O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares no contexto da Escola / Agrupamento (4.ª sessão – 2.ª tarefa)
“A ligação entre a biblioteca escolar, a escola e o sucesso educativo é hoje
um
facto
Internacionais
assumido
que
a
por
definem
Organizações como
núcleo
e de
Associações trabalho
e
aprendizagem ao serviço da escola”. A Biblioteca Escolar, no cumprimento da sua missão, deve procurar desempenhar um papel de liderança, um papel activo, um papel que responda às mudanças do mundo actual e um papel formativo, com impacto no desenvolvimento curricular e nas aprendizagens, deve gerir processos e actividades, de forma a criar benefícios para os utilizadores e para a escola. A verdade é que, nem sempre existe esta consciência, esta percepção do valor da biblioteca e do seu papel. Assim, há que mudar práticas, mudar atitudes, e essa mudança passa pela auto-avaliação da biblioteca escolar.
1. Análise à realidade da Escola Básica 2 de Tábua onde exerço funções como professora bibliotecária. Resposta da Escola ao processo de auto-avaliação. Factores inibidores. Esta Escola foi sede do Agrupamento, (integrando 17 escolas do 1.º ciclo e 8 Jardins de Infância) até ao passado mês de Julho, data em que foi constituído um mega agrupamento, anexando também a Escola Secundária com 3.º ciclo que se tornou a nova escola sede. Por ser esta conjuntura, ainda um pouco estranha para mim, limitar-me-ei a considerar apenas a realidade actual da Escola Básica 2 de Tábua.
1
Nesta escola funcionam 15 turmas, sendo 11 do 2.º ciclo ( 6 do 5.º e 5 do 6.º ano) e 4 do 1.º ciclo ( 2 do 3.º e 2 do 4.º ano), perfazendo um total de 300 alunos, aproximadamente. Exercem funções nesta escola cerca de trinta e cinco docentes. Não possuo dados administrativos mas sei que mais de 50% destes professores estão nesta escola pela primeira vez. Em Setembro convidei pessoalmente os(as)docentes a visitar a biblioteca
para
a
conhecerem
em
termos
de
recursos
e
funcionamento e partilhar sugestões para a construção do Plano de Actividades. Tive o prazer de receber, na biblioteca, na tarde agendada, 6 docentes, (por acaso do grupo profissional do qual faço parte!) justificando-se os restantes com o conhecido “depois passo lá…” O que importa referir é que “novos” ou “velhos” na escola, a maioria dos docentes desta escola vê a biblioteca escolar da mesma maneira, tal como, ao longo dos anos, nos habituámos a ver: a biblioteca escolar como o espaço onde nos podíamos deslocar para trabalhar, aceder ao equipamento (informático ou não)
e à informação, nem
sempre tratada, mas organizada e disponibilizada. Apoiam o trabalho que tem vindo a ser realizado pela professora bibliotecária e funcionária, sobretudo, no âmbito da
promoção da
leitura. Reconhecem a importância da biblioteca como repositório do material (livro) que necessitam para a leccionação das diferentes disciplinas, mas manifestam estranheza e relutância no trabalho colaborativo entre o docente curricular e o professor bibliotecário. No seu entender a Biblioteca “tem de realizar ou promover actividades, como oferta cultural” … Os alunos, por persuasão ou de forma espontânea, são os fiéis utilizadores daquela biblioteca. Como o texto da sessão refere:
2
“É também sabido (a experiência mostra-nos isso) que duas escolas com contextos situacionais idênticos e integradas no mesmo sistema educativo têm posições e resultados diferentes relativamente ao uso e integração da biblioteca escolar. Sabemos igualmente que essa maior ou menor apropriação e uso resultam, em grande parte, da atitude e reconhecimento do órgão directivo, estando também muito relacionados com a cultura de escola e com os estilos implicados no processo de ensino-aprendizagem.”
Ora, considerando que na
biblioteca da actual escola sede existem práticas (boas práticas) de trabalho colaborativo com os professores das diferentes disciplinas, conducente ao sucesso educativo dos alunos, poder-se-á supor que a aproximação das duas bibliotecas, o trabalho de parceria entre os dois professores bibliotecários e também com a direcção do agrupamento permitirá a mudança de atitudes dos docentes e a respectiva e consequente adopção do que a outra tem de melhor. Ao longo dos anos, como coordenadora da biblioteca fui elaborando os relatórios de final de período e de final de ano lectivo, para divulgação no Conselho Pedagógico. De certo modo, era feita uma auto-avaliação do trabalho realizado pela equipa da biblioteca. Ora, para se ter a percepção do valor da BE e do seu papel e a necessária intervenção da escola, é imprescindível implementar um processo de avaliação que envolva os diferentes actores, que permita identificar sucessos, debilidades e aferir responsabilidades colectivas face aos resultados obtidos e não centrar a responsabilidade do (in)sucesso da biblioteca no professor bibliotecário. Pode depreender-se que, se os docentes não se revêem no trabalho colaborativo com a biblioteca, também serão resilientes ao processo de auto-avaliação. Desde o início do ano, constatando o processo de mudança em torno das bibliotecas escolares, tenho vindo a desenvolver a recolha sistemática de evidências sobre o todo o trabalho realizado e não só sobre o número de requisições de leitura domiciliária…
3
2. Plano de acção – medidas para alteração da situação e para condução ao sucesso. Nas
reuniões
do
CP,
o
Coordenador
da
Biblioteca
providenciará esclarecimentos sobre: O novo conceito de Biblioteca Escolar e o impacto do seu trabalho no funcionamento da(s) escola(s) e nas aprendizagens dos alunos; O novo modelo de Auto-Avaliação, a identificação dos pontos fortes e fracos, a envolvência de todos e os planos de melhoria;
A visibilidade a dar à BE nos documentos nucleares do
Agrupamento.
Como professora bibliotecária da EB2 devo: Em termos pessoais Definir estratégias para ser mais interventora no percurso formativo dos alunos, Melhorar o papel de liderança como professora bibliotecária, Gerir prioridades e objectivos do plano de acção da BE; Assumir os aspectos menos positivos e repensar formas de melhoria; Aprofundar conhecimentos em conteúdos digitais; Melhorar os serviços de Internet na biblioteca. Em relação aos docentes: 4
Participar em reuniões restritas, na escola EB2 para: sensibilizar à necessidade do trabalho colaborativo com os docentes das diferentes disciplinas (objectivo prioritário, para o presente ano lectivo, definido em reunião com o Coordenador);
Informar / esclarecer sobre o modelo de auto-avaliação da
Biblioteca Escolar e as vantagens do processo;
Promover encontros informais com os professores da EB2 para: Demonstrar disponibilidade para cooperar; Sugerir situações de trabalho colaborativo; Divulgar actividades promotoras da leitura, da literacia da informação,… Em relação à Equipa da BE: Reunir periodicamente com o coordenador da BE e Equipa para: Definir estratégias de actuação, Partilhar experiências, Agilizar a recolha de evidências, Elaborar os instrumentos de auto-avaliação. Em relação à Biblioteca Municipal e BE’s do concelho Reforçar as relações; Promover uma cultura de cooperação; Partilhar boas práticas; Rentabilizar serviços e iniciativas; Actualizar / enriquecer o Portal das Bibliotecas de Tábua; Contribuir para a divulgação / consulta do Catálogo.
5