Do princípio do início ao propósito cristão: uma exposição sobre João Batista João Batista tinha que endireitar o caminho para Jesus. Com a expressão “endireitar” pressupõe-se que o caminho era irregular, ou seja, com relevos e irregularidades que consequentemente tornam-se buracos. A função de João em endireitar o caminho era aterrar esses buracos e fazer um caminho reto. João era homem, e homens são pó da terra (gênesis 3:19). Ou seja, o papel de João Batista era endireitar o caminho aterrando os buracos e regulando os relevos com sua própria vida. O próprio João (por ser pó) se encaixaria nos buracos do caminho para aterra-los e assim endireita-los. Segundo a filosofia grega naturalista (ou pré-socrática), todas as coisas têm um princípio de início, e por esse princípio as coisas se iniciam, existem, vivem, são mantidas e quando se findam voltam ao princípio do início. Um exemplo é o pensamento do filosofo naturalista Tales de Mileto, que cria que o princípio do início de todas as coisas era a agua. Ele acreditava fielmente que tudo vinha da agua, tudo era mantido pela agua, e quando tudo se findava voltava para a agua. Ou seja, segundo os filósofos naturalistas o princípio do início seria como o início se iniciou, ou, de onde veio o início das coisas. Levando em conta a ideia dos filósofos naturalistas, vemos que João Batista no ato de endireitar o caminho, por ser pó, colocou-se nos buracos do caminho e logo, voltou ao seu início (pó da terra). Consequentemente chegou ao princípio do início de sua existência (Deus). O princípio do homem é Deus, o inicio do homem é o pó da terra. Ao chegar no seu início João achou o princípio que originou o início, o próprio Deus. Isso nos ensina que nós não descobrimos nosso propósito quando chegamos no fim (como acontece nos filmes, em que só sabemos o proposito pelo qual as situações aconteceram no final do filme, e aí entendemos o propósito da ação de cada personagem da trama), mas, quando entendemos o fim como começo. O propósito cristão começa no fim, na morte. O propósito cristão começa se quebrando, assim como um vaso de barro (2 cor 4:7), até virar pó (inicio do homem) para que no formato de pó aterremos os buracos do caminho e assim o caminho esteja reto para que o rei da Glória (Jesus) caminhe. Este é o propósito cristão: servir de aterro com sua própria vida e assim aterrar e regular o caminho. Como o próprio João nos relata: “É necessário que ele cresça e que eu diminua”, ou seja, é necessário que Ele cresça e, que eu volte ao pó da terra para servir de aterro e assim os caminhos estejam retos para que Ele seja engrandecido, esse é o ato de diminuir-se. No reino de Deus ser o menor é humilharse ao pó da terra, do qual somos feitos, para que a glória do Filho brilhe. João Batista nos ensina algo preciosíssimo; despir-nos de nós mesmos. Para servir de aterro aos buracos do caminho, antes é necessário o reconhecimento de que somos pó. O fato principal é: para se reconhecer toda e qualquer coisa se faz necessária a razão (inteligência). Sem a razão não podemos reconhecer que somos míseros vasos de barro que necessitam ser quebrados e transformados em pó. O reconhecimento é o primeiro passo antes da transformação. Ou seja, precisamos reconhecer (processo racional) que somos miseráveis vasos de barro para que assim, possamos ser quebrados e nos transformemos em pó, e assim, aterremos o caminho para o rei da Gloria. O processo de reconhecer que somos pó é estritamente racional, e ele nos leva a verdade sobre o que somos: pó.
A verdade é contraria a opinião, pois a verdade é uma e as opiniões (como a própria palavra “opinião” no plural nos sugere) são mais de uma. Sendo assim não existe “minha verdade”, existe a verdade e existe a minha opinião. Ou seja, se eu digo apenas coisas verdadeiras de forma alguma eu digo minha opinião, do contrário, eu digo apenas a verdade. Se eu dissesse algo falso, aí sim eu estaria dizendo minha opinião. Isso acontece porque a verdade não é minha, a verdade é verdade, apenas. Já a opinião, essa sim é minha, ela parte de um processo interior meu. Portanto se minha “opinião” é verdade, então, ela não é opinião, mas apenas a verdade. Mas, se minha opinião é falsa, então ela é sim minha opinião. Então, eu não sou o que a minha opinião sobre mim diz que eu sou, eu sou o que a verdade diz que eu sou. Você cristão, não é um empresário, um gerente ou um membro de uma instituição religiosa. Não, não e não. Você é pó! Isso é o que a verdade diz que você é. Tão somente pó. Ser empresário, gerente ou membro de uma instituição religiosa é uma forma com a qual você sendo pó vai aterrar o caminho para que o rei da Gloria caminhe e assim alcance as pessoas ao seu redor. Dessa forma você glorifica a Deus em tudo o que faz; se jogando nos buracos do caminho e sendo você mesmo com a sua própria vida o aterro do caminho. Existe um grande buraco entre Jesus e pecadores não arrependidos, cabe a você com a sua própria vida ser o aterro desse buraco para que através de você o rei da gloria caminhe e alcance os pecadores não arrependidos.