ALCALÓIDES
Introdução sobre Alcalóides Classificação Função Extração
Atividade biológicas Classificação dos principais alcalóides - Alcalóides Indólicos - Alcalóides Tropânicos - Alcalóides Pirrolizidínicos -Alcalóides Esteroidais
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Alcalóides
Histórico Alcalóides Grande impacto →
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Vasto grupo de metabolitos ↓ ≠ estrutural
Alcalóides
Histórico Exemplo desses usos:
Base de cicuta Coniina
Beladona Atropina
Tubocurarina
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Alcalóides
Definição • Alquali = “planta da qual a soda foi originalmente obtida”
• Caráter alcalino (exceção: colchicina, piperina, oximas, sais quaternários= cloridrato de laurifolina)
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Alcalóides
Definição • Opticamente ativos; • Plantas = formam sais com ácidos (ácido quínico ou mecônico) • Alguns.. Combinação com açúcares:
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Alcalóides
Definição • Ocorrem como ésteres ou amidas:
Teixo do pacífico 7
Alcalóides
Classificação Origem biossintética:
Aa
Terpenos esteroides
Alcaloide verdadeiro
Protoalcaloide 8
Pseudoalcaloides
Classificação: Origem biossintética
Alcalóides
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Classificação: Origem biossintética
Alcalóides
Precursor biogenético
Classe 10
Classificação: Origem biossintética
Alcalóides
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Alcalóides
Onde encontrar? • Acumulo: • • • •
Tecidos em crescimento ativo Cél. epi e hipodérmicas Bainhas vasculares Vasos lactíferos Raramente em tecidos mortos!!
Localização intracelular:
Local de estoque ≠ sintetizado
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Alcalóides
Qual a função? • Essenciais para a existência dos vegetais; • Evitados por animais e insetos • Não pode se afirmar por proteção;
Outras hipóteses: • Detoxificação de substâncias nocivas • Reserva de nitrogênio • Hormônios reguladores de crescimento • Inibidores da germinação, poder quelante e/ou citotóxico
• Manutenção do equilíbrio iônico • Defesa contra a invasão de micro-organismos e vírus • Proteção contra a irradiação UV
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Alcalóides
Extração e isolamento • N → par de elétrons não-compartilhado → caráter básico • Propriedade químicas = amônia Extração: • Solventes em meio alcalino • Meio ácido • Precedida: solventes de baixa polaridade 14
Alcalóides
Extração e isolamento
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Alcalóides
Detecção e caracterização Extração
Reações de precipitação
Cromatografia em camada delgada
Gel de sílica ou óxido de alumínio
Formam sais complexos: 16
Alcalóides
Análise quantitativa Método: Gravimetria
• Métodos: • Volumétricos igualmente utilizados: • Acidimetria direta ou retorno;
• Propriedade básicas fracas: • Protometria em meio não-aquoso
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Alcalóides
Atividade biológica e farmacêutica • Amargor e toxicidade → • Grupo dos alcaloide pirrolizidínicos • Síntese de feromônio • Tóxicos para o homem: • Beladona 18
Alcalóides
Atividade biológica e farmacêutica Emetina
Amebicidade e emético
Atropina, hiosciamina e escopolamina
Anticolinérgico
Reserpina e protoveratina A
Anti-hipertensivo
Quinina
Antimalárico
Camptotecina, vimblastina e vincristina
Antitumorais
Coideína e noscapina
Antitussígenos
Morfina
Hipnoanalgésico
Quinidina
Depressor cardíaco
Cafeina
Estimulante do SNC
Teobromina e teofilina
Diuréticos
Colchicina
Tratamento da gota
Tubocurarina
Miorrelaxante
Efedrina
Simpatomimético
Castanospermina
Antiviral
Galantamina
Tratamento do mal de Alzheimer
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Alcalóides Indólicos
Alcalóides Indólicos • Conhecidos: 2000 Grupo maior: indólicos monoterpênicos • Derivados de triptamina e monoterpeno (iridóide) secologanina • Todos obtidos de extratos vegetais Grupo menor: • Derivados simples do triptofano e harmano Estruturas características encontradas somente em um único gênero...
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Alcalóides Indólicos Triptamina
Secologamina
Vincosano
Aspidospermatano
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Alcalóides Indólicos
Esporão-de-centeio
Claviceps purpurea ergô
É o mais susceptível → Ergolina
Séc XVI: acelerar partos Séc XIV: hemorragias pós-parto
Grangrenoso Ergotismo Convulsivo
Emprego terapêutico : Ergotamina, ergometrina 23
Fava-de-calabar
Alcalóides Indólicos
1877: Fisostigmina
Inibidor reversível da acetilcolinaesterase
Emprego terapêutico: Uso restrito p/ oftalmologia
Golfo do Guiné
“decidir o julgamento de criminosos” 24
Ioimbe
Alcalóides Indólicos
• 1890: População nativa do Camarões → impotência • 1914: Argentina, Bolívia e Brasil → afrodisíaco • Inibidor seletivo dos receptores alfa2-adrenérgicos • Doses ↓:hipertensor • ↑: hipotensor e vasodilatador das regiões vasculares periféricas
Árvore da República de Camarões, Gabão e Congo
Emprego terapêutico: Impotência masculina e na hipotensão ortostáticas 25
Alcalóides Tropânicos
Alcalóides Tropânicos Introdução • Estes alcalóides apresentam em comum uma estrutura bicíclica denominada (tropano 8-metil-8-azabiciclo [3,2,1]octano). O núcleo tropano é constituído pelos anéis pirrolidina e piperidina.
Alcalóides Tropânicos Ocorrência Dentre estes destacam-se: Solanaceae: • Beladona, • Meimendro, • Estramônio, • Trombeteira.
Os quais apresentam alcalóides verdadeiros, que exibem o núcleo do tropano, derivado do aminoácido ornitina.
Erytroxylanaceae: • Cocaína.
http://www.sbfgnosia.org.br/
Alcalóides Tropânicos Síndrome Anticolinérgica
http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/
Alcalóides Tropânicos Solanaceae BELADONA Nome Científico: Atropa belladonna L. Família Botânica: Solanaceae Parte usada: folhas e sumidades floridas
O nome “Bella Donna” vem da Itália (Font Quer 1985) onde as mulheres utilizavam o sumo dos frutos, que por serem midriátricos.
É um arbusto perene com 0,5 a 1,5m de altura existente principalmente na Europa Central e Sul.
BELADONA Dados Químicos
Alcalóides Tropânicos Solanaceae Suas folhas contém em média 0,30 a 0,50% de alcalóides sendo o principal hiosciamina.
As raízes contém de 0,4 a 0,8% de alcalóides hiosciamina.
A relação de hiosciamina-escopolamina é de 20:1 sendo as folhas de beladona pobres em escopolamina.
Alcalóides Tropânicos Solanaceae
BELADONA Dados Farmacológicos e Toxicológicos
Antiespasmódica sobre a musculatura lisa do TGI, vesícula biliar e bexiga.
Doses Elevadas Estimula SNC Secura da boca e da
pele, Hipertermia, Dilatação de pupila, Alucinações, Perda de consciência.
MEIMENDRO
Alcalóides Tropânicos Solanaceae
Nome Científico: Hyoscyamus niger L., Família Botânica: Solanaceae Parte usada: folhas e sumidades floridas
Usada na idade média século XVIII contra dores no trato gastrointestinal.
No brasil é chamada de ervados-cavalos, é uma erva anual nativa da Europa, Ásia e norte da África.
MEIMENDRO Dados Químicos
Alcalóides Tropânicos Solanaceae
Teor mínimo: 0,65% de alcalóides totais calculados como hiosciamina. Hiosciamina e Escopolamina (2:1).
Dados Farmacológicos e Toxicológicos Tem baixo teor de alcalóides tropânicos.
Alcalóides Tropânicos Solanaceae ESTRAMÔNIO Nome Científico: Datura stramonium L. Família Botânica: Solanaceae Parte usada: Folhas, sementes, flores.
Utilizadas como alucinógenos em ritos mágicos de índios.
Originária do Himalaia, encontra-se distribuída mundialmente.
ESTRAMÔNIO Dados Químicos Contem em média 0,2 a 0,6% de alcalóides, sendo que a proporção entre hiosciamina e
escopolamina é de 2:1.
Dados Farmacológicos e Toxicológicos Intoxicações são de ocorrência rara. Ocorrendo no entanto pelo uso intencional para suicídio, envenenamento ou alucinógeno.
TROMBETEIRA Nome Científico: Datura suaveolens Willd. Família Botânica: Solanaceae Parte usada: folhas.
Originária da América do Sul, é muito cultivada no Brasil como ornamental. Placidula euryanassa
TROMBETEIRA Dados Químicos Contem em média 0,36 a 0,56% de alcalóides, sendo que a proporção de escopolamina é bem
maior que o de hiosciamina.
Dados Farmacológicos e Toxicológicos Usadas para ocasionar suicídio, envenenamento ou efeito alucinógeno.
Alcalóides Tropânicos Erythroxylum COCA Nome Científico: Erythroxylum coca L. Família Botânica: Erythroxylaceae Parte usada: folhas.
Das folhas da coca toda a cocaína é derivada.
Cultivada legalmente e ilegalmente no leste dos Andes, Peru, Bolívia.
Alcalóides Tropânicos Erythroxylum
COCA Dados Químicos
Contém em média 0,2 a 0,8% de alcalóides, sendo 90% de cocaína.
Dados Farmacológicos e Toxicológicos Antagonista dos receptores muscarínicos: Redução das secreções brônquicas, salivares, e da sudorese. • Redução da motilidade gastrointestinal. • Doses elevadas: depressão do SNC
COCA Dados Farmacológicos e Toxicológicos
Alcalóides Tropânicos Erythroxylum
Estimulante, afrodisíaco, anestésico local, assim como indicado no tratamento de asma, desordens digestivas, exaustão nervosa, histeria, e mesmo o mal-estar relacionado a altitudes. Séc XIX Sigmund Freud
Alcalóides Pirrolizidínicos
Alcalóides Pirrolizidínicos Introdução Grande parte dos alcalóides pirrolizidínicos são ésteres de ácidos nécicos contendo uma base necínica. Eles ocorrem como monoésteres ou diésteres, podendo ser cíclico
(A) ou acíclico (B) podendo apresentar uma insaturação no anel (PAs insaturados) ou não (PAs saturados).
Alcalóides Pirrolizidínicos Ocorrência São encontrados em diversas plantas, em especial aquelas das famílias botânicas :
Leguminosae, Asteraceae , Boraginaceae.
Maiores casos de intoxicação em humanos
Ingesta oral: 0,1 µg Aplicação ext.: 10 µg
Alcalóides Pirrolizidínicos Asteraceae AYAPANA Nome Cientifico: Eupatorium ayapana Vent. Família Botânica: Asteraceae Nomes comuns: perna de saracura, erva de cobra Partes usadas: folhas
Dados Farmacológicos e Toxicológicos
Estimulante, Digestiva, Antidiarreica, Contra veneno de cobras.
MARIA MOLE Nome Cientifico: Senecio brasiliensis L.
Família Botânica: Asteraceae Nomes comuns: malmequer-amarelo Partes usadas: folhas secas, raízes
Na medicina popular suas folhas são usadas de maneira externa para curar feridas.
Seus frutos e folhas são tóxicas por terem grande quantidade de alcalóides pirrolizidínicos, causando uma intoxicação chamada seneciosis. Sinais do envenenamento dos animais: Necrose do fígado, Lesões nos pulmões.
Planta daninha muito comum em pastagens, terrenos baldios e lavouras.
Alcalóides Pirrolizidínicos Boraginaceae BORRAGEM Nome Cientifico: Borago officinalis L. Família Botânica: Boraginaceae Nomes comuns: borragem Partes usadas: folhas, flores e suas partes aéreas
França antiga XVIII bronquite, otimizar funcionamento dos rins. Se adapta a qualquer tipo de solo, encontrada na Europa e no Norte da África.
Alcalóides Pirrolizidínicos Boraginaceae
Na cultura popular é utilizada como diurético, inflamação do peito, artrite reumática, dor de garganta.
Os galhos e as folhas contém 2-8 mg/Kg de alcalóides pirrolizidínicos.
CONSUELDA Nome Cientifico: Symphytum officinale L. Família Botânica: Boraginaceae Nomes comuns: confrei, erva do cardeal Partes usadas: folhas, raízes
Muito utilizada no tratamento de doenças dermatológicas, acelerando a cicatrização.
Originária da Europa e das zonas asiáticas.
As folhas adultas são amargas, mas são utilizadas pelos vegetarianos em numerosas receitas em saladas, sopa, pães.
As folhas contém 0,02 – 0,18% de alcalóides pirrolizidínicos.
Alcalóides Esteroidais
Estes alcalóides são biossintetizados a partir do colesterol Portanto são considerados pseudoalcalóides.
Alcalóides Esteroidais Introdução Distingue-se dois grupos principais: 1. Aminopregnanos 1.1 Apogynaceae 2. Piperidilpregnanos 2.1 Liliaceae 2.2 Solanaceae 2.3 Solanocapsinas 2.4 Piperidinas sencillas 2.5 Espirosolanos
100 a 200 mg/Kg (Maga, 1994)
Alcalóides Esteroidais Aminopregnanos Família Apocynaceae tem mais de 500 gêneros e 5.000 espécies, conquistando o título de “família numerosa”.
Tto Leucemia linfoblástica Prestonia acutifolia Tithorea harmonia pseudethra
Catharanthus roseus Trigo, 2006
Teratogênico ou morte do terneiro. Asclepia curassavica
Alcalóides Esteroidais Piperidilpregnanos Veratrum Família: Liliaceae Efeito tóxico: ativam os canais iônicos de sódio e causam insuficiência cardíaca rápida e morte se ingerido.
Solanum lycopersicum Família: Solanaceae Rico em vitamina C e licopeno. Fritillaria Família: Liliaceae Utilizada para tosse.
Conclusão • A razão pela qual os organismos sintetizam alcalóides não está completamente esclarecida, uma vez que a grande maioria dos aminoácidos são utilizados na síntese de peptídeos. • Sabe-se, no entanto que a formação de alcalóides pode estar associada à defesa que estes desenvolvem frente ao ataque por parte do meio exterior.
• Muitos são conhecidos pelas suas propriedades toxicológica (Solanaceae, Erythroxylaceae, Maria Mole), ou terapêuticas (Apogynaceae). 57
Referências 1. Cláudia Maria de Oliveira Simões; Eloir Paulo Schenkel; Grace Gosmann; João Carlos Palazzo de Mello; Lilian Auler Mentz; Pedro Ros Petrovick. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Editora da UFSC, 1999. 2. http://www.sbfgnosia.org.br/ 3. http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/ 4. Trigo, J.R. Alcaloides pirrolizidínicos em borboletas Ithomiinal : alguns aspectos em ecologia química. 2006 5. Sandini, T.M. Senecio brasiliensis e alcaloides pirrolizidínicos: toxicidade em animais e na saúde humana. 2013 58
Obrigada pela atenção!
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