UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL PROCESSOS UNITÁRIOS PARA O TRATAMENTO DE ÁGUA – DEC 9762
Tratamento avançado de águas de abastecimento
Profa. Dra. Katia Maria Hipolito Hespanhol
OBJETIVO DAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA PADRÕES DE POTABILIDADE - GRUPOS
Qualidade da água bruta
Tratamento
Qualidade da água final
de Água
Esteticamente agradável
Qualidade Microbiológica
Sub-produtos da desinfecção Compostos orgânicos
Segurança Química
Compostos inorgânicos
Agrotóxicos
TRATAMENTO AVANÇADO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO Objetivo
Tratamento
Remoção de ferro e manganês Gosto e odor em águas de abastecimento Limites de turbidez para a água filtrada Limites de contagem de partículas para a água filtrada
Esteticamente agradável
Qualidade Microbiológica
Adoção de diferentes agentes oxidantes Otimização do processo de coagulação e filtração Aplicação de CAP Aplicação de CAG
Sub-produtos da desinfecção Compostos orgânicos
Segurança Química
Compostos inorgânicos
Agrotóxicos
TRATAMENTO AVANÇADO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO Objetivo
Tratamento
Aplicação de agentes oxidantes alternativos Otimização dos processos físicos de separação Pesquisa de novos microrganismos indicadores Desenvolvimento de novas técnicas microbiológicas
Esteticamente agradável
Qualidade Microbiológica
Adoção de diferentes agentes oxidantes Processos de membrana
Otimização dos processos de coagulação e filtração Radiação Ultra-Violeta
Sub-produtos da desinfecção Compostos orgânicos
Segurança Química
Compostos inorgânicos
Agrotóxicos
TRATAMENTO AVANÇADO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO Objetivo
Tratamento
Controle da formação de DBP’s Remoção de compostos orgânicos precursores Agilidade e flexibilidade da ETA com respeito à adoção de Padrões de Qualidade mais restritivos
Esteticamente agradável
Qualidade Microbiológica
Adoção de diferentes agentes oxidantes Otimização do processo de coagulação Processos de membrana Aplicação de CAG
Sub-produtos da desinfecção Compostos orgânicos
Segurança Química
Compostos inorgânicos
Agrotóxicos
TRATAMENTO AVANÇADO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO
Objetivo
Tratamento
Controle da bacia hidrográfica e de suas fontes poluidoras Otimização do processo de coagulação e pesquisa de novos agentes coagulantes Novos compostos orgânicos potencialmente tóxicos identificados em estudos epidemiológicos e toxicológicos
Processos de arraste com ar Processos de membrana Otimização dos processos de coagulação e filtração Aplicação de CAG
Esteticamente agradável
Qualidade Microbiológica
Sub-produtos da desinfecção Compostos orgânicos
Segurança Química
Compostos inorgânicos
Agrotóxicos
CONTAMINANTES ORGÂNICOS Volatilidade Semi-volátil Não-volátil
Naturais
Semi-polar
Sintéticos
Adsorção Coagulaç em Carvão Osmose ão Ativado Reversa Arraste com Ar
Apolar
Compostos Orgânicos
Polaridade
Polar
Volátil
Baixo
Ultrafiltraçã o
Médio
Peso Molecular
Alto
Tratamento avançado de águas de abastecimento
Desinfecção por radiação ultravioleta
Histórico do uso da radiação UV 1877 - Foi observado o efeito germicida da luz
solar; 1910 - Primeiro uso conhecido da radiação
ultravioleta para desinfecção de água na França; 1929 - Identificada a relação entre a desinfecção
e absorção de luz UV pelo ácido nucléico; Década de 1930 – Desenvolvimento de lâmpadas
fluorescentes e produção de lâmpadas germicidas tubulares.
Histórico do uso da radiação UV A despeito dos avanços ocorridos, a utilização
dos sistemas de desinfecção por radiação UV foram abandonados:
Custo elevado para a produção dos equipamentos;
Confiabilidade dos sistemas.
O interesse pela desinfecção com radiação UV
ressurgiu na década de 1950;
Pesquisas relacionadas ao mecanismo de inativação por luz UV.
Histórico do uso da radiação UV As primeiras aplicações confiáveis da radiação
UV para desinfecção ocorreram na Áustria e Suíça em 1955; Nos EUA e Canadá, na década de 1970, os
sistemas de desinfecção por radiação UV eram principalmente aplicados para efluentes; A constatação de que baixas doses de radiação
UV poderiam inativar Giárdia e Criptosporídeos ampliou o uso desta tecnologia.
Características da Radiação UV No espectro das ondas eletromagnéticas provenientes do sol a
radiação UV está entre os raios-X e a luz visível.
Características da Radiação UV O espectro eletromagnético da luz ultravioleta pode ser dividido de várias formas. A norma ISO sobre determinação de irradiância solar (ISO-21348/2007) descreve as seguintes faixas de comprimento de onda (nm):
comprimentos de onda mais efetivos para desinfecção
Características da Radiação UV Espectro da radiação solar com destaque para a radiação UV
Características da Radiação UV Geração da radiação UV Descargas elétricas em átomos de
determinados elementos; Ativação dos átomos com deslocamento de
elétrons para orbitais mais energéticos; Quando os elétrons retornam para orbitais
menos energéticos, o excesso de energia pode ser liberado na forma de radiação UV.
Características da Radiação UV Geração de luz UV
Átomo
Processo de Ativação dos Átomos
Retorno ao Estado Fundamental
Atuação da radiação UV nos microrganismos Comprimentos de onda específicos podem atuar
no material genético do microrganismos causando danos no DNA ou RNA;
DNA – Ácido desoxirribonucléico;
RNA – Ácido ribonucléico.
A extensão dos danos vai depender da
exposição à radiação UV; Em geral a inativação ocorre pois os
microrganismos perdem a capacidade de se multiplicar.
Atuação da radiação UV nos microrganismos Os microrganismos que não podem se
reproduzir são incapazes de infectar alguém; Somente a radiação que é absorvida pelo DNA
ou RNA é capaz de causar danos; Estudos mostram que o ácido nucléico é capaz
de absorver radiação UV na faixa de 200 a 300 nm; A radiação absorvida pode resultar em vários
danos ao DNA, porém processo de formação de dímeros é o mais comum.
Atuação da radiação UV nos microrganismos Dano no DNA pela formação de dímeros
Mecanismo de reparação de danos dos microrganismos Os microrganismos possuem mecanismos
que possibilitam a recuperação de danos ao DNA; A recuperação do dano pode ser feita
mediante foto-reativação ou na ausência de luz; A foto-reativação e feita por enzimas
expostas a luz com comprimento de onda variando entre 310 nm e 490nm.
Mecanismo de reparação de danos dos microrganismos Alguns estudos sobre o mecanismo de reativação
dos microrganismos mostram que:
Para Giárdia, após exposição à doses típicas do processo de desinfecção, não ocorre reparação;
Criptosporídeos também não recuperam a capacidade infectiva após a inativação por radiação UV;
O RNA dos vírus não dispõem das enzimas necessárias para possibilitar a sua reparação e dependem do hospedeiro para este processo;
As bactérias podem ser reativadas após a exposição à radiação ultravioleta.
Mecanismo de reparação de danos dos microrganismos Fotorreativação enzimática: é ativada quando dímeros de bases pirimídicas (Timina, Citosina e Uracila) são formados no material genético por meio da exposição a raios UV. Nesse caso, a enzima fotoliase se liga ao dímero e, utilizando a energia proveniente da luz, catalisa a reação de dissociação do dímero.
Desinfecção com radiação UV Representação do Processo
V Alimentação na Rede de Energia Elétrica
Lâmpadas Ultravioleta
Desinfecção com radiação UV O grau de destruição ou inativação dos
microrganismos depende da dose de radiação; A dose depende da intensidade da radiação UV e
do tempo de exposição; D=I.t
Onde:
D = dose de radiação UV (mW.s/cm2 ou mJ/cm2);
I = Intensidade da radiação (mW/cm2)
t = tempo de exposição (s),
Transmissão de radiação UV A água pode absorver a radiação UV; Em geral a absorbância de radiação UV varia com o
comprimento de onda; Quanto maior o comprimento de onda menor é a
absorção; A absorbância em 254 nm (A254) é uma medida da
quantidade de radiação absorvida pela água; Assim a quantidade efetiva de radiação UV
disponível é menor que a intensidade fornecida pela lâmpada.
Transmissão de radiação UV Uma forma de quantificar a intensidade de
radiação UV transmitida é pela utilização da Lei de Beer-Lambert:
A254 log UVT UVT (%) 10
A254
A254 = Absorbância de radiação UV na amostra de
água para o caminho ótico de 1 cm. UVT(%) = Transmissão de radiação UV para um caminho ótico específico (1 cm);
Transmissão de radiação UV Relação entre transmissão de radiação UV e absorbância em 254 nm
100,00
UVT(%)
80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 0,00
0,20
0,40
0,60 A254
0,80
1,00
Transmissão de radiação UV
Prof. Mierzwa
Transmissão de radiação UV
Requisitos de qualidade da água para desinfecção com radiação UV
Fonte: Edstrom Industres. Ultraviolet Disinfection (http://www.edstrom.com)
Equipamentos de desinfecção por radiação UV Basicamente existem duas configurações
para os sistemas de desinfecção por UV:
Sistema aberto em canal;
Sistema fechado.
Os sistemas fechados são os preferidos para
tratamento de água de abastecimento.
Equipamentos de desinfecção por radiação UV Sistema de desinfecção por radiação UV em canal aberto
Equipamentos de desinfecção por radiação UV Representação esquemática do sistema de desinfecção em canal aberto
Equipamentos de desinfecção por radiação UV Desvantagens do sistema de desinfecção em canal aberto Perigo de exposição dos trabalhadores à radiação
ultravioleta; Crescimento de algas na superfície dos tubos de
quartzo; Dificuldade para limpeza das lâmpadas; Potencial de ocorrência de curto circuito no escoamento,
resultando em uma dose inferior à mínima necessária.
Equipamentos de desinfecção por radiação UV Equipamento de desinfecção por radiação UV com escoamento forçado
Equipamentos de desinfecção por radiação UV Detalhe do equipamento de desinfecção por radiação UV com escoamento forçado
Equipamentos de desinfecção por radiação UV Vantagens dos sistemas de desinfecção com escoamento forçado
Menor área para a instalação;
Redução do potencial de deposição de partículas; Exposição reduzida dos trabalhadores aos raios UV; Sistema modular;
Podem ser adquiridos sistemas com limpeza
automática das lâmpadas.
Equipamentos de desinfecção por radiação UV Lâmpadas UV utilizadas em tratamento de água
LP – Low pressure; LPHO – Low pressure high output; MP – Medium pressure Fonte: EPA 815-R-05-013, 2005 (www.epa.gov/safewater)
Equipamentos de desinfecção por radiação UV Desgaste das Lâmpadas Com o uso, há uma tendência da intensidade da
lâmpada diminuir; Isto resulta na redução da intensidade de radiação UV;
Este processo é conhecido como desgaste; O desgaste das lâmpadas de UV com o tempo é
influenciado:
Pelos ciclos de acionamento e desligamento;
Pela potência aplicada por unidade de comprimento da lâmpada.
Equipamentos de desinfecção por radiação UV
% da Intensidade Inicial
Variação da intensidade de radiação de lâmpadas UV com o tempo 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 0
2000
4000
6000
Tempo de Operação (h)
8000
10000
Planejamento, projeto e implantação de sistemas de desinfecção por UV Definição das metas para desinfecção
Identificação da área potencial para instalação da unidade
Definição dos critérios de projeto para a unidade: Vazão, fator de depósito, organismo alvo, nível de inativação, etc.
Identificação do processo de validação
Avaliação dos equipamentos disponíveis, incluindo estratégias de controle
Avaliação de alternativas para instalação
Procura pelo equipamento
Desenvolvimento do projeto detalhado
Construção da unidade de desinfecção
Partida e operação do sistema
Considerações finais Por ser um processo físico não há
necessidade de manipulação e armazenagem de produtos químicos; O processo de desinfecção por radiação
ultravioleta não tem ação residual; Necessita de um baixo tempo de contato
para promover a inativação (10 s a 20 s);
Tratamento avançado de águas de abastecimento
Abrandamento Remoção da dureza
Dureza da água O termo dureza foi originado em razão da
dificuldade no processo de lavagem de roupas, com águas contendo elevada concentração de certos íons minerais; Isto era resultado da capacidade deste íons
reagirem com sabões, evitando a formação de espuma; Na reação eram formados sabões insolúveis,
que precipitavam.
Dureza da água Além de reagir com sabões,
a dureza da água pode resultar na formação de incrustações em tubulações e dispositivos de troca térmica.
Dureza da água A dureza é resultado da presença de íons bivalentes,
destacando-se o cálcio e o magnésio; Outros íons também podem atribuir dureza a água:
Ferro;
Manganês;
Estrôncio;
Bário;
Zinco;
Alumínio
Medida da dureza Em tratamento de água a dureza é expressa em
concentração equivalente ao carbonato de cálcio (mg/L); Ela pode ser designada de várias maneiras:
Dureza total: soma da concentração de todos os íons responsáveis pela dureza;
Dureza devida a carbonatos: parcela relacionada a presença de sais na forma de carbonatos (HCO3-, CaCO3);
Dureza devida a não carbonatos: parcela devida a sais diferentes: Sulfato de cálcio, cloreto de cálcio, sulfato de manganês e cloreto de manganês.
Classificação das águas em função da dureza Com relação a concentração de dureza, a água pode
ser classificada em quatro categorias:
Classificação
Branda Dureza moderada Dura Muito dura
Dureza (mg CaCO3/L) < 75 76 - 150 151 - 300 > 300
Fatores associados à dureza Para o controle da corrosão e incrustações em redes
de água, o controle da dureza devido a carbonatos é muito importante; Em função do equilíbrio entre carbonatos a água
pode ser corrosiva ou incrustante:
Se a água tiver tendência para solubilizar carbonato ela é considerada corrosiva;
No caso de haver tendência para precipitação de carbonato a água e considerada incrustante.
Isso pode ser verificado pelo Índice de Saturação de
Langelier;
Fatores associados à dureza Índice de Langelier O índice de Langelier, ou Índice de
Saturação mede a tendência de corrosividade ou incrustação de uma água: IS = pH – pHs
IS = 0 (sem tendência para corrosão ou deposição);
IS < 0 (água com características corrosivas);
IS > 0 (água com característica incrustante).
Fatores associados à dureza
Fração Molar
Equilíbrio de Carbonatos 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 0
2
4
6
8
10
pH Ácido Carbônico
Bicarbonato
Carbonato
12
14
Dureza em águas de abastecimento Para água de abastecimento público é
recomendado que a dureza da água esteja entre 80 mg/L a 100 mg/L como CaCO3; Águas com dureza superior ou para o caso
de aplicações industriais, a dureza deve ser reduzida.
Benefícios da redução da dureza Redução da tendência de incrustação; Redução do consumo de sabões e
detergentes; Remoção de metais pesados:
Elevação do pH; Formação de complexos insolúveis.
Remoção de sílica e fluoretos; Remoção de ferro e manganês; Clarificação da água quando da precipitação
dos íons responsáveis pela dureza.
Abrandamento O abrandamento pode ser feito de três formas:
Precipitação química processo geralmente utilizado para águas com elevada concentração de dureza;
Troca catiônica mais indicado para o caso onde a concentração da dureza seja baixa;
Processo de nanofiltração utilização de membranas poliméricas.
Abrandamento por precipitação química É utilizado o processo a base de cal (CaO) e
carbonato de sódio; A cal é utilizada para elevar o pH da água,
fornecendo a alcalinidade necessária; O carbonato de sódio pode fornecer a
alcalinidade para reação e também os íons carbonato necessários.
Vantagens e desvantagens dos processos de abrandamento Precipitação química: Vantagens:
Pode ser aplicado para águas com dureza elevada; Possibilita remover da água outros contaminantes: Alguns radionuclídeos; Remoção de metais pesados e arsênio; Clarificação da água;
Tecnologia bem estabelecida.
Desvantagens:
Utilização de produtos químicos; Produção de lodo; Necessidade de ajustes finais.
Vantagens e desvantagens dos processos de abrandamento Troca catiônica: Vantagens:
Grande eficiência para remoção dos íons responsáveis pela dureza; As resinas podem ser regeneradas; Não há formação de lodo no processo.
Desvantagens:
Requer um pré-tratamento da água; Ocorre saturação da resina, exigindo a sua regeneração; Elevação da concentração de SDT na água; Requer o tratamento do efluente da regeneração.
Vantagens e desvantagens dos processos de abrandamento Nanofiltração: Vantagens:
Remove com eficiência íons responsáveis pela dureza; Não requer a utilização de produtos químicos; Ocorre a remoção de outros contaminantes, orgânicos e inorgânicos.
Desvantagens:
Tem uma menor produção de água em relação aos demais processos; Requer um nível elevado de pré-tratamento; Água com elevada dureza pode resultar em perda da eficiência do sistema.
Consumo de produtos químicos para o abrandamento A obtenção dos tipos de dureza é feita por
meio de uma escala em meq, com linhas acima e abaixo desta escala; Nas linhas serão indicadas as concentrações de cátions (acima) e ânions (abaixo). cátions meq/L ânions
Consumo de produtos químicos para o abrandamento Os cátions e ânions devem ser apresentados
nas seguintes ordens:
Cátions:
Ca2+; Mg2+, Na+; K+ (caso necessário);
Ânions:
HCO3-; SO42-; Cl-; NO3- (caso necessário).
Para efeito de cálculo admite-se que a
concentração de íons carbonato seja zero.
Processos de Abrandamento O abrandamento por precipitação química pode ser
feito por:
Processo sem excesso de cal ou carbonato:
Processo com excesso de cal ou carbonato:
Específico para remoção de dureza devida ao cálcio;
Quando é feita a remoção de dureza devida a cálcio e magnésio;
Estes processos podem ser realizados em uma ou duas etapas.
Processos de Abrandamento Processo de abrandamento em um único estágio sem ou com excesso de cal ou carbonato Cal
Na2CO3
CO2
Coagulante
Auxiliar de filtração
Pré-tratamento Lodo
Abrandamento
Recarbonatação Água Abrandada Filtração
Processos de Abrandamento Processo de abrandamento em dois estágios com excesso de cal ou carbonato Cal Coagulante
Coagulante Na2CO3
CO2
Auxiliar de filtração
Pré-tratamento Lodo
1° Estágio
2° Estágio Água Abrandada Filtração
Dimensionamento dos componentes do sistema de abrandamento Os processos de coagulação e sedimentação utilizam
equipamentos similares aos utilizados no processo de clarificação convencional. Mistura rápida:
Geralmente feita em dispositivo hidráulico.
Floculação:
Utilização de misturadores horizontais ou verticais (tipo turbina);
Tempo de detenção de 30 a 45 minutos;
Gradientes de floculação variados, podendo-se ter até três estágios;
O projeto deve facilitar a limpeza periódica.
Dimensionamento dos componentes do sistema de abrandamento Sedimentação:
Taxa de aplicação:
1 a 2,4 m/h.
Tempo de detenção hidráulico:
2 a 4 horas.
Filtração:
Utiliza-se as taxas empregadas na filtração em sistemas convencionas.
No processo de abrandamento, a recirculação de
uma parcela do lodo para o início do processo acelera as reações de precipitação.
Tratamento avançado de águas de abastecimento
Sistemas de troca iônica no tratamento de água
Conceitos básicos O processo de troca iônica possibilita
remover da água íons dissolvidos indesejáveis; Os íons presentes na água são substituídos
por uma quantidade equivalente de outras espécies iônicas; No processo os íons da água são retidos em
uma fase sólida imiscível denominada por resina.
Representação do processo de troca iônica Água de Alimentação
H2O Na+ H2O Ca2+ H2O Cl Na+ CO32H2O Cl2+ OH- Ca H+ Mg2+ K+ H+ SO42H+ OHHCO3- OH-
Leito de Resinas
H+ OHOH-
OH-
OH-
H+
H+
OH-
H+
Resina Catiônica
OH-
Resina Aniônica
H2O H2O H2O
H2O
H2O
Saída de Água
Conceitos básicos Por se tratar de uma fase sólida insolúvel, as
resinas apresentam capacidade limitada; Em cada conta de resina existe um número
limitado de sítios ativos; Quando todos este sítios ativos são
ocupados diz-se que a resina está saturada; Como este processo envolve uma reação de
equilíbrio químico, as resinas podem ter a sua capacidade recuperada.
Classificação das resinas Em função do tipo de íon envolvido no
processo, as resinas podem ser:
Resinas Catiônicas:
Apresentam capacidade para retenção de cátions;
Os sítios ativos fixos apresentam carga negativa.
Resinas Aniônicas:
Têm capacidade para retenção de ânions;
Os sítios ativos fixos apresentam carga positiva.
Classificação das resinas Os dois principais grupos de resina de troca
iônica são subdivididos:
Resinas catiônicas:
Fortemente ácida (CFA);
Fracamente ácida (CfA).
Resinas aniônicas:
Fortemente básica (AFB);
Fracamente básica (AfB).
Resinas CFA e CfA O que distingue este grupos de resina é o grupo
funcional ativo:
Nas resinas CFA o grupo funcional ativo é o ácido sulfônico (R-SO3-H+);
Nas resinas CfA o grupo funcional ativo é um ácido carboxílico (R-COO-H+).
Resinas CFA são adequadas para abrandamento de
água e também desmineralização, operando em uma ampla faixa de pH; Resinas CfA não são adequadas para abrandamento
e atuam em faixa de pH de neutro para alcalino.
Resinas AFB As resinas AFB são divididas em dois subgrupos:
Tipo I e tipo II, cuja diferença é a basisidade que as mesmas apresentam;
Resinas do Tipo I têm um caráter básico mais forte, o que resulta em uma menor fuga de íons, principalmente sílica;
As resinas do Tipo II também possuem caráter básico forte, porém não possibilitam a remoção de sílica;
Como vantagem as resinas do Tipo II irão requer menor quantidade de regenerante;
O grupo funcional ativo das resinas AFB são as aminas quaternárias (R-N(CH3)3+).
Resinas AfB São utilizadas em aplicações onde o objetivo é
remover ânions de ácido forte (cloreto, sulfato e nitrato); Não se aplicam para remoção de ânions fracamente
ionizáveis (sílica e bicarbonato); São empregadas em faixas de pH ácido; Como vantagem podem ser regeneradas com a
quantidade estequiométrica de regenerante.
Seletividade das Resinas Resina Catiônica Fortemente Ácida¶
Cátion
ai/Na+
Resina Aniônica Fortemente Básica§
Ânion
ai/Cl-
Ra2+
13,0
CrO42-
100,00
Ba2+
5,8
SeO42-
17,00
Pb2+
5,00
SO42-
9,10
Sr2+
4,80
HSO4-
4,10
Cu2+
2,60
NO3-
3,20
Ca2+
1,90
Br-
2,30
Zn2+
1,80
HAsO42-
1,50
Fe2+
1,70
SeO32-
1,30
Mg2+
1,67
HSO33-
1,20
K+
1,67
NO2-
1,10
Mn2+
1,60
Cl-
1,00
NH4+
1,30
HCO3-
0,27
Na+
1,00
CH3COO-
0,14
H+
0,67
F-
0,07
Capacidade de troca das resinas A capacidade de troca das resinas está relacionada à
quantidade de sítios ativos presentes; Esta quantidade de sítios ativos depende também do
nível de regeneração das resinas; Este nível de regeneração está associado à
concentração da solução regenerante; Quanto mais concentrada for a solução de
regeneração maior será a capacidade de troca das resinas.
Abrandamento por resinas catiônicas Quando necessário, o abrandamento de água pode ser feito
com resinas catiônicas; Nesta aplicação as resinas estão condicionadas na forma
sódica; As reações envolvidas são:
2 R-Na + Ca2+ R2-Ca + 2 Na+
2 R-Na + Mg2+ R2-Mg + 2 Na+
No processo, para cada átomo de cálcio ou magnésio retidos
na resina dois átomos de sódio são liberados para a água:
1 mg de Ca2+ libera para a água 1,15 mg de Na+;
1 mg de Mg2+ libera para a água 1,89 mg de Na+.
Abrandamento por resinas catiônicas A eficiência de redução da dureza depende
da concentração de SDT na água e do nível de regeneração de resina; O nível de regeneração da resina é então
determinado pela dureza da água a ser obtida e da concentração de SDT; Com estes dados verifica-se nos catálogos
das resinas qual deve ser o nível de regeneração.
Métodos e regeneração
Salmouragem – cloreto de sódio (nos processos de abrandamento) Limpeza ácida – com ácido muriático ou sulfúrico ou peracético (nos processos de desmineralização)
Determinação da capacidade de troca da resina Com o nível de regeneração necessário, deve-se determinar:
A capacidade de troca da resina para o nível de regeneração estabelecido;
O fator de correção para capacidade de troca em função:
Dos SDT;
Da temperatura da água de alimentação;
Da % d eNa em relação a dureza total na alimentação;
Da % de dureza em relação aos SDT na água produzida.
Este dados são obtido mediante consulta aos catálogos de
fornecedores, a partir dos parâmetros de projeto.
Características de projeto de sistemas Fluxo de regenerante no mesmo sentido que a água
no abrandamento:
Escoamento linear 12 m/h ou 16 Volumes do Leito/h; Profundidade do leito 75 cm Regeneração Solução de NaCl a 10%, em 25 minutos. O volume de solução e a taxa de fluxo são determinadas com base no nível de regeneração adotado.
Para sistemas com regeneração em contra-fluxo a
única alteração diz respeito à menor passagem de dureza; Neste caso não há influência do nível de regeneração sobre a passagem de dureza.
Desmineralização O processo de desmineralização ou
deionização consiste na remoção de todas as espécies iônicas da água; Para isto devem ser utilizadas resinas
catiônicas e aniônicas; Em função da qualidade da água que se
deseja obter podem ser utilizadas configurações variadas para o sistema;
Desmineralização Podem ser utilizados leitos individuais, leitos
mistos ou a combinação destes; Um aspecto importante na deionização é a
elevação da concentração de CO2 na água após a passagem pelo leito catiônico; Isto pode exigir a utilização de um
equipamento adicional, descarbonatador.
Dimensionamento de sistemas de desmineralização É necessário obter a composição iônica da água a
ser tratada;
Cátions: Cálcio; magnésio; sódio; potássio; amônio; etc... Ânions: Cloreto; sulfato; bicarbonato; nitrato; fluoreto; etc...
É importante que seja obtido o equilíbrio de cargas
entre cátions e ânions, podendo-se fazer ajustes com sódio ou cloreto; A concentração de CO2 pode ser estimada com base
no valor do pH.
Dimensionamento de sistemas de desmineralização A partir dos requisitos de água que se deseja obter é
selecionado:
A passagem máxima de contaminantes;
O nível de regeneração das resinas;
Os fatores de ajuste de capacidade.
Com a capacidade de troca das resinas estabelecida
e volume de água a ser produzido, determina-se a quantidade de resinas. O volume de água a ser produzido leva em
consideração a freqüência desejada para a regeneração.
Muito Obrigada !!!