escritos sob orientação divina e que essa verdade não é evocada sobre as copias, no entanto diz: Lembremo-nos que a única conclusão que se segue desses fatos mencionados é que, onde há erros de transcrição na Bíblia atual, ali não está a Palavra de Deus. Nesta ultima que tem mais aspecto de orientação do que de tese adverte que o interprete bíblico deve ter conhecimento dos significados que as palavras adquiriram no curso do tempo e do sentido em que os autores bíblicos as usaram. Esse é um ponto importante a ser estabelecido.

V CRÍTICA DO RESENHISTA Em linhas gerais trata se uma obra simples frente outras obras do autor, por exemplo, a Teologia sistemática que em sua 4ª edição foram 3.000 exemplares com uma gama de conteúdo vasta iniciada com a doutrina de Deus e fechada com a escatologia geral. Obra esta que trata de varias doutrinas bíblicas, demonstrando

que o autor tem capacidade teológica de versar com muita segurança nos labirintos da teologia. É uma bibliografia indicada a estudantes sistemáticos e assistemáticos, devido sua linguagem técnica, porem compreensível. O autor não tenta ser exaustivo e sim instrutivo, traz uma reflexão segura de como se dever interpretar a bíblia sagrada, seguramente pode ser dito que os princípios destacado, são pontos de consenso na teologia, pois outros autores andam pelo mesmo caminho teológico que foi seguido por Louis Berkhof. Quando depara-se com esta bibliografia está-se diante da mesma simplicidade do mui digno professo Renato Gusso em seus escritos principalmente quando leciona sobre interpretação bíblica. A obra lembra também uma bibliografia de reponsabilidade da Escola de Educação Teológica das Assembleias de DeusETAD, cujo tema é: Princípios de Hermenêutica de autoria do professor Raimundo F. de Oliveira. Um esqueleto vai dizer que neste estudo sobre Hermenêutica, o pensamento que orienta o autor, passa por esta ordem: Um breve sumário da história dos princípios hermenêuticos lembrando que o passado pode nos ensinar muitas

coisas,

tanto

negativa

como

positivamente.

Uma

descrição

das

características da Bíblia que determinam, em parte, os princípios que serão aplicados na sua interpretação.

VI INDICAÇÕES DO RESENHISTA

A indicação desta obra é mais acentuada para quem pleiteia formação sistemática no campo teológico e ministerial, no entanto, como leitura básica é imprescindível para, pastores, docentes da teologia, cristãos, missionários e pesquisadores na área apologética, em fim a todos os que querem saber mais sobra a temática.

VII CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Ao conhecer esta bibliografia, de Louis Berkhof, cujo tema é: Princípios de interpretação bíblica, depois de lido percebe que se trata de um conteúdo de

grande valia instrutiva, e diante de uma responsabilidade de resenhar criticamente a mesma, a humildade força dizer que a compreensão desta obra faz iluminado o caminho do interprete. Esta resenha fruto da leitura, por seu caráter parcial, traz em seu bojo, uma visão panorâmica da linha de raciocínio seguida por Louis Berkhof. Os argumentos iniciam pelos os princípios hermenêuticos entres os judeus passando pelos os princípios hermenêuticos da igreja cristã desde o período patristico até ao período critico histórico. Vencido esta parte o autor adentrou na defesa propriamente dita de uma correta concepção da bíblia objeto da hermenêutica sagrada tratando a inspiração, unidade, diversidade, sentido, estilo. Tratou ainda da questão gramatical quanto à questão dos significados das palavras isoladas e no seu contexto, bem como a questão dos auxílios internos e o uso figurada das palavras entre outros. A obra é finalizada com as temáticas interpretações histórica e teológica; Na primeira a ênfase recaiu nas características pessoais do autor, circunstância, sociais e peculiares, por ele vivida a última concentra na unidade bíblica, no sentido místico da bíblia, interpretação tipológica e simbólica, interpretação de profecias e salmos e seu sentido implícito bem como seus elementos pra intepretação. Portanto é disto que se prevalece esta obra, podendo ser lida por mentes aguçadas.

RESENHISTA.

Paulo Ferreira Lales.

Related Documents

Resenha
May 2020 22
Resenha
April 2020 23
Crita Lawak
November 2019 33
Luis
November 2019 43

More Documents from ""