OS LU USÍADAS, UM M POEMA ÉP PICO Como o obra produ uzida no sécu ulo XVI, Os Lu usíadas estãão marcados pela estética clássica ee pelos valorres renascenttistas. Vejamos algumas sem melhanças en ntre a epope eia clássica e Os Lusíadas. Seme elhanças, a n nível formal, entre Os Lu usíadas e as e epopeias cláássicas Epopeia clássica os Momento
os Elemento
Qualidades
Os Lusíad das
Proposição nto I, ests. 1 a 3:apresentaçção dos seus objectivos, ‐ Can da su ua intenção dee cantar/louva ar as navegaçções e conquistas no Orieente, as vitória as em África ee a ugal. formação de Portu Invoccação ‐Cantto I, ests. 4 e 5 5: súplica às n ninfas do Tejo (Tágides) para que o ajudem m a concretiza ar a sua obra; Proposiição apresen ntação do tem ma Calíope para a ajudar os ‐Cantto III, ests. 1 ee 2: pedido a C Invocaçção Portu ugueses; pedido d de inspiração ‐Cantto VII, ests. 78 8 a 87: nova in nvocação às TTágides e Dedicattória às nin nfas do Mond dego, queixand do‐se da sua m má oferta d da obra fortu una e pedindo novas forças para continua ar a sua Narraçãão tareffa; desenvo olvimento do ttema ‐Cantto X, ests. 8 e 9: invocação a Calíope, sup plicando‐ lhe a continuação do gosto pela a escrita, apessar de uém o ouvir. ningu Dedicatória o I, ests. 6 a 18: oferta do p poema a rei Canto D.Seb bastião. Narraação Canto o I, est.19 atéé ao fim da obra. Accção Acção‐ viagem ma arítima de Vassco da Gama à à India. o tema que se vai dessenrolando ao o Héro oi‐ o povo Porttuguês, aqui ssimbolizado po or Vasco da obra da Ga ama. longo d Personaagem/herói Maraavilhoso‐ cristtão; Pagão; Cééltico ou mágico a person nagem princip pal Form ma‐ narratica vversejada; verrsos decassiláb bicos Maravillhoso (gera almente heróiccos) ; rimas co om esquema a abababcc; interven nção de seres superiores estân ncias – oitavass; poema divid dido em 10 ca antos. Forma estruturra versificatórria Unidade‐existe um m fio condutorr ao longo da obra;a ação da viagem de Vasco d da Gama, realiizada narra Unidade‐ ligação dass partes, série de m todo harmon nioso entree Lisboa e Caleecut. aconteccimentos, num Variedaade – introduçção de espisód dios, Varie edade‐introdu ução de episód dios históricoss que breves n narrativas, qu ue embelezam m e ajuda am a melhor cconhecer a alm ma lusitana. dinamizzam a acção, n não interferem m na Veracidade‐ assun nto real : a desscoberta do ca aminho unidadee ítimo para a Ín ndia. marít Veracid dade‐ assunto real ou pelo Integgridade‐ao lon ngo da compo osição encontrramos e menos vverosímil estru utura narrativa a: a introduçã ão, canto I, estts. 1 a 18; Integrid dade – estrutu ura narrativa ccom o dessenvolvimento o, canto I a IX,, ests. 1 a 12; o introduçção, desenvollvimento e desen nlace, que corrresponde ao regresso: canto X, ests. desenla ace 13 a 144 Quadro ba aseado em: Mo oreira, Vasco e PIMENTA, H Hilário,
Novas prop postas de aborrdagem: Gil V Vicente, Camõees e Eça de Qu ueirós, Porto EEditora, Porto o, 1990
Analogias entre e a Odisseiaa e Os Lusíadas
Odisseia, é um dos princip pais poemass épicos do os antigos gregos. Foi ccomposta e em 24 os e é atribuído, tal como a Ilíada a, a Homero o. canto O poemaa é, de certaa maneira, uma contin nuação da Ilílíada, e ceentra‐se prin ncipalmentee no herói ggrego Odissseu (ou Ulissses), e na sua longa vviagem de d dez anos dee volta a Ítaca, seu lar, após participar na Guerra de Trróia pelo exército grego. Mas Ullisses não chegou, pois após sair de Ísmaros, deu‐sse uma grande temp pestade, qu ue o afasttou do seu u destino. Entretanto o, os preteendentes de d Penélopee, esposa de d Ulisses, acumulam‐‐se e esperam que ella se decidaa a casar dee novo. Ao esperarem, vão gastaando a fo ortuna de Ulisses em banque etes. Penélope, esperançosa dee que seu m marido voltee, vai adiando a escolh ha de um dos pretendentes (por vezes ardilosamente, como na célebre fiaçãão do bordado mortallha, na qual lhes diz q que quando acabar esccolherá um dos pretendentes, maas de noite desfaz o qu ue fez de dia). Ulisses, tentando vvoltar, erra pelo mar p por mais deez anos . É rrecebido no o país m exímios marinheiro os) a quem m conta as suas dos Feácios, (cconhecidos por serem nturas. Acab ba por con nseguir regrressar a Ítaaca. Preparra tudo parra massacrrar os aven preteendentes, o o que faz com a ajuda d do seu filho Telémaco. A nívvel do contéu udo • •
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aa acção é um ma viagem marítima; os deuses tentam op por‐se aos homens, no n e entanto estees consegueem vencer os obstáculos: p pela astúcia, pela fé e coragem de Vaasco da Gama; os heróis têêm o priviléégio de conh hecer o futu uro, atravéss dos deusess, das n ninfas e mes mo através d do sonho; a recompensa à chegadaa: Ulisses reggressa ao seu u lar para jun nto de Penéllope e d filho; Vaasco da Gaama e os seus do s homen ns são reco ompensadoss pela imortalidadee que lhes é cconcedida.
Analogias en ntre Os Lusííadas e a En neida A Eneida é um poema épico lattino escrito o por Vi Virgílio no século s I a.C C.. Conta a saga de En neias, um m troiano q que é salvo dos gregoss em Tróia, viaja errrante pelo Mediterrân neo até cheegar à região o que acctualmente é a Itália.. O seu deestino era ser o an ncestral de todos os ro omanos. da forma – aa proposição o, a invocaçãão e a Além dass semelhançaas já referidas ao nível d dediccatória e o in nicio da narraação in mediia res – pode emos referir ainda: •
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o papel dos deuses, quer como ad o djuventes – Vénus ajuda os Troianos na E Eneida e os Portuguesess, em Os Lu usíadas ‐ , quer q como o oponentes – – Juno p persegue os T Troianos e Baaco os Portu ugueses; taanto Eneias ccomo Vasco da Gama assumem o paapel de narraadores; é é através de p profecias que o herói é in nformado do o futuro.
Os Lusíadas, um poema é épico renascentista
m das caraccterísticas clássicas c da epopeia, Os Lusíadas Para além apressentam já inffluências dass ideias da su ua época: •
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o universalismo: é inten o nção do poe eta dar a conhcer c ao M Mundo os feeitos dos Portuguses, não n se conffinando a P Portugal – “C Cantando esp palharei por toda a partee” (canto I, e 2, v. 7) e “Que se espalhe e se est. s cante no o Universo” (ccanto I , est. 5, v.7). o o experiment talismo: surgge como opo osição ao saaber livresco,, v valorizando a a longa experriência dos m marinheiros. o o homem sur rge como um m elemento ccapaz de intervir no seu destino, de lutar, p pondo em jogo alguns dos seus valo ores, como, por exemplo o, o heroísm mo e o saber. Efectivvamente, enfrentaram‐se as forças d da natureza – por exemplo, o e episódio do Adamastor ‐, e há o o confronto com outro os povos, outros o costumes, no ovas culturas e novas que estões.
N Novas Terrras: Nov vas estrelaas
Não há dúvida d que as navegaçções deste reeino, de cem m anos a essta parte, são as maiorres, mais maaravilhosas, de mais altaas conjecturas, do que as a de nenhum ma outra gen nte do munddo. Os portuugueses ousaaram cometeer o grandee oceano. Enntraram porr ele sem neenhum receioo. Descobrirram novas ilhhas, novas teerras, novos mares, novoos povos, e, o que mais é,, novo céu e novas estrellas. E perderram-lhe tanto o medo, qu ue nem a graande quenturra da zona to orrada nem o descompassso frio da exxtrema partee do sul com que os antiggos escritoress nos ameaçavam, os pôôde estorvar. Perdendo a estrela do norte n e tornando-a a cobrrar, descobrrindo e passa ando o temerroso cabo daa Boa Esperaança, o marr da Etiópia, da Arábia e da Pérsia ppuderam cheegar à Ìndiaa. n se Ora mannifesto é quee estes desccobrimentos de costas, ilhas e terrras firmes não fizeraam, indo a acertar, maas partiram os nossos mareantes m m ensinaddos e provid mui dos de instruumentos e reegras de astrrologia e geoometria, que são as coisaas de que os cosmógrafoss hãode-see andar aperrcebidos. Levvaram cartass mui particularmente ruumadas e nãão já as de que q os antiggos usavam. Pedro Nunes, Tratado da Esfera Prof. Elsa G Giraldo