Kina Slides I

  • Uploaded by: erioglifos
  • 0
  • 0
  • December 2019
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Kina Slides I as PDF for free.

More details

  • Words: 1,177
  • Pages: 21
Lendo um conto num canto de Angola

Kinaxixe Conto Arnaldo Santos

Delineamento de Leitura e Desleitura para o Módulo Literatura Afro-Brasileira e Tendências Contemporâneas ministrado pela Professora Dr.ª Jeane Cássia do Nascimento nos dias 01, 08 e 29/11 e 06/12 de 2008.

Erivelto Oliveira Sales Mauro José Soldá Thiago Sales da Silva

UNISO - SOROCABA

A vivência é uma fonte inesgotável para qualquer escritor. Arnaldo Santos

(...) Do poente esmorecido, um raio amplo e sanguíneo estendia-se pela terra batida do Kinaxixe... Arnaldo Santos, Kinaxixe

Percorre a Terra há 73 anos. Desde que foi parido em África, o angolano e luandense A.S. quedou-se para a tessitura literária. Navegou poemas, cantou contos, contou crônicas, novelou e, mesmo reconhecendo não pisar sublime em adâmico solo, hanschristianandersoou aos pequenos... O tecelão africano desenha hieróglifos, segundo críticos dessa arte, num estilo que evidencia elevado sentido de rigor na seleção de seus personagens, além de ser um estilista exímio e denotar, em seus teceres, um lexiasquimbundo no interior de um português de luzidia correcção... Pariu, em África, a UEA, a saber: União dos Escritores Angolanos. Sua arte está permeada dos perfumes do bairro luandense Kinaxixi, espaço no qual o hieroglífico infanciou...

O Enredo Kinaxixe Eu conto Tu ouves Ela avalia Nós espreitamos Vós silenciais Eles africanizam-se (...) No século XX, o conto desenvolve sutilezas que, acentuando-lhe a fisionomia estética, o aproximam de uma cena do cotidiano poeticamente surpreendida... Massaud Moisés

Angolando: luandar histórias O conto foi produzido em meio ao Colonialismo Português

A Intransigência do colonialismo português na manutenção das províncias ultramarinas desperta, a partir de 1961, conflitos armados organizados pela União dos Povos Angolanos (UPA). A luta anticolonial divide-se em três grupos que refletem diferenças étnicas e ideológicas: O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), multirracial e marxista pró-URSS, com predomínio da etnia quimbundo;

A Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), anticomunista, sustentada pelos EUA e pelo ex-Zaire, com suas bases na etnia bacongo (norte do país); E a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), inicialmente de orientação maoísta, mas que depois se torna anticomunista e recebe o apoio da África do Sul. Tem forte presença da etnia ovimbundus (centro e sul). A rivalidade entre os três movimentos de libertação transforma-se em confronto armado a partir de abril de 1974, quando o governo instalado em Portugal, após a Revolução dos Cravos, anuncia o plano de descolonização.

Para África foram mobilizados centenas de milhares de soldados. Enquanto durou o conflito armado, Portugal procurou consolidar a sua presença em Angola, promovendo a realização de importantes obras públicas. A produção industrial e agrícola conheceram neste território um desenvolvimento impressionante. A exploração do petróleo de Cabinda iniciou-se em 1968, representando em 1973 cerca de 30% das receitas das exportações desta colónia. Entre 1960 e 1973 a taxa de crescimento do PIB (produto Interno Bruto) de Angola foi de 7% ao ano.

Tempo/ Espaço

Não há dúvida nenhuma que a verdadeira obra literária tem que ter um determinado chão. Tem que erguer-se sobre um chão determinado. Se a essa idéia do bairro se atribuir uma maior amplitude, então é natural que a minha obra seja marcada pelo meu bairro. Arnaldo Santos

A lagoa criava à sua volta algo que hoje se pode traduzir com propriedade como uma certa consciência ecológica, na medida em que as pessoas se sentiam impelidas emocionalmente a visitá-la, havia uma interdependência das gentes com esse ambiente físico que as atraía.

Por sua vez, a lagoa estendia-se consoante as chuvas mas havia uma mancha vegetal que se prolongava numa pequena floresta que ia dar à Igreja da Nazaré, na praia, hoje Avenida Marginal.

Tantas vivências de crianças que por ali passavam, criam valores, ou pelo menos põem em causa a existência de certos valores.

O Kinaxixe transformou-se com o tempo num pretexto temático, mas que assentava numa realidade concreta. Ele existiu.

O Kinaxixe foi também um espaço físico concreto, e que eu e uma certa juventude da época conheceu bem.

A lagoa que deu ao local o nome de Kinaxixe , deu também origem que se tivesse criado à sua volta um ambiente sócio cultural muito próprio.

As pessoas tinham o hábito de ir lá na lagoa, umas para pescar, outras para brincar era o nosso caso outras por causa da Kianda, que era uma divindade real para quem vivia dessa tradição, sobretudo os que viviam próximo da lagoa, e que a ela faziam as suas oferendas e recorriam nas suas malambas.

Avenida Marginal Igreja da Nazaré

Personas O Conto Kinaxixe: pág. 8 – 19 •

Kinaxixe: o bairro: o umbigo do mundo luandense-arnaldo-santista... [presente às páginas 8, 11, 12, 13, 15, 16, 17, 18 e 19].



Martini: comerciante citado no primeiro § [p. 8].



Nito: garoto provavelmente mestiço (§ 7). [citado às págs. 8, 9 e 10].



Cumbage: criado de D. Zulmira [p. 9].



D.Zulmira: mãe de Nito [p. 9]. Mulher de justiça sempre igual e inflexível, cujos cuidados extremos com o filho deduzem uma preocupação preconceituosa (§ 6).



Barriga de Jinguba: personagem insólito [p.9 e 10].



Dino: § 21 – [p. 10 e 11].



Rui: p.10



Gigi: p.10



Neco: p.10, 17 e 18



Mário Maluco: p.11



D.Berta: p.11



Mário: § 36 e 37 [p.11, 12, 13, 17, 18 e 19]. Persona relevante, branco.



Zeca: persona com uma cena tensa no conto, mulato [p.12, 13, 14 e 15].



Tonecas: p.12, 17 e 18.



Miranda: personagem que trava, com Zeca, uma cena áspera [p.13, 14 e 15].



Pica: § 41 [p.13, 14 e 15].



Carlos: p.13



Bufa: p.14



Choa e João Maluco: § 59 [p.15, 16, 17 e 18].



D. Ana de Sousa: mãe de Mário. Ver § 75 [p.18 e 19]. Personagem densamente fotografada nas cenas finais.

Ascendentes e Decaídos • A palavra criado • § 1 – criaditos • § 4 – criado • § 6 – criado • § 18 – criado • § 73 - criada

• p.10 – Velho Congo: um negro maluco que ia a passar...

• p.12 – Talamanca: uma mulher de aspecto desleixado (...) era branca, durázia e vinha suada... Bebia muito a Talamanca...

• p.16 – Caxia: uma mulata gorda que passava ao largo...

Referências ao tempo e espaço • Tempo: § 1/ 3/ 6/ 26/ 27/ 28/ 47/ 57/ 63/ 72 O conto decorre num estrito lapso de tempo, horas ou dias... (M.M). • Espaço: § 2/ 14/ 21/ 24/ 30/ 44

Minudências • Os nomes das personas... • Palavras... curtido/ encarapinhada • Lexias-quimbundo... • Mulheres x Homens... • Cores...

Bibliografia Biblioteca EntreLivros – Vozes da África – A riqueza artística e cultural do continente (edição especial n.° 6.) Dicionário Eletrônico Hoauiss (Objetiva, 2002) Dicionário de Termos Literários – Massaud Moisés (Cultrix, 2004) Enciclopédia do Mundo Contemporâneo – Estatísticas e Informações Completas dos 217 Países de Planeta (Terceiro Milênio – Publifolha) Quinaxixe (contos, 1965) – Arnaldo Santos http://www.uea-angola.org/imprimir_entrevistas.cfm?ID=599 Entrevista do autor Arnaldo Santos a Aguinaldo Cristóvão (Acesso em: 02/12/2008) http://www.nexus.ao/kandjimbo/arnaldo_santos.htm Dados biobibliográficos de Arnaldo Santos (Acesso em: 02/12/2008)

Related Documents

Kina Slides I
December 2019 19
Kina
November 2019 16
Kina Lav
October 2019 26
Kina Grannis.pdf
November 2019 37
Soch Pachi Khoj Kina
October 2019 26
Slides
May 2020 55

More Documents from "lanuk25"

Kina Slides I
December 2019 19