David Hume
As fronteiras entre as diversas faculdades do conhecimento; o que realmente o conhecimento humano é capaz de conhecer; Postura filosófica que move o seu pensamento é critica e procura denunciar o que parece conhecimento, mas não é; Causas ultimas e conexão necessária; uma das tarefas da metasífica (filosofia especulativa) é explicar as causas de forma mais primitiva na ordem do ser das coisas; descobrindo-as as causas ultimas e mais fundamentais podemos descobrir como as coisas se dão e que tipo de necessidade impera no curso dos eventos; A ciência tenta elaborar uma explicação dos acontecimentos, fenômenos; a metafísica, pretende que podemos conhecer aquilo que torna necessário que esses fenômenos ocorram da maneira que ocorram -> conexão necessária; Não podemos pretender um discurso cientifico sobre o mundo que pretenda as causas ultimas e conexões necessárias das coisas; Metafísica: procura as causas primeiras ou ultimas das coisas ou mais fundamentais, podemos descobrir como as coisas se dão; temos acesso as causas ultimas da natureza; A ciência tenta elaborar uma explicação dos eventos, fenômenos; não podemos pretender um discurso cientifico a respeito do mundo que nos de causas ultimas ou conexões necessárias. Estamos limitados ao que a experiência nos dá; aproximada uma espécie de ceticismo; Sua filosofia é cética; reproduz o ceticismo grego; Denuncia do infundado que se encontram no conceito de causas ultimas e necessárias; relação de causa e efeito; Caualidade -> relação de causa e efeito (leitura de fatos): exemplo do relógio na ilha deserta. Ao encontra-lo a pessoa deduz que ali passou um homem, porque a causa do relógio é o homem; não é possível nenhum conhecimento de causa e efeito que não tenha passado pela experiência; Tanto a causa e efeito se deram na experiência (foram acessíveis aos meus sentidos); todo e qualquer caso se eu não tivesse tido nenhuma experiência eu não poderia inferir um efeito de uma causa; “A experiência é necessária para inferir um efeito de uma causa e vice-versa”
Exemplo da pólvora, pois não é comum que o pó exploda e só com a experiência se pode comprovar que a pólvora explode. Se nunca tivéssemos tido experiência de que as bolas se mexem quando outra se toda se não tivéssemos antes a experiência. (porém isso parece tão óbvio). Também queda da caneta, precisa de uma experiência fundamentando a inferência. Raciocínio sem o auxílio da experiência (a priori - do raciocínio antes da experiência) > (se nunca tivéssemos tido a experiência); sem o seu auxilio podemos imaginar inúmeros efeitos possíveis sem que nenhuma será menos razoável do que os outros, como por exemplo, da caneta cair ao ser solta; não existe fatos contraditórios, sem a experiência eu posso pensar que a caneta irá subir, porque eu não experimentei que ela cairá quando solta; no domínio dos objetos não há contradição (pode ser absurdo), pois é razoável; exemplo do sol aparecer amanhã; Não posso tratar fatos com proposições matemáticas, seria uma contradição dizer que o circulo é quadrado. A experiência é condição necessária para fazer inferência a partir de um efeito a uma causa; Ao tomar água eu saberei que ela matará a minha sede porque me baseando em experiências passadas eu estarei projetando o futuro = inferência causal, relacionando efeitos a causas. Só posso fazê-lo porque a experiência serve de critério e me mostrou que as aguas que bebi no passado mataram a minha sede e, por isso, as águas que beberei no futuro mataram consequentemente a minha sede. “A causalidade é a conjunção constante da experiência de causa e efeito” Ele retoma uma tese do ceticismo pirrônico. Quando mais vezes fazemos a experiência de um fato, mais vezes o efeito a causa se darem ligados em minha experiência, mas certeza terei de tal relação. Se eu só posso fazer inferência de causa e efeito a respeito do que a experiência me dá, o que posso fazer com o que a metafísica fala das causas últimas? Hume diz que é impossível qualquer afirmação consistente de causas últimas, pois não estão no domínio da nossa experiência e aí entramos do domínio da razão a priori e posso com isso conceber uma série de fatos possíveis sem que nenhuma seja contraditória, com a caneta que sobe ao ser solta, ñ temos meio para saber qual discurso metafísico pode dizer a respeito das causas últimas das coisas. Estamos limitados ao que nos é dado na experiência, podemos alcançar as causas gerais, mas as causas das causas gerais estão no domínio da arbitrariedade, pois a razão pode conceber várias arbitrariedades, mas não pode escolher uma em detrimento da outra, pois não tem experiência.
Conexão necessária: Qual o pode secreto entre água e matar sede? Não sabemos dizer como que a água pode matar sede, mas como não conhecemos as causas últimas e poderes dos objetos, a noção de conexão necessário é apenas uma ideia que podemos conceber pq em nós cria-se uma impressão a partir das conjunções de causa e efeito dadas na experiência. O ceticismo de Hume consiste num primeiro momento neste alerta com relação ao pretenso conhecimento metafísico e nesse alerta de que a ciência humana não pode ir além do que se pode conhecer. A metafísica para Hume é infundada, pois está fadada a arbitrariedade. Isso não significa que não se pode fazer ciência. Mas não há uma critica empírica, que se produza no domínio da experiência (física newtoniana). Nós podemos conhecer causas gerais -> como a gravidade, que não é causa última, mas pode me explicar a queda das canetas. Mas saber a causa da gravidade é querer ir além da experiência. A matemática me permite formular as leis, mas não me dá os conteúdos da ciência (essas são dadas na experiência). Aqui Hume se contrapõe ao pensamento cartesiano. A matemática não tem poder de demonstrar causas que estão além da experiência. De causas que parecem semelhantes esperamos efeitos semelhantes -> A frequência, a repetição é o que me faz ter inferências causais. O que me faz prever o futuro a partir de experiência passada não é a razão (crítica ao racionalismo), mas o hábito. Nós somos naturalmente inclinados a repetir. Hume introduz um conceito que de certa maneira substitui o conceito de razão, que é o conceito de natureza. Nós somos naturalmente dotados, pelo instinto do hábito a captar uma repetição e projetar para o futuro. Isso faz com que temos crença que o não aconteceu vai acontecer, por isso sou levado projetar que o sol vai nascer amanhã. Esta filosofia que ele elabora, deve ser considerada uma filosofia cética. É uma filosofia positiva, que nos mostra os limites do conhecimento humano. É uam maneira de evitar que a superstição de instale em nossa ciência. A filosofia para Hume deve está ligada aos apelos da vida prática.