Jornalismo De Agências X Internet: Diálogos E Conflitos

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Jornalismo de Agências x Internet: diálogos e conflitos Pedro Aguiar & Rafael Pereira do Rego mestrando, ECO/UFRJ | graduando, ECO/UFRJ

VII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo

ECA/USP, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

índice •

1. definição – jornalismo de agências



2. impactos e continuidades



3. novos modelos e possíveis saídas

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Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

1. definição - jornalismo de agências agências de notícias são: • “atacadistas da informação” (PATERSON, 2005; BOYDBARRETT & RANTANEN, 2002) • “um fornecedor especializado no atacado de informação atual e antecedentos” (HAŠKOVEC & FIRST, 1984: 12) • “empresas especializadas em coletar informações de interesse jornalístico dispersas, formatá-las como notícia e redistribuí-las para assinantes” (AGUIAR, 2008; 22) • “instituições-chave em qualquer sistema de mídia – o centro nervoso que conecta todas as suas partes, sejam mídia eletrônica ou impressa, grande ou pequena, capital ou provincial. (...) Não são nem mídia nem comunicação, mas ainda assim compartilham características típicas de ambos.” (RANTANEN, Terhi. 2002: 65) < >

Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

1. definição - jornalismo de agências

agências de notícias não são “agenciadores de conteúdo” nem “assessorias de luxo”

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Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

1. definição - jornalismo de agências particularidades de forma (sintáticas) • fluxo contínuo de informações (“tempo real”) • centralização • mediação (“jornais para jornalistas”) • orientação para os clientes • textualidade (“monomodalidade”) • poliglossia/monoglossia

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Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

1. definição - jornalismo de agências particularidades de conteúdo (semânticas) • globalidade/anti-localidade • dependência de fontes externas • complementaridade de conteúdo

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Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

1. definição - jornalismo de agências

três aspectos do modelo de operação: • velocidade • linearidade • centralidade < >

Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

1. definição - jornalismo de agências

jornalismo de agências não é online.

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Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

2. impactos e continuidades autoridades

assessorias de imprensa

acadêmicos

ONGs

movimentos sociais governos

empresários

sindicatos

mídia local correspondentes

stringers REDAÇÃO CENTRAL (NY, Londres, Paris...)

escritórios regionais C

escritórios regionais L

I

E

N < >

T

escritórios regionais E

S Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

2. impactos e continuidades

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Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

2. impactos e continuidades “a pesquisa acadêmica tendeu a se concentrar nas grandes agências de notícias internacionais, e praticamente ignorou as agências nacionais e outras mais locais e especializadas, e vem sendo esporádica e fragmentada” (UNESCO, 2001; 66). Como resultado, o impacto diferenciado da internet nestas agências “periféricas” tem sido muito mal compreendido. "O modelo clássico de apuração e disseminação de notícias, no cerne do qual estavam as agências nacionais de notícias, foi minado pela Internet e por outros fatores." (UNESCO, 2001, 1)

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Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

2. impactos e continuidades mudanças no jornalismo de agências • linha divisória clássica entre atacadistas (agências) e varejistas (veículos) está cada vez mais borrada • agências de notícias vêm tratando seus mercados “cada vez menos em termos de clientes-mídia, mas em termos de grandes números de consumidores individuais de notícias” • tendência aponta para uma aproximação, pelas agências, dos novos modelos de negócios na internet, cada vez mais caracterizados pela prestação de serviços gratuitos ao cliente (a chamada “economia da dádiva”) • alteração de ordem econômica nas tecnologias empregadas: do telégrafo, que obrigava a uma relação com monopólios privados ou estatais, para a internet privada e pulverizada < >

Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

3. novos modelos e possíveis saídas Velho

Novo

receita dependente de assinaturas pela íntegra dos serviços, com preços calculados em relação à fatia de mercado

preços de assinaturas “customizados” de acordo com o cliente e com os serviços desejados

proteções exclusivas aos interesses de categorias privilegiadas de assinantes

inclusividade no acesso aos serviços, em lógica de livre-mercado

alta dependência de subsídios estatais e/ou de clientes/proprietários (cooperat.)

menor dependência de subsídios estatais e receita gerada apenas pelo comercial

alta dependência de clientes-mídia para receita e serviços tradicionais de notícias

menor dependência de clientes-mídia; maior dependência de clientes não-mídia

aumentos irregulares de receita gerado por serviços adicionais (consultoria, publicações, notícias segmentadas, etc.)

fornecimento sistemático e comercializado de serviços adicionais, ampliados por receita publicitária baseada em leitura web

alta dependência de concessão de linhas de telecomunicação estatais ou monopólio

uso crescente da internet para produção e distribuição de notícias

predomínio dos serviços de texto

integração dos serviços de texto, vídeo, áudio e dados; intensificação do interesse em design e apresentação

separação entre serviços de texto, vídeo, áudio e dados (caso existentes) serviço monolíngüe e monomodal

serviço multilíngüe e multimodal

alto nível de edição sobre fontes

hipertexto para acesso direto a fontes

forte relação com uma ou duas agências de notícias globais (Reuters, AP, AFP)

relações mais frouxas com agências globais, em concorrência desvantajosa

orientação de mercado para clientes institucionais (mídia, governo, empresas)

orientação de mercado tanto institucional (especializada) quanto individual (genérica)

identidade de marca estritamente local e ênfase na longevidade como sinal de força

alta construção de identidade de marca, progressivamente mais “internacional”

cultura de “serviço público” jornalístico (sem executivos empresariais)

cultura empresarial de jornalismo, com operações mais orientadas para lucro Pedro Aguiar,

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2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

3. novos modelos e possíveis saídas novo modelo como reação a conflitos: • busca por um “novo modelo” é uma “reação às tensões entre: a agência e os donos da mídia; donos da agência e autoridades políticas; serviço público e metas de faturamento; executivos da agência, jornalistas, clientes e membros da sociedade; agências nacionais e internacionais; agências públicas e privadas”. • Para ele, a solução parece estar num cenário em “que a economia política das operações das agências de notícias possa ser governada por um modelo de negócios que não dependa nem da clientela política nem da clientela da mídia” (BOYD-BARRETT, 2002; 1).

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Pedro Aguiar, 2009

Agências de Notícias: sistemas, história e política

referências • AGUIAR, Pedro. Jornalismo Internacional em Redes. Rio de Janeiro: Prefeitura do Rio/Secretaria de Comunicação, 2008. • BOYD-BARRET, Oliver; RANTANEN, Terhi. “Global and National News Agencies: Opportunities and Threats in the Age of the Internet”. in: BRIGGS, A., and COBLEY, P. (orgs.). The Media: An Introduction. Londres: Longman, 2002. • HAŠKOVEC, Slavoj; FIRST, Jaroslav. Introducción al Trabajo de las Agencias de Noticias. Santiago de Cuba: Editorial Oriente, 1984. • PATERSON, Chris. “News Agency Dominance in International News on the Internet”. in: SKINNER, D., COMPTON, J. and GASHER, M. (orgs.) Converging Media, Diverging Politics: A Political Economy of News in the United States and Canada. Lexington/Rowman and Littlefield, 2005. pp. 145-164. 24p. • UNESCO. Final Report of Workshop on News Agencies in the Era of the Internet. Paris, UNESCO, 2001. < >

Pedro Aguiar, 2009

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São Paulo, novembro de 2009

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