Maias

  • June 2020
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A Civilização Maia A civilização maia, , acreditamos ser, a mais antiga e mais misteriosa das civilizações précolombianas, mesmo nunca tendo atingido o nível urbano e imperial dos astecas e incas. Os maias surgiram no século IV d.C. Grande parte da área onde eles se desenvolveram foi a península de Yucatan, Honduras e Guatemala região pouco promissora para o desenvolvimento humano. Embora haja algumas regiões montanhosas e temperadas, a maior parte é baixios, coberta por florestas tropicais. Os maias construíram ali templos e pirâmides quase tão grandes quanto os do antigo Egito. Embora esta civilização remonte ao segundo milênio a.C., os seus primeiros traços mais substanciais datam de 100 d.C., e o seu melhor período de criatividade situa-se entre 600 e 900 d.C. Os maias viviam em pequenos povoados e não deixaram ruínas urbanas. Os maias do Período Clássico se preocupavam com a passagem do tempo. (têm-se dados de que através de lajes de pedras os maias faziam inscrições gravadas relativas a história e ao seu calendário). Seus astrônomos calculavam adoração exata do ano solar, do mês lunar e podiam prever até mesmo um eclipse. Esses cálculos exigiam habilidades matemáticas muito avançadas. A língua maia, falada no Yucatãn, sofreu inúmeras transformações com as invasões toltecas e também devido às influência da língua Náuatle falada pelos astecas. Nos seus monumentos deixaram muitas inscrições que até hoje não foram decifradas. Infelizmente muitos documentos maias foram destruídos chegando até nós apenas três livros. São eles o Códice de Dresde, o Códice de Madri e o Códice de Paris. Os livros maias eram confeccionados em uma única folha que era dobrada como uma sanfona. O papel era feito com uma fibra vegetal coberta por uma fina camada de cal. O conteúdo desses livros são de natureza calendárica e ritual, servindo para adivinhações. Um dos cronista que viveu na época da conquista, o Bispo Diego de Landa, refere-se aos livros que os maias utilizavam permitindo-lhes saber o que havia acontecido há muitos anos. Portanto, a escrita era fundamental na preservação de suas tradições culturais. Mas, infelizmente grande parte deles foram destruídos de acordo como citou o bispo: "...Encontramos um grande número de livros escritos nesses caracteres, e como nada tivesse a não ser flagrantes superstições e mentiras do demônio, nós os queimamos a todos". Os maias desenvolveram uma escrita hieroglífica que, ao contrário dos hieróglifos egípcios eram esculpidos e não pintados, aliás os maias eram os melhores escultores do Novo-Mundo. Infelizmente pouco material sobreviveu à invasão branca que destruía tudo em nome da fé católica "contra as heresias pagãs". Os melhores vestígios dessa escrita são os livros de Chilan Balam (a pedra de roseta das Américas), escritos em língua maia, mas com caracteres latinos que ajudou muito na tradução de parte dos hieróglifos.

A sociedade Maia era rigidamente dividida em três classes onde o indivíduo pertencia desde o nascimento. Primeiro, a família real, incluindo ocupantes dos principais postos do governo e os comerciantes; em seguida, servidores do Estado, como dirigentes das cerimônias e responsáveis pela defesa e cobrança de impostos. Na camada mais baixa, os trabalhadores braçais e agricultores. Durante muitos anos o conhecimento da antiga estrutura social maia estava baseada no modelo, segundo o qual os maias do período clássico possuíam uma aristocracia teocrática que governava por direito divino e consentimento popular nos centros cerimoniais interpretando os acontecimentos dos céus e as complexidades do calendário para o restante da população. A sociedade nesse período clássico parece ter sido governada por uma nobre classe de guerreiros e sacerdotes hereditários. A religião era semelhante à de outros povos da região, sua cultura divina era ligada à caça, à agricultura e os astros. Os maias acreditavam que o destino do homem era regido pelos deuses, e para eles ofereciam alimentos, sacrifícios humanos e animais. Tudo girava em torno da realização de rituais e cerimônias de acordo com um calendário com base na observação astronômica. Até hoje os pesquisadores são surpreendidos pelo nível de conhecimento cultural dos maias que era baseado em grandes habilidades matemáticas. A agricultura era a base da economia, principalmente do milho, utilizando técnicas rudimentares e itinerantes, o que contribuiu para destruição de florestas tropicais nas regiões onde habitavam, desenvolveram também atividades comerciais onde a classe dos comerciantes usufruíam de grandes privilégios. A península de Yucatán proporciona tudo o que o modo de viver dos antigos maias requeria e oferecia com grande abundância: pedra para construção, cal e cascalho, para seus edifícios religiosos e administrativos, madeira e teto para as casas da gente do povo. Quaisquer que fossem as razões, a civilização maia começou a declinar a partir do século X, quando um grande terremoto ou uma erupção vulcânica provocou o abandono de muitos de seus principais centros. Pouco depois o território maia foi invadido por povos provenientes do planalto mexicano, já usuários do metal. Chichén Itzá, o maior centro maia, foi abandonado no século XIII e a sociedade maia parece ter se dissolvido num conjunto de pequenos Estados dispersos, embora só no final do século XVI a sua última fortaleza em Yucatán tenha se rendido aos espanhóis. Mas nesta época a civilização maia já chegara efetivamente ao fim, sem deixar importantes tradições ou técnicas para o futuro, mas apenas uma fascinante série de ruínas e uma língua ainda falada por dois milhões de pessoas nos dias de hoje.

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