Microbiologia Oral > 3 Aula Tp

  • October 2019
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MICROBIOLOGIA ORAL - TP

BACTÉRIAS ANAERÓBIAS ESTRITAS Guilhermina Fragoso

• As bactérias anaeróbias estritas são mo que não podem viver na presença de O2, uma vez que o O2 os inibe ou mata. • Possuem um escasso poder de síntese, de tal forma que o seu crescimento em meios sintéticos quimicamente definidos depende em boa medida do aporte de diversos factores de crescimento, especialmente de vitaminas. • Podem ter diversas enzimas (lipases, proteases, peptidases, etc) que lhes permitem actuar sobre diversos produtos orgânicos. Guilhermina Fragoso

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• A degradação e/ou fermentação de compostos orgânicos conduz à formação de 3 tipos de substâncias: ¾ Compostos simples – utilizados em processos de síntese ¾ Compostos intermédios – utilizados para a obtenção de energia ¾ Compostos terminais ou catabolitos – que são devolvidos ao meio • A fermentação de glícidos determina a formação de ácidos gordos de cadeia curta • A descarboxilação de a.a. origina catabolitos fétidos ou pútridos (aminas voláteis) e catabolitos sem odor Guilhermina Fragoso

PARTICULARIDADES DO ESTUDO DE BACTÉRIAS ANAÉRÓBIAS 1. PODER PATOGÉNICO As infecções provocadas pelas bactérias anaeróbias são essencialmente de dois tipos • Infecções específicas • Infecções mistas ou polibacterianas– quando as bactérias se associam a outras do mesmo ou distinto tipo respiratório

Guilhermina Fragoso

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2. HABITAT • Meio ambiente (germes telúricos) • Flora de Veillon

3. TÉCNICA GERAL 3.1. Colheita e meio de transporte • Deve-se evitar ao máximo o contacto das amostras com o oxigénio do ar • A colheita é executada por intermédio de cones de papel • Se necessário, colocar as amostras num meio de transporte Guilhermina Fragoso

3.2. Exame directo da amostra •Exame a fresco – mobilidade

espiroquetas bacilos móveis

•Exame corado – coloração de Gram

morfologia Gram + /Gram -

O exame directo de produtos patológicos permite também observar o aspecto monobacteriano ou polibacteriano da amostra Escolha dos meios de cultura apropriados Guilhermina Fragoso

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3.3. Meios de cultura • Utilização de meios de cultura para bactérias anaeróbias ¾ Meios líquidos de enriquecimento 9 Rosenow (com ou sem cisteína) 9 Schaedler e Wikins-chalgren ¾ Meios sólidos não selectivos 9 Meio gelosado TYG 9 VF 9 Schaedlen Guilhermina Fragoso

3.3. Meios de cultura (cont) Meios sólidos selectivos 9 Vancomicina (7,5µg/ml) 9 Kanamicina (100µg/ml) 9 Bilis (20%) – Bacteroides 9 Verde Brilhante - Fusobacterium

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3.4. Obtenção de anaerobiose Dois procedimentos são geralmente efectuados: A) Eliminação do oxigénio dos meios de cultura (utilizam-se meios profundos regenerados) B) Absorção do oxigénio na amostra de inoculação • Jarras de anaerobiose (H2 + CO2) (1) • Sacos de anaerobiose (2) • Câmara de anaerobiose (3) Guilhermina Fragoso

(3) (1)

(2) Guilhermina Fragoso

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3.5. Métodos de identificação A) Identificação presuntiva B) Identificação definitiva - Galerias bioquímicas (bactérias fermentativas) - Hidrólise da esculina - Sensibilidade à vancomicina e colistina - Provas de ADN - Perfil proteico por PAGE Guilhermina Fragoso

¾ AQUANDO DO ESTUDO DOS ANAERÓBIOS DEVE-SE EVITAR (SE POSSÍVEL): ƒ Fazer a colheita com a zaragatoa ƒ Contaminar a amostra com a flora comensal ƒ Deixar a amostra várias horas, sem proceder à sua análise laboratorial ƒ Desprezar o exame microscópico directo ƒ Utilizar meios de cultura que não sejam recentes e que não tenham sido regenerados ƒ Deixar as placas de Petri, depois de inoculadas, em contacto com o ar ƒ Não ter em atenção o controlo de anaerobiose nas jarras utilizadas para esse fim ƒ Deitar fora, as placas inoculadas, após 48 h de incubação Guilhermina Fragoso

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¾ ESTUDO DE GÉNEROS BACTERIANOS ANAERÓBIOS COM INTERESSE EM PATOLOGIA ORAL

Atendendo à sua morfologia, os anaeróbios com interesse clínico classificam-se em 2 grandes grupos:

1. Esporulados 2. Não esporulados

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1. Esporulados – constituídos por bacilos Gram +, geralmente móveis, com esporo central, subterminal ou terminal que pode ser ou não deformante. Dentro deste grupo encontram-se os clostridios que são subdivididos de acordo com o processo patológico que determinam. 2. Não esporulados – compreendem conjunto heterogéneo de m.o., que inclui cocos e bacilos, Gram(+) , Gram(-) e espiroquetas

Guilhermina Fragoso

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ANAERÓBIOS ESPORULADOS ƒ BACILOS GRAM POSITIVOS 9 Clostridium

No quadro seguinte encontra-se a divisão deste grupo de acordo com o processo patológico.

Guilhermina Fragoso

Guilhermina Fragoso

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ANAERÓBIOS NÃO ESPORULADOS ƒ BACILOS GRAM NEGATIVOS –IMÓVEIS ™ Bacilos não fermentativos, com pigmento 9 Porphyromonas 9 Bacteroides ™ Bacilos fermentativos, com pigmento 9 Prevotella (P. meleninogenica, P. intermedia) Guilhermina Fragoso

Porphyromonas spp. Guilhermina Fragoso

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Bacteroides in Bacteroides Bile Esculin Agar (BBE) Guilhermina Fragoso

Prevotella melaninogénica Guilhermina Fragoso

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ƒBACILOS GRAM NEGATIVOS –IMÓVEIS (cont) ™ Bacilos fermentativos, sem pigmento 9 Prevotella - P.buccalis, P. bivia 9 Bacteroides B. tonsythus – Patogenicidade demonstrada B. gracilis, B. ureolyticus 9 Mitsuokella - M. dentalis 9 Fusobacterium F. nucleatum, F. periodonticum F. alocis e F. sulci 9 Leptotrichia - L. buccalis Guilhermina Fragoso

ƒ BACILOS GRAM NEGATIVOS – MÓVEIS 9Selenomonas 9Centipeda 9Wolinella recta ƒ BACILOS GRAM POSITIVOS 9Bifidobacterium 9Eubacterium Guilhermina Fragoso

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ƒ COCOS GRAM POSITIVOS 9Veillonella - V. parvula, V. dispar, V. atypica As espécies de Veillonella obtêm a sua energia pela fermentação de ácidos orgânicos (piruvato e lactato). Os seus produtos finais incluem acetato, propionato, CO2 e H2. Este metabolismo apresenta um grande potencial protector em relação à formação de cáries (ác. láctico).

ƒ COCOS GRAM POSITIVOS 9Peptococcus 9Peptostreptococcus Guilhermina Fragoso

ƒ ESPIROQUETAS 9Treponema

T.pallidum Guilhermina Fragoso

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¾ FACTORES A CONSIDERAR QUANDO SE TRATA DE UMA INFECÇÃO PRESUNTIVA DEVIDO A A BACTÉRIAS ANAERÓBIAS: ƒ A maior parte destes m.o. é comensal, e poucos causam doença (infecção endógena) ƒ Para causarem doença, têm que se espalhar para além das barreiras normais

Guilhermina Fragoso

ƒ São necessárias condições favoráveis à propagação como: - trauma - destruição dos tecidos - aporte vascular comprometido - complicação de uma infecção preexistente que produza necrose ƒ Geralmente são infecções mistas, formadas por aeróbios e anaeróbios ƒ Os organismos anaeróbios tendem a ser encontrados em abcessos ou em tecidos necróticos ƒ O tratamento não necessita ser dirigido a todos os mo no local infectado. Guilhermina Fragoso

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