Liahhona Fevereiro 2009

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  • Words: 25,855
  • Pages: 72
A Liahona A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS •

F e v e r e i r o

d e

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Lições dos Tempos de Adão para os Dias de Hoje, p. 10 Como Lidar com a Pressão dos Amigos, pp. 26, 28 Seis Estratégias das Famílias Funcionais, p. 36 Leve um Amigo, p. A10

A Liahona, Fevereiro de 2009

adultos Mensagem da Primeira Presidência

2 Frutos Preciosos da Primeira Visão  Presidente Dieter F. Uchtdorf

Mensagem das Professoras Visitantes

25 Compreender o Papel Divino das Mulheres ARTIGOS

jovens ARTIGOS

8 Tornar-se Joseph Ricardo Reyes Villalta O esquete que mudou minha vida.

10 O Grande Plano de Nosso Deus Élder L. Tom Perry

16 Não é Fácil Kelli Williams

18 Ajudar os Recém-Conversos a Ficarem Firmes 

28 Ninguém Nunca Vai Saber Élder Stanley G. Ellis

Cada dispensação do evangelho tem algo importante a nos ensinar.

Susan W. Tanner

Reter e reativar outros membros da Igreja é um trabalho de amor que nos traz muita alegria.

22 Como Ter Sucesso Como Recém-Converso Gayle S. Iliff Três coisas que os recém-conversos podem fazer para ficarem fortes no evangelho.

32 Ensinar no Berçário, Ensinar em Casa  Margaret S. Lifferth

O novo manual da Primária para o berçário é um recurso excelente tanto para os professores do berçário como para os pais.

36 A Família Funcional James D. MacArthur

Seis princípios úteis para o bom funcionamento da família. Seções

44 Vozes da Igreja

Um batismo, uma bênçãos do sacerdócio, uma conversão e uma xícara de chá.

48 Como Utilizar Esta Edição

Idéias para a noite familiar, tópicos desta edição e uma noite familiar de sucesso.

Na capa Primeira capa: Adão e Eva, de Douglas Fryer. Última capa: O Senhor Aparece a Abraão, de Keith Larson.

Apesar de ser o único membro da Igreja em minha família, nunca estou sozinha. Quando a tentação vier, não caia nessa mentira.

40 Gerações  Richard M. Romney

A fidelidade ao evangelho preserva as famílias de geração em geração. Seções

7 O Que o Profeta Joseph Smith Ensinou: União 15 Pôster: Só Olhando? 26 Perguntas e Respostas

Tenho medo de que alguém venha a me oferecer álcool ou drogas. Não gosto de dizer “não” às pessoas nem de deixá-las zangadas comigo. Como posso ter certeza de não ceder?

Fevereiro de 2009 Vol. 62 Nº 2 A LIAHONA 04282 059 Revista Oficial da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias A Primeira Presidência: Thomas S. Monson, Henry B. Eyring, Dieter F. Uchtdorf O Quórum dos Doze Apóstolos: Boyd K. Packer, L. Tom Perry, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, Joseph B. Wirthlin, Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland, David A. Bednar, Quentin L. Cook e D. Todd Christofferson Editor: Spencer J. Condie Consultores: Gary J. Coleman, Kenneth Johnson, Yoshihiko Kikuchi, W. Douglas Shumway Diretor Gerente: David L. Frischknecht Diretor Editorial: Victor D. Cave Editor Sênior: Larry Hiller Gerente Gráfico: Allan R. Loyborg Gerente Editorial: R. Val Johnson Gerente Editorial Assistentes: Jenifer L. Greenwood, Adam C. Olson Editores Associado: Ryan Carr Editora Adjunta: Susan Barrett Equipe Editorial: David A. Edwards, Matthew D. Flitton, LaRene Porter Gaunt, Carrie Kasten, Jennifer Maddy, Melissa Merrill, Michael R. Morris, Sally J. Odekirk, Judith M. Paller, Joshua J. Perkey, Chad E. Phares, Jan Pinborough, Richard M. Romney, Don L. Searle, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe, Julie Wardell Secretária Sênior: Laurel Teuscher Gerente Gráfico da Revista: M. M. Kawasaki Diretor de Arte: Scott Van Kampen Gerente de Produção: Jane Ann Peters Equipe de Diagramação e Produção: Cali R. Arroyo, Collette Nebeker Aune, Howard G. Brown, Julie Burdett, Thomas S. Child, Reginald J. Christensen, Kim Fenstermaker, Kathleen Howard, Eric P. Johnsen, Denise Kirby, Scott M. Mooy, Ginny J. Nilson Pré-impressão: Jeff L. Martin Diretor de Impressão: Craig K. Sedgwick Diretor de Distribuição: Randy J. Benson Para assinaturas e preços para fora dos Estados Unidos e do Canadá, consulte o centro de distribuição local em seu país ou o líder da ala ou ramo. Envie manuscritos e perguntas para A Liahona, Room 2420, 50 E. North Temple St., Salt Lake City, UT 841500024, USA; ou mande e-mail para: [email protected]. A ­Liahona, termo do Livro de Mórmon que significa “bússola” ou “orientador”, é publicada em albanês, alemão, armênio, bislama, búlgaro, cambojano, cebuano, chinês, coreano, croata, dinamarquês, esloveno, espanhol, estoniano, fijano, finlandês, francês, grego, haitiano, hindi, húngaro, holandês, indonésio, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, malgaxe, marshalês, mongol, norueguês, polonês, português, quiribati, romeno, russo, samoano, sinhala, sueco, tagalo, tailandês, taitiano, tâmil, tcheco, télugo, tonganês, ucraniano, urdu e vietnamita. (A periodicidade varia de um idioma para outro.) © 2009 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Impresso nos Estados Unidos da América. O texto e o material visual encontrados na revista A L­iahona podem ser copiados para uso eventual, na Igreja ou no lar, não para uso comercial. O material visual não poderá ser copiado se houver qualquer restrição indicada nos créditos constantes da obra. As dúvidas sobre direitos autorais devem ser encaminhadas para Intellectual Property Office, 50 E. North Temple St., Salt Lake City, UT 84150, USA; e-mail: [email protected]. A ­Liahona pode ser encontrada na Internet, em vários idiomas, no site www.lds.org. Para vê-la em inglês, clique em “Gospel Library”. Para os demais idiomas, clique em “Languages”. For Readers in the United States and Canada: February 2009 Vol. 62 No. 2. LIAHONA (USPS 311) Portuguese (ISSN 1080-9554) is published monthly by The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 50 E. North Temple St., Salt Lake City, UT 84150. USA subscription price is $10.00 per year; Canada, $12.00 plus applicable taxes. Periodicals Postage Paid at Salt Lake City, Utah. Sixty days’ notice required for change of address. Include address label from a recent issue; old and new address must be included. Send USA and Canadian subscriptions to Salt Lake Distribution Center at address below. Subscription help line: 1-800-537-5971. Credit card orders (Visa, MasterCard, American Express) may be taken by phone. (Canada Poste Information: Publication Agreement #40017431) POSTMASTER: Send address changes to Salt Lake Distribution Center, Church Magazines, PO Box 26368, Salt Lake City, UT 84126-0368.

crianças Vinde ao Profeta Escutar

A2 Ajuda para Curar Presidente Thomas S. Monson

O Amigo

ARTIGOS

A8 Como Adão e Eva Kimberly Reid A10 Convite para o Dia de Atividade  Marianne Dahl Johnson

A14 Um Missionário Já Eu Posso Ser Patsy Pehrson

Capa de O Amigo Ilustração fotográfica: Laureni Ademar Fochetto.

SEÇÕES

A4 Tempo de Compartilhar: Serei um Elo Forte  Cheryl Esplin

A6 Da Vida do Profeta Joseph Smith: O Dia do Poder de Deus

A13 Testemunha Especial:

O que é a verdadeira conversão?  Élder Richard G. Scott

A16 Página para Colorir:

Veja se consegue achar o anel do CTR ucraniano escondido nesta edição. Escolha a página certa!

Comentários Uma Porção Maior do Espírito

Sou mãe de dois filhos maravilhosos e tenho um marido que me apóia. Neste mundo tão incerto, a ­Liahona é sem dúvidas a bússola moderna de nossa família. Ao lermos a Mensagem da Primeira Presidência e outros artigos inspiradores em nossas noites familiares, uma porção maior do Espírito do Senhor entra em nosso lar. Sentimos o poder da Expiação de nosso Salvador, Jesus Cristo, e encontramos consolo e paz. Crisanta Estayo Padilla, Filipinas

Humildade e Perdão no Casamento

O artigo “Colocar Meu Casamento Antes do Meu Orgulho” (janeiro de 2008) ajudou-me a compreender mais plenamente a responsabilidade do convênio matrimonial. Li o artigo com meu noivo e fizemos metas para transformar a humildade e o perdão em princípios importantes em nosso relacionamento. Pensei em emoldurar o artigo para pendurar na parede da casa a fim de sempre recordarmos o doce espírito que sentimos ao lermos juntos essa mensagem e fortalecermos nosso amor. Clébi Nascimento, Brasil

M e n s a g e m

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P r i m e i r a

P r e s i d ê n c i a

Frutos Preciosos da Primeira Visão P r e s i d e n t e D i e t e r   F. U c h t d o r f

E Os Desejos de Meu Coração, de Walter Rane, cortesia do Museu de História e Arte da Igreja.

Segundo Conselheiro na Primeira Presidência

m minha infância e adolescência na Alemanha, freqüentei a Igreja em muitos lugares e situações diferentes — em humildes salões nos fundos de uma casa, em mansões imponentes e em capelas modernas e funcionais. Todos esses edifícios tinham um importante fator em comum: o Espírito de Deus estava presente. Podia-se sentir o amor do Salvador no ramo ou na ala quando nos reuníamos como uma grande família. A capela de Zwickau tinha um antigo órgão de tubos. Todos os domingos, um rapaz era encarregado de elevar e abaixar a pesada alavanca que movimentava os foles que faziam o órgão funcionar. Mesmo antes de eu ser portador do Sacerdócio Aarônico, tive algumas vezes o grande privilégio de ajudar nessa importante tarefa. Enquanto a congregação cantava os nossos amados hinos da Restauração, eu bombeava com toda a força para que o órgão não parasse. Os olhos do organista indicavam de modo inconfundível se eu estava fazendo um bom trabalho ou se precisava com urgência redobrar os esforços. Sempre me senti honrado com a importância daquele encargo e pela confiança depositada em mim pelo organista. Era um sentimento maravilhoso de

realização ter uma responsabilidade e fazer parte desta grande obra. Essa designação trazia um benefício adicional: a pessoa que movimentava os foles se sentava num local com uma visão privilegiada do vitral que embelezava a frente da capela. Era uma representação da Primeira Visão, com Joseph Smith ajoelhado no Bosque Sagrado, olhando para o céu e para um pilar de luz. Durante os hinos da congregação e até mesmo durante os discursos e testemunhos dos membros, eu não me cansava de olhar aquela ilustração de um dos momentos mais sagrados da história do mundo. Mentalmente, via Joseph recebendo conhecimento, testemunho e instruções divinas enquanto se tornava um instrumento abençoado nas mãos do Pai Celestial. Sentia um espírito especial ao contemplar a bela imagem de um menino de fé, em um bosque sagrado, que tomou a decisão corajosa de orar sinceramente ao Pai Celestial, um Pai que o ouviu e respondeu com amor.

Pelo poder universal do Espírito Santo, senti no coração e na mente que era verdade: Joseph Smith vira Deus e Jesus Cristo e ouvira a voz Deles. Acreditei no testemunho de Joseph Smith dessa experiência no Bosque Sagrado, e essa convicção me acompanha até hoje.

O Testemunho do Espírito

Ali estava eu, um menino na Alemanha logo após a Segunda Guerra Mundial, morando numa cidade em ruínas, a milhares A Liahona Fevereiro de 2009

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assim que a Primeira Visão de Joseph Smith abençoa nossa vida pessoal, a vida das famílias e, por fim, de toda a humanidade: passamos a acreditar em Jesus Cristo por meio do testemunho do Profeta Joseph Smith.

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de quilômetros de Palmyra, Nova York, América do Norte, e mais de cem anos depois do ocorrido. Pelo poder universal do Espírito Santo, porém, senti no coração e na mente que era verdade: Joseph Smith vira Deus e Jesus Cristo e ouvira a voz Deles. O Espírito de Deus confortou-me a alma em minha juventude com a certeza da realidade daquele momento sagrado, que resultou no início de um movimento mundial destinado a “[rolar] até encher toda a Terra” (D&C 65:2). Acreditei no testemunho de Joseph Smith, dessa gloriosa experiência no Bosque Sagrado, e essa convicção me acompanha até hoje. Deus falou novamente à humanidade! Relembrando, sinto-me grato pelos muitos amigos que me ajudaram em minha juventude a adquirir um testemunho da Igreja restaurada de Jesus Cristo. Primeiro, exerci fé simples no testemunho deles e depois recebi um testemunho divino do Espírito em minha mente e em meu coração. Considero Joseph Smith uma das pessoas cujo testemunho de Cristo me ajudou a desenvolver meu próprio testemunho do Salvador. Antes de reconhecer a orientação do Espírito testificando para mim que Joseph Smith foi um profeta de Deus, meu jovem coração sentiu que ele era amigo de Deus e que, portanto, de modo muito natural, também era meu amigo. Eu

sabia que podia confiar em Joseph Smith. As escrituras nos ensinam que são concedidos dons espirituais aos que pedem a Deus, que O amam e que guardam Seus mandamentos (ver D&C 46:9). “Pois a todos não são dados todos os dons; pois há muitos dons e a cada homem é dado um dom pelo Espírito de Deus. A alguns é dado um, a outros é dado outro, para que desse modo todos sejam beneficiados” (D&C 46:11–12). Hoje sei que meu jovem testemunho foi imensamente beneficiado pelo testemunho do Profeta Joseph Smith e de muitos amigos da Igreja que sabiam “pelo Espírito Santo (…) que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que foi crucificado pelos pecados do mundo” (D&C 46:13). Seu bom exemplo, terno amor e disposição para ajudar abençoaram-me para que eu recebesse outro dom especial do Espírito citado nas escrituras quando eu ansiava por mais luz e verdade: “A outros é dado crer nas palavras deles, para que tenham também vida eterna se permanecerem fiéis” (D&C 46:14). Que dom maravilhoso e precioso! O Dom da Fé

Quando nos humilhamos verdadeiramente, somos abençoados com esse dom

Ilustrações fotográficas de Matthew Reier; Ressuscitou, de Del Parson

de ter fé e esperança nas coisas que não podemos ver, mas que são verdadeiras (ver Alma 32:21). À medida que pusermos à prova as palavras que nos foram dadas nas escrituras e pelos profetas vivos — mesmo que tenhamos apenas o desejo de acreditar — se não resistirmos ao Espírito do Senhor nossa alma se dilatará e nosso entendimento será iluminado (ver Alma 32:26–28). O próprio Salvador explicou esse princípio misericordioso de modo bem claro para o mundo inteiro em Sua grande oração intercessora, feita não apenas por Seus Apóstolos, mas por todos os santos, até por nós hoje em dia, onde quer que nos encontremos. Ele disse: “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” ( João 17:20–21; grifo do autor). É assim que a Primeira Visão de Joseph Smith abençoa nossa vida pessoal, a vida das famílias e, por fim, de toda a humanidade: Passamos a acreditar em Jesus Cristo por meio do testemunho do Profeta Joseph Smith. Os profetas e apóstolos ao longo da história da humanidade tiveram manifestações divinas semelhantes às de Joseph. Moisés viu Deus face a face e aprendeu que era filho de Deus, “à semelhança de Seu Unigênito” (Moisés 1:6). O Apóstolo Paulo testificou que o Jesus Cristo ressurreto lhe apareceu na estrada para Damasco (ver Atos 26:9–23). Essa experiência levou Paulo a tornar-se um dos grandes missionários do Senhor. Ao ouvir o testemunho de Paulo dessa visão celeste durante o julgamento em Cesaréia, o poderoso rei Agripa admitiu: “Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!” (Atos 26:28). E houve muitos outros profetas antigos que também prestaram um testemunho contundente de Cristo. Todas essas manifestações, antigas e modernas, conduzem os que crêem à fonte divina de toda retidão e esperança, ou seja, a Deus, nosso Pai Celestial, e a Seu Filho, Jesus Cristo. Deus falou a Joseph Smith com o propósito de

abençoar todos os filhos de Deus com Sua misericórdia e amor, mesmo em épocas de incerteza e insegurança, de guerras e rumores de guerras, de desastres e calamidades naturais e pessoais. O Salvador declarou: “Eis que meu braço de misericórdia está estendido para vós e aquele que vier, eu o receberei” (3 Néfi 9:14). E todos os que aceitam esse convite serão “envolvidos pela incomparável generosidade de seu amor” (Alma 26:15). Por meio de nossa fé no testemunho pessoal do Profeta Joseph e na realidade da Primeira Visão, por meio do estudo e da oração fervorosa e sincera seremos abençoados com uma fé firme no Salvador do mundo, que falou a Joseph “na manhã de um belo e claro dia, no início da primavera de 1820” ( Joseph Smith—História 1:14). A fé em Jesus Cristo e o testemunho Dele e de Sua Expiação universal não são apenas uma doutrina de grande valor teológico. Essa fé é um dom universal e glorioso para todas as regiões culturais desta Terra, independentemente de etnia, cor, idioma, nacionalidade ou condições socioeconômicas. Os poderes da razão podem ser usados para tentar entender esse dom, mas aqueles que sentem seus efeitos de modo mais profundo são os que estão dispostos a aceitar suas bênçãos, que advêm de uma vida limpa e pura e de se seguir o caminho do verdadeiro arrependimento e viver os mandamentos de Deus. Gratidão pelo Profeta

Ao lembrarmos e honrarmos o Profeta Joseph Smith, meu coração se enche de gratidão a ele. Era um jovem bom, honesto, humilde, inteligente e corajoso, com um coração de ouro e uma fé inabalável em Deus. Tinha integridade. Em resposta a sua humilde oração, os céus voltaram a abrir-se. Joseph Smith realmente teve uma visão. Ele sabia disso, sabia que Deus também o sabia e não podia negá-lo (ver Joseph Smith—História 1:25). Graças a seu trabalho e sacrifício, tenho hoje uma A Liahona Fevereiro de 2009

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fé em Jesus Cristo e o testemunho Dele e de Sua Expiação universal não são apenas uma doutrina de grande valor teológico. Essa fé é um dom universal e glorioso para todas as regiões culturais desta Terra, independentemente de etnia, cor, idioma, nacionalidade ou condições socioeconômicas.

verdadeira compreensão do Pai Celestial e de Seu Filho, nosso Redentor e Salvador, Jesus Cristo, sinto o poder do Espírito Santo e conheço o plano do Pai Celestial para nós, Seus filhos. Para mim, esses são verdadeiramente os frutos da Primeira Visão. Sinto-me grato por ter sido abençoado bem cedo na vida com uma fé simples de que Joseph Smith foi um profeta de Deus, que viu Deus, o Pai, e Seu Filho Jesus Cristo numa visão. Joseph Smith traduziu o Livro

Idéias para os Mestres F am i l i a r e s

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epois de se preparar em espírito de oração, dê esta mensagem empregando um método que incentive a participação daqueles a quem ensinar. Seguem-se alguns exemplos: 1. Cante o hino “Que Manhã Maravilhosa!” (Hinos, 12) com a família. Mostre uma gravura da Primeira Visão. Pergunte à família o que vê na gravura. Leia a primeira seção do artigo e discuta o que o Presidente Uchtdorf sentia ao olhar o vitral da Primeira Visão. 2. Peça à família que identifique as verdades da Primeira Visão mencionadas pelo Presidente Uchtdorf ao ler a última seção do artigo com a 6

de Mórmon pelo dom e poder de Deus. Esse testemunho me foi confirmado repetidas vezes. Testifico que Jesus Cristo realmente vive e que é o Messias. Tenho verdadeiramente um testemunho pessoal de que Ele é o Salvador e Redentor de toda a humanidade. Recebi esse conhecimento pela paz inexprimível e pelo poder do Espírito de Deus. E o desejo de meu coração e de minha mente é ser puro e fiel a serviço Dele agora e na eternidade. ◼

família. Pergunte à família quais são, em sua opinião, os frutos da Primeira Visão. Peça aos membros da família que externem seus sentimentos sobre Joseph Smith. 3. Em preparação para a visita, leia o relato de Joseph Smith da Primeira Visão (ver Joseph Smith—História 1:11–20). Ao contar a história da Primeira Visão, peça às crianças pequenas que façam um desenho desse acontecimento. Discuta a seguinte declaração do Presidente Uchtdorf: “Deus falou a Joseph Smith com o propósito de abençoar todos os filhos de Deus com Sua misericórdia e amor”. Peça às crianças que expliquem o que desenharam.

União O

Q U E

O

P RO F ET A

J OSE P H

S M ITH

ENSINO U

Joseph Smith compreendia o poder resultante da união.

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os primeiros tempos da Igreja, o Senhor deu aos santos dos últimos dias o mandamento de serem unidos (ver D&C 38:27). Ao longo de sua vida, o Profeta Joseph Smith organizou e uniu os santos para que realizassem a obra de Deus. Ensinou-os, conduziu-os e incentivou-os a sacrificar seu tempo, seus talentos e seus bens pela causa de Sião. Eis alguns de seus ensinamentos sobre a união.

A Maneira de Realizar a Obra do Senhor

“Estamos realmente felizes por saber que existe tamanho espírito de união em todas as igrejas, neste país e no exterior (…) ; porque por esse princípio e pela concentração de ações poderemos levar a efeito os propósitos de nosso Deus.” “União é força. (…) Que os santos do Altíssimo cultivem sempre esse princípio, e disso resultarão as mais gloriosas bênçãos, não apenas para eles individualmente, mas para toda a Igreja.”

Joseph Smith Jr., de Brad Teare

Extirpar Sentimentos Egoístas

“Que os santos lembrem que grandes coisas dependem de seu esforço individual e que eles foram chamados para trabalhar a nosso lado e com o Santo Espírito na realização da grande obra dos últimos dias; e (…) que todo sentimento egoísta seja não apenas enterrado, mas aniquilado.” “Reconheçamos que não devemos viver para nós mesmos, mas para Deus; ao fazê-lo, receberemos as maiores bênçãos nesta vida e na eternidade.”

As Bênçãos da União

“Só por uma concentração de ações e uma união de esforços, poderemos realizar a grande obra dos últimos dias (…), ao passo que nossos interesses, tanto materiais quanto espirituais e as bênçãos do céu devem fluir para nós numa corrente ininterrupta.” ◼ Extraído de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (Curso de estudo do Sacerdócio de Melquisedeque e da Sociedade de Socorro, 2008), pp. 287, 289, 290, 291.

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Tornar-se Joseph Eu não estava nada entusiasmado com a idéia de encenar a história de Joseph Smith. Mas aconteceu algo que mudou minha vida. R i c a r d o R e y e s V i l l a lt a

Ilustração: John Zamudio

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história de Joseph Smith foi-me ensinada a vida inteira. Eu acreditava em sua veracidade por confiar nas pessoas que me haviam ensinado. Se alguém falava mal do Profeta Joseph, eu o defendia — não por possuir testemunho dele, mas por princípio, por saber que era isso que se esperava de mim. Tudo mudou quando minha ala recebeu a designação de fazer um número especial em um evento cultural da Estaca San Salvador El Salvador Ilopango. Eu e meus amigos achávamos que o melhor seria um esquete humorístico; nosso presidente dos Rapazes discordou. Sugeriu que encenássemos algumas das experiências do Profeta Joseph Smith. Não nos empolgamos com a idéia. Eu e meus amigos sabíamos que todos os outros iam apresentar danças ou esquetes engraçados, e ficamos com vergonha de fazer algo diferente. Sabíamos que as pessoas iam rir de nós quando nos vissem vestidos com trajes de época e encenando uma peça séria. Eu já vira isso acontecer em outras ocasiões e tenho de admitir que até fora um dos escarnecedores no passado. No entanto, nosso presidente dos Rapazes nos prometeu que, se nos empenhássemos ao máximo para preparar a história de Joseph Smith, ninguém zombaria. Assim, nos dois meses que se seguiram, vivemos a história de Joseph Smith. Vimos o filme da Primeira Visão inúmeras vezes e memorizamos cada palavra e detalhe. Pintamos um painel enorme que mostrava o Bosque Sagrado e o céu aberto. Fizemos uma réplica das placas de ouro e achamos uma Bíblia enorme e uma cadeira de balanço para usar no cenário. Um de meus amigos que tocava piano gravou o hino “Que Manhã Maravilhosa!” (Hinos, 12). Até gravamos o som de gorjeios de pássaros

no bosque e dos passos de Joseph Smith pisando nas folhas. Quando sorteamos os papéis, acabei ficando com o de Joseph Smith. No dia da apresentação, constatamos que, conforme o esperado, éramos os únicos a fazer uma peça séria. Assim, antes de chegar nossa vez, ajoelhamo-nos juntos para orar a fim de que tudo corresse bem. Então aconteceu algo que mudou minha vida. Chegara minha hora de entrar em cena. O painel do bosque estava em minha frente. Andei em sua direção e ouvi o hino gravado tocando ao fundo. Ao fazê-lo, senti um ardor no peito. De alguma forma, soube que o evento que eu estava encenando verdadeiramente ocorrera, que um rapaz mais novo que eu de fato vivera aquela experiência. Quando me ajoelhei na cena da oração, não consegui abrir os lábios, mas não devido a uma influência maligna. Na verdade, eu sabia que não conseguiria falar sem chorar. Uma força arrebatadora testificou a meu coração que a história de Joseph era verdadeira! Senti profunda gratidão ao Senhor por Joseph Smith e nasceu em mim um grande amor por ele. Quando abri os olhos, percebi que algumas das pessoas do público também tinham lágrimas nos olhos. Eu não tinha dúvidas de que o Espírito estava testificando a elas da veracidade sagrada dos fatos que estávamos representando. Posteriormente, quando servi como missionário, continuei a defender a Igreja e o Profeta Joseph Smith, mas não só por princípio. Prestei testemunho dele porque, assim como o próprio Profeta dissera: “eu sabia-o e sabia que Deus o sabia e não podia [negá-lo]” ( Joseph Smith— História 1:25). ◼ A Liahona Fevereiro de 2009

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Élder L. Tom Perry

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Do Quórum dos Doze Apóstolos

Cada dispensação tem uma lição especial que podemos incluir em nossos planos pessoais ao nos prepararmos para nosso destino eterno.

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o ritmo acelerado do mundo atual, demasiadas pessoas estão relegando muitas experiências da vida para o acaso, sem planejamento e preparação adequados. Observo que, ao perguntar a alguns estudantes qual é sua área de concentração, não raro ouço como resposta: “Ainda não defini. Vou tomar essa decisão depois”. Vi famílias e pessoas caírem em armadilhas de endividamento por terem deixado de fazer um planejamento financeiro sério e por terem vivido além de sua renda. Outros assumem um número excessivo de compromissos em atividades, aulas, clubes e esportes. Embora a participação em organizações dessa natureza possa certamente ser algo bom, o envolvimento nelas pode se tornar algo frenético quando não há planejamento. Ao deixarmos de planejar, perdemos de vista nosso destino eterno. Podemos encontrar o exemplo supremo de planejamento nas escrituras. Em Moisés 1:39, o Senhor declara: “Pois eis que esta é minha obra e minha glória — Levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem”. Seu plano grandioso, que inclui o sacrifício expiatório, é conceder a imortalidade a toda a humanidade. Pelo dom e poder do sacerdócio, aqueles que aceitarem e seguirem Seu plano receberão a vida eterna, o maior dom que Deus tem a oferecer a Seus filhos (ver D&C 14:7). As escrituras fazem

abundantes referências a esse plano. Um histórico da observância desse plano certamente testifica de seu caráter completo e consistente. O Senhor instruiu Seus filhos cuidadosamente no tocante ao plano do evangelho durante períodos chamados de dispensações, épocas em que “o Senhor tem pelo menos um servo autorizado na Terra que possui as chaves do santo sacerdócio.  (…) Quando o Senhor organiza uma dispensação, o evangelho é revelado novamente para que o povo daquela dispensação não tenha que depender das dispensações passadas para o conhecimento do plano de salvação.” 1 Cada dispensação tem uma lição especial que podemos incluir em nossos planos pessoais ao nos prepararmos para nosso destino eterno. A Dispensação de Adão: Tornar-nos Como Nosso Pai Celestial

Na primeira dispensação, o Senhor criou Adão e Eva, colocou-os na Terra e deu-lhes

Adão

À direita: A Imagem de Cristo, de Heinrich Hofmann, cortesia de C. Harrison Conroy Co.; abaixo, a partir da esquerda: Adão e Eva no Jardim, de Lowell Bruce Bennett; A Cidade de Sião Transladada, de Del Parson; Noé Sendo Ridicularizado ao Pregar, de Harry Anderson

O Grande Plano de Nosso Deus

Lições das Dispensações d o E va n g e l h o A Dispensação de Adão: Tornar-nos Como Nosso Pai Celestial A Dispensação de Enoque e a de Noé: Escolher a Retidão e Não a Iniqüidade A Dispensação de Abraão: Fazer e Guardar Convênios A Dispensação de Moisés: Seguir os Profetas do Senhor O Meridiano dos Tempos: Deixar Brilhar Sua Luz A Dispensação da Plenitude dos Tempos: Regozijo na Plenitude do Evangelho

A dispensação mais grandiosa foi a do meridiano dos tempos, quando o Salvador veio à Terra. Jesus Cristo é a figura central de nossa doutrina. Noé

Enoque

a oportunidade de escolher (ver Moisés 3:17). Receberam o mandamento de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois lhes foi dito que se o fizessem seriam expulsos do jardim. Contudo, comer do fruto lhes concederia a mortalidade. Eles provaram o fruto. A Queda não foi um desastre. Não foi um erro nem um acidente. Foi uma parte deliberada do plano de salvação do Senhor. Em conseqüência da Queda, estamos sujeitos a tentações e infelicidade como o preço a ser pago para conhecermos a verdadeira alegria. Sem provarmos o amargo, nunca conseguiríamos compreender o doce (ver 2 Néfi 2:15). Precisávamos da disciplina e das provações da mortalidade para o passo seguinte de nosso desenvolvimento para nos tornarmos mais semelhantes ao Pai. O que essa primeira dispensação tem a nos ensinar? Somos literalmente a progênie espiritual de nosso Pai Celestial. Quando nascemos na mortalidade, recebemos um corpo físico criado à imagem Dele (ver Gênesis 1:27). É-nos feita a promessa de que, se recebermos as ordenanças necessárias, guardarmos os convênios e obedecermos aos mandamentos de Deus, alcançaremos a exaltação e nos tornaremos como Ele. Aprendemos também que, como filhos e filhas do Pai Eterno, podemos comunicarnos com Ele por meio da oração e receber respostas por meio da inspiração e revelação. No plano de nossa vida deve ser incluída a comunicação constante e regular com o Pai.

Quando veio o dilúvio, somente Noé e sua família se salvaram (ver Gênesis 7:23). A segunda e a terceira dispensações dão-nos lições grandiosas sobre o que resulta da escolha do bem e não do mal. Enoque e todos os que estavam com ele foram abençoados abundantemente em virtude de sua retidão. As pessoas que não quiseram seguir Noé aprenderam que a destruição é o destino do pecador. Essas duas dispensações nos ensinam a buscar o que é bom e salutar. Em nosso plano para a vida, nosso objetivo será certamente absorver o máximo possível do bem que encontrarmos nesta Terra. Podemos achar boa parte desse bem examinando as escrituras diariamente. Elas nos conduzirão à vida eterna.

A Dispensação de Enoque e a de Noé: Escolher a Retidão e

teu pai, para uma terra que te mostrarei. (…) E farei de ti uma grande nação e abençoar-te-ei sobremaneira e engrandecerei o teu nome entre todas as nações; e serás uma bênção para tua semente depois de ti, para que em suas mãos levem este ministério e Sacerdócio a todas as nações; E abençoá-las-ei por meio de teu nome; pois todos os que receberem este Evangelho serão chamados segundo o teu nome e contados como tua semente; e levantar-se-ão e abençoar-te-ão como seu pai;

Não a Iniqüidade

A segunda dispensação é conhecida como a de Enoque, que “andou (…) com Deus” (Gênesis 5:24). Ele estabeleceu a cidade de Sião, que se tornou um símbolo contundente da retidão que se pode alcançar tanto na Terra como no céu (ver Moisés 7:18–21). A dispensação seguinte na ordem é a de Noé. Noé viveu numa época de grande iniqüidade e, embora tenha conclamado o povo ao arrependimento, não foi ouvido. 12

A Dispensação de Abraão: Fazer e Guardar Convênios

A dispensação seguinte foi a de Abraão. Assim como Adão, Enoque e Noé, Abraão recebeu uma ordem divina do Senhor. O Senhor também fez convênios — ou acordos firmes e sérios — com Abraão: “Abraão, sai de teu país e de tua parentela e da casa de Moisés

Abraão

A partir da esquerda: Abraão nos carvalhais de Manre, de Grant Romney Clawson; Moisés Dividindo o Mar Vermelho, de Robert Barrett; Luz e Verdade, de Simon Dewey; Irmão Joseph, de David Lindsley; Cristo no Getsêmani, de Heinrich Hofmann, cortesia de C. Harrison Conroy Co.

E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti (isto é, em teu Sacerdócio) e em tua semente (isto é, teu Sacerdócio), pois faço-te a promessa de que este direito continuará em ti e em tua semente depois de ti (isto quer dizer a semente literal, ou seja, a semente do corpo), serão abençoadas todas as famílias da Terra, sim, com as bênçãos do Evangelho, que são as bênçãos de salvação, sim, de vida eterna” (Abraão 2:3, 9–11). Os santos dos últimos dias são um povo de convênios. Fazemos acordos com o Senhor nos quais Ele nos promete muitas bênçãos, contanto que nos com­prometamos a guardar Suas leis e Seus mandamentos. Nosso plano para a vida inclui fazer e guardar convênios. Podemos fazer isso ao vivermos sempre dignos de ter uma recomendação para o templo válida. Jesus Cristo

A Dispensação de Moisés: Seguir os Profetas do Senhor

Moisés foi um dos homens mais valorosos da história. Ele andava e falava com Deus. Foi escolhido por Ele para libertar Israel do cativeiro do Egito (ver Êxodo 6:13). Teve o privilégio de receber para a humanidade a grandiosa lei contida nos Dez Mandamentos (ver Êxodo 19; 20). Por meio dessas e de outras lições do Senhor, Moisés tornou-se um líder eficaz.

O

Nós também podemos tornar-nos líderes eficazes. A liderança exige equilíbrio em nossa vida. O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) fez um apanhado das responsabilidades que devemos ter em mente ao alocarmos e equilibrarmos nosso tempo Joseph Smith

para alcançarmos sucesso: • A responsabilidade por nossa família. • A responsabilidade por nosso empregador. • A responsabilidade pela obra do Senhor. • A responsabilidade em relação a nós mesmos. Achei isso particularmente interessante. O Presidente Hinckley observou que devemos dedicar tempo para o descanso, a atividade física, a recreação, o estudo, a

Salvador morreu, foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia para realizar o sacrifício expiatório por toda a humanidade, a fim de que o triunfo da morte não fosse permanente. Por causa desse ato, todos se regozijariam e desfrutariam a imortalidade.

E

stamos vivendo na notável época da dispensação da plenitude dos tempos, quando o evangelho de Jesus Cristo foi restaurado em sua plenitude.

vejam suas boas obras e sintam o desejo de aprender mais sobre o plano eterno de Deus. A Dispensação da Plenitude dos Tempos: Regozijo na Plenitude do Evangelho

O Meridiano dos Tempos: Deixar Brilhar Sua Luz

É claro que a dispensação mais grandiosa foi a do meridiano dos tempos, quando o Salvador veio à Terra. Jesus Cristo é a figura central de nossa doutrina. Ele era mais do que simplesmente imaculado, bom e amoroso. Era mais do que um simples professor. Ministrou na Terra como homem, embora fosse o Filho de Deus. Morreu, foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia para realizar o sacrifício expiatório por toda a humanidade, a fim de que o triunfo da morte não fosse permanente. Por causa desse ato, todos se regozijariam e desfrutariam a imortalidade. Entre os muitos ensinamentos do Salvador, um foi de que somos a luz do mundo e que devemos deixar nossa luz brilhar diante do próximo (ver Mateus 5:14–16). Fomos abençoados por receber Seu evangelho. Deixem sua luz resplandecer a fim de que os outros 14

Extraído de um discurso devocional proferido na Universidade Brigham Young em 30 de outubro de 2007. Notas

1. Guia para Estudo das Escrituras, “Dispensação”; disponível em www.lds.org, na seção Gospel Library, “Scriptures”. 2. Ver Gordon B. Hinckley, “Regozijar-nos pelo Privilégio de Servir”, Reunião Mundial de Treinamento de Liderança, 21 de junho de 2003, pp. 22–23.

Joseph Smith, de Alvin Gittins

meditação e a adoração no templo a fim de alcançarmos equilíbrio em nossa vida. 2 A dispensação de Moisés nos ensina e nos prepara para seguirmos a liderança profética e nos desenvolvermos para nos tornarmos ferramentas mais eficazes na edificação do reino do Pai Celestial na Terra.

Estamos vivendo na época notável da dispensação da plenitude dos tempos, quando o evangelho de Jesus Cristo foi restaurado em sua plenitude (ver D&C 27:13). Nossa geração também conta com os benefícios de todas as dispensações anteriores, sobre as quais podemos edificar nossa vida ao compreendermos as interações de Deus com Seus filhos. As palavras do Senhor, conforme nos foram concedidas ao longo dos séculos por Seus santos profetas, guiam-nos num plano que o Senhor estabeleceu para nós. Esse plano está completo desde o princípio dos tempos até termos a oportunidade de viver com Ele nas eternidades vindouras, caso vivamos dignamente. Vocês são filhos da promessa. Espero que não planejem ser apenas pessoas comuns, mas que busquem a excelência. Não há lugar neste mundo para a mediocridade; precisamos esforçar-nos para atingir a perfeição. Podemos alcançá-la em inúmeras áreas ao trabalharmos e lutarmos para atingir as metas traçadas. Vocês possuem um rico legado; não tenham medo de pensar e agir de acordo com os princípios do evangelho e de desfrutar suas bênçãos ao cumprirem a medida de sua criação como filhos de Deus. Que Deus os abençoe para que tenham o desejo de ir avante e buscar a salvação sob este plano grandioso que Ele nos concedeu. ◼

Fotografia da água © Getty Images; fotografia do jacaré © Bigstockphoto.com

Só Olhando? Clique Aqui! A pornografia TIRA PEDAÇO — SEMPRE. (Ver Morôni 10:30).

A Liahona Fevereiro de 2009 15

Não é Fácil

Sou o único membro da Igreja em minha família, mas na verdade, não estou sozinha.

F

ui criada na Igreja Metodista. Embora minha família só costumasse ir à igreja no Natal e na Páscoa, eu sempre soube que tinha um Pai Celestial. Eu e meu irmão costumávamos orar com minha mãe. O que meus pais me ensinaram quando criança me preparou para o que eu aprenderia no futuro. Na sexta série, soube que meus pais estavam se divorciando. Fiquei arrasada e me senti muito sozinha. Minha amiga Courtney podia-se identificar comigo, pois seus pais tinham-se divorciado quando era pequena. Tornou-se minha melhor amiga. Courtney e eu estávamos sentadas em minha cama conversando quando ela me falou da Igreja pela primeira vez, mas sem entrar em maiores detalhes. Apenas me perguntou se eu gostaria de ir à igreja com ela no domingo. Comecei a acompanhá-la de vez em quando e depois passei a freqüentar todos os domingos. Ao completar 12 anos de idade, comecei até a ir à Mutual. Havia algo especial lá. Não sabia o que era, mas eu gostava muito. Na sétima série, Courtney e outra boa amiga, Aubrey, apresentaram-me aos missionários. Logo compreendi o que os missionários queriam dizer ao falarem do Espírito. Após a segunda lição, já sabia que a Igreja era verdadeira. Apesar de meu testemunho do evangelho, morria de medo de pedir permissão a meus pais para o batismo. Continuei a freqüentar a igreja e a ter incríveis experiências que fortaleceram meu testemunho, mas adiei a “grande pergunta” por dois anos. No meu penúltimo ano do ensino médio, matriculeime no seminário e até novembro sabia que teria de fazer o pedido. Conversei com minha mãe. Ela me disse que a Igreja só fizera mudanças positivas em mim e que se o batismo era o que eu realmente queria deveria seguir em frente. Meu primeiro pensamento foi: “Por que cargas d’água esperei tanto?”

16

Em seguida, telefonei para meu pai, mas ele não demonstrou muito entusiasmo. Quando lhe perguntei se poderia ser batizada, a resposta foi negativa. Ele disse que gostaria que eu visitasse outras igrejas antes. Assim, fui a algumas outras igrejas e conheci pessoas excepcionais — pessoas que viviam em retidão. Mas nada foi capaz de mudar os sentimentos que eu vivenciava ao entrar numa capela da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Em fevereiro, telefonei para meu pai e anunciei: “Vou ser batizada no dia 7 de março. Espero que venha assistir”. Toda a minha família compareceu, inclusive meu pai. Contar com a presença de minha família foi extremamente significativo para mim. Foi o dia mais incrível de minha vida. Às vezes as pessoas me perguntam: “Como você consegue? Como consegue ficar tão firme na Igreja sozinha? Você não tem ninguém para acordá-la e fazê-la ir à igreja ou ao seminário. Está totalmente só”. A resposta é bastante simples. Não estou sozinha. Tive algumas dificuldades desde meu batismo: não é fácil ser o único membro da Igreja na família. Mas o Senhor prometeu que jamais nos deixará sós (ver João 14:16–18). O Pai Celestial nos ama tanto que mandou Cristo para morrer por nós. Como Ele poderia esquecerSe de nós? A vida é dura, e todos passamos por momentos em que sentimos nossa força se esgotar e nossa fé se enfraquecer. Contudo, se nos apegarmos Àquele que mais nos ama — o Pai Celestial — e fortalecermos nossa relação com Ele por meio do estudo e da oração, superaremos os obstáculos. O Senhor prometeu: “Irei adiante de vós. Estarei a vossa direita e a vossa esquerda e meu Espírito estará em vosso coração e meus anjos ao vosso redor para vos suster” (D&C 84:88). ◼

Detalhe de A Segunda Vinda, de Grant Romney Clawson; ilustração de Daniel Lewis

K elli W illiams

Ajudar os Recém-Conversos a Su s a n   W. T a n n e r

Q Todos nós estamos envolvidos no processo de retenção dos recém-conversos. É o processo contínuo de conversão — de nos voltarmos constantemente para o Senhor.

18

uando visitei o sul do Brasil há alguns anos, meu marido me acompanhou. Essa era a área onde ele servira como missionário. Certa noite, ao chegarmos a uma reunião, fomos cumprimentados na entrada por uma jovem mãe que se apresentou como minha intérprete para a reunião. Com entusiasmo, ela virou-se para meu marido e disse: “Élder Tanner, foi você que levou o evangelho a minha família há muitos anos. Eu era criança de colo na época, mas cresci ouvindo seu nome, que estava ligado aos primeiros batismos em nossa família”. Depois ela nos falou da fidelidade de cada membro da família à Igreja no decorrer dos anos. Que reencontro emocionante! Durante a reunião, ao olhar a congregação, meu marido viu outras pessoas na multidão a quem ele ensinara o evangelho e que tinham permanecido fiéis. Ao prestar testemunho, ele externou alegria devido à fidelidade contínua daquelas pessoas. Disse que se lembrou da história do Livro de Mórmon em que Alma encontrou seus caros amigos, os filhos de Mosias, durante sua jornada:

“Ora, esses filhos de Mosias estavam com Alma na ocasião em que o anjo lhe apareceu pela primeira vez; portanto Alma se regozijou muito por haver encontrado seus irmãos; e o que o alegrou ainda mais foi que eles ainda eram seus irmãos no Senhor” (Alma 17:2; grifo do autor). Naquela noite no Brasil, meu marido também reencontrou amigos queridos do passado que “ainda eram seus irmãos [e irmãs] no Senhor”. Este é o desejo de todo missionário fiel: que os recém-conversos permaneçam na Igreja e “[se fortaleçam] no conhecimento da verdade” (Alma 17:2). Este é o desejo de todo pai e mãe fiéis: que seus filhos permaneçam firmes na fé. Esse é também o desejo dos líderes da Igreja em relação aos membros sob sua responsabilidade e é o desejo sincero de nosso Pai Celestial para Seus filhos (ver Moisés 1:39). Buscar os Que Se Desencaminharam

Fico tocada ao ver a freqüência com que o Senhor externa Seu amor por Seu povo, mesmo quando se desvia — e talvez até mais quando se desvia. Lembremos as parábolas do Salvador sobre coisas perdidas: ovelhas, moedas, o filho pródigo (ver Lucas 15). O pastor vai atrás da ovelha desgarrada; a mulher procura cuidadosamente na casa a moeda de prata; o pai corre ao encontro do filho rebelde “ainda (…) longe (…) e [lançase-lhe] ao pescoço e o [beija]” (Lucas 15:20). Da mesma forma, na parábola da oliveira, temos um vislumbre do amor longânime

Fotografia da irmã Tanner tirada por Busath Photography; ilustração fotográfica de Henrik Als; ilustração de Steve Kropp

Serviu como presidente geral das Moças de 2002 a 2008

Ficarem Firmes

do Senhor por aqueles que se afastam do caminho (ver Jacó 5). Repetidas vezes, o Senhor da vinha lamenta: “Sentiria perder esta árvore” ( Jacó 5:7, 11, 13, 32). Em diversas passagens do livro de Isaías, o Senhor tranqüiliza Israel e garante que não pode esquecê-la: “Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei” (Isaías 49:16). No livro de Ezequiel, o Senhor diz: “A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei” (Ezequiel 34:16). Quando participamos do trabalho de retenção e reativação, tornamo-nos agentes com o Senhor da obra amorosa de resgatar nossos irmãos que podem ser como a ovelha desgarrada, a moeda perdida ou o filho pródigo. Ingressar num Novo Mundo

O caminho também pode ser perigoso para os membros novos da Igreja, que tentam adaptar-se a essa enorme mudança em sua vida. Um recém-converso descreveu essa difícil transição, dizendo: “Quando nós pesquisadores nos tornamos membros da Igreja, ficamos surpresos ao descobrir que ingressamos num mundo totalmente estranho, um mundo com suas próprias tradições, cultura e linguagem. Descobrimos que não há nenhuma pessoa e nenhum ponto de referência a que possamos recorrer para receber orientação em nossa viagem rumo a esse mundo novo”. 1 O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) ensinou várias vezes que tanto 20

nossos membros novos quanto os que se afastam precisam de nossa ajuda. Precisam de um amigo, uma responsabilidade e alimento espiritual, conforme ensinado no livro de Morôni: “E depois de haverem sido recebidos pelo batismo, (…) eram contados com o povo da igreja de Cristo; e seus nomes eram registrados, para que fossem lembrados e nutridos pela boa palavra de Deus, a fim de mantê-los no caminho certo” (Morôni 6:4). Durante essa mesma viagem ao Brasil, visitei muitas jovens em sua casa, desejosa de “lembrá-las e nutri-las”. Algumas eram totalmente valentes em seu testemunho, ao passo que outras não estavam mais ativas na Igreja. A cada vez, eu perguntava se podiam recitar o tema das Moças. Todas conseguiam! Depois eu perguntava a cada uma delas qual era o valor das Moças que tinha maior significado e por quê. À medida que cada jovem me respondia, eu sentia o Espírito e detectava ao menos uma centelha de fé ainda acesa naquelas que não mais freqüentavam as reuniões da Igreja. Eu sabia que se alguém se lembrasse de cada uma delas, as amasse e alimentasse aquela pequenina faísca de fé, sua luz poderia voltar a brilhar com esplendor. Responsabilidade Pessoal

Nutrir pela boa palavra de Deus pressupõe estarmos atentos ao crescimento e ao bem-estar espiritual do próximo, assim como nutrimos nosso corpo físico. Embora os pais, líderes e amigos devam ajudar nesse processo, os recém-conversos, jovens com dúvidas e membros com dificuldades têm também a responsabilidade pessoal de ajudarem a si mesmos. Uma ocasião privilegiada para isso é o estudo pessoal do evangelho. Lembro-me bem do verão em que terminei a escola secundária. Foi uma época

Ilustração fotográfica de Steve Bunderson; Trouxeram-me de Volta, de Steve Kropp

O

s recémconversos e os membros que se afastam do caminho precisam de nossa ajuda. Eles precisam de um amigo, de uma responsabilidade e de alimento espiritual.

turbulenta para mim espiritualmente, uma época em que eu estava procurando meu caminho no evangelho, como costuma acontecer com muitos membros novos. Meu antídoto para esses problemas era a leitura e o estudo diligentes do Livro de Mórmon todos os dias, muitas vezes durante longos períodos. Ainda recordo alguns daqueles momentos cheios do Espírito. Esse período foi fundamental para que meu testemunho fosse nutrido e crescesse. Além de lembrarmos e nutrirmos aqueles que estejam perdidos ou distantes, precisamos permitir-lhes a oportunidade de servir. O Salvador admoestou o apóstolo Pedro: “Quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lucas 22:32). Os chamados na Igreja dão aos membros a oportunidade de fortalecer o próximo e nesse mesmo serviço passar por crescimento individual também. Quando meus filhos eram adolescentes e às vezes não queriam ir à Mutual ou a outras reuniões, eu lhes falava de sua responsabilidade. Dizia que nem sempre vamos a uma reunião para receber algo, mas para doar. Eu costumava dizer: “Vocês precisam da Igreja, e a Igreja precisa de vocês”. Os recém-conversos e membros menos ativos precisam sentir-se necessários, pois de fato o são. Um Trabalho para Todos

Todos nós estamos envolvidos no processo de retenção. É o processo contínuo de conversão — de

nos voltarmos constantemente para o Senhor. Alma refere-se a isso como uma “poderosa mudança” (ver Alma 5:14). A conversão é o trabalho do qual participamos, seja ao lidarmos com pesquisadores, jovens, membros menos ativos ou até mesmo membros ativos. Todos nós devemos nos envolver na obra do Senhor de levar a efeito a imortalidade e a vida eterna de Seus filhos (ver Moisés 1:39). Meu marido escreveu em seu diário missionário: “A conversão é o maior de todos os milagres. É ainda mais maravilhosa do que a cura de enfermos ou o ato de levantar mortos. Afinal, enquanto a pessoa que é curada vai acabar adoecendo de novo e por fim morrendo, o milagre da conversão pode durar para sempre e afetar a eternidade do converso e igualmente de sua posteridade. Gerações inteiras são curadas e redimidas da morte por meio do milagre da conversão”. Unamo-nos ao Senhor ao buscarmos o que se perdeu, resgatando o que se distanciou e ligando o que se quebrou. Assim, no grande Dia do Senhor, poderemos regozijar-nos como meu marido, ao verificarmos que as pessoas a quem no passado amamos no evangelho ainda são nossos irmãos e irmãs no Senhor. ◼ Nota

1. Citado em Gordon B. Hinckley, “Encontrem as Ovelhas e Apascentemnas”, A ­Liahona, julho de 1999, p. 122; E ­ nsign, maio de 1999, p. 108. A Liahona FEVEREIRO DE 2009 21

Como Ter Sucesso Como Recém-Converso G ay l e  S . I l i ff

Ao irmos ao encontro das pessoas e fazermos amizades, servirmos e nos banquetearmos com as escrituras, nossa confiança se fortalecerá.

A

manhã de inverno em que fui pela primeira vez à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias estava mais luminosa e quente do que o normal. Ao aproximar-me da capela, nem fazia idéia do quanto a filiação à Igreja transformaria minha vida. Felizmente, há coisas que os conversos como eu podem fazer para se fortalecer no evangelho. Precisamos cultivar amizades, servir na Igreja e nos “[banquetear] com as palavras de Cristo” (2 Néfi 32:3).

Todos os membros da Igreja, principalmente os recémconversos, precisam de amigos para ajudá-los a progredir. Aqui estão algumas maneiras pelas quais o desenvolvimento de amizades pode fazer a diferença. Os membros podem estender a mão aos conversos. Antes de meu batismo, uma irmã atenciosa veio da outra extremidade da capela até mim apenas porque queria me conhecer. Fiquei comovida por ela ter-se importado em fazer-me sentir valorizada. Muitos outros agiram de modo semelhante. Ao perceberem o quanto os membros da Igreja os amam, os conversos ficam, por sua vez, com o coração cheio de amor. Os professores das classes da Igreja também se preocupam conosco. Meu professor de Princípios do Evangelho foi uma grande fonte de inspiração para mim. Eu sentia inúmeras vezes que o Salvador estava falando diretamente comigo nessas aulas, elevando-me e impelindo-me a seguir em frente. Da mesma forma, os mestres familiares e professoras 22

Ilustrações fotográficas de Matthew Reier, John Luke e Frank Helmrich

Cultivar Amizades

A Liahona Fevereiro de 2009 23

Cuidar dos Conversos

“[Todo converso precisa] de três coisas: fazer um amigo, ter uma responsabilidade e ser [nutrido] ‘pela boa palavra de Deus’” (Morôni 6:4).

visitantes zelam pelos membros da reunião de presidência mostravam Igreja e os abençoam. Dêem-lhes as que eu estava inspirada. Confusa, Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008), boas-vindas em sua casa e externem respondi: “Estou mesmo?” Com “Conversos e Rapazes” A ­Liahona, julho de 1997, p. 53. gratidão a eles e ao Senhor pelo carinho, ela garantiu-me que eu serviço que prestam. Como ensinou estava reagindo ao Espírito. Recoo Élder David B. Haight (1906–2004), nhecer a mão de Deus guiando o do Quórum dos Doze Apóstolos, a trabalho que fazemos não é fácil “gratidão (…) abençoará nosso corano início, mas ao guardarmos os ção, nossa mente e nossa alma de modo que desejemos mandamentos e nos empenharmos ao máximo, reconhecontinuar em frente e fazer tudo o que nos for pedido”. 1 ceremos que Ele magnifica a quem chama. Os conversos também serão abençoados quando se aproximarem dos outros por iniciativa própria. Certo dia, Banquetear-nos com as Palavras de Cristo comprei um cartão com o desenho de um enorme globo A melhor maneira de descobrirmos que o Senhor nos ocular. Dentro do cartão estava escrito: “Obrigado por ficar ama e nos apoiará talvez seja pelo estudo da escrituras. As de olho em mim!” Enviei o cartão a uma irmã da ala que escrituras ensinam que o Senhor convida “todos a virem a sempre fora muita atenciosa comigo. Ao fazer isso, senti ele e a participarem de sua bondade; e não repudia quem uma cálida sensação de amor cristão por ela. quer que o procure” (2 Néfi 26:33). Por fim, precisamos fortalecer nosso relacionamento Alguns recém-conversos às vezes ficam maravilhados com o Pai Celestial e Jesus Cristo. Isso acontecerá quando com o conhecimento e o testemunho alheios. Mas lembreservirmos ao próximo, externarmos gratidão e orarmos. O mos que a maneira de ensinar do Senhor é “linha sobre Espírito confirmará que somos dignos do grandioso sacrifí- linha, preceito sobre preceito” (2 Néfi 28:30). Cada um cio que o Salvador fez por nós. de nós precisa aprender ao longo da jornada da vida. Até mesmo Jesus “a princípio não recebeu da plenitude, mas continuou de graça em graça, até receber a plenitude; E Servir na Igreja assim foi chamado de Filho de Deus, porque não recebeu Em geral, em algum momento pouco depois do da plenitude no princípio” (D&C 93:13–14). batismo, os membros novos serão convidados a desemEsse conhecimento aumentou minha reverência e meu penhar um papel mais significativo em sua ala ou ramo. respeito por Ele. Ele conhece verdadeiramente a dor, a O bispo ou o presidente de ramo fará um chamado. Esse tentação, a adversidade e a solidão que já vivenciei (ver pode ser um momento difícil para alguns. Alma 7:11). Posso recorrer a Ele com total confiança. As Quando aceitei o primeiro chamado que recebi — escrituras ensinam que o amor, a compreensão e a comsecretária da Sociedade de Socorro — perguntei a mim paixão do Salvador por nós, onde quer que estejamos, são mesma: “Como é que recebi uma responsabilidade tão perfeitos e ilimitados. importante?” O Presidente Henry B. Eyring, primeiro Ao irmos ao encontro das pessoas e fazermos amizades, conselheiro na Primeira Presidência, deu a explicação: servirmos e nos banquetearmos com as escrituras, nossa “Haverá ocasiões em que você se sentirá apreensivo. confiança se fortalecerá e nos tornaremos os santos dos Uma das maneiras pelas quais você será atacado será pelo sentimento de que você não está à altura de seu chamado. últimos dias fiéis que desejamos ser. ◼ (…) No entanto, você tem acesso a bem mais do que suas Notas habilidades naturais e não realizará seu trabalho sozinho.” 2 1. David B. Haight, “Não Foram Dez os Limpos?” A L­ iahona e ­Ensign, novembro de 2002, p. 26. Algum tempo depois, a presidente da Sociedade de 2. Henry B. Eyring, “Estar à Altura do Chamado”, A L­ iahona e ­Ensign, novembro de 2002, pp. 76–77. Socorro comentou que as sugestões que eu fizera numa 24

M e n s a g e m

d a s

P r o f e s s o r a s

V i s i t a n t e s

Compreender o Papel Divino das Mulheres Ensine as escrituras e citações que atendam às necessidades das irmãs a quem visitar. Testifique da doutrina. Convide as irmãs visitadas a externarem o que sentiram e aprenderam. Julie B. Beck, presidente geral da

Ilustração fotográfica de Matthew Reier; fundo: Shannon Gygi Christensen

Sociedade de Socorro:

“Tenho um testemunho, adquirido por meio do estudo das escrituras, relativo a um plano de felicidade que nos foi concedido pelo Pai Celestial. Esse plano contém uma parte para Suas filhas. Cabe-nos essa participação feminina e, se não desempenharmos nosso papel, ninguém mais o fará por nós. A metade do plano de nosso Pai que cria a vida, que molda a alma dos homens, que promove o crescimento e que influencia todo o restante foi confiada a nós. Não podemos delegá-la. Não podemos repassá-la a ninguém. É nossa. Podemos recusá-la e negá-la, mas ainda assim essa parte é nossa, e prestaremos contas dela. Dia virá em que todas nós nos lembraremos do que sabíamos antes de nascermos. Recordaremos que lutamos por esse privilégio num grande conflito. Como cumprir com tal responsabilidade? Devemos consagrar diariamente nossas energias à obra que compete apenas a nós realizar”.

Élder M. Russell Ballard, do

nenhuma outra forma” (A L­ iahona, junho de 2006, pp. 51–52; E ­ nsign, junho de 2006, pp. 83–84). Silvia H. Allred, primeira con-

selheira na presidência geral da Sociedade de Socorro:

“O Senhor

Quórum dos Doze Apóstolos: “O pro-

pósito doutrinário básico da criação da Terra é proporcionar aos filhos espirituais de Deus a continuação do processo de exaltação e vida eterna.  (…) Ainda que simplesmente não haja uma contribuição mais significativa que se possa fazer à sociedade, à Igreja ou ao destino eterno dos filhos de nosso Pai do que o que vocês fizerem como pai ou mãe, a maternidade e a paternidade não são as únicas formas de atribuir valor a alguém ou receber aprovação de Deus. (…) Todas as irmãs da Igreja que fizeram convênios com o Senhor têm o mandamento divino de salvar almas, de liderar as mulheres do mundo, de fortalecer os lares de Sião e de edificar o reino de Deus” (“Mulheres de Retidão”, A L­ iahona, dezembro de 2002, pp. 36, 39; ­Ensign, abril de 2002, pp. 68, 70). Élder David A. Bednar, do Quórum

dos Doze Apóstolos: “Por desígnio

divino, homens e mulheres devem progredir juntos rumo à perfeição e a uma plenitude de glória. Como os homens e as mulheres diferem em temperamento e capacidade, eles devem trazer para o relacionamento conjugal suas próprias perspectivas e experiências. O homem e a mulher contribuem de modo diferente, porém igual para uma unidade e união que não podem ser alcançadas de

abençoou as mulheres com os atributos divinos do amor, da compaixão, da bondade e da caridade. Por meio das visitas mensais que fazemos como professoras visitantes, temos o poder de abençoar cada irmã ao lhe abrirmos nossos braços com amor e bondade e ao lhe ofertarmos os dons da compaixão e da caridade. Não importa quais sejam as nossas circunstâncias pessoais, todas nós temos a oportunidade de edificar e cuidar de outras pessoas” (“Apascenta as Minhas Ovelhas”, A ­Liahona e E ­ nsign, novembro de 2007, p. 113). Presidente Spencer W. Kimball

(1895–1985): “Ser uma mulher justa

nos momentos finais desta Terra, que antecedem a Segunda Vinda de nosso Salvador, é um chamado particularmente nobre. A força e a influência da mulher justa hoje podem ser dez vezes maiores do que em épocas mais tranqüilas” (“Privileges and Responsibilities of Sisters”, ­Ensign, novembro de 1978, p. 103). ◼ A Liahona Fevereiro de 2009 25

Perguntas e Respostas

e m a a h n e v m é u g l a e u q e d o d o ã “Tenho me N . s a g o r d u o a c i l ó o c l a a d i b e d oferecer be m e n s a o s s e p às ’ o ã n ‘ r e z i d e d o s s gosto o p o m o C . go i m o c s a d a g n a z deixá-las ” ? r e d e c o ã n e d ter certeza Cumpra Sua Promessa

D

etermine com antecedência — agora — que você dirá “não”. Se você ceder, vai ser muito mais difícil dizer “não” no futuro. A maioria das pessoas respeitará você por viver à altura de seus padrões. E é menos provável que lhe refaçam convites no futuro. Não se preocupe com o fato de as pessoas se zangarem com você. Caso o façam, a escolha é delas. Mas você pode optar por conservar a companhia do Espírito e por não fazer algo que lamentarão depois. Talvez seja mais fácil dizer “não” caso tenha um amigo a seu lado. O apoio de um amigo pode ajudar você a fazer frente a um grupo. Tente igualmente evitar que a situação se apresente. Escolha amigos que partilhem e respeitem seus padrões. Antes de ir a uma festa, por exemplo, descubra quem estará presente. Não vá caso não se sinta à vontade ou se sinta inspirado a não ir.

Depois de meu batismo, passei a não ir mais a festas que tivessem bebida alcoólica e cigarros. Uma de minhas amigas insistiu: “Ah, vamos. Não vai acontecer nada”. Mas recusei, pois eu prometera que não tomaria bebida alcoólica, não fumaria nem usaria drogas. Eles compreenderam, pois sabiam que eu pertencia à Igreja e como é importante fazer e cumprir uma promessa. Não devemos procurar agradar nossos amigos, mas ao Pai Celestial. Se cumprirmos as promessas que fizemos a Ele quando nos batizamos, seremos abençoados. Roxana C., 19, Lima, Peru

Assumir o Compromisso

Eu tinha pavor de decepcionar meus amigos. Mas refleti e percebi que, caso cedesse, a quem mais eu decepcionaria? O que surtiu melhor efeito para mim foi tomar a decisão bem antes de a situação se apresentar. Assumi o compromisso comigo mesmo de dizer “não” às drogas e ao álcool. Depois de recusar algumas vezes, passei a ser mais respeitado pela decisão que tomei. Depois de algum tempo, quando alguém voltava a me perguntar se eu queria beber, um de meus amigos dizia: “Não, Calder não bebe”. Tudo ficou mais fácil para mim quando meus amigos perceberam que eu não ia beber. Élder Calder, 20, Missão Idaho Pocatello

26

As respostas são auxílios e pontos de vista, não pronunciamentos de doutrina da Igreja.

Ter Coragem de

Permanecer Fiel

No começo deste ano, ofereceram-me drogas. Não quis ofender a pessoa, mas tive coragem de dizer-lhe que não estava interessada. Nem tenho palavras para externar a gratidão que sinto por ter permanecido fiel a minhas crenças. Algumas semanas depois, o rapaz que me ofereceu drogas me disse que ficou muito impressionado por eu ter mantido minhas convicções. Disse-me que nunca conhecera alguém capaz disso e que foi preciso muita coragem de minha parte. Mencionou que jamais esqueceria essa experiência. Por meio de seu exemplo, você pode ser uma luz para os outros e uma influência positiva (ver Mateus 5:16). Mary T., 16, Arizona, EUA

Permanecer Firme e Inamovível

Seus amigos respeitarão você caso diga “não” e mantenha seus padrões. Cerque-se de amigos que tenham os mesmos padrões que você. Eles o apoiarão para que permaneça firme e inamovível.

Ter Coragem

Também tive uma experiência assim. Orei ao Pai Celestial. Li as escrituras, ponderei a respeito e tentei fortalecer meu testemunho. Depois, quando me deparei com uma situação dessa natureza, disse: “Sinto muito, mas não bebo. Sou membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. Tentei ajudar as pessoas a compreenderem meus padrões. No início, ficava nervosa, mas hoje já me acostumei a fazê-lo e continuo a guardar os mandamentos do Senhor. Venci a provação com o auxílio do Senhor e também fui abençoada com confiança, fé, boa saúde e padrões elevados. Diga “não” aos amigos com confiança e coragem. Se não diminuir seus padrões, brilhará como uma luz radiante. Lee, M., 17, Seul, Coréia do Sul

PRÓ X I M A PERG U NT A “Como posso convencer meus amigos

de que nossos padrões dizem respeito à liberdade e não a restrições?”

Mande sua resposta até 15 de março

de 2009 para:

­Liahona, Questions & Answers 3/09 50 E. North Temple St., Rm. 2420

Salt Lake City, UT 84150-0024, USA Ou envie um e-mail para: [email protected].

O seu e-mail ou a sua carta deve

conter as informações e a permissão a seguir: NOME COMPLETO DATA DE NASCIMENTO ALA (ou ramo) ESTACA (ou distrito)

Dou permissão para a publicação da resposta e da fotografia: ASSINATURA ASSINATURA DOS PAIS (para menores de 18 anos)

Lindy S., 15, Utah, EUA

Decida Agora

Se você decidir agora nunca aceitar drogas nem bebida alcoólica, depois vai ser muito mais fácil cumprir essa resolução. Não vai ser preciso pensar duas vezes sobre a resposta. As pessoas tenderão a respeitar sua escolha e talvez você tenha uma experiência missionária ao falar-lhes da Palavra de Sabedoria.

Sejam Fortes

“Vocês enfrentam enormes tentações. Elas chegam a vocês nos lugares de entretenimento público, pela Internet, nos filmes, pela televisão, na literatura vulgar e de outras maneiras sutis, sedutoras e difíceis de resistir. A pressão dos colegas pode ser quase maior do que vocês podem suportar. Contudo, meus queridos amigos, vocês não devem ceder. Precisam ser fortes. Precisam ter em vista o seu objetivo futuro, em vez de sucumbir às tentações sedutoras do presente.” Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008), “Um Estandarte para as Nações, uma Luz para o Mundo”, A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2003, p. 83.

Chandler H., 14, Alabama, EUA

A Liahona Fevereiro de 2009 27

28

Ninguém Nunca Vai Saber É l d e r S ta n l e y   G . E l l i s Dos Setenta

Ilustrações: Dan Burr

N

asci e cresci em Burley, Idaho, EUA. Meu pai tinha uma fazenda e uma granja lá, assim eu passava meu tempo trabalhando ao ar livre. Minha família pertencia à Igreja havia várias gerações e fui criado num lar fiel. Mas enquanto estava na escola secundária, meu testemunho foi posto à prova por uma oportunidade que eu mesmo buscara. Tomei conhecimento de um aluno de nossa escola que fizera intercâmbio estudantil. Achei que seria uma experiência interessante e me informei sobre os procedimentos necessários, cuidei dos preparativos e me inscrevi. Fui aceito. Na época, tinha 16 anos de idade. Como estudara alemão durante um ano, achei, assim como meu consultor, que seria designado para a Alemanha. O programa de intercâmbio reunia todas as informações dos candidatos, procurava famílias compatíveis e depois os designava a um país. Quando fui aceito, fui designado para o Brasil e concordei. Vivi com uma família maravilhosa em São Paulo. Eles tinham seis filhos e uma filha, exatamente como minha própria família. Felizmente, falavam inglês. A experiência revelou-se excelente, embora eu tenha passado apenas um verão lá. Durante minha estada no Brasil, fiz alguns amigos que estavam na fase da vida em que faziam muitas experiências. Começaram

a me convidar para sair com eles para me divertir com algumas meninas que tinham conhecido. Eu estava a milhares de quilômetros de casa, num país onde ninguém me conhecia, com exceção de meus anfitriões. Os amigos que me convidavam para sair sempre diziam: “Ninguém nunca vai saber”. De certa forma, era verdade. Com certeza, ninguém de minha família americana ficaria sabendo. Eu era adolescente, estava longe de casa, recebera um convite para fazer algo errado e ninguém saberia. Mas eu tinha consciência de que eu saberia. Eu sabia que o Senhor saberia, assim recusei os convites e continuei a dizer não. Eles convidavam repetidamente, convictos de que me venceriam pelo cansaço. Não foi um obstáculo único, mas a cada vez que eu recusava, minha determinação de ficar firme crescia.

Os amigos que me convidavam para sair sempre diziam: “Ninguém nunca vai saber”. Mas eu tinha consciência de que eu saberia. E eu sabia que o Senhor saberia.

A Racionalização de Satanás

“Ninguém nunca vai saber” é uma racionalização que Satanás usa contra nós em nossa vida. É mentira. Descobri isso por mim mesmo durante meu verão no Brasil. Deixar-se iludir pela mentira de Satanás é, aliás, a maneira como muitos se envolvem em coisas como a pornografia na Internet. Acham que podem fazê-lo de uma maneira que ninguém saberá. Mas em todos os casos, eles sabem e Deus sabe. Nunca se deixem enganar por essa A Liahona Fevereiro de 2009 29

A

prendi que vamos ser testados de todos os lados. Alguns dos desafios mais difíceis são internos, no recôndito de nosso próprio coração e nossa mente.

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mentira em nenhum aspecto de sua vida. Sou grato por ter conseguido detectar esse raciocínio falacioso e por não ter sucumbido. O Espírito ajudou-me a sentir a verdade. Também me apoiei no fato de que, devido ao que eu aprendera na família, sabia o que era certo. Meus pais tinham-me ensinado a verdade. Aprendi a verdade na Primária, na Escola Dominical, no Sacerdócio Aarônico e no seminário. Esse alicerce do evangelho estava em meu lar, na criação que eu recebera e nas aulas da Igreja. Minha experiência com a tentação quando fazia intercâmbio estudantil veio de fora, de amigos insistentes. Foi uma dificuldade externa às coisas nas quais eu acreditava e consegui resistir com firmeza. Mas à medida que passei por outras experiências, aprendi que vamos ser provados de todos os lados. Alguns dos desafios mais difíceis são internos, quando as tentações a serem combatidas se apresentam no recôndito de nosso próprio coração e nossa mente. Pôr o Senhor à Prova

Um desses obstáculos surgiu quando decidi pagar um dízimo honesto quando estava longe de casa. Todos os anos, meu pai nos levava ao acerto do dízimo. Ele ajudavanos a calcular nosso dízimo e nós pagávamos. Ao longo de toda a minha infância e adolescência, desenvolvi o hábito de pagar o dízimo. Se você tivesse me perguntado naquela época, eu teria dito que tinha testemunho desse mandamento. Quando terminei o ensino médio, fora admitido na Universidade Harvard, assim

trabalhei nas férias de verão e ganhei dinheiro para arcar com as despesas que não eram cobertas pela bolsa de estudos. Ao fim do primeiro semestre, eu gastara levianamente todo o dinheiro que ganhara para me manter o ano inteiro. No início do segundo semestre, consegui um emprego. Eu não podia trabalhar muito, pois era estudante em tempo integral, mas trabalhava algumas horas por semana e recebi meu primeiro contracheque. Claro que não era muito, mas era tudo o que eu tinha para sobreviver até o pagamento seguinte. Então me surgiu na mente a pergunta: “E o dízimo?” Eu tinha o hábito de pagar o dízimo, mas sempre tivera dinheiro suficiente para fazê-lo. Agora eu estava diante da seguinte dificuldade: devo pagar meu dízimo quando nem sei se tenho o bastante para as necessidades básicas nas duas semanas seguintes? Ao pensar a respeito, lembrei-me de uma escritura que se encontra em Malaquias 3:10, na qual o Senhor promete: “Fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”. Assim percebi que essa era a resposta. Eu deixaria nas mãos do Senhor. Paguei o dízimo, sem saber se teria dinheiro para me manter até o pagamento seguinte. E aconteceu um milagre. Consegui sobreviver naquele período. Foi-me confirmado de modo inequívoco que o Senhor cumpre Sua palavra. O Senhor agiu como prometera. Tal qual as escrituras nos garantem, se pagarmos o dízimo, o Senhor nos abençoará. Esse mesmo milagre se repetiu a cada duas semanas no decorrer do semestre. Antes, eu achava que tinha um testemunho do dízimo, mas agora, por causa

P

aguei o dízimo, sem saber se teria dinheiro para me manter até o pagamento seguinte. E aconteceu um milagre. Consegui sobreviver naquelas duas semanas.

de minha decisão correta, tinha um testemunho inabalável. O Senhor sempre faz o que diz, assim meu testemunho continuou a crescer passo a passo. Crer no Senhor

Incentivo vocês, enquanto estão na adolescência e ao desenvolverem seu próprio testemunho, a confiarem na palavra do Senhor. Quando o Senhor promete algo, podemos confiar. Afinal, como as escrituras nos ensinam, Deus não pode mentir. O Senhor mantém Sua palavra. Sempre que o Senhor faz uma promessa, seja por meio de

Seu profeta ou diretamente em Suas escrituras, podemos confiar. Nas escrituras recebemos o incentivo de recorrer ao Senhor. “Portanto, pedi e recebereis; batei e ser-vos-á aberto; porque aquele que pede, recebe; e ao que bate, ser-lhe-á aberto” (3 Néfi 27:29). Aprendi por meio desta e de outras experiências que essa escritura é verdadeira. O Pai Celestial está sempre a nosso alcance. Quer nosso desafio seja externo ou interno, Seu plano, Suas escrituras, Seu amor e Seu dom do Espírito Santo nos ajudarão a triunfar. ◼ A Liahona Fevereiro de 2009 31

Ensinar no Berçário, Ensinar em Casa M a r g a r e t S . L i ff e r t h

Primeira Conselheira na Presidência Geral da Primária

C Muitas coisas tornam o novo manual do berçário da Primária especial, inclusive as atividades que ajudam crianças em idade de berçário a aprenderem verdades do evangelho vendo, ouvindo e agindo.

harlie, de 20 meses de idade, reage muito bem ao ensino do evangelho em casa. É capaz de apontar para uma gravura do Salvador e dizer: “Jesus”. Contudo, quando vai à classe do berçário na Primária, onde também aprende sobre Jesus, ainda fica um pouco tímido. Sam tem quase três anos e se sente à vontade no berçário. Aprendeu várias músicas da Primária na classe e gosta de cantá-las durante a noite familiar. De fato, quando sua avó cantou com ele, ficou surpresa ao ver que Sam sabia cantar de cor mais de dez músicas. Tanto Charlie quanto Sam estão participando de sua primeira experiência organizada na Igreja: a classe do berçário. Nela, as crianças de 18 meses a três anos aprofundam seu aprendizado do evangelho. O novo manual do berçário da Primária, Olhai para Vossas Criancinhas, é uma fonte maravilhosa de recursos tanto para professores do berçário como para os pais em casa ao ensinar as verdades básicas do evangelho às crianças. Uma Ferramenta Flexível de Ensino

As crianças dessa idade podem começar a compreender princípios do evangelho simples, porém profundos, como a realidade e o amor do Pai Celestial e de Jesus Cristo, 32

o amor da família, a eficácia da oração, a veracidade da Primeira Visão e a beleza das criações de Deus. Elas são ativas, precisam de amor e de afeição, tem pouca capacidade de concentração, estão aprendendo a falar e gostam de várias atividades diferentes. Estão sempre aprendendo. O Presidente Thomas S. Monson citou uma eminente autoridade médica que afirmou que “a idade mais receptiva na vida humana é a de dois ou três anos.” 1 Durante a aula, as crianças gostam de atividades musicais, de brincadeiras, da hora do lanche e de uma lição que lhes ensine as doutrinas básicas do evangelho. As lições do novo manual do berçário foram preparadas para serem flexíveis e atenderem às necessidades dessa faixa etária. Cada aula começa com uma introdução para o professor, que explica em poucas palavras a doutrina a ser ensinada e traz referências das escrituras. Inclui dicas de ensino a fim de que os pais e professores saibam o que esperar das crianças em idade de berçário e como adaptar a experiência de ensino a fim de atender às necessidades das crianças. As lições também incluem

Moisés Noé Adão e Eva

À esquerda: fotografia de Busath Photography; à direita: Contando Histórias na Galiléia, de Del Parson; ilustrações fotográficas de Christina Smith; desenhos em preto e branco de Beth Whittaker

Cada lição inclui duas páginas de auxílios visuais para reforçar a doutrina ensinada na lição.

Os professores do berçário e os pais em casa podem usar Olhai para Vossas Criancinhas, para ensinar verdades básicas do evangelho às crianças.

A Liahona Fevereiro de 2009 33

Histórias de Sucesso

As dicas de ensino ajudam os pais e professores a saberem como adaptar a lição para atender às necessidades das crianças.

34

Durante a fase de desenvolvimento do manual do berçário, líderes do berçário da Primária em todo o mundo testaram as lições. Ofereceram diversas sugestões excelentes que foram inseridas no manual. Na Estaca Cape Coast Gana, uma líder do berçário escreveu: “Aprendi muito sobre o ensino ao testar as lições. As crianças se interessaram pelas histórias, responderam a perguntas e coloriram os desenhos. Ficaram muito felizes”. Uma líder da Primária de Scranton, Pensilvânia, EUA, escreveu: “Nosso ramo é pequeno e nem sempre temos professora. Essas lições podem ser preparadas em muito pouco tempo e ainda assim surtem efeitos positivos para as crianças”. Na Estaca Caracas Venezuela Los Teques, uma líder gostou do fato de as lições deixarem espaço para a professora usá-las conforme a orientação do Espírito.

No alto, à esquerda: ilustração de Jerry Thompson; na extrema direita: Cristo e as Crianças do Livro de Mórmon, de Del Parson

várias atividades de aprendizado que ajudam as crianças a ouvirem a doutrina, verem algo relacionado à doutrina, cantarem músicas, fazerem atividades físicas e dizerem algo ligado à doutrina. A líder do berçário ou o pai e a mãe, conforme guiados pela inspiração, podem ministrar as lições em qualquer ordem. Para reforçar o aprendizado, as lições e atividades podem ser repetidas em semanas consecutivas ou repetidas duas vezes durante uma aula do berçário, em função das necessidades e interesses das crianças. As atividades opcionais sugeridas também podem ser usadas a qualquer momento e quantas vezes se desejar na aula do berçário. Todos os auxílios e atividades visuais estão contidos no manual.

“As crianças adoraram os fantoches de dedo”, escreveu uma líder de West Jordan, Utah. “Dei às crianças a chance de me contar uma história usando seus próprios bonecos. Ficou tão bom que acho que elas poderiam repetir a experiência sozinhas na noite familiar.” E acrescentou: “As dicas de ensino também foram de grande valia para mim”. Para os Pais e Líderes do Berçário

É um privilégio para os pais ou líderes da Primária receberem a missão de cuidar de crianças em idade de berçário e ensiná-las. Essas crianças são capazes e cheias de fé. São rápidas para crer, ávidas para aprender e felizes em participar de atividades. Elas se desenvolvem, maravilhosamente, numa atmosfera cheia de amor e da luz do evangelho. O novo manual do berçário da Primária, quando usado com inspiração e testemunho, ajudará os pais e os líderes da Primária em todo o mundo a ensinarem às crianças pequenas, como Charlie e Sam, o evangelho de Jesus Cristo. ◼

As crianças em idade do berçário se desenvolvem, maravilhosamente, numa atmosfera cheia de amor e da luz do evangelho.

M a nu a l

do

B er ç á rio

Olhai para Vossas Criancinhas

Nota

1. Glenn J. Doman, citado por Thomas S. Monson em “Verdades Constantes numa Época de Mudanças”, A ­Liahona e ­Ensign, maio de 2005, p. 19.

Olhai para Vossas Criancinhas

O

s pais podem comprar o manual (37108 059) para

usar na noite familiar e aprender mais sobre como ensinar com maior eficácia as crianças pequenas.

A Liahona Fevereiro de 2009 35

A Família Funcional J a m e s  D . M a c A r t h u r , P h D

Diretor do Centro Vocacional e de Aconselhamento, Universidade Brigham Young

L

embro, quando eu era um jovem pai, de ler Doutrina e Convênios 93:40, em que o Senhor diz: “Ordenei que criásseis vossos filhos em luz e verdade”. Fiquei a me perguntar: “Como vou fazer isso exatamente?” Eu já ouvira muitas pessoas falarem de famílias disfuncionais, mas eu queria criar uma família funcional. Então o que é exatamente uma família funcional? As pessoas parecem achar que os membros de uma família funcional se dão perfeitamente bem e resolvem os problemas juntos com perfeição. É claro que, na realidade, chamar uma família de “funcional” não quer dizer que ela seja perfeita. Todas as famílias enfrentam dificuldades ao lidarem com a personalidade única de cada membro da

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família. Contudo, numa família bem ajustada, os familiares reconhecem que têm fraquezas e fazem um esforço conjunto para melhorar os relacionamentos, a despeito de suas fraquezas. Na verdade, os membros da família sentirão mais felicidade quando se empenharem para aplicar os princípios do evangelho em sua vida para melhorar os relacionamentos individuais e familiares. Ao longo de muitos anos trabalhando com casais e famílias como conselheiro profissional, aprendi alguns princípios que creio serem úteis para as famílias funcionarem bem. Este artigo discute apenas alguns deles; pode ser que lhes ocorram outros. Ao ler os princípios, reservem alguns momentos para determinar como podem aplicá-los a sua família. Na família funcional, os pais concentram as energias no ensino de princípios corretos aos filhos e

permitem que exerçam o livre-arbítrio. Na condição de pai e avô, reflito bastante e esforço-me para oferecer o máximo possível de amor, instrução, tempo, cuidado, auxílio, orientação e atenção para ensinar a meus filhos e netos princípios corretos. Isso inclui ensinar-lhes que as escolhas têm conseqüências, tanto positivas como negativas. Às vezes, como pais, cedemos à tentação de assumir o papel de gerente que tenta controlar os filhos, por esperarmos determinado resultado. O problema com essa atitude é que os filhos resistem à coerção ou compulsão, principalmente ao ficarem mais velhos. Quanto mais agirmos como instrutores, consultores e guias e agirmos menos como gerentes, mais êxito teremos. Isso quer dizer que ensinamos a nossos filhos princípios corretos, conforme permitam sua maturidade e experiência, continuamos a conceder-lhes maior autonomia para fazerem escolhas e colherem as conseqüências. Na família funcional, os pais fortalecem intencionalmente a família. Isso quer dizer que é preciso ponderar

um tempo de discussão em família, você e o seu cônjuge comprometem-se a refletir regularmente sobre as necessidades da família. Vocês também criam tempo para avaliar as mudanças que vocês e a família podem precisar fazer. Se você estiver criando seus filhos sozinho, pode marcar uma hora semanal para meditar e orar sobre sua família. Concentrar-se intencionalmente na família também significa pensar no impacto do que vocês dizem ou não diz aos filhos. Como pais, vocês começam a enviar mensagens sobre seus sentimentos em relação aos filhos a partir do minuto em que eles nascem. Essas mensagens incluem suas palavras, atos e atitudes, sejam eles voluntários ou não. Todas essas mensagens moldam a auto-estima das crianças.

À esquerda: Ilustração fotográfica de Matthew Reier; à direita: Ilustração fotográfica de Jan Friis, © Henrik Als

O que é uma família funcional? É a família em que os familiares trabalham em conjunto para melhorar os relacionamentos ao enfrentarem problemas. com regularidade e sigilo as necessidades de cada filho e avaliá-las à luz das necessidades gerais da família. Muitos de nós nos encontramos constantemente reagindo aos desafios da vida. Agendas movimentadas e as muitas obrigações da vida podem dificultar a tentativa de decidirmos como desejamos viver e atender às necessidades e expectativas da família. Isso implica que as circunstâncias, outras pessoas ou velhos hábitos podem acabar por ditar como reagiremos a determinada situação, em vez de a decisão ser tomada por nós mesmos quanto ao modo de agir. Nem é preciso dizer que tais reações costumam levar a situações desagradáveis em que não estamos à altura de nosso potencial. Uma das melhores maneiras de os pais fortalecerem a família é programar um horário específico a cada semana para discutir como a família está-se saindo. Chamo isso de “tempo de discussão em família”. Ao estabelecerem

Exemplos de mensagens não intencionais, mas não raro prejudiciais, incluem ignorar o filho e ser impaciente com ele. Se você estiver ocupado demais para passar tempo com um filho, pode ser que esteja enviando a mensagem: “Você não é importante para mim”. Lembre, contudo, que às vezes não há como evitar as ocupações, então não fique paranóico em relação a isso. Lembre apenas que é importante enviar intencionalmente mensagens positivas para edificar os filhos e avaliar periodicamente quais mensagens você está transmitindo a fim de adaptá-las conforme a necessidade. Que mensagens você gostaria de enviar intencionalmente a seus filhos? Deseja que eles saibam que você os ama e pensa neles? Caso planeje com antecedência, poderá enviar mensagens positivas mesmo quando parecer difícil. Por exemplo, suponha que você tenha de sair A Liahona Fevereiro de 2009 37

para o trabalho todos os dias antes de as crianças acordarem. Pense em como um filho ficaria surpreso e feliz se fizesse um cartãozinho em papel colorido e o fixasse ao pé da cama dele, como primeira coisa a ser vista quando ele acordasse. O cartão poderia dizer algo como: “Olá! O papai ama você! Até o jantar. Vamos brincar juntos quando eu voltar para casa!” Esse tipo de mensagem positiva pode exercer um impacto positivo eficaz e duradouro. Na família funcional, os relacionamentos são de fundamental importância. É uma boa idéia examinar regularmente a condição de cada relacionamento na família. Nunca se sabe quando poderá haver uma necessidade específica não atendida que, por algum motivo, seus filhos não lhes tenham contado. Ao ouvir com cuidado e ser sensível ao Espírito, conseguirão discernir melhor como seus filhos estão-se saindo e quais são as necessidades deles. É claro que isso levanta um questionamento: quando vocês percebem que alguém em sua família precisa de ajuda, seja num relacionamento com você ou com outra pessoa, como pode ajudar a melhorar a situação? Algo que aprendi é que, via de regra, os relacionamentos não melhoram acidentalmente; na verdade, melhoram quando fazemos desse resultado uma prioridade. Tentem investir tempo no relacionamento lançando mão de estratégias óbvias. Aqui estão algumas coisas que experimentei e que talvez funcionem também para vocês: conversem; brinquem juntos; passem tempo com um membro da família de cada vez; mandem cartas, cartões ou bilhetes externando afeto; façam elogios; façam coisas divertidas e inesperadas; digam “Eu te amo”; escutem a outra pessoa; peçam ajuda num projeto; exprimam sentimentos pessoais. Tudo isso exige que vocês se envolvam pessoalmente em coisas que a outra pessoa está fazendo. Depois conversem sobre seu empenho com o cônjuge durante o tempo de discussão em família. Vocês poderão ficar surpresos com o enorme alcance de sua influência positiva. Na família funcional, os pais são professores ativos. Adão e Eva foram excelentes exemplos de pais que eram bons professores. Por exemplo, “Adão e Eva (…) deram a conhecer todas as coisas a seus filhos e suas filhas” (Moisés 5:12). Ensinaram aos filhos os princípios do evangelho, como o plano de salvação e a importância 38

das bênçãos decorrentes da obediência aos mandamentos. Temos a mesma responsabilidade: não só de preparar os filhos para a vida, mas também de ensinar-lhes o evangelho. Se deixarmos a instrução espiritual de nossos filhos ao acaso ou a transferirmos a terceiros, corremos o grande risco de que eles não aprendam as coisas que lhes trarão a verdadeira felicidade. Isso significa que precisamos refletir sobre o que ensinamos e como ensinamos. Por exemplo, no tempo de discussão em família, podem perguntar: “O que queremos ensinar em nossa família nos próximos meses?” Como, quando e onde queremos ensinar?” Se desejar, anotem as respostas, considerem as metas familiares e deixem-as

expostas num local visível a fim de não as esquecer. Em seguida, acompanhem de perto essas metas. O que mais vocês podem ensinar? Qualquer coisa que acharem que sua família precisa aprender. Alguns tópicos incluem a cortesia, a honestidade, a oração, o estudo das escrituras, o desendividamento, o respeito mútuo na família, o uso eficaz do tempo, o controle da raiva, a importância dos estudos e a necessidade de todos os familiares cumprirem suas obrigações domésticas. O ensino eficaz também se dá fora de um contexto de ensino formal ou direto. O ensino indireto ocorre quando ensinamos sem usar palavras. Aliás, talvez vocês nem estejam presentes quando ocorrer o “ensino”! Por exemplo, penduro gravuras que representam características que eu gostaria que meus filhos ponderassem, como uma gravura dos pioneiros viajando numa tempestade de neve

para representar a perseverança diante das dificuldades. Também temos 29 fotografias individuais de nossos netos em cima da lareira, em nossa sala de estar. Embora não haja palavras escritas com essas fotografias, essa apresentação visual suscita muitos comentários. É impossível deixar de vê-las. As fotografias transmitem a mensagem de que nossos netos são uma parte importante de nossa família. Na família funcional, os pais guiam pelo exemplo. Os filhos estão sempre nos vigiando e observando nosso comportamento, quer tenhamos consciência disso ou não. Em meu papel de pai, regularmente avalio minha conduta e pergunto a mim mesmo: “Posso recomendar que meus filhos sigam meu exemplo na esfera pública e privada?” Se a resposta for negativa, faço as correções necessárias. Estas são algumas das perguntas que me faço: • Quero que meus filhos sejam pacientes? Quero, assim tento ser o mais paciente possível com eles. • Quero que meus filhos vençam o estresse, divirtam-se e aprendam a aproveitar a vida? Quero, pois creio que

Por fim, na família funcional, os pais ensinam aos filhos a fé no Pai Celestial e no Senhor Jesus Cristo. Essa fé fincará de modo inigualável um alicerce firme e sólido para a vida familiar. Trata-se também de um mandamento de nosso Pai Celestial. Em relação a nossos deveres para com os filhos, o rei Benjamin exortou-nos: “Ensinálos-eis, porém, a andarem nos caminhos da verdade e da sobriedade; ensiná-los-eis a amarem-se uns aos outros e a servirem-se uns aos outros” (Mosias 4:15). Talvez a coisa mais importante que faremos na vida seja ensinar nossos familiares a terem fé em Jesus Cristo e em Seus ensinamentos e a guardarem os mandamentos. “A Família: Proclamação ao Mundo” declara: “A felicidade

E À esquerda: Ilustração fotográfica de Jan Friis, © Henrik Als; à direita: ilustração fotográfica de Matthew Reier

nsinem aos filhos princípios corretos por preceito, pelo exemplo e pelo Espírito ao prestar-lhes testemunho.

essas qualidades são vitais para desenvolver relacionamentos salutares e felizes. Tento divertir-me com meus filhos com a maior freqüência possível. • Quero que meus filhos leiam as escrituras e livros proveitosos? Quero, assim faço questão de que me vejam lendo e também leio para eles. • Quero que meus filhos sejam carinhosos e dedicados aos relacionamentos familiares? Quero, assim os beijo e abraço, sorrio para eles, escuto-os, brinco com eles e conto experiências pessoais para eles. Lembrem-se de que nossos filhos querem que os pais dêem o exemplo de alguém que tenha uma linha de ação clara no tocante a questões pessoais e espirituais. Como pais, devemos viver dignos da orientação do Espírito Santo em todos os momentos, principalmente quando surgirem dificuldades.

na vida familiar é mais provável de ser alcançada quando fundamentada nos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo.” 1 Ensinem a seus filhos princípios corretos por preceito, pelo exemplo e pelo Espírito ao prestar-lhes testemunho. Lembrem-se de serem pacientes com vocês mesmos e com os familiares. Os relacionamentos tendem a melhorar pouco a pouco, e não da noite para o dia. Fortalecê-los exige tempo e esforço. Contudo, ao empenharem-se para ter uma família funcional baseada nos ensinamentos do Pai Celestial e de Jesus Cristo e Seu evangelho restaurado, vocês darão a seus familiares a melhor oportunidade possível de se aproximarem cada vez mais e de enfrentarem os desafios com mais harmonia e felicidade. ◼ Nota

1. “A Família: Proclamação ao Mundo”, A ­Liahona, outubro de 2004, p. 49; E ­ nsign, novembro de 1995, p.102. A Liahona Fevereiro de 2009 39

Gerações Quer sejamos membros novos ou nossa família pertença à Igreja há décadas, os jovens da Igreja em Guadalupe podem mostrar-nos que a prática do evangelho nos fortalece com o passar do tempo. R i c h a r d  M . R o m n e y Revistas da Igreja

C

oralie “Coco” Gamiette, de 12 anos, tem muitos lugares prediletos para passear; um deles é uma cachoeira. Chama-se la Cascade aux Écrevisses. É o local onde foram batizados muitos dos primeiros membros da Igreja na ilha caribenha de Guadalupe. Coco conta que a cascata a faz recordar um local do Livro de Mórmon, as águas de Mórmon, descritas como uma “fonte de água pura” com um “bosque de pequenas árvores” por perto. Foi lá que foram batizadas 450 das pessoas que creram nos ensinamentos de Alma (ver Mosias 18). É claro que hoje em Guadalupe, como na maioria dos lugares onde se implantou a Igreja, essa ordenança é realizada numa pia batismal na capela. Mas para Coco, “la Cascade” ainda é um local agradável para piqueniques, passeios no riacho e momentos de reflexão na sombra amena sobre seu legado familiar SUD.

Essa herança está ligada a uma história um tanto complexa iniciada há cerca de 20 anos na Cidade de Angoulême, França. Lá, os missionários de tempo integral foram guiados até um homem chamado Michel Menardin, que viera de Guadalupe, um território ultramarino da França, para prestar o serviço militar. Michel aceitou o evangelho e foi batizado e confirmado. No mesmo ano e na mesma cidade, os missionários deixaram um folheto numa caixa postal. Isso despertou o interesse de uma mãe solteira, Claudine, que criava uma filha de 19 anos, Delphine. Ambas adquiriram um 40

Fotografias: Richard M. Romney

Da França, com Amor

testemunho e foram também batizadas e confirmadas. Michel e Claudine se conheceram na Igreja, perceberam que tinham sido feitos um para o outro e se casaram. (São os avós de Coco.) Quando a mãe de Michel, Marthé, foi assistir ao casamento, passou algum tempo em Angoulême, travou conhecimento com a Igreja e se converteu também. Algum tempo depois, Delphine foi chamada para servir como missionária em Seattle, Washington. Enquanto estava no campo missionário, seus pais e sua avó se mudaram de volta para Guadalupe. Depois da missão, Delphine foi visitá-los e durante a estada em Guadalupe conheceu Claude Gamiette, que voltara recentemente da Missão Flórida Jacksonville e estava servindo como conselheiro do padrasto de Delphine na presidência do ramo. Os dois ex-missionários namoraram e se casaram pouco tempo depois. Claude e Delphine são os pais de Coco. Agora,

U m L u g a r Sa g r a d o

A

s Águas de Mórmon eram um lugar sagrado para aqueles que lá foram ensinados e batizados por Alma. “As paragens

de Mórmon, as águas de Mórmon, o bosque de Mórmon, quão belos são eles aos olhos dos que ali vieram a ter conhecimento de seu Redentor; sim, e quão abençoados são eles, porque lhe cantarão louvores para sempre!” (Mosias 18:30). Você tem um lugar predileto que o faz recordar um local das escrituras?

A Liahona Fevereiro de 2009 41

14 anos e cinco filhos depois, Claude, cuja família é membro da Igreja há muitos anos, é o presidente do Distrito BasseTerre Guadalupe. Com tudo isso, Coco é um membro da Igreja de quarta geração. “Cresci na Igreja”, ressalta. “Aprendi o evangelho desde a tenra infância, passei pela Primária, agora freqüento as Moças e ouvi meus pais, avós e bisavós prestarem testemunho. Sempre soube que o evangelho é verdadeiro. Quando leio em Mosias sobre as promessas feitas pelos seguidores ao serem batizados por Alma, reconheço o que vi e senti minha vida inteira.” Coco lembra-se de ouvir sua bisavó dizer que a família vai muito além da mãe, do pai e dos filhos. “Ela afirma que a família se estende pelas gerações, de eternidade a eternidade”, diz Coco. “É isso que vejo em minha família.” Acima, a partir do alto: Os alunos do seminário Luidgia, Travis, Eole e Leslie (página ao lado) gostam de aprender o evangelho juntos. Coco (página anterior) sabe que o evangelho fortalece sua família.

42

Pouco a Pouco, Dia Após Dia

Em outra parte da ilha, na capital de Basse-Terre, a Igreja está-se tornado um tesouro de duas gerações para Luidgia Duflo, de 13 anos, e sua irmã Stelle, de 17 anos, que entraram para a Igreja há dois anos ao mesmo tempo que a irmã mais velha, o irmão mais novo e os pais. Dizem que o evangelho as ensinou a honrar o pai e a mãe. Elas têm predileção pela noite familiar, realizada no

apartamento da família, situado em cima da lojinha do pai. Ele vende utensílios domésticos, açúcar, temperos, doces e ração para animais. Um de seus locais favoritos para conversar com o pai é o escritório nos fundos da loja, com a parede coberta de fotografias de vários templos da Igreja. “Ele tem a oportunidade de fazer um pouco de trabalho missionário quando as pessoas entram no estabelecimento e perguntam que prédios são esses”, explica Stella. “Mas acho que isso também o faz recordar diariamente suas promessas e metas eternas; isso certamente acontece conosco. Devemos nos preparar para ir ao templo, e ele sempre chama nossa atenção para isso.” A família Duflo antevê um futuro brilhante. “A Igreja continuará a crescer em Guadalupe e há de florescer”, empolga-se Stella. “Basta fazermos nossa parte, pouco a pouco, dia após dia, confiando no Senhor para todas as coisas e proclamando o evangelho sempre que pudermos.” O Seminário e Golias

Eole Montredon, de 15 anos de idade, vai ao seminário todas as manhãs durante o ano letivo, embora ainda não seja membro da Igreja. “De certa forma”, afirma ela, “é como se eu fosse membro da Igreja a vida inteira, pois me criei sob a influência da Igreja e conheço de perto o evangelho.” Ela diz que adora ir ao seminário porque “é bom para nós, jovens, lermos as escrituras juntos, mesmo que precisemos nos levantar antes do nascer do sol”. O seminário começa às 6h, assim ela se levanta às 5h. “Alguns de meus amigos acham que sou louca, mas quando explico o que fazemos, compreendem melhor. Além do mais, sinto o Espírito Santo quando estou lá. É um sentimento bom que conservo ao longo do dia.” Uma de suas histórias favoritas da Bíblia é a de Davi e Golias. Ela conta que esse relato lhe dá coragem e mostra que o Senhor ajuda os pequenos a superarem grandes problemas, pois ela enfrenta um desafio que às vezes lhe parece tão colossal quanto Golias. Seus pais são separados e, embora a mãe seja membro ativo e adoraria vê-la ser batizada na Igreja, o pai de Eole insiste que ela deve esperar. Assim, para honrar o pai, está aguardando, vivendo

o evangelho pacientemente e orando para que um dia o coração dele se abrande. “Se eu pudesse transmitir uma mensagem aos jovens da Igreja”, diz Eole, “eu os incentivaria a ir ao seminário todos os dias da semana e à Igreja todos os domingos, pois quanto mais o fizerem, mais verão o quanto isso é bom e o quanto nos fortalece.” Embora Eole não tenha o privilégio de ter várias gerações na Igreja — por enquanto — sabe que pode trabalhar hoje para deixar esse legado para as gerações futuras. “Sei que preciso começar agora”, garante ela, “e se eu permanecer fiel, coisas boas hão de acontecer.” Regeneração Matinal

Numa classe de seminário diário em Abymes, o mesmo desejo de fortalecimento gradual se faz evidente. Os alunos se apressam para achar referências das escrituras. Vão ao quadro-negro com entusiasmo para desenhar. A cada vez que o professor faz uma pergunta, mãos se erguem sem tardar para responder. “O seminário nos ajuda a conhecer melhor a Deus”, explica Travis Devarre, de 14 anos. “Também nos ajuda a nos prepararmos para fazermos a obra missionária agora e uma missão de tempo integral no futuro. Aprendemos ao estudarmos a palavra de Deus e chegamos à escola totalmente acordados, com a mente repleta de bons pensamentos. Isso nos revigora e nos regenera.” Um dos significados de regenerar é “renascer espiritualmente ou converter-se”. Também pode significar “ser restaurado a um estado melhor, mais elevado ou mais digno”. Travis afirma que o serviço no sacerdócio também o regenera. “Abençoa a mim e minha família, pois me permite ajudar as pessoas a minha volta, inclusive os familiares. Isso enche meu coração de felicidade.” “Se tivermos confiança no Pai Celestial, poderemos ser abençoados”, diz Leslie Amoussouga, de 15 anos. “Sabemos que Ele sempre prepara o caminho para nós. Se não duvidarmos, se tivermos fé e guardarmos os mandamentos, Ele levará a luz do sol para nossa alma.” Em outras palavras, Ele nos ajudará a nos regenerarmos, de geração a geração. ◼

P o r q u e L e s l i e Va i a o S e m i n á r i o

G

osto de me levantar bem cedo, antes mesmo do alvorecer, e

estar com meus amigos”, diz Leslie Amoussouga, de 15 anos, membro do Ramo Abymes. Mas nem tudo se resume a estar com os amigos. “No seminário estudamos as escrituras com mais profundidade do que quando estou em casa sozinha”, compara. “Aprendemos muitas coisas boas quando estudamos juntos e quando temos um instrutor com o interesse genuíno de nos ajudar a aprender e a capacidade de explicar coisas que talvez não compreendamos totalmente se estivermos sozinhos. E o seminário me ajuda na escola também, pois me levanto cedo para freqüentá-lo. Quando chega a hora de ir à escola, já estou alerta e em atividade, ao passo que alguns colegas ainda estão sonolentos. O seminário nos ajuda a formar bons hábitos e nos ensina autodisciplina, tanto no estudo como em coisas simples como levantar e ir à luta.”

A Liahona Fevereiro de 2009 43

Denise Barfuss

E

u estava servindo como missionária de tempo integral na Argentina havia apenas dois meses, quando recebi a notícia de que minha irmã mais nova (e única) ficara noiva. Eu e Rebecca éramos muito chegadas na infância e na adolescência e sempre sonháramos com o casamento uma da outra, mas agora eu estaria ausente no dela. Meus pais me mandaram planos, fotografias, os cardápios e o programa das festividades, mas ainda assim me senti excluída, sozinha e distante. Além disso, o trabalho missionário estava difícil e lento. Comecei a me perguntar o que eu fazia tão longe de casa e fiquei confusa sobre o que me cabia realizar. No entanto, sabia que o Senhor me chamara para servir e tinha um forte testemunho da oração e do poder do sacerdócio. Recebi uma bênção de consolo que me garantiu que eu estava onde precisava estar. Como missionários, citávamos muito a exortação que se encontra em Morôni 10:4–5. Eu acreditava firmemente na promessa contida nesses versículos: se eu consultasse a Deus, o Pai Eterno, em nome de Jesus Cristo, poderia saber a verdade

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U

m rapaz nos chamou. Nós o ignoramos, mas quando voltou a acenar, senti-me inspirada a responder.

de todas as coisas pelo poder do Espírito Santo. Orei com diligência para saber se tomara a decisão acertada ao ir para a Argentina em vez de ficar em casa, onde poderia ajudar minha irmã com os preparativos do casamento. À medida que se aproximava a data da cerimônia, minhas orações se tornavam cada vez mais fervorosas. Senti a influência tranqüilizadora do Espírito, mas ainda esperava receber uma resposta. Duas semanas antes do casamento, eu e minha companheira estávamos caminhando para casa depois de almoçarmos na casa de membros do ramo em que servíamos. Essa unidade ficava numa cidadezinha no centro da Argentina, onde as pessoas tinham o costume de fazer a sesta no início da tarde. Nessa hora do dia, as

ruas costumavam ficar desertas. Contudo, ao andarmos, um rapaz nos chamou. Como muitos rapazes nos importunavam na rua, simplesmente o ignoramos e continuamos a andar. Quando ele voltou a acenar, senti-me inspirada a responder. Seu nome era Horacio e queria saber se éramos amigas de duas jovens que vinham lendo o Livro de Mórmon com seu primo. Contou-nos que sentira algo especial durante a leitura feita por essas missionárias, que também serviam em nosso ramo. Queria saber se poderia visitar nossa igreja. Ao ensinarmos Horacio com a ajuda de membros locais, ele logo adquiriu amor pelo evangelho. Mudou de vida ao crescer no evangelho, mas sua família se opôs e seus amigos o rejeitaram. Contudo, Horacio sentia o amor do Senhor e o desejo de segui-Lo. Tive algumas das experiências mais marcantes de minha missão ao ensinar esse rapaz.

Ilustrações: Robert A. McKay

Meu Verdadeiro Propósito Como Missionária

V o z e s

Enquanto minha família se reunia no Templo de Oakland Califórnia para ver minha irmã realizar uma das ordenanças que ajudariam a preparála para o reino celestial, eu estava numa pequena capela em General Pico, Argentina, esperando Horacio passar por uma entrevista que lhe permitiria receber sua primeira ordenança de salvação: o batismo. Minha irmã conseguira preparar-se para suas ordenanças sem minha ajuda, mas Horacio talvez não tivesse conseguido. Ele precisava de mim e de minha companheira para aprender o evangelho e eu precisava dele para recordar-me de meu verdadeiro propósito como missionária: ajudar a trazer almas a Cristo. Ao preparar-me para deixar a Argentina, ao término de minha missão, Horacio estava preparando-se, por sua vez, para servir como missionário. Por meio dele, o Pai Celestial respondera a minhas orações e em seguida enviou Horacio para responder às orações de outras pessoas. ◼

P

or que eu fora inspirado de modo tão forte a buscar a ajuda de Stuart, só para descobrir que não estava disponível?

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I g r e ja

Ele Precisa Estar Aqui! Paul Culbert

C

erta manhã de sábado, recebi um telefonema de uma amiga, jovem adulta solteira de nossa ala em Wiltshire, Inglaterra. Sua madrasta, que vivia na mesma cidadezinha que eu, estava acamada. Mal conseguia se mexer e, embora não fosse membro da Igreja, perguntara se eu

poderia lhe dar uma bênção. Eu era membro da Igreja havia apenas alguns meses, mas devido a um treinamento na reunião do sacerdócio, sentia-me relativamente pronto para dar uma bênção, ainda que estivesse um pouco apreensivo. Eu disse que acharia um companheiro e a visitaria o mais rápido possível. De imediato pensei no élder da ala que morava mais perto e fui até a casa dele. A esposa dele me atendeu e lembrou que os irmãos com investidura da Ala Swindon tinham ido ao templo naquele dia. Ao sair de lá, um tanto desalentado, parei o carro pouco depois e pedi orientação ao Pai Celestial. Quando orei, perguntei se havia um portador do Sacerdócio de Melquisedeque disponível para acompanhar-me. Sem demora, o nome de Stuart Ramsey me veio à mente. Eu não tinha o número de telefone dele, mas sabia que morava com a esposa, Gill, numa base aérea a cerca de 10 quilômetros de distância. Ao chegar à casa deles, bati à porta, cheio de confiança de que Stuart poderia acompanhar-me. “Ele não está”, respondeu Gill, para minha surpresa. “Precisou ir à base.” Sem me deixar abater, perguntei se poderia entrar em contato com ele. Ela explicou que Stuart, que era mecânico, estava A Liahona Fevereiro de 2009 45

ajudando a consertar o carro de um amigo numa área privativa da base. Não seria possível contatá-lo por telefone e eu seria barrado nos portões de segurança. Por que eu fora inspirado de modo tão forte a buscar a ajuda de Stuart, só para descobrir que não estava disponível? Será que eu interpretara mal a resposta a minha oração? “Não”, pensei, “ele precisa estar aqui.” Naquele exato momento ouvi uma voz jovial me chamar por trás. “Paul, o que o traz aqui?” Era Stuart! Ele estava tentando consertar o carro do amigo, mas sentiu-se inspirado a voltar para casa. Expliquei minha situação e ele aceitou prontamente me ajudar a dar a bênção. Fiquei grato por contar com alguém experiente como Stuart. Ele fez a unção e, quando a selei, fui inspirado a pronunciar uma bênção de cura. Ao levar Stuart de volta para casa, ele se rejubilou por ter sido guiado pelo Espírito para deixar seus afazeres de lado e vir ao meu encontro em sua casa. Fiquei muito feliz na manhã seguinte ao saber que a madrasta de minha amiga se sentia bem melhor. Desde essa época, dei bênçãos em muitas ocasiões, mas sou grato por ter aprendido bem cedo que, por mais inexperientes que sejamos em nossos deveres do sacerdócio, quando confiamos no Senhor, guardamos Seus mandamentos e nos empenhamos ao máximo para magnificar nossos chamados, Ele nos guiará no caminho que devemos trilhar. ◼ 46

Élderes, Precisam de Carona? Errol Fernando

D

epois de um longo dia dirigindo meu ônibus em Victoria, Austrália, estava na última viagem da noite, a caminho de casa. Durante o percurso, vi dois rapazes bem vestidos caminhando. Decidi parar o veículo e perguntar se precisavam de carona.

A

o fazer perguntas sobre o trabalho dos missionários, senti algo preencher o ônibus — algo que mais tarde percebi ser o Espírito Santo.

Perguntei por que usavam plaquetas, camisa branca e gravata. Um deles explicou que eram missionários da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Ao fazer perguntas sobre o trabalho deles, senti algo preencher o ônibus — algo que mais tarde percebi ser o Espírito Santo. Quando pedi que me falassem mais sobre Jesus Cristo, foi inevitável me entusiasmar com as respostas. Como infelizmente estava ficando tarde, deixei-os em Dandenong. Depois disso, fiquei triste ao perceber que não pedira o número de

telefone deles. Por semanas a fio, orei para reencontrá-los. Ao fazer meu itinerário de ônibus, até os procurava. Passaram-se alguns meses e então aconteceu algo inacreditável em meu aniversário, dia 19 de agosto de 2002. Ao almoçar com minha esposa, Camelia, ouvimos uma batida na porta. Quando ela atendeu, ouvi vozes familiares. Eram os missionários que eu conhecera no ônibus! A surpresa foi de ambas as partes. Eles estavam fazendo contatos porta a porta em nossa rua e foram conduzidos a nossa casa. Minhas orações tinham sido atendidas. Os Élderes Jason Frandsen e James Thieler começaram a nos ensinar imediatamente. O Livro de Mórmon e o Profeta Joseph Smith eram novidade para nós, mas compreendemos facilmente o evangelho por termos formação cristã. Os missionários pediram que orássemos e refletíssemos sobre o que vínhamos aprendendo. Ao fazermos isso, sentimos o Espírito e o desejo de ir à Igreja e ser batizados. Temos sido abençoados desde aquele momento. Hoje, vários anos depois, ainda sou motorista de ônibus e ainda transporto os missionários gratuitamente. Mas agora os ajudo a realizar a obra missionária apresentando-lhes pessoas e oferecendo o Livro de Mórmon e outros materiais da Igreja a meus passageiros. As pessoas que entram em meu ônibus costumam perceber o quanto sou feliz. Quando perguntam o motivo, digo simplesmente: “Devo isso ao Senhor. E Ele também pode mudar sua vida”. ◼

Tome uma Xícara Eleanor F. Williamson

P

ouco tempo depois de entrarmos para a Igreja, eu e meu marido fomos passar férias nas Bermudas. Durante nossa estada, participei de uma reunião social vespertina no hotel. Ao olhar as deliciosas guloseimas, entrou em minhas narinas o tentador cheiro de chá. Foi algo tão convidativo que tive a impressão de ouvir uma voz na mente: “Tome uma xícara”. Eu vinha seguindo fielmente a Palavra de Sabedoria desde o batismo. Eu disse mentalmente: “Não, não vou tomar”. “Ah, vamos lá”, pareceu responder a voz sedutora. “Você não conhece ninguém aqui e está bem longe de casa.” Com ainda mais convicção, respondi mentalmente mais uma vez: “Não, não vou tomar!” A voz envolvente e astuta voltou à carga: “Ninguém jamais vai saber”. Respondi com firmeza: “Eu vou saber!” A essa altura, eu estava ao lado de um garçom que enchia uma xícara. Com resolução, passei ao largo. Ao olhar a mesa, fiquei surpresa ao ouvir alguém me chamar pelo nome. Para meu espanto, vi o rosto sorridente de um ex-chefe que havia muitos anos eu não via. Ele veio até mim e, ao andarmos em direção à mesa, comentou: “Ouvi dizer que você entrou para a Igreja Mórmon. Pode me contar

A

voz envolvente e astuta voltou à carga: “Ninguém jamais vai saber”.

como foi?” Foi com grande prazer que o fiz, falando sobre alguns princípios do evangelho, minha felicidade como membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e meu testemunho. Meu ex-chefe me disse que vinha fazendo pesquisas sobre seu sobrenome e que tinha registrado informações sobre várias gerações de antepassados. Mostrou-se sinceramente interessado pelo que eu tinha a dizer sobre a Igreja e senti uma grande manifestação do Espírito ao conversarmos. Durante esse diálogo, ocorreume um pensamento: “Será que essa conversa teria sido possível se eu tivesse posto uma xícara de chá na bandeja?” A resposta era evidente. Se eu houvesse cedido à tentação, teria perdido uma experiência espiritual memorável e uma chance de prestar testemunho. ◼

A Liahona Fevereiro de 2009 47

C o m o

U t i l i z a r

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E d i ç ã o

Idéias para a Noite Familiar Estas idéias podem ajudá-lo a usar esta edição d’A Liahona para reforçar o ensino tanto na sala de aula como em casa. Você pode adaptar estas idéias a sua família ou classe. ”Não É Fácil”, p. 16: Peça aos membros de sua família que escrevam, cada um em um pedaço de papel, as maneiras pelas quais o Senhor os ajudou ou abençoou. Prepare um jarro da gratidão e coloque os papéis nele. Incentive os membros da família a continuar a colocar papéis no jarro (ou a escreverem no diário) sempre que o Senhor os ajudar. “Como Ter Sucesso Como Recém-

Converso”,

p. 22: Quer você seja membro novo ou não, é importante cultivar amizades entre os membros da Igreja. Em família, conversem sobre o que poderiam fazer para estender a mão aos membros da ala ou do ramo. Diga que estreitar os laços com essas pessoas pode gerar amizades duradouras e pode ajudarnos a achegar-nos mais a Cristo por meio do serviço ao próximo.

”Ninguém jamais vai saber”,

p. 28: O que as pessoas querem dizer com as palavras “ninguém jamais vai saber”? Falem de como essa é uma linha de pensamento errônea e de como os membros da família podem resistir à tentação. Faça uma lista de tentações e peça aos membros da família que simulem o que fariam se essa tentação surgisse. Leia I Coríntios 10:13. “Gerações”, p. 40: Contem a história de como se converteram ou contem a história de como seus antepassados encontraram o evangelho. Peça aos membros da família que falem do que faz com que o evangelho seja importante para eles. ”Convite para o Dia de Ativi-

p. A10, e “Um Missionário Já Eu Posso Ser”, p. A14: Depois de ler essas histórias, pensem nas pessoas que poderiam convidar para ir a uma reunião ou atividade da Igreja. Façam uma lista dos vizinhos, amigos e parentes. Mesmo que achem que determinada pessoa não está interessada, coloquem o dade”,

T ó p i c o s d e s ta E d i ç ã o Os números representam a primeira página de cada artigo. A = O Amigo Adão e Eva, 10, A8 Amigos, A10 Ativação, 18 Bênçãos do sacerdócio, 45, A2, A6 Berçário, 32 Convênios, 10 Conversão, 16, 18, 22, 40, 44, A13 Cura, A2, A6 Dispensações, 10 Dízimo, 28 Ensinar, 32, 36 Família, 16, 36, 40, A4, A8, A16 Famílias em que nem todos são membros da Igreja, 16 Inspiração, 45 Jesus Cristo, 2, 10 Membros novos, 18, 22 Mulheres, 25

Natureza divina, 10, 25, A8 Obediência, 26, 28, 47 Obra missionária, 44, 46, 47, 48, A10, A14 Oração, 44, 45 Ordenanças, 44 Pais, 36 Palavra de Sabedoria, 26, 47 Pornografia, 15 Pressão dos amigos, 26, 28 Primária, 32, A4 Primeira Visão, 2, 8 Professoras visitantes, 25 Profetas, 10 Restauração, 2, 8, 10 Retenção, 18 Smith, Joseph, 2, 7, 8, A6 Tentação, 26, 28, 47 Testemunho, 2, 8 União, 7

nome dela na lista. Nunca se sabe quem aceitará o convite. Antes da reunião ou atividade, em espírito de oração, escolham algumas pessoas de sua lista e convidem-nas para ir com vocês. Ofereçam-se para ir a pé com elas ou, se possível, ofereçam-lhes uma carona. Mesmo que elas resolvam não ir, continuem a amizade com elas.

Convite para a Noite Familiar

D

esde meu batismo há 12 anos, minha vida mudou significativamente. Por esse motivo, eu e meu marido decidimos partilhar a luz divina que recebemos com muitas pessoas diferentes. Começamos a convidar os missionários e alguns vizinhos para nossa casa para

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participarem da noite familiar. Fizemos cartõezinhos de convite para os vizinhos. Muitos começaram a vir, interessados em descobrir o que vinha a ser uma noite familiar. Alguns se mostravam mais receptivos do que outros, mas a maioria gostava das atividades e dos comes e bebes. Uma das

famílias convidadas até se batizou! Ao partilhar minha felicidade por ser membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias realizando a noite familiar, minha fé também cresceu. Gladys Elena Yepes de Velásquez, Antioquia, Colômbia

S u a N o i t e Fa m i l i a r P r e d i l e ta

Mande uma descrição de sua noite familiar predileta para [email protected].

O Amigo

P a r a a s C r i a n ç a s • A Ig r e j a d e J e s u s C r i s t o d o s S a n t o s d o s Ú l t i m o s D i a s • F e v e r e i r o d e 2 0 0 9

V i n d e a o P r o f e ta E s c u ta r

Ajuda para Curar

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Fotografia de David Newman; ilustração de Michael T. Malm

D

P r e s i d e n t e T h o m a s  S . M o n s o n urante a Segunda Guerra Mundial, fui O Presidente Sob a tênue luz da noite, peguei o Manual Monson testifica ordenado élder — uma semana antes do Missionário e li o que devia fazer para que temos direito ao de partir para servir na marinha. Um abençoar os enfermos. Sob o olhar curioso auxílio do Senhor. membro do bispado de minha ala estava na de cerca de 120 marinheiros, dei a bênção. estação ferroviária para despedir-se de mim. Antes de eu terminar de guardar minhas Pouco antes do horário de partida, colocoisas, Leland Merrill estava dormindo. cou um livro em minha mão: o Manual do Na manhã seguinte, Merrill virou-se Missionário. Ri e comentei: “Vou para a marisorridente para mim e disse: “Monson, nha — não para a missão”. Ele respondeu: fico feliz por você ter o sacerdócio!” Sua “Leve-o assim mesmo. Pode vir a ser útil”. alegria só era superada por minha gratiE foi. Durante o treinamento básico, o dão — gratidão não apenas pelo sacerdócomandante de nossa companhia instruiucio, mas por ter sido digno de receber a nos sobre a melhor maneira de acondicioajuda que pedi num momento de extrema nar nossas roupas numa grande sacola de necessidade. marinheiro. Depois aconselhou: “Se vocês Se estamos a serviço do Senhor, temos tiverem um objeto duro e retangular para direito à ajuda Dele. Recebi Seu auxílio em colocar no fundo da sacola, suas roupas ficarão mais inúmeras ocasiões no decorrer de minha vida. ● firmes”. Pensei: “Onde vou achar um objeto duro e Extraído de um discurso da conferência geral de abril de 2007. retangular?” De repente, lembrei-me do Manual do Missionário. Essa foi sua utilidade por doze semanas, Coisas em que Pensar no fundo da sacola. 1. Inicialmente, o Presidente Monson achou que não Na noite anterior a nossa folga de Natal, o quartel estava em silêncio. Percebi subitamente que meu amigo necessitaria do Manual do Missionário por estar indo servir na marinha, mas descobriu que precisava conhecer o contedo beliche ao lado — Leland Merrill, membro da Igreja údo dele. De que forma o conhecimento das escrituras pode — estava gemendo de dor. Perguntei: “Qual é o proajudar você em diferentes momentos e lugares? blema, Merrill?” 2. Leland Merrill demonstrou fé em Deus e no poder do Ele respondeu: “Estou passando mal. Muito mal”. sacerdócio ao pedir uma bênção. Como você pode demonsCom o passar das horas, seus gemidos ficaram mais trar sua fé? fortes. Então, em desespero, ele sussurrou: “Monson, 3. A seu ver, como o Presidente Monson se sentiu ao você não é élder?” Respondi que sim, e ele suplicou: saber que 120 outros marinheiros estavam observando“Pode me dar uma bênção?” o ao dar sua primeira bênção do sacerdócio? Como Dei-me conta de que nunca dera uma bênção você pode ter coragem para cumprir a vontade do Pai antes. Minha oração a Deus foi um pedido de ajuda. Celestial, mesmo quando as pessoas a sua volta não A resposta não tardou: “Olhe no fundo de sua sacola compreenderem? de marinheiro”. Assim, às duas da manhã, esvaziei-a.

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Nota: Esta atividade pode ser copiada ou impressa da Internet em www.lds.org. Para o inglês, clique em Gospel Library. Para os demais idiomas, clique em Languages.

T e mp o

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C o mpa r t i l h a r

Serei um Elo Forte “A família foi ordenada por Deus” (“A Família: Proclamação ao Mundo”).

Cheryl Esplin Quando o Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) era jovem, ele e sua família moravam numa fazenda durante o verão. Ele teve a seguinte experiência lá: “Havia uma árvore morta que eu queria arrancar. Amarrei a extremidade de uma corrente ao trator e a outra extremidade à árvore. Quando o trator começou a se deslocar, a árvore balançou um pouco e depois a corrente se quebrou. Olhei o elo quebrado e não sabia como aquilo podia ter acontecido. Fui a uma loja e comprei um elo para substituir o avariado. Consertei a corrente, mas o resultado ficou estranho e feio. A corrente nunca mais foi a mesma.” 1 Pensem em si mesmos como parte de uma corrente: uma corrente familiar. O Presidente Hinckley disse que nunca devemos permitir que nos tornemos um elo frágil em nossa corrente familiar. Adão e Eva constituíram a primeira família da Terra. Foram eles que começaram a corrente familiar. Deus lhes deu o mandamento de ter filhos. Quando tiveram filhos, Adão e Eva lhes ensinaram o evangelho. Assim como os filhos de Adão e Eva aprenderam com seus pais e depois ensinaram seus próprios filhos, o Pai Celestial deseja que vocês aprendam com seus pais. Depois, quando vocês tiverem filhos, Ele quer que vocês os ensinem. Vocês podem se espelhar em Adão e Eva e em outras famílias justas das escrituras e aprender como ajudar sua família a constituir elos fortes na corrente familiar. Ilustração: Thomas S. Child

Nota

1. Gordon B. Hinckley, “Keep the Chain Unbroken”, em Brigham Young University 1999–2000 Speeches (2000), pp. 108–109.

Atividade

Retire a página A4 e cole-a em cartolina. Recorte cada elo nas linhas pretas cheias. Para recortar a parte interna dos elos, corte o elo na linha tracejada. Escreva seu

nome em um dos elos e o nome de seus pais, irmãos, irmãs, avós, tios, primos e outros parentes nos outros elos. Una os elos. Pendure sua corrente num local em que ela o ajudará a recordar que você faz parte de uma família e que pode ser um elo forte. Numa noite familiar, peça aos familiares que escolham um nome num dos elos e digam uma coisa que aprenderam com essa pessoa que as ajude a permanecer firmes. Idéias para o Tempo de Compartilhar

1. Escreva as referências das escrituras a seguir na parte externa de seis envelopes, com uma referência por envelope: Moisés 3:24; Moisés 5:1; Moisés 5:2; Moisés 5:4; Moisés 5:5; Moisés 5:12. Prepare seis tiras de papel com as palavras e expressões a seguir: casamento, trabalhar juntos, ter filhos, orar, guardar os mandamentos, ensinar os filhos. Recorte as letras individualmente, use clipes para agrupar as letras de cada palavra e ponha-as dentro dos respectivos envelopes. Procure fotografias e gravuras de famílias que ilustrem cada tira de papel. Mostre a gravura 119 do Pacote de Gravuras do Evangelho (Adão e Eva Ensinam os Filhos). Conte em poucas palavras a história de Adão e Eva, salientando que por meio deles foi estabelecido o modelo de família do Pai Celestial. Separe as crianças em seis grupos e dê um envelope a cada uma delas. Peça às crianças que leiam a escritura, desembaralhem as letras e as unam com fita adesiva ou cola. Começando com Moisés 3:24 e seguindo a ordem, peça a cada grupo que mostre sua tira de papel e escolha a gravura correspondente. Ponha as gravuras e fotografias ao redor da gravura de Adão e Eva. Explique às crianças que a família é o melhor lugar para aprendermos e vivermos o evangelho. 2. Para ensinar que o Pai Celestial abençoa as famílias justas, faça uma dramatização sobre os filhos de Helamã, que foram protegidos na batalha. Inclua o papel do narrador, de Helamã e dos filhos de Helamã (ver Alma 53:10–23; 56; 57). Use crachás ou fantasias simples, se desejar. Outras famílias justas também foram abençoadas pelo Pai Celestial. Separe as crianças em dois grupos. Entregue a cada grupo uma das histórias a seguir: A família de Néfi (1 Néfi 17:7–13; 18:1–6) e as famílias jareditas (Gênesis 11:1–9; Éter 1:33–43). Peça a cada grupo que leia a história. Aja como repórter (use um microfone, se possível) e entreviste cada grupo, fazendo perguntas sobre os detalhes de cada história. Testifique que o Pai Celestial abençoa as famílias justas. ● O Amigo Fevereiro de 2009

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Da V i d a d o P r o f e ta J o s e p h S m i t h

O Dia do Poder de Deus Logo que os santos dos últimos dias se instalaram no local que viria a tornar-se Nauvoo, o terreno era pantanoso e infestado de mosquitos. Muitos membros da Igreja adoeceram e morreram.

Joseph e Emma acolheram enfermos em sua casa de troncos, chegaram a ceder-lhes a própria cama e foram dormir do lado de fora, numa barraca.

Houve um dia que Wilford Woodruff, tempos depois, chamou de “dia do poder de Deus”. Após a oração matinal, Joseph foi abençoar os doentes.

Brigham, você tem fé suficiente para ser curado?

Sim, Joseph, eu tenho.

Ilustrações: Sal Velluto e Eugenio Mattozzi

Joseph e Brigham foram ver Elijah Fordham, que estava no leito de morte. Cada minuto podia ser o último.

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Joseph tomou Elijah pela mão. Inicialmente, Elijah não reagiu, mas todos ao redor viram o efeito do Espírito de Deus que repousou sobre ele.

Elijah, não me reconhece?

Acredita que Jesus é o Cristo?

Acredito, Irmão Joseph.

Elijah, ordeno, em nome de Jesus de Nazaré, que se levante e fique curado!

Recon­ heço!

Irmão Fordham, você me reconhece?

Essas palavras proferidas por Joseph soaram como a voz de Deus. Foi como se fizessem a casa tremer e, com elas, Elijah saltou da cama.

Tem fé para ser curado?

Acho que é tarde demais… Se tivesse vindo antes …

O rosto de Elijah ganhou uma cor saudável e ele ficou cheio de vida. Pediu para trocar de roupa, comeu uma tigela de pão com leite e pôs o chapéu. Em seguida, foi com Joseph abençoar os outros enfermos.

Extraído de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (Curso de estudo do Sacerdócio de Melquisedeque e da Sociedade de Socorro, 2007), pp. 399–402.

O Amigo Fevereiro de 2009

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Como Adão e Eva K im b erly R eid Adão era filho de Deus. Adão honrava Eva. Adão aprendeu a diferença entre o bem e o mal. Adão foi honesto ao confessar sua transgressão. Adão era digno de possuir o sacerdócio. Adão trabalhou para sustentar sua família. Adão dava ouvidos ao Senhor e aprendeu o evangelho. Adão obedecia aos mandamentos. Adão ensinava o evangelho a sua família. Adão amava sua família.

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Instruções: Retire estas páginas da revista. Dobre-as de modo que os pontos azuis se alinhem com os amarelos. Leia como Adão e Eva

Sou filho de Deus. Posso tratar as mulheres com respeito. Posso aprender a escolher o que é certo. Posso ser honesto. Posso preparar-me para receber o sacerdócio. Posso trabalhar para ajudar minha família e desenvolver meus talentos. Posso ouvir os profetas e refletir sobre as escrituras. Posso obedecer e me arrepender quando precisar. Posso partilhar o evangelho. Posso amar minha família e fazer minha parte para estar com ela por toda a eternidade. Posso ser como Adão.

Ilustrações: Dilleen Marsh

trabalharam juntos como parceiros iguais enquanto estavam na Terra. Em seguida, desdobre as páginas e descubra como pode seguir o exemplo deles.

Sou filha de Deus. Posso apoiar meus líderes do sacerdócio. Posso aprender a escolher o que é certo. Posso ser honesto. Posso preparar-me para cumprir o plano de Deus para mim. Posso trabalhar para ajudar minha família e desenvolver meus talentos. Posso ouvir os profetas e refletir sobre as escrituras. Posso obedecer e me arrepender quando precisar. Posso partilhar o evangelho. Posso amar minha família e fazer minha parte para estar com ela por toda a eternidade. Posso ser como Eva.

Eva era filha de Deus. Eva honrava Adão, o profeta. Eva aprendeu a diferença entre o bem e o mal. Eva foi honesta ao confessar sua transgressão. Eva tornou-se uma mãe justa. Eva trabalhava para cuidar da família. Eva dava ouvidos ao Senhor e aprendeu o evangelho. Eva obedecia aos mandamentos. Eva ensinou o evangelho a sua família. Eva amava sua família.

O Amigo Fevereiro de 2009

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e t i v n o C e d a d i v i t A e d a i D o para Marianne Dahl Johnson Inspirado numa história verídica

“Para reunir em um corpo os filhos de Deus” ( João 11:52). embre que o dia de atividade é depois da escola, hoje”, disse a mãe durante o desjejum. Clarissa suspirou. “Pois é.” “Algum problema?” perguntou a mãe. “Achei que você adorava o dia de atividade.” “Mais ou menos”, disse Clarissa. “Lembra como você ficou animada para participar quando fez oito anos?” perguntou a mãe. “E você gosta da irmã Cobian.” “Ela é ótima”, confirmou Clarissa. “Só é um pouco difícil porque eu a Ashley somos as únicas a irem. Gosto da Ashley, e ela é sempre simpática comigo. Mas ela tem quase 12 anos, e acabei de fazer 9. Nem sei bem o que dizer a ela. Não é muito divertido.” A mãe abraçou Clarissa. “Que pena que às vezes seja difícil. Nossa Primária é pequena e não tem muitas meninas, mas tenho certeza de que você vai se divertir hoje à tarde.” Depois das aulas, Clarissa andou um quarteirão até chegar à capela onde se realizaria o dia de atividade. A irmã Cobian e Ashley a cumprimentaram com alegria. Depois da oração de abertura, a irmã Cobian anunciou: “Perguntei à presidente da

L

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Primária se havia meninas que estão nas listas da Primária, mas não vêm ao dia de atividade nem à Primária no domingo. Recebi esta listagem com o nome das meninas e o telefone delas. Achei que, se telefonássemos para elas antes de cada dia de atividade, elas talvez viessem”. “Ótima idéia!” exclamou Clarissa. “Seria ótimo se mais meninas viessem.” A irmã Cobian sorriu. “Que bom que gostou da idéia, pois gostaria que você telefonasse para as meninas antes do próximo dia de atividade.” “Eu?” Clarissa engoliu em seco. Ela nem sabia o que pensar. A irmã Cobian entregou-lhe a lista. Ela conhecia todas as meninas da escola e algumas delas iam à Igreja de vez em quando. Mas talvez ela ficasse acanhada se precisasse telefonar para convidá-las. “Vai fazê-lo?” perguntou a irmã Cobian. Clarissa tornou a olhar a lista. Algumas daquelas meninas eram da idade dela. O dia de atividade seria muito mais agradável se elas também viessem. “Com certeza”, disse ela. Antes do dia de atividade seguinte, Clarissa telefonou para as meninas da lista. Deixou recados ou conversou com todas elas. Não foi nada difícil. No dia seguinte na escola, Olívia, uma das meninas

Ilustrações: Jennifer Tolman

para quem Clarissa telefonara, perguntou se elas poderiam ir juntas para o dia de atividade. Clarissa vibrou! Depois da escola, Clarissa e Olívia caminharam juntas até a capela. Quando entraram na sala da Primária, a irmã Cobian abriu-lhes um largo sorriso. Antes do dia de atividade seguinte, Clarissa telefonou de novo para as meninas. Olívia empolgou-se com a idéia de ir de novo. Chelsea disse que também iria. Na tarde seguinte, Clarissa sentiu enorme felicidade ao caminhar para a capela com Olívia e Chelsea. Naquela noite, Clarissa contou à mãe o quanto o dia de atividade tinha sido animado com a presença

de mais meninas. “Eu gostaria apenas que a Madison também fosse”, disse Clarissa. “É minha melhor amiga.” “E por que ela não iria?” perguntou a mãe. “Mãe, ela nem está na lista. Não é membro da Igreja.” “Não importa”, respondeu a mãe. “Você vai fazer o trabalho missionário ao convidá-la. Você já está sendo uma missionária ao incentivar a Olívia e a Chelsea.” Clarissa pensou a respeito. Ao telefonar de novo para as meninas no dia de atividade, entrou também em contato com a Madison. Madison perguntou à mãe se poderia ir e ela concordou. Clarissa mal podia acreditar em como tinha sido fácil. Nem sabia por que não convidara Madison meses antes! O Amigo Fevereiro de 2009 A11

No dia de atividade daquela semana, a irmã Cobian fez um anúncio empolgante. No dia de atividade seguinte, contariam com a presença de uma convidada especial que lhes ensinaria a decorar bolos. Clarissa e Madison sorriram uma para a outra. Parecia algo divertido! Ao irem embora naquela tarde, Madison disse: “Obrigada por ter-me convidado. Quero vir na próxima vez para decorar bolos”. Já no dia seguinte, Clarissa começou a falar para todos os amigos da escola sobre a atividade de decoração de bolos. Madison ajudou. Muitas amigas disseram que gostariam de ir. “Talvez 15 meninas participem de nosso próximo dia de atividade”, disse Clarissa à mãe. “Quinze!” exclamou a mãe. “Onde achou tantas meninas?” “Andei convidando todas as meninas de minha classe”, respondeu Clarissa. “Que maravilha!” disse a mãe. “Mas é melhor avisar a irmã Cobian, para que esteja preparada para tanta gente.” Clarissa telefonou para a irmã Cobian para comunicar A12

o número previsto de meninas. No dia de atividade, a sala da Primária ficou lotada de meninas conversando e rindo ao decorar bolos. A irmã Cobian piscou para Clarissa e deu-lhe um grande sorriso. Depois da atividade, Clarissa ajudou a irmã Cobian a limpar e arrumar tudo. Sua amiga Emily foi se despedir. “Obrigada”, disse ela timidamente à irmã Cobian. “Posso convidar minha irmã mais velha e minhas duas primas na próxima vez?” A irmã Cobian sorriu. “Seria excelente, Emily”, disse ela. Clarissa mal podia esperar o dia de atividade seguinte! ● “[Convidemos] nossos amigos e vizinhos para participar das atividades normais da família e da Igreja. Quando convidamos nossos amigos a participar dessas atividades conosco, eles sentem o Espírito.” Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, “Criar um Lar que Transmite o Evangelho”, A L­ iahona e ­Ensign, maio de 2006, p. 86.

T e s t e mu n h a

Ilustração: Beth M. Whittaker

E

E s p e c i al

O que é a verdadeira conversão?

m poucas palavras, a verdadeira conversão é o fruto da fé, do arrependimento e da obediência constante. A fé vem ao se ouvir a palavra de Deus e atendê-la. Para receber do Espírito Santo um testemunho que confirme a veracidade das coisas que aceitamos pela fé , é preciso praticá-las de bom grado. Seremos levados a arrepender-nos de faltas resultantes de más ações praticadas ou de coisas boas que deixamos de fazer. Como conseqüência, nossa capacidade de

obedecer de modo constante aumentará. Esse ciclo de fé, arrependimento e obediência constante nos levará a uma maior conversão e às bênçãos que dela decorrem. A verdadeira conversão aumenta nossa capacidade de fazer o que sabemos que devemos fazer, no momento certo, sejam quais forem as circunstâncias. ●

O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, faz algumas reflexões sobre o assunto.

Extraído de “A Conversão Plena Traz Felicidade”, A ­Liahona, julho de 2002, p. 27; E ­ nsign, maio de 2002, p. 25.

O Amigo Fevereiro de 2009 A13

Um Missionário Já Eu Posso Ser Pat s y P e h r s o n Inspirado numa história verídica

“Estarei contigo; e em todo lugar que proclamares meu nome, uma porta eficaz ser-te-á aberta, para que recebam minha palavra” (D&C 112:19).

A

noitecia quando Micah se ajoelhou ao lado da cama com o irmão mais novo, Noah, para orarem. Ele ainda estava pensando no vizinho, um senhor idoso chamado Sam. Foi só então que a mãe apareceu no vão da porta. “Fico feliz por vocês dois estarem prestes a orar”, disse ela sorrindo para os dois irmãos. “Vou falar do Sam em minhas orações hoje”, revelou Micah. “Vou chamá-lo para ir à igreja conosco domingo e quero receber a ajuda do Pai Celestial na hora de fazer o convite.” “Acha que ele vai conosco à Igreja?” perguntou Noah. “Nossa professora da Primária nos disse que o Pai Celestial fica feliz quando convidamos nossos vizinhos para irem à igreja.” “Sei que o Pai Celestial vai ajudá-lo a convidar o Sam”, garantiu a mãe. Na manhã seguinte, Micah e Noah acordaram cedo. Estavam entusiasmados com a idéia de falar com Sam. Sam morava ao lado da família de Micah e Noah muito antes de Micah e Noah

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Ilustrações: Gregg Thorkelson

nascerem. Micah sabia que Sam estava muito solitário desde a morte da esposa. Os meninos arrumaram a cama sem precisarem ser impelidos, comeram rapidamente e vestiram casaco e luvas antes de se dirigirem à porta. “Está com medo?” Noah perguntou a Micah. “Não. Acho que Sam vai aceitar”, respondeu Micah. “Pensando bem, acho que estou com um pouquinho de medo”, acrescentou. Os dois foram correndo para a casa de Sam. Micah tinha certeza de que Noah estava tão nervoso quanto ele. E se Sam recusasse o convite? E se Sam deixasse de ser amigo deles e parasse de levá-los, juntamente com o pai, para pescar? Foram em silêncio até a porta da frente de Sam. Assim que bateram, alguém passou ao lado da casa. “Olá, meninos!” exclamou ele, aproximando-se. “O que me contam de novo hoje?” Embora um grande chapéu de palha escondesse o rosto, os meninos reconheceram a voz de Sam. E sabiam que estava sorrindo. “Viemos visitá-lo”, anunciou Micah. “É mesmo”, confirmou Noah. E acrescentou sem demora: “Micah tem um convite a fazer”. O coraçãozinho de Micah batia acelerado. Respirou fundo e perguntou abruptamente: “Gostaria de ir à igreja conosco amanhã? Pode ir em nosso carro — temos espaço de sobra — e pode se sentar em nosso banco na capela”. “Pois é, vejo sua família ir à igreja todos os domingos, e faz tempo que não vou a uma igreja”, comentou Sam. “Acho que não há problema. Vou à igreja com vocês neste domingo.” “Oba!” exclamaram ambos os meninos ao mesmo tempo. Noah disse: “Vamos sair às 9h30 e podemos passar aqui para buscar o senhor!” Ao correrem para casa, Micah virouse e acenou para Sam, que ainda estava sorrindo. “Até amanhã às 9h30!” Ao entrarem em casa, a mãe e o pai os aguardavam. “O que disse o Sam?” indagou o pai. “Vai à igreja conosco?” Micah sorriu. “Vai. Eu disse que vamos pegá-lo às 9h30.”

Naquela noite, ao orarem, Noah e Micah se lembraram de agradecer ao Pai Celestial por tê-los ajudado a convidar Sam a acompanhá-los à igreja. “Estou sentindo muita felicidade”, disse Micah. “Eu também”, respondeu Noah. Os dois meninos foram para a cama, e Micah se lembrou de algo que o bispo tinha dito na reunião sacramental na semana anterior: “Todo membro é um missionário!” ●

“Somos missionários todos os dias em nossa família (…) e em nossa comunidade. A despeito da nossa idade, experiência ou situação na vida, somos todos missionários.” Élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, “Tornar-se um Missionário”, A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2005, p. 44.

O Amigo Fevereiro de 2009 A15

pa r a

C o l o r i r

Vim para a Terra em uma família.

“A família foi ordenada por Deus” (“A Família: Proclamação ao Mundo”). A16

Ilustração: Apryl Stott

P á g i n a

Filho Meu, de Jon McNaughton

“E [ Jesus] crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lucas 2:40).

A

s palavras do Senhor, conforme nos foram concedidas ao longo dos séculos por Seus santos profetas, guiam-nos num plano que o Senhor estabeleceu para nós. Esse plano está completo desde o princípio dos tempos até termos a oportunidade de viver com Ele nas eternidades vindouras, caso vivamos dignamente”. Ver Élder L. Tom Perry, “O Grande Plano de Nosso Deus”, página 10.

I n M e m o r i a m : S u p l e m e n t o d e A ­L i a h o n a

Élder Joseph B. Wirthlin Comprometido com o Reino

Fotografia: Craig Dimond; borda: Pat Gerber

N

parecia um domingo, porque eu a memorável véspera do estava a serviço do Senhor”. 4 Natal de 1937, o Élder Joseph B. Wirthlin, na época missionário de tempo Fé e Futebol Americano integral, foi a pé, com seu compaJoseph Bitner Wirthlin nasceu nheiro, de Salzburg, Áustria, até o em Salt Lake City, Utah, em 11 vilarejo de Oberndorf, incrustado de junho de 1917, o primeiro nos Alpes Bávaros. Enquanto dos cinco filhos de Joseph L. visitavam o local, conhecido por Wirthlin, que serviu como Bispo  1 ter inspirado o hino “Noite Feliz”, Presidente, e Madeline Bitner Wirthlin. O pai de Joseph susteneles pararam em uma igrejinha tava a família como administrador para ouvir um coro que entoava da Wirthlin’s Inc., atacadista e músicas natalinas. varejista de alimentos, enquanto “A clara noite de inverno, a mãe incentivava os filhos numa agradavelmente fria e revigorante, gama enorme de atividades, abateu-se sobre nós ao iniciarmos inclusive música e esportes. a viagem de volta”, lembra o Élder Joseph e Madeline ensinaram os Wirthlin. “Caminhamos sob o fir11 de junho de 1917–1º de Dezembro de 2008 filhos a ter humildade, ser honesmamento estrelado, envoltos pela tos, diligentes, a servir e a ter compaixão e fé. suave tranqüilidade da neve recém-caída.” 2 O jovem Joseph tinha muitos talentos, mas, por fim, Enquanto andavam, os jovens missionários falavam decidiu-se pelos esportes, destacando-se no ensino médio de suas esperanças, sonhos e metas para o futuro. Nesse graças ao futebol americano, ao basquete e à corrida. cenário celestial, o Élder Wirthlin renovou seu comproDepois de jogar como quarterback [capitão do time] na misso de servir ao Senhor: “Decidi que magnificaria qualEast High School, continuou jogando nessa posição por quer chamado que recebesse no reino do Senhor.” 3 mais três anos, na Universidade de Utah. 5 O Élder Wirthlin cumpriu esse compromisso por toda sua vida mortal, que terminou em 1º de dezembro de No púlpito, o Élder Wirthlin gostava de falar sobre as 2008, quando morreu serenamente aos 91 anos, devido a lições que aprendeu como jogador de futebol. Uma das problemas decorrentes da idade. mais importantes decorreu de ter ficado debaixo de uma Ele declarou, quanto ao seu serviço como bispo, consepilha de dez jogadores durante um campeonato. Depois lheiro na presidência da estaca, conselheiro na presidência de tentar marcar o ponto que teria sido o decisivo da geral da Escola Dominical, Assistente dos Doze e membro partida, Joseph foi derrubado centímetros antes de atingir do Primeiro Quórum dos Setenta: “Amei cada uma das a linha do gol. designações que recebi no reino”. Quando foi apoiado “Naquele momento, fiquei tentado a empurrar a bola como membro do Quórum dos Doze Apóstolos, em 4 de um pouco mais para frente. (…) Isso teria feito de mim outubro de 1986, ele explicou: “E nesse serviço, cada dia um herói”. Mas ele se lembrou do conselho de sua mãe: A Liahona Fevereiro de 2009

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“Um Casamento Perfeito”

Por três anos, Joseph B. Wirthlin (número 4) jogou como capitão do time de futebol da Universidade de Utah, antes de desistir do esporte e adiar sua formatura para tornar-se missionário de tempo integral (abaixo), em 1937. À direita: Joseph B. Wirthlin e Elisa Young Rogers Wirthlin, no dia de seu casamento, 26 de maio de 1941.

2

“Joseph”, dizia sempre ao filho, “faça o que é certo, sem se importar com as conseqüências”. Joseph queria ser um herói aos olhos de sua mãe, muito mais do que aos olhos dos colegas do time. Ele continua: “Por isso, deixei a bola onde estava — a cinco centímetros da linha do gol”. 6 Depois da temporada esportiva de 1936, o pai de Joseph falou-lhe sobre servir em uma missão. A guerra fermentava na Europa e, se Joseph não partisse logo, poderia perder a chance de servir como missionário. “Eu desejava continuar vivendo meu sonho de jogar futebol americano e formar-me na faculdade”, diz o Élder Wirthlin. “Se aceitasse o chamado missionário, teria de abrir mão de tudo. Naquela época, a missão durava 30 meses, e eu sabia que, se partisse, era bem provável que jamais voltaria a jogar futebol — talvez nem conseguiria me formar.” 7 Mas Joseph também tinha o sonho de ser missionário; logo, sabia o que deveria fazer. Meses mais tarde, estava a caminho da Europa, onde viria a servir nas Missões Alemanha/Áustria e Suíça/Áustria, de 1937 a 1939. Nunca mais jogou futebol, mas formouse na universidade, especializando-se em administração de empresas. “Mesmo assim, nunca me arrependi de servir como missionário e de comprometer-me com o serviço ao Senhor”, diz ele. “Ao fazer isso, minha vida encheu-se de aventuras, experiências espirituais e de uma alegria que transcende todo o entendimento.” 8

Entre as decisões que o Élder Wirthlin tomou naquela noite de Natal, em Oberndorf, estava a de que ele se casaria com uma mulher espiritualmente forte, que vivesse o evangelho. Ele descreveu suas características físicas ao companheiro de missão: ela teria um metro e sessenta, cabelos loiros e olhos azuis. Dois anos e meio depois da missão, conheceu Elisa Young Rogers. Ela correspondia perfeitamente à descrição. “Lembro-me da primeira vez em que a vi”, disse o Élder Wirthlin durante a conferência em 2006, dois meses depois do falecimento dela. “Como favor para um amigo, fui à casa dela para dar carona a sua irmã, Frances. Elisa abriu a porta e, ao menos para mim, foi amor à primeira vista. “Creio que ela deve ter sentido algo também, porque as primeiras palavras que me lembro

que ela disse foram: ‘Eu sabia que era tu’.” O Élder Wirthlin brincava citando esse erro gramatical, porque ela era especialista em inglês. Mas, dizia, “Até hoje ainda considero aquelas cinco palavras como as mais belas do mundo”. 9 Eles se casaram no Templo de Salt Lake, em 26 de maio de 1941 e, por 65 anos, viveram o que o Élder Wirthlin chamava de “casamento perfeito”. 10 Eles fortaleciam, incentivavam e apoiavam um ao outro, e ambos se aconselhavam antes de tomar decisões. O Élder Wirthlin nunca saía de casa sem beijar Elisa e costumava ligar para ela várias vezes por dia para saber como estava. 11

Fotografias cedidas gentilmente pela família Wirthlin, exceto quando indicado em contrário; à esquerda: fotografia do futebol: Christina Smith; à direita: fotografia do Élder Wirthlin e Elisa Wirthlin: Michael Lewis, BYU–Idaho, reprodução proibida; pintura: Cloy Kent

O pai do Élder Wirthlin foi chamado para servir no Bispado Presidente em 1938 e, assim, o Élder Wirthlin assumiu o negócio da família quando voltou da missão. Mais tarde, enquanto ele e Elisa criavam os filhos, ele passava longas horas atendendo à demanda do trabalho e das responsabilidades na Igreja. Elisa, as sete filhas e o filho do casal, entretanto, continuavam sendo o orgulho e a alegria do Élder Wirthlin. Ao falecer, ele tinha 59 netos e aproximadamente 100 bisnetos. Amor ao Próximo

O Élder Wirthlin, a quem o Presidente Thomas S. Monson chamava de “homem de grande bondade inata”, 12 foi amado por todos os que o conheceram. Nesses 33 anos em que serviu como Autoridade Geral, dos quais 22 anos como Apóstolo, essa bondade se manifestava ao compartilhar seu testemunho — tanto em palavras quanto em atos — do Salvador e de Seu evangelho restaurado. Com humildade e constante bom humor, o Élder Wirthlin incentivava os santos dos últimos dias a tornar a mortalidade algo extraordinário, imitando o exemplo do Salvador. Para tanto, ensinava ele, concentrem-se, cultivem a bondade e amem seu próximo. “Os momentos mais preciosos e sagrados da nossa vida são os coroados pelo espírito de amor”, costumava ensinar. “Quanto maior for o nosso amor, maior será nossa alegria. No final, o florescimento desse amor será o verdadeiro indicador do sucesso na vida.” Para aprender realmente a amar,

No alto: A família Wirthlin e seus parentes, em junho de 1999. À esquerda: O Élder Wirthlin e a irmã Elisa cumprimentam os membros da Igreja após o devocional da Semana de Educação

acrescentava, “basta refletir sobre a vida do Salvador”.13 “Todos somos muito ocupados”, disse ele em outra ocasião. “É fácil encontrar desculpas para não estendermos a mão para os outros, mas imagino que elas soarão tão esfarrapadas para nosso Pai Celestial quanto a do menino que levou para a professora um bilhete, pedindo para ser liberado das aulas do dia 30 ao dia 34 de março.” 14 O Élder Wirthlin também incentivava os membros da Igreja a “viver diariamente em ação de graças”, mesmo durante a adversidade. 15 “Se analisarmos as bênçãos que temos, esqueceremos algumas preocupações”, ensinava. 16

realizada no Ricks College (atualmente Universidade Brigham Young–Idaho), em 1998. Abaixo: Pintura de Joseph B. e Elisa Wirthlin, feita em 1999.

Testemunho de Despedida

“Talvez alguns pensem que as Autoridades Gerais raramente sentem dores, têm aflições ou passam por dificuldades. Quem dera isso fosse verdade”, disse o Élder Wirthlin, durante seu último discurso na conferência geral. “O Senhor em Sua sabedoria não protege ninguém das mágoas e da tristeza.” 17 A Liahona Fevereiro de 2009

3

“A maior tristeza” do Élder Wirthlin veio com o falecimento de sua amada Elisa. Nas horas solitárias, ele buscava forças nas “consoladoras doutrinas da vida eterna” e em seu testemunho de que, à terrível sexta-feira em que o Salvador foi crucificado, seguiu-se o resplandecente domingo de Sua Ressurreição. 18 Por ter um firme testemunho do sacrifício expiatório do Salvador, o Élder Wirthlin sabia que a morte não é o fim da existência e que uma reunião aguarda os fiéis que fizeram promessas nos santos templos. “Todos nos ergueremos do sepulcro”, testificou, em outubro de 2006. “E naquele dia, meu pai abraçará minha mãe. Naquele dia, mais uma vez tomarei em meus braços minha amada Elisa.” 19 E naquele dia, o compromisso assumido em uma fria noite de inverno, há muito tempo, terá feito toda a diferença. ◼ Notas

1. “Noite Feliz”, Hinos, nº 126 2. Joseph B. Wirthlin, “As Lições Aprendidas na Jornada da Vida” A L­ iahona, maio de 2001, p. 34; E ­ nsign, dezembro de 2000, p. 7. 3. A L­ iahona, maio de 2001, p. 34; E ­ nsign, dezembro de 2000, p. 7. 4. Joseph B. Wirthlin, “Recolher na Rede do Evangelho”, ­Ensign, janeiro de 1987, p. 60. 5. Ver Don L. Searle, “Elder Joseph B. Wirthlin: Finding Happiness Serving the Lord” [Encontrar a Felicidade Servindo ao Senhor], ­Ensign, dezembro de 1986, p. 10. 6. Joseph B. Wirthlin, “Lições que Aprendi na Vida”, A L­ iahona e ­Ensign, maio de 2007, p. 45. 7. A ­Liahona, maio de 2001, p. 34; E ­ nsign, dezembro de 2000, p. 7. 8. A ­Liahona, maio de 2001, p. 34; E ­ nsign, dezembro de 2000, p. 7. 9. Joseph B. Wirthlin, “O Domingo Virá”, A L­ iahona e ­Ensign, novembro de 2006, p. 28. 10. A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2006, p. 28. 11. Ver ­Ensign, dezembro de 1986, p. 10. 12. Citação na revista E ­ nsign, dezembro de 1986, p. 13. 13. Joseph B. Wirthlin, “O Grande Mandamento”, A L­ iahona e ­Ensign, novembro de 2007, p. 28. 14. Joseph B. Wirthlin, “Vida em Abundância”, A L­ iahona e ­Ensign, maio de 2006, p. 99. 15. Joseph B. Wirthlin, “Live in Thanksgiving Daily” [Viver Diariamente em Ação de Graças], E ­ nsign, setembro de 2001, p. 13. 16. Joseph B. Wirthlin, “Um Passo de Cada Vez”, A ­Liahona, janeiro de 2002, p. 27; E ­ nsign, novembro de 2001, p. 25. 17. Joseph B. Wirthlin, “Aconteça o Que Acontecer, Desfrute”, A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2008, p. 26. 18. Ver A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2006, p. 28. 19. A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2006, p. 28. 4

T r i b u t o s N o F u n e r al “Eu o amava como a um irmão. Sinto saudades dele. Durante muitos anos, Joseph e eu servimos juntos em muitas designações. Mas éramos mais do que colegas: éramos amigos muito próximos. (…) Não havia frestas em sua armadura. Não havia malícia em sua alma. Não havia falha em seu caráter. O Élder Wirthlin amava o Senhor de todo o coração e alma, e O serviu com todo o poder até o último instante de sua vida mortal. (…) Joseph conhecia o Senhor, e o Senhor conhecia Joseph.” Presidente Thomas S. Monson

Depois de ler um artigo e testemunho do Élder Wirthlin (ver “Noite Feliz, Noite de Paz” Church News, 29 de novembro de 2008, pp. 8–9), o Presidente Packer sugeriu que a família mandasse “imprimi-lo, de modo que os membros ainda não nascidos da família Wirthlin venham a conhecer o grande homem que foi seu avô e Apóstolo”. Presidente Boyd K. Packer, Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos

“Ele e eu sentávamos lado a lado no sumo conselho [da estaca]. (…) Durante um total de onze anos, Joseph serviu como meu conselheiro [na presidência da estaca e na superintendência geral da Escola Dominical]. Cada designação era realizada diligentemente. (…) Mal sabíamos nós, à época, que anos depois nos sentaríamos juntos novamente no Quórum dos Doze. (…) Ele nunca buscou notoriedade. Ele personificava a declaração do Mestre, que disse: ’O maior dentre vós será vosso servo’. Agora, Joseph vai vivenciar outra promessa do Senhor: ‘O que a si mesmo se humilhar será exaltado’ (Mateus 23:11–12).” Élder Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos

“Ao contemplar o legado que Papai deixou para a família e para a Igreja, sua humildade se destaca. Ele não se considerava uma pessoa especial. Ao ordená-lo Apóstolo, o Presidente Monson declarou, profeticamente: ‘Sua humildade o fará ser amado pelas pessoas’. E assim foi.” Joseph B. Wirthlin Jr.

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