Impresso - Trabalho Interdisciplinar 2009/02

  • June 2020
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Santa Catarina

JORNALISMO ANO III EDIÇÃO XX

ESTÁGIO

Agência do campus proporciona aprendizado interdisciplinar POR JOÃO SALGADO

A acadêmica da 6ª fase Alice Matos é o exemplo de uma profissional multimídia. Além de produzir matérias jornalísticas para o site e para o jornal interno da Faculdade, ela apresenta o Minuto Estácio – programa de dois minutos com as principais informações da instituição, veiculado na Prime TV e na rádio CBN Diário. Esse foi o primeiro contato da estudante com a área. Desde agosto de 2008, Alice é bolsista da Agência de Jornalismo da Estácio, onde trabalha 10 horas por semana. A bolsa de estudo, no valor de R$ 150, funciona como desconto na mensalidade. “Tive interesse no tipo de produção que era realizado e perguntei à responsável se havia uma vaga disponível”, lembra. Orientada pela coordenadora do Núcleo de Comunicação da Estácio, Regina Zandomenico, a acadêmica sempre recebe orientações antes de iniciar qualquer tipo de produção jornalística. “A Alice já chegou num nível tão avançado, que ela própria se pauta. Sabe o que é ou não interessante para a faculdade”, explica a coordenadora. Alice avalia a importância do estágio como um laboratório, pois consegue colocar em prática o conteúdo aprendido em sala de aula. “As disciplinas de rádio e telejornalismo, edição e redação facilitaram o meu aprendizado”, relata. A estudante acrescenta que, sem muita pressão com datas e tantas outras exigências comuns a outro emprego, o processo de formação se dá com maior dinamismo. Intercâmbio Alice se prepara para desembarcar no fim do mês de novembro em Las Ve-

Alice Matos apresentando o programa “Minuto Estácio”

13 DE NOVEMBRO DE 2009

PROFESSOR

Ricardo Medeiros afirma que jornalista do século 21 deve ser multimídia 2 ESPECIAL

gas, nos Estados Unidos. Além de aperfeiçoar a língua estrangeira, ela quer cursar especialização em jornalismo: “Estou em contato com pessoas que já viajaram para lá, para ver se encontro algum curso relacionado à minha área. Quero fazer uma especialização”. Além da profissão A estudante apaixonada por telejornalismo também coleciona títulos. Entre eles, o último foi o de primeira princesa da Fenaostra, Feira Nacional da Ostra e da Cultura Açoriana, realizada em Florianópolis, no mês de outubro. Segundo Alice, a família dela é tradicional na maricultura. “Minha mãe foi a primeira maricultora do Sul da Ilha (de Santa Catarina). Então, este ano, pude perceber que existem dois lados: o de quem produz e o de quem aproveita a festa.”

Alunos divergem sobre novo currículo Curso passa pela quarta atualização, mas mantém foco multimídia. 3 MERCADO DE TRABALHO

Jornalista formado na Estácio quer se especializar em todas as mídias 4

Tome nota O Minuto Estácio é veiculado toda quinta-feira, às 13h30, na Prime TV. A versão em áudio é transmitida em dias alternados pela rádio CBN Diário, na grade de programação, entre as 8h e 8h15. As matérias são publicadas no jornal Expresso de Sá, semestralmente, e as notícias para Internet estão disponíveis diariamente no site www.sc.estacio.br

Já foi o tempo em que jornalista só escrevia para jornal. Hoje, os veículos querem o máximo desse profissional, seja ele repórter de impresso, televisão ou internet www.fenaj.org.br

professor

Ricardo Medeiros afirma que jornalista do século 21 deve ser multimídia POR EDNÉIA MORAES

Andar de mãos dadas com a tecnologia, ter cultura, agilidade, sensibilidade, espírito empreendedor e ser multifuncional. Estes são, na visão do professor de radiojornalismo Ricardo Medeiros, os requisitos do jornalista do novo milênio. “O jornalista precisa dominar as várias facetas que a tecnologia disponibiliza”. Ricardo esclarece que este jornalista é capaz de trabalhar com mais de uma mídia: reportar, tirar fotos, filmar, gravar o áudio, escrever o texto e ainda produzir blogs. Para ele, essas habilidades são imprescindíveis no currículo de um profissional da área. O professor acrescenta que, para obter sucesso na vida profissional, o estudante de jornalismo precisa entrar no campo de trabalho “antenado” com tudo o que acontece no mundo. E, mais que isso, é indispensável saber manusear as ferramentas disponíveis para agilizar o processo da informação. Isso quer dizer que dominar a língua portuguesa, ter referência de leitura e boa escrita, além de compreender pelos menos um idioma estrangeiro, são requisitos básicos, mas não suficientes. Hoje, o jornalista também precisa lidar com as novas tecnologias de comunicação e da informação pautadas na diversidade de linguagens e nas novas mídias. Professor multifuncional Aos 46 anos, Ricardo Medeiros é professor de radiojornalismo da Estácio, editor do site Caros Ouvintes, assessor de comunicação social da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Florianópolis e escritor – ele já escreveu sete livros. “Sempre tive dois empregos ao mesmo tempo: rádio e assessoria,” comenta o autor. Graduado em Jornalismo pela UFSC, Doutor em Rádio pelo Departamento de História da Université du Maine (Le Manns – França), Ricardo Medeiros revela que foi o primeiro doutor em radiojornalismo negro em Santa Catarina e o último a prestar homenagem ao poeta Zininho no leito de morte.

SERVIÇO No Tempo da Sessão das Moças. 104 páginas, Editora Insular, 2009. Escrito pelo jornalista Ricardo Medeiros. Valor R$ 27,00

Geovana Santos

Noite de lançamento da última obra: No Tempo da Sessão das Moças. Livros de angústia Os temas dos sete livros do autor Ricardo Medeiros estão interligados à trajetória do rádio em Santa Catarina. A falta de referência sobre o assunto o impulsionou para projetos que começaram em 1998 e seguem até hoje. Segundo ele, as obras servem como suporte de pesquisa para estudantes da área da comunicação e da antropologia. A primeira obra – “Dramas no Rádio: a radionovela em Florianópolis nas décadas de 50 e 60” –, lançada em 1998, foi resultado da monografia do curso de jornalismo dele. Neste livro, o autor faz um apanhado geral sobre as emissoras pioneiras da época. No ano seguinte, lança o livro “História do Rádio em Santa Catarina”. Em 2000, escreve “Zininho uma Canção para Florianópolis”, na qual descreve a vida de Cláudio Alvim Barbosa – o poeta Zininho. “Não havia nenhum trabalho sobre Zininho, então prestei essa homenagem ao artista”,

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relata Medeiros. Cinco anos mais tarde, lança “Caros Ouvintes”, que descreve momentos da trajetória das emissoras de rádio da região, tendo como matéria-prima relatos de ouvintes. O livro “CBN Diário: uma luz no apagão”, lançado em agosto de 2007, aborda a cobertura da Rádio CBN durante o blecaute de 2003 em Florianópolis. A penúltima obra do professor – “O que é radioteatro” – foi publicada no ano passado. O livro retrata a origem das radionovelas até a chegada no meio radiofônico. A obra mais recente do jornalista Ricardo Medeiros, intitulada “No Tempo da Sessão das Moças”, foi lançada em outubro deste ano, na sede da Fundação Cultural Badesc, em Florianópolis. O livro obra aborda as diversas modalidades de lazer e entretenimento na capital catarinense na década de 60. Todos os livros têm o selo da editora Insular.

especial

Alunos divergem sobre novo currículo Curso passa pela quarta atualização, mas mantém foco multimídia POR rafael marinho

João Salgado

O curso de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá tem um novo currículo. O que poucos alunos sabem é que esta já é a quarta mudança sofrida pela estrutura curricular desde o surgimento da graduação, em 2002. As opiniões dos acadêmicos representam essas alterações. Rafaelle de Oliveira, 3ª fase, acredita que a mudança foi positiva, apesar de considerar que a faculdade deixou um pouco de lado a parte teórica e a preocupação social: “o curso está num formato bom, o nível também”. A estudante trancou a graduação durante um semestre e, quando retornou, encontrou o novo currículo. Aluna da 7ª fase, Rachel Freitas trancou a matrícula por dois anos. No retorno, em 2006, o curso já possuía uma nova estrutura curricular. “Essas alterações favorecerem apenas os alunos ingressantes, pois não sei quando vou me formar”, destaca. Essa situação de incerteza também é vivida pelo acadêmico Fábio Lima. Aluno da 7ª fase, o repórter do SBT-SC, considera essas mudanças exageradas. Desde o ingresso no jornalismo, viu o currículo mudar três vezes e, mesmo considerando válida a tentativa de melhoria, ele ressalta que a identidade do curso é agredida: “desde que a formação não perca sua identidade, novidades são bem-vindas”. Adaptação Para o coordenador do curso, Paulo Scarduelli, a Estácio “tem tido a característica da mudança”. À frente da graduação desde a primeira turma, Scarduelli defende a mudança curricular. Segundo ele, o jornalismo, por ser uma profissão “mutante”, necessita destas constantes reestruturações ainda na formação dos profissionais. “As profissões mudam muito, o conhecimento se atualiza e essa

Scarduelli: a Estácio tem tido a característica da mudança preocupação se aplica na prática, já que as disciplinas do curso estão se aproximando cada vez mais da realidade profissional” afirma Scarduelli.

Em nenhuma dessas mudanças, está se inventando a roda. As disciplinas que formam um profissional de jornalismo já existem a bastante tempo e são mantidas no currículo do curso Ele acredita que o acadêmico de jornalismo deve entender o que é ser empreendedor. O coordenador também comentou a rapidez da evolução tecnológica citando o uso dos blogs: “Quem há quatro anos imaginaria que blogs teriam a importância que têm hoje?”. Confiante nas decisões tomadas, ele acha que o curso segue um caminho promissor e, apesar das mudanças, não desvia do objetivo de formar bons profissionais. Docentes aprovam alterações O professor de Editoração Eletrônica, Carlos Madureira, concorda com o discur-

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so do coordenador. Para ele, a adequação do currículo ajuda a universidade a formar profissionais mais práticos e preparados para o mercado de trabalho. Madureira destacou que a nova estrutura curricular proporciona uma unidade entre as instituições que levam o nome da Estácio, ou seja, “caso um aluno tenha que mudar de cidade, ele pode continuar um curso igual ao que ele deixou aqui, sem precisar fazer matérias pendentes de currículo para currículo”. Apesar de não ter trabalhado com o currículo anterior, ele acredita que a nova fase do curso pode aumentar a interdisciplinaridade, beneficiando os alunos, já que a integração gera maior participação do acadêmico. Falta informação Muitas mudanças e pouca informação. Jerônimo Rubim, aluno da 5ª fase, surpreendeu-se com a nova mudança e disse que era complicado entender o funcionamento do curso. Ingresso no jornalismo em 2006, Rubim viu o currículo se alterar de forma sensível, mas afirma que nunca foi comunicado das mudanças. “É irônico dizer que faço um curso de comunicação, mas que ninguém se comunica”, enfatiza.

mercado de trabalho

Jornalista formado na Estácio quer se especializar em todas as mídias POR CAROLINA RECH

O jornalista Daniel José da Silva, ex-aluno da Estácio, é o que se pode chamar de um profissional multimídia. O jovem de 23 anos concilia o tempo entre reportagens para jornal impresso, atualizações no blog e o programa semanal de rádio. “Doze”, como é mais conhecido, começou o curso de jornalismo em março de 2005 e concluiu em dezembro de 2008. O primeiro contato com a área se deu pela assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Biguaçu, onde estagiou durante dois anos. Blog A idéia de criar o blog surgiu através do Trabalho Interdisciplinar da 3ª fase em 2006, com o tema: “Ética na música – usar a música para fazer o bem”. Concluído o trabalho, Daniel deixou o endereço eletrônico sem atualizações por um ano. No entanto, “a música e o jornalismo sempre estiveram lado a lado”, relata. Com isso, reformulou os objetivos e lançou em 2007, o Estética Musical. Apaixonado por música, o trabalho de conclusão de curso, que obteve nota máxima, abordou os 50 anos da Bossa Nova. Após se formar, ficou desempregado. Nesse meio tempo, dedicou-se ao novo blog: registrou o domínio, fez cartões para divulgação e cobriu diversos shows e eventos relacionados à música. O Estética Musical participou do Prêmio Top Blog, que visa reconhecer e premiar os blogs brasileiros mais populares em cada categoria, por meio de votação popular e acadêmica. Mesmo sem fazer divulgação, passou da primeira fase, ficando entre os 600 mais votados. Daniel confessa ter ficado surpreso com a colocação, pois mesmo competindo com blogs de download de música, que têm grande visitação, ficou entre os 100 mais

votados da categoria. Só este ano, o jornalista atualizou o blog cerca de 80 vezes, tendo uma média de 2 mil visitas mensais. Até o fim de novembro, ele espera ter alcançado a marca de 20 mil acessos.

Eu não quero ser especialista em uma coisa só, quero ser bom em tudo que fizer, desempenhar bem as minhas funções Rádio A idéia do programa de rádio surgiu em 2008. Daniel e mais três amigos (Junior, Lilo e Thutty) passaram meses discutindo o projeto, gravando programas pilotos até a estréia, no dia 14 de junho deste ano. O Programa Conversafiada é veiculado pela rádio Comunitária Biguaçu FM 98.3, todos os domingos, às 20h30 e também está disponível no site www.programaconversafiada.com Inspirado no programa Pretinho Básico, da rádio Atlântida, o Conversafiada comenta as notícias da semana na cidade e no mundo, com pauta livre e bem descontraída. Às vezes, traz convidados para participar do bate-papo. Daniel ressalta a falta de apoio e patrocínio, pois “apesar da rádio ser comunitária, as transmissões são pagas mensalmente”, lembra. Em quatro meses

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de trabalho, o grupo já fez 22 programas e têm oito patrocinadores. Impresso A última empreitada de Daniel foi o jornalismo impresso. Em setembro deste ano, o jornal Notícias do Dia lançou uma edição local no município de Biguaçu, convidando-o para trabalhar na redação. Recém-contratado, o repórter participou da primeira edição do jornal que circulou no dia 15 de setembro. “Estou aprendendo muito nesse novo desafio. Um dia é diferente do outro”, brinca. Pretensões O jornalista revela que quer investir no próprio blog: “vou conseguir patrocínio e tentar algum retorno financeiro, mesmo que pequeno, porque escrever no blog é aquilo que me dá prazer”, conclui. Daniel enfatizou que quer desempenhar bem todas as funções, pois essa é uma qualidade que agrega valor ao profissional.

Daniel José da Silva, aluno formado pela Estácio de Sá

Expediente Textos: Carolina Rech, Ednéia Moraes, João Vitor Salgado e Rafael Marinho | Fotos: Rose Peixer e Arquivo Pessoal. Diagramação: João Salgado. Trabalho Interdisciplinar 2009/2.

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