Metamorfose Ambulante Quando eu estava no colegial, hoje conhecido como Ensino Médio, aprendi que o átomo era a menor partícula da matéria. In-di-vi-sí-vel. Aprendi também que os neurônios não nascem novamente da mesma forma que a pele se recupera quando sofremos um corte. Ok! Fissão Nuclear e quarks já deixaram claro que não. O átomo como menor unidade da matéria e indivisível é a reposta errada, hoje, para você que errou isso na prova alguns aninhos atrás. Sexta-feira, 28 de novembro, o Globo Repórter mostrou uma série sobre os avanços da ciência e tecnologia na área da medicina. Quem sofreu um AVC - Acidente Vascular Cerebral, ou sofre de epilepsia, tem esperanças em reconstituição das células perdidas. Opa! Os neurônios também! Conceitos em metamorfose! Hoje? Não querido amigo. Sempre! A evolução permitiu isso. O homem busca constante aprimoramento. A questão é que os conceitos mudam o tempo todo. Logo, não pense que apenas a sua área vai deixar você ficar aí quietinho e confortável com o que tem experiência e sabe que vai dar certo. O termo 2.0 tem intrigado o mundo off-line, mas no mundo on-line existem hoje, 29 de novembro às 18h15, 1.140.000.000 na web, no Brasil 12.800.000. A idéia vaga está em torno de tecnologia e internet. Caminho certo. O termo Web 2.0 é utilizado para descrever a segunda geração da World Wide Web a tendência que reforça o conceito de troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais. A idéia é que o ambiente on-line se torne mais dinâmico e que os usuários colaborem para a organização e compartilhamento de conteúdo. Segundo dados divulgados pela União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês) nesta quinta-feira (27), o número de usuários de internet, entre usuários de redes fixas e móveis, chegou à marca de 1,5 bilhão no mundo. E agora José?
A forma de comunicar e alcançar o mercado sofreu profunda alteração com a Web 2.0, em que o mundo da informação perde sua rigidez hierárquica.
Consagrados
postulados
da
comunicação
institucional
rapidamente se revelam ameaçados, necessitando de renovação. Comunicação com ida e volta. Retorno e resposta. Interferências e interpretações. Sendo a internet o canal de comunicação que mais cresceu nos últimos 5 anos, muita coisa tem mudado para atender às demandas de interatividade e velocidade do mercado.
Com a fragmentação da
audiência, o declínio do mass media e as constantes inovações das mídias da comunicação 2.0, quem detém o poder, atualmente, é o usuário. O que faz com que a informação esteja a mercê da forma como é tratada no diálogo digital. Em Acesso Total, Regis McKenna afirma que “Embora a tecnologia possa mudar, seu papel nunca muda: é sempre o agente da transformação econômica e mundial”. E complementa: “A tecnologia é maior catalisador de
mudança
no
marketing”.
As
mudanças
nos
paradigmas
da
comunicação 2.0 provocaram indagações quanto ao futuro da profissão, e na própria rede encontramos quem diga que as alterações tecnológicas causarão o seu fim, dentre outras profecias. É preciso conhecer a nova realidade a fundo, ultrapassar ceticismos, repensar as estratégias e investir em conhecimento e ferramentas de trabalho modernizadas. A internet deixou de ser o cartão de visitas. Não basta criar um site com informações institucionais e apresentação do negócio.
É
preciso
avaliar
constantemente
sua
visitação,
manter
conteúdos atualizados e canais de interatividade. Não deixe para colocar no ar amanhã o que você pode postar hoje! É importante atentar para a personalização de mensagens de acordo com as necessidades particulares e sair do “menu de respostas”. O mais importante dessa nova realidade é encarar o internauta não mais como mero receptor das mensagens que a empresa escolheu para ele. Este internauta tem iniciativa, quer ser único e que suas necessidades tenham importância. Caso o contrário, nem se daria ao trabalho de
estabelecer qualquer contato com a organização. O feedback seja ele positivo ou não, pode servir como uma oportunidade de relacionamento. Se a organização está preparada para responder na medida em que é acionada, prontamente, estabelece-se um canal, a via de mão dupla, e a imagem da organização é favorecida por confiança nas informações. Algumas ferramentas vieram para ajudar muito o trabalho de auditoria em Relações Púbicas. Invista tempo nas ferramentas que o Google oferece. O Google Reader, por exemplo, é excelente. Use os rastreador Technoratti, informe-se com o Twitter, faça networking com o Via 6, visite o Facebook, My Space, Hi-5, seja DJ no Blip.fm, use e abuse dos Feeds, há inúmeros aplicativos fáceis para ajudar seu trabalho além do You Tube e Orkut. A interatividade ultrapassa a área Fale Conosco e, só para lembrar, é bom falar mesmo antes que as buscas virtuais mostrem em algum blog o que sua empresa deixou de falar. Como quem conta um conto acrescenta um ponto, a tarefa das relações públicas está mais árdua. As conversas podem alavancar ou destruir sua estratégia na vastíssima blogosfera. Neste ambiente com inúmeras ofertas a fidelização fica mais complicada ainda. Isso implica discutir a relação. Então vale lembrar que não basta sair “ficando” com seu público-alvo por meio de um post aqui, uma mensagem para o Twitter ali, ou alguns feeds inscritos nos seu Google Reader. O usuário não quer apenas “ficar”. E se o interesse é criar relacionamento o melhor profissional para estabelecer isso é o RP. Para formar vínculos você tem que conquistá-lo, cortejá-lo, namorá-lo! Diversas variáveis devem ser previstas com o poder corrosivo de rumores e comentários negativos possuem a partir da capacidade e rapidez que as informações têm de se propagar. Mesmo que remediados, boatos nunca são inofensivos. Geram dúvidas e suspeitas. O Relações Públicas deve estar atento às ações preventivas e a um plano de comunicação rápido, intenso, aberto e transparente. Se manter a imagem positiva já é trabalhoso, perdê-la é perturbadoramente instantâneo caso não exista uma gestão cuidadosa também com a Web 2.0.
Se o modelo tradicional esperava que formadores de opinião ou a mídia transmitissem uma mensagem para os públicos de interesse, com este modelo existe a oportunidade da empresa conversar diretamente com esse cliente. Conquistar a credibilidade. E o que é melhor, fazer com que a organização vire fonte de informação respeitada e sem intermediários. Não há mais o controle da conversa. É preciso ouvir os usuários, responder os questionamentos, adaptar estratégias, conhecer as preocupações e usar a competência: Persuasão. A comunicação interativa, indicadores estabelecidos, a avaliação dos resultados e a retroalimentação de conteúdos e serviços permanentemente ajudam na manutenção e fortalecimento de vínculos. Com profissionais atualizados, alinhados ao discurso da organização e estratégias bem delineadas, o canal deixa de ser o foco, e coloca no eixo o relacionamento, diga-se de passagem, lugar de onde nunca deveria ter saído. Não há fórmulas garantidas de sucesso, é importante experimentar com consciência. Se tanta gente brinca, um pouco, de “guru”, no que envolve o tema discutido, vou me permitir também. Arrisco dizer que não presenciarei mudança de um conceito: INFORMAÇÃO É PODER. E dizer também que: pode mudar a forma de poder, mas o uso da informação nunca deixará de exercer poder. E o que hoje comprova nossa necessidade disso é continuar afirmando que Darwin tinha razão, portanto, ADAPTE-SE!
Fabiana Moreira é Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero e responsável pela Comunicação Social da Junior Achievement São Paulo