Plantas Medicinais Pouco Comercializadas Pelos Raizeiros E Utilizadas Pela População De Campina Grande - Pb

  • Uploaded by: Renato Nascimento
  • 0
  • 0
  • October 2019
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Plantas Medicinais Pouco Comercializadas Pelos Raizeiros E Utilizadas Pela População De Campina Grande - Pb as PDF for free.

More details

  • Words: 13,213
  • Pages: 47
PLANTAS MEDICINAIS POUCO COMERCIALIZADAS PELOS RAIZEIROS E UTILIZADAS PELA POPULAÇÃO DE CAMPINA GRANDE - PB Autor Renato Nunes do Nascimento – Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas/DB/CCBS/UEPB Orientador Prof. MSc. Ivan Coelho Dantas – DB/CCBS/UEPB Examinadores Prof. DSc. Délcio de Castro Felismino - DB/CCBS/UEPB Prof. DSc. Flávio Romero Guimarães - DB/CCBS/UEPB As plantas são utilizadas pelo homem desde tempos muito remotos de diversas formas, inclusive como medicamento, essa tradição do uso de plantas pelo homem é foco dos estudos da etnobotânica, essa ciência que norteia os estudos científicos a partir do conhecimento empírico. O presente estudo visa realizar a análise qualitativa do uso das espécies vegetais na cidade de Campina Grande - PB, a partir do saber de raizeiros e da população que faz uso das plantas medicinais. Propõe também estabelecer a relação entre o conhecimento popular e as ações cientificamente comprovadas dos recursos vegetais utilizados, para isso utiliza-se dos métodos descritivo-analítico e comparativo e de técnicas de observação direta intensiva e de listagem livre com trinta pessoas com conhecimento sobre o uso da flora medicinal representada na cidade de Campina Grande. Conclui-se que os pesquisados fazem uso diversificado de plantas compreendidas em 2 filos, 39 famílias e 52 espécies; e que as atribuições medicinais citadas por essa população apresentam relação de concordância com os usos cientificamente comprovados pelas análises encontradas na literatura especializada. Palavras Chave: Plantas medicinais, raizeiros e etnobotânica.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................10 2. OBJETIVOS ........................................................................................................................11 3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................12 3.1 Etnobotânica e aspectos históricos dos usos das plantas medicinais.....................12 3.2 A química das plantas, compostos e princípios ativos............................................13 3.3 Formas de produção de fitoterápicos .....................................................................23 4. METODOLOGIA 4.1 Caracterização da área de estudo............................................................................28 4.1.1 O município de Campina Grande.................................................................28 4.1.1.1 Clima e vegetação..............................................................................28 4.2 Coleta dos dados.....................................................................................................29 4.2.1 Método de abordagem...................................................................................29 4.2.2 Método de procedimento...............................................................................29 4.2.3 Técnica de coleta de dados............................................................................30 4.2.4 Instrumento de coleta de dados.....................................................................30 4.3 Caracterização dos pesquisados.............................................................................30 4.4 Categorização das plantas e seus usos....................................................................30 4.5 Tratamento dos dados.............................................................................................31 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................................32 5.1 Caracterização dos usuários de plantas medicinais................................................32 5.2 Inventário e investigação botânica das plantas medicinais....................................33 5.3 Categorização dos usos das plantas........................................................................37 5.4 Identificação dos compostos medicinais e comparação dos usos popular e científico...................................................................................................................................39

6. CONCLUSÃO .....................................................................................................................50 REFERÊNCIAS.......................................................................................................................51 APÊNDICES............................................................................................................................54

Desde tempos muito remotos, as plantas são utilizadas pelos homens, seja como fonte de alimento, matéria prima para a confecção de roupas e ferramentas ou combustível para o fogo. O descobrimento das propriedades curativas das plantas foi, no inicio, meramente intuitivo ou, observando os animais que, quando doentes, buscavam nas ervas cura para suas afecções. O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta, com milhares de espécies em sua flora e fauna. Possivelmente, a utilização das plantas – não só como alimento, mas também como fonte terapêutica começou desde que os primeiros habitantes chegaram ao Brasil. A utilização de plantas medicinais hoje representa uma alternativa para milhões de brasileiros que não tem acesso à medicina oficial, principalmente pela condição financeira. Existe atualmente uma preocupação em se conhecer alternativas que possam proporcionar saúde coletiva de maneira pouco dispendiosa para que a saúde seja alcançada por todas das esferas da comunidade. O uso correto e orientado das plantas medicinais é visto como uma dessas alternativas. O presente estudo trata do uso medicinal das plantas encontradas e/ou cultivadas mais facilmente em Campina Grande, sendo estas pouco comercializadas pelos raizeiros, e da comparação do conhecimento popular com o conhecimento cientifico resguardado na literatura. As plantas medicinais podem realmente ajudar a recuperação e a manutenção do bem estar de nossos semelhantes, o que nos leva a repensar os conceitos de saúde, de doença e de tratamentos secularmente estabelecidos e, através do contato com a riqueza e a diversidade da cultura popular, exigir de nos mesmos, uma maior abertura de nossas mentes, e a deixar de lado o tipo de estrutura de pensamento linear, onde só cabe uma verdade.

2.1 Geral •

Realizar inventário das plantas medicinais pouco comercializadas pelos raizeiros e utilizadas pela população de Campina Grande – PB

2.2 Específicos •

Caracterizar os usuários de plantas medicinais.



Reconhecer as plantas catalogadas seguindo as leis de classificação botânica em família e nome científico e verificar a origem das plantas catalogadas: se nativa ou exótica;



Observar a indicação medicinal e as formas farmacêuticas das plantas catalogadas.



Identificar na literatura os compostos medicinais e princípios ativos das plantas catalogadas;



Comparar o uso popular com o uso científico das plantas catalogadas.

3.1 A ETNOBOTÂNICA E OS ASPECTOS HISTÓRICOS DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS. A etnobotânica é a ciência que estuda as interações entre populações humanas e plantas (MARTIN, 1995). Toda sociedade humana acumula um acervo de informações sobre o ambiente que o cerca, que vai lhe possibilitar interagir com ele para prover suas necessidades de sobrevivência. A abordagem ao estudo de plantas medicinais a partir de seu emprego por sociedades autóctones, de tradição oral, pode, pois, dar muitas informações úteis para a elaboração de estudos farmacológicos, fitoquímicos e agronômicos sobre estas plantas, com uma grande economia de tempo e dinheiro. Ela permite planejar a pesquisa a partir de um conhecimento empírico já existente, e muitas vezes consagrado pelo uso contínuo, que deverá então ser testado em bases científicas (AMOROZO, 1996). Ao longo da história, o homem buscou a superação dos seus males. Essa busca compreende o entendimento do processo saúde-doença, envolvendo a relação causa-efeito, a identificação do agente etiológico e a contextualização do indivíduo doente no meio sócio, econômico, cultural e religioso. Segundo Figueredo (2005), Inúmeras etapas marcaram a evolução da arte de curar. Porém, é difícil delimitar estas etapas com exatidão, uma vez que a arte de curar esteve, por muito tempo, associada à práticas mágicas, místicas e ritualísticas. Em todas essas etapas, as práticas de cura utilizaram as plantas medicinais. O homem sempre utilizou as plantas como fonte de alimento e desta forma foi observando os efeitos que elas provocavam em seu organismo. Em função disto, foi fazendo a seleção das plantas que tinham função alimentar, medicamentosa, tóxica, etc. (LORENZI, 2002) Posteriormente, passou a fazer a busca das plantas medicinais, de forma sistemática. Nesta busca, durante muito tempo, foi marcante a teoria das assinaturas. Por ela, acreditava-se que na natureza havia elementos capazes de curar todos os males e que estes elementos tinham um sinal, um indício capaz de identificá-los com sua função terapêutica. O principal indício seria a semelhança da forma da planta, ou de suas partes, com os órgãos acometidos pelas doenças. E foi assim que se deu a descoberta do potencial terapêutico das plantas medicinais. A princípio, de forma intuitiva e, posteriormente, através da experimentação sistemática. (FIGUEREDO, 2005).

O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta, com milhares de espécies em sua flora e fauna. Possivelmente, a utilização das plantas – não só como alimento, mas também como fonte terapêutica começou desde que os primeiros habitantes chegaram ao Brasil há cerca de 12 mil anos, dando origem aos “paleoíndios” amazônicos, dos quais derivaram as principais tribos indígenas do país, no entanto, somente com as observações dos colonizadores portugueses é que informações mais precisas puderam vir à tona acerca dos uso das plantas por esses pioneiros. (LORENZI 2002). A transmissão oral dos conhecimentos sobre o uso das plantas pelas sociedades humanas é praticada há gerações. Porém, o processo de aculturação, onde as novas gerações buscam os meios modernos de comunicação, causa a perda desta tão valiosa transmissão oral. Outro fator que se soma a esta perda cultural é a destruição do habitat natural em que estão inseridas estas sociedades. (BRITO, 1999). Para Medeiros (2004), as plantas são a identidade de um conjunto de pessoas, refletem o que são, o que pensam e suas relações com a natureza que os cerca. Esta sábia natureza lhes oferece alimentação, remédios e sustento rentável. 3.2 A QUÍMICA DAS PLANTAS, COMPOSTOS E PRINCÍPIOS ATIVOS. Segundo Larcher (2000), embora os animais também se utilizem de substâncias de defesa, mais de 4/5 das estruturas químicas conhecidas são produzidas por plantas. São chamadas substâncias aleloquímicas ou metabólitos secundários pelos fisiologistas, enquanto os químicos orgânicos se referem a elas como produtos naturais. As plantas sintetizam estes compostos químicos a partir dos nutrientes, da água e da luz que recebem. Muitos desses compostos, ou grupos deles, podem provocar reações nos organismos, são os princípios ativos. Algumas dessas substâncias podem ou não ser tóxicas, dependendo de dosagem em que venham a ser utilizadas. Assim, “Planta medicinal é aquela que contém um ou mais de um princípio ativo, conferindo-lhe atividade terapêutica”. (BALBACH, 1992). Na combinação de plantas medicinais para preparados fitoterápicos, deve-se observar a sua composição química, de modo que atuem sinergisticamente. É ainda importante lembrar que a dose é fundamental em alguns casos, pois muitas substâncias podem inverter o efeito ou mesmo serem tóxicas se a dose for aumentada. (FIGUEREDO, 2005). Não é um princípio isolado da planta, mas o conjunto de substâncias ativas, incluso no chá, no macerado, no lambedor ou na garrafada, que dá a cada vegetal em

particular, ou conjunto de plantas medicinais, suas atividades terapêuticas. (ALMEIDA, 2004). Nem sempre os princípios ativos de uma planta são conhecidos, mas mesmo assim ela pode apresentar atividade medicinal satisfatória e ser usada, desde que não apresente efeitos tóxicos agudos ou crônicos já verificados pela pesquisa, ou até mesmo pelo conhecimento popular, em alguns casos. Na fitoterapia, a planta, ou as suas partes, é utilizada integralmente, com todos os seus constituintes químicos, conferindo atividade terapêutica um pouco diferente daquela apresentada pelos princípios ativos isolados, pois pode haver sinergismos que favoreçam a atividade farmacológica da planta. São os chamados fitocomplexos. As plantas, em geral, possuem uma gama variada e rica de princípios ativos no seu interior. Algumas plantas podem possuir dezenas de princípios ativos, muitos deles atuando em interação, o que explica porque certas plantas têm atuação em diversas doenças. Os princípios ativos podem ser divididos em grupos que têm semelhanças químicas e estruturais. (ALONSO, 1998) Há vários grupos de princípios ativos. Estes são resultados do metabolismo secundário das plantas. No metabolismo primário são produzidas substâncias necessárias às funções de crescimento, respiração e fotossíntese como os aminoácidos, as proteínas, as vitaminas, os carboidratos, os lipídios, etc. Os metabólitos primários são amplamente distribuídos nas plantas. No metabolismo secundário, os metabólitos produzidos são restritos a certas plantas e têm função de defesa, adaptação ao meio e competição biológica. (CORREIA, 1975). Metabolismo Secundário As substâncias medicinais são produzidas pelo vegetal e apresentam funções bem específicas dentro da planta. Na maioria das vezes são frutos do metabolismo secundário, tendo, portanto, função ligada à ecologia da planta, isto é, ao relacionamento da plantas com o ambiente que o envolve. (RAVEN, 1992) O metabolismo secundário diferencia-se do primário basicamente por não apresentar reações e produtos comuns à maioria das plantas, sendo específico de determinados grupos. A respiração, por exemplo, faz parte do metabolismo primário. Os metabólitos secundários apresentam algumas características, como: •

Não são vitais para as plantas, na maioria das vezes, como os alcalóides;



São as expressões da individualidade químicas dos indivíduos e diferem de espécie para espécie, qualitativamente e quantitativamente;



São produzidos em pequenas quantidades.

Além disso, essas substâncias podem estar presentes na planta o tempo inteiro ou só serem produzidas mediante estímulos específicos. Assim, a regulação do metabolismo secundário depende da capacidade genética da plantas em responder a estímulos internos ou externos e da existência desses estímulos no momento apropriado. (MANN, 1987) apud Di Stasi (1992). Observa-se que as espécies vegetais, em sua maioria, apresentam um ou mais de um desses grupos de substâncias. O que normalmente diferencia as plantas medicinais é que as concentrações dessas substâncias são maiores, daí o seu emprego na terapêutica. Alguns gêneros e algumas famílias de plantas apresentam substâncias bem específicas que podem caracterizá-los. (CORREIA, 1975). Abordamos aqui apenas alguns dos constituintes químicos. Os referidos grupos não se excluem, pois são separados ora por características físicas, ora por propriedades químicas ou atividade biológica. Ácidos Orgânicos São encontrados em todo o reino vegetal, podendo desempenhar papéis importantes no metabolismo primário da planta (fotossíntese e respiração). Os ácidos málico, cítrico, tartárico e oxálico são os mais comuns. Outros, como o ácido fórmico, podem ser menos freqüentes. O ácido tartárico e seus sais podem ter ação laxativa suave. Os ácidos cítrico e tartárico podem aumentar o fluxo de saliva (sialagogo), contribuindo para reduzir o número de bactérias que causam cáries. Mas, de modo geral, os ácidos são laxativos e diuréticos. O acido oxálico e seus sais de potássio e cálcio podem estimular o surgimento de cálculos renais e reduzir a proporção de cálcio no sangue, o que pode afetar o funcionamento do coração. (ALONSO, 1998). Portanto, plantas com muito ácido oxálico ou oxalato, como a cana-de-macaco, (Costus sp.), não devem ser utilizadas por longo período. (FIGUEREDO, 2005). Alcalóides São compostos de origem vegetal, com propriedades alcalinas, na sua maioria, conferidas pela presença de nitrogênio amínico. É o grupo mais diverso dos produtos naturais. Essencialmente, têm apenas um ponto em comum que é possuírem pelo menos um átomo de nitrogênio na sua estrutura. Todos os alcalóides possuem N, C e H. (ALONSO, 1998). Podem ser sólidos ou líquidos, incolores ou de coloração amarela ou roxa. Na célula vegetal, são produzidos no retículo endoplasmático e são armazenados nos vacúolos de células epidérmicas e hipodérmicas e vasos lactíferos. Quando na forma de sais, encontram-se nas

paredes celulares. Localizam-se nas folhas, sementes, raízes e nos caules. Sua concentração pode variar muito durante o ano, podendo, em certas épocas, estar restritos somente a determinados órgãos. As plantas de regiões quentes e tropicais são mais ricas em alcalóides do que as plantas de regiões frias. Em geral, sua proporção é de 0,3 a 1%. Em alguns casos pode chegar até 10% do peso seco das plantas. Normalmente, estão mais concentrados nas partes que estão em crescimento ou em formação (pontos vegetativos). Dão sabor amargo às plantas. Porém, nem toda planta que tem sabor amargo, isto se deve à presença de alcalóides.

Em

apenas 10 a 15% das plantas conhecidas apresentam alcalóides em sua constituição. Predominam nas angiospermas. Na família das papaveráceas (papoulas) todas as espécies contêm essas substâncias. Os nomes dos alcalóides muitas vezes são derivados das espécies de onde foram isolados, como a nicotina presente no fumo (Nicotina tabacum). São distribuídos em 15 grupos, conforme sua origem bioquímica ou semelhança estrutural. Não estão bem esclarecidas suas funções na planta, mas se acredita que os alcalóides atuam como reserva para síntese de proteínas; proteção contra insetos e outros animais herbívoros; estimulantes ou reguladores do crescimento, do metabolismo interno ou da reprodução; agentes finais da desintoxicação por transformações simples de outras substâncias cujo acúmulo pode ser nocivo ao vegetal. No corpo humano, atuam no sistema nervoso central (calmante, sedativo, estimulante, anestésico e analgésico). A morfina extraída da papoula (Papaver somniferum) é um anestésico; a cafeína do café e guaraná é um estimulante; a hiosciamina, presente na trombeteira (Datura stramonium), é um exemplo de analgésico. Na trombeteira ainda podem ser encontrados outros alcalóides tropânicos que podem ser tóxicos e cujo antídoto é um outro alcalóide de uma planta brasileira, a pilocarpina, encontrada no Jaborandi (Pilocarpus microphilus), que também é insubstituível no tratamento do glaucoma. Alguns podem ser cancerígenos e outros antitumorais. Os alcalóides pirrolizidínicos, presentes no confrei (Symphytum officinale L.), são exemplos de causadores de câncer. A vincristina presente numa planta chamada boa noite (Chantarantus roseus) é um exemplo de um alcalóide com ação antitumoral. Dos cerca de 60 alcalóides presentes na boa noite, a vincristina e a vimblastina alcançam altas cotações no mercado internacional pelo uso contra alguns tipos de leucemia. Geralmente, as plantas com alcalóides podem ser tóxicas, se usadas em quantidades maiores ou de forma inadequada. (LORENZI, 2002) Os alcalóides foram os primeiros princípios ativos isolados das plantas. Em 1803, o alemão Sertarmer isolou a morfina. (FIGUEREDO, 2005).

Compostos Fenólicos O fenol é um dos mais importantes constituintes vegetais e origina diversos outros, como os taninos. O ácido salicílico, encontrado em diversas plantas e de ação anti-séptica, analgésica e antiinflamatória, é utilizado na medicina alopática, sob a forma de acido acetilsalicílico, a popular aspirina. (DI STASI, 1992). Compostos Inorgânicos São constituintes normais dos vegetais que formam as cinzas ou resíduos, após a retirada da matéria orgânica. Os mais importantes são os sais de cálcio e de potássio. Os sais de potássio apresentam propriedades diuréticas, principalmente se acompanhados de saponinas e flavonóides, com capacidade de eliminar o sódio do corpo juntamente com a água, além de expulsar substâncias residuais acumuladas na circulação sangüínea. Os sais de cálcio contribuem para a formação da estrutura óssea e regulação do sistema nervoso e do coração, proporcionando ao paciente maior resistência às infecções. Os sais de silício têm importância no fortalecimento de tecidos conjuntivos, especialmente dos pulmões. Provoca aumento na resistência à tuberculose, além de fortalecer unhas, pele e cabelos. O efeito diurético atribuído a algumas plantas com grande quantidade de silício normalmente ocorre em razão da presença de flavonóides e saponinas. Os sais de potássio são muito solúveis em água, por isso, muitos chás têm propriedades diuréticas. (COSTA, 1975). A cana-de-macaco (Costus sp.), por exemplo, é muito rica em potássio, o que a torna um excelente diurético. Os sais de cálcio são normalmente pouco solúveis, sendo, portanto, pouco extraídos nos chás. Os sais de silício só são extraídos por prolongadas fervuras. Normalmente uma dieta balanceada fornece estes minerais nas quantidades necessárias, dispensando a tentativa de fornecê-los por meios fitoterápicos. (FIGUEREDO, 2005). Glicosídeos ou Heterosídeios São substâncias formadas pela combinação de um açúcar redutor, denominado glicona, e um grupo não açucarado denominado aglicona ou genina. Esta é a responsável pela ação terapêutica. Têm gosto amargo. Há vários tipos de glicosídeos como os cardioativos, os alcoólicos, os cianogenéticos, os antraquinônicos, os flavonóides, os saponínicos, os cumarínicos, etc. (COSTA, 1975). Quinonas São produtos da oxidação dos fenóis. São encontradas em bactérias, fungos, liquens, gimnospermas e angiospermas e até mesmo em alguns animais, como em alguns artrópodes e em ouriços-do-mar. São conhecidas mais de 1.500 tipos. As mais importantes são as naftoquinonas e as antraquinonas. (ALONSO, 1998).

Têm ação purgativa, pois estimulam os movimentos peristálticos dos intestinos após 8-12 horas de sua ingestão. Sua ação purgativa se deve, também, ao fato de diminuir a absorção de água pelas vilosidades intestinais, levando ao amolecimento das fezes. Não se devem utilizar plantas que as contenham, por via oral, pois têm ação nefrotóxica, levando à retenção de líquidos. O uso continuado de laxantes à base de quinonas pode levar a processos inflamatórios e degenerativos e redução severa do peristaltismo e mesmo atonia do intestino, bem como à perda de eletrólitos. A mais comum das antraquinonas é a aloína, presente na babosa (Aloe Vera). O lapachol, do ipê roxo (Tabebuia avelanedae (Vel) Toledo), é um exemplo de naftoquinona. Além da ação laxante, as quinonas têm ação antibacteriana, antifúngica e antitumoral. (DUKE, 2006). Cumarinas Trata-se de um heterosídio que apresenta diversas formas básicas: como a hidroxicumarina, a furanocumarina, a piranocumarina e os dicumaróis. As Gramineae e Umbelliferae são particularmente ricas em cumarinas, que podem ocorrer em folhas, furtos, sementes e raízes. As cumarinas podem apresentar odor que caracteriza uma planta, como ocorre com o chachambá (Justicia pectoralis). Um dos metabólitos das cumarinas, obtido por fermentação é o dicumarol, um poderoso anticoagulante, por bloquear a ação da vitamina K, sendo usado na alopatia como base para medicamentos contra a trombose, em pequena dosagem, e como veneno para ratos, em grandes doses. Daí porque as plantas ricas em cumarinas devem ser secadas com cuidado. As cumarinas têm ainda ação antimicrobiana e desde tempos remotos são usadas no tratamento de doenças de pele como psoríase, vitiligo, leucoderma, micoses, dermatites e eczemas. Algumas cumarinas, principalmente as furanocumarinas (presentes em folhas de figueira, por exemplo), podem sensibilizar a pele sob ação dos raios ultravioleta, provocando fitofotodermatite (bolhas, hiperpigmentação, eritema e vesícula) outras, em função desta propriedade, são utilizadas no tratamento do vitiligo, por estimularem a pigmentação da pele. Estão mais presentes nas angiospermas. (DI STASI, 1992) Saponinas Também são heterosídios. Sua característica marcante é a de formar espuma quando colocadas em água. São utilizadas para a síntese de cortisona (antiinflamatório) e de hormônios sexuais. A dioscina, extraída de uma espécie de inhame (cará), por hidrólise, libera a diosgenina que é a matéria prima utilizada na síntese de hormônios esterodais. O organismo pode empregá-las como precursores de outras substâncias úteis. Alta concentração de saponinas na corrente sangüínea pode ser perigoso, pois pode provocar hemólise, devido à

desorganização das membranas das hemácias. Felizmente, sua absorção pelo trato gastrintestinal é reduzida, diminuindo o risco de intoxicação, quando utilizadas por via oral. No intestino, atuam facilitando a absorção de algumas substâncias, alguns medicamentos ou alimentos, por aumentarem a permeabilidade das membranas. É o caso do aumento da absorção de cálcio e silício. São laxativas suaves, diuréticas, digestivas, antiinflamatórias e expectorantes. Têm ação irritativa para as mucosas do aparelho digestório, provocando vômito, cólicas, e diarréias. O fato de as saponinas auxiliarem na absorção de certos medicamentos faz com que as plantas que as contêm possam ser utilizadas em combinações com outras, nos chás. Um exemplo da presença de saponinas é na buchinha-do-norte (Luffa operculata) e na beterraba (Bera vulgaris), cujo suco é expectorante. A fervura prolongada pode diminuir ou destruir a eficácia das saponinas e de outros heterosídios. Flavonóides São heterosídios com 15 carbonos. O termo flavonóide deriva do latim flavus, que significa amarelo, em virtude da cor que conferem às flores. Podem ser coloridos ou incolores. As antocianinas, por exemplo, são corantes vegetais com ampla distribuição nas plantas. Os flavonóides concentram-se mais na parte aérea das plantas, ocorrendo em menor proporção nas raízes e nos rizomas. São metabólitos secundários muito difundidos no reino vegetal, encontrando-se em maior quantidade nas famílias Leguminosae e Compositae. Sua função biológica na plantas está relacionada com a atração de insetos polinizadores e proteção contra os nocivos, reação contra infecções virais e fúngicas (fitoalexinas), colaboração com hormônios no processo de crescimento, inibição de ações enzimáticas e participação dos sistemas redox das células. Medicinalmente, fortalecem os capilares, como a rutina, presente na arruda (Ruta graveolens L.) e a hesperidina presente na casca da laranja. São antiescleróticos e antiedematosos (rutina e oxietilrutina), dilatadores das coronárias (proantocianidinas), espasmolíticos e anti-hepatotóxicos (silimarina), coleréticos, diuréticos, antimicrobianos e antiinflamatórios (artemetina). A grande vantagem dos flavonóides ou bioflavonóides (produzidos por plantas) é a sua baixíssima toxicidade. São essenciais para a completa absorção de vitamina C, ocorrendo normalmente onde quer que haja esta vitamina. (YOUNG, 1981) apud di Stasi (1992). Estima-se que em uma alimentação bem balanceada, uma pessoa ingira muitos gramas de flavonóides por dia. (FIGUEREDO, 2005) Glicosídeos Cardioativos Exclusivos das angiospermas, e nestas estão presentes em alguns gêneros e famílias. São substâncias cuja absorção pelo organismo se dá de forma cumulativa, podendo

causar intoxicações crônicas. O seu uso no tratamento de doenças cardíacas é restrito à droga extraída e purificada sob recomendação médica, uma vez que não se pode ter um controle adequado da quantidade dessas substâncias ingeridas sob a forma de chás ou outras. A digitoxina, presente na dedaleira (Digitalis lanata e Digitalis purpurea) é o glicosídio mais importante desse grupo. Uma dose de cerca de 10 mg pode ser letal para uma pessoa com peso de 70 kg. Porém, em pequena quantidade aumenta a capacidade de contração do coração. Embora este efeito tenha sido descrito por Whitering apenas em 1775,o uso da digitalis purpurea como cardiotônica remota ao século XII e continua sendo a principal fonte dos glicosídeos cardioativos. Estimulam a contratilidade cardíaca e a diurese. Regulam a condução elétrica e têm efeito bradicardizante. (COSTA, 1975) Glicosídeos Cianogenéticos Segundo Costa (1975), estas substâncias por hidrólise, liberam ácido cianídrico ou prússico. O ácido cianídrico liberado no estômago pela ação do suco gástrico bloqueia a citocromooxidase, produzindo a morte por anóxia. Exemplo deste glicosídeo é a linimarina presente na parte mais externa da mandioca (Manihot esculenta Grantz). Daí a necessidade de se retirar as cascas da raiz para o seu uso. É comum as raízes da mandioca serem moídas ao sol, antes de serem ingeridas, pela facilidade com que o ácido cianídrico é inativado, quando submetido ao calor. As raízes também podem ser escaldadas e a água resultante da primeira fervura jogada fora. A maioria dos mamíferos tem sistemas enzimáticos que inativam o ácido cianídrico, o que faz com que seja necessário haver uma grande ingestão para haver a intoxicação. Mucilagens Quimicamente as mucilagens são complexos polímeros de polissacarídeos ácidos ou neutros, com elevado peso molecular. Todas as plantas as produzem e são metabolizadas para o crescimento e a reprodução ou armazenadas como reservas nutritivas. Estes carboidratos têm, ainda, as seguintes funções na planta: retenção de água no parênquima de plantas suculentas; lubrificação para o crescimento dos ápices radiculares; adesão para dispersar alguns tipos de sementes e captura de insetos por plantas carnívoros, regulação do processo germinativo de sementes e, possivelmente, proteção contra herbívoros. As mucilagens podem ser encontradas em sementes, caules, folhas e raízes. A secreção de mucilagem pode ocorrer em diversas estruturas: em células especiais, onde os idioblastos acumulam mucilagens entre o protoplasto e a parede celular, como no fruto do quiabeiro (Hibiscus esculentus) em ductos e cavidades com mucilagens em células epidérmicas de sementes, como em tanchagem (Plantago ovata); em tricomas especiais, que podem secretar

não só mucilagens, mas também óleos essenciais. As mucilagens têm a propriedade de, em solução aquosa, produzir massa plástica ou viscosa, responsável pelo efeito laxativo, em que a água é retida no intestino, evitando o endurecimento do seu conteúdo. Age também como lubrificante e, ao mesmo tempo, aumenta o volume no interior do intestino, estimulando seus movimentos peristálticos. Todas as mucilagens atuam sobre as mucosas. As mucilagens formam um filme viscoso, que cobre as paredes dos órgãos do canal alimentar, contribuindo para reduzir a irritação por ácidos e sais sobre áreas inflamadas ou doentes, propriedade essa com importante função nos casos de diarréias, especialmente aquelas causadas por certas bactérias ou substâncias irritantes. Também são muito eficientes nos casos de tosses ocasionadas pela irritação das mucosas do aparelho respiratório, contribuindo ainda para aumentar a secreção de muco. Exemplo desta ação se encontra no hortelã da folha grossa (Plectrantus amboinicus Lour.)

Plantas ricas em mucilagens são muito utilizadas em

compressas quentes, em razão da sua capacidade de reter calor e da grande quantidade de água, o que permite a penetração gradativa do calor nos tecidos. São também vulnerárias e hemostáticas, daí a utilização em ferimentos na pele e nas úlceras gástricas. Em pequenas doses, as mucilagens reduzem os movimentos peristálticos e têm ação antidiarréica, em doses maiores ocorre o inverso. As folhas da tanchagem (Plantago major) são exemplos de órgãos ricos em mucilagens. Quando submetidas à fervura prolongada, as mucilagens são degradadas em açúcares, reduzindo ou eliminando sua atividade terapêutica. Têm ação antitussígena e laxante (mecânico). Diminuem a acidez do estômago e produzem sensação de plenitude. (FIGUEREDO, 2005) Óleos Essenciais São substâncias orgânicas voláteis, muito conhecidas pelo cheiro que caracteriza certas plantas, como o mentol nas hortelãs, o cheiro de eucalipto dado pelo eucaliptol etc. o aroma das plantas que contêm óleos essenciais é fruto da combinação de suas diversas frações. As resinas diferem dos óleos por conter substâncias tanto voláteis quanto nãovoláteis, de alto peso molecular. As resinas resultam da oxidação e polimerização dos óleos essenciais e são escassamente hidrossolúveis, Podem estar em um só órgão vegetal ou em toda a planta, onde atuam atraindo insetos polinizadores ou afastando insetos nocivos, regulando a transpiração e intervindo com hormônios na polinização. São produzidas por pêlos ou tricomas glandulares (Labiatae) cavidades secretórias (Rutaceae, Myrtaceae, etc.). Glândulas “spouting”, que esguicham o seu conteúdo ao simples toque (em Dictamnus albus) ductos (Pinaceae, Anacardiaceae, Compositae, Hypericaceae, Leguminosae, Umbelliferae etc.) e células de óleo (Lauraceae, Valerianaceae, etc.). A família Labiatae é a que mais

apresenta espécies com óleos essenciais. O grande número e a diversidade de substâncias incluídas neste grupo de princípios ativos é que determinam a ampla variedade de ações farmacológicas. As propriedades dos óleos são variadas: antivirótico, antiespasmódico, analgésico, bactericida, cicatrizante, expectorante, relaxante, vermífugo, etc. O mentol da hortelã (Mentha piperita) tem ação expectorante e anti-séptica; o timol e o carvacrol encontrados no hortelã da folha grossa (Plectrantus amboinicus Lour) e no alecrim-pimenta (Lippia sidoides) são anti-sépticos; o eugenol do cravo-da-índia (Eugenia coryophyllata Thamb) é um anestésico local e analgésico; e o ascaridol, presente na erva-de-santa maria (Chenopodium ambrosioides), é vermífugo. Em alguns casos, os óleos essenciais podem até aumentar a produção de glóbulos brancos. Certos óleos essenciais atuam aumentando as secreções do aparelho digestivo, o que justifica a utilização como digestivos. Outros são expectorantes por estimular a secreção dos brônquios, como o eucaliptol. Substâncias como eucaliptol e mentol, eliminadas pelas vias pulmonares e urinárias, são tidas como anti-sépticos dos respectivos aparelhos. Em geral, altas doses de óleos essenciais podem provocar nefrites e hematúrias. O efeito sudorífero de algumas plantas com óleos essenciais, quase sempre ocorre em função do uso de chás quentes e não pela ação direta dos constituintes da planta. São facilmente transportados pelo organismo, podendo atravessar a placenta, além de chegar ao leite materno. Recomenda-se que as plantas que os contém recebam especial atenção na colheita, secagem e, principalmente, na armazenagem, que deve ser feita em recipientes bem fechados, para evitar maiores perdas. A observação do tipo de estrutura secretora de óleo essencial pode ser muito importante para a determinação dos cuidados pós-colheita com as plantas (processamento). Alguns óleos essenciais podem ser empregados no controle de doenças e pragas de plantas medicinais, dada à ação bactericida, bacteriostática, fungicida e inseticida de algumas substâncias. (CRAVEIRO, 1981) Substâncias Amargas Constituem um grupo de compostos sem semelhança química entre si, tendo em comum apenas o sabor amargo e a atividade terapêutica. Podem pertencer a diversos grupos químicos, como o dos óleos essenciais. De modo geral, os compostos amargos estimulam o funcionamento das glândulas, produzindo vários efeitos, como o aumento da secreção de sucos digestivos, aguçando o apetite (aperiente). A atividade do fígado pode ser especialmente estimulada, aumentando a produção e o fluxo da bílis (Coleus barbatus). O efeito destes compostos é bem variável, pois, em alguns casos, se ingeridos antes das refeições, em pequenas quantidades, são fortes aperientes, mas se a dose aumenta ocorre redução do apetite, enquanto uma dose um pouco maior restabelece o apetite perdido. Iguais a tantas outras

substâncias, estas têm eficácia variável entre diferentes indivíduos. Alguns compostos apresentam ainda atividades diuréticas, antibióticas, antifúngicas e antitumorais. No algodoeiro (Gossypium hirsutum), há um princípio amargo com atividade contraceptiva masculina, pois reduz a quantidade de esperma. Alguns exemplos característicos destes compostos são: a absintina na losna (Artemísia absinthium), a cnicina no cardo-santo (Cnicus benedictus), a cinarina na alcachofra (Cynara scolymus), e a lactupicrina no dente-de-leão (Taraxacum officinale). (CRAVEIRO, 1981) Taninos São substâncias químicas complexas, polifenólicas ligadas a outros compostos aromáticos, que se distribuem em todas as partes da planta para protegê-la contra herbívoros, inibir a germinação de sementes e a ação de bactérias fixadoras de nitrogênio, etc. Sua presença nas plantas é facilmente percebida pela adstringência ao mastigar uma parte que o contém, como, por exemplo, uma goiaba verde. Estão mais concentrados nas raízes e cascas e em menor quantidade nas folhas e nos frutos. Têm a propriedade de precipitar proteínas, sendo responsável pelo curtimento de couros e peles. Em grandes doses, podem irritar as mucosas. Em doses pequenas, podem torná-las impermeável, pois precipitam pequenas quantidades de proteínas, o que pode prevenir a penetração de agentes nocivos em mucosas danificadas, facilitando, por exemplo, a cicatrização em queimaduras, o que também explica a propriedade antidiarréica. Assim, os taninos contribuem para formar uma camada protetora sobre a pele e as mucosas, atuando em infecções no olho, cérvix, reto, na vagina e boca. Provocam a contração de vasos capilares, colaborando nos casos de hemorragias. Os taninos podem reagir com o ar e tornarem inativos, podendo também ser destruídos por fervura prolongada da água. (COSTA, 1975). Segundo Duke (1992), os taninos têm ação anti-séptica, anti-hemorrágico, cicatrizante e antidiarréico. Para a ação anti-séptica dos taninos há três hipóteses. A primeira hipótese defende que os taninos inibem as enzimas de bactérias e/ou reagem com os substratos destas enzimas. A segunda, seria que os taninos agem sobre as membranas dos microorganismos, modificando o seu metabolismo e a terceira, que pressupõe que os taninos reagem com os íons metálicos diminuindo, assim, a sua disponibilidade para o metabolismo destes microorganismos. (DI STASI, 1992) 3.3 FORMAS DE PRODUÇÃO DE FITOTERÁPICOS. A eficácia dos medicamentos à base de plantas medicinais depende de vários fatores, dentre eles a forma como eles são preparados e usados.

A sua preparação e uso podem ser feitos de acordo com as técnicas farmacêuticas ou utilizando técnicas mais simples, que são as preparações caseiras. As formas de preparação simples são: Chá – O chá pode ser preparado como decocto, infuso ou macerado. Decocto - O decocto é uma preparação em que os princípios ativos das plantas são extraídos em água potável levada à fervura. Ele é utilizado para raízes, caules, cascas e sementes. A parte da planta a ser utilizada deve ser bem lavada e bem cortada e deixada em fervura baixa pelo tempo de até de 15 minutos. As plantas que têm princípios ativos que se evaporam, não devem ser usadas para se fazer decocção. Para as plantas que têm muito tanino, o tempo de fervura deve ser menor. Infuso – O infuso é uma preparação que extrai os princípios ativos das plantas, através da colocação de água fervente sobre as partes das plantas lavadas, cortadas e colocadas num recipiente. Após a colocação da água, tampa-se o recipiente e deixa-se em repouso por 15 minutos. O infuso é utilizado para folhas, flores e frutos. Macerado – O macerado é preparado colocando as partes das plantas bem lavadas e bem cortadas em um recipiente com água potável, à temperatura ambiente, por um período de 24 a 48 horas, dependendo da consistência das partes da planta utilizada. Para a preparação dos chás, utiliza-se de um a cinco gramas da parte da planta para cada 100 ml de água. Após a preparação, o chá deve ser filtrado (coado) e colocado num recipiente bem limpo e consumido em até 24 horas. Os chás usados para o tratamento de resfriado, gripe, bronquite e febre devem ser adoçados e tomados ainda quente. Os chás usados para os males do aparelho digestivo devem ser tomados frios ou gelados, sem açúcar. (FIGUEREDO, 2005) A posologia do chá é de uma xícara, três vezes ao dia para adultos. Crianças maiores de 5 anos devem tomar metade de uma xícara, três vezes ao dia e crianças menores de 5 anos deve ter uma posologia individualizada. O chá é a forma mais comum de uso das plantas medicinais por ser fácil de se fazer, porém tem o inconveniente de não se prestar à conservação por muito tempo e ser difícil a quantificação da matéria prima vegetal a ser usada. (MATOS, 1998) Xarope – O xarope feito segundo as normas farmacêuticas, segundo Matos (1998), é preparado colocando-se 10ml da tintura ou da alcoolatura e xarope simples na quantidade suficiente para (qsp) completar 100 ml de xarope composto. Na preparação do xarope simples, coloca-se 85 g de açúcar para 45 ml de água destilada e leva-se a mistura ao fogo brando até atingir o ponto. Tem-se xarope simples, que é filtrado e esfriado. Nesta

proporção, devemos ter 100 ml. Se não tiver, completa-se com água até atingir este volume. Ao xarope composto, adiciona-se o conservante químico (Nipagin), na concentração de 0,02% p/v. Tem-se o xarope a 10%, que deve ser acondicionado em embalagem adequada. Para Figueredo (2005), o xarope caseiro ou lambedor pode ser preparado utilizando-se 45 ml do decocto, infuso ou macerado para 85 g de açúcar, ou, para facilitar, o dobro de gramas de açúcar para o volume do chá. Exemplo: para 50ml do chá, usa-se 100 gramas de açúcar. Esta mistura deve ser levada ao fogo brando até a formação do melado. Quando estiver frio, o lambedor deve ser coado, completado o volume, se necessário, colocado num recipiente limpo e guardado adequadamente. Esta forma é mais apropriada para se fazer xarope a partir do decocto. Ainda segundo Figueredo (2005), uma outra forma caseira de se fazer o lambedor é dispor as folhas das plantas em camadas, cada uma dela coberta com um pouco de açúcar e levar ao fogo brando. Após certo tempo, a água contida nas folhas se mistura com o açúcar, formando o melado ao mesmo tempo em que se extrai o princípio ativo. Ao final, filtra-se e guarda-se em recipiente adequado. A posologia dos xaropes é de uma colher de sopa, três vezes ao dia, para adultos. Crianças maiores de 5 anos devem tomar metade da dose e menores de 2 anos devem ter a posologia individualizada. Tintura – Na preparação da tintura são usadas partes secas das plantas, bem cortadas e machucadas, que são colocadas no álcool. Neste caso, utiliza-se álcool a 70%. Na preparação de 1 litro de tintura, são usadas 200 g da planta e álcool suficiente para cobrir as partes da planta, deixando-as em maceração por um período de 5 a 10 dias. Após este período, filtra-se, completa-se, com álcool, o volume para 1 litro e guarda-se em um recipiente limpo e ao abrigo da luz. (MATOS, 1998) Alcoolatura – Na preparação da alcoolatura são usadas partes verdes das plantas, bem cortadas ou passadas no liquidificador e álcool a 95º. Para se preparar 1 litro de alcoolatura, são usadas 500 g da planta e álcool suficiente para cobrir as partes da planta, deixando-as em maceração pelo período de 5 a 10 dias. Após este período, o macerado é filtrado (coado) e completa-se, com álcool, o volume para 1 litro. Guarda-se em um recipiente limpo e ao abrigo da luz. (SIMÕES, 1999). Esta é forma de se preparar tintura e alcoolatura segundo as normas farmacêuticas. No meio popular, é comum adicionar água ao álcool ao se preparar tintura e alcoolatura. Isto não é aconselhável, pois compromete a capacidade de extração e conservação.

A posologia das tinturas e alcoolaturas é de 30 gotas, três vezes ao dia, que devem ser tomadas adicionadas a um pouco de água. Crianças maiores de cinco anos devem tomar metade da dose e menores de dois anos devem ter a posologia individualizada. (FIGUEREDO, 2005) Pomada – A pomada pode ser preparada usando-se 70% de vaselina, 30% de lanolina. A lanolina e a vaselina devem ser fundidas no fogo brando e quando a mistura estiver fria, tem-se a pomada simples, que é deixada em repouso por um dia. Para cada 100 g de pomada simples, colocam-se 5 ml de tintura ou alcoolatura e mexe-se bem para ficar bem homogênea a mistura. Esta é a maneira de se preparar uma pomada segundo as técnicas farmacêuticas. Para se preparar uma pomada caseira, usa-se 100 g de gordura vegetal e 5 a 10 ml de tintura ou alcoolatura da planta a ser utilizada. Leva-se a gordura vegetal ao fogo até fundi-la. Deixa-se esfriar um pouco e adicionam-se lentamente os 10 ml de tintura ou de alcoolatura, mexendo-se para se fazer a homogeneização. (FIGUEREDO, 2005) Sabão Líquido – O sabão líquido é preparado colocando 200g de sabão de coco cortado em pequenos pedaços em água suficiente para dissolvê-lo. Coloca-se em fogo brando, até a dissolução do sabão e sua homogeneização. Após isto, deixa-se em repouso. Pegam-se 200 g da parte da planta a ser utilizada, normalmente, folhas, flores, frutos e galhos novos e água suficiente para se fazer a liquefação no liquidificador. Filtra-se e adiciona-se ao sabão líquido, completando com água para 1 litro ou volume aproximado, dependendo da consistência que se quer para o sabão. O uso é feito três ou quatro vezes ao dia, durante o banho, deixando o corpo ensaboado por cerca de 15 minutos. (SCHRIPSEMA, 2000). Sabonete – Na preparação do sabonete, usamos base glicerinada e tintura ou alcoolatura da planta. Para cada 100 gramas de base glicerinada, usamos de 5 a 10 ml da tintura ou da alcoolatura. Primeiro, coloca-se a base glicerina no fogo para fundir. Quando isto ocorrer, deixa-se esfriar um pouco e adiciona-se a alcoolatura ou a tintura. Mexe-se bem a mistura e a coloca na forma para esfriar, de onde é retirado o sabonete quanto este estiver bem sólido. (MATOS, 1998) Pó - Para se preparar o pó, deve-se secar bem a parte da planta a ser usada e triturá-la ou esmagá-la. Depois, o pó é peneirado e guardado em recipiente limpo e adequado. (FIGUEREDO, 2005) Suco - O suco é preparado espremendo-se ou triturando-se as folhas da planta em um liquidificador, com posterior filtração. O suco deve ser feito no momento em que vai ser usado.

Sumo – Para se obter o sumo, soca-se a planta em um pilão ou em um pano até sair o máximo do sumo. Se a planta tiver pouca água pode-se acrescentar um pouco de água e deixar de molho uma hora e depois espremer ou socar novamente. Por fim, filtra-se o líquido que sair. (MATOS, 1998) Salada - Algumas plantas medicinais podem ser usadas sob a forma de saladas. Para fazê-las, basta cortar as plantas em pequenos pedaços que devem ser consumidos imediatamente. Emplasto - Para se fazer o emplasto, soca-se a planta fresca até se transformar em pasta que é colocada diretamente na parte afetada, podendo-se cobri-la com um pano. Cataplasma - Para se fazer a cataplasma procede-se da mesma maneira que se faz para se preparar o emplasto, mas, à pasta, adiciona-se alguma massa, como farinha, para dar maior consistência. (FIGUEREDO, 2005) Ungüento - Para se fazer o ungüento, utiliza-se o sumo das folhas da planta, misturado com um pouco de óleo. É utilizado para se fazer massagem na área afetada. (MATOS, 1998) Compressa – Para se fazer a compressa, prepara-se o decocto ou o infuso da planta a 5% e nele embebe-se um pano limpo que é aplicado na área doente. (MATOS, 1998) Banho – Fazer o decocto ou infuso da planta a 5% e depois de filtrado, colocá-lo na água do banho. Este deve ser tomado lentamente. Bochecho e gargarejo – Fazer o decocto ou o infuso da planta a 5%, filtrá-lo e após isto fazer o bochecho e/ou o gargarejo. (FIGUEREDO, 2005). Inalação - Para a inalação, utiliza-se o decocto ou o infuso a 5%, que deve ser colocado ainda quente num copo. Com um papel, faz-se um funil que se adapta ao copo por onde é inspirado o vapor que é produzido. Estas são as formas de preparação e uso dos medicamentos caseiros à base de plantas medicinais. Com relação às preparações, segundo as normas farmacêuticas, além da tintura, alcoolatura, pomada e xarope discutidos neste trabalho, existem muitas outras como elixir, extrato, creme, gel, cápsula, etc. (MATOS, 1998)

4.1 CARACTERÍSTICA DO AMBIENTE DE ESTUDO 4.1.1 O MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE O município de Campina Grande possui uma área de 970 km2. A cidade situa-se a uma altitude de aproximadamente 550 metros acima do nível do mar, na região oriental do Planalto da Borborema, distante 130 km da capital do Estado, João Pessoa. O seu centro situa-se a 7°13'11" latitude Sul e 35°52'31" longitude Oeste de Greenwich. Em Campina Grande o relevo é levemente ondulado principalmente na parte Norte da cidade, sendo o Centro uma das áreas mais altas. Existem dois açudes urbanos, parques e diversas praças que contribuem para embelezar a paisagem urbana. Nos 75 km2 que compreendem a área urbanizada da sede do município, há cerca de 1460 ruas e 85 mil construções, distribuídas em 48 bairros. (ROCHA, 1997) 4.1.2 CLIMA E VEGETAÇÃO A cidade de Campina Grande situa-se no agreste paraibano, entre o litoral e o sertão, usufruindo assim, de um clima menos árido que o do interior do Estado. A temperatura média anual oscila em torno dos 22 graus centígrados, podendo atingir 30°C nos dias mais quentes 15°C nas noites mais frias do ano. A umidade relativa do ar, na área urbana, varia entre 75 a 83%. A cidade situa-se na fronteira entre microrregiões de clima e vegetação diferentes. Ao nordeste, a paisagem é verde e arborizada, típica do brejo presente nas partes mais altas do planalto. Ao sudeste, encontra-se uma paisagem típica do agreste, com árvores e pastagens. As regiões oeste e sul do município são dominadas pelo clima e vegetação do Cariri, com vastas áreas de vegetação rasteira (caatinga) e clima seco. (ROCHA, 1997) 4.2. COLETA DOS DADOS 4.2.1 MÉTODO DE ABORDAGEM Na pesquisa foi utilizado um questionário estruturado com perguntas diretas e abertas aplicadas em usuários domésticos e raizeiros, uma vez que estes compilam as informações obtidas de uma parcela importante da população que faz uso de plantas medicinais. As informações foram organizadas em fichas contendo o nome vulgar da planta, o uso medicinal, a parte utilizada, a forma de preparo e a dose diária do preparado.

4.2.2 MÉTODO DE PROCEDIMENTO Neste trabalho foram adotados como métodos de procedimentos o descritivoanalítico e o comparativo. O método descritivo foi utilizado na caracterização dos usuários de plantas medicinais de Campina Grande, através da aplicação do questionário e do levantamento e identificação das plantas medicinais. Foram realizadas pesquisas bibliográficas em fontes secundárias, para a obtenção de informações acerca dos usos científicos para a posterior comparação com os dados do senso comum obtidos na pesquisa de campo. 4.2.3 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS Os dados foram obtidos no período de agosto/2005 a dezembro/2005. Utilizaram-se técnicas de observação direta intensiva e técnicas de listagem livre com trinta pessoas com conhecimento sobre o uso da flora medicinal representada na cidade de Campina Grande. 4.2.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Foram utilizados questionários estruturados com 4 perguntas diretas e abertas a partir de uma listagem livre contendo a especificação de 52 plantas (DANTAS, 2002) pouco comercializadas pelos raizeiros de Campina Grande. APÊNDICE – A 4.3 CARACTERIZAÇÃO E PERFIL DOS PESQUISADOS Os questionários foram aplicados com cinco raizeiros de Campina Grande e vinte e cinco usuários de plantas medicinais, selecionados de forma aleatória e por conveniência. Por se tratar de um estudo etnobotânico, a ênfase se deu no aspecto qualitativo e não na abordagem quantitativa cuja base é o rigor da delimitação estatística. 4.4 CATEGORIZAÇÃO DAS PLANTAS E SEUS USOS A partir da análise dos dados, as plantas foram organizadas em sete categorias de uso medicinal, adaptadas de Ankli et al. (1999), sendo elas: doenças associadas ao aparelho digestório (APD); doenças associadas ao aparelho respiratório (APR); doenças associadas à condições dermatológicas (CD); doenças associadas à inflamação e dor

(IND); doenças associadas ao sistema nervoso (SIN); doenças associadas ao sistema sangüíneo (SIS); doenças associadas a problemas urológicos (UR). 4.5 TRATAMENTO DOS DADOS Os dados obtidos na pesquisa foram organizados em tabela e comparados com dados da literatura farmacobotânica no que diz respeito ao uso, dose, forma de preparo e compostos ou princípios ativos. As plantas citadas com seus nomes vulgares foram ainda identificadas de acordo com os critérios da sistemática botânica atual e organizadas em filo, família e táxon ou nome científico. Além disso, as plantas tiveram a sua origem investigada e determinada como sendo exótica ou nativa do Brasil. Na confecção das tabelas e gráficos utilizaram-se os programas Microsoft Excel, Microsoft Word e Corel Draw e elementos da estatística descritiva.

5.1 Caracterização dos usuários de plantas medicinais Os dados obtidos a partir da pesquisa traçam um perfil dos pesquisados, usuários de plantas medicinais em Campina Grande, levando em consideração alguns aspectos como gênero, figura 01. Masculino 33%

Feminino 67%

FIGURA 01. Distribuição percentual do gênero dos pesquisados. Entre os pesquisados, nota-se que o conhecimento do uso das plantas medicinais está concentrado no gênero feminino. Segundo Dantas (2002), o gênero masculino predomina sobre o feminino no uso de plantas medicinais. O tipo de profissão, figura 02, foi também levado em consideração.

40%

Do lar

47%

Assalariado Autônomo

13% FIGURA 02. Distribuição percentual do tipo de profissão dos usuários. Nota-se que a maior parte dos pesquisados trabalha em casa em serviços domésticos, sendo tratados aqui como “do lar”. Os usuários de plantas medicinais de Campina Grande ainda apresentam um grau de instrução baixo, Tabela 01.

TABELA 01. Freqüência e percentual do grau de instrução dos usuários. Grau de instrução Freqüência Percentual Fundamental Médio Total

19 11

63,3% 36,6%

30

100%

Nota-se que a maior parte possui apenas o ensino fundamental, este nem sempre completo. Os raizeiros não chegam a ser alfabetizados – a maioria – ou possuem apenas o 1º grau (DANTAS, 2002). No entanto, percebe-se que existe experiência relevante no que diz respeito ao uso de plantas medicinais pelos pesquisados, a maioria utiliza a fitoterapia a pelo menos dez anos. Tabela 02. TABELA 02. Freqüência e percentual dos intervalos de tempo de utilização de plantas medicinais. Tempo em anos Freqüência Percentual 0–9 8 26,6% 10 – 19 17 56,6% 20 – 30 5 16,6% Total 30 100% 5.2 inventário e investigação botânica das plantas medicinais Os usuários de ervas medicinais pesquisados neste trabalho utilizam um grupo diversificado de plantas, representado na cidade de Campina Grande, que se encontra distribuído em 52 espécies, 39 famílias e 2 filos. TABELA 03 – Famílias, nomes científicos e populares das plantas medicinais pesquisadas. Família

Nome científico

Nome popular

EQUISETACEAE

Esquisetum hiemale L.

Cavalinha

ALISMASTACEAE

Echinodoros grandiflorus Mitch.

Chapéu-de-couro

Alternanthera brasiliana (L.) O. Kuntze Ervanço AMARANTHACEAE APIACEAE

Alternanthera dentata (Muech) Stuchlik Cibalena Daucus carota L.

Cenoura

Cont. TABELA 03 - Famílias, nomes científicos e populares das plantas medicinais pesquisadas.

APOCYNACEAE

Catharanthus roseus (L.) Acanthospermum hispidum D.C.

Boa-noite Carrapicho-decigano

Achillea milefolium L.

Mil-folhas

Bidens pilosa L.

Picão-preto

Eclipta alba (L.) Hassk

Agrião-do-brejo

Lactuca sativa L.

Alface

Solidago chilensis Meyen

Erva-lanceta

Calendula officinalis L.

Bonina

Tagetes minuta (L.)

Cravo-de-defunto

BIGNONIACEAE

Crescentia cujete (L.)

Cuité

BORAGINACEAE

Heliotropium indicus L.

Cravo-de-urubu

BROMELIACEAE

Ananas comusus (L) Merr

Abacaxi

BURSERACEAE

Bursera leptophloeos

Umburana

CAESALPINACEAE

Parkinsonia aculeata L.

Turco

CAPPARACEAE

Crataeva tapia L.

Trapiá

CARICACEAE

Carica papaya L.

Mamoeiro

CONVOLVULACEAE

Ipomoea asarifolia (Desr.)

Salsa

CRUCIFERAE

Brassica rapa L.

Mostarda

CURCUBITACEAE

Sechium edule (Jacq) Sw.

Chuchu

EUPHORBIACEAE

Croton sonderianus Müll. Arg.

Marmeleiro

Pterodon emarginatus Vogel

Sucupira

Zornia latifolia S.W.

Urinana

Leonotis nepetaefolia (L.) R. Br.

Cordão-de-sãofrancisco

Ocimum selloi Benth

Manjerona

ASTERACEAE

FABACEAE LAMIACEAE

Cont. TABELA 03 - Famílias, nomes científicos e populares das plantas medicinais pesquisadas.

LAURACEAE

Persea americana Hill

Abacate

LILIACEAE

Simax japicanga Griseb.

Japicanga

LYTHRACEAE

Ciphea carthagenesis (Jacq.) J. F. Macbr

Sete-sangrias

MALPIGHIACEAE

Malphighia glabra L.

Acerola

MALVACEAE

Sida claziolii Schum

Malva

MIRTANACEAE

Eugenia uniflora L.

Pitanga

MORACEAE

Morus nigra L.

Amora preta

MORINGACEAE

Moringa oleifera Lam.

Moringa

Psidium guajava L.

Goiabeira

Syzygium cumini (L.) Skeels

Azeitona

Piperomia pellucida (L.) Kunth

Alfavaca-de-cobra

Oriza sativa L.

Arroz

Zea mays L.

Milho

PORTULACACEAE

Portulaca oleracea L.

Beldroega

RUBIACEAE

Genipa americana L.

Jenipapo

RUTACEAE

Citrus aurantium L.

Limão

Nicotiana tabacum L.

Fumo

Physalis angulata

Camapum

Solanum americanum Mill.

Erva-Moura

Turnera ulmifolia L.

Chanana

Lantana camara L.

Camará

Lippia sidoides Pham

Alecrim-pimenta

Cissus verticillata (L.) Nicholson & C.E. Jarvis

Insulina

MYRTACEAE PIPERACEAE POACEAE

SOLANACEAE

TURNERACEAE VERBINACEAE VITACEAE

As espécies melhor representadas, figura 03, foram Asteraceae (oito spp.), Solanaceae (três spp.), Amaranthaceae (duas spp.), Lamiaceae (duas spp.), Myrtaceae (duas spp.), Poaceae (duas spp.) e Verbenaceae (duas spp.). Asteraceae Solanaceae

19%

Amaranthaceae Lamiaceae

7% 49%

Myrtaceae

5%

Poaceae

5% 5% 5%

Verbenaceae

5%

Outras familias com uma spp. representada

FIGURA 03. Distribuição percentual das famílias melhor representadas na pesquisa. Quanto à origem, as plantas foram investigadas e qualificadas como sendo nativas ou exóticas do Brasil. Observa-se na figura 04 que a maioria foi classificada como nativa, totalizando 27 espécies, ou 55%. As exóticas totalizam 22 espécies, ou 45%. No trabalho de Dantas (2002), esse dado se confirma, as espécies nativas totalizam 50,3%, as exóticas 49,1% e espécies sem origem esclarecida 0,6%. Neste trabalho, para três espécies ou 6%, não foi possível determinar a origem com base na literatura consultada. 3 spp. ou 6%

Nativa

22 spp. ou 42%

27 spp. ou 52%

Exótica Não identificada

FIGURA 04. Números absolutos e porcentagem das plantas catalogadas quanto à origem.

5.3 Categorização dos usos medicinais das plantas Com base nas indicações, as plantas foram organizadas em sete categorias de uso medicinal, adaptadas de Ankli et al. (1999), tabela 04. TABELA 04 – Categorização das plantas e percentual das citações, indicações comuns e outras indicações. IND = Inflamação, infecção e dor, CD = condição dermatológica, APD = doenças associadas ao aparelho digestório, APR = doenças associadas ao aparelho respiratório, SIS = doenças associadas ao sistema sangüíneo, SIN = doenças associadas ao sistema nervoso, UR = doenças associadas a problemas urológicos. (ANKLI, 1999) adaptado. Categorias e percentual dos usos IND – 33% CD – 8%

Plantas Agrião-do-brejo, malva, limão, carrapicho-de-cigano, jenipapo. Arroz, cravo-de-urubu, Fumo.

Indicação comum

Indicações

Inflamação/infecção.

Gripe, hepatite, sinusite, reumatismo.

Pele.

Limpeza, acne.

APD – 15%

Ervanço, picão-preto, mamoeiro, marmeleiro.

Intestino, estômago.

APR – 18%

Pitanga, abacaxi, boa-noite, acerola.

Tosse

SIS – 22%

Cavalinha, turco, chapéu-de-couro, chuchu.

Coração, sangue, circulação.

SIN – 2%

Alface

Calmante

UR – 2 %

Cordão-de-são-francisco.

Infecção urinária.

Cólicas, vermes, malestar, digestão, dor-debarriga, diarréia. Tosse. Diabetes, colesterol, pressão-alta, inchação, hemorróida. Insônia. Infecção urinária.

Sendo elas: doenças associadas ao aparelho digestório (APD); doenças associadas ao aparelho respiratório (APR); doenças associadas à condições dermatológicas (CD); doenças associadas à inflamação, infecção e dor (IND); doenças associadas ao sistema nervoso (SIN); doenças associadas ao sistema sangüíneo (SIS); doenças associadas a problemas urológicos (UR). Na categoria IND foram inseridas 21 espécies utilizadas para aliviar as dores e moléstias infecciosas como gripes. Para a gripe foram indicadas três espécies utilizadas sob a forma de chá (decocto) o agrião-do-brejo, como xarope, a malva e sob forma de chá ou suco, o limão. A umburana foi citada para o tratamento de inflamações sob forma de chá. Para a cura das inflamações costuma-se usar o carrapicho-de-cigano na forma de chá. O jenipapo é utilizado como cicatrizante e no tratamento de fraturas na forma de emplasto. Na categoria CD são incluídas cinco espécies que tratam os problemas da cútis, como micoses e acne, além de serem estas plantas citadas para a limpeza da pele.

O arroz é citado para a limpeza da pele na forma de chá. O fumo e o cravo-deurubu são utilizados como fungicidas ou antimicóticos, seu preparo de dá na forma de chá ou na forma in natura de modo tópico. Na categoria APD constam nove espécies utilizadas para finalidades diferentes relacionadas ao aparelho digestório. O ervanço é utilizado na forma de chá pra tratar cólicas intestinais, o picãopreto, na forma de chá foi citado para o tratamento de hepatites, o mamoeiro é utilizado para os males causado por vermes e o marmeleiro é citado para o tratamento da diarréia. Onze espécies foram incluídas na categoria APR, entre elas: pitanga, abacaxi, boa-noite e acerola e estão relacionadas principalmente à tosse. As formas de preparo dessas plantas são o chá e o xarope caseiro (lambedor). Na categoria SIS, relacionada às plantas utilizadas para diminuir a pressão alta ou colesterol, também em casos de hiperglicemia, hemorróida e de anemia, incluem-se quatorze espécies: a cavalinha, o turco, a insulina e o jenipapo, consumidos na forma de chá, são usados contra diabetes. O chapéu-de-couro é utilizado contra o colesterol e o chuchu nas formas de chá e suco foi amplamente citado como hipotensor. Para a categoria SIN foi indicada uma espécie, a alface, com atividade no sistema nervoso como calmante e contra a insônia. Nesta espécie, o medicamento é proveniente das folhas, que são preparadas em infusão e administradas por via oral; podese também consumi-la in natura em saladas. Uma espécie é utilizada contra infecções urinárias e foi incluída na categoria UR, cordão-de-são-francisco, sendo suas folhas preparadas em infusão, que então é administrada por via oral. A figura 05 representa as porcentagens das formas de preparo dos fitoterápicos mais comumente utilizadas pelos pesquisados.

chá xarope

12% 5 %2

suco emplasto colirio

% 2% 2% 9% 68%

3% 2%

in natura pomada alcoolatura

2%

2%

solução tópico

FIGURA 05. Porcentagens das formas de preparo mais utilizadas para as plantas catalogadas.

Percebe-se com esses dados que a forma de preparo de fitoterápico mais comum é a de chá, 68%, seja por infusão ou por decocto seguido pelo xarope, 12%, popularmente difundido como lambedor. O suco de partes de plantas frescas foi citado em 5% dos casos como preparado com fins medicinais. Outras formas como pomada, alcoolatura, colírio, emplasto também foram citadas por 2% dos pesquisados cada. 5.4 Identificação dos compostos medicinais e comparação dos usos popular e cientifico. As plantas catalogadas apresentaram uma grande diversidade de compostos e princípios ativos, essas substâncias são as responsáveis pela atividade medicinal dos vegetais, entre os compostos medicinais se destacam os alcalóides, flavonóides, compostos inorgânicos, terpenos, quinonas, cumarinas, saponinas e óleos essenciais. Esses dados com detalhes podem ser visualizados na tabela 05. Para comparar os conhecimentos populares com a pesquisa cientifica a tabela 06 mostra a freqüência das indicações populares confirmadas e não-confirmadas pela literatura cientifica. TABELA 06. Freqüência das indicações da população e sua confirmação na literatura pesquisada Nome científico

Planta

Indicação (ões)

Indicação (ões)

Solidago chilensis Zea mays Oriza sativa Heliotropium indicum Carica Papaya Psidium guajava Ocimum selloi Ananas sativus Sechium edule Achillea milefolium Lactuca sativa

Erva-lanceta. Milho Arroz Cravo-de-urubu Mamoeiro Goiabeira Manjerona Abacaxi Chuchu Mil-folhas Alface

confirmada (s) 2 2 1 1 2 1 1 1 1 1 2

não-confirmada (s) -

Leonotis nepetaefolia

Cordão-de-são-francisco

2

-

Total

17

0

Ao se analisar a tabela, percebe-se que há consonância entre as indicações populares e o uso científico, uma vez que todas as indicações foram confirmadas pela na análise da literatura. A seguir, são apresentadas doze plantas utilizadas pela população da cidade de Campina Grande – PB. Estas plantas representam as sete categorias de uso medicinal

listada acima. Partindo do uso popular, comparamos as indicações dadas pela população com as indicações terapêuticas dos compostos bioativos. Constatando assim, se as indicações da população estão compatíveis com o uso científico. 5.4.1. Categoria IND: plantas utilizadas para doenças associadas à inflamação, infecção e dor: Nome popular: Erva-lanceta. Sinônimos: Cordão-de-ouro, sapé-macho, arnica-do-brasil, arnica, arnica-brasileira, arnica-da-horta, arnica-de-terreiro, arnica-silvestre, erva-federal, erva-lanceta, espiga-deouro, federal, flecha, lanceta, macela-miúda, marcela-miúda, rabo-de-foguete, rabo-derojão. Família: Asteraceae Nomes

científicos:

Solidago chilensis

Meyen Solidago chilensis Meyen

var.

megapotamica (DC.) Cabrera. Solidago polyglossa DC; Solidago microglossa DC. Solidago linearifolia DC., Solidago linearifolia var brachypoda Speg., Solidago microglossa DC. var. linearifolia (DC.) Baker., Solidago marginella DC., Solidago odora Hook., Solidado vulneraria Mart., Solidago nitidula Mart. (SIMÕES, 1988). Origem: Brasil e América do Sul (SIMÕES, 1988). Princípios ativos: Partes aéreas: quercitrina, um flavonóide glicosídico, taninos, saponinas, resinas, óleo essencial. Raízes: diterpenos inulina e rutina, ácido quínico, ramnosídeos, ácido caféico, hidrocinâmico e seus derivados. acetofenona, carotenóide, diterpenos com esqueleto labdâmico e clerodânico, flavonóides, quercitina, glicosídeo (glicosídeo), 3-metoxibelzaldeído, óleo essencial, saponinas. (SIMÕES, 1988). Uso popular: Reumatismo e coluna Outras indicações: Estomáquica, adstringente, cicatrizante e vulnerária. Ferimentos, escoriações, traumatismos, contusões, antiespasmódica, anti-hemorrágica, antiinflamatória, béquica, estomáquica, odontálgica. (SIMÕES, 1988). Indicação medicinal: Anti-reumática Forma usada: Infusão e tintura Comparação uso popular uso cientifico: A erva-lanceta apresenta em sua constituição substâncias ativas antiinflamatórias e analgésicas que confirmam a ação indicada pela população. Segundo Teske e Trentini (1995), Alonso, (1998), Simões et al. (2000) e Lopes et al. (2001), as flavonas, flavonóis, xantonas, possuem ação antiinflamatória, antimicrobiana, antivirais, diurética e antioxidante. Portanto, as indicações dos raizeiros

tendo como base o uso popular da Solidago chilensis, concorda com as indicações terapêuticas dos compostos bioativos.

Nome popular: Milho Sinônimos: cabelo-de-milho, barbas-de-milho, estigma-de-milho. (COIMBRA, 1994). Família: Poaceae (Gramineae). Nomes científicos: Zea mays L. Origem: América tropical (PANIZZA, 1997). Princípios ativos: Saponinas, tanino, óleo fixo, óleo essencial alantoina, sais minerais (K, Ca), açucares redutoes (PANIZZA, 1997). Alfa-pineno (DUKE, 2006) Uso popular: Sarampo e caxumba. Indicação medicinal: Antimicrobiana, diurético, usado contra as afecções agudas e crônicas dos rins e das vias urinárias, empregado em litíase renal, nefrites, diátese úrica, areias, cistites, incontinências urinária, catarro vesical, elimina ácido úrico, dores da micção, feridas e úlceras (COIMBRA, 1994; PANIZZA, 1997). Uso terapêutico: antiviral. Parte usada: Estigma-das-espigas. Forma usada: Infuso ou decocto a 5%, de 50 a 200 cc por dia. Extrato fluido de 2 a 10 cc por dia. Xarope a 10 % de 20 a 100 cc por dia (COIMBRA, 1994).. Comparação uso popular uso cientifico: Percebe-se na composição química desta planta a presença de composto alfa-pineno, que segundo Duke, (2006) apresenta ação antiviral, o que confirma a eficácia do uso popular. 5.4.2 Categoria CD: Plantas utilizadas para doenças associadas à condições dermatológicas Nome popular: Arroz Sinônimos: Agulha, caiana, carolina, catete, chatinho, dourado, japonês, ligeiro, mapaé, maroin, meruin, matão, pé-de-peru, saguaresma, vermelho, brilhoso (BRAGA, 1978; ALMEIDA, 1993). Família: Poaceae (Gramineae). Nome científico: Oryza sativa L. Origem: Ásia (ALMEIDA, 1993).

Princípios ativos: Matéria azotada 7,65, matérias graxas 0,3%, carboidratos 9,4%, matérias minerais 0,4% (ALMEIDA, 1993). Alantoina (DUKE, 2006) Uso popular: Limpa a pele Outras indicações: Diarréia infantil e de adultos, enterites, colite e inflamações intestinais. Segundo Almeida (1993), o arroz cozido em forma de papa é aplicado como absorvente, eczemas, erisipela, eritema e como lavagem e banhos em hemorróidas, Indicação medicinal: Antiinflamatório Parte usada: sementes. Forma usada: Do arroz cozido retirar a calda. Comparação uso popular uso cientifico: A ação de limpeza da pele – combate à acne – é comprovada pela presença da alantoina, uma substância antiinflamatória (DUKE, 2006). Nome popular: Cravo-de-urubu Família: Boraginaceae Nome cientifico: Heliotropium indicum (L.) R. BR. Origem: Nativa do Brasil Princípios ativos: Alcalóide pirrolizidinico, (LORENZI, 2002). Beta-sitosterol, taninos, estigmasterol, campesterol, heliotrina. (DUKE, 2006) Uso popular: Fungos nas unhas Outras indicações: Anti-tumoral, anoréxico, hipocolesterolêmico, (DUKE, 2006) Parte usada: Folhas Forma usada: Alcoolatura Cuidados: A heliotrina apresenta ação teratogênica, o alcalóide pirrolizidinico a torna não recomendável para uso por via oral, uma vez que sua ingestão pode resultar em grave intoxicação hepática, com risco de cirrose e câncer do fígado (LORENZI, 2002). Comparação uso popular uso cientifico: O Heliotropium indicum (L.) R. BR. apresenta em sua composição química um fungicida, o beta-sitosterol (DUKE, 2006), o que comprova a ação citada no uso popular. 5.4.3 Categoria APD: plantas utilizadas para doenças associadas ao aparelho digestório. Nome popular: Mamoeiro Sinônimos: Pé-de-mamão, mamão-melão. Família: Caricaceae

Nome cientifico: Carica Papaya L. (Papaya Carica Gaert, Papaya vulgaris DC., Papaya sativa Tuss., Carica quinqueloba Sessé e Moc). (BRAGA, 1978). Origem: América Tropical, Antilhas ou das regiões Antilhas (BRAGA, 1978). Princípios ativos: Alcalóides, papaína, ácido málico, resinas, (BRAGA, 1978, COIMBRA, 1994). Uso popular: Vermes, digestão. Outras indicações: peitoral, sedativo, usado nas afecções respiratórias, bronquites, coqueluche, catarros crônicos, asma, resfriados, gripes, tosse espasmódicas. (COIMBRA, 1994). Uso terapêutico: Antihelmíntico, antibiótico, degestivo. Parte usada: Flores masculinas, folhas, fruto (BRAGA, 1978; COIMBRA, 1994). Forma usada: Infuso e decocto a 2,5%, de 50 a 200 cc por dia; extrato fluidos, de 1 a 5 cc por dia; tintura 20% de 5 a 25 cc por dia; xarope a 5% de 20 a 100 cc por dia. Poções. Papaína de 0,05 a 0,50 g por dia; carpaina, de 0,01 a 0,05 g por dia. (COIMBRA, 1994). Comparação uso popular uso cientifico: A papaína possui atividade proteolítica, daí a ação digestiva (BRAGA, 1978). E segundo Duke (2006), a papaína também apresenta ação antihelmíntica, daí o uso no tratamento de verminoses. Com isso, a indicação popular é confirmada pela literatura especializada. Nome popular: Goiabeira Sinônimos: pé-de-goiaba, guaíba. (BRAGA, 1978). Família: Myrtaceae Nomes científicos: Psidium guajava L. (Psidium guayava Raddi, Psidium pomiferum L., Psidium pomiferum D.C. Psidium pyrifererum D.C.; Psidium guayaba Raddi; Psidium guava Griseb) (BRAGA, 1978, SIMÕES, 1988; ALMEIDA, 1993; COIMBRA, 1994). Origem: América Central e do Sul (SIMÕES, 1988; ALMEIDA, 1993). Princípios ativos: Óleo essencial, flavonóides, terpenos, taninos. (SIMÕES, 1988; COIMBRA, 1994) Ácido ascórbico (DUKE, 2006). Uso popular: Dor-de-barriga (cólica) Outras indicações: estomáquica, adstringente, indisposição gástrica, anti-diarréico. Externamente usado em gargarejos, afecções da boca, garganta, em tratamentos de úlceras e leucorréia, (ALMEIDA, 1993; COIMBRA, 1994). Indicação terapêutica: Antidiarréico, analgésico. Parte usada: folhas, ramos, flores, fruto. (SIMÕES, 1988).

Forma usada: chá. Comparação uso popular uso cientifico: Na composição química do mamoeiro, observase a presença do ácido ascórbico que é anti-histamínico (DUKE, 2006), o mesmo autor afirma que os flavonóides, possuem ação antiinflamatória, antibacteriana, analgésico, colerética, e antiespasmódica o que justifica o uso da Psidium guajava L. para dores de barriga (ou cólicas). 5.4.4 Categoria APR: plantas utilizadas para doenças associadas ao aparelho respiratório. Nome popular: Manjerona Família: Lamiaceae Nomes científicos: Ocimum selloi Benth. Origem: Nativa Princípios ativos: Eugenol, trans-anetol (DANTAS, 2002). Uso popular: Estômago (má-digestão) Indicação terapêutica: Acaricida, anestésico, antibacteriano, antiinflamatório. (DANTAS, 2002) Parte usada: Folhas Forma usada: Chá Comparação uso popular uso cientifico: O eugenol possui propriedades anestésicas, antiinflamatórias, anti-sépticas e anti-úlcera (DANTAS, 2002), portanto, pelos compostos ativos encontrados na literatura, o uso popular é cientificamente pertinente. Nome popular: Abacaxi Sinônimos: abacaxi amarelo, abacaxi-bico-de-rosa, abacaxi-branco. Abacaxi-roxo (BRAGA, 1978). Família: Bromeliaceae Nomes científicos: Ananas sativus Schult. f. var. pyramidalis Bert. Bromélia Ananás Linn, var pyramidalis Arr. (Cam.) (BRAGA, 1978). Origem: Nativa Princípios ativos: Protídeos 0,30%, lipídeos 0,5%, glicídeos 5,8%, sais 0,30%, bromelina, vit A 90 U, Vit B1 20 u, Vit C 500 U, Vit B6 36 U. (BRAGA, 1978). Bromelaina (DUKE, 2006) Uso popular: Tosse

Indicação terapêutica: afecções pulmonares Parte usada: Fruto Forma usada: Xarope Comparação uso popular uso cientifico: No Ananas sativus observa-se a presença da bromelaina, um antibronquítico e a bromelina, uma enzima proteolítica. (DUKE, 2006). Com base no exposto, nota-se que o conhecimento popular está em concordância com o conhecimento cientifico. 5.4.5 Categoria SIS: plantas utilizadas para doenças associadas sistema sangüíneo. Nome popular: Chuchu Família: Cucurbitaceae. Nomes científicos: Sechium edule (Jacq) Sw. (Chayota edulis Jac) (BRAGA, 1978; ALMEIDA, 1993). Origem: Do México e da América Central (BRAGA, 1978; ALMEIDA, 1993). Princípios ativos: Citrulina, Alanina, histidina, arginina, potássio (DUKE, 2006). Uso popular: Pressão alta Indicação terapêutica: Hipotensora. Parte usada: Frutos Forma usada: Chá (infusão) ou suco Comparação uso popular uso cientifico: Segundo (DUKE, 2006), A arginina e a citrulina são substâncias diuréticas e o potássio, antihipertensivo. Portanto, as propriedades das substâncias encontradas no chuchu justificam o uso popular. Nome popular: Mil - folhas Família: Asteraceae Nomes científicos: Achillea milefolium L. Sinônimos: mil-em-ramos, mil-folhada, auílea, erva-de-carpinteiro, erva-de-cortadura, erva-dos-carreteiros (PANIZZA, 1997). Origem: Europa (SIMÕES, 1988). Princípios ativos: Folha: óleo essencial, 1,8-cineol, allo-ocimeno, alfa pineno, alfaterpineno, ácido ascórbico, azuleno, beta-pineno, borneol, cânfora, cariofilato, ester, deacetilmatricarina, acetato de bornil, ácido caféico, cálcio, casticina, ácido cerotinico, camazuleno, ácido carboxílico, ácidos graxos, colina, crômio, ceneol, cobalto, cumarina, dulcitol, eugenol, flavonóides, folacina, ácido fórmico, álcool furfuril, galactose, glicose,

guaiazuleno, heptadecano, homostaquidrina, hidroxiachillina, inositol, inulina, isoartemisia quetona, acetato isobutil, isorhamnetina, ácido isovalérico, leucondina, fósforo, pontiacepoxina, proazuleno, quercetina, glicosideo quercetina, quercitrina, resina, riboflavina, rutina, sabineno, ácido salicilico, estigmasterol, ácido succinico, tanino, terpineol, tiamina, tuiona, triconsana, trigonelina, viburnitol, e ácido ascórbico. (SIMÕES, 1988; TESKE E TRENTINI, 1995; DUKE, 2006). Flores: thiofeno, Uso popular: Coração Indicação

terapêutica:

Estimulante,

carminativa,

antifebril,

antiespasmódica,

adstringente, diurética, diaforética, colerético, estomacal, antiinflamatória, anti-séptica, hemostática, hipotensiva, vulneraria, tônica, refrescante, anti-caspa, cosmético, queda de cabelo (SIMÔES, 1988; TESKE E TRENTINI, 1995; PANIZZA, 1997). Antioxidante, antiaterosclerótico. (DUKE, 2006) Parte usada: Toda a planta Forma usada: Alcoolatura, xarope, chá. Comparação uso popular uso cientifico: de acordo com Simões (1988), a presença de óleo essencial, cineol, azuleno, protazuleno derivados terpênicos e sequiterpenos lhe comprova a atividade antiinflamatória, adstringente e anti-séptica. Aos alcalóides são atribuídas as propriedades hipotensora e antifebril. Ao tanino confere a atividade hemostática, cicatrizante e adstringente. E aos flavonóides e heterosídeos a atividade antiespasmódica (TESKE E TRENTINI, 1995). Segundo Duke (2006) o ácido ascórbico combate a aterosclerose, portanto pode proteger as funções cardíacas, o que justifica o uso popular. 5.4.6 Categoria SIS: planta utilizada para doenças associadas sistema nervoso. Nome popular: Alface Sinônimos: alface-comum, leituca (PANIZZA, 1997). Família: Asteraceae. Nomes científicos: Lactuca sativa L. Origem: Europa (TESKE e TRENTINI, 1995). Asiática (BRAGA, 1978). Princípios ativos: óleo essencial, mucilagem, princípios amargos (lactupicrina, lactucina) sais minerais (Fe, Vit. B1, B6, C e provitamina A) (COIMBRA, 1994; TESKE e TRENTINI, 1995). Folacina, hiosciamina. (DUKE, 2006) Uso popular: Calmante, insônia.

Indicação terapêutica: calmante, sedativo, empregado nos estados nervosos, tosse nervosas, excitações nervosas, insônias. Externamente o óleo essencial é aromatizante em cremes de beleza e sabonetes (BRAGA, 1978; COIMBRA, 1994; TESKE e TRENTINI, 1995; PANIZZA, 1997). Parte usada: folhas da planta adulta. Forma usada: In natura e saladas Comparação uso popular uso cientifico: Segundo Duke (2006), a folacina e a hiosciamina são substâncias antineuropática e depressora do sistema nervoso central, respectivamente. Com isso, pela presença dos compostos citados pela literatura na alface pode-se inferir que a indicação popular é pertinente e comprovada pela ciência. 5.4.7 Categoria SIS: planta utilizada para doenças associadas a problemas urológicos. Nome popular: Cordão-de-são-francisco Família: Lamiaceae Nomes científicos: Leonotis nepetaefolia (L.) R. Br. Origem: Brasil Princípios ativos: óleo essencial, glicosídeo (leonotina), ácido-copaífero, taninos, cumarinas, terpenos. (ALONSO, 1998; DUKE, 2006; TESKE e TRENTINE, 1995) Uso popular: Rins, infecção urinária. Indicação terapêutica: Antiinflamatório, relaxante da musculatura lisa, bactericida. Parte usada: Folhas Forma usada: Chá, xarope. Comparação uso popular uso cientifico: Segundo Teske e Trentini, (1995), Alonso, (1998) e Simões et al. (1999), os óleos essenciais possuem atividade carminativa, antiséptica, antiinflamatória, bactericida, analgésico, relaxante, antiespasmódico, estimulante do aparelho digestivo, anestésica local e anti-séptica. Mencionados por Cruz (2001) apud Dantas (2002), Davis (1996) e Worwood (1995) citam várias propriedades medicinais atribuídas aos óleos essenciais, entre elas analgésicas, antidepressivas, bactericidas e bacteriostáticas. De acordo com Duke (1992), a cumarina possui atividades analgésicas, antiinflamatórias, bacteriostáticas e sedativas. Portanto, a base do uso popular da Leonotis nepetaefolia na medicina caseira, está em consonância com as indicações terapêuticas dos compostos bioativos.

Tabela 05. Nomes e indicações populares, compostos e indicações cientificas das plantas catalogadas. N/E= necessita estudo Nome popular Indicação Popular Indicação científica Compostos identificados Acanthospermum hispidum Tosse, antiinflamatório Antimalárica Flavonóides, (LORENZI, 2002) Achillea milefolium Coração Antioxidante Ácido ascórbico, (DUKE, 2006). Alternanthera brasiliana Cólicas Anticonceptiva Esteróides e terpenos (MACEDO et al, 1999). Alternanthera dentata Cólicas Anticonceptiva Esteróides e terpenos (MACEDO et al, 1999). Ananas comusus Tosse Afecções pulmonares Bromelaina (DUKE, 2006) Bidens pilosa Hepatite Antiinflamatório Proteína, minerais, vitaminas, acido nicotínico. (SIMÕES, 1988). Brassica rapa AVC, pressão Revulsivo, rubefaciante Alfa-tocoferol, minerais (DUKE, 2006). Savenol, (LORENZI, 2002) Bursera leptophloeos Tosse, sinusite antiinflamatória, antimicrobiana Cumarina, tanino progálico, xantona, flavona (DANTAS, 2002) Calendula officinalis Tosse, pele Emenagoga, cicatrizante Alcalóides, ácido málico, saponinas. (DUKE, 2006) Carica papaya Vermes, digestão Antihelmíntico, antibiótico Alcalóides, papaína, ácido málico, resinas, (BRAGA, 1978, COIMBRA, 1994). Catharanthus roseus Tosse Anticancerígena Resina, tanino, vimblastina, vincristina. (ALMEIDA, 1993; DUKE, 2006). Ciphea carthagenesis Rim, infecção Anti-inflamatória Óleos essenciais, taninos. (LORENZI, 2002) Cissus verticillata Diabetes Hipotensora, sudorífica Esteróis, quinonas, antocianinas, flavonóides (DUKE, 2006) Citrus aurantium Gripe, emagrecer, digestão Protetor dos vasos sangüíneos Limoneno, linalol, hesperidina. (LORENZI, 2002) Crataeva tapia Bursite/reumatismo Cardiorespiratória, antitóxica Tioglucosídeos. (LORENZI, 2002) Crescentia cujete Coluna / Diabetes Emoliente, antimicrobiana Gliceridios do ácido oléico, (LORENZI, 2002) Croton sonderianus Diarréia Antibiótico Escolpoletina (DUKE, 2006) Daucus carota Vista/Pele Vermífugo Ácido aracdônico, beta-caroteno, carboidratos. (DUKE, 2006) Depurativa do sangue, Echinodoros grandiflorus Colesterol emoliente Alcalóides, flavonóides, taninos, saponinas, terpenos. (LORENZI, 2002) Eclipta alba Tosse, gripe, mal-estar antiinflamatório Terpenos, flavonóides, tetracloreto de carbono. (LORENZI, 2002) Esquisetum hiemale Emagrecer, coração, diabetes Diurética, anorexígena Alcalóides, flavonóides, compostos inorgânicos, (DUKE, 2006) Eugenia uniflora Dor-de-barriga Antibacteriana Óleos essenciais, taninos. (LORENZI, 2002) Genipa americana Fratura, cicatrizante, diabetes Hipotensivo, antimicrobiano Ácidos genípico e genipínico, manitol (DUKE, 2006) Heliotropium indicus Fungo nas unhas Fungicida Alcalóides pirrolizidinico (LORENZI, 2002). Beta-sitosterol (DUKE, 2006) Ipomoea asarifolia Reumatismo, furúnculo N/E Minerais (Ca, Mg, Na, K). (EKENYEM, 2006) Lactuca sativa Insônia, calmante Calmante, hipnótico, sedativo Óleo essencial, mucilagem, substâncias amargas (COIMBRA, 1994; TESKE, 1995). Lantana camara Dor-de-cabeça Antipirético, antiespasmódico Lantanina (alcalóide), óleo essencial, mucilagem. (ALMEIDA, 1993). Leonotis nepetaefolia Rins, infecção urinária Relaxante da musculatura lisa Terpenos, taninos (LORENZI, 2002) Lippia sidoides Tosse, derrame Antimicrobiana Timol e carvacrol. (FIGUEREDO, 2005) Malphighia glabra Tosse, gripe, imunidade Estimula a imunidade Ácido ascórbico, mucilagem, rutina, hesperidina (TESKE e TRENTINI, 1995).

Cont. Tabela 05. Nomes e indicações populares, compostos e indicações cientificas das plantas catalogadas. N/E= necessita estudo Moringa oleifera Vista, limpar a água Antimicrobiana Pterigospermina. (LORENZI, 2002) Morus nigra Menopausa,verme, reumatismo Adstringente Ácido málico, açúcar, tanino, óleo essencial, mucilagens (COIMBRA, 1994) Nicotiana tabacum Hemorróida, fungo Hipertensora, estimulante Nicotina (LORENZI, 2002; DUKE, 2006) Ocimum selloi Estômago, tosse Estomáquico,expectorante Taninos (LORENZI, 2002) Oriza sativa Limpa a pele Antiinflamatório Matérias graxas, minerais. (ALMEIDA, 1993), Alantoina (DUKE, 2006) Parkinsonia aculeata Diabetes, pressão Hipotensora, antiinflamatória Ácido L-glutâmico, metoxi-citoclitol, beta-sitosterol (ALMEIDA, 1993). Persea americana Rins Diurético Taninos, abacatina (LORENZI, 2002) Physalis angulata Infecção, inchação, vermes Imunoestimulante, antiviral Acetilcolina, fisalina B, principio amargo. (ALMEIDA, 1993) Piperomia pellucida Tosse, inchaço Diurético, emoliente, hipotensor Matricina, taninos.(SIMÕES, 1988) Portulaca oleracea Diarréia, fonte de cálcio Imunoestimulante Omega-3, catecolaminas (LORENZI, 2002) Psidium guajava Dor-de-barriga Antidiarréico, anti-histamínico Óleo essencial, Ac. Ascórbico, terpenos, taninos. (SIMÕES, 1988; DUKE, 2006) Pterodon emarginatus Garganta, coluna Anti-reumática, antiinflamatória Flavonóides, terpenos. (LOREZI, 2002) Sechium edule Pressão alta Hipotensora Citrulina, alanina, histidina. (DUKE, 2006) Sida claziolii Gripe, tosse Bronco dilatador Efedrina, mucilagem (DUKE, 2006) Simax japicanga Coluna, reumatismo Antibiótico Esteródes, saponinas (LORENZI, 2002) Solanum americanum Vermes Antihelmíntico Ácido betulinico (DUKE, 2006) Solidago chilensis Reumatismo, coluna Anti-reumática Flavonóides, taninos, saponinas, terpenos. (LORENZI, 2002) Syzygium cumini Colesterol Anti-obesidade Taninos, ácido gálico. (LORENZI, 2002), fibras (DUKE, 2006) Tagetes minuta Tosse, hemorragia Expectorante Fenol, eugenol, cineol, carvona. (STEVENS, 2001) Citral (DUKE, 2006) Turnera ulmifolia Tumores, diabetes Expectorante, carcinogênico Ácido tânico, cafeína, cineol (DUKE, 2006) Zea mays Sarampo, caxumba Antiviral Alfa-pineno (DUKE, 2006) Zornia latifolia Rins, Infecção urinária N/E N/E

Na análise do inventário das plantas medicinais pouco comercializadas pelo raizeiros e utilizadas pela população de Campina Grande, bem como do perfil desta população, conclui-se que: •

Os usuários apresentam um grau de escolaridade relativamente baixo, no entanto, larga experiência no uso de fitoterápicos. Mais de dez anos, na maioria;



A maioria dos usuários é do gênero feminino e o tipo de profissão mais comum é “do lar”;



A família mais representativa é a Asteraceae;



As plantas, na sua maioria são de origem nativa do Brasil;



A forma de preparo mais utilizada é a de chá, seja por infusão ou decocto.



A ação terapêutica das plantas apresenta concordância com o uso científico comprovado pela literatura.

ALMEIDA, E. R. de. Plantas Medicinais Brasileiras: conhecimentos populares e científicos. São Paulo: Hemus Editora, 1993. ALMEIDA, I.; DANTAS, I. C. Avaliação das plantas existentes na bebida “Pau-do-índio” no “Maior São João do Mundo” em Campina Grande-PB. Campina Grande, 2004. ALONSO, J. R. Tratado de fitomedicina: bases clínicas y farmacológicas. Buenos Aires: Isis, 1998. AMOROZO, Maria C. de Mello. A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas medicinais. In: Di Stasi, L.C. (organizador). 1996. Plantas Medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo multidisciplinar. 1a. ed. São Paulo, Ed. Unesp. p. 47-68. ANKLI, A.: Sticher, O. & HEINRICH, M. 1999. Medical Ethnobotany of the yucatec Maya: healers consensus as quantitative criterion. Economic Botany53 (2) : 144-160. BALBACH, A. As plantas curam. Itaquaquecetuba: Missionária, 1992. BRAGA, R. Plantas do Nordeste, Especialmente do Ceará. 3. ed. Fortaleza: Ed. Mossoroense, 1978. BRITO, A. R. M. & BRITO, A. A. S. . Medicinal plant research in Brazil: data from regional and national meetings. Pp. 386-401.in: M. J. Balick; Elisabeth & S. A.Laird (eds.). Medicinal Resources of tropical forest – biodiversity and its important to human health. Columbia University Press, New York. 1999. COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2. ed.Belém: CEJUP, 1994. CONCEIÇÃO, M. As plantas medicinais no ano 2000. Tao Livraria e Editora Ltda. Brasilia, 1980 COSTA, A. F. Farmacognosia. 3. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, vol. I, 1975a. _____. Farmacognosia. 3. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, vol. II, 1975b. _____. Farmacognosia. 3. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, vol. III, 1975c. CRAVEIRO, A. A. et al. Óleos essenciais de plantas do Nordeste. Fortaleza: ed. UFC, 1981. 209p. DANTAS, I. C.. O Raizeiro e suas raízes: um novo olhar sobre o saber popular. 2002. 124 f. Dissertação (mestrado interdisciplinar em saúde coletiva) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2002. DI STASI, Luis Cláudio. Plantas medicinais. Arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar. Luis Cláudio Di Stasi, organizador. São Paulo: editora da Universidade Estadual Paulista, 1996. _________. AKIKO, C. et al. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Editora UNESP, 2002.

DUKE, James A.. Handbook of phytochemical constituents of gras herbs and other economic plants. Boca Raton: FL. CRC Press. 1992. disponível em . Acessado em 26. 07. 2006. ______. Chemicals in: Equisetum hyemale L. (Equisetaceae) – Horsetail, Scouring Rush Disponível em http://www.ars-grin.gov/cgi-bin/duke/farmacy2.pl. Acesso em 29/11/2006. Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli. CHAPÉU-DE-COURO. Disponível em: < http://www.plantamed.com.br/ESP/Echinodorus_grandiflorus.htm> acesso em 29/11/2006. EKENYEM, B.U.  An Assessment of  Ipomoea asarifolia  Leaf Meal as Feed.  Ingredient in   Grower Pig Diet. Disponível em:  acesso em: 09. 12.2006. FIGUEREDO. Climério Avelino de. Apostilha de fitoterapia. Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Núcleo de Estudos e Pesquisas Homeopáticas e Fitoterápicas. João Pessoa. 2005 FRANCO, L.C.L.; LEITE, R. C. Fitoterapia para a Mulher. Corpomente, Curitiba, 375p. 2004. IBGE – Cidades. Campina Grande - PB. Disponível em: acesso em 01.12.2006 LARCHER, Walter. Ecofisiologia Vegetal. In:______.Substâncias do Metabolismo Secundário de Algumas Espécies Nativas e Introduzidas no Brasil. São Carlos: Rima, 2000. LORENZI, Harri. MATOS, F. J. Abreu. Plantas Medicinais no Brasil, Nativas e Exóticas. 1ª ed. Nova Odessa - SP : Instituto Plantarum, 2002, 512 p.. LUCA, R. L. de, MACEDO, A. F., ESQUIBEL, M. A. e LAGE, C. L. S. Ação de Diferentes Faixas do Espectro Luminoso na Otimização da Produção de Alternanthera Brasiliana, uma Planta Medicinal. Disponível em: http://www.redbio.org/portal/encuentros/enc_2001/posters/01/01_027.htm Acesso em: 30/11/2006. MACEDO, A. F. et. al. Pharmacological and phytochemical studies of callus culture extracts from Alternanthera brasiliana. 1999. Disponivel em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=pubmed&cmd=Retrieve&dopt=AbstractPl us&list_uids=10563377&query_hl=1&itool=pubmed_docsum> Acesso em 29/11/2006. MARTIN, G.J. 1995. Ethnobotany – A method manual. Chapman & Hall, New York. 268p. MATOS, F. J. de Abreu. Plantas da medicina popular do nordeste: propriedades atribuídas e confirmadas. 1ª ed. Fortaleza : EUFC, 1999. 80 p. ________. Plantas Medicinais; guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. vol. 1. Fortaleza, IOCE. 164 p.

________. Farmácias vivas: sistema de utilização de plantas medicinais projetado para pequenas comunidades. 3. ed. Fortaleza, CE: Editora da UFCE. 1998. 220p. MEDEIROS, M. F. T. ; FONSECA, V. S.& ANDREATA, R.H.P.. Plantas medicinais e seus usos pelos sitiantes da Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica/Publicação Oficial da Sociedade botânica do Brasil, ano 17, v. 18(2) n.1, p.391-399. abr. - jun./2004 PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. São Paulo: IBRASA, 1997. RAVEN, P. H. EVERT, R. F. EICHHRN, S. E. Biologia vegetal. 5. ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan S.A. 1992. ROCHA, H. L. S. da. Dados geográficos de Campina Grande, disponível em: acesso em: 11. Jun. 2006 SCHRIPSEMA, J.; DAGNINO, D.; GOSMANN, G. in: SIMÕES, C. M. O; SCHENKEL, E. P; GOSMANN, G; MELLO, J. C. P. de; MENTZ, L. A; PETOVICK, P. R. Farmacognosia da planta ao medicamento. 2. ed. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS/Ed. Da UFSC, 2000. SIMÕES, C.M.O.; SCHENKEl, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P. de; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R. Farmacognosia-da planta ao medicamento. 1. ed. Porto Alegre/Florianópolis: Editora da UFRGS/Editora da UFSC. 1999. 821p. ________. et al. Plantas da Medicina Popular no Rio Grande do Sul. 2 ed. Porto Alegre: UFRGS, 1988. STEVENS, W. D., C. ULLOA U., A. POOL y O. M. Montiel (eds.), 2001. Flora de Nicarágua. Vol. 85, tomos I, II y III. Missouri Botanical Garden Press. St. Louis Missouri. 2001. TESKE, M.; TRENTINI, A. M. Herbarium: compêndio de fitoterapia. 2. ed.Curitiba, Herbarium Laboratório Botânico, 1995.

APÊNDICE A – Questionário estruturado a partir de listagem livre de 52 plantas. Nome Vulgar Abacate Abacaxi Acerola Agrião-do-brejo Alecrim-pimenta Alface Alfavaca-de-cobra Amora preta Arroz Azeitona Beldroega Boa-noite Bonina Camapum Camará Carrapicho-de-cigano Cavalinha Cenoura Chanana Chapéu-de-couro Chuchu Cibalena Cordão-de-são-francisco Cravo-de-defunto Cravo-de-urubu Cuité Erva-lanceta Erva-Moura Ervanço Fumo Goiabeira Insulina Japicanga Jenipapo Limão Malva Mamoeiro Manjerona Marmeleiro Mil-folhas Milho Moringa Mostarda Picão-preto Pitanga Salsa Sete-sangrias Sucupira Trapiá Turco Umburana Urinana

Para que usa

Parte utilizada

Forma de preparo/dose

Related Documents


More Documents from ""

Direito Ambiental
October 2019 18
October 2019 12
Rio[1]
July 2020 28
Telecom
June 2020 37