Rio de Janeiro Brasil
Você está me ouvindo ou apenas aguardando sua vez de falar? Ouvir atentamente é uma das mais importantes maneiras de se construir sólidas, valiosas e duradouras relações pessoais no trabalho, na família ou em qualquer outra situação. O ouvinte atento aprende mais, toma melhores decisões e ganha o respeito e a lealdade de superiores, subordinados, colegas, amigos e parentes. “Quando você fala, você repete o que você já sabe; quando você ouve, geralmente aprende algo” – Jared Sparks. Embora reconheçamos a importância de prestar atenção ao que as pessoas falam, de um modo geral, somos maus ouvintes. Em algumas ocasiões, perdemos a paciência, interrompemos o interlocutor e o atropelamos com julgamentos prematuros. Em outras, deixamos de prestar atenção e passamos a pensar nos contra argumentos que apresentaremos ao final de sua demorada arenga. Frequentemente, nos perdemos em divagações e nos ausentamos mentalmente. Por que somo maus ouvintes? A crença de que o controle da comunicação está nas mãos de quem fala explica porque somos maus ouvintes. Em nossa sociedade, o falar é visto como mais importante, enquanto o ouvir é categorizado como uma atividade passiva. Na verdade, ouvir atentamente, e obter valiosas informações sobre as pessoas e os fatos, é um dos mais importantes meios de ganhar poder e influência. Quem não ouve com atenção cria problemas desnecessários, fere sentimentos, perde ou confunde informações e deixa passar boas oportunidades. Os três níveis de atenção Ouvir com atenção envolve um processo mental sofisticado, não basta sentar e deixar a escuta ocorrer ao acaso. Ouvir efetivamente não é um processo passivo, mas ativo e requer energia e disciplina. Allen Burley, autor do livro “Listening: The Forgotten Skill”, vê o processo de ouvir como um modelo de três níveis. Estes níveis são categorias distintas em que as pessoas se enquadram; eles podem se sobrepor ou se alternar, dependendo do que está acontecendo. Quando as pessoas se movem do nível 3 para o nível 1, cresce o potencial de compreensão, retenção do que foi dito, percepção, receptividade, criatividade e efetividade na comunicação.
Nível 1 Neste nível há uma atenção consciente, entendimento, respeito e um espírito de cooperação. O ouvinte procura olhar as coisas sob o ponto de vista da outra pessoa, ser empático aos seus sentimentos e evitar distrações internas que interferem na sua atenção. O ouvinte presta atenção ao processo total de comunicação do interlocutor: conteúdo da mensagem, tom de voz, inflexões, volume, gestos e outros sinais corporais. Um ingrediente crítico é uma atitude de respeito mutuo que ajuda a afastar rótulos negativos, acusações e intimidações. Neste nível predomina um alerta mental que promove um melhor entendimento da situação e resulta em melhores decisões e soluções mais criativas. Elaborado por Jairo Siqueira
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Nível 2 Este nível é caracterizado pela inconstância no estado de atenção e pela percepção parcial do que é dito. Ouvem-se as palavras, mas não se consegue entender plenamente o significado da mensagem. Pouco esforço é feito para compreender as intenções do interlocutor ou para esclarecer a mensagem. Muita informação é perdida. Cada pessoa tem seus próprios significados para as palavras, que são filtradas por suas variadas crenças, conhecimentos, cultura, educação e experiência. Como resultado, duas pessoas não têm exatamente o mesmo significado para uma mesma palavra ou expressão; os significados estão nas pessoas e não nas palavras. “A realidade das outras pessoas se encontra não no que ela revela a você, mas no que ela não é capaz de revelar a você. Portanto, se você quiser entendê-la, ouça não somente o que ela diz, mas também o que ela não diz.” – Kahlil Gibran. Ao nos concentrarmos exclusivamente nas palavras, característica deste nível, perdemos as mensagens do tom de voz e a linguagem do corpo, como expressões faciais, postura, gestos e contatos visuais. Estudos mostram que as palavras têm um impacto relativo de somente 7%, o tom de voz 38% e a linguagem corporal 55%.
Nível 3 Este nível tem conseqüências perigosas. É o modo do piloto automático, as pessoas escutam por que o ouvido não tem um dispositivo como as pálpebras para ser fechado. Distrações internas, como sonhar acordado, pensar em outras coisas, conversar consigo mesmo, procurar falhas no interlocutor e sentimentos negativos, nos afastam mentalmente do local da conversa. Muito pouco do que foi dito é entendido e será lembrado. Um dos fatores que mais contribui para o nível 3 é a atitude de confronto e repreensão que perpetua sentimentos negativos de frustração, raiva, ansiedade, impaciência e mau humor. Os resultados são conflitos, mal entendidos e decisões erradas. Outras conseqüências: cansaço, perda de iniciativa, perda de criatividade, acomodação e indiferença a erros e falhas crônicas. Informação é poder. Ouvintes atentos são capazes de se concentrarem e de encontrarem as mais valiosas informações em tudo que ouvem. São pessoas poderosas que têm influência positiva sobre as outras. Eles respondem ao que é real, ao invés de se orientarem por emoções, preconceitos ou falsos juízos.
Elaborado por Jairo Siqueira
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