Interoperabilidade De Sistemas De Informação

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Marcos de Camargo Fantinati

Assinado de forma digital por Marcos de Camargo Fantinati DN: CN = Marcos de Camargo Fantinati, C = BR Dados: 2009.06.24 21:19:49 -03'00'

Interoperabilidade de Sistemas de Informação Marcos de Camargo Fantinati manager of information technology in health Brasil/Brasília - DF

Houve um tempo em que as informações eram produzidas em menores quantidades e desconexas: bilhetes rabiscados em papel; dados datilografados em relatórios; documentos gravados apenas no disco rígido de um único computador; ou base de dados gravada e armazenada em mainframes. Contudo, a ascensão da web, a digitalização de dados e documentos e o aumento de computadores em rede, que nos possibilita conexão a um vasto número de informações com incrível rapidez e facilidade têm mudado fundamentalmente o modo como nós lidamos com essas funcionalidades. Surgia, então, o conceito de interoperabilidade, e, com isso, as primeiras conquistas advindas dessa consciência, como a revisão dos modelos de negócios das grandes fabricantes, as parcerias entre empresas concorrentes. Enfim, estava dada a largada na movimentação da indústria em direção a possibilitar a completa integração de informações, independente da máquina ou do sistema. O processo da interoperabilidade teve diversas fases até sua estruturação. Entre 2001 e 2002 passou por experimentações e aprendizados até 2007, quando iniciou as parcerias para o desenvolvimento de variadas arquiteturas. Como resultado, estreitou-se os laços com comunidades desenvolvedoras de software livre e iniciou o compartilhamento de licenças e códigos. Os princípios da interoperabilidade previam mudanças nos procedimentos para acesso à tecnologia, novas práticas de negócios para abertura dos produtos, definição de novos princípios e ampliação do leque de produtos atingidos por ela. Vivemos em um mundo onde todos os sistemas precisam estar interligados e, por essa razão, os consumidores devem ter a opção de escolher soluções que melhor se adaptam as suas necessidades sem a preocupação desses softwares serem ou não interoperáveis com os sistemas já existentes A importância da interoperabilidade tem refletido nos diversos setores comerciais, com foco na força de trabalho distribuída e globalizada. Valorizada pela tecnologia em si, proporciona ambientes heterogêneos, serviços web e SOA (Software Oriented Architecture), com processos regulatórios setoriais e requerimentos legais. Isso se deve a realidade social, que cada vez mais não faz

distinção entre casa e trabalho, mobilidade e usuário online, gerando uma quantidade incontável de conteúdo produzido. Entre as relevâncias advindas está a inclusão deliberada de soluções interoperáveis, o aumento do trabalho em parceria com clientes e competidores para construir “pontes” e facilitar sua coexistência, tornar as vantagens tecnológicas das grandes empresas disponíveis às demais e a participação em órgãos de padronização capazes de fomentar a interoperabilidade. Indo apenas para o universo do hospital, a situação é ainda mais complexa. Há uma infinidade de sistemas de informação no mercado, cada um para cobrir uma área ou uma etapa do atendimento, e que não conversam entre si. Ou seja, mergulhada em siglas e soluções como ERP, PEP, HIS, RIS, PACS, PHP, entre outras, para garantir a melhor gestão e entrega de serviços, a área de TI do hospital tornou-se uma verdadeira Torre de Babel, que, mais do que alcançar o céu, precisa garantir a eficiência do cuidado com a saúde. A troca de informações entre os players é apontada como uma das maiores dificuldades para a atuação no setor de saúde. Na relação entre hospitais, operadoras, médicos, pacientes e ainda serviços de apoio, encontrar um fluxo corrente de informações, que envolva desde atendimento e exames até histórico de saúde e faturamento dos serviços prestados, é uma tarefa árdua. Afinal, cada um tem seu processo e suas ferramentas de registro desses dados, contemplando o ponto que mais lhe interessa. Após longos anos de uma cultura de "ilhas isoladas de informação" parece começar a ser aceito, como inevitável e essencial, a cultura dos sistemas de informação que colaboram. Na realidade a noção de sistema de informação passará a ser vista de vários níveis. Teremos os sistemas de informação das empresas ou instituições em si; estes sistemas constituirão a base de sistemas de informação mais amplos, que os agregam, que poderão por sua vez participar de outros sistemas de informação ainda mais abrangentes ou que se destinam "objetivos de negócio" específicos. É sobre este pano de fundo que a problemática (e as soluções) de interoperabilidade ganham um importância particular. As aproximações "monolíticas" do grande computador central, tentação dos anos 70 e 80 do século passado, não escalam, não se adaptam, são rapidamente ingovernáveis. O modelo que teremos de aceitar é o de um conjunto de subsistemas, suportados por arquiteturas distribuídas. Mas quando falamos de interoperabilidade convém entedenter que de fato se pretende ir muito mais além de "uma linguagem comum" entre sistemas ou das "interfaces que se comunicam". Sendo essencial poder ligar sistemas, garantindo que eles se comuniquem atraves de formatos normalizados e compatíveis, temos também de garantir que construímos conjuntos úteis e com nexo.

E, dando mais um passo, passamos para o nível da orquestração entre os sistemas que colaboram, para obtermos processos/workflows que atravessam vários organismos e permitem apresentar-se como integrados e transparentes ao usuário. É este o grande desafio que a interoperabilidade e integração têm pela frente. A interoperabilidade entre plataformas e a necessidade de integrar os dados não é um problema novo, mas tornaram-se fundamentais neste mundo globalizado em que vivemos que requer a capacidade de resposta aos pedidos de uma forma rápida e eficiente. A interoperabilidade consiste na capacidade de transferir e utilizar informações de maneira uniforme e eficiente entre várias organizações e sistemas de informação, o que qualifica potencialmente a ultilização inteligente das informações fornecidas por diversas fontes.

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