PROFILAXIA DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA Flavio Benigno Welson Ribas Preceptor: Dr. Geraldo Mota Internato em Cirurgia 10º Período – 1º Semestre 2009/Segunda Rodada Unimontes
Importância: A TVP é a causa mais comum morbimortalidade em pacientes cirúrgicos. Óbitos intra-hospitalares: TVP: 20 a 35 % EP: 10 a 20%
de
Definição: Trombose Venosa Profunda: é a formação de um trombo nas grandes veias da perna no nível ou acima do joelho (ex. veias poplítea, femoral e ilíaca)*
* Patologia - Robbins e Cotran –
Incidência *A TVP é a 3a doença cardiovascular mais freqüente nos EUA. *A TVP tem incidência maior que 600 mil casos por ano nos EUA, levando a óbito 50 mil a 200 mil pessoas por ano.
0,8 casos/1000 hab/ano nos EUA (1987)
0,9 casos/1000 hab/ano na Suécia (1991) 0,6 casos/1000 hab/ano em Botucatu (2002)Maffei, FHA. In: Doenças Vasculares Periféricas. 2002.
Fatores de Risco: -
Fatores clínicos(80%): Estase venosa Sepse Pós-operatório Neoplasias Traumatismos Insuficiência Cardíaca Congestiva Síndrome Nefrótica
Fatores de Risco -
Insuficiência venosa Obesidade Queimaduras Tabagismo Idade avançada Uso de estrógenos Problemas anatômicos vasculares
Fatores de Risco:
-
Defeitos plasmáticos hereditários ou adquiridos ( 20%): Deficiência Antitrombina III Proteína III Proteína C Proteína S Plasminogênio Cofator II da heparina Ativador do plasminogênio tecidual
Fatores de Risco Defeitos plasmáticos hereditários ou adquiridos (20%): - Fator V( resistente a PTN C ativada) - Lipoproteína A - Presença de anticoagulante lúpico - Anticorpo antifosfolipídeos - Trombocitoses benignas ou malignas - Elevação do fator VII
- 40% das tromboses juvenis ou recorrentes associam-se a resistência à PTN C
Fisiopatologia: Tríade de Virchow: - Estase Venosa - Lesão Endotelial - Hipercoagulabilidade
LOCALIZAÇÃ O *TVP proximal – atinge as veias poplíteas e/ou femoral e/ou ilíaca, com ou sem trombose nas veias da perna
* TVP distal – atinge apenas as veias da perna (10-23% de progressão proximal)
Evolução: -
Nas TVP proximais fêmoropoplítea ou íleo femoral o risco de EP é de 46% dos quais 4% fatais, se não tratados.
- Nas tromboses distais menor risco de EP ou síndrome póstrombótica. O risco se não tratados é de evoluir para TVP proximal em torno de 5 a 30% dos casos.
Dor DOR
Tromb o
- Distensão da veia -Processo inflamatório - Edema muscular
Veia femoral
Artéri a femor al
No paciente cirúrgico...
Estase A estase venosa decorre de imobilização na posição supina ao peroperatório e vasodilatação secundária aos anestésicos e com consequente redução do retorno venoso.
Lesão Endotelial Pode ocorrer tanto por trauma venoso direto (operações pélvicas, ortopédicas etc.), quanto por vasodilatação excessiva.
Hipercogulabilidade Está relacionada à diminuição do clearance de fatores de coagulação ativados e à redução do efeito protetor do endotélio.
TVP no Peroperatório
-
As grandes operações e os traumas estão associados a risco variável. Fatores: Duração do ato operatório Imobilização peroperatória Possível lesão endotelial Tipo do procedimento cirúrgico e anestesia
PROFILAXIA IDADE > 40 ANOS IDADE > 60 ANOS OBESIDADE USO DE ESTRÓGENOS NEOPLASIA GRAVIDEZ IMOBILIZAÇÃO DEFICIÊNCIA DE PTN C, S TABAGISMO SD NEFÓTICA POLICITEMIA DÇ AUTO-IMUNE LEUCEMIAS CIRURGIAS ORTOPÉDICAS
1 2 1 1 2 1 2 1 1 1 2 1 2 4
PROFILAXIA IAM NÃO COMPLICADO IAM COMPLICADO AVC ANTECEDENTES DE TVP EDEMA, VARIZES DM ICC H. FAM CIR. DE GRADE PORTE NOS ÚLTIMOS 6 MESES QUEIMADURAS EXTENSAS SAF INFECÇÕES TEMPO CIRURGICO < 60 MIN TEMPO CIRURGICO > 60 MIN
1 2 2 2 2 1 2 2 1 2 2 1 1 2
PROFILAXIA
PROFILAXIA Durante a internação a profilaxia farmacológica deverá ser mantida enquanto persistirem os fatores de risco Após Alta: Alto risco, farmacológico 3/4 semanas, baixo risco não farmacológico.
Profilaxia Profilaxia Não-Farmacológica: - Encorajamento à deambulação precoce e a movimentação ativa e passiva dos mmii. - Meias elásticas produzem compressão ascendente, facilitando o retorno venoso. - Compressão pneumática intermitente. ( estimula fibrinólise - auxiliar com contraindicação a anticoagulantes – não devem ser usados na insuficiência arterial periférica)
PROFILAXIA Pré Operatório Pacientes de risco moderado: Heparina de baixo peso molecular sc 20mg 2 horas antes da cirurgia e após durante 7/10 dias
Pacientes de alto risco: Heparina de baixo peso molecular sc 40mg 12 horas antes da cirurgia e após durante 7/10 dias
Contra indicações absolutas: Presença de sangramento ativo e distúrbios hemorrágicos graves
Abordagem -
Pensar em TVP nos pacientes com queixas de membros inferiores
-
Principalmente se em situações de risco
-
Evitar no atendimento do paciente com queixas
nos
membros
inferiores,
simplificar o diagnóstico e medicá-lo com anti-inflamatórios.
Quadro Clínico - Edema - Dor - Eritema - Dilatação do sistema venoso superficial Temperatura - Empastamento muscular com dor à palpação - Dor no trajeto venoso profundo - Cianose
Exame Físico: - Inspeção:alterações de
coloração circulação colateral edema
- Palpação: consistência
muscular dor à palpação muscular dor à palpação de trajetos venosos
-
Sinal
de
Diagnóstico Suspeita clinica de TVP Eco-Doppler positivo duvidoso negativo Tratamento
Flebografia
positiva
Investigar outras causas
negativa
Fonte: Hospital São João
Diagnóstico: FLEGMASIA CERULEA DOLENS
Cianose Tensão muscular Esfriamento Dor muito importante EDEMA GRANGRENA (PV > PA)
FLEGMASIA ALBA DOLENS
Espasmo arterial secundário Palidez cutânea Edema Diminuição ou ausência dos pulsos Sinais de isquemia do membro 29
Exames complementares Us com doppler venoso (duplex scan) 95% sensibilidade / 97% especificidade especialmente para tromboses proximais Necessidade de profissional bem qualificado Custo: R$391,56 (sirio libanes/fev 2003)
Flebografia Padrão-ouro Cada vez menos usado
Exame invasivo Reação alérgica ao contraste iodado irritAÇÃO ENDOTELIAL AGRAVAMENTO DO TROMBO
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA BOM PARA VIAS ABDOMINAIS E PÉLVICAS, E PARA TEP NECESSITA DE CONTRASTE IODADO CUSTO ELEVADO: r$ 768,00 (SIRIO LIBANES/FEV 2003) 30
Exames complementares D-dímero Produto de degradação da fibrina Alta sensibilidade (elisa – 99% / látes – 90%) Baixa especificidade (40% e 60%) Valores > 500µg/l sugerem fenômeno trombótico Valores inferiores excluem possibilidade de trombose
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Tratamento Heparina por 5 a 7 dias Via endovenosa ou subcutânea Heparina ev Dose de ataque (50 a 100 u/kg) Manutenção por infusão contínua 10 a 20 u/kg/hora)
Monitoramento pelo ttpa Relação com o normal entre 1,5 e 2.5 o valor normal
Heparina subcutânea
Critérios semelhantes quanto aos controles clínicos 2 a 3 vezes/dia Tratamento domiciliar Menor possibilidade de sangramento
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Tratamento Repouso em posição de Trendelenburg (fPosição com o indivíduo deitado de costas (decúbito dorsal), com a bacia elevada em relação aos ombros e à cabeça ( Trendelenburg, Friedrich, cirurgião alemão, 18441924.) Deambulação a partir do 2º dia uso de meia elástica de média compressão Anticoagulação oral Uso de dicumarínicos (antivitamina k) Primeiras 48h do início do tratamento Após 72h de uso, iniciar retirada da heparina Mantidos enquanto causas de tvp persistirem Ou por pelo menos 3-6 meses Quando trombofilia, usados permanentemente
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Obrigado!!!