TESTE DE AVALIAÇÃO DE FILOSOFIA ANO LETIVO 2014 / 2015
11.º ANO
Nome: ___________________________________________________________________ Turma : __________ N.º: _____
Data: dez 2014
Avaliação
O Professor
Enc. de Educação
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1. Um ser humano não tem necessidade séria de argumentação. Esta afirmação é: a. Verdadeira, porque argumentar é apenas querer manipular os outros através de belos discursos. b. Falsa, porque quem não conhece as técnicas argumentativas não consegue viver em sociedade. c. Verdadeira, porque quando as teses são evidentes não é necessário perder tempo a defende-las e a apresentá-las. d. Falsa, porque a realidade nem sempre é evidente, suscitando diferentes pontos de vista que exigem ser defendidos mediante argumentos. 2. O objetivo da retórica consiste: a. Conduzir alguém a uma conclusão necessária e universal. b. Fornecer argumentos a favor das teses que o auditório sempre aceitou sem contestação. c. Persuadir e convencer um auditório a respeito de determinado assunto. d. Exibir belos discursos sem qualquer preocupação com a coerência e com a verdade. 3. Para os sofistas a verdade é: a. Objetiva, singular e plurívoca. b. Subjetiva, plural e plurívoca. c. Objetiva, plural e unívoca. d. Subjetiva, singular e unívoca. 4. Os meus amigos adoram ler. Logo todas as pessoas da idade deles adoram ler. Este exemplo traduz: a. Um argumento por analogia. b. Uma indução por previsão incorreta. c. Um argumento sobre causas. d. Uma indução por generalização incorreta.
5. O regime democrático é justo, porque é um regime onde impera a justiça. Este enunciado é um exemplo da seguinte falácia: a. Apelo à ignorância.
b. Contra o homem. c. Petição de princípio. d. Falso dilema. 6. A lógica informal dedica-se a. Apenas aos argumentos indutivos. b. Aos argumentos dedutivos. c. Aos argumentos não dedutivos. d. Aos argumentos cuja conclusão é uma consequência necessária das premissas. 7. Identifique a falácia presente no seguinte enunciado:” O morcego, tal como o papagaio tem asas, ora como o papagaio é uma ave, logo se conclui que também o morcego é uma ave”. a. Falsa generalização b. Petição de Princípio c. Termo Médio d. Falsa Analogia 8. No “bom uso” da retórica a. Dá-se sempre uma persuasão oculta. b. O auditório é passivo, sem sentido crítico ou problematizador. c. Deturpam-se os factos. d. Há uma orientação para a verdade e racionalidade. 9.
As provas baseadas no ethos, pathos e no logos centram-se, respetivamente: a. No auditório, no orador, nos argumentos b. No orador, no auditório, nos argumentos c. No auditório, nos argumentos, no orador d. No orador, nos argumentos, no auditório
10. Em relação à argumentação e à demonstração, é correto afirmar que: a. A argumentação é independente do orador e do auditório b. A demonstração caracteriza-se por usar a linguagem corrente c. A argumentação visa mostrar a relação necessária entre a conclusão e as premissas d. A demonstração é impessoal ao nível da prova, pois a validade não depende da opinião
11. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) cada uma das seguintes afirmações:
A. Numa analogia o número de semelhanças é irrelevante
F
B. A falácia que se segue é um exemplo de falácia do Espantalho ou Boneco de Palha.
F
“Todas as formas de clonagem são inaceitáveis. A aceitação da clonagem conduz à clonagem reprodutiva, que, por sua vez, conduz ao eugenismo, a uma sociedade racista e a novas modalidades de escravatura.” C. Numa demonstração a relação entre as premissas e a conclusão é necessária.
V
D. Uma inferência em que a conclusão não está implícita nas premissas designa-se Inferência ampliativa. E. Um argumento de autoridade é aceitável apenas se a autoridade invocada for pessoalmente inatacável
V
F. O ethos, o pathos e o logos são três estratégias de persuasão que só se usam no domínio do discurso politico.
F
G. A falácia do espantalho ou boneco de palha é uma falácia formal.
F
H. A validade de um argumento de autoridade depende do facto de as semelhanças que existem entre as realidades comparadas serem mais significativas do que as diferenças.
F
I. A falacia contra a pessoa ou contra o homem consiste em atacar a pessoa que apresenta o argumento e não o próprio argumento.
V
J. Um orador incorre na falácia do falso dilema se der a entender que as duas opções propostas são as únicas possíveis.
V
GRUPO II
1. Caracterize as três estratégias ou «provas» de persuasão avançadas por Aristóteles na sua obra Retórica. Trata-se do ethos, do pathos e do logos. O ethos refere-se ao caráter moral do orador; ao conjunto de características que o orador tem, ou que o auditório vê nele, e através das quais irá tentar persuadir o interlocutor. O pathos refere-se às emoções que o orador é capaz de despertar no auditório (comoção, alegria, medo, vaidade, etc.). O logos referese à racionalidade do discurso, ao tipo de argumentos utilizados, nomeadamente estudos, gráficos, evidências.
2. Distinga argumentação de demonstração.
F
A argumentação pressupõe uma relação entre um orador e um auditório particulares, e é contextualizada, enquanto a demonstração se dirige a um auditório universal. O fim da argumentação é obter a adesão do auditório às teses que lhe são apresentadas, enquanto o fim da demonstração é deduzir consequências das premissas (verdadeiras) apresentadas. A argumentação é do domínio do verosímil, ou seja, do que pode ser verdadeiro, mas não necessariamente, enquanto a demonstração é constringente, isto é, impõe-se de maneira evidente e necessária a qualquer auditório. A linguagem usada na demonstração é sem ambiguidade enquanto que na argumentação se usa a linguagem natural e corrente.
3. Diga como pode saber, perante um argumento por analogia, se está perante uma falácia. Ao avaliar um argumento por analogia no sentido de saber se é forte ou fraco, temos de estar atentos a três critérios, os quais se manifestam nas seguintes perguntas: As semelhanças apontadas nos casos que estão a ser comparados são relevantes para a conclusão que se quer inferir? A comparação tem por base um número razoável de semelhanças? Apesar das semelhanças apontadas, não haverá diferenças fundamentais entre os casos que estão a ser comparados?
4. Explique o que significa adequar o discurso ao auditório. O discurso deve ser adaptado às circunstâncias e ao próprio auditório no sentido de atingir o seu objetivo - a persuasão Aquilo que persuade um auditório poderá não convencer um outro É preciso adequar a situação de comunicação oral ao seu grau de formalidade; Utilizar o léxico adequado ao tema, à audiência, à situação de comunicação; Planear previamente o discurso em situações formais, partindo de suposições acerca dos conhecimentos prévios da audiência;
GRUPO III
1. Leia o texto seguinte: “ Condenamos a arte médica por haver médicos que podem utilizar a sua ciência para fazer o mal? O mesmo vale para a linguagem: ela serve a verdade, mas não basta para a garantir por si só. Ela pode encobrir a mentira, pode seduzir e convencer, tal como pode manipular e enganar. Se a retórica é útil, isso deve-se ao facto de permitir que os homens usem o seu sentido crítico e o seu juízo em plena consciência.” Michel Meyer Partindo do texto, escreva uma composição filosófica, bem estruturada, subordinada ao tema: A importância da retórica para a filosofia. Tenha em consideração os seguintes tópicos: I. II.
A origem da retórica: uma referência à oposição entre filósofos e sofistas e problemas filosóficos associados A retórica hoje: as possíveis razões do interesse pela argumentação e retórica na atualidade; os domínios de intervenção da retórica: discussão sobre o bom ou mau uso da retórica em articulação com o texto O aluno deve produzir uma composição filosófica bem estruturada (introdução, desenvolvimento e conclusão) fazendo referência: - Ao surgimento da retórica na Atenas do século V a.c., contemporânea e indissociável do nascimento da democracia. Deve referir também o conflito entre os filósofos (como Platão) e os Sofistas (como Protágoras) relativamente à educação, ao conhecimento, ao papel da retórica e da verdade. Em jogo estavam questões filosóficas como: o que podemos conhecer? A opinião é conhecimento verdadeiro? O bem é alcançável e pode ser aplicado à vida da cidade ou é tudo relativo? - À diferença entre retórica filosófica e retórica sofista: A retórica sofista tem objetivos meramente práticos, preocupando-se mais em persuadir e manipular o auditório do que com a verdade do seu discurso. A retórica filosófica tem como principal objetivo procurar a verdade e levar o auditório a aderir à tese do orador, mas sempre tendo por base a verdade. - À necessidade de fazer uso do discurso retórico nas sociedades democráticas contemporâneas onde o mediatismo é crescente; os domínios preferenciais da intervenção da retórica como a política, o direito a publicidade e o marketing entre outros; relativamente ao bom e mau uso da retórica: Bom uso da retórica – a retórica é utilizada como uma discussão racional dos argumentos, que pressupõe a livre adesão do auditório, respeitando princípios éticos de diálogo. No bom uso da retórica verifica-se predominância do logos e é utilizado para procurar a verdade. Mau uso da retórica – a retórica é utilizada para persuadir e manipular, visando a adesão do auditório sem se preocupar com a verdade ou falsidade do discurso.
Grupo I
Grupo II
1 a 10
11
5x10 =50
5x10 =50 20
1
2 20
3 15
Grupo III 4 15
1 30
Total
200 pontos