O Valor do e-commerce 31 de outubro de 2007 às 17h38 Por Fabiana Lopes
Culturalmente o brasileiro ainda gosta de tocar os produtos, ver de perto, trocar idéias com o vendedor ou mesmo tentar um desconto com o gerente. Por conta disso e da quantidade de consumidores que ainda não têm acesso a internet, implementar um projeto de ecommerce requer tato e um estudo eficiente da viabilidade do negócio. Além disso, falta às empresas entender o poder de retorno de investimento que uma estratégia de vendas pela internet pode trazer ao negócio. Segundo Alessandro Gil, diretor de marketing da Ikeda, nos Estados Unidos as vendas por catálogos despontaram durante a colonização do país, no final do século XVI, o que deu a eles consumidores muito mais preparados para o boom do e-commerce. Por isso o mercado por lá já está consolidado, tanto que enquanto o ecommerce de lá cresce cerca de 20% ao ano, no Brasil o crescimento é de 50%. Já o varejo tradicional cresce 1% lá e 5% aqui. A E-Consulting e a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net) prevêem um movimento de 17,4 bilhões de reais em 2007 para o varejo on-line. O crescimento é bastante significativo frente aos 9,9 bilhões de reais em 2005 e os 7,5 bilhões de reais em 2004. Em 2006 os números ficaram em 13,3 bilhões de reais. No segmento business to business a foram movimentados 352,4 bilhões de reais no Brasil. Um crescimento de 31,6% contra os 267,6 bilhões de reais de 2005. Apesar dos números, Gil diz que as empresas brasileiros ainda não compreenderam o quanto podem utilizar as vendas pela internet para maximixar, e muito, seus negócios. "O Roi permite que você mensure todas as vendas e saiba de onde veio o cliente que frequentou o site, o que ele costuma comprar, qual é o tipo de navegação que ele utiliza, se as campanhas de marketing que você faz estão dando resultados, se um determinado banner no meio online está atraindo olhos para o portal", etc. Assim é possível criar estratégias de marketing muito mais precisas do que nas vendas tradicionais, afinal a empresa saberá exatamente qual o perfil dos seus visitantes e poderá remanejar a verba de mídia e marketing para a estratégia que melhor lhe dá retorno de investimento. Os grandes varejistas já se deram conta do valor que se pode
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depositar sobre o negócio com a possibilidade de ter métricas muito mais precisas sobre os clientes e as vendas. Por outro lado, Gil diz que não existem profissionais capacita de dos para liderar negóciose-commerce. " Lidar com o e-commerce é bastante diferente porque o profissional precisa ter uma visão de vendas, marketing e tecnologia. Ter somente uma dessas características não garante o ROI esperado.", conta. Por conta disso, muitos varejistas se decepcionam com suas estratégias on-line. Por isso, é essencial ter um bom profissional e um plano estratégico para atrair o consumidor até o site da empresa e depois ter condição de atendê-lo. "Se eu não levar o consumidor para a loja, obviamente que eu não consigo gerar retorno. Em média, de 1 a 3% das visitas se convertem em vendas", conta. Vender também significa entregar os produtos e ter um sistema online integrado com o meio físico, de modo a gerar uma estratégia de sortimento que atenda a demanda. Gil diz que um bom site de e-commerce, além de permitir a emissão de relatórios e estudos de demanda, deve também proporcionar autonomia ao gestor. Ou seja, com as constantes modificações do mercado, deve ser possível fazer modificações no site de forma simples e rápida. "O gestor precisa conseguir facilmente atualizar o mix de produtos, colocar novas promoções no ar, mudar preços, sem que esses processos demandem muito tempo e esforço da equipe de TI", diz. O mercado brasileiro de e-commerce Segundo dados do e-Marketer, o Brasil tem 21,2 milhões de internautas, o que proporciona 11 usuários de Internet para cada 100 habitantes. Essa proporção a Argentina já havia atingido em 2003. Na mesma época, a Espanha tinha 24 e os EUA 56 internautas para cada 100 habitantes. O mercado local ainda vive um bom momento pelas iniciativas de inclusão digital e com a queda no preço do PC e do acesso à Internet. Dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apontam que as vendas de computadores subiram 46% em 2006. Foram vendidos em 2006 cerca de 8,3 milhões de computadores no país, dos quais 2,2 milhões foram adquiridos por consumidores que compraram o primeiro PC. Além disso, fatores econômicos também reforçam a boa expectativa, levando em consideração a reestruturação do mercado de crédito e o crescimento do mercado de consumo, emprego, renda e massa salarial.
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