UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO – UEMANET SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO E DIVERSIDADE DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – SECAD/MEC CURSISTA: MARIA APARECIDA MARCONCINE
CURSO FORMAÇÃO DE TUTORES
Desenvolvimento histórico da Educação a Distância no Brasil e no Mundo A história da EAD é longa e antiga, cheia de experimentações, sucessos e fracassos. As cartas de Platão e as epístolas de São Paulo são o marco inicial. Depois, novas iniciativas se deram como as correspondências usadas no final do século XVIII até meados do século XIX. No século XX, com o aperfeiçoamento das metodologias utilizadas e o surgimento de meios de comunicação de massa, várias iniciativas em todo o mundo mudaram o cenário da educação a distância que passou a utilizar outras mídias como o rádio e a televisão (ROMANI, 2000 apud ROCHA, 2002). A primeira tecnologia que permitiu a EAD foi a escrita. A tecnologia tipográfica ampliou o seu alcance (CHAVES, 1999). A invenção da escrita possibilitou que as pessoas escrevessem o que antes só podiam dizer, permitindo assim, o surgimento da primeira forma de EAD: o ensino por correspondência. As epístolas do Novo Testamento são claros exemplos de EAD, cujo alcance foi limitado, até que foram transformadas em livros (DORNELLES, 2001) A EAD, que é uma inovação educativa, tem por objetivo gerar condições de acesso à educação para todos aqueles que, por qualquer motivo, não estejam sendo atendidos pelos meios tradicionais de educação. O avanço tecnológico e a Internet são suportes eficientes e ímpares para inovações na educação. Hoje há a possibilidade das pessoas acessarem salas de aula virtuais, grupos de trabalho em rede, campus eletrônicos e bibliotecas online. Atualmente, inúmeras ferramentas para EAD são propostas e desenvolvidas em todo o mundo. Os ambientes virtuais de aprendizagem possibilitam a autoria e gerenciamento de cursos a distância na Internet, facilitando o processo de cursos pela rede. São compostos pela junção de várias tecnologias de comunicação mediadas por computador (CMC) tais como o correio eletrônico, videoconferência, fóruns de discussão entre outros (ROCHA, 2002). O livro foi a tecnologia mais importante antes do aparecimento das modernas tecnologias eletrônicas, especialmente as digitais. Com o livro , o alcance da EAD aumentou significativamente em relação à carta. Depois, com o aparecimento da tipografia, o livro impresso aumentou o alcance da EAD, pois tornou-se o foco do ensino por correspondência, que deixou de ser por cartas. O rádio, a televisão e o computador vieram dar nova dinâmica à EAD. A convergência de todas essas tecnologias em um só mega-meio de comunicação, centrado no computador, e, portanto, interativo, permitiu a
realização de teleconferências envolvendo componentes audiovisuais e textuais. Em 1993, por iniciativa do MEC, foi criado o Sistema Nacional de Educação à Distância, com objetivo de “catalisar, potencializar, ampliar e articular” (CHAVES, 1999) as iniciativas já existentes na área. Existe no MEC, a Seed (Secretaria de Educação à Distância), com o objetivo de administrar, regulamentar e impulsionar iniciativas na área. Antes, a EAD existiu pela tradição oral – caso se queira considerar as epístolas dos apóstolos como cartas para ensinar os evangelhos às populações distantes e geograficamente dispersas. Depois, pelo correio – o chamado ensino por correspondência e, também pelo rádio, a partir das experiências pioneiras das escolas radiofônicas da Colômbia, do Brasil (em Natal), e de outros países da América do Sul, surgidas nos anos de 1920 e 1930. Hoje, por meio do uso combinado de recursos múltiplos que as tecnologias da informação e da comunicação (TICs) nos trazem, e pelas suas constantes inovações. [...] Se comparada ao ensino por correspondência, a EAD evoluiu muito nas últimas décadas. Hoje é possível se ter mediações mais diretas e imediatas por meio das modernas tecnologias da informação e da comunicação (TICs) com destaque para a rede mundial de computadores, a Internet, os vídeos e as teleconferências. Note que o avanço das tecnologias, em geral, aponta para algo nem sempre perceptível: o fato de que elas são, a um só tempo, objetos culturais e objetos de conhecimento. As tecnologias e os seus meios influenciam tudo: o modo de se ser, pensar, sentir, planejar e organizar o nosso tempo, as ações e a vida no seu todo. Há que se refletir sobre isso e intervir criticamente, sempre que preciso. (SOUSA, 2007)
A partir de 2000, em resposta à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) o MEC começou a adotar ações mais incisivas e sistematizadas de EAD, com início ao credenciamento de Universidades para oferecerem cursos à distância. Entre 2004 e 2005 vários programas para a formação inicial e continuada de professores da rede pública, por meio da EAD, foram implantados pelo MEC. Entre eles o PROLICENCIATURA, o PROLETRAMENTO e o MÍDIAS NA EDUCAÇÃO. Estas ações conflagraram na criação do Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB, através do Decreto nº 5.800, de 08 de junho de 2006. Em termos de ensino médio, a EAD já começa a ser autorizada e utilizada como modalidade de ensino oficial no Brasil. No ano de 2008, em São Paulo, uma Lei permite o ensino médio à distância, onde até 20% da carga horária poderá ser não-presencial, isso para a rede pública e privada. Para a privada, cabe ao colégio a decisão, na rede pública, depende de determinação da Secretaria da Educação. A legislação determina que sejam oferecidas ao menos 800 horas letivas ao ano. Com isso, até 160 horas poderão ser feitas a distância (TAKAHASHI, 2008). Com o passar do tempo, pode-se claramente observar que a oferta de educação de qualidade e permanente é a tendência mundial. A modalidade EAD contempla essa necessidade, uma vez que vai promover a autoria do aluno, vai motivar e vai conferir através do uso das TICs, o desenvolvimento social e cognitivo do aluno, garantindo interatividade, acompanhamento e publicação de atividades, além de uma gama de recursos e material de apoio.
REFERÊNCIAS CHAVES, E. Resumo de palestra de Alvin Tofler In: EDUTECNET (Grupo de Discussão em Tecnologia Educacional). [Citado em 8 Nov. 1998 21:19]. Disponível na Internet:
[email protected]. DORNELLES, Ramão Jorge. Educação à distância: o caso da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul: PPGA/EA/UFRGS, 2001, Dissertação (Mestre em Administração) - Programa de Pós Graduação em Administração da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. ROCHA, Helena. O ambiente TelEduc para Educação à Distância baseada na Web: Princípios,Funcionalidades e Perspectivas de desenvolvimento. In: Moraes, M.C. (Org). Educação à Distância: Fundamentos e Práticas. Campinas, SP:Unicamp/Nied, 2002. SOUSA, Maria de Fátima Guerra de. Fundamentos da Aprendizagem a Distância: Unidade I: Estratégias de Ensino e Aprendizagem a Distância. Pró-Licenciatura. Licenciatura em Artes Visuais. Módulo 2. Brasília, 2007. TAKAHASHI, Fábio. Lei autoriza ensino médio a distância em SP. Folha de S. Paulo, São Paulo, 20/10/2008.