Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
PERQUISA ACIDENTES DE TRÂNSITO - CADASTRO RENAVAM
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
PEQUISA DE ACIDENTES DE TRÂNSITO NAS AGLOMERAÇÕES URBANAS DE BELÉM, RECIFE, SÃO PAULO E PORTO ALEGRE RENAVAM
Brasília, 2004
Governo Federal Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Ministro – Guido Mantega Secretário-Executivo – Nelson Machado
Fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Ipea fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais – possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e de programas de desenvolvimento brasileiro – e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.
Presidente Glauco Arbix Diretoria Anna Maria T. Medeiros Peliano Celso dos Santos Fonseca Luiz Henrique Proença Soares Marcelo Piancastelli de Siqueira Mario Sergio Salerno Paulo Mansur Levy Assessor-Chefe de Comunicação Murilo Lôbo
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES DO PROJETO
FINANCIADORES Ministério dos Transportes / STT Ministério da Saúde Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano – Sedu/PR (atual Ministério das Cidades) Secretaria de Estado de Direitos Humanos Denatran – Departamento Nacional de Trânsito Rede Ipea de Pesquisas / Pnud / BID
COORDENAÇÃO GERAL Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos
EXECUÇÃO ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos
COOPERAÇÃO TÉCNICA Codeplan / GDF – Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central
APOIO INSTITUCIONAL Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP CET-SP – Companhia de Engenharia de Tráfego Secretaria de Estado de Segurança Pública de São Paulo Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo
© Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – ipea 2004
EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Ricardo R. A. Lima – Coordenador Geral José R. R. Góes – Coordenador Executivo Margarida H. Pinto Coelho Alexandre A. Gomide Iêda M. O. Lima - Coordenadora (jan-abr/2000) Apoio Técnico Maria de la Soledad B. Castrillo ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos Ailton Brasiliense Pires – Diretor Executivo (até fev/2003) Eduardo A. Vasconcellos – Coordenador Geral Pedro A. C. Machado – Coordenador Executivo Francisco Aquino – Gerente Administrativo Nancy R. Schneider – CET-SP Max E. B. Paula – CET-SP Emília Mayumi Hiroi – METRÔ-SP Elisa Eriko Kawashima – METRÔ-SP Fátima Bernardes Lígia Oliveira Consultores Ivan R. Gartner (Univ. Católica de Brasília) Júlia M. A. Greve (Hospital das Clínicas – FMUSP) Luis Carlos S. Cunha (Educ Consultoria) Olivério Graciotti Jr. (Hospital das Clínicas – FMUSP) Philip Gold (Gold Projects) Sebastião de Amorim (Unicamp)
Execução da Pesquisa Renavam TecnoMetrica Estatística Ltda Sebastião de Amorim – Coordenação Técnica Inês Carvalho de Azevedo – Coordenação Operacional Rogério Tsutomu Kotsubo – Coordenação de Sistemas Ricardo Pezzotti Schefer – Apoio Técnico de Sistemas Fiorella Ferraiolo, José Antonio Santos, Maria da Penha de Lima Silva, Maria Inez Torres Montenegro e Tereza Cristina P. Santos – Coordenação de campo Estiveram ainda envolvidas mais de 250 pessoas em atividades de levantamento e logística de campo. Consolidação do relatório final Maria Alice P. Jacques José R. R. Góes Supervisão Técnica Editorial Margarida H. Pinto Coelho Produção Editorial Sílvia Maria Costa Leite Fábio Rodrigues Roberto Astorino
Pequisa de acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas de Belém, Recife, São Paulo e Porto Alegre - Renavam / Ipea, ANTP. - Brasília : Ipea : ANTP, 2004. 80 p. : gráfs., tabs. 1. Acidentes de Trânsito. 2. Aglomerações Urbanas. 3. Custos. 4. Aspectos Sociais. 5. Aspectos Econômicos. 6. Brasil. I. Instituto de Pesquisa Ecônomica Aplicada. II. Associação Nacional de Transportes Públicos. CDD 363.125 As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e de inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. É permitida a reprodução destes textos e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 1 INTRODUÇÃO
9
2 METODOLOGIA DA PESQUISA 14 2.1 Definição da população alvo do estudo 14 2.2 Plano amostral 14 2.3 Atividades de campo 15 2.3.1 Instrumentos utilizados nas entrevistas 16 2.3.2 Procedimentos adotados no trabalho de campo 16 2.3.3 Tratamento dos dados 17 2.4 Estimativa do custo com acidentes para um dado veículo 17 2.5 Estimativa do custo com acidentes para as aglomerações urbanas analisadas 2.6 Expansão dos dados para o conjunto das aglomerações urbanas 19 3 RESULTADOS RELACIONADOS ÀS AMOSTRAS PESQUISADAS 20 3.1 Resultados gerais sobre os acidentes 20 3.2 Características dos condutores principais dos veículos 21 3.2.1 Sexo dos condutores envolvidos em acidentes 21 3.2.2 Idade dos condutores 23 3.2.3 Nível de instrução dos condutores envolvidos em acidentes 24 3.2.4 Renda dos condutores envolvidos em acidentes 25 3.2.5 Tempo de habilitação dos condutores envolvidos em acidentes 26 3.3 Características dos veículos 27 3.3.1 Envolvimento dos diferentes tipos de veículos da amostra em acidentes 3.3.2 Idade média dos veículos e envolvimento em acidentes 29 3.3.3 Quilometragem percorrida em 2001 29 3.3.4 Quilometragem total percorrida 30 3.4 Características dos acidentes 32 3.4.1 Características gerais dos acidentes 32 3.4.2 Registro e atendimento das ocorrências 38 3.4.3 Dados relacionados às vítimas dos acidentes 42 3.4.4 Veículos envolvidos nos acidentes 49 3.5 Estatísticas associadas a alguns dos elementos estudados 54
17
27
4 RESULTADOS ESTIMADOS PARA AS AGLOMERAÇÕES ESTUDADAS 4.1 Proporção de veículos acidentados 59 4.2 Proporção de veículos acidentados com vítimas 59 4.3 Idade do entrevistado 60 4.4 Tempo médio de habilitação 61 4.5 Idade média do veículo 61 4.6 Total de quilômetros rodados 62 4.7 Boletins de Ocorrência 62 5 CONCLUSÕES 63
59
APRESENTAÇÃO Este relatório apresenta a metodologia adotada e os resultados obtidos com as pesquisas sobre acidentes de trânsito realizadas nas aglomerações urbanas de Belém, Recife, São Paulo e Porto Alegre no ano de 2002. Essas pesquisas integram o projeto “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Aglomerações Urbanas Brasileiras”, desenvolvido com o propósito de identificar e mensurar os custos provocados pelos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras. Realizadas a partir de amostra selecionada do Registro Nacional de Veículos Automotores – Renavam, as pesquisas visaram identificar as taxas de ocorrência de acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas selecionadas e caracterizar os impactos causados pelos acidentes. O referido projeto foi coordenado pelo Ipea e executado em parceria com a ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos. Teve a participação da Codeplan/DF – Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central, do HC-FMUSP – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e da CET/SP – Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo. Foi desenvolvido com recursos da Rede Ipea de Pesquisas, do Ministério dos Transportes, do Ministério da Saúde, da SEDU/PR – Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República1 e do Ministério da Justiça, por meio do Denatran – Departamento Nacional de Trânsito e da Secretaria de Estado de Direitos Humanos.
1. A partir de 2003, com a nova estrutura do Governo Federal, o Denatran está vinculado ao Ministério das Cidades, que assumiu, também, as funções desempenhadas pela SEDU/PR.
1 INTRODUÇÃO Este relatório consolida os principais resultados obtidos com a pesquisa sobre acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras – pesquisa Renavam, efetuada como parte integrante do projeto “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Aglomerações Urbanas”. Os resultados apresentados foram obtidos a partir de pesquisas realizadas em 2002 nas Aglomerações Urbanas de Belém, Recife, São Paulo e Porto Alegre. As pesquisas visaram identificar o grau de envolvimento em acidentes de trânsito por veículo da frota leve no ano de 2001 nessas aglomerações e caracterizar os impactos provocados por eles. A composição e população das Aglomerações Urbanas estudadas, e respectivas Regiões Metropolitanas, são mostradas nas Tabelas 1.1 a 1.4. Os dados sobre os acidentes ocorridos em 2001 nas aglomerações mencionadas foram obtidos por processo de amostragem, onde o veículo foi definido como a unidade amostral a ser considerada. A base do levantamento amostral foi o Cadastro Nacional de Veículos do Denatran, – o Renavam – e os veículos objetos da pesquisa foram os automóveis, utilitários leves e motocicletas. O objetivo central da pesquisa foi identificar do grau de envolvimento em acidentes para a frota leve em cada aglomeração no ano de 2001 e caracterizar os impactos causados pelos acidentes de trânsito visando a estimar o custo médio por veículo, no período considerado. Os dados obtidos através de processo de amostragem nas aglomerações estudadas foram, então, extrapolados para as demais aglomerações urbanas das regiões que estas representam. Assim, os resultados obtidos para Porto Alegre foram extrapolados para as demais aglomerações urbanas da Região Sul; os de São Paulo para as aglomerações urbanas da Região Sudeste; os de Recife para a Região Nordeste; e, finalmente, os de Belém para a Região Norte e Região Centro-Oeste. A Tabela 1.5 apresenta as aglomerações urbanas de todas as regiões brasileiras, associadas a cada uma das aglomerações estudadas. TABELA 1.1 Composição e População da Aglomeração Urbana (AUPOA) e Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPOA) Município
População
RMPOA
AUPOA
Porto Alegre
1.360.590
•
•
Alvorada Araricá Arroio dos Ratos
183.968
•
•
4.032
•
•
13.335
•
•
Cachoeirinha
107.564
•
•
Campo Bom
54.018
•
•
Canoas
306.093
•
•
Capela de Santana
10.032
•
•
Charqueadas
29.961
•
•
Dois Irmãos
22.435
•
•
Eldorado do Sul
27.268
•
•
Estância Velha
35.132
•
•
Esteio
80.048
•
• •
Glorinha
5.684
•
Gravitaí
232.629
•
•
Guaíba
94.307
•
•
Igrejinha
26.767
•
Ivoti
15.318
•
•
Montenegro
54.692
•
•
Nova Hartz
15.071
•
•
(continua) Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
9
(continuação) Município
População
Nova Santa Rita
15.750
Novo Hamburgo
RMPOA
AUPOA
•
•
236.193
•
•
Parobé
44.776
•
•
Portão
24.657
•
•
Santo Antônio da Patrulha
37.035
•
•
São Jerônimo
20.283
•
•
São Leopoldo
193.547
•
•
19.700
•
São Sebastião do Caí Sapiranga
69.189
•
•
122.751
•
•
Taquara
52.825
•
•
Triunfo
22.166
•
•
Viamão
227.429
•
•
Sapucaia do Sul
População total
3.765.245
3.718.778
Fonte: Ipea / IBGE / Unicamp. Caracterização e tendências da rede urbana do Brasil: configurações atuais e tendências da rede urbana. Brasília: Ipea, 2001.
TABELA 1.2 Composição e População da Aglomeração Urbana (AUSP) e Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) Município Arujá
População 59.185
RMSP •
AUSP •
Atibaia
111.300
Barueri
208.281
•
Biritiba-Mirim
24.653
•
Cabreúva
33.100
Caieiras
71.221
•
•
Cajamar
50.761
•
•
Carapicuíba
344.596
•
•
Cotia
148.987
•
•
Diadema
357.064
•
•
Embu
207.663
•
•
56.916
•
•
Ferraz de Vasconcelos
142.377
•
•
Francisco Morato
133.738
•
•
Franco da Rocha
108.122
•
•
Guararema
21.904
•
•
Guarulhos
1.072.717
•
•
Itapecerica da Serra
129.685
•
•
Itapevi
162.433
•
•
Itaquaquecetuba
272.942
•
•
Jandira
91.807
•
•
Juquitiba
26.459
•
Embu-Guaçu
Mairiporã
• • •
60.111
•
•
Mauá
363.392
•
•
Moji das Cruzes
330.241
•
•
Osasco
652.593
•
•
(continua) 10
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
(continuação) Município
População
Pirapora do Bom Jesus Poá
RMSP
AUSP
12.395
•
•
95.801
•
•
104.508
•
•
Rio Grande da Serra
37.091
•
•
Salesópolis
14.357
•
Santa Branca
13.010
Santa Isabel
43.740
•
•
Santana de Parnaíba
74.828
•
•
Santo André
649.331
•
•
S. Bernanrdo do Campo
703.177
•
•
São Caetano do Sul
140.159
•
•
12.199
•
•
10.427.388
•
•
Suzano
228.690
•
•
Taboão da Serra
197.644
•
•
32.683
•
•
17.871.839
17.963.780
Ribeirão Pires
São Lourenço da Serra São Paulo
Vargem Grande Paulista
População total
•
Fonte: Ipea / IBGE / Unicamp. Caracterização e tendências da rede urbana do Brasil: configurações atuais e tendências da rede urbana. Brasília: Ipea, 2001.
TABELA 1.3 Composição e População da Aglomeração Urbana (AUB) e Região Metropolitana de Belém (RMB) Município
População
RMB
AUB
Belém
1.501.402
•
•
393.569
•
•
Barcarena
63.268
•
Benevides
35.546
•
Marituba
74.429
•
Santa Bárbara do Pará
11.378
•
Ananindeua
População total
1.993.785
•
2.016.324
Fonte: Fonte: Ipea / IBGE / Unicamp. Caracterização e tendências da rede urbana do Brasil: configurações atuais e tendências da rede urbana. Brasília: Ipea, 2001.
TABELA 1.4 Composição e População da Aglomeração Urbana (AUR) e Região Metropolitana de Recife (RMR) Município
População
Recife
1.422.905
•
•
89.039
•
•
Abreu E Lima Araçoiaba
RMR
AUR
15.108
•
•
Cabo De Santo Agostinho
152.977
•
•
Camaragibe
128.702
•
•
71.177
•
Goiana
(continua)
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
11
(continuação) Município
População
Igarassu
82.277
RMSP
AUSP
•
•
Ipojuca
59.281
•
•
Ilha De Itamaracá
15.858
•
•
20.116
•
•
581.556
•
•
Itapissuma Jaboatão Dos Guararapes Moreno
49.205
•
•
Olinda
367.902
•
•
45.138
•
Pau D’alho Paulista
262.237
•
•
São Lourenço Da Mata
90.402
•
•
Vitória De Santo Antão
117.609
•
•
3.571.489
3.455.174
População total
Fonte: Ipea / IBGE / Unicamp. Caracterização e tendências da rede urbana do Brasil: configurações atuais e tendências da rede urbana. Brasília: Ipea, 2001.
TABELA 1.5 Aglomerações Urbanas nas Regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste Região Norte Centro-Oeste
Nordeste
Aglomeração urbana
UF
Aglomeração urbana estudada
UF
Belém
PA
Belém
PA
Recife
PE
Porto Alegre
RS
Brasília
DF
Goiânia
GO
Cuiabá
MT
Maceió
AL
Ilhéus/Itabuna
BA
Salvador
BA
Fortaleza
CE
Juazeiro do Norte/Crato
CE
São Luís
MA
João Pessoa
PB
Caruaru
PE
Petrolina/Juazeiro PE/BA
Sul
Recife
PE
Teresina
PI
Natal
RN
Aracaju
SE
Cascavel Curitiba Londrina Maringá Caxias do Sul Pelotas/Rio Grande Porto Alegre Blumenau Criciúma Florianópolis Itajaí Joinville
PR PR PR PR RS RS RS SC SC SC SC SC
(continua) 12
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
(continuação) Região
Sudeste
Aglomeração urbana
UF
Vitória
ES
Belo Horizonte
MG
Ipatinga
MG
Itabira
MG
Cabo Frio
RJ
Rio de Janeiro
RJ
Volta Redonda/Barra Mansa
RJ
Araçatuba
SP
Araraquara/ São Carlos
SP
Campinas
SP
Guaratinguetá / Mogi-Mirim
SP
Jundiaí
SP
Limeira
SP
Mogi-Guaçu / Mogi-Mirim
SP
Ribeirão Preto
SP
Santos
SP
São José do Rio Preto
SP
São José dos Campos
SP
São Paulo
SP
Sorocaba
SP
Aglomeração urbana estudada
UF
São Paulo
SP
Fonte: Ipea / IBGE / Unicamp. Caracterização e tendências da rede urbana do Brasil: configurações atuais e tendências da rede urbana. Brasília: Ipea, 2001.
Este relatório está estruturado em 05 (cinco) seções, sendo a primeira a própria introdução ao documento. Na Seção 2 é apresentada a metodologia da pesquisa, relacionada à coleta de dados sobre acidentes a partir da pesquisa domiciliar definida com base no Registro Nacional de Veículos Automotores - Renavam, de forma a permitir ao leitor uma maior compreensão sobre a abrangência do trabalho. A seção inclui a descrição dos trabalhos de campo e os procedimentos adotados para a expansão dos resultados amostrais. As Seções 3 e 4 apresentam, respectivamente, os resultados obtidos diretamente a partir da amostra de veículos analisados em cada uma das aglomerações urbanas consideradas, e a expansão dos resultados amostrais para as respectivas populações alvo. Finalmente, na Seção 5, são destacados os principais resultados do trabalho. Ressalte-se que este relatório restringe-se à pesquisa de dados de acidentes de trânsito realizada nas aglomerações urbanas – pesquisa Renavam. As demais estratégias utilizadas para a coleta dos outros dados necessários à realização completa da pesquisa dos “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Aglomerações Urbanas” encontram-se descritas em relatórios específicos da pesquisa, no relatório metodológico ou no relatório executivo.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
13
2 METODOLOGIA DA PESQUISA 2.1 Definição da população alvo do estudo Os acidentes de trânsito ocorridos no ano de 2001, nas aglomerações urbanas selecionadas, são o alvo do estudo. Assim, a pesquisa deveria considerar como população alvo estes acidentes, e ser realizada a partir de uma amostra aleatória retirada desta população de acordo com um plano amostral bem definido. No entanto, a inexistência de um cadastro geral dos acidentes de trânsito ocorridos no Brasil, com dados completos por cidades, não permitiu que o estudo fosse realizado de acordo com esta abordagem. Uma vez que todo veículo em circulação no País possui um registro nos cadastros dos respectivos Detran’s e no Denatran, optou-se por focar a pesquisa no veículo. Isto é, a população alvo do estudo foi definida como os veículos da frota registrada em cada cidade, integrantes do cadastro geral de veículos do Denatran, o Renavam. Neste cadastro geral estão contidas as seguintes informações: a) relacionadas ao veículo propriamente dito: fabricante, categoria, modelo, ano de fabricação, cor, placa e número do chassi; b) relacionadas ao proprietário: nome, endereço e CPF/CGC. Um plano amostral baseado neste cadastro seleciona veículos, e não acidentes. Para cada veículo é possível levantar o histórico de envolvimento em acidentes no período considerado, através do contato com seu proprietário ou responsável. Assim, é possível descrever de modo detalhado cada um dos acidentes identificados em termos dos danos ao veículo, às pessoas (motorista, passageiros e pedestres) e aos outros veículos envolvidos. As conseqüências médicas e trabalhistas dos acidentes, dentre outras, também podem ser levantadas. A avaliação de todos estes elementos em conjunto, permite que os custos (ou faixa de custos) associados a cada categoria de custos a ser considerada (por exemplo: custos mecânicos, médicos, previdenciários, etc.) sejam determinados. Desta forma, os resultados desta abordagem, tendo em vista o objetivo geral do estudo, são equivalentes aos que seriam obtidos com a abordagem focada no acidente. A diferença é que a abordagem focada no veículo permite que a expansão das estimativas para a população alvo cadastrada no Denatran, obtidas a partir dos dados amostrais, seja feita com a maior precisão possível e de forma estatisticamente controlada. Os veículos objetos da pesquisa são os automóveis, utilitários leves e motos. 2.2 Plano amostral O plano amostral foi elaborado de modo a garantir uma precisão das estimativas de custo dos acidentes compatível com os objetivos do projeto. Estas estimativas são relacionadas a diferentes critérios de desagregação, tais como custos por tipo de acidente, custos por tipo de veículo, custo médio global, etc. Neste contexto, o plano amostral define a realização do processo de amostragem em dois estágios. São eles: a) primeiro estágio – consiste na seleção e análise de uma amostra piloto. O seu propósito é o de avaliar a variabilidade própria do fenômeno e dos custos unitários associados ao rastreamento de cada acidente sorteado, com determinação dos custos implicados. Este estágio permite, também, o treinamento do pessoal operacional nos procedimentos rotineiros envolvidos na coleta dos dados. A amostra final é dimensionada a partir do balanço entre a disponibilidade geral de recursos e as expectativas do projeto, em termos de precisão das estimativas, levando em conta os resultados da amostra piloto quanto à variabilidade associada ao fenômeno e aos custos unitários médios de avaliação dos acidentes; 14
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
b) segundo estágio – diz respeito à seleção da amostra final, e a avaliação de cada um de seus elementos. O processo de levantamento dos dados amostrais é feito em paralelo com a sua análise estatística, permitindo a realização de estimativas preliminares e de eventuais ajustes no plano amostral em andamento. Cabe destacar aqui um problema clássico de amostragem e análise estatística de dados, que envolve dois fatores. O primeiro está relacionado com as prováveis deficiências da base de dados de apoio. Este fator pode comprometer, em diferentes graus, a qualidade do fator de expansão do custo médio por acidente obtido na amostra, para o custo total nas aglomerações urbanas do País no período considerado. O segundo fator está relacionado a questões operacionais, especificamente ao fato de não ser possível abranger todas as aglomerações urbanas do país no processo de seleção da amostra. Este fator torna crítico o problema da préseleção de aglomerações urbanas representativas. Esta pré-seleção foi feita a partir da experiência dos técnicos do Ipea e ANTP, através do processo de amostragem por julgamento (amostragem não-probabilística). Deste processo resultou a seleção das aglomerações urbanas de Belém, Recife, São Paulo e Porto Alegre. Conforme mencionado anteriormente, a base do método empregado para a amostragem realizada foram os dados do Renavam para cada uma das aglomerações selecionadas. Para cada aglomeração, o total de veículos agrupados nas classes Moto, Automóvel e Utilitários Leves foi considerado. A seleção da amostra ocorreu em três estágios. No primeiro estágio, uma amostra aleatória de 50 mil veículos, nas classes consideradas, foi selecionada da base de dados do Renavam, por meio do processo de amostragem aleatória sistemática. Em seguida, no segundo estágio, foi retirada dos 50 mil veículos uma amostra de 4000 veículos por amostragem aleatória estratificada, onde cada estrato corresponde a cada uma das classes de veículos considerada. Nesta amostra, 20% dos elementos foram extraídos do estrato Moto, 65% do estrato Automóvel, e 15% do estrato Utilitários Leves. A participação do estrato Moto foi enfatizada, devido ao alto risco de acidentes associados ao mesmo. Finalmente, no terceiro estágio, a amostra final associada a cada aglomeração urbana a ser analisada foi extraída, também por processo de amostragem aleatória estratificada. Os estratos considerados foram as classes Moto, Automóvel e Utilitários Leves integrantes da amostra de 4000 elementos definida no segundo estágio. Foram realizadas cerca de 1000 entrevistas em cada aglomeração urbana. Esta sub amostra foi selecionada aleatoriamente a partir de cada estrato, na seguinte proporção: 200 motos, 650 automóveis e 150 utilitários leves. Uma sub amostra reserva de 3000 veículos foi obtida de modo que se algum dos 1000 veículos apresentasse problemas no seu cadastro do Renavam, ele pudesse ser substituído. Quando algum veículo da amostra não pode ser localizado devido a problemas no seu cadastro, o coordenador da pesquisa em cada aglomeração procurou substituí-lo por um dos veículos da amostra reserva. Nesta substituição, utilizou-se um veículo que se aproximasse ao máximo do veículo não encontrado. Os critérios de semelhança considerados foram: município, tipo de veículo, bairro e ano de fabricação. A utilização da amostra reserva ocorreu em todas as aglomerações urbanas estudadas, por diversos motivos. Dentre eles: veículo inexistente, proprietário inexistente, endereço não confere, endereço inexistente; e recusa em responder à pesquisa. Estas modificações fizeram com que a amostra efetivamente pesquisada em campo diferisse da originalmente selecionada. A amostra efetiva utilizada em cada aglomeração é apresentada na seção 3.1 deste documento. 2.3 Atividades de campo A estimativa do custo com acidentes para um dado veículo foi feita, para cada aglomeração considerada, a partir da respectiva amostra de 1000 veículos. Com este propósito, cada veículo amostrado foi localizado, e seu proprietário ou responsável entrevistado. O objetivo da entrevista foi levantar o histórico de acidentes de trânsito do veículo no período considerado, ano 2001. Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
15
2.3.1 Instrumentos utilizados nas entrevistas A entrevista foi realizada a partir do preenchimento de questionários (no máximo dois), elaborados de forma a permitir que todos os dados necessários à consecução dos objetivos do projeto fossem levantados. O Questionário 1 – Geral é preenchido para todos os veículos da amostra. Através dele são levantados os dados básicos do veículo e do seu condutor principal. Como condutor principal entende-se o motorista que usa o veículo com mais freqüência, podendo ou não ser o seu proprietário. Neste questionário, é verificado se o veículo se envolveu em algum acidente em 2001. No caso negativo, a entrevista é encerrada. Se houve o envolvimento em acidentes, o entrevistado indica se o(s) mesmos tiveram ou não vítimas. Para cada acidente sem vítima, é preenchido um Questionário 2 – Acidentes sem Vítimas. Neste questionário é levantado, inicialmente, os dados relacionados aos impactos do acidente sobre o veículo amostrado (se foi removido do local, o valor aproximado do dano, quantos dias o veículo ficou parado, etc). Depois são coletados os dados relacionados ao condutor do veículo no momento de cada acidente, que pode ou não ser o condutor principal do veículo, identificado no Questionário 1. As informações específicas sobre o acidente são coletadas na última seção do Questionário 2. Aspectos tais como a natureza do acidente, a ação do motorista que provocou o acidente, se houve ou não dano à propriedade imobiliária e/ou a mobiliário urbano são investigados. No caso dos acidentes com vítimas, é preenchido o Questionário 3 – Acidentes com Vítimas. Neste questionário, são coletados os mesmos dados relativos ao veículo acidentado e ao acidente, correspondente ao caso de acidente sem vítima. O Questionário prevê o preenchimento de uma ficha de dados intitulada Da Vítima, para cada uma das vítimas envolvidas no acidente e para o próprio condutor do veículo. Isto é, neste questionário a seção específica sobre os dados do condutor é suprimida. Na ficha de dados de cada vítima são coletados os dados pessoais das mesmas, como sexo e idade, além de outros que permitem a caracterização da severidade do acidente, dos ferimentos sofridos e do tratamento médico hospitalar recebido. 2.3.2 Procedimentos adotados no trabalho de campo A coleta de dados em cada aglomeração urbana foi feita através de uma equipe local, devidamente treinada por um dos técnicos responsáveis pela condução da pesquisa. Para a coordenação dos trabalhos de campo foram designadas pessoas da própria cidade núcleo da aglomeração urbana. O procedimento adotado para os trabalhos de campo podem ser sintetizados como segue: a) o coordenador define uma cota de entrevistas para cada pesquisador, fornecendo ao mesmo os endereços a serem visitados; as entrevistas devem ser realizadas em até 04 (quatro) dias; b) após a conclusão das entrevistas, os formulários devidamente preenchidos são devolvidos ao coordenador, que fica responsável pela verificação deste preenchimento; c) no caso da identificação de imprecisões no preenchimento dos questionários, o coordenador pode devolver o material ao pesquisador para que a entrevista seja refeita ou para que os dados com problemas sejam novamente obtidos através de contato telefônico; d) uma parte dos questionários preenchidos é selecionada para o processo de checagem (em torno de 10%). Neste processo o coordenador contata cada um dos entrevistados por telefone e confere os dados contidos nos questionários utilizados na respectiva entrevista; e) no caso de haver discordância entre os dados contidos no(s) questionário(s) e os fornecidos por telefone, o coordenador tenta verificar a causa dessa discordância, que pode ser, por exemplo, o fato de que a entrevista inicial tenha sido concedida por outra pessoa, que não conhecia muito bem os fatos referentes a acidente(s) ocorrido(s) com o veículo; f ) no caso de ser detectada que houve falha do pesquisador, o mesmo é substituído e todo o 16
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
material por ele produzido é devidamente checado. Assim, os questionários que apresentarem problemas serão refeitos pelo novo pesquisador ou pelo próprio coordenador. Os pesquisadores, além de devidamente identificados, dispunham de uma carta elaborada pelo IPEA, onde o projeto era apresentado e o entrevistado era solicitado a colaborar com o trabalho. A carta foi utilizada pelo entrevistador, no momento da entrevista, sempre que este considerou necessário. Uma observação que foi feita nos trabalhos realizados na Aglomeração Urbana de São Paulo, é que o pesquisador é melhor recebido quando há um contato telefônico anterior à visita, explicando o objetivo. Algumas vezes, inclusive, o entrevistado prefere realizar a própria entrevista por telefone. 2.3.3 Tratamento dos dados As respostas apresentadas nos questionários foram digitadas e posteriormente tabuladas e analisadas para a identificação das informações relevantes, como as apresentadas na seção 3 deste documento (resultados gerais sobre os acidentes, características dos condutores principais dos veículos, características dos veículos e características dos acidentes, e estatísticas associadas a alguns dos elementos estudados). Os dados relacionados aos diversos elementos componentes do custo dos acidentes também foram extraídos da pesquisa com base no Renavam. No entanto, a perfeita caracterização destes elementos foi feita através da associação com os resultados oriundos das demais pesquisas que foram realizadas em conjunto, a saber: pesquisa domiciliar com base nos Boletins de Ocorrência de Acidentes de Trânsito (BO’s); pesquisas para levantamento dos custos de resgate, tratamento médico - hospitalar e reabilitação; levantamentos para identificação dos custos judiciais dos acidentes, dos custos de remoção dos veículos, dos danos à sinalização de trânsito e equipamentos urbanos; e levantamentos dos custos de atendimento policial e congestionamentos associados a acidentes de trânsito. 2.4 Estimativa do custo com acidentes para um dado veículo Os valores amostrais fornecem as estimativas pontuais e por intervalo das médias do custo de acidentes por veículo, segundo procedimentos estatísticos apropriados. Os dados relacionados ao custo dos acidentes, obtidos através das pesquisas mencionadas na seção 2.3.3, dizem respeito aos seguintes componentes: a) custos diretos: envolvem os custos médico-hospitalares, resgate de vítimas, danos a veículos, a equipamentos urbanos, a sinalização e a propriedade de terceiros, remoção de veículos, atendimento policial, processos judiciais, congestionamento e custos previdenciários; b) custos indiretos: referem-se à perda de produção decorrente dos acidentes de trânsito. Na determinação dos custos totais associados a cada acidente de cada veículo da amostra, cada um desses componentes individuais é avaliado separadamente e de forma independente. O custo total é, então, obtido pela soma simples dos valores correspondentes a cada componente. O Custo Humano, considerado em alguns estudos, refere-se ao valor que as pessoas estão dispostas a pagar para reduzir o risco de ocorrência de acidentes de trânsito. 2.5 Estimativa do custo com acidentes para as aglomerações urbanas analisadas A partir dos custos individuais por componente é calculado, para cada amostra, os custos médios amostrais por componente de custo e por tipo de veículo acidentado. Estes custos médios são usados para estimar o custo por componente na população alvo da qual foi extraída a amostra. Esta estimativa é feita através da seguinte expressão: Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
17
onde: CAUcomponente = custo expandido para todo o universo da aglomeração urbana considerada (AU) para um determinado componente do custo com acidentes; Nmotos = frota de motos da aglomeração urbana (número de veículos); Cmotos = custo amostral médio durante o ano de 2001, por moto acidentada; Pmotos = fração amostral de motos acidentadas.
Os demais termos da equação têm o mesmo significado apresentado para o caso das motos, com relação, respectivamente, aos automóveis (autos) e aos utilitários leves (util.). Assim, o custo global para cada aglomeração estudada, associado à respectiva frota leve (motos, autos e utilitários leves), é calculado pela expressão:
Os 16 componentes de custo considerados são: perda de produção; danos a veículos; médico– hospitalar; processos judiciais; congestionamentos; previdenciários; resgate de vítimas; reabilitação; remoção de veículos; danos a equipamento urbano; outro meio de transporte; danos à sinalização de trânsito; atendimento policial; agentes de trânsito; danos a propriedades de terceiros; e impacto familiar. Para permitir a futura expansão dos dados para as demais aglomerações urbanas brasileiras, para cada uma das aglomerações estudadas foram determinados, também, o custo de cada componente por unidade de veículo da frota leve (auto, automóvel e utilitário leve). O custo total para cada aglomeração urbana analisada é, então, obtido pela soma dos custos por componentes estimados, corrigido por um fator que reflete o custo de acidentes com ônibus e caminhões. Estes dois últimos tipos de veículos não foram incluídos na pesquisa realizada com base no RENAVAM, sendo objeto de levantamentos específicos. O custo médio de acidentes de trânsito por ônibus e por componente foi obtido para a Aglomeração Urbana de São Paulo, através de um levantamento efetuado junto a duas empresas de ônibus que operam na aglomeração. Este custo médio foi expandido para toda a frota de ônibus da aglomeração urbana através do produto do custo médio por veículo pelo número total de veículos da frota de ônibus urbana e metropolitana. Procedimento análogo foi realizado para a estimativa do custo associado aos acidentes de trânsito envolvendo caminhões. A diferença é que a pesquisa, realizada na aglomeração urbana em locais com grande concentração de caminhões, permitiu a estimativa do custo por componente por caminhão acidentado. Desta forma, o custo total de acidentes com caminhões na Aglomeração Urbana de S.Paulo, para cada componente de custo, foi obtido pelo produto do custo médio obtido por componente pelo número de caminhões envolvidos em acidentes, obtido do cadastro de acidentes da CET-SP. O custo total estimado para acidentes com ônibus e caminhões para a Aglomeração Urbana de São Paulo foi, então, relacionado ao custo total estimado para as motos, automóveis e utilitários leves. Chamando estes três tipos de veículos de frota leve, foi obtido para a aglomeração urbana a seguinte relação:
18
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
A relação obtida para a Aglomeração Urbana de São Paulo foi adotada para as demais aglomerações urbanas analisadas. Assim, para cada uma destas aglomerações o custo total é definido pela expressão:
Na Aglomeração Urbana de São Paulo foi realizada, também, uma pesquisa com pedestres e ciclistas relacionada a acidentes ocorridos sem o envolvimento de veículos. Esta pesquisa permitiu a identificação da taxa de ocorrência deste tipo de acidente e os custos médios amostrais por vítima. A expansão dos valores dos componentes de custos foi feita pela população urbana da aglomeração. Adicionalmente, realizou-se na Aglomeração Urbana de São Paulo uma pesquisa exploratória sobre a Disposição Individual a Pagar para a Redução do Risco de Acidentes de Trânsito, visando estimar o Custo Humano. Este relatório não trata dessas duas pesquisas. 2.6 Expansão dos dados para o conjunto das aglomerações urbanas Os resultados obtidos para as quatro aglomerações urbanas estudadas foram extrapolados para o conjunto das aglomerações urbanas que cada uma delas representa (ver Tabela 1.5). Isto é, o critério para extrapolação foi geográfico, associando-se as aglomerações das Regiões Norte e Centro-Oeste à Belém, da Região Nordeste à Recife, da Região Sudeste à São Paulo, e da Região Sul à Porto Alegre. Esta extrapolação foi baseada nos seguintes pressupostos: • as aglomerações urbanas pesquisadas refletem a realidade da região onde se localizam; • os custos totais por veículo na frota são uniformes por região geográfica; • os custos unitários relativos a cada um dos componentes de custo considerados são constantes por região; e • o índice de envolvimento da frota em acidentes é uniforme por região geográfica (acidentes totais e por tipo). Assim, para determinar os custos de acidentes para uma dada aglomeração urbana, por componente de custo, o custo unitário de acidentes para cada componente, determinado para a aglomeração estudada que representa a região geográfica onde se localiza a aglomeração urbana considerada, foi multiplicado pelo número de veículos da frota leve da aglomeração urbana. O custo total expandido para cada aglomeração urbana brasileira foi, então, obtido pela soma dos custos estimados por componente de custo, corrigida do fator determinado pela pesquisa na aglomeração urbana para incluir os custos dos acidentes com ônibus e caminhões. Na determinação do custo de cada aglomeração é necessário também levar em conta os acidentes envolvendo veículos com placa de fora da aglomeração. Para isso, realizou-se levantamentos específicos em S. Paulo e Porto Alegre para identificar a participação desses veículos no total de acidentes de trânsito. Esta parcela foi contudo desconsiderada ao estimar-se o custo total para o conjunto das aglomerações urbanas. Na determinação dos custos das aglomerações urbanas de Belém, Recife e Porto Alegre, foram feitos ajustes com base na renda, para utilização de determinados parâmetros originados na pesquisa de S.Paulo ( custos médicos, por exemplo).
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
19
3 RESULTADOS RELACIONADOS ÀS AMOSTRAS PESQUISADAS 3.1 Resultados gerais sobre os acidentes Conforme anteriormente mencionado, pequenas perturbações no campo provocaram alterações na quantidade inicial dos tipos de veículos pesquisados. A Tabela 3.1 apresenta um comparativo entre o tamanho e composição inicialmente definidos para a amostra de cada aglomeração e o efetivamente utilizado no trabalho, a partir da utilização de veículos da amostra reserva. Verifica-se, através da referida tabela, que a composição das amostras iniciais ficou ligeiramente alterada, com um aumento da participação dos automóveis em detrimento, sobretudo, da participação dos utilitários leves. A participação das motos ficou praticamente inalterada. TABELA 3.1 Amostra utilizada para a pesquisa em cada aglomeração urbana analisada Aglomeração Belém Recife São Paulo Porto Alegre
Amostra
Motos
%
Automóveis leves
%
Utilitários
%
Total
%
Inicial
200
20,0
650
65,0
150
15,0
1000 100,0
Efetiva
199
19,1
712
68,3
132
12,6
1043 100,0
Inicial
200
20,0
650
65,0
150
15,0
1000 100,0
Efetiva
189
17,6
738
68,8
146
13,6
1073 100,0
Inicial
200
20,0
650
65,0
150
15,0
1000 100,0
Efetiva
198
19,8
695
69,4
108
10,8
1001 100,0
Inicial
200
20,0
650
65,0
150
15,0
1000 100,0
Efetiva
190
18,9
661
65,8
153
15,3
1004 100,0
A Tabela 3.2 contém um detalhamento das amostras efetivas, com a indicação da quantidade de veículos acidentados (com e sem vítimas) em cada amostra. Já a Tabela 3.3 apresenta a situação dos acidentes ocorridos, no que diz respeito à presença de vítimas e a ocorrência de óbitos. Estes dados servirão de suporte para as análises apresentadas no decorrer deste relatório. Uma análise geral da Tabela 3.2 permite observar que, dentre as aglomerações urbanas estudadas, Recife foi a que apresentou maior percentual de veículos da amostra envolvido em acidentes, em torno de 12,5 %, enquanto Porto Alegre apresentou o menor percentual, cerca de 1,9%. No entanto, os dados da Tabela 3.3 mostram que os acidentes de Recife são, comparativamente com os das demais aglomerações, os menos severos. O percentual de acidentes com feridos nessa cidade foi de 17,2 %, e não ocorreu nenhum acidente com morte envolvendo os veículos pesquisados. Já em Belém e São Paulo, os índices de acidentes com feridos foram, respectivamente, de 27,1 % e 23,8 %. São Paulo, ainda, foi a única aglomeração urbana onde um acidente com morte esteve associado aos veículos estudados. Um outro dado importante que pode ser extraído das tabelas diz respeito à maior suscetibilidade das motos a envolvimento em acidentes. Na Tabela 3.2 verifica-se que nas amostras de todas as aglomerações urbanas estudadas, as motos apresentaram o maior percentual de envolvimento em acidentes. Já a Tabela 3.3 mostra que este tipo de veículo foi também o que apresentou, dentre todos os tipos considerados, os maiores percentuais de acidentes com vítimas.
20
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
TABELA 3.2 Detalhamento das amostras efetivas de cada aglomeração urbana analisada Dados da Amostra
Motos
Belém
No.
%
No.
%
No.
%
sem acidentes
182
91,5
161
85,2
186
93,9
186
97,9
acidentados
17
8,5
28
14,8
12
6,1
04
2,1
199 100,0
189 100,0
198 100,0
190 100,0
sem acidentes
677
95,1
647
87,7
666
95,8
647
97,9
acidentados
35
4,9
91
12,3
29
4,2
14
2,1
sem acidentes acidentados total
Amostra total
Porto Alegre
%
total Utilitários leves
São Paulo
No.
total Automóveis
Recife
sem acidentes acidentados total
712 100,0
738 100,0
695 100,0
661 100,0
125
94,7
131
89,7
107
99,1
152
99,4
7
5,3
15
10,3
1
0,9
1
0,6
132 100,0
146 100,0
108 100,0
153 100,0
984
94,3
939
87,5
959
95,8
985
98,1
59
5,7
134
12,5
42
4,2
19
1,9
1043 100,0
1073 100,0
1001 100,0
1004 100,0
TABELA 3.3 Veículos envolvidos em acidentes, segundo a severidade , para as amostras consideradas Dados da Amostra
Motos acidentadas
Automóveis acidentados
Belém
Recife
Porto Alegre
No.
%
No.
%
No.
%
No.
%
Sem vítimas
3
17,6
11
39,3
3
25,0
1
25,0
82,4
17
60,7
9
75,0
3
75,0
Com feridos
14
Com mortes total
0 0,0 17 100,0
0 0,0 28 100,0
0 0,0 12 100,0
Sem vítimas
33
85
27
94,3
93,4
93,2
0 0,0 4 100,0 13
92,9
Com feridos
2
5,7
6
6,6
1
3,4
1
7,1
Com mortes
0
0,0
0
0,0
1
3,4
0
0,0
total
35 100,0
91 100,0
29 100,0
14 100,0
15 100,0
1 100,0
1 100,0
0
0,0
0
0,0
0
0,0
0
0,0
Utilitários
Sem vítimas
7 100,0
leves
Com feridos
0
0,0
acidentados
Com mortes
0
0,0
total Total de
São Paulo
7 100,0
0
0,0
0
0,0
15 100,0
1 100,0
1 100,0
Sem vítimas
43
72,9
111
82,8
31
73,8
15
78,9
veículos
Com feridos
16
27,1
23
17,2
10
23,8
4
21,1
acidentados
Com mortes
0
0,0
0
0,0
1
2,4
0
0,0
da amostra
total
59 100,0
134 100,0
42 100,00
19 100,0
3.2 Características dos condutores principais dos veículos Nesta seção são apresentados os principais resultados da pesquisa relacionados aos condutores dos veículos. Características tais como sexo, idade, instrução, tempo de habilitação e renda dos motoristas principais dos veículos estudados, bem como dos motoristas não principais envolvidos em acidentes, são apresentadas para as quatro aglomerações urbanas consideradas. 3.2.1 Sexo dos condutores envolvidos em acidentes Para poder analisar os resultados relacionados à participação dos condutores homens e mulheres nas ocorrências de acidentes, é necessário, inicialmente, observar a composição da amostra com relação a esse quesito. Assim, verificando os dados apresentados na Tabela 3.4 em conjunto com os mostrados na Tabela 3.5, verifica-se que nas amostras pesquisadas em Belém e São Paulo os condutores homens
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
21
se envolvem em acidentes mais do que as mulheres, ocorrendo o inverso em Recife e Porto Alegre. Isto é, o percentual de homens envolvidos em acidentes em Belém e São Paulo é superior a percentagem de condutores principais masculinos nas amostras analisadas nas duas cidades. A rigor, esta análise está assumindo que todos os motoristas envolvidos em acidentes são motoristas principais. Na verdade, em alguns acidentes, o condutor na hora da ocorrência não era o motorista principal do veículo. No entanto, o número de casos em que isto ocorreu é bastante reduzido, não afetando os resultados da análise. A Figura 3.1 ilustra a diferença entre as percentagens de cada sexo na amostra e nas ocorrências de acidentes para cada aglomeração urbana estudada. TABELA 3.4 Composição da amostra com relação ao sexo do condutor principal Sexo do condutor principal
Belém
Recife
São Paulo
Porto Alegre
No.
%
No.
%
No.
%
No.
%
Masculino
804
77,1
823
76,7
743
74,2
767
76,4
Feminino
226
21,7
233
21,7
258
25,8
232
23,1
NR (o entrevistado não respondeu) Total
13 1,2 1043 100,0
17 1,6 1073 100,0
1001 100,0
5 0,5 1004 100,0
TABELA 3.5 Sexo dos condutores envolvidos em acidentes por aglomeração estudada Aglom. urbana
Sexo
Acidentes sem vítima Motos
Belém
Recife
São Paulo
Porto Alegre
Auto
Acidentes com vítima
Utilitários
No.
%
No.
%
Masc.
3
100
27
Fem.
0
0
6
Total
3
100
33
Masc.
10
90,9
54
Fem.
1
9,1
29
No.
Motos
%
No.
%
81,8
5 71,4
14
18,2
2 28,6
0
100
7
100
14
63,5
13 86,7
34,1
2 13,3
Auto No.
Total
Utilitários %
No.
%
No.
%
100
1 50,0
0
0
50
84,7
0
1 50,0
0
0
9
15,3
100
2
100
0
0
59
100
17
100
3
50
0
0
97
72,4
0
0
3
50
0
0
35
26,1
NR
-
-
2
2,4
-
-
-
-
-
-
-
-
2
1,5
Total
11
100
85
100
15
100
17
100
6
100
0
0
134
100
Masc.
3
100
22
81,5
1
100
8 88,9
2
100
0
0
36
85,7
1 11,1
0
0
0
0
6
14,3
9
100
2
100
0
0
42
100
Fem.
0
0
5
18,5
0
0
Total
3
100
27
100
1
100
Masc.
0
0
6
46,2
0
0
3
100
1
100
0
0
10
52,6
Fem.
1
100
7
53,8
1
100
0
0
0
0
0
0
9
47,4
Total
1
100
13
100
1
100
3
100
1
100
0
0
19
100
Nota: NR – o entrevistado não respondeu.
22
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
FIGURA 3.1 Sexo dos condutores envolvidos em acidentes
3.2.2 Idade dos condutores Também para efeito da análise do impacto da idade sobre o envolvimento em acidentes, a idade dos condutores envolvidos em acidentes é analisada a partir da idade dos condutores principais dos veículos integrantes de cada amostra (ver Tabela 3.6). TABELA 3.6 Composição da amostra com relação à idade do condutor principal Idade do condutor principal
Belém
Recife
São Paulo
Porto Alegre
Média
CV
Média
CV
Média
CV
Média
CV
(anos)
(%)
(anos)
(%)
(anos)
(%)
(anos)
(%)
Envolvido em acidentes
36,5
28,5
33,4
31,4
33,8
34,3
36,5
29,6
Não envolvido em acidentes
41,4
29,2
40,8
33,3
40,0
33,0
42,8
30,6
Todos os condutores da amostra
41,1
29,4
39,5
33,7
39,8
33,2
42,7
30,7
Os dados da Tabela 3.6 revelam que, para todas as amostras, a idade média dos condutores envolvidos em acidentes é inferior a dos não envolvidos. Esta diferença varia de 4,9 anos, observada em Belém, a 7,4 anos, verificada em Recife. Destaca-se, também, que a idade média dos condutores totais da amostra é mais baixa em Recife (39,5 anos) e mais alta em Porto Alegre (42,7 anos). O coeficiente de variação das idades de todas as categorias de condutores, que expressa a relação entre o desvio-padrão e a respectiva média amostral, indica que a variabilidade da idade dos condutores entrevistados é alta, entre 28,5 % e 34,3 %. A Figura 3.1 ajuda a visualizar melhor a questão das diferenças entre as idades médias dos condutores principais nas aglomerações urbanas consideradas.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
23
FIGURA 3.2 Idade média dos condutores principais nas amostras analisadas
3.2.3 Nível de instrução dos condutores envolvidos em acidentes Os condutores envolvidos em acidentes, com e sem vítimas, foram entrevistados com relação ao respectivo nível de instrução, sendo agrupados nas seguintes categorias: 1o grau incompleto, 1o grau, 2o grau incompleto, 2o grau, superior incompleto e superior. Os valores apresentados na Tabela 3.7 dizem respeito às percentagens dos motoristas que se encontram em cada categoria, calculadas em função dos motoristas que responderam à questão relativa ao nível de instrução. Isto é, nem todos os motoristas envolvidos em acidentes foram considerados. Em Belém, dos 59 motoristas envolvidos em acidentes, 5 não responderam à questão; em Recife foram 3 dos 134 envolvidos em acidentes; em São Paulo 2 de 42 e em Porto Alegre somente 1 dos 19 motoristas envolvidos em acidentes não respondeu à questão sobre o nível de instrução. TABELA 3.7 Nível de instrução dos condutores envolvidos em acidentes (%) Nível de instrução
1º grau incompleto 1º grau 2º grau incompleto 2º grau Superior incompleto Superior Total (%)
Belém c/vit.
s/vit.
— 25,0
Recife
São Paulo
Porto Alegre
Total
c/vit.
s/vit.
Total
c/vit.
s/vit.
Total
c/vit. s/vit. Total
4,8
3,7
8,7
5,5
6,0
22,2
12,9
15,0
—
13,3
11,1
9,5
13,0
4,4
8,2
7,5
—
9,7
7,5
33,3
6,7
11,1
8,3
—
1,9
13,0
2,7
4,5
—
—
—
66,7
6,7
16,7
33,3
42,9
40,7
39,1
37,3
37,6
44,4
29,0
32,5
—
26,7
22,2
8,4
9,5
9,3
8,7
13,6
12,8
11,2
6,5
7,5
—
6,7
5,6
25,0
33,3
31,5
26,1
32,7
31,6
22,2
41,9
37,5
—
40,0
33,3
100,0 100,0 100,0
100,0 100,0 100,0
100,0 100,0 100,0
100,0 100,0 100,0
Em todos os tipos de acidentes, observa-se que para as amostras de Belém e Recife o nível de instrução predominante entre os motoristas envolvidos em acidentes é o segundo grau, seguido do nível superior. Se os acidentes forem analisados quanto à severidade (com vítima e sem vítima), verifica-se que a mesma observação é válida. Já para as cidades de São Paulo e Porto Alegre, embora estas duas categorias também sejam as que mais estão envolvidas em acidentes, a predominância ocorre para o nível superior. O gráfico mostrado na Figura 3.3 auxilia a visualização desta situação. Em São Paulo, ao se analisar a questão do nível de instrução versus a severidade do acidente, a observação feita para os 24
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
acidentes em conjunto se inverte. Isto é, dentre os acidentes com vítimas, a percentagem de condutores com segundo grau supera a dos condutores com nível superior. FIGURA 3.3 Nível de instrução dos condutores envolvidos em acidentes
3.2.4 Renda dos condutores envolvidos em acidentes A exemplo do que ocorreu com a questão relacionada ao nível de instrução, vários motoristas envolvidos em acidentes não prestaram a informação relacionada à sua renda. Assim, os dados apresentados na Tabela 3.8 relacionam-se somente a alguns dos condutores das amostras que se envolveram em acidentes. A relação entre o número dos que não responderam e o número total de condutores envolvidos em acidentes foi de 18 para 59 em Belém, de 22 para 134 em Recife, e de 16 para 42 em São Paulo. Os 19 motoristas envolvidos em acidentes em Porto Alegre informaram a sua renda. Os dados apresentados na Tabela 3.8 referem-se às percentagens de motoristas em cada faixa de renda, por severidade do acidente (acidente com vítima e acidente sem vítima). Para Porto Alegre, como o número de acidentes com vítima foi de somente 4 num total de 19 acidentes, a desagregação da faixa de renda por severidade do acidente não é apresentada. TABELA 3.8 Faixa de renda dos condutores envolvidos em acidentes (%) Faixa de renda (R$)
Belém
Recife
São Paulo
Porto Alegre
c/vit.
s/vit.
Total
c/vit.
s/vit.
Total
c/vit.
s/vit.
Total
Não tem Até 499
— 15,4
— 14,3
— 14,7
— 35,0
1,1 19,5
0,9 22,3
— 14,3
5,3 5,3
3,9 7,7
— —
— —
— —
De 500 até 999
38,4
21,4
26,8
25,0
31,5
30,4
14,3
21,0
19,2
—
—
26,4
De 1000 até 2499
23,1
35,7
31,7
15,0
28,3
25,9
28,6
36,8
34,6
—
—
36,8
De 2500 até 4999
23,1
28,6
26,8
25,0
18,5
19,6
28,5
10,6
15,4
—
—
36,8
—
—
—
—
1,1
0,9
14,3
21,0
19,2
—
—
—
100,0 100,0 100,0
—
— 100,0
Mais de 5000 Total (%)
100,0 100,0 100,0
100,0 100,0 100,0
c/vit. s/vit. Total
Com os dados da Tabela 3.8 verifica-se, com relação ao total de motoristas envolvidos em acidentes, que a faixa de renda onde o maior percentual se encontra varia entre as cidades. Para o
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
25
caso de Belém e São Paulo esta faixa é a de R$1000 a R$2499; para Recife é a de R$500 a R$999; e para Porto Alegre duas faixas de renda concentram os maiores e iguais percentuais de motoristas envolvidos em acidentes, que são as faixas de R$1000 a R$2499 e de R$2500 a R$4999. Para o caso dos acidentes com vítimas, as faixas variam bastante entre as cidades e não se pode observar resultados semelhantes entre nenhuma delas. No caso dos acidentes sem vítimas, os resultados se assemelham aos apresentados para o caso do total de acidentes. A Figura 3.4 ilustra os percentuais de condutores envolvidos no total de acidentes em cada faixa de renda. FIGURA 3.4 Faixa de renda dos condutores envolvidos em acidentes – R$
3.2.5 Tempo de habilitação dos condutores envolvidos em acidentes A tabela 3.9 mostra a distribuição dos motoristas principais por tempo de habilitação; apresenta as percentagens dos motoristas acidentados e de todos os motoristas da amostra (coluna “Total”). A Tabela 3.10 apresenta os tempos de habilitação médios dos condutores principais envolvidos em acidentes, não envolvidos e totais para cada aglomeração. Cabe destacar que nem todos os condutores principais das amostras consideradas revelaram o seu tempo de habilitação. Assim, as percentagens e as idades médias mostradas nas tabelas referem-se somente à parcela que prestou a informação. TABELA 3.9 Tempo de habilitação dos condutores principais (%) Faixa de tempo
Até 1 ano
Belém
Recife
Acidentados
Total
São Paulo
Acidentados
Total
Porto Alegre
Acidentados
Total
Acidentados
Total
5,4
2,6
1,5
2,4
5,2
2,7
10,5
2,4
De 1 a 3 anos
12,5
8,7
11,5
6,3
12,8
6,8
0
6,4
De 3 a 6 anos
26,8
16,3
13,8
11,4
20,5
12,0
15,8
8,2
De 6 a 10 anos
12,5
17,8
23,2
19,5
12,8
13,5
21,1
11,9
Mais de 10 anos
42,8
54,6
50,0
60,4
48,7
65,0
52,6
71,0
100,0 100,0
100,0
100,0
Total (%)
26
100,0 100,0
100,0 100,0
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
Os dados da Tabela 3.9 revelam, para todas as aglomerações estudadas, uma queda na proporção dos condutores envolvidos em acidentes para os que possuem mais de 10 anos de habilitação, quando comparada à proporção destes condutores no total da amostra. Este resultado sugere a importância da experiência do condutor como um elemento redutor do risco de acidentes. TABELA 3.10 Tempo médio de habilitação dos condutores principais (anos) Belém Condutores acidentados
Recife
São Paulo
Porto Alegre
8,0
14,0
11,9
14,0
Condutores não acidentados
13,0
17,3
17,7
19,4
Todos os condutores
12,0
16,9
17,4
19,3
Os dados da Tabela 3.10 mostram que a diferença do tempo médio de habilitação entre os condutores principais acidentados e os não envolvidos em acidentes varia de 3,3 anos (Recife) a 5,8 anos (São Paulo). A Figura 3.5 auxilia na observação desta diferença e permite, também, que se observe que o tempo médio de habilitação de todos os condutores varia bastante entre as amostras. FIGURA 3.5 Tempo médio de habilitação dos condutores principais
3.3 Características dos veículos Os principais resultados da pesquisa relacionados aos veículos são apresentados nesta seção. Assim, para as amostras das quatro aglomerações urbanas consideradas, são analisados: o envolvimento dos veículos da amostra em acidentes com e sem vítimas; a idade média dos veículos; a quilometragem percorrida em 2001; e a quilometragem total percorrida. 3.3.1 Envolvimento dos diferentes tipos de veículos da amostra em acidentes A participação total dos três tipos de veículos nas amostras relativas a cada aglomeração urbana considerada variou um pouco. Porém, no que diz respeito ao grupo de veículos de cada amostra envolvido em acidentes, a variação desta participação foi bem mais acentuada. A Tabela 3.11 apresenta os dados
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
27
que mostram estas variações. Com a tabela verifica-se que, em todas as aglomerações, a participação das motos no grupo envolvido em acidentes é sempre superior à sua participação na amostra total, enquanto que para os utilitários leves a situação se inverte. Assim, é possível verificar que as motos foram o tipo de veículo da amostra mais suscetível a acidentes, enquanto que o tipo utilitário foi o de operação mais segura. TABELA 3.11 Tipo de veículo na amostra e no grupo envolvido em acidentes Tipo de veículo
Belém
Automóvel Amostra
Moto
Total
Utilitário Total
Recife
São Paulo
Porto Alegre
No.
%
No.
%
No.
%
No.
%
712
68,3
738
68,8
695
69,4
661
65,8
199
19,1
189
17,6
198
19,8
190
18,9
108 10,8 1001 100,0
153 1004
15,3 100,0
132 12,6 1043 100,0
146 13,6 1073 100,0
Automóvel
35
59,3
91
67,9
29
69,0
14
73,7
Moto
17
28,8
28
20,9
12
28,6
4
21,1
Utilitário
7
11,9
15
11,2
1
2,4
1
5,2
42 100,0
19
100,0
Grupo envolvido em acidentes
Total
59 100,0
134 100,0
Com a Tabela 3.12 é possível visualizar o envolvimento dos diferentes tipos de veículos em acidentes com vítimas e sem vítimas, em comparação com a participação geral no grupo envolvido em acidentes. Novamente as motos se destacam como o tipo mais inseguro de veículo, com uma participação superior a 73% nos acidentes com vítima observados para todas as amostras; os utilitários não apresentaram acidentes com vítima. A Figura 3.6 ilustra a análise feita a respeito do envolvimento das motos em acidentes. TABELA 3.12 Envolvimento em acidente por tipo de veículo Tipo de veículo
Acidente com vítima
Belém
Automóvel Moto Utilitário Total
Acidente sem vítima
em acidentes
Porto Alegre
No.
%
No.
%
No.
%
No.
%
2 14
12,5 87,5
6 17
26,1 73,9
2 9
18,2 81,8
1 3
25,0 75,0
0
0,0
0
0,0
0
16 100,0
0,0
0
0,0
23 100,0
11 100,0
4
100,0
33
76,7
85
76,6
27
87,1
13
86,7
Moto
3
7,0
11
9,9
3
9,7
1
6,7
Utilitário
7
16,3
15
13,5
1
3,2
1
6,7
31 100,0
15
100,0
Automóvel
35
59,3
91
67,9
29
69,0
14
73,7
Moto
17
28,8
28
20,9
12
28,6
4
21,1
Utilitário
7
11,9
15
11,2
1
2,4
1
5,2
42 100,0
19
100,0
Total
28
São Paulo
Automóvel
Total Grupo envolvido
Recife
43 100,0
59 100,0
111 100,0
134 100,0
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
FIGURA 3.6 Participação das motos nos acidentes das amostras consideradas
3.3.2 Idade média dos veículos e envolvimento em acidentes Na Tabela 3.13 é possível verificar que a idade média dos veículos das amostras consideradas não variou muito entre si, e que a dispersão das idades dos veículos é alta em todos os casos. Os dados originais sobre o ano de fabricação dos veículos, para todas as amostras, mostrou que a maioria dos veículos estudados tinha, no ano da pesquisa, idade inferior a 5 anos. Os dados também não permitem qualquer análise sobre o impacto da idade do veículo no envolvimento em acidentes. TABELA 3.13 Idade média do veículo Tipo de veículo
Belém
Recife
Idade desvio média padrão Automóvel Acidentado
Não acidentado Amostra total
4,0
2,7
São Paulo
Idade desvio média padrão 4,0
2,6
Porto Alegre
Idade desvio média padrão 3,9
2,3
Idade desvio média padrão 4,6
2,2
Moto
1,0
1,9
2,1
2,1
4,3
3,6
3,2
3,2
Utilitário
6,0
3,5
3,5
2,4
5,0
—
2,0
—-
Geral
3,0
2,8
3,5
2,6
4,1
2,7
4,2
2,4
Automóvel
4,0
2,9
4,0
2,9
4,6
3,3
4,4
3,0
Moto
2,0
2,1
2,1
2,2
3,5
2,9
3,4
2,9
Utilitário
4,0
3,9
5,0
4,0
5,9
5,3
4,6
3,0
Geral
3,0
3,0
3,8
3,1
3,9
2,7
4,2
3,0
Todos os tipos
3,0
3,0
3,8
3,0
4,5
3,6
4,2
3,0
3.3.3 Quilometragem percorrida em 2001 É importante destacar que muitos dos entrevistados tiveram dificuldade em informar o número de quilômetros rodados pelo seu veículo em 2001. No caso da aglomeração urbana de São Paulo, somente 249 dos 1001 entrevistados, em torno de 24,9%, conseguiram dar esta informação. Em Porto Alegre este percentual foi bem superior, na ordem de 56,7%; em Recife e Belém esta informação foi dada, respectivamente, por 46,6% e 7,6% dos entrevistados. Assim, destaca-se que os dados apresentados na Tabela 3.14 não dizem respeito, efetivamente, a todos os veículos incluídos na amostra. No entanto, é possível verificar que a média de quilômetros rodados em 2001 pelos veículos acidenImpactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
29
tados foi superior a média geral da amostra, e que, em todas as situações consideradas, a variabilidade da quilometragem percorrida pelos veículos é muito grande (os desvios padrões são muito elevados em comparação com as respectivas médias). TABELA 3.14 Quilometragem percorrida em 2001 Tipo de veículo
Acidentado
Belém
São Paulo
Desvio padrão
Média
Desvio padrão
Automóvel
ND
ND
20.592,0
25.644,0
Moto
ND
ND
13.536,0
9.094,5
ND
ND
23.833,0
21.208,0
20.000,0
10.997,5 15.343,5
18.947,0
37.194,0
17.132,0 23.414,9
Automóvel
Média
Porto Alegre
Média
Utilitário Amostra total
Recife
Desvio padrão
Média
Desvio padrão
21.454,6 13.117,6
16.300,0
7.741,4
28.000,0 32.526,9
13.666,7 12.503,3
ND
*
*
11.870,0 13.087,8
Moto
1.577,8
1.524,6
13.892,0
25.874,0
16.967,2 23.391,1
10.147,8
Utilitário
8.745,5
7.919,1
18.263,0
13.207,0
19.139,1 18.818,4
19.740,9 15.692,5
7.518,3
ND – Não disponível (somente um entrevistado deu a informação). * – A amostra continha somente um utilitário acidentado.
3.3.4 Quilometragem total percorrida Embora nem todos os usuários soubessem informar a quilometragem total percorrida pelo seu veículo, a percentagem dos que responderam foi, em geral, superior a dos que informaram a quilometragem percorrida em 2001. Em Belém a percentagem de respondentes foi de 63,5%; em Porto Alegre, de 87,3%; em Recife, de 51,4%; e em São Paulo a percentagem foi igual a 33,6%. A Tabela 3.15 apresenta um resumo do total de quilômetros rodados informados pelos respondentes, em cada aglomeração urbana considerada. Na Figura 3.7 é possível verificar que os veículos com quilometragem total inferior a 10.000 quilômetros tiveram uma participação menor no grupo de veículos envolvidos em acidentes do que na amostra considerada. Isto é, envolveram-se menos em acidentes do que os veículos mais rodados. Um outro ponto que a figura ilustra é que os veículos com quilometragem rodada superior a 100.000 quilômetros envolveram-se em acidentes em proporção superior a de sua participação na amostra, exceto no caso de Belém onde as duas proporções foram idênticas. TABELA 3.15 Quilometragem total percorrida Aglomeração
Total de Km
Belém
Total na amostra Autos
Motos
Util.
Envolvidos em acidentes Total
Autos
Motos
rodados No.
%
No.
%
No.
%
No.
%
No.
%
No.
Até 10.000 146
34
56
53
16
22
218
36
10
40
3
25
10.000 a 50.000 217
Util.
% No.
Total %
No.
%
0
0
13 32 24 59
51
44
42
39
55
300
50
12
48
8
67
4
100
50.000 a 100.000
51
12
5
5
14
20
70
12
2
8
1
8
0
0
3
7
Acima de 100.000
13
3
0
0
2
3
15
2
1
4
0
0
0
0
1
2
12 100
4
100
Sub-total 427 100
105 100
71 100
603 100
25 100
NR
440
Total
1043
59
NR (%)
42,2
30,5
41 100
18
(continua)
30
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
(continuação) Aglomeração
Recife
Total
Total na amostra
Envolvidos em acidentes
de Km Autos rodados No. %
Motos No. %
Util. No. %
Total No. %
Autos No. %
Até 10.000 122 30 10.000 a 50.000 190 47 50.000 a 100.000 68 17 Acima de 100.000 24 6 Sub-total 404 100
31 40 36 47 9 12 1 1 77 100
15 21 39 55 11 15 6 9 71 100
168 30 265 48 88 16 31 6 552 100
9 18 25 49 12 24 5 9 51 100
NR Total NR (%)
521 1073 48,6
São Paulo Até 10.000 47 19 10.000 a 50.000 123 50 50.000 a 100.000 67 27 Acima de 100.000 11 4 Sub-total 248 100 NR Total NR (%) Porto Alegre Até 10.000 10.000 a 50.000 50.000 a 100.000 Acima de 100.000 Sub-total
24 48 19 38 6 12 1 2 50 100
NR Total NR (%)
28 16 92 54 42 25 8 5 170 100
6 43 7 50 0 0 1 7 14 100
Total No. %
1 6 1 1 9
11 67 11 11 100
16 38 13 7 74
22 51 18 9 100
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0
3 8 6 1 18
17 44 33 6 100
0 1 0 0 1
0 100 0 0 100
1 12 3 3 19
5 63 16 16 100
60 134 44,8 5 13 12 32 15 39 6 16 38 100
76 23 154 46 88 26 18 5 336 100
2 13 7 47 5 33 1 7 15 100
665 1001 66,4 100 16 384 61 105 17 37 6 626 100
Motos Util. No. % No. %
1 33 1 33 1 34 0 0 3 100 24 42 57,1
8 6 70 49 39 27 27 18 144 100
136 14 546 58 186 20 72 8 940 100
1 7 8 57 2 14 3 22 14 100
0 0 3 75 1 25 0 0 4 100
64 1004 6,4
0 19 0
NR – o entrevistado não respondeu.
FIGURA 3.7 Quilometragem total percorrida pelos veículos das amostras
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
31
3.4 Características dos acidentes Esta seção apresenta alguns dos resultados da pesquisa relacionados diretamente aos acidentes e que não foram discutidos nas seções anteriores. Para as amostras das quatro aglomerações urbanas consideradas, serão analisados: as características gerais das ocorrências; o registro e atendimento das ocorrências pela polícia ou órgão de trânsito; e as características das vítimas dos acidentes. Também serão apresentadas as condições gerais dos veículos das amostras no que diz respeito à aparência externa, parte mecânica e parte elétrica. 3.4.1 Características gerais dos acidentes Além dos elementos discutidos nas seções anteriores, a perfeita compreensão das ocorrências de acidentes requer observações adicionais, como por exemplo, a natureza do acidente. Os dados apresentados na Tabela 3.16 mostram que grande parte dos acidentes ocorreram em uma colisão lateral ou traseira. Em Belém, a proporção dos acidentes ocorridos desta forma correspondeu a aproximadamente 65% dos casos estudados; em Recife e Porto Alegre esta proporção foi de 67% e 69%, respectivamente; e em São Paulo foi em torno de 44%. TABELA 3.16 Natureza do acidente Natureza do acidente
Belém
Recife
Se m Com Total vítimas vítimas No. % No. % No. %
Se m vítimas No. %
Com vítimas No. %
São Paulo
Porto Alegre
Total
Se m Com Total vítimas vítimas No. % No. % No. % No. %
Colisão Lateral
16
40
8
53
24
43
43 39
10
43
53 40
10 32
0
10 24
5 33
2 50
Colisão Traseira
12
30
0
0
12
22
33 30
3
13
36 27
7 23
1 10
8 20
6 40
0
0
6 32
Colisão Frontal
6
15
0
0
6
11
12 11
4
18
16 12
6 19
1 10
7 17
4 27
0
0
4 21
Queda
0
0
0
0
0
0
0
0
4
18
4
3
0
0
4 40
4 10
0
0
1 25
1
Tombamento
1 2,5
2
13
3
5
1
1
0
0
1
1
1
3
2 20
3
8
0
0
0
0
0
0
Atropelamento
0
0
4
27
4
7
0
0
1
4
1
1
0
0
2 20
2
5
0
0
0
0
0
0
Colisão Transversal
1 2,5
0
0
1
2
7
6
1
4
8
6
2
7
0
0
2
5
0
0
1 25
1
5
Choque com obstáculo
2
5
0
0
2
4
7
7
0
0
7
5
1
3
0
0
1
2
0
0
0
0
0
0
Colisão
1 2,5
1
7
2
4
3
3
0
0
3
2
1
3
0
0
1
2
0
0
0
0
0
0
Engavetamento
1 2,5
0
0
1
2
2
2
0
0
2
2
1
3
0
0
1
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
0
1
1
2
7
0
0
2
5
0
0
0
0
0
0
Outro
0
Sub-total
0
40 100
15 100
55 100
109 100
23 100
132 100
31 100
0
Sem Com Total vítimas vítimas No. % No. % No. %
10 100
41 100
15 100
4 100
7 37
5
19 100
NR
3
1
4
2
0
2
0
1
1
0
0
0
Total
43
16
59
111
23
134
31
11
42
15
4
19
NR (%)
7,0
6,2
6,8
1,8
0
1,5
0
9,1
2,4
0
0
0
NR – o entrevistado não respondeu.
Além disso, a colisão lateral foi responsável pela maior proporção de acidentes com vítimas, com relação à participação dos outros tipos de acidentes, nas amostras das aglomerações urbanas de Belém, Recife e Porto Alegre. Em São Paulo, o tipo de acidente que se destaca na categoria de acidentes com vítimas é a queda. As Tabelas 3.17 e 3.18 resumem os dados relacionados à ação dos motoristas envolvidos nos acidentes com vítimas, e as Tabelas 3.19 e 3.20 aos envolvidos nos acidentes sem vítima. Nestas tabelas, o termo veículo condutor é usado para designar o veículo da amostra envolvido no acidente.
32
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
TABELA 3.17 Ação do motorista nos veículos envolvidos em acidentes com vítimas: Belém e Recife
Recife
Belém
Cruzando a via
Indo em frente
Virando à direita
Virando à esquerda
Parado / Curzamento
Estacionamento/Parando
Fazendo o retorno
Não foi veículo
Sem informação
Total
Indo em frente
Ultrapassando
Ação do outro veículo envolvido no acidente
Aglom. urbana
Ação do veículo condutor envolvido no acidente
2
3
2
0
1
0
0
0
5
0
13
Virando à direita
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
2
Virando à esquerda
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
Total
3
3
2
1
1
0
0
0
6
0
16
Indo em frente
1
0
6
0
2
0
3
0
6
1
19
Virando à direita
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
2
Parado/ Cruzamento
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
Fazendo retorno
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
Total
2
0
8
0
2
0
3
0
6
2
23
Nos dados de Belém e Recife chama a atenção o fato de que 37,5% (6 em 16) e 26,1% (6 em 23) dos acidentes, respectivamente, ocorreram somente com a participação do veículo condutor (não houve outro veículo envolvido no acidente). Entre os acidentes que envolveram dois veículos, a manobra mais observada do veículo condutor no momento do acidente com vítima foi “indo em frente”. TABELA 3.18 Ação do motorista nos veículos envolvidos em acidentes com vítimas: São Paulo e Porto Alegre
Indo em frente
Virando à direita
Virando à esquerda
Parado / Curzamento
Estacionamento/Parando
Fazendo o retorno
Não foi veículo
Sem informação
Total
Indo em frente
1
0
0
0
0
1
0
1
3
0
6
Virando à direita
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
3
Outra
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
1
Poerto Alegre
São Paulo
Aglom. urbana
Cruzando a via
Ação do outro veículo envolvido no acidente
Ultrapassando
Ação do veículo condutor envolvido no acidente
Sem informação
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
Total
1
0
0
0
0
2
0
1
6
1
11
Indo em frente
0
0
0
0
2
1
0
0
0
0
3
Virando à direita
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
Sem informação
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Total
0
0
1
0
2
1
0
0
0
0
4
A exemplo do que ocorreu em Belém e Porto Alegre, a proporção de acidentes que envolveu somente o veículo condutor em São Paulo foi alta na amostra, em torno de 54,5% dos acidentes com vítima.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
33
TABELA 3.19 Ação do motorista nos veículos envolvidos em acidentes sem vítimas: Belém e Recife
Contra-mão
Indo em frente
Fazendo retorno
Ultrapassando
Virando à direita
Virando à esquerda
Parado / Curzando
Estacionamento/Parando
Outra
Parado/ Cruzamento
Não foi veículo
Sem informação
Total
Indo em frente Virando à direita
1 0
1 0
11 0
0 0
0 0
2 2
5 0
4 0
0 0
1 0
0 0
1 1
0 0
26 3
Virando à esquerda
0
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
Aglom. urbana Belém Recife
Ação do outro veículo envolvido no acidente
Dando ré
Ação do veículo condutor envolvido no acidente
Estacionando/ Parando
0
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
Dando ré
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
Parado/Cruzamento
1
0
2
0
0
1
0
0
1
0
0
0
0
5
Parado/ Cruzando
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
Sem informação
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
2
3
Total
3
1
17
0
0
5
5
5
1
1
0
3
2
43
Indo em frente
1
0
25
4
8
2
2
4
3
0
1
11
1
62
Virando à direita
0
0
2
0
0
1
1
0
0
0
0
3
0
7
Virando à esquerda
0
0
2
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
3
Fazendo retorno
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
Parado/ Cruzamento
1
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
3
2
8
Dando ré
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
5
0
5
Estacionando/ Parando
2
0
11
1
2
0
1
0
0
0
0
0
1
18
Ultrapassando
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
1
0
2
Parado
2
0
3
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
7
Total
6
0
44
7
11
4
6
4
3
0
1
23
4
113
Obs.: Em Recife, o total observado foi 113 porque dois veículos apresentaram 2 ocorrências.
Tanto para a amostra de Belém quanto para a de Recife, as maiores proporções de acidentes sem vítima ocorreram quando os dois veículos estavam realizando movimento em frente (26% na amostra de Belém e 22% na de Recife). No caso de Recife, a proporção de acidentes sem vítima onde não é envolvido outro veículo também é alta (em torno de 20%).
34
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
TABELA 3.20 Ação do motorista nos veículos envolvidos em acidentes sem vítimas: São Paulo e Porto Alegre
Indo em frente
Fazendo retorno
Ultrapassando
Virando à direita
Virando à esquerda
Parado / Curzando
Estacionamento/Parando
Outra
Parado/ Cruzamento
Não foi veículo
Sem informação
Total
Indo em frente
1
0
8
0
2
1
3
0
3
2
2
1
1
24
Virando à esquerda
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
Dando ré
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
Parado/Cruzamento
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
Outra
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
Sem informação
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
2
Porto Alegre
São Paulo
Aglom. urbana
Contra-mão
Ação do outro veículo envolvido no acidente
Dando ré
Ação do veículo condutor envolvido no acidente
Total
2
0
10
0
2
1
4
0
3
2
2
2
3
31
Indo em frente
0
0
7
0
0
0
1
0
0
0
2
0
0
10
Virando à esquerda
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
Parado/ Cruzamento
0
0
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
2
Estacionando
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
Total
1
0
10
0
0
0
2
0
0
0
2
0
0
15
Nas amostras de São Paulo e Porto Alegre, também as maiores proporções de acidentes sem vítima ocorreram quando os dois veículos estavam realizando movimento em frente (em torno de 26% dos acidentes na amostra de São Paulo e de 47% na de Porto Alegre). Outro elemento importante na análise dos acidentes é variação temporal dos mesmos. Neste estudo, esta variação foi observada tanto com relação aos dias da semana quanto ao período do dia em que os acidentes ocorreram. A variação ao longo dos dias da semana é apresentada na Tabela 3.21, e a relacionada ao período do dia na Tabela 3.22. TABELA 3.21 Dias da semana em que ocorreram os acidentes Dia da semana
Belém Com vítima Total No. % No. %
Veículos envolvidos em acidentes Recife São Paulo Com vítima Total Com vítima Total No. % No. % No. % No. % 8
12,3
1
14,3
2 7,4
Porto Alegre Com vítima Total No. % No. %
Segunda
1
16,7
4
19
1
12,5
1
50
5 55,6
Terça
1
16,7
2
9,5
1
12,5
10
15,4
1
14,3
3 11,1
0
0
0
0
Quarta
1
16,7
2
9,5
0
0
11
16,9
2
28,6
3 11,1
0
0
0
0
Quinta
1
16,7
3 14,5
0
0
6
9,2
0
0
1 3,8
0
0
0
0
Sexta
2
33,2
4
19
1
12,5
9
13,8
1
14,3
6 22,2
0
0
2 22,2
Sábado
0
0
4
19
2
25
12
18,5
0
0
5 18,5
0
0
1 11,1
Domingo
0
0
2
9,5
3
37,5
9
13,8
2
28,5
7 25,9
1
50
1 11,1
Sub-total
6
100
21
100
8
100
65
100
7
100
27 100
2
100
9
100
NR
10
38
15
69
4
15
2
Total
16
59
23
134
11
42
4
19
62,5
64,4
65,2
51,5
36,4
35,7
50,0
52,6
NR (%)
10
NR – o entrevistado não respondeu
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
35
É importante destacar, em todas as amostras analisadas, o grande percentual de casos onde o entrevistado não conseguiu informar o dia da semana em que o acidente ocorreu. A partir das respostas obtidas, pode-se verificar que em Belém, o dia da semana onde ocorreu a maior proporção dos acidentes totais e com vítimas foi a sexta-feira. Em Porto Alegre esta situação ocorreu na segunda-feira. No caso de São Paulo, a maior proporção de acidentes totais ocorreu no domingo e, com vítima, na quarta e domingo. Em Recife, a maior proporção de acidentes totais ocorreu no sábado e, com vítimas, no domingo. A Figura 3.8 facilita a observação destes resultados. FIGURA 3.8 Dia da semana em que ocorreu o acidente
TABELA 3.22 Período do dia em que ocorreram os acidentes Período Belém Com vítima Total No. % No. %
Veículos envolvidos em acidentes Recife São Paulo Com vítima Total Com vítima Total No. % No. % No. % No. %
Porto Alegre Com vítima Total No. % No. %
Manhã
5
41,7
16
36,4
7
38,9
42
45,2
1
12,5
5 14,7
1
33,3
3
Tarde
6
50,0
18
40,9
7
38,9
34
36,6
4
50,0
14 41,2
0
0
7
41,2
Noite
1
8,3
8
18,2
2
11,1
11
11,8
1
12,5
12 35,3
1
33,3
5
29,4 11,8
Madrugada Sub-total
0
0
2
4,5
2
11,1
6
6,4
2
25,0
3
8,8
1
33,3
2
12
100
44
100
18
100
93
100
8
100
34
100
3
100
17
17,6
100
NR
4
15
5
41
3
8
1
2
Total
16
59
23
134
11
42
4
19
25,0
25,4
21,7
30,6
27,3
19,0
25,0
10,5
NR (%)
NR – o entrevistado não respondeu.
36
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
Embora o número de respostas para a questão do período em que os acidentes ocorreram tenha sido proporcionalmente maior do que o relacionado ao dia da semana, os resultados ainda devem ser considerados com cuidado. A partir das respostas recebidas, verifica-se que para Belém e Recife, os períodos da manhã e da tarde são os que concentram as maiores proporções de acidentes. Já para São Paulo e Porto Alegre esta situação ocorre nos períodos da tarde e da noite, sendo que nas amostras dessas aglomerações ocorreu uma significativa proporção dos acidentes com vítimas no período da madrugada. Através da Figura 3.9 estas considerações podem ser melhor verificadas. FIGURA 3.9 Período em que ocorreu o acidente
Uma outra característica que foi considerada no estudo, a respeito do momento em que ocorreram os acidentes, foi a condição do tempo no local. Na Tabela 3.23 os resultados obtidos nas quatro amostras analisadas são apresentados. TABELA 3.23 Característica do tempo no momento do acidente Tempo Belém Com vítima Total No. % No. % Seco
Veículos envolvidos em acidentes Recife São Paulo Com vítima Total Com vítima Total No. % No. % No. % No. %
Porto Alegre Com vítima Total No. % No. %
14
93,3
46
85,2
17
73,8
105
79,5
9
90,0
28 71,8
4
100
17
89,4
Chuvoso
1
6,7
7
13,0
3
13,1
17
12,9
1
10,0
7 17,9
0
0
1
5,3
Nublado
0
0
1
1,8
3
13,1
10
7,6
0
0
4 10,3
0
0
1
5,3
Sub-total
15
100
54
100
23
100
132
100
10
100
4
100
19
100
NR
1
5
0
2
1
39
100 3
0
0
Total
16
59
23
134
11
42
4
19
NR (%)
6,2
8,5
0
1,5
9,1
7,1
0
0
NR – o entrevistado não respondeu.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
37
Com relação à característica do tempo no momento do acidente, observa-se que a proporção dos entrevistados que conseguiu descreve-la foi alta. Em todas as amostras verifica-se que a maior proporção dos acidentes ocorreu sob tempo seco, tanto no que diz respeito ao total de acidentes quanto aos acidentes com vítimas. A segunda condição mais desfavorável foi a de tempo chuvoso. Este resultado pode ser atribuído ao fato de que sob chuva, o motorista fica mais preocupado com a questão da segurança e, portanto, dirige com mais cuidado do que quando as condições do tempo não lhe impõem qualquer restrição ao ato de dirigir. 3.4.2 Registro e atendimento das ocorrências Os tempos gastos nas solicitações de boletim de ocorrência, para cada uma das amostras estudadas, são apresentados nas Figuras 3.10 a 3.13. Através delas é possível verificar estes tempos para o caso dos acidentes sem vítimas, com vítimas e total de acidentes. FIGURA 3.10 Tempo gasto nas solicitações de boletim de ocorrência em Belém
Na amostra da Aglomeração Urbana de Belém verifica-se que, em termos dos acidentes totais, a maior proporção, 26.3%, está situada no intervalo de 45 minutos até 1 hora, sendo que 21,1% está na faixa de 1hora e 45 minutos até 2 horas. No caso dos acidentes com vítimas, as proporções maiores, de 33,3%, ocorreram em três intervalos distintos. Foram eles: de 30 até 45 minutos; de 45 minutos até 1 hora; e de 2 horas e 45 minutos até 3 horas. FIGURA 3.11 Tempo gasto nas solicitações de boletim de ocorrência em Recife
38
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
A partir da amostra da Aglomeração Urbana de Recife, o intervalo de tempo onde ocorreram as maiores proporções de solicitações de boletins de ocorrência para os acidentes totais (29,4%) e com vítima (33,3%) foi o de 15 até 30 minutos. Para os acidentes com vítima, uma proporção de 33,3% também ocorreu no intervalo de até 15 minutos. Isto é, em geral, o tempo gasto nas solicitações de boletins de ocorrência em Recife são menores do que o tempo gasto em Belém. FIGURA 3.12 Tempo gasto nas solicitações de boletim de ocorrência em São Paulo
FIGURA 3.13 Tempo gasto nas solicitações de boletim de ocorrência em Porto Alegre
Os dados amostrais relativos à Aglomeração Urbana de São Paulo mostram que o tempo gasto nas solicitações de boletins de ocorrência dos acidentes com vítimas é relativamente curto (em torno de 40 % dos acidentes são atendidos num tempo inferior a 15 minutos). Já para o caso dos acidentes em geral, o tempo de atendimento é bastante variável. Na amostra da Aglomeração Urbana de Porto Alegre, as maiores proporções de acidentes com vítimas e acidentes totais são associados a tempos gastos nas solicitações de boletim de ocorrência no intervalo de 15 a 30 minutos.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
39
Um outro elemento analisado na pesquisa diz respeito ao atendimento ou não das ocorrências no local, pela polícia ou pelo órgão de trânsito em cada aglomeração urbana. Na Tabela 3.24 os dados obtidos através das amostras estudadas são apresentados. TABELA 3.24 Atendimento das ocorrências no local pela polícia ou órgão de trânsito Resposta
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. %
Aglomeração urbana de Belém Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No. % No. % No. %
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. %
Sim
11 33,3
1 50,0
2 28,6
0
0
1 33,3
4 28,6
14 32,6
5 31,2
19 32,2
Não
22 66,7
1 50,0
5 71,4
0
0
2 66,7
10 71,4
29 67,4
11 68,8
40 67,8
Sub-total
33 100
2 100
7 100
0
0
3
14 100
43 100
16 100
59 100
NR
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Total
33
2
7
0
3
14
43
16
59
Resposta
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. %
100
Aglomeração urbana de Recife Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No. % No. % No. %
Sim
24 27,6
6 100
Não
63 72,4
0
Sub-total
87 100
NR
0
0
0
0
0
2
0
2
2
Total
87
6
15
0
11
17
113
23
136
Resposta
3 20,0
0
0
0
12 80,0
0
0
6 100
15 100
0
0
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. %
2 18,2
4 26,7
9 81,8
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. %
11
100
29 25,7
10 47,6
39 29,1
11 73,3
84 74,3
11 52,4
95 70,9
15 100
113 100
Aglomeração urbana de São Paulo Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No. % No. % No. %
21 100 134 100
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. %
Sim
5 20,8
2 100
0
0
0
0
1 50,0
4 44,4
6 23,1
6 54,5
12 32,4
Não
19 79,2
0
0
0
0
0
0
1 50,0
5 55,6
20 76,9
5 45,5
25 67,6
Sub-total
24 100
2 100
0
0
0
0
2
9 100
26 100
11 100
37 100
NR
3
0
1
0
1
0
5
0
5
Total
27
2
1
0
3
9
31
11
42
Resposta
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. %
Aglomeração urbana de Porto Alegre Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No. % No. % No. %
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. %
Sim
7 58,3
0
1 100
0
0
1
100
2 66,7
9 64,3
2 50,0
Não
5 41,7
1 100
0
0
0
0
0
0
1 33,3
5 35,7
2 50,0
7 38,9
12 100
1 100
1 100
0
0
1
100
3 100
14 100
4 100
18 100
NR
1
0
0
0
0
0
1
0
1
Total
13
1
1
0
1
3
15
4
19
Sub-total
0
100
11 61,1
NR – o entrevistado não respondeu Obs.: as diferenças entre os valores apresentados no caso de Recife e o total de veículos envolvidos em acidentes decorrem de dois veículos terem apresentado duas ocorrências.
Com os dados da Tabela 3.24, verifica-se que a condição do acidente receber ou não o atendimento policial ou do órgão de trânsito não varia entre os tipos de veículos considerados. O que se percebe é uma diferença entre os acidentes com vítima e sem vítima. Na da Figura 3.14, esta diferença pode ser melhor verificada, inclusive entre as amostras das diferentes aglomerações urbanas consideradas.
40
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
FIGURA 3.14 Atendimento das ocorrências no local pela polícia ou órgão de trânsito
O último aspecto investigado a ser apresentado nesta seção é o relativo aos Boletins de Ocorrência (BO’s) efetuados na polícia. Os dados obtidos a partir das amostras estudadas estão resumidos na Tabela 3.25. Os resultados totais agregados para cada uma das amostras, no que diz respeito aos BO’s dos acidentes com vítima e sem vítima, são ilustrados por meio da Figura 3.15. TABELA 3.25 Boletim de Ocorrência dos acidentes efetuado na polícia Resposta
Sim Não Sub-total NR Total Resposta
Sim Não Sub-total NR Total Resposta
Sim Não Sub-total NR Total Resposta
Sim Não Sub-total NR Total
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. % 14 42,4 19 57,6 33 100 0 33
1 50,0 1 50,0 2 100 0 2
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. % 26 30,2 60 69,8 86 100 1 87
4 66,7 2 33,3 6 100 0 6
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. % 12 46,2 14 53,8 26 100 1 27
2 100 0 0 2 100 0 2
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. % 9 69,2 4 30,8 13 100 0 13
1 100 0 0 1 100 0 1
Aglomeração urbana de Belém Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No. % No. % No. % 4 57,1 0 0 0 0 3 21,4 3 42,9 0 0 3 100 11 78,6 7 100 0 0 3 100 14 100 0 0 0 0 7 0 3 14 Aglomeração urbana de Recife Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No. % No. % No. %
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. % 18 41,9 25 58,1 43 100 0 43
31 27,7 81 72,3 112 100 1 113
1 100 0 0 2 100 4 44,4 0 0 0 0 0 0 5 55,6 1 100 0 0 2 100 9 100 0 0 1 0 1 0 3 9 Aglomeração urbana de Porto Alegre Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No. % No. % No. %
15 51,7 14 48,3 29 100 2 31
0 0 0
0 0 0 0 0
1 0 1
100 0 100 0 1
22 37,3 37 62,7 59 100 0 59
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. %
3 20,0 0 0 2 18,2 6 35,3 12 80,0 0 0 9 81,8 11 64,7 15 100 0 0 11 100 17 100 0 0 0 0 15 0 11 17 Aglomeração urbana de São Paulo Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No. % No. % No. %
1 100 0 0 1 100 0 1
4 25,0 12 75,0 16 100 0 16
10 43,5 41 30,4 13 56,5 94 69,6 23 100 135 100 0 1 23 136
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. % 6 54,5 5 45,5 11 100 0 11
21 52,5 19 47,5 40 100 2 42
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. %
1 33,3 2 66,7 3 100 0 3
11 73,3 4 26,7 15 100 0 15
2 50,0 2 50,0 4 100 0 4
13 68,4 6 31,6 19 100 0 19
NR – o entrevistado não respondeu Obs.: as diferenças entre os valores encontrados em Recife e o total de veículos acidentados resultam de dois veículos apresentarem duas ocorrências.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
41
FIGURA 3.15 Boletim de Ocorrência dos acidentes efetuado na polícia
Nas Figuras 3.14 e 3.15, verifica-se que nas amostras de Recife e São Paulo, a proporção de acidentes com vítimas atendidos no local pela polícia ou órgão de trânsito é superior a de acidentes sem vítimas; o mesmo ocorre com relação à proporção de acidentes com boletim de ocorrência efetuado. Para as amostras de Belém e Porto Alegre os resultados foram opostos. 3.4.3 Dados relacionados às vítimas dos acidentes Nesta seção são apresentados os seguintes dados relacionados às vítimas dos acidentes de trânsito observados nas amostras das quatro aglomerações urbanas estudadas: tipo de vítima, os ferimentos sofridos e os tratamentos recebidos, e algumas das perdas sofridas em decorrência do acidente. Destaca-se que na categoria de veículo “utilitário leve”, todos os acidentes ocorridos foram sem vítimas. Assim, nas tabelas apresentadas nesta seção, onde as vítimas são separadas por tipo de veículo, os utilitários leves não são incluídos. Cabe, ainda, ressaltar que para as amostras de Belém e São Paulo, o número total de vítimas é superior ao número de veículos acidentados, indicando a ocorrência de mais de uma vítima em alguns acidentes. Com a Tabela 3.26, é possível verificar que os condutores, em primeiro lugar, e os pedestres, em segundo, foram os tipos de vítimas que mais ocorreram nos acidentes registrados nas amostras. Os dados chamam a atenção, ainda, para o fato do condutor de moto ser o elemento mais atingido nos acidentes observados.
42
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
TABELA 3.26 Condição da vítima para os acidentes considerados Aglomeração urbana
Condição da vítima
Belém
Moto No. %
Total No. %
Condutor
0
0
13
86,6
13
Passageiro dianteiro
0
0
0
0
0
0
Passageiro traseiro
0
0
1
6,7
1
5,9
Recife
76,5
Pedestre
2
100
1
6,7
3
17,6
Total
2
100
15
100
17
100 95,7
Condutor
6
100
16
94,1
22
Passageiro dianteiro
0
0
0
0
0
0
Passageiro traseiro
0
0
0
0
0
0
São Paulo
Porto Alegre
Automóvel No. %
Pedestre
0
0
1
5,9
1
4,3
Total
6
100
17
100
23
100 71,5
Condutor
2
50,0
8
80,0
10
Passageiro dianteiro
1
25,0
0
0
1
7,1
Passageiro traseiro
0
0
1
10,0
1
7,1
Pedestre
1
25,0
1
10,0
2
14,3
Total
4
100
10
100
14
100
Condutor Passageiro dianteiro
0 0
0 0
3 0
75,0 0
3 0
75,0 0
Passageiro traseiro
0
0
0
0
0
0
Pedestre
0
0
0
0
0
0
Sem Informação
0
0
1
25,0
1
25,0
Total
0
0
4
100
4
100
Quanto aos ferimentos sofridos pelas vítimas dos acidentes, os dados coletados revelaram uma grande diversidade, tanto nas partes do corpo atingidas quanto no que aconteceu a elas. Os resultados da pesquisa com relação aos ferimentos são apresentados nas Tabelas 3.27 e 3.28. TABELA 3.27 Ferimentos das vítimas dos acidentes: Belém e Recife Partes do corpo feridas Rosto Costas e joelhos Braços e pernas Cabeça e lombar Cabeça, ombro, braço, cotovelo, perna joelhos, pés, coluna e nádegas Joelho e coluna Mãos Cabeça e braço direito Joelhos, pés, perna direita e ombro Clavícula Cabeça e pernas Braço direito e perna direita Braço direito, perna direita, joelhos Ombro e perna direita Sem informação NS
Aglomeração urbana de Belém O que aconteceu Fraturou Ralou as costas e perfurou o joelho Escoreações Ferimentos / fratura Luxou Ferimentos Dilacerou Ferimentos / fratura Ferimentos nos joelhos e pés, queimadura na perna e luxação no ombro Quebrou Ferimentos / luxação Ferimentos / luxação Luxou Luxou / dilacerou Escoriações NS
Total
No. de ocorrências 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 17
(continua) Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
43
(continuação) Aglomeração urbana de Recife Partes do corpo feridas O que aconteceu Perna esquerda Fraturou Mãos e pés Ficou com escaras ou feridas Braço direito, perna direita Luxou / queimou e ficou com escoriações Braço direito Ficou com escaras ou feridas Braço direito e partes genitais Luxou e ficou com escaras e feridas Braço direito, cotovelo, dedos da mão e joelhos Ferimentos leves Cabeça e testa Derrame na parte afetada Cabeça, braços, mãos e perna direita Fraturou e queimou Cabeça / pescoço Pancada na cabeça Clavícula Fraturou Cotovelos, dedos da mão, Fraturou / escaras ou feridas; queimou perna esquerda e joelhos Dedos da mão Machucou os dedos e quebrou uma unha Ombro e pés Luxou e queimou. Ao descer do carro que o socorreu, a vítima machucou o joelho Ombro, braços, pernas e pés Ficou com escaras ou feridas Perna direita Fratura Pernas, braço direito e cotovelo Ficou com escaras ou feridas Pés Sofreu perfuração no pé esquerdo e ficou com escaras ou feridas Tórax, braços, mãos, pernas Queimou e ficou com escaras ou feridas e dedos dos pés Tórax, mãos, braço e perna esquerda Fraturou e dilacerou Total
No. de ocorrências 3 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 23
TABELA 3.28 Ferimentos das vítimas dos acidentes: São Paulo e Porto Alegre Aglomeração urbana de Recife O que aconteceu Fraturou
No. de ocorrências 1
Cotovelos, mãos, joelhos e pé direito
Dilacerou
1
Cabeça, queixo, ombro direito,
Dilacerou
1
Partes do corpo feridas Braço esquerdo
cotovelo direito e joelho direito Perna esquerda Joelho e braço esquerdo
Perfurou / fratura exposta
2
Fraturou
1
Perna esquerda e pés
Luxou e queimou
1
Ombro, mãos e joelhos
Ficou com feridas
1
Bateu a cabeça (luxou) no vidro
1
Cabeça
da porta do passageiro Mão esquerda
Fraturou e luxou
1
Perna
Fraturou
1
Não respondeu
———
3
Total Partes do corpo feridas Braços e pernas Cabeça, costas e braço direito Joelhos Não respondeu Total
44
14 Aglomeração urbana de Porto Alegre O que aconteceu Escoriações
No. de ocorrências 1
Ficou com escaras ou feridas
1
Luxou
1
Não respondeu
1 4
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
As vítimas dos acidentes receberam tratamentos diversos. Nas Tabelas 3.29 e 3.30 são apresentadas as questões, e os respectivos resultados, relacionadas ao tratamento dispensado às vítimas. Os percentuais de respostas afirmativas associados a cada questão são mostrados nas Figuras 3.16 e 3.17. Nos gráficos das Figuras 3.16 e 3.17, é possível verificar que os tratamentos mais aplicados às vítimas em todas as amostras estudadas são: o atendimento seguido de encaminhamento para a casa; e o repouso em casa. Os dados de Porto Alegre não são apresentados na Figura 3.17 uma vez que nenhum dos acidentados sofreu atendimentos incluídos no Grupo 2. TABELA 3.29 Questões sobre o tratamento aplicado à vítima: Grupo 1 No. 1
2
Questão
Resposta
A vítima ficou em observação?
Foi feito atendimento e mandado para casa?
Belém No. % 7
43,8
3
14,3
2
20,0
0
0
9
56,2
18
85,7
8
80,0
3
100
Sub-total
16
100
21
100
10
100
3
5
A vítima ficou em casa em repouso?
Precisou de tratamento médico depois da alta?
0
2
4
1
Total
16
23
14
4
Sim Não
10 5
Sub-total
15
7
Ficou com alguma seqüela?
13 8
100
21
61,9 38,1
8 2
100
10
2
16 3
18,8
Não
13
Sub-total
16
1 2
100
3
23,8
81,2
16
100
21
33,3 66,7 100 1
14
5
0 16
80,0 20,0 4
23
Sim
4
1
10,0
76,2
9
90,0
3
100
100
10
100
3
100
2 23
0
4 14
0
1 4
Sim
11
78,6
9
42,9
8
80,0
0
0
Não
3
21,4
12
57,1
2
20,0
3
100
Sub-total
14
100
21
100
10
100
3
100
NR
2
2
4
1
Total
16
23
14
4
Sim Não
2 14
Sub-total
16
12,5 87,5
5 16
100
21
0
Total Precisou fazer fisioterapia em casa / centro de reabilitação?
66,7 33,3 1
NR 6
100
NR
NR Total 4
Porto Alegre No. %
Sim
Total A vítima ficou internada no hospital?
São Paulo No. %
Não
NR 3
Recife No. %
23,8 76,2
1 9
100
10
2
16
10,0 90,0
0 3
100
3
4
23
0 100 100 1
14
4
Sim Não
1 15
6,2 93,8
3 18
14,3 85,7
1 9
10,0 90,0
3 0
100 0
Sub-total
16
100
21
100
10
100
3
100
NR
0
2
4
Total
16
23
14
Sim
4
26,7
2
9,5
Não
11
Sub-total
15
73,3
19
100
21
1 4
2
18,2
0
0
90,5
9
81,8
3
100
100
11
100
3
100
NR
1
2
3
1
Total
16
23
14
4
NR – o entrevistado não respondeu.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
45
TABELA 3.30 Questões sobre o tratamento aplicado à vítima: Grupo 2 No. 1
2
Questão
Resposta
Belém No. %
Sim
0
0
0
0
0
0
0
0
Não
16
100
21
100
11
100
3
100
Sub-total
16
100
21
100
11
100
3
100
Ficou com alguma incapacidade definitiva ou temporária?
NR
0
2
3
1
Total
16
23
14
4
Sim Não
0 16
Sub-total
16
Houve perda de consciência?
100
21
9,5 90,5
2 9
100
11
2
16
18,2 81,8
0 3
100
3
3
23
0 100 100 1
14
4
0
0
0
0
2
20,0
0
0
Não
16
100
21
100
8
80,0
3
100
Sub-total
16
100
21
100
10
100
3
0
2
16
4
23
100 1
14
4
Houve sangramento (hemorragia)
Sim
5
33,3
8
38,1
5
62,5
0
0
interna / externa?
Não
10
66,7
13
61,9
3
37,5
3
100
Sub-total
15
100
21
100
8
100
3
NR
1
Total Precisou de intervenção cirúrgica?
16
Precisou ser imobilizado?
6
23
100 1
14
4
1
6,7
4
19,0
3
27,3
0
0
Não
14
93,3
17
81,0
8
72,7
3
100
Sub-total
15
100
21
100
11
100
3
1
Total Precisou equipamento médico permanente / temporário?
2
Sim
NR
7
2 19
Sim
Total
6
0 100 0
NR
5
Porto Alegre No. %
Ficou com problemas
Total
4
São Paulo No. %
psicológicos / mentais?
NR 3
Recife No. %
2
16
3
23
100 1
14
4
Sim Não
1 14
6,7 93,3
2 19
9,5 90,5
0 10
0 100
0 3
0 100
Sub-total
15
100
21
100
10
100
3
100
NR
1
2
4
Total
16
23
14
Sim
2
13,3
9
42,9
Não
13
Sub-total
15
86,7
12
100
21
1 4
4
50,0
0
0
57,1
4
50,0
3
100
100
8
100
3
100
NR
1
2
6
1
Total
16
23
14
4
NR – o entrevistado não respondeu.
46
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
FIGURA 3.16 Respostas afirmativas a questões sobre o tratamento aplicado às vítima dos acidentes : Grupo 1
FIGURA 3.17 Respostas afirmativas a questões sobre o tratamento aplicado às vítimas dos acidentes : Grupo 2
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
47
Além dos impactos diretos sobre a saúde das vítimas, os acidentes de trânsito analisados causaram, também, outros impactos negativos. Estes impactos dizem respeito a perdas monetárias relacionadas ao comprometimento da atividade produtiva das vítimas, aos medicamentos consumidos no período de tratamento, deslocamento, dentre outros aspectos. A Tabela 3.31 faz uma síntese de algumas destas perdas levantadas na pesquisa Renavam. TABELA 3.31 Dinheiro perdido pelas vítimas Belém Valor (R$) No. % Trabalho
0 120 300 3200
14 82,3 1 5,9 1 5,9 1 5,9 Sub-total 17 100 NR 0 Total 17 Medicamento 0 12 70,5 30 1 5,9 50 1 5,9 80 1 5,9 100 2 11,8 Sub-total 17 100 NR 0 Total 17 Deslocamento
NR 17
Recife Valor (R$) No. 0 120 150 900 1400 4800 Sub-total
%
15 75,0 1 5,0 1 5,0 1 5,0 1 5,0 1 5,0 20 100 NR 3 Total 23 0 16 69,6 20 1 4,3 40 1 4,3 50 2 8,7 150 1 4,3 2000 1 4,3 2750 1 4,3 Sub-total 23 100 NR 0 Total 23
NR 23
São Paulo Valor (R$) No. % 0 20 350 1000 Sub-total
6 66,7 1 11,1 1 11,1 1 11,1 9 100 NR 5 Total 14 0 2 22,2 5 1 11,1 24 1 11,1 50 2 22,2 200 2 22,2 300 1 11,1 Sub-total 9 100 NR 5 Total 14 0 7 77,8 10 1 11,1 20 1 11,1 Sub-total 9 100 NR 5 Total 14
Porto Alegre Valor (R$) No. % 0 300 800 Sub-total
0 5 10 Sub-total
1 33,3 1 33,3 1 33,3 3 100 NR 1 Total 4 0 0 1 100 0 0 1 100 NR 3 Total 4
NR – o entrevistado não respondeu.
Complementando os dados apresentados na Tabela 3.31, cabe destacar, para cada uma das amostras estudadas o que segue: a) Belém: dentre as vítimas, 13 tiveram que se afastar temporariamente do trabalho. Este afastamento foi , em média, de 15 dias; os afastamentos máximos e mínimos observados foram, respectivamente, de 40 e 3 dias. Segundo declaração das vítimas, não houve gastos com advogados ou com aspectos ligados à burocracia. Uma das vítimas teve gastos com tratamento médico e outra com enfermeira. b) Recife: das vítimas observadas, 14 tiveram que se afastar temporariamente do trabalho, por um tempo médio de 26 dias. O tempo máximo de afastamento foi de 3 meses e o mínimo de 2 dias. Apenas uma das vítimas declarou ter tido despesas burocráticas, no valor de R$ 100,00. No que diz respeito ao prejuízo de familiares decorrente do acidente, somente uma vítima declarou que sua mãe perdeu R$ 700,00 com trabalho e a família, em geral, perdeu R$ 350,00 pelo mesmo motivo.
48
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
c) São Paulo: 8 das vítimas tiveram que se afastar temporariamente do trabalho. O tempo médio de afastamento foi igual a 26,7 dias; o afastamento máximo foi de 2 meses e o mínimo de um dia. Nove das vítimas informaram não ter tido qualquer despesa burocrática, com advogados, médicos, psicólogos ou hospital; as demais não responderam. Apenas uma vítima declarou que sua família perdeu R$ 350,00 em trabalho. d) Porto Alegre: dentre as vítimas, 2 tiveram que se afastar do trabalho: uma por um período de 10 dias e a outra por 20 dias. 3.4.4 Veículos envolvidos nos acidentes As principais características dos veículos envolvidos nos acidentes já foram apresentadas nas seções anteriores deste relatório. Aqui serão abordados dois aspectos complementares: se houve remoção do veículo acidentado e se, quando ocorreu, ela foi dentro do município; e as condições gerais dos veículos, em termos de aparência externa, parte mecânica e parte elétrica. Os dados relativos à remoção dos veículos acidentados, discriminados por tipo de veículo, são apresentados na Tabela 3.32, e os concernentes ao fato da remoção ter ou não sido dentro do município estão na Tabela 3.33. As Figuras 3.18 e 3.19 ilustram os resultados obtidos para o total de veículos acidentados em cada amostra estudada, respectivamente, para a ocorrência da remoção e para a remoção dentro do município. TABELA 3.32 Remoção do veículo Houve remoção? Sim Não Total
10 30,3 23 69,7 33 100
Houve remoção? Sim Não Total
Sim Não ST NR Total
3 50,0 3 50,0 6 100
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. % 2 7,4 25 92,6 27 100 0 27
Houve remoção?
0 0 2 100 2 100
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. % 13 14,9 74 85,1 87 100
Houve remoção?
Sim Não Total
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. %
1 50,0 1 50,0 2 100 0 2
Automóvel s/vítima c/vítima No. % No. % 2 15,4 11 84,6 13 100
0 0 1 100 1 100
Aglomeração urbana de Belém Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No % No. % No. % 3 42,9 0 0 0 0 5 35,7 4 57,1 0 0 3 100 9 64,3 7 100 0 0 3 100 14 100 Aglomeração urbana de Recife Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No % No. % No. %
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. % 13 30,2 30 69,8 43 100
17 15 96 85 113 100
1 100 0 0 0 0 4 50,0 0 0 0 0 3 100 4 50,0 1 100 0 0 3 100 8 100 0 0 0 1 1 0 3 9 Aglomeração urbana de Porto Alegre Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No % No. % No. %
3 9,7 28 90,3 31 100 0 31
0 0 0
0 0 0
1 0 1
100 0 100
18 30,5 41 69,5 59 100
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. %
2 13,3 0 0 2 18,2 7 41,2 13 86,7 0 0 9 81,8 10 58,8 15 100 0 0 11 100 17 100 Aglomeração urbana de São Paulo Utilitário leve Moto s/vítima c/vítima s/vítima c/vítima No. % No % No. % No. %
0 0 1 100 1 100
5 31,3 11 68,8 16 100
10 43,5 27 19,9 13 56,5 109 80,1 23 100 136 100
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. % 5 50,0 5 50,0 10 100 1 11
8 19,5 33 80,5 41 100 1 42
Total s/vítima c/vítima Total No. % No. % No. %
1 33,3 2 66,7 3 100
3 20,0 12 80,0 15 100
1 25,0 3 75,0 4 100
4 21,1 15 78,9 19 100
ST – Sub-total; NR – o entrevistado não respondeu. Obs.: Em Recife, dois veículos apresentaram duas ocorrências, cada um.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
49
TABELA 3.33 Remoção do veículo dentro do município Aglomeração urbana
Belém
Resposta
Sim
Acidentes s/ vítima No % 10
100
14
100
0
0
0
0
0
0
10
100
4
100
14
100
30
11
41
Não respondeu
3
1
4
Total
43
16
59
Sim
14
82,4
7
77,8
21
80,8
Não
3
17,6
2
22,2
5
19,2
Sub – total
17
100
9
100
26
100
Não houve remoção
96
13
109
Não respondeu
0
1
1
113
23
Sim
1
50,0
5
Não
1
50,0
Sub – total
2
100
Não houve remoção
Porto Alegre
4
Não
Total São Paulo
100
Total de acidentes No %
Sub – total Não houve remoção
Recife
Acidentes c/ vítima No %
136 100
6
85,7
0
0
1
14,3
5
100
7
25
3
100 28
Não respondeu
4
3
7
Total
31
11
42
Sim
1
50,0
1
100
2
66,7
Não
1
50,0
0
0
1
33,3
Sub – total
2
100
1
100
3
100
Não houve remoção
12
3
15
Não respondeu
1
0
1
Total
15
4
19
Obs.: Em Recife, dois veículos apareceram em duas ocorrências, cada um.
Os resultados para toda as amostras mostram que a proporção de veículos acidentados que é removido do local do acidente está na faixa de 19,5%, no caso de São Paulo, a 30,5%, observado na amostra da Aglomeração Urbana de Belém. Destes, a grande maioria é removida dentro do próprio município. A proporção dos veículos removidos que sofre esta remoção dentro do município varia de 66,7% (Porto Alegre) até 100% (Belém). FIGURA 3.18 Percentagem de veículos acidentados removidos
50
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
FIGURA 3.19 Percentagem dos veículos removidos cuja remoção é dentro do município
As condições gerais dos veículos envolvidos em acidentes também foram verificadas no estudo, especificamente no que diz respeito à aparência externa (ver Tabela 3.34), à parte mecânica (ver Tabela 3.35) e à parte elétrica (ver Tabela 3.36). Os dados mostram que a maioria dos veículos acidentados não apresenta problemas nas condições gerais. Nas quatro amostras pesquisadas, a proporção total de veículos incluídos nas categorias “como novo”, “muito boa” e “boa” foi igual a: a) Belém: 83,7% para aparência externa; 92,8% para parte mecânica; e 96,4 % para parte elétrica; b) Recife: 81,9% para aparência externa; 92,4% para parte mecânica; e 93,3% para parte elétrica; c) São Paulo: 80,0% para aparência externa; 89,8% para parte mecânica; e 92,3% para parte elétrica; e d) Porto Alegre: 89,5% para aparência externa; 94,7% para parte mecânica; e 94,7% para parte elétrica. Deve-se ressaltar que as informações referentes às condições gerais do veículo refletem uma avaliação subjetiva do entrevistado. TABELA 3.34 Condições gerais do veículo: Aparência Externa Aglomeração urbana
Belém
Resposta
Acidentes s/ vítima No. %
Acidentes c/ vítima No. %
Total de acidentes No. %
Como novo
15
35,7
1
7,7
16
29,1
Muito boa
11
26,2
6
46,1
17
30,9
Boa
8
19,0
5
38,5
13
23,7
Regular
5
11,9
0
0
5
9,1
Ruim
2
4,8
0
0
2
3,6
Muito ruim
1
2,4
1
7,7
2
3,6
Sub – total
42
100
13
100
55
100
Não respondeu
1
3
4
Total
43
16
59
(continua) Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
51
(continuação) Aglomeração urbana
Recife
São Paulo
Porto Alegre
Resposta
Acidentes s/ vítima No. %
Como novo Muito boa Boa Regular Ruim Muito ruim Sub – total Não respondeu Total Como novo Muito boa Boa Regular Ruim Muito ruim Sub – total Não respondeu Total Como novo Muito boa Boa Regular Ruim Muito ruim Sub – total Não respondeu Total
20 21 29 13 1 1 85
23,5 24,7 34,1 15,3 1,2 1,2 100 26 111 7 24,1 7 24,1 9 31,0 2 6,9 2 6,9 2 6,9 29 100 2 31 7 46,6 3 20,0 3 20,0 1 6,7 1 6,7 0 0 15 100 0 15
Acidentes c/ vítima No. % 7 7 2 3 1 0 20
1 1 7 0 0 2 11
0 3 1 0 0 0 4
35,0 35,0 10,0 15,0 5,0 0 100 3 23 9,1 9,1 63,6 0 0 18,2 100 0 11 0 75,0 25,0 0 0 0 100 0 4
Total de acidentes No. % 27 28 31 16 2 1 105
25,7 26,7 29,5 15,2 1,9 1,0 100 29 134 8 20,0 8 20,0 16 40,0 2 5,0 2 5,0 4 10,0 40 100 2 42 7 36,8 6 31,5 4 21,1 1 5,3 1 5,3 0 0 19 100 0 19
TABELA 3.35 Condições gerais do veículo: Parte Mecânica Aglomeração urbana
Belém
Recife
Resposta
Acidentes s/ vítima No. % 40,4
Acidentes c/ vítima No. % 1
7,7
Total de acidentes No. %
Como novo
17
18
32,8
Muito boa
15
35,7
6
46,1
21
38,2
Boa
7
16,7
5
38,5
12
21,8
Regular
1
2,4
0
0
1
1,8
Ruim
2
4,8
0
0
2
3,6
Muito ruim
0
0
1
7,7
1
1,8
Sub – total
42
100
13
100
55
100
Não respondeu
1
3
4
Total
43
16
59
Como novo
26
31,0
9
45,0
35
33,7
Muito boa
20
23,8
6
30,0
26
25,0
Boa
31
36,9
4
20,0
35
33,7
Regular
5
5,9
0
0
5
4,8 0,9
Ruim
1
1,2
0
0
1
Muito ruim
1
1,2
1
5,0
2
1,9
Sub – total
84
100
20
100
104
100
Não respondeu
27
3
30
Total
111
23
134
(continua) 52
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
(continuação) Aglomeração urbana
São Paulo
Porto Alegre
Resposta
Como novo Muito boa Boa Regular Ruim Muito ruim Sub – total Não respondeu Total Como novo Muito boa Boa Regular Ruim Muito ruim Sub – total Não respondeu Total
Acidentes s/ vítima No. % 6 10 10 2 0 0 28
9 5 0 0 0 1 15
21,5 35,7 35,7 7,1 0 0 100 3 31 60,0 33,3 0 0 0 6,7 100 0 15
Acidentes c/ vítima No. % 0 2 7 0 0 2 11
0 3 1 0 0 0 4
0 18,2 63,6 0 0 18,2 100 0 11 0 75 25 0 0 0 100 0 4
Total de acidentes No. % 6 12 17 2 0 2 39
9 8 1 0 0 1 19
15,4 30,8 43,6 5,1 0 5,1 100 3 42 47,3 42,1 5,3 0 0 5,3 100 0 19
TABELA 3.36 Condições gerais do veículo: Parte Elétrica Aglomeração urbana
Belém
Recife
São Paulo
Resposta
Como novo Muito boa Boa Regular Ruim Muito ruim Sub – total Não respondeu Total Como novo Muito boa Boa Regular Ruim Muito ruim Sub – total Não respondeu Total Como novo Muito boa Boa Regular Ruim Muito ruim Sub – total Não respondeu Total
Acidentes s/ vítima No. % 23 11 7 1 0 0 42
54,7 26,2 16,7 2,4 0 0 100 1 43 25 29,7 23 27,4 30 35,7 5 6,0 0 0 1 1,2 84 100 27 111 6 21,4 11 39,3 10 35,7 1 3,6 0 0 0 0 28 100 3 31
Acidentes c/ vítima No. % 1 6 5 0 0 1 13
6 8 5 0 1 0 20
0 2 7 0 0 2 11
7,7 46,1 38,5 0 0 7,7 100 3 16 30,0 40,0 25,0 0 5,0 0 100 3 23 0 18,2 63,6 0 0 18,2 100 0 11
Total de acidentes No. % 24 17 12 1 0 1 55
43,7 30,9 21,8 1,8 0 1,8 100 4 59 31 29,8 31 29,8 35 33,7 5 4,8 1 0,9 1 0,9 104 100 30 134 6 15,4 13 33,3 17 43,6 1 2,6 0 0 2 5,1 39 100 3 42
(continua) Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
53
(continuação) Aglomeração Urbana
Porto Alegre
Resposta
Acidentes s/ vítima No %
Como novo Muito boa Boa Regular Ruim Muito ruim Sub – total Não respondeu Total
8 6 0 0 0 1 15
Acidentes c/ vítima No %
53,3 40,0 0 0 0 6,7 100 0 15
0 3 1 0 0 0 4
Total de acidentes No %
0 75,0 25,0 0 0 0 100 0 4
8 9 1 0 0 1 19
42,1 47,3 5,3 0 0 5,3 100 0 19
3.5 Estatísticas associadas a alguns dos elementos estudados Nesta seção são apresentadas, para cada amostra das aglomerações urbanas estudadas, estatísticas relacionadas a alguns dos aspectos avaliados na pesquisa. No que diz respeito às estatísticas das idades dos condutores principais dos veículos, envolvidos e não envolvidos em acidentes, a Tabela 3.37 permite a comparação, inclusive das diferenças entre as idades relacionadas aos diferentes tipos de veículos. Chama-se atenção para o fato de que, em alguns casos ocorridos nas amostras de Belém e Recife, os condutores principais dos veículos envolvidos nos acidentes não estavam dirigindo o veículo no momento da ocorrência. Por esta razão, a Tabela 3.38 apresenta, para as amostras dessas duas aglomerações urbanas, as estatísticas associadas aos condutores envolvidos (que abrangem tanto condutores principais efetivamente envolvidos nos acidentes quanto os demais condutores envolvidos) e aos condutores principais dos veículos envolvidos em acidentes. TABELA 3.37 Estatísticas sumárias das idades dos condutores principais dos veículos Ag. urbana Belém
Veículo
Acidentes
Média
D. P.
Q1
Mediana
Q3
Auto
Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Todos Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Todos Não Sim Não Sim Não Sim
42,3 37,9 43,4 42,3 35,9 31,1 41,4 36,5 41,1 42,1 39,3 41,0 * 30,3 31,4 40,8 33,4 39,5 42,1 36,8 42,7 25,0 31,2 27,1
12,2 11,2 11,5 10,2 10,8 6,1 12,1 10,4 12,1 14,1 15,0 11,4 * 6,8 8,0 13,6 10,5 13,3 13,4 12,2 11,1 * 9,1 6,6
33 28 37 32 27,5 26 32 27 32 31 29 31 * 21,8 27 31 27 29 32 25 34 * 24 20,5
42 38 43 42 35 30 40,5 35 40 40 35 43 * 32 29 39 31 37 41 37 43 25 30 28
50 46 51 52 41,5 36 50 46 50 52 51,5 52 * 35,5 37 51,8 38 50 52 45,5 50 * 37 31,3
Utilitário Moto Total na amostra Recife
Auto Utilitário Moto Total na amostra
São Paulo
Auto Utilitário Moto
Respostas No. NR
Total
646 35 119 7 153 17 918 59 977 83 6 15 * 10 17 108 23 131 647 29 99 1 183 12
677 35 125 7 182 17 984 59 1043 85 6 15 0 11 17 939 134 1073 666 29 107 1 186 12
31 0 6 0 29 0 66 0 66 2 0 0 * 1 0 3 0 3 19 0 8 0 3 0
(continua) 54
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
(continuação) Ag. urbana
Porto Alegre
Veículo
Acidentes
Média
D. P.
Q1
Mediana
Q3
Total na amostra
Não Sim Todos Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Todos
40,0 33,8 39,8 45,2 39,4 42,7 30 33,8 28 42,8 36,5 42,7
13,2 11,6 13,2 13,4 10,8 10,5 * 9,8 6,9 13,1 10,8 13,1
29 24,7 29 36 32,3 35 * 25 23,3 33 27 33
39 32,5 39 45 39,5 42 30 32 25,5 42 38 42
49 41,3 49 54 44,3 50 * 41 35,3 52 42 51
Auto Utilitário Moto Total na amostra
Respostas No. NR
Total
929 42 971 642 14 151 1 174 4 967 19 986
959 42 1001 647 14 152 1 186 4 985 19 1004
30 0 30 5 0 1 0 12 0 18 0 18
Obs.: em Recife, dois condutores apareceram duas vezes. O cálculo foi feito considerando apenas uma vez. As estatísticas englobam o total de condutores da amostra.
TABELA 3.38 Estatísticas sumárias das idades dos condutores envolvidos em acidentes Condutores
Média
D.P.
Q1
Mediana
Q3
Condutores
35,3
10,2
27
33
44,25
envolvidos em acidentes
36,5
10,4
27
35
46
38,4
13,3
27
37
50
33,4
10,5
27
31
38
Belém
Condutores principais dos veículos envolvidos em acidentes Recife
Condutores envolvidos em acidentes Condutores principais dos veículos envolvidos em acidentes
As Tabelas 3.39 e 3.40 apresentam, respectivamente, as estatísticas relativas à quilometragem total percorrida pelo veículo tipo automóvel e a percorrida em 2001 por todos os tipos de veículos. As Figuras 3.20 e 3.21 apresentam os valores médios destas tabelas. TABELA 3.39 Estatísticas descritivas da quilometragem total do automóvel Ag. urbana Belém
Recife
São Paulo
Porto Alegre
Acidentes
Média
D. P.
Q1
Mediana
Q3
Não
26.550,2
28.748,5
10.000
15.000
30.000
Respostas No. NR 603
381
Total 984
Sim
23.890,2
25.489,6
10.000
15.000
30.000
41
18
59
Total na amostra
26.380,8
28.541,5
10.000
15.000
30.000
644
399
1043
Não
38.328,5
56.429,0
10.000
20.000
44.000
353
586
939
Sim
50.684,3
51.069,0
17.500
30.000
70.000
51
83
134
Total na amostra
39.888,3
55.872,6
10.000
20.000
47.750
404
669
1073 959
Não
41.329,3
37.335,9
12.000
30.000
60.000
318
641
Sim
47.944.4
31.322,7
26.250
43.500
65.000
18
24
42
Total na amostra
41.683,7
37.028,2
12.000
30.000
60.000
336
665
1001
Não
42.431,8
49.670,3
16.000
27.000
57.500
921
64
985
Sim
51.861,2
41.482,8
20.000
32.000
65.000
19
0
19
Total na amostra
42.622,4
49.517,4
16.000
27.000
58.000
940
64
1004
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
55
TABELA 3.40 Estatísticas descritivas da quilometragem percorrida pelos veículos em 2001 Ag. urbana Belém
Veículo Acidentes
Média
D. P.
Q1
Mediana
Q3
Não
11.031,9
15.475,3
2.500
6.000
10.500
58
619
Sim
9.000,0
*
*
9.000
*
1
34
35
Utilitário
Não Sim
8.745,45 *
7.919,14 *
2.000 *
8.000 *
10.000 *
11 0
114 7
125 7
Moto
Não
1.577,78
1.524,61
450
1.000
2.250
9
173
182
Sim
*
*
*
*
*
0
17
17
Total na
Não
9.618,59
13.958,4
2.000
5.000
10.000
78
906
984
Auto
amostra Recife
São Paulo
Total 677
Sim
9.000,0
*
*
9.000
*
1
58
59
Todos
9.610,76
13.868,8
2.000
5.000
10.000
79
964
1043
Não
18.661,6
38.877,4
8.000
12.000
20.000
294
353
647
Sim
20.592,2
25.643,5
8.000
12.000
20.000
51
40
91
Utilitário
Não
17.607,8
12.091,4
10.000
15.000
20.000
51
80
131
Sim
23.833,3
21.207,7
7.750
15.000
43.500
6
9
15
Moto
Não
13.951,4
27.737,8
7.000
8.000
15.000
84
77
161
Sim
13.535,7
9.094,5
7.000
11.000
17.500
14
14
28
Total na
Não
17.614,1
34.704,2
8.000
10.000
20.000
429
510
939
amostra
Sim
19.474,6
22.951,8
8.000
12.000
20.000
71
63
134
Auto
Todos
17.878,3
33.276,7
8.000
10.000
20.000
500
573
1073
Auto
Não
16.847,3
23.935,4
3.000
9.000
20.000
167
499
666
Sim
21.454,5
13.117,6
10.000
18.000
30.000
11
18
29
Utilitário
Não
19.113,8
19.100,8
9.250
10.000
20.000
34
73
107
Sim
20.000
*
*
20.000
*
1
0
1
Moto
Porto Alegre
Respostas No. NR
Não
16.318,2
23.247,2
1.875
9.000
20.000
34
152
186
Sim
28.000,0
32.526,9
*
28.000
*
2
10
12
Total na
Não
17.098,7
23.125,9
4.000
10.000
20.000
235
724
959
amostra
Sim
22.285,7
14.824,2
9.250
19.000
32.500
14
28
42
Todos
17.390,3
22.750,2
4.000
10.000
20.000
249
752
1001
Não
11.777,7
13.167,3
5.550
10.000
15.000
336
311
647
Sim
16.300,0
7.741,4
10.000
15.000
21.000
7
7
14
Não
19.740,9
15.692,5
10.250
16.500
22.000
88
64
152
Sim
*
*
*
*
*
0
1
1 186
Auto Utilitário Moto Total na amostra
Não
10.069,6
7.427,9
4.000
10.000
14.000
135
51
Sim
13.666,7
12.503,3
5.000
8.000
28.000
3
1
4
Não
12.618,8
12.873,6
6.000
10.000
15.000
559
426
985
Sim
15.510
8.735,7
7.500
15.000
22.750
10
9
19
Todos
12.669,6
12.812,7
6.000
10.000
15.000
569
435
1004
Em todas as amostras, com exceção da referente a Belém, a quilometragem média percorrida em 2001 pelos veículos envolvidos em acidentes foi superior a dos veículos não acidentados. Ou seja, pode-se inferir que uma das razões de terem sofrido acidentes é o seu maior grau de exposição ao risco. Um outro dado importante diz respeito à quilometragem percorrida pelas motos no ano do estudo. Apesar de serem os veículos que apresentaram nas amostras maior proporção de acidentes, a quilometragem média percorrida pelas motos no ano de 2001 foi inferior a dos outros tipos. Ou seja, dentre os tipos de veículos estudados, a moto foi, efetivamente, o que apresentou maior propensão a sofrer acidentes.
56
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
FIGURA 3.20 Quilometragem total média percorrida pelo automóvel
FIGURA 3.21 Quilometragem anual média percorrida pelos veículos em 2001
As estatísticas associadas ao valor do dano do veículo envolvido em acidente são apresentadas na Tabela 3.41, e os respectivos valores médios são mostrados na Figura 3.22.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
57
TABELA 3.41 Estatísticas sumárias do valor do dano ao veículo envolvido em acidente (R$) Ag. urbana Belém
Recife
Acidentes
Média
D. P.
Q1
Mediana
Q3
Respostas No. NR
s/ vítima c/ vítima Total na amostra s/ vítima
1.474,70 626,25 1.248,44 752,40
2.545,94 718,84 2.233,2 1.179,28
200 36,25 175 100
500 400 500 300
1.750 950 1.250 800
33 12 45 75
10 4 14 36
Total 43 16 59 111
c/ vítima
746,11
734,91
200
390
1.312,5
18
5
23
Total na amostra
751,18
1.103,8
150
380
800
93
41
134
s/ vítima
959,2
648,3
387,5
800
1.550
24
7
31
c/ vítima
358,1
299,2
162,5
250
625
8
3
11
São Paulo
Total na amostra
808,9
634,0
212,5
650
1.330
32
10
42
s/ vítima
990,91
929,20
350
700
1.400
11
4
15
c/ vítima
767,50
606,27
187,5
760
1.355
4
0
4
Total na amostra
931,33
840,20
350
700
1.400
15
4
19
Porto Alegre
Obs.: os valores em reais correspondem aos valores médios de 2001, ocasião em que ocorreu o acidente.
Os valores do dano ao veículo acidentado variaram entre as cidades, tanto no que diz respeito ao valor médio global quanto com relação à diferença entre os custos dos acidentes com vítima e sem vítima. Belém apresentou o maior valor médio para os acidentes sem vítima e Porto Alegre o maior para os acidentes com vítimas, sendo este muito próximo do valor obtido para Recife. Considerando o custo médio total da amostra, Belém foi o que apresentou o maior valor, seguido de Porto Alegre; o menor valor foi observado em Recife. FIGURA 3.22 Valor médio do dano ao veículo envolvido em acidente (R$)
58
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
4 RESULTADOS ESTIMADOS PARA AS AGLOMERAÇÕES ESTUDADAS Nesta seção são apresentadas as expansões de alguns dos dados amostrais, realizadas para a frota do RENAVAM, relativas a cada uma das aglomerações estudadas. 4.1 Proporção de veículos acidentados Para cada uma das Aglomerações Urbanas foi calculada a proporção de veículos acidentados expandida para a frota. Como as amostras utilizadas no estudo foram estratificadas para incluir um número maior de motos, foi necessário corrigir as proporções de acidentes de forma a permitir que representassem toda a frota do RENAVAM para 2001. A percentagem ajustada apresentada na Tabela 4.1 foi determinada após a realização das devidas ponderações, e representa a proporção de veículos acidentados expandida para a frota leve. Na tabela, também, são apresentados os intervalos de confiança de 95% calculados para esta proporção. TABELA 4.1 Proporção de veículos acidentados expandida para a frota leve (em 2001) Aglomeração urbana Belém
Tipo de veículo
Proporção do tipo de veículo na frota (%)
Veículos envolvidos em acidentes amostrados (%)
Percentagem ajustada (%)
Automóvel
77,2
4,9
3,8
Moto
8,9
8,5
0,8
Utilitário leve
13,9
5,3
Proporção total expandida para a frota
0,7 5,3
Intervalo de confiança para a proporção total expandida para a frota: [3,9% ; 6,7%] Recife
Automóvel
76,3
12,0
9,2
Moto
12,4
15,0
1,9
Utilitário leve
11,3
10,0
Proporção total expandida para a frota
1,1 12,2
Intervalo de confiança para a proporção total expandida para a frota: [10,4% ; 14,5] São Paulo
Automóvel
79,7
4,2
3,3
Moto
7,8
6,1
0,5
Utilitário leve
12,5
0,9
Proporção total expandida para a frota
0,1 3,9
Intervalo de confiança para a proporção total expandida para a frota: [2,6% ; 5,2%] Porto Alegre
Automóvel
79,3
2,1
1,7
Moto
11,9
2,1
0,2
Utilitário leve
8,8
0,6
Proporção total expandida para a frota
0,1 2,0
Intervalo de confiança para a proporção total expandida para a frota: [1,1% ; 2,9%]
4.2 Proporção de veículos acidentados com vítimas De modo análogo à expansão da proporção de veículos acidentados na frota leve, foi determinada a proporção de veículos acidentados com vítima para a frota leve do RENAVAM em cada aglomeração urbana, referente ao ano de 2001. A Tabela 4.2 apresenta esta proporção, por tipo de veículo e total para a frota leve. O intervalo de confiança de 95% para a proporção total expandida também é mostrado na tabela. A Figura 4.1 ilustra as diferenças entre as aglomerações urbanas estudadas, tanto para a proporção de veículos acidentados quanto para a proporção de veículos acidentados com vítimas.
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
59
TABELA 4.2 Proporção de veículos acidentados com vítimas expandida para a frota (em 2001) Aglomeração urbana
Tipo de veículo
Belém
Automóvel 77,2 0,3 Moto 8,9 7,0 Utilitário leve 13,9 0,0 Proporção total expandida para a frota Intervalo de confiança para a proporção total expandida para a frota: [0,4% ; 1,3%] Automóvel 76,3 0,8 Moto 12,4 8,9 Utilitário leve 11,3 0,0 Proporção total expandida para a frota Intervalo de confiança para a proporção total expandida para a frota: [1,0% ; 2,5] Automóvel 79,7 0,3 Moto 7,8 4,5 Utilitário leve 12,5 0,0 Proporção total expandida para a frota Intervalo de confiança para a proporção total expandida para a frota: [0,2% ; 1,0%] Automóvel 79,3 0,2 Moto 11,9 1,6 Utilitário leve 8,8 0,0 Proporção total expandida para a frota Intervalo de confiança para a proporção total expandida para a frota: [0,2% ; 1,0%]
Recife
São Paulo
Porto Alegre
Proporção do tipo de veículo na frota (%)
Veículos envolvidos em acidentes amostrados (%)
Percentagem ajustada (%) 0,2 0,6 0,0 0,8 0,6 1,1 0,0 1,7 0,2 0,4 0,0 0,6 0,1 0,2 0,0 0,3
FIGURA 4.1 Proporção de veículos acidentados expandida para a frota, em percentagem
4.3 Idade do entrevistado A partir dos resultados amostrais foram estimadas a idade média do entrevistado para cada aglomeração urbana, considerando o total de entrevistados (geral) e os entrevistados envolvidos em acidentes. Foi feita, ainda, uma análise para verificar se as idades médias eram significativamente diferentes. Os resultados das estimativas são apresentados na Tabela 4.3.
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Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
TABELA 4.3 Estimativas expandidas para o RENAVAM: idade do entrevistado Belém Geral Envolvidos em acidentes Média Desvio padrão Limite inferior Limite superior
41,6 0,4 40,9 42,4
37,6 0,3 36,9 38,2
Geral
Recife Envolvidos em acidentes
41,2 0,4 40,4 42,1
40,2 0,4 39,4 41,0
São Paulo Geral Envolvidos em acidentes 41,1 0,4 40,3 42,0
35,5 0,4 34,7 36,2
Porto Alegre Geral Envolvidos em acidentes 43,8 0,5 42,9 44,7
37,9 0,4 37,1 38,6
Para as Aglomerações Urbanas de Belém, São Paulo e Porto Alegre, a média da idade entre os condutores de veículos que se envolveram em acidentes é significativamente menor do que a média da idade entre os que não se acidentaram, correspondendo a um nível de significância de 0,01%. No caso de Recife, não houve evidências para não rejeitar a hipótese de que essa diferença seja nula. Isto é, a média da idade entre os condutores de veículos que se acidentaram não é significativamente menor do que a média da idade entre os condutores de veículos que se acidentaram. 4.4 Tempo médio de habilitação Para o tempo médio de habilitação foram feitas estimativas expandidas para a frota do RENAVAM, para cada uma das aglomerações urbanas estudadas para o ano de 2001. Foram estimados o tempo médio de habilitação de todos os condutores (geral) e dos condutores envolvidos em acidentes (ver Tabela 4.4). TABELA 4.4 Estimativas expandidas para o RENAVAM: tempo médio de habilitação Belém Geral Envolvidos em acidentes Média Desvio padrão Limite inferior Limite superior
15,6 0,3 14,9 16,2
12,3 0,3 11,6 12,9
Recife Geral Envolvidos em acidentes 17,3 0,4 16,6 18,0
14,4 0,3 13,8 15,0
São Paulo Geral Envolvidos em acidentes 18,5 0,4 17,8 19,3
13,4 0,3 12,7 14,0
Porto Alegre Geral Envolvidos em acidentes 20,0 0,4 19,1 20,8
14,8 0,4 14,1 15,5
Para todas as aglomerações consideradas, a média do tempo de habilitação dos condutores dos veículos envolvidos em acidentes é significativamente menor do que a média do tempo de habilitação entre os não envolvidos em acidentes. O nível de significância calculado foi de 0,1%. 4.5 Idade média do veículo Na Tabela 4.5 são apresentadas as estimativas expandidas para a idade média do veículo da frota do RENAVAM para as quatro aglomerações urbanas. Foram estimadas, em separado, a idade média dos veículos totais da frota (geral) e a dos veículos envolvidos em acidentes. TABELA 4.5 Estimativas expandidas para o RENAVAM: idade média do veículo Belém Geral Envolvidos em acidentes Média Desvio padrão Limite inferior Limite superior
3,9 0,1 3,7 4,1
3,8 0,1 3,7 4,0
Geral
Recife Envolvidos em acidentes
3,9 0,1 3,7 4,0
3,7 0,1 3,5 3,8
São Paulo Geral Envolvidos em acidentes 4,7 0,1 4,4 4,9
3,8 0,1 3,7 4,0
Porto Alegre Geral Envolvidos em acidentes 4,3 0,1 4,1 4,5
4,4 0,1 4,2 4,5
Nessa tabela, observa-se que a estimativa da idade média dos veículos envolvidos em acidentes praticamente não difere da idade média geral da frota, em todas as aglomerações. Também entre as aglomerações urbanas estudadas, as diferenças são pequenas. Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
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4.6 Total de quilômetros rodados As estimativas expandidas para o total de quilômetros rodados pela frota do RENAVAM de cada aglomeração urbana considerada no estudo, são apresentadas na Tabela 4.6. Também neste caso as estimativas foram feitas em separado para os veículos envolvidos em acidentes e para os veículos totais das frotas (geral). TABELA 4.6 Estimativas expandidas para o RENAVAM: total de quilômetros rodados Belém Geral Envolvidos em acidentes Média
27.562,3
Desvio padrão
24.924,5
Geral
Recife Envolvidos em acidentes
39.846,6
48.198,8
São Paulo Geral Envolvidos em acidentes 42.635,1
47.379,9
Porto Alegre Geral Envolvidos em acidentes 41.229,4
52.411,6
901,0
846,3
1.766,9
1.675,8
1.168,3
1.087,5
1.710,5
1.575,9
Limite inferior 25.778,4
23.248,9
36.348,1
44.880,7
40.322,0
45.226,6
37.842,7
49.291,2
Limite superior 29.346,2
26.600,1
43.345,1
51.516,8
44.948,3
49.533,2
44.616,1
55.531,9
As estimativas, refletindo o que foi observado nas amostras, contemplam médias de quilômetros rodados para os veículos envolvidos em acidentes superiores às obtidas para os veículos em geral, exceto em Belém. Observa-se, também, que a média de quilômetros rodados estimada para a Aglomeração Urbana de Belém é bastante inferior à estimada para as demais aglomerações, tanto no caso dos veículos envolvidos em acidentes quanto no da frota total. 4.7 Boletins de Ocorrência Nesta seção são apresentadas as estimativas expandidas para a frota do RENAVAM, da proporção e do número de boletins de ocorrência não efetuados em 2001 (ver Tabela 4.7). A estimativa da proporção para todas as aglomerações foi feita a partir das ponderações das proporções dos tipos de veículos na frota do RENAVAM e dos resultados obtidos com as amostras correspondentes. TABELA 4.7 Proporção de boletins de ocorrência não efetuados em 2001 Aglomeração Urbana
Proporção de B.O. não efetuados em 2001 Estimativa p/ Intervalo de RENAVAM confiança 95% L.I. L.S.
Belém
0,57
0,43
0,71
Recife
0,70
0,62
0,78
São Paulo
0,38
0,23
0,53
Porto Alegre
0,27
0,073
0,472
Para Belém, a estimativa de B.O. efetuados em 2001 é de, aproximadamente 43%, ou seja, um pouco menos da metade. No caso da Aglomeração Urbana de Recife, esta estimativa é de 30%, ou seja, 3 a cada 10 veículos acidentados efetuaram o boletim de ocorrência; em São Paulo, a estimativa é de 6 a cada 10 veículos; e em Porto Alegre é de que a cada 10 veículos envolvidos em acidentes, 7 efetuaram o boletim de ocorrência.
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Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
5 CONCLUSÕES A pesquisa sobre acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras foi realizada a partir de dados de acidentes ocorridos no ano de 2001 nas Aglomerações Urbanas de Belém, Recife, São Paulo e Porto Alegre. Estas aglomerações foram selecionadas para representar a situação de acidentes de trânsito nas demais aglomerações urbanas das diferentes regiões geográficas do Brasil, na forma a seguir indicada: – Aglomeração Urbana de Belém: para representar a Região Norte e a Região Centro-Oeste; – Aglomeração Urbana de Recife: para representar a Região Nordeste; – Aglomeração Urbana de São Paulo: para representar a Região Sudeste; e – Aglomeração Urbana de Porto Alegre: para representar a Região Sul. Na ausência de um cadastro geral dos acidentes de trânsito ocorridos no Brasil, com dados completos por cidade, o plano amostral para definir os acidentes a serem analisados em cada uma das aglomerações urbanas selecionadas foi elaborado tendo como unidade amostral o veículo, e não o acidente propriamente dito. Assim, a população alvo foi definida como os veículos da frota registrada em cada cidade, integrantes do Registro Nacional de Veículos Automotores, o RENAVAM. Seguindo um plano amostral elaborado de modo a garantir uma precisão das estimativas de custo dos acidentes compatível com os objetivos do projeto, foram selecionadas amostras aleatórias de aproximadamente 1000 veículos para cada aglomeração considerada, estratificada de acordo com os seguintes grupos de veículos: automóveis, utilitários leves e motos. Para cada amostra foram coletados e analisados, dentre outros, dados relativos à caracterização das condições do veículo e do seu condutor principal; à ocorrência de acidentes associada a cada veículo, incluindo verificação da gravidade e das condições em que os mesmos ocorreram; e às vítimas dos acidentes, quando estas existiram. Um dos pontos importantes da pesquisa foi identificar as diferenças e semelhanças entre algumas das características associadas aos condutores, aos veículos e aos acidentes observadas nas diferentes amostras. Pode-se destacar, por exemplo, a verificação a partir dos resultados obtidos para todas as amostras, de que o veículo tipo moto apresenta um alto grau de envolvimento em acidentes, sobretudo com vítimas. Tome-se como exemplo a amostra da Aglomeração Urbana de São Paulo: a proporção de motos nesta amostra foi de 19,8%; já a proporção de motos no seu grupo de veículos envolvidos em acidentes foi de 28,6%; e a proporção deste tipo de veículo entre os acidentes com vítima foi de 81,8%. Situação semelhante foi obtida para as amostras das outras aglomerações urbanas estudadas. Outro aspecto importante diz respeito ao impacto da idade e do tempo de habilitação do condutor no seu envolvimento em acidentes. Foi verificado em todas as amostras que a idade média dos condutores envolvidos em acidentes é inferior a dos não envolvidos; a diferença variou de 4,9 anos, observada em Belém, a 7,4 anos, verificada em Recife. O cálculo das estimativas expandidas para o RENAVAM da idade do entrevistado revelou que, para as Aglomerações Urbanas de Belém, São Paulo e Porto Alegre, a média da idade entre os condutores de veículos que se envolveram em acidentes é significativamente menor do que a média da idade entre os que não se acidentaram, a um nível de significância de 0,01%. Para Recife a diferença não foi considerada significativa. O estudo do impacto do tempo de habilitação no envolvimento em acidentes também revelou, para todas as amostras, que os motoristas envolvidos em acidentes têm tempo de habilitação inferior ao dos não acidentados. A diferença entre estes tempos variou de 3,3 anos em Recife até 5,8 anos em Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
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São Paulo. Nas estimativas expandidas do tempo médio de habilitação para o RENAVAM, foi verificado que, para todas as aglomerações, a média do tempo de habilitação dos condutores dos veículos envolvidos em acidentes é significativamente menor do que a média do tempo de habilitação entre os não envolvidos em acidentes. O nível de significância calculado foi de 0,1%. Já outros aspectos analisados, como por exemplo o sexo e o nível de instrução do motorista envolvido em acidente, mostraram diferenças ao longo das diferentes amostras. Nos estudos feitos em Belém e São Paulo, foi identificado que os homens se envolvem mais em acidentes do que as mulheres; esta situação apresentou-se invertida nos estudos de Recife e Porto Alegre. Quanto ao nível de instrução, nas amostras de Belém e Recife o nível predominante entre os condutores envolvidos em acidentes foi o segundo grau; nas amostras de São Paulo e Porto Alegre este nível foi o superior. Um outro elemento importante que foi verificado em todas as amostras diz respeito à natureza dos acidentes. A colisão lateral e a colisão traseira responderam por 65% dos acidentes estudados em Belém; por 67% dos estudados em Recife; 69% dos observados na amostra de Porto Alegre; e 44% dos analisados em São Paulo. Além disso, a colisão lateral foi responsável pela maior proporção de acidentes com vítimas, com relação à participação dos outros tipos de acidentes, nas amostras das Aglomerações Urbanas de Belém, Recife e Porto Alegre. Os resultados acima mencionados, e os demais incluídos no corpo do presente relatório, permitiram um melhor entendimento dos principais fatores ligados à ocorrência de acidentes nas aglomerações urbanas brasileira. Embora diversos aspectos precisem ser investigados mais profundamente, é inegável o mérito do estudo, pioneiro no Brasil, em procurar identificar estes fatores e tentar avaliar a sua importância. As limitações do estudo devem-se, na sua grande parte, à própria magnitude do problema tratado: acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileira. Outras limitações foram decorrentes do processo de amostragem adotado, isto é, da substituição da unidade amostral “acidente” pela unidade amostral “veículos”. Em função da unidade adotada, em muitas cidades a quantidade de acidentes para ser investigada, como foi o caso de Porto Alegre, acabou sendo muito pequena. Isto é, dentre os 1004 veículos sorteados para integrar a amostra, somente 19 se envolveram em acidentes no ano 2001. Em São Paulo este número foi de 42 veículos envolvidos em acidentes numa amostra de 1001 veículos; em Belém de 59 em 1043; e em Recife de 134 em 1073. Em face dessa limitação e para uma melhor caracterização dos acidentes com vítimas, realizou-se, inclusive, uma outra pesquisa em paralelo em São Paulo a partir dos Boletins de Ocorrência registrados nas delegacias de polícia da cidade.
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ANEXOS
ANEXO 1 QUESTIONÁRIO 1 – GERAL Dados iniciais
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
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ANEXO 2 QUESTIONÁRIO 2 Acidentes sem vítimas
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Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
QUESTIONÁRIO 2 Acidentes sem vítimas
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
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QUESTIONÁRIO 2 Acidentes sem vítimas
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Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
ANEXO 3 QUESTIONÁRIO 3 Acidentes com vítimas
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QUESTIONÁRIO 3 Acidentes com vítimas
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Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
QUESTIONÁRIO 3 Acidentes com vítimas
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
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QUESTIONÁRIO 3 Acidentes com vítimas
A partir desta página, preencher 1 questionário para cada vítima envolvida no acidente.
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Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
QUESTIONÁRIO 3 Acidentes com vítimas
Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras
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QUESTIONÁRIO 3 Acidentes com vítimas
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QUESTIONÁRIO 3 Acidentes com vítimas
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QUESTIONÁRIO 3 Acidentes com vítimas
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