O CUSTO CLIMÁTICO DE UM COPO DE LEITE Texto adaptado com finalidades pedagógicas - Prof. Silvio Araujo de Sousa - Guarujá - SP Escola Estadual Prof. Renê Rodrigues de Moraes - Geografia
Agropecuária – 12 a 14% das emissões de gases estufa Um simples copo de leite no café-da-manhã pode representar um grande custo ambiental para o planeta. Por isso, produtores e cientistas buscam reduzir o impacto da agropecuária, responsável por entre 12 e 14% das emissões mundiais de gases que aquecem a atmosfera. Da vaca até a mesa Já existem pesquisas para medir o custo climático deste copo de leite, ou da indústria leiteira do país, desde a criação da vaca até a mesa. As emissões do setor agropecuário cresceram quase 17% entre 1990 e 2005 em todo o mundo, sendo o maior aumento registrado no Sul em desenvolvimento (32%). O Metabolismo Bovino A fermentação intestinal do gado ruminante libera, na atmosfera, metano e óxido nitroso, dois potentes gases do efeito-estufa, também gerados pelo estrume e pela urina dos animais, pela queima de biomassa vegetal, pelo cultivo de arroz e processos biológicos e químicos nos solos agrícolas. O Metano e o Óxido Nitro – mais potentes que o CO2 O metano e o óxido nitroso, Juntos respondem por 70% da poluição climática procedente da agricultura. O metano e o óxido nitroso possuem, respectivamente, 21 e 300 vezes mais poder de efeito-estufa que o dióxido de carbono, principal gás vinculado as mudanças climáticas, liberado principalmente pelo transporte, a indústria e a produção de energia. Como Resolver? Enquanto os países buscam formas de produzir mais alimentos e superar a atual carência, especialistas estudam como reduzir as emissões do setor, sem ameaçar a sua produtividade. No Uruguai, a agropecuária gera 91% das emissões nacionais de metano e na Argentina é responsável por 44% das emissões de gases do efeito-estufa. No Mundo Os sistemas pastoris ocupam entre 26 e 40% do total de terras produtivas no planeta e o gado emite 37% do metano e 65% do óxido nitroso gerados pela atividade humana. A grande maioria destes gases são oriundos dos sistemas de pastoreio da América Latina e da Ásia. Óxido Nitroso – emissões crescendo A concentração atmosférica de óxido nitroso continua se elevando em 0,26% ao ano. No plano global, as emissões de óxido nitroso são predominantemente agrícolas. Óxido Nitroso - Fontes As principais fontes de óxido nitroso no pastoreio incluem os excrementos dos animais que pastam e os fertilizantes nitrogenados. O óxido nitroso é produzido no solo, através de processos microbiano como a nitrificação ou conversão de amônia em nitrato. Soluções A Nova Zelândia faz uso de inibidores da nitrificação, substâncias químicas adicionadas a fertilizantes nitrogenados (minerais ou orgânicos) ou aplicadas diretamente no solo, que inibem as bactérias causadoras, em parte, deste processo microbiano, e tornando-o mais lento. LEARN - (sigla em inglês para Rede de Pesquisa para a Diminuição das Emissões do Gado) A LEARN foi fundada no ano passado, na Nova Zelândia, e é integrada por políticos, cientistas e representantes da indústria de cerca de 40 países, incluindo os grandes produtores agropecuários, como os EUA, Brasil, Austrália, Índia, China e Argentina. Seu propósito é definir métodos de medição, verificação, comunicação e mitigação dos gases do efeito-estufa do setor pastoril. Seminário internacional Emissões Agrícolas de Gases do Efeito-Estufa 21 a 24 de julho de 2008 - Uruguai Neste sentido, uma pesquisa neozelandesa apresentada no seminário mostrou os procedimentos para seguir a trilha dos gases do efeito-estufa no setor agropecuário. Desde a produção de leite, por exemplo, que inclui as emissões próprias das vacas, até a industrialização e transporte, que têm seus próprios aportes de dióxido de carbono. Fonte: O artigo completo foi publicado originalmente no dia 26 de julho, pela rede latino-americana de diários da Tierraamérica (FIN/20008) The Waste & Resources Action Programme (www.wrap.org.uk/) Instituto Brasil PNUMA - Comite Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente