Imunologia

  • June 2020
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Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Odontologia de Piracicaba Departamento de Diagnóstico Oral - Disciplina de Microbiologia e Imunologia -

Roteiro da Aula 4 de Imunologia: Propriedades e funções dos anticorpos Profa. Dra. Renata de Oliveira Mattos-Graner

1. Teoria da Seleção Clonal No organismo, existem milhões de anticorpos de superfície de células B específicas para cada antígeno. Somente as células B ativadas, após o primeiro contato com um determinado antígeno, sofrerão modificações (expansão clonal) e diferenciação em plasmócitos e células de memória.

1

2. Resposta Imune Adaptativa Primária e Secundária 2.1. Características principais Resp. Imune 1aria

Resp. Imune 2aria

Ocorrência

1o contato com o Ag

a partir do 2o contato com o Ag

Imunoglobulinas

IgM

predominantes

IgD (na superfície de cél. B)

Características

+ lenta

principais

- intensa

IgA ou IgE ou IgG + rápida + intensa + específica

2.2. Troca de Isotipos nas respostas imunes 1árias e 2árias Importância: Cada classe de Ac atua de maneira diferente no organismo, ou seja, cada isotipo de Ac apresenta habilidades e funções específicas em diferentes localizações no organismo (vide roteiro da aula 3). - A troca de isotipo ocorre após o reconhecimento do Ag - Somente as seqüências da porção constante das cadeias pesadas é que variam para os tipos:

γ, α ou ε (vide esquema abaixo). Os sítios de ligação de Ag (região variável)

permanecem os mesmos. Como ocorre: através da Recombinação dos genes para a região constante (DNA) e processamento do transcrito 1ário (RNA)

Resposta 1ária e 2ária Resposta 1ária

Resposta 2ária

2

2.3. Imunidade Natural Ativa

Passiva

Definição

indução da produção de Acs

transferência de Acs p/ outro organismo

Ocorrência

exposição ao Ag

fase intra-uterina: IgG pela placenta após o nascimento: IgA e IgG através do leite materno

OBS: O período de erupção dos 1os dentes decíduos (6-8 meses), nas crianças, coincide com a queda de anticorpos adquiridos passivamente através da placenta e do aleitamento materno. Nesta mesma fase, a criança ainda produz baixos níveis séricos de Ac e portanto está mais susceptível às infecções que coincidem com a erupção dentária, embora a erupção dos dentes não seja a causa destes problemas. 2.4. Vacinas O princípio da memória imunológica fundamenta o uso de vacinas de doenças infecciosas graves. Definição: preparação antigênica fraca que induz a resposta imunológica sem promover o desenvolvimento da doença. Tipos de preparação antigênica: microrganismos vivos, atenuados ou fragmentos de microrganismos aplicados via subcutânea ou oral para indução da produção de anticorpos ou resposta imune 1ária. Objetivos: induzir a produção de células de memória (de maior ½ vida). Assim um segundo contato com o mesmo antígeno, desencadeia a resposta imune 2ária , mais rápida e intensa na produção de anticorpos mais específicos, prevenindo o desenvolvimento da doença. Tipos:

Ativa: exposição à preparação de Ag fraca para induzir a produção de Ac pelo indivíduo imunizado. preparações:

microrganismos vivos (raro) Ex: Varíola bovina microrganismos atenuados Ex: BCG e febre amarela vacinas inativadas / fragmentos de microrganismos e toxóides Ex: poliemielite (Salk), tétano e difteria

Passiva: administração de Acs fora do indivíduo imunizado (produzidos em laboratório)

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2.5. Adjuvantes Definição: latim = adjuvare (auxiliar) Atuação: -

resposta das células T e B

- concentram o Ag no local desejado - induzem a produção de citocinas Tipos: - sais: hidróxido de alumínio - produtos bacterianos: extrato de Bortedella pertussis, toxóides - citocinas: INFγ, IL-1, IL-2 3. Mecanismos de Ação dos Anticorpos 3.1. Neutralização de bactérias, vírus e toxinas

através do bloqueio dos receptores e

sítios de ligação. 3.2. Aglutinação 3.3. Precipitação de proteínas solúveis (ex: precipitação de toxinas) 3.4 Opsonização

facilita a fagocitose, por fagócitos mononucleares (macrófagos) ou

polimorfonucleares (neutrófilos) 3.5. Ativação de outras células de defesa Eosinófilos: em reações alérgicas Células NK (exterminadoras naturais): Os Acs agem como marcadores de células infectadas 3.6. Ativação do Sistema Complemento (vide definição no roteiro da aula 1) 4. Aplicações dos Anticorpos Os Acs específicos podem ser usados para a detecção de proteínas e células específicas, sendo portanto, aplicados nas áreas de saúde e em pesquisas para o diagnóstico de doenças. Ex: Detecção de tipos sangüíneos: baseia-se na propriedade de aglutinação de eritrócitos ou a partir do reconhecimento de Ag se superfícies presentes nestas células sangüíneas (Ag A e B). Tipos de testes laboratoriais que empregam Acs :

ELISA Western Blot Imunoprecipitação Imunoflorescência Teste de aglutinação

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ANEXO: Questão da Aula 3: Variabilidade / Diversidade de Anticorpos “Como um organismo é capaz de produzir anticorpos específicos para o reconhecimento de milhões de moléculas de antígenos diferentes, existentes na Natureza?” R: Em vista da alta especificidade dos anticorpos, é necessária grande variedade de determinantes antigênicos para o reconhecimento de todos os possíveis antígenos. “Como um organismo produz maior variedade de anticorpos do que a variedade de genes existentes em seu genoma?” R: 1) Processos de recombinação gênica da cadeia leve +

durante a maturação das células B

2) Processos de recombinação gênica da cadeia pesada + 3) Combinação das cadeias leves e pesadas + 4) Hiper mutação somática (mutações pontuais)

após o 1o contato com o antígeno

nas regiões variáveis

Origem à variabilidade dos anticorpos

Referências Bibliográficas 1. Imunologia – 5a Edição - Roitt (Capítulos 6, 8 e Capítulo 9, p. 263 – 266); 2. Biologia Molecular e Celular – 3a Edição - Bruce Alberts et al. (Capítulo 23, p. 1221 - 1227); 3. Microbiologia e Imunologia - Vol. 2 – Pelczar (Capítulo 20, p. 88-107).

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