ESPASMOS repousa gélido o violão na sala das luzes apagadas pois nada há mais a se tocar a alegria não mais tange cordas lágrimas de céu maculado petrificam em negro o brinquedo outrora memória viva hoje passado morto não há risos na sala de estar não há plantas nos quintais nem virgem cal que aniquile a negra mancha do olhar não há portas a trancar nem janelas para lançar flores à bela da rua já que nem rua há não há luz no solar nada aguarda nada no cais já não há telhado a abrigar sós pardais terminais não há alguém a abraçar não há o que comemorar não há vida a viver pois o amor... o amor não há o amor