Referência: NUNES, Manuela Barreto (2003). Bibliotecas escolares e Internet: I. Boletim do CRILIJ – Centro de Recursos e Investigação Sobre Literatura Para a Infância e Juventude. Nº 3, 37-38.
Recursos de Internet: um novo tipo de colecções nas Bibliotecas Escolares (I) Manuela Barreto Nunes
Considerando as características forçosamente híbridas das bibliotecas actuais e a crescente utilização da Internet como fonte de informação, as bibliotecas escolares não podem já escusar-se a fornecer à comunidade educativa, e muito concretamente aos alunos dos diferentes níveis de ensino, serviços bibliotecários em linha, através do acesso a documentos electrónicos e recursos de Internet de qualidade. Todos sabemos que, hoje em dia, grande parte das pesquisas realizadas pelos alunos no âmbito dos trabalhos escolares são feitas directamente na Internet, e sabemos também que, apesar da rapidez e da facilidade com que se recupera informação através de motores de pesquisa como o Google ou o Lycos, a maioria da informação assim recuperada não passa de lixo e, frequentemente, com a aparência de seriedade são passados dados falsos e pouco rigorosos. O papel das bibliotecas enquanto mediadoras do acesso à informação electrónica em linha torna-se assim fulcral e exige que os profissionais da documentação abdiquem de uma vez por todas das resistências a um tipo de informação que é tido, com razão, por caótico, fluído, descontextualizado, frequentemente inexacto e tão inconsistente como as folhas volantes que são distribuídas e logo deitadas fora. No entanto, nem todos os documentos electrónicos sofrem desta falta de rigor e a verdade é que muitos sítios Web albergam recursos de informação verdadeiramente didácticos e úteis para a aquisição de conhecimentos variados.
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Infelizmente, quando se trata de pesquisa, grande parte das bibliotecas escolares e públicas continua a deixar os utilizadores entregues à sua sorte ou, quando têm elas próprias uma página Web, limitam-se a elencar endereços electrónicos, sem qualquer tipo de tratamento técnico ou descrição que permitam ao utilizador identificar o documento e seleccioná-lo, da mesma forma que se escolhe um livro na estante ou de entre as fichas de um catálogo. A ideia é que passemos a tratar os registos electrónicos com critérios equivalentes àqueles com que tratamos as colecções de recursos impressos e audiovisuais, identificando e seleccionando documentos, organizando-os intelectual e fisicamente e avaliando periodicamente o seu interesse, factor que se torna de particular importância neste caso específico, já que a volatilidade é uma das principais características dos recursos de Internet. A avaliação e selecção deste tipo de documentos, nomeadamente quando temos propósitos pedagógicos e pretendemos construir colecções que apoiem a aprendizagem baseada na pesquisa e o desenvolvimento de capacidades de reflexão crítica e produção autónoma de nova informação reveste-se de particular sensibilidade, pois há que atender às características específicas do meio de comunicação. Alguns dos aspectos a ter em conta na selecção de recursos de Internet são os seguintes: 1) Quanto ao tema: a) Amplitude b) Profundidade c) Tempo (balizas cronológicas) 2) Quanto ao conteúdo: a) Autoridade b) Precisão versus tendências (ideológicas, religiosas, etc.) c) Actualidade d) Originalidade e) Qualidade da escrita 3) Quanto ao acesso: a) Pesquisa b) Organização c) Tempo de download
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d) Ambiente informático e) Ligações hipermédia f) Língua g) Ajuda (existência de menu de) 4) Quanto ao desenho gráfico e multimédia: a) Construção b) Instruções c) Gráficos Como se vê, parte destes critérios estão relacionados com as características específicas do suporte digital, hipermédia e acessível em linha. Voltarei a este tema, desenvolvendo as variáveis de avaliação e apresentando alguns exemplos concretos de bons documentos Web no próximo número do Crilij.
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